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Mutação genética Objetivo 1: entender como ocorre as mutações genéticas, listando seus tipos CONCEITO DE MUTAÇÃO: Mutação é uma alteração que ocorre no material genético dos indivíduos. Podem originar-se de forma natural, durante os processos de mitose, meiose ou síntese proteica, ou ser decorrente da ação de algum agente mutagênico. Também podem ocorrer em três níveis: 1. Molecular: pode também ser chamada de mutação genética ou pontual, afeta um nucleotídeo ou um grupo de nucleotídeos do DNA; 2. Cromossômica: ocorre em mais de um gene, afetando, assim, a estrutura do cromossomo; 3. Genômica: altera o conjunto do genoma, podendo afetar o número total de cromossomos ou os cromossomos presentes nos pares de forma individual. Esse tipo de mutação é responsável por causar algumas síndromes, como a síndrome de Down. Essa alteração leva, muitas vezes, a uma mudança no fenótipo (características observáveis) do indivíduo. CLASSIFICAÇÃO DAS MUTAÇÕES: As mutações podem ser classificadas de acordo com a linhagem celular, isto é, em qual célula a alteração acontece. Em organismos pluricelulares, as mutações genéticas são divididas em: Mutação Somática: acontece nas células dos tecidos e dos órgãos. Em geral, são mutações que não são transmitidas aos seus descendentes. Um exemplo desse tipo de doença genética é a Heterocromia de Íris, que consiste em duas íris de cores distintas ou somente uma parte dela é de cor diferente do restante. Mutação Germinativa: ocorre nas células que originam os gametas (óvulos e espermatozoides). Podem ser erros que sucedem na replicação do DNA ou agentes mutagênicos químicos e físicos. A mutação germinativa, diferente da mutação somática, pode ser transmitida aos seus descendentes. Existem dois tipos principais de mutação quanto à sua extensão: mutações gênicas e mutações cromossômicas. Mutações gênicas: Alteram a sequência de nucleotídeos do DNA. Ocorrem através da adição, substituição e subtração de um gene. Em relação à adição ou subtração, as mutações gênicas são capazes de alterar o material genético, acrescentando uma ou mais bases ao DNA. Quanto à substituição, há uma troca de bases, isto é, a base nitrogenada purina (adenina e guanina) é alterada por outra purina ou uma pirimidina (citosina e timina) por outra pirimidina. Doenças causadas por mutações gênicas: - Fibrose Quística: é uma doença hereditária que ocorre pela deficiência das glândulas exócrinas do organismo. -Doença de Huntington ou Coreia de Huntington: é uma doença neurodegenerativa que se manifesta, geralmente, entre 35 e 45 anos. É uma perda gradativa das habilidades intelectuais e motoras. - Daltonismo: é uma das anomalias mais comuns. Tem mais incidência nos homens do que nas mulheres e consiste na incapacidade de distinguir determinadas cores. - Mutação cromossômica: Também conhecida como aberrações cromossômicas, são mutações que atingem os cromossomos quanto ao seu número e sua estrutura. MUTAÇÕES CROMOSSOMICAS: As mutações cromossômicas numéricas são alterações que afetam o número de cromossomos inteiros (euploidias), aumentando (poliploidia) ou diminuindo (haploidia ou monoploidia) seu conjunto total, ou podem alterar o número de cromossomos específicos isolados (aneuploidias) (ex.: trissomia do cromossomo 21, conhecido como Síndrome de Down). A Síndrome de Down apresenta um cromossomo a mais no par de cromossomos 21, chamado de trissomia. Os indivíduos com esse tipo de mutação possuem uma baixa estatura, pálpebras características, boca pequena e atraso mental em graus diferentes. >> quem apresenta essa anomalia, possui 3 cromossomos presentes no par 21. A Síndrome de Turner, causada pela monossomia (perda de um cromossomo), possui apenas um cromossomo X no par sexual. Afeta somente as mulheres. Indivíduos com essa anomalia apresentam