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CURSO DE PSICOLOGIA – 7º SEMESTRE CARLOS EDUARDO DOS SANTOS- RA 28267588 ESTEFFANY SILVA COELHO- RA 28270553 KAROLINE CRISTINA DINIZ DE JESUS- RA 28294614 NATALIA DE SOUSA VALENCIANO- RA 28176071 TAMIRES DOS SANTOS DE S. NUNES- RA 28286622 PSICOTERAPIA HUMANISTA FENOMENOLÓGICA- EXISTENCIAL GUARULHOS 2021 Resenha Caso Glória - Gestalt Terapia Na abordagem Gestalt Terapia observa-se a importância do papel do paciente em terapia, tomando um papel mais ativo em sua própria análise. A relação terapêutica de Perls e a paciente Glória na Gestalt-terapia. Ele explica-nos sobre a criação interna, conscientização, tempo presente, realidade igual, o eu tu e o aqui agora. O objetivo é recuperar o potencial do paciente, entregar as polaridades conflitantes, maturação e a técnica de não explicar as coisas ao paciente e sim provê-lo da oportunidade de se entender descobrindo por si só, manipulando e frustrando o paciente foi o quê Perls fez na terapia com Glória. A relação terapeuta-paciente no caso Glória se dá através do cuidado terapêutico prestado por Perls, da forma como escolhe conduzir sua sessão com a cliente, sendo o cuidado o motivo-remo da prática psicoterápica. Este cuidado é percebido através de características como, a transparência exigida de Perls para com Glória, que demonstra dificuldade em expor suas reais motivações tratadas nesse setting. Por diversos momentos ele a incita, meticulosamente, a tomar a liberdade de dizer o que pensa nas situações em que ela sente-se desprotegida ou abandonada de alguma forma. Outras técnicas utilizadas nesse processo foram incluir o paciente no processo de auto compreensão das suas atitudes para com o ambiente externo/pessoas e também a análise do mesmo quanto a fala do corpo diante dessas situações específicas. Notou-se demasiado nervosismo por parte de Glória desde o início do atendimento, e o objetivo de Perls mediante a isso era “desarmá-la” conforme ela iria compreendendo suas reais motivações para agir de determinada forma. Ele também traz a tona, no início do vídeo, a importância de conduzir os assuntos tratados durante a terapia, no momento presente, sendo esse o ponto-focal da Gestalt. Não no passado, muito menos no futuro, ele enfatiza a possibilidade de lidar com atributos emocionais através da focalização do hoje, na vida do paciente. Através desses tópicos, Perls busca auxiliar Glória a lidar com suas criações internas, que interferem na performance genuína de sua subjetividade. Mostrando-a como o aqui-agora pode cooperar para um posicionamento mais ativo e responsável por sua história pessoal, e a desafia a deixar a postura vitimista com a qual vinha apossando-se desde então. Ele vê essa fuga temporal do agora, como uma resistência por parte do cliente, que precisa ser derrubada no decorrer do tratamento. Acredita que somente assim, o mesmo poderá alcançar autenticidade e abandonar a figura insegura, que o impede de lidar com seus conflitos internos, sempre que recorrentes, alcançando o processo que ele chama de maturação. É uma técnica desafiadora, que exige muito cuidado e também a participação ativa do cliente no seu desenvolvimento. Ele demonstra isso por meio da tentativa de incitar Glória a sair de seu “canto” de proteção, abandonando a fantasia do medo fictício que ela tenta fazê-lo acreditar ao falar sobre seu histórico com o pai, ou figuras de contemplação e importância para ela. Ele mostra que na verdade, essa postura era tomada para que ela convencesse a si mesma de que estava no controle da situação, quando intimidada por figuras “superiores”. Com o passar do tempo, esse comportamento gerou nela um bloqueio que dificultava o encontro real com outras pessoas, onde, por diversas vezes, Glória adotava uma conduta extremamente agradável, como objeto de fuga da rejeição dos outros e de si mesma. Perls mostra o tempo todo para ela a capacidade que a mesma tem de revidar quando é atacada. O terapeuta propõe diversas vezes troca de papéis e refere-se a paciente como se tivesse ali durante a psicoterapia representando diversos papéis: o da criancinha medrosa e ao mesmo tempo da mulher brava de 30 anos, ou até mesmo o papel da terapeuta “boazinha”. Assim, ele vai trabalhando na experiência única da pessoa e na forma como ela percebe a si mesma e o mundo, sendo encorajada a experimentar situações atuais, por meio da reencenação. Deste