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A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA EM MEGAEVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
SEGURANÇA, PLANEJAMENTO E RESPOSTA DE EMERGENCIA EM 
EVENTOS DE GRANDE PORTE 
 
 
 
 
RENATO PEDROSO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA 
EM MEGAEVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018
 
 
RENATO PEDROSO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA 
EM MEGAEVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa 
como exigência parcial à obtenção do título de 
Especialista em Segurança, Planejamento e 
Resposta de Emergência em Eventos de Grande 
Porte. 
 
 Nome do Orientador: Marco Aurélio Nunes Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018 
 
 
RENATO PEDROSO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA 
EM MEGAEVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa 
como exigência parcial à obtenção do título de 
Especialista em Segurança, Planejamento e 
Resposta de Emergência em Eventos de Grande 
Porte. 
 
 Nome do Orientador: Marco Aurélio Nunes Rocha 
 
 
 
 
 
Aprovado pelos membros da banca examinadora em 
___/___/___, com menção ___ (_____________) 
 
 
Banca Examinadora 
 
__________________________ 
__________________________ 
 
 
 
 
São Paulo 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a DEUS, fonte de 
sabedoria e inteligência, e à minha 
família, fonte de persistência, 
dedicação, força de vontade e amor. 
Para minha esposa Andressa, pessoa 
com a qual pretendo passar todos os 
dias restantes da minha vida, e que 
vejo como símbolo de persistência e 
modelo de mulher batalhadora. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao Eng.º Marcelo Gandra Falcone, diretor de SMUL/SEGUR/DRL, colega de 
curso e, acima de tudo, um grande amigo e mestre, pela constante paciência e 
estímulo transmitido durante todo o trabalho. 
Aos amigos e colegas de trabalho, nos quais inspiraram-me a realizar essa 
especialização. 
À Extratech Engenharia, na pessoa do Engº José Eduardo do Nascimento, 
pela amizade e pela enorme colaboração. 
A todos que colaboraram, direta ou indiretamente, na realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Liderança não é apenas conduzir pessoas, 
é criar caminhos para elas passarem em 
segurança.” 
Rafael Zimichut. 
 
 
RESUMO 
 
 
O que se desejou demonstrar nesse trabalho foi a importância que se faz o 
Planejamento de Segurança no processo de realização de megaeventos na cidade 
de São Paulo. Pretendeu-se informar os principais desafios que os profissionais da 
área de segurança encontram ao realizar os planejamentos e procedimentos de 
vigilância e resposta de emergência nos locais de realização destes eventos, sendo 
eles esportivos, culturais ou de cunho financeiro. O presente trabalho aponta os 
princípios que devem ser verificados ao planejamento a ser montado para os 
eventos, sendo um trabalho conjunto entre os órgãos públicos e os responsáveis 
pela realização dos eventos, bem como da dificuldade de implantar técnicas que 
permitam a preservação do bem-estar físico e social do público que frequenta os 
espetáculos e o ambiente em que se situam. Essa tese apresenta um exemplo de 
aplicação de um plano de segurança em um megaevento na cidade de São Paulo, 
de ações que podem ser introduzidas para evitar acidentes e danos, concebendo um 
evento seguro e saudável aos participantes bem como para toda a sociedade 
paulistana. 
 
Palavras-chave: Planejamento de Segurança. Megaeventos. Segurança contra 
Incêndio e Pânico. Cidade de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
What was wanted to demonstrate in this work was the importance that is made the 
Security Planning in the process of accomplishment of mega-events in the city of São 
Paulo. It was intended to inform the main challenges that safety professionals 
encounter when carrying out the planning and procedures of surveillance and 
emergency response in the places where these events are carried out, whether they 
are sporting, cultural or financial. The present work indicates the principles that must 
be verified to the planning to be set up for the events, being a joint work between the 
public agencies and those responsible for the accomplishment of the events, as well 
as the difficulty of implanting techniques that allow the preservation of the well-being 
physical and social well-being of the public that attends the shows and the 
environment in which they are located. This thesis presents an example of the 
application of a security plan in a mega event in the city of São Paulo, actions that 
can be introduced to avoid accidents and damages, creating a safe and healthy 
event for participants as well as for the whole of São Paulo society. 
 