altura mais baixa que a média e não desenvolvem caracteres sexuais secundários. A Síndrome de Klinefelter ocorre geralmente em meninos, devido à presença de um cromossomo X extra no par sexual. Nesse caso, os homens são mais afetados. São indivíduos mais altos que a média. Apresentam órgão peniano com desenvolvimento normal, mas os testículos não tão desenvolvidos. A Síndrome de Patau consiste na presença de três cromossomos no par de número treze. Esta anomalia afeta o desenvolvimento do coração, rins, cérebro, face e membros. Em relação à mutação quanto à estrutura, quando ela é modificada, pode acontecer a retirada ou a introdução de um grupo de genes naquele cromossomo. A síndrome de “Cri du Chat”, mais conhecida como Miado do Gato, é um exemplo de mutação quanto à estrutura. É um erro no material genético que causa anomalias faciais e retardo mental. ORIGEM E CAUSA DAS MUTAÇÕES: As mutações surgem de forma natural ou podem ser induzidas por agentes mutagênicos, isto é, substâncias químicas ou de natureza física que podem induzir as mutações, como os raios ultravioleta e raios X, bebidas alcoólicas, substâncias derivadas do tabaco, bem como alguns medicamentos. As mutações ocorrem em virtude de alterações que surgem nos nucleotídeos do DNA, podendo ocorrer por meio de alterações químicas nas bases nitrogenadas, erros na incorporação de nucleotídeos (inserção de uma base nitrogenada no lugar de outra), adição ou deleção de bases nitrogenadas, alterações na estrutura e no número de cromossomos, entre outros fatores. Muitas vezes, algumas dessas alterações que surgem são corrigidas antes da replicação do DNA. Quando isso não ocorre, surge uma nova molécula com a alteração, e ela pode reproduzir- se, perpetuando a mutação. Mutação gênica As mutações podem ocorrer em células somáticas ou germinativas. Quando surgem nas células somáticas (células do corpo, exceto as reprodutivas), elas geralmente não são herdáveis, podendo causar problemas como o desenvolvimento de tumores, envelhecimento precoce, malformações (quando ocorre no período embrionário), entre outros. TIPOS DE MUTAÇÕES: As mutações podem ser classificadas de diferentes maneiras. Alguns tipos de mutações conforme o efeito que elas causam: 1. Mutação silenciosa: é um tipo de mutação molecular cuja mudança no nucleotídeo do DNA não altera o aminoácido sintetizado. 2. Mutação com alteração ou perda de sentido: é também um tipo de mutação molecular, no entanto, a mudança no nucleotídeo causa uma alteração que leva à síntese de um aminoácido diferente do esperado. 3. Mutação sem sentido (nonsense): mutação molecular cuja alteração no nucleotídeo causa o surgimento de um códon (sequência de três bases nitrogenadas) de término, indicando o fim da cadeia de aminoácidos. Assim, a proteína que está sendo sintetizada é cortada prematuramente. 4. Mutação frameshift: a inserção ou deleção de bases nitrogenadas altera a sequência de códons, o que gera uma sequência diferente de aminoácidos ou, até mesmo, um códon de término. 5. Duplicação: mutação cromossômica na qual surgem cópias de determinado trecho do cromossomo, podendo alterar a sequência de códons. Geralmente está relacionada com a perda desse trecho (deleção) no cromossomo homólogo. 6. Deleção: perda de um segmento de cromossomos, seja na extremidade, seja em seu interior. Esse tipo de mutação cromossômica também pode ocasionar mudança na sequência de códons. Se o conjunto cromossômico estiver completo, mesmo que reorganizado de forma errada, a alteração é chamada de balanceada ou equilibrada. Se houverpartes adicionais ou perdidas é chamada de desequilibrada ou desbalanceada. Objetivo 2: descrever como ocorre as síndromes cromossômicas Existem dois tipos de anomalias cromossômicas: a primeira diz respeito a alterações estruturais dos cromossomos, que são os pedacinhos dos genes que, juntos, formam o nosso DNA. Neste caso, o DNA do bebê apresenta pequenas falhas ou inversões em sua estrutura. A segunda é aquela que diz respeito a modificações numéricas, isto é, quando faltam ou sobram cromossomos. É importante frisar, neste caso, que alterações cromossômicas são diferentes das congênitas. Se no primeiro caso, o que ocorre é uma alteração nos genes, no segundo, a doença é hereditária, ou seja, transmitida dos pais para o filho. Síndrome de Down Também conhecida pelo nome de Trissomia do 21, a Síndrome de Down foi descoberta no ano de 1966, quando o médico britânico John Langdon Down apontou a presença extra de um cromossomo no número já previsto para uma célula normal. As características físicas de um bebê com Down são: olhos amendoados, baixa estatura, sendo as mãos e os pés pequenos e achatados, pescoço de aparência larga e achatada, e orelhas pequenas localizadas numa posição mais inferior da cabeça. Sinais como a hipotonia muscular, isto é, diminuição do tônus e da força, predisposição ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e problemas respiratórios e lentidão no processo de aprendizagem também são sinais da síndrome. A incidência da síndrome de Down em níveis mundiais é relativamente pequena, isto é, aparece uma vez em uma amostra de 700 a 900 indivíduos que nasceram vivos. Entretanto, há um aumento significativo quando se analisa a incidência em relação à idade materna. A possibilidade de uma mãe que possua idade acima de 40 anos de ter um bebê com Down é uma a cada cem gestações. Síndrome de Edwards O primeiro registro científico da síndrome data de 1960, na Inglaterra. Também chamada de trissomia do 18, o nome científico se deve à existência de um cromossomo 18 extra e acomete um a cada 5 mil bebês nascidos vivos. Assim como no caso da síndrome de Down, a idade materna avançada também é um dos fatores que corroboram para o seu aparecimento. Mães com mais de 35 anos possuem maior predisposição para dar à luz bebês com a síndrome de Edwards. Algumas das implicações da síndrome são extremamente graves e, portanto, comprometem seriamente o desenvolvimento do bebê, mantendo sua expectativa de vida muito baixa. Baixo peso, cabeça pequena, má oxigenação do sangue arterial, tremores, convulsões, hérnia umbilical, fenda facial, problemas na formação do sistema digestivo, sola arredondada dos pés, defeitos congênitos graves em órgãos fundamentais como o coração são algumas delas. 95% dos bebês diagnosticados com síndrome de Edwards morrem antes mesmo de nascer e somente 5 a 10% completam o primeiro ano de vida. Mutação gênica Síndrome de Patau Também chamada de trissomia do 13 devido a um acréscimo do cromossomo 13, a síndrome de Patau possui este nome em homenagem ao geneticista alemão Klaus Patau, que a descobriu em 1960. Extremamente rara, estudos apontam que a incidência da síndrome corresponde a um caso para cada cinco mil nascimentos. Crianças que vem ao mundo com esta condição, geralmente, vivem de 2 a 5 dias, quando conseguem nascer, pois, geralmente, é mais comum que morram ainda dentro do útero da mãe, devido às complicações serem extremamente letais. Globo ocular pequeno, fenda do palato labial, maior número de dedos, malformações graves no sistema nervoso central e no sistema urinário-reprodutivo, retardo mental, problemas cardíacos gravíssimos e rins policísticos são alguns dos sinais mais evidentes da síndrome. Caso a criança nasça, o tratamento é feito, basicamente, para tentar controlar as complicações mais sérias. Síndrome de Turner A síndrome de Turner, descoberta em 1938 por Henry Turner diz respeito à uma condição genética que acomete somente mulheres, na qual o cromossomo X é ausente ou parcialmente ausente. Seu nível de ocorrência também é pequeno: a cada 2.500 nascimentos, apenas uma a apresentará, sem contar os abortos espontâneos. A