modo, o terapeuta confronta as totalidades de Glória e ela se irrita e diz ter medo dele, talvez por não sentir-se no controle da situação. Mas conforme ela tentava responder as questões feitas pelo terapeuta, estava tentando entender o comportamento dele também acreditando ou estando no controle da situação. Houve também a troca de papéis proposta pelo próprio terapeuta, servindo para compreensão da das formas que veem e criam, como a informação é passada por meio delas. O cenário numa perspectiva do aqui-agora pode nos parecer um ruim a primeiro momento, com um seetting não positivo diante das palavras, dos cigarros e posturas mantidas entre os dois. As palavras são ásperas, um conflito ou uma ação desconfortável, contudo a abordagem é eficaz. Não é humanista como a de Rogers, mas têm resultados favoráveis, a Gestalt revela a pessoa que está escondida no faz- de-conta. Com isso, a paciente é “forçada” pelo terapeuta mostrar-se, abandonou seu medo, falou que sentia, o que achava, o que pensava, o terapeuta fez ela refletir sobre si mesma, o que ela desejava naquele momento. Glória, nesse processo, entra em contato com seus próprios pensamentos e sentimentos por conta própria, após o terapeuta Fristz Perls instigar essa ação. Dentro desta visão, é preciso saber lidar com as emoções alheias porque existe um grande grau de exposição pela parte do paciente por ter criado um ambiente seguro para compartilhamento dos seus sentimentos mais profundos. Neste momento percebemos a grande empatia do autor ao saber lidar com as emoções de Glória, sabendo exatamente até onde ele pode conflitá-la. A técnica da Gestalt-Terapia, usada no documentário com Glória, não é explicada para a paciente, mas Perls ofereceu a ela a oportunidade de descobrir e entender a si mesma, para isso ele a confronta em alguns momentos para que assim, ela possa descobrir alguns gatilhos que possui. Um exemplo deste confronto se dá no início da sessão, onde a paciente diz estar nervosa. Ele pergunta como ela pode estar nervosa se está sorrindo; ela então diz que sempre que está nervosa ou com medo, sorri e brinca para aliviar a sua tensão da situação. Neste momento podemos ver umas das crenças centrais de Perls, onde o terapeuta será um frustrador em todo e qualquer pensamento e comportamento não condizente com a realidade (presente). Ele possui a clareza para identificar os limites quando percebe que Glória está ficando mais emotiva do que é necessário para conduzir a sessão. Perls entra em contato novamente com o assunto da empatia, mostrando que mesmo sendo aparentemente indelicado, ele sabe até onde a pode pressionar. Ao ser chamada de falsa, Gloria evidencia um sentimento de raiva e acredita que o terapeuta esta lhe faltando com respeito e questiona o papel do mesmo onde ela propõe que deveria ser cuidada pelo psicoterapeuta, e que além de existir essa falta da parte do mesmo, ele aparenta não se preocupar com ela. A princípio, a paciente chega ao consultório fantasiando que deve ser cuidada de forma que o terapeuta seria a pessoa que tiraria Gloria do “canto”, posteriormente, Gloria expõe que gostaria de humilha-lo devido ao fato do terapeuta não colocar-se neste papel, a qual ela acreditava que ele deveria estar naquele momento, ela então não reconhece o cuidado real do terapeuta para consigo. Durante todo o atendimento,Glória fica sempre na defensiva, utilizando o tempo todo mecanismos para se proteger. É como se a paciente estivesse usando uma “máscara” que encobria algo mais profundo, uma falsidade. Perls tem um foco no aqui e agora, a Gestalt Terapia não procura razões e motivos no passado do cliente, acreditam que uma versão atualizada das vivências de um indivíduo mostra-se no presente. A aliança terapêutica é bem diferente nesse tipo de atendimento, a resiliência do cliente, para suportar ser desmascarado a todo instante, é imprescindível. Caso não tenha essa flexibilidade, corre o risco da terapia acabar prematuramente por parte do cliente. Por outro lado, percebe- se que Perls encontra as incongruências muito rapidamente e atua sobre elas sem rodeios, apesar de ser um tanto “bruto” com sua forma de clinicar, é perceptível a velocidade com que conseguem trabalhar questões que talvez demorassem muitas sessões em outras abordagens. Isso faz desta abordagem muito mais efetiva na visibilidade de seus resultados.
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