Keywords: Security Planning. Mega events. Fire and Panic Safety. Sao Paulo City. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1. Jogos Olímpicos de 1896 – Atenas (GRE) ..................................................... 5 
Figura 2. Reportagem sobre o show do Queen, no Estádio do Morumbi ........................... 5 
Figura 3. Desfile das Escolas de Samba – Sambódromo do Anhembi .......................... 6 
Figura 4. Réveillon na Paulista 2018 ............................................................................ 7 
Figura 5. Terrorista no Atentado de Munique (1976) ................................................. 9 
Figura 6. Modelo de Planilha de Planejamento Operacional de Segurança ................. 16 
Figura 7. Estádio do Morumbi e arredores pelo Google Maps ................................... 17 
Figura 8. Utilização de gradis em eventos ................................................................. 18 
Figura 9. Rotas de fuga em locais abertos ................................................................. 19 
Figura 10. Credencial de serviço para a Fórmula 1 2017 ............................................ 20 
Figura 11. Catracas de acesso ..................................................................................... 22 
Figura 12. Infógrafo de como se forma o pânico em multidões ................................. 23 
Figura 13. Incêndio durante casamento no Kuwait .................................................... 25 
Figura 14. Brigadista no local de evento ..................................................................... 26 
Figura 15. Modelo de Briefing ................................................................................... 29 
Figura 16. Faixa de aviso de evento na região .......................................................... 30 
Figura 17. Jovens acampados para show ................................................................... 31 
Figura 18. Revista da Policia Militar em evento ......................................................... 32 
Figura 19. Modelo de Centro de Comando ................................................................. 35 
Figura 20. Vistoria do Corpo de Bombeiros em montagens de evento .......................... 36 
Figura 21. Bases móveis da Policia Militar em megaeventos ...................................... 37 
Figura 22. Base móvel da DEATUR ........................................................................... 38 
Figura 23. GCM no combate ao comércio ambulante em evento ................................ 39 
Figura 24. Monitoramento de via pela CET para evento ............................................ 40 
Figura 25. Avenida Paulista ........................................................................................ 42 
Figura 26. Montagem do Palco na Avenida Paulista ..................................................43 
Figura 27. Diagrama do Comando de Segurança para o evento ............................... 45 
Figura 28. Mapa de localização de serviços e acessos .............................................. 47 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
ABEOC Associação Brasileira de Empresas Organizadoras de Eventos 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros 
CET Companhia de Engenharia de Tráfego 
CNH Carteira Nacional de Habilitação 
CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos 
DEATUR Divisão Especializada de Atendimento ao Turista 
DECADE Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas 
DLR Divisão de Local de Reunião 
FAR Ficha de Avaliação de Risco 
GCM Guarda Civil Metropolitana 
GPAE Grupo de Planejamento e Ações Estratégicas para Eventos e 
Eventos em Massa 
ISO International Organization for Standardization 
LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e 
Transgêneros. 
MASP Museu de Arte de São Paulo 
METRO Companhia do Metropolitano de São Paulo 
NBR Norma Técnica Brasileira 
RG Registro Geral 
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SCI Sistema de Controle de Incidentes 
SEGUR Controladoria de Atividade Especial e Segurança do Uso 
SEHAB Secretaria Municipal de Habitação 
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
SMUL Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento 
SSP Secretaria de Segurança Pública 
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
VIP Very Important Person 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 1 
 
REFERENCIAL TEORICO .......................................................................................................................... 3 
1. DEFINIÇÃO DE EVENTO................................................................................................................................... 3 
2. SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTE (SCI) ........................................................................... 8 
3. LEGISLAÇÕES ....................................................................................................................................................... 10 
 
1. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA .................................................................................................. 12 
1.1. DEFINIÇÃO DE AMEAÇA E RISCO .................................................................................................. 12 
1.2. TIPOLOGIA E IDENTIFICAÇÃO DO RISCO .............................................................................. 14 
1.3. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO EVENTO ....................................................................................... 16 
1.4. EVENTOS AO AR LIVRE E EM LOCAIS FECHADOS ....................................................... 17 
1.5. ROTAS DE FUGA ............................................................................................................................................ 18 
1.6. CONTROLE DE ACESSO ......................................................................................................................... 19 
1.6.1. Identificação .................................................................................................................................................. 19 
1.6.2. Autenticação ................................................................................................................................................. 20 
1.6.3. Autorização .................................................................................................................................................... 21 
1.6.4. Controle de acesso ................................................................................................................................. 21 
1.7. MÉTODOS DE CONTROLE DE MULTIDÃO .............................................................................. 22 
1.8. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO .................................................................................................. 24 
1.9. BRIGADA CONTRA INCÊNDIO ............................................................................................................ 25 
 
2. ELABORAÇÃO DE PLANO DE SEGURANÇA ....................................................... 27 
2.1. ETAPAS DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS .......................... 27 
2.1.1. Concepção ....................................................................................................................................................... 27 
2.1.2. Pré-evento ........................................................................................................................................................ 30 
2.1.3 Realização do evento ............................................................................................................................ 31 
 
 
2.1.4 Pós-evento ...................................................................................................................................................... 33 
2.2. ÓRGÃOS PÚBLICOS .................................................................................................................................... 34 
2.2.1. Corpo de Bombeiros .............................................................................................................................. 35 
2.2.2. Polícia Militar ................................................................................................................................................ 36 
2.2.3. Polícia Civil ..................................................................................................................................................... 38 
2.2.4. Guarda Civil Metropolitana .............................................................................................................. 38 
2.2.5. Companhia de Engenharia de Tráfego ................................................................................... 39 
2.2.6. Prefeitura de São Paulo ....................................................................................................................... 40 
2.2.7. Outros órgãos .............................................................................................................................................. 41 
 
3. APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA EM MEGA 
EVENTO ......................................................................................................................................................................... 42 
3.1. CONCEPÇÃO DO EVENTO ............................................................................................................... 42 
3.2. ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO DE SEGURANÇA ................................................ 43 
3.3. APRESENTAÇÃO DO EVENTO AOS ÓRGÃOS ............................................................... 44 
3.4. PLANO DE ATENDIMENTO MÉDICO ........................................................................................ 44 
3.5. CENTRAL DE COMANDO E POLICIAMENTO .................................................................... 45 
3.6. EXPEDIÇÃO DAS AUTORIZAÇÕES PARA O EVENTO ............................................. 46 
3.7. MAPA DE LOCALIZAÇÃO E SERVIÇOS ............................................................................... 46 
 
CONCLUSÕES ...................................................................................................................................................... 48 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 51 
 
ANEXOS ........................................................................................................................................................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
INTRODUÇÃO 
 
Tendo em vista à enorme quantidade de megaeventos que são realizados 
anualmente na cidade de São Paulo, torna-se extremamente necessário que para 
esses eventos sejam criados um delineamento especial na segurança. Essa 
importância recai tanto aos espectadores como dos autores do espetáculo, onde 
diversos órgãos estejam envolvidos nestes processos. Há no meio técnico, 
principalmente no campo da segurança pública, poucos assuntos de interesse 
mútuo para que sejam solucionados em discussões e estudos. 
A escolha do tema desse trabalho é justificada pela necessidade de se 
mostrar o projeto realizado na gerência de crises em um megaevento de grande 
porte na capital paulista. A importância de se demonstrar esse tema consiste em 
divulgar o trabalho realizado em São Paulo no que tange a obtenção de evento 
seguro e eficiente, tendo em vista ao aumento do número dessas 
eventualidades desse porte. Com isso, os eventos acabam atraindo cada vez mais 
pessoas de diversos segmentos econômicos e culturais, fazendo que a cidade se 
torne um roteiro extremamente importante, tanto no Brasil como no mundo. 
Para a realização desses eventos na cidade de São Paulo, diversos 
órgãos estão sempre em amplo contato, com o objetivo de criar 
esquemas de contingência para promover um evento com total segurança, 
tanto para as pessoas que vão participar como para as que promovem, como 
o patrimônio público e dos moradores das redondezas que acercam o local. 
Com a observação desse assunto, serão identificadas as principais categorias 
de megaeventos de grande porte com suas respectivas características, bem como 
os locais mais relevantes de realização desses eventos. A seguir, serão observados 
os principais pontos que são considerados ao projetar um sistema de controle de 
incidentes eficiente. Serão demonstradas as responsabilidades das partes 
envolvidas na criação, na aplicação bem como os desafios encontrados pelos 
profissionais da Segurança Pública na gerência dessas concepções. Por fim será 
demonstrado um evento previamente escolhido como exemplo de aplicação de um 
plano de segurança que pode ser desenvolvido nesse ambiente. 
Além desta introdução, a estrutura deste trabalho consiste em um referencial 
teórico e três mais capítulos. No capítulo inicial é descrito os princípios de segurança 
que devem ser observados em um evento, com uma breve definição das 
2 
 
 
características de cada princípio. O capítulo 2 demonstra os tópicos para a 
elaboração de um plano de segurança, relaciona os órgãos públicos que compõem o 
planejamento de um SCI e suas respectivas funções em um megaevento. No 
capítulo 3 é demonstrado como foi montado o plano de segurança para o evento 
Réveillon na Paulista 2018, previamente escolhido com o objetivo de se ter noção de 
como funciona um SCI na prática, seus desafios e resultados obtidos. Para finalizar, 
a conclusão das ideias e as principais recomendações deste trabalho. 
Em relação à metodologia a ser utilizada, a pesquisa foi elaborada pelo 
caráter exploratório, com o objetivo de levantar informações necessárias para se 
familiarizar com a temática em estudo. Gil (2002) descreve que as pesquisas 
exploratórias normalmente são desenvolvidas através de consultas bibliográficas e 
estudos de casos, que permite ao investigador se familiarizarem com o problema em 
estudo, além de permitir buscas de materiais já publicados. Desta forma, para 
fundamentar e embasar teoricamente a presente pesquisa utilizar-se-á de uma 
revisão bibliográfica, buscando autores que estudaram temas direcionado ao tema 
central deste trabalho. 
O evento Réveillon na Paulista 2018 foi escolhido para ser exemplo 
desta discussão de forma empírica e aleatória. Não foram utilizados critérios básicos 
para caracterizar essas escolhas, exceto no que diz a respeito por se tratar de 
megaevento, que é o objetivo no tópico do tema do trabalho. 
Para a construção deste trabalho, foram coletados fotografias e registros em 
banco de dados, com funcionários responsáveis pela gerência de órgãos públicos 
como a Prefeitura do Município de São Paulo e da empresa responsável pelo 
licenciamento do evento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Este referencial teórico apresenta 03 divisões. A primeira trata da definição e 
classificação dos eventos, através de suas características de público, objetivo, 
tamanho do