baixa estatura é uma das complicações clínicas das meninas que nascem com esta condição, que também apresentam puberdade deficiente, malformações das gônadas, infertilidade e problemas cardíacos. Síndrome de Kleinfelter Esta é uma condição genética extremamente rara, que só afeta homens. Trata-se de uma síndrome acarretada por uma cópia extra do cromossomo X que afeta de um a quatro indivíduos do sexo masculino nascidos em uma amostra de mil bebês. Basicamente, devido à presença de mais um cromossomo responsável pela determinação do sexo do ser humano, neste caso, do feminino, bebês portadores da síndrome apresentam baixos níveis de testosterona, o que acarreta em uma menor quantidade de pelos corporais e faciais, além do desenvolvimento incomum das mamas. Ou seja, esses meninos apresentam características sexuais secundárias pouco desenvolvidas. Além da deficiência funcional dos testículos, que causa uma produção ínfima — às vezes quase nula — de espermatozóides, pessoas com a síndrome também tendem a possuir um retardo mental leve, além de dificuldades no aprendizado. No âmbito da fertilidade, o quadro pode ser revertido com tratamentos específicos. Síndrome do Cromossomo X Frágil A Síndrome do Cromossomo X Frágil é a segunda síndrome de origem genética que mais afeta os pequenos no Brasil, principalmente os indivíduos do sexo masculino, perdendo apenas para a síndrome de Down. Causadora de uma parte considerável de crianças com retardo mental, o nível de incidência da doença é de um em cada 2 mil garotos e uma em cada 4 mil meninas. O grande responsável pela ocorrência é o gene FRM1 (Fragile X Mental Retardation 1), presente no cromossomo X, que apresenta uma mutação. Este pedacinho do DNA é fundamental no desenvolvimento cognitivo, ou seja, muito importante na transmissão de impulsos nervosos para as células. Geralmente, os garotos apresentam um quadro mais grave da síndrome, quando comparado com as meninas, pois, para determinar o sexo feminino, as mulheres possuem dois cromossomos X, enquanto que os homens, um X e um Y. Então, no caso das garotas, se um dos genes do cromossomo X apresentar irregularidades, as chances do outro cromossomo exatamente igual conseguir “compensar” os defeitos do outro é maior do que quando se trata de um garoto: se o cromossomo X for danificado, não há outro igual para tentar inibir a deficiência. Os sintomas variam de acordo com o nível da síndrome. Se para algumas pessoas portadoras a síndrome pode apresentar caráter assintomático, outros pacientes podem apresentar distúrbios comportamentais e comprometimento intelectual — seja uma pequena dificuldade no aprendizado ou até mesmo um retardo mental profundo —, atraso para falar, macrocefalia, hiperatividade, problemas de articulação, aumento do volume do testículo — no caso dos homens —, face alongada, desenvolvimento defeituoso da porção mediana do rosto, orelhas grandes e de abano, queixo proeminente e em 20% dos quadros, Mutação gÊnica convulsões. No caso das garotas, muito provavelmente apresentarão problemas relacionados à fertilidade como menopausa precoce e insuficiência ovariana. No caso dos meninos, quando mais velhos, também terão predisposição para apresentar perda da coordenaçãomotora e desenvolver tremores. Objetivo 3: conhecer os mecanismos de reparo e recombinação do DNA REPARO DO DNA: São mecanismos para corrigir erros durante a replicação do DNA e para reparar os danos do DNA durante a vida da célula. As células têm uma variedade de mecanismos para prevenir mutações, ou mudanças permanentes na sequência de DNA. Durante a síntese de DNA, a maioria das polimerases do DNA "checam seu trabalho", consertando a maioria de bases não pareadas em um processo chamado revisão. Imediatamente após a síntese de DNA, qualquer base mal pareada restante pode ser detectada e substituída em um processo chamado reparo por malpareamento. Se o DNA fica danificado, pode ser reparado por vários mecanismos, incluindo química reversa, reparo de excisão, e reparo de quebras de fita dupla. O que o DNA tem a ver com o câncer? O Câncer ocorre quando as células dividem-se de forma descontrolada, ignorando os sinais normais de "pare" e produzindo um tumor. Esse mau comportamento é causado pelo acúmulo de mutações, ou mudanças permanentes de sequência no DNA das células. Erros de replicação e danos no DNA acontecem nas células de nossos corpos durante o tempo todo. Mas na maioria dos casos, eles não causam câncer, ou mesmo mutações. Isto, porque eles geralmente são detectados e corrigidos por mecanismos de revisão do DNA e correção. Ou, se o dano não puder ser corrigido, a célula sofrerá morte celular programada (apoptose) para evitar transmitir o DNA defeituoso. As mutações acontecem, e são transmitidas para as células filhas, apenas quando esses mecanismos falham. O câncer, por sua vez, se desenvolve apenas quando várias mutações nos genes relacionados à divisão se acumulam na mesma célula. Os mecanismos usados pelas células para corrigir os erros de replicação e os danos ao DNA são: 1. Revisão, que corrige os erros durante a replicação do DNA 2. Correção de pareamento incorreto, que corrige as bases mal pareadas logo após a replicação 3. Vias de reparo dos danos ao DNA, que detectam e corrigem os danos ao longo do ciclo celula 1. Revisão DNA polimerases são as enzimas que constroem o DNA nas células. Durante a replicação do DNA (cópia), a maioria das DNA polimerases "verificam seu trabalho" a cada base que acrescentam. Esse processo é chamado revisão. Se a polimerase detecta que um nucleotídeo errado (incorretamente pareado) foi adicionado, ela irá removê-lo e substituí-lo imediatamente, antes de continuar com a síntese de DNA. 2. Reparo por malpareamento: Vários erros são corrigidos pela revisão, mas alguns poucos escapam. Reparo de malpareamento acontece logo após o novo DNA ter sido feito, e sua função é remover e substituir as bases malpareadas (aquelas que não foram corrigidas durante a revisão). O reparo do malpareamento também pode detectar e corrigir pequenas inserções e deleções que ocorrem quando as polimerases "deslizam" perdendo seu local de inserção na fita molde. Como funciona o reparo de malpareamento? Primeiro, um complexo de proteínas (grupo de proteínas) reconhece e liga-se à base malpareada. Um segundo complexo corta o DNA próximo ao malpareamento e mais enzimas cortam o nucleotídeo incorreto e um pedaço do DNA que o envolve. Uma DNA polimerase substitui a parte que falta com os nucleotídeos corretos, e uma enzima chamada DNA ligase fecha a lacuna. Uma coisa que você pode imaginar é como as proteínas envolvidas no reparo do DNA podem dizer "o que é o certo" durante o reparo do malpareamento. Isto é, quando duas bases são malpareadas (como G e T no desenho abaixo), qual das duas deve ser removida e substituída? Em bactérias, fitas de DNA originais e recém produzidas podem ser identificadas por uma característica chamada estado de metilação. Uma fita antiga de DNA terá grupos metil (-CH3)ligados Mutação gÊnica a algumas de suas bases, enquanto uma fita recém produzida ainda não terá conseguido seu grupo metil. Nos eucariontes os processos que permitem à fita original ser identificada no reparo de malpareamento envolve o reconhecimento de entalhes (quebras na fita única) encontrados apenas em DNA recém sintetizado. 3. Mecanismos de reparo de dano no DNA Danos ao DNA podem ocorrer em quase qualquer ponto do tempo de vida da célula, não apenas durante a replicação. Na verdade, seu DNA sofre danos todo o tempo, por fatores externos como luz UV, produtos químicos e Raios X—sem falar nas reações químicas espontâneas que acontecem mesmo sem agressões ambientais! Felizmente, suas células têm mecanismos de reparo para detectar e corrigir muitos tipos de danos ao DNA. Os processos de reparo que ajudam a corrigir o DNA, incluem: 1. REVERSÃO DIRETA: Algumas reações químicas danosas ao DNA podem ser diretamente "desfeitas" por enzimas na célula. 2. REPARO POR EXCISÃO: Dano a uma ou a umas poucas bases do DNA é frequentemente corrigido por remoção (excisão) e substituição da região danificada. No reparo por excisão de base, apenas a base avariada é removida. No reparo por excisão de nucleotídeo, como no reparo do malpareamento que vimos acima, é removido um retalho de nucleotídeos. 3. REPARO POR QUEBRA DE DUPLA FITA: Duas vias principais, a de união das extremidades não homólogas e a recombinação homóloga são utilizadas na correção de quebras de dupla fita de DNA (isto é, quando um cromossomo inteiro se divide em duas partes). Revisão de DNA e reparo em doenças humanas A evidência da importância da revisão e dos mecanismos de reparo vem dos distúrbios genéticos humanos. Em muitos casos, mutações em genes que codificam proteínas de revisão e reparo estão associadas com cânceres hereditários (cânceres que ocorrem em famílias). Por exemplo: Câncer colorretal hereditário não poliposo (também chamado Síndrome de Lynch) é causado por mutações nos genes que codificam certas proteínas de reparo por malpareamento. Uma vez que as bases malpareadas não são reparadas nas células de pessoas com esta síndrome, as mutações se acumulam muito mais rapidamente que nas células de pessoas não afetadas. Isto pode levar ao desenvolvimento de tumores no cólon. Pessoas com xeroderma pigmentoso são extremamente sensíveis à luz UV. Esta condição é causada por mutações que afetam a via de reparo por excisão de nucleotídeo. Quando essa via não funciona, dímeros de timina e outras formas de dano por UV não podem ser reparados. Pessoas com xeroderma pigmentoso desenvolvem queimaduras graves com apenas alguns minutos ao sol e cerca de metade delas irá ter câncer de pele ao redor dos 101010 anos de idade a menos que evitem tomar sol. Recombinação gênica Recombinação gênica refere-se à mistura de genes provenientes de diferentes indivíduos que ocorre durante a reprodução sexuada. A recombinação gênica é responsável pela mistura entre os genes. Nos eucariontes, a recombinação gênica ocorre por meio de dois processos durante a meiose: a segregação independente dos cromossomos e a permutação (crossing over). Muitas combinações podem ser formadas entre a mistura de genes de dois indivíduos. Temos como exemplo, a mistura de cromossomos maternos e paternos: o número de combinações possíveis pode ser calculada pela expressão 2n. (n=número de pares de cromossomos do indivíduo). Assim, a espécie humana tem 223, ou seja, 8.388.608 diferentes combinações entre os cromossomos do pai e da mãe. Tipos de Recombinação Gênica A recombinação gênica pode ser homóloga ou não-homóloga: • Recombinação gênica homóloga:ocorre entre sequências de DNA idênticas ou muito similares. Ou seja, entre sequências homólogas. • Recombinação gênica não-homóloga: ocorre entre sequências de DNA sem qualquer similaridade entre si. Recombinação Gênica e Mutação A recombinação gênica e a mutação são processos diferentes. Porém, ambos os processos estão envolvidos com a variabilidade genética dos indivíduos. A mutação corresponde a alterações hereditárias na sequência do DNA. É a fonte primária de variabilidade. Mutação gÊnica A recombinação gênica é a mistura de genes entre indivíduos de uma mesma espécie. Aumenta a variabilidade primariamente produzida pela mutação. Assim, pode-se dizer que mutação e a recombinação agem em conjunto. Enquanto, a mutação modifica o DNA. A recombinação promove a mistura entre os genes modificados entre dois indivíduos. Recombinação Gênica e Evolução A teoria moderna da evolução (Neodarwinismo) considera três fatores principais no processo evolutivo: a mutação gênica, a recombinação gênica e a seleção natural. A mutação e a recombinação gênica são responsáveis pela variabilidade genética, garantem que os indivíduos sejam geneticamente diferentes a cada geração. Sem os processos de variabilidade genética, como a recombinação gênica e a mutação, a evolução seria extremamente lenta. Isto porque, não haveriam mecanismos para reunir as mutações de diferentes indivíduos. É através da variabilidade genética que ocorre a evolução e adaptação dos organismos ao ambiente. Objetivo 4: explicar a primeira e segunda lei de mendel Mendel resolveu estudar o mesmo problema que os cientistas que o antecederam, contudo seu primeiro cuidado foi selecionar o objeto de estudo mais adequado. Ele utilizou as ervilhas-de- cheiro (Pisum sativum), uma planta de fácil cultivo, com ciclo de reprodução curto e que produz muitas sementes. A metodologia consistia no cruzamento de ervilhas de linhagem pura, isto é, aquelas plantas que após seis gerações mantinham suas características. Após a seleção dessas linhagens foi realizada a polinização cruzada, o pólen foi extraído de uma planta com sementes amarelas e colocado em planta uma com sementes verdes. Os primeiros descentes foram denominados de geração de filhos primária (F1), que em seguida foram autofecundadas originando a geração de filhos secundária (F2). Mendel analisou algumas características da geração parental (P) de todos os descendentes: • Cor da semente; • Textura da semente; • Cor da casca da semente; • Forma da vagem; • Cor da vagem; • Posição das flores; • Altura das flores; Esses experimentos consolidaram as Leis de Mendel, que na maioria das vezes são classificadas em duas: Lei da Segregação dos Fatores e Lei da Segregação Independente dos Genes. Primeira lei: Lei da Segregação dos Fatores ou Moibridismo Tal lei afirma que cada característica do indivíduo é determinada por dois fatores (genes), que se separam na formação dos gametas e após a fecundação o fator de um indivíduo se une a de outro. Consequentemente é estabelecida uma relação de dominância, que faz com que uma das características seja expressa. Essa lei possui o seguinte enunciado: “Cada caráter é determinado por um par de fatores que se separam na formação dos gametas, indo um fator do par para cada gameta, que é, portanto, puro”. Mendel fez essa dedução após constatar que as ervilhas mesmo híbridas - originárias da fecundação de duas linhagens diferentes -, a geração F1 era formada somente por ervilhas de sementes amarelas. Assim como, a geração F2 era constituída por sementes amarelas (75%) e de sementes verdes (25%). Resumidamente, as ervilhas da geração F1 amarelas carregavam o fator A, que se manifestou, sendo nomeado de dominante. Enquanto o fator b, que não se manifestou na F1, foi denominado de recessivo. Segunda lei: Lei da Segregação Independente dos Genes ou Diibridismo Na segunda lei, Mendel também realizou o cruzamento de ervilhas de linhagens puras: sementes amarelas e lisas (fator dominante) com sementes verdes e rugosas (fator recessivo). Como ele esperava, a geração F1 foi composta por sementes amarelas e lisas. Em seguida, as ervilhas da F1 foram autofecundadas e descobriu- se na F2 diferentes fenótipos: • 9 sementes amarelas e lisas; • 3 sementes verdes e lisas; • 3 sementes amarelas e rugosas; • 1 semente verde e rugosa. Essa lei possui o seguinte enunciado: “As diferenças de uma característica são herdadas independentemente das diferenças em outras características”. Mendel concluiu que os fatores de características diferentes eram segregados de modo independente, dando origem aos indivíduos de características não relacionadas. Ou seja, uma semente amarela não será necessariamente lisa, bem como a verde não será necessariamente rugosa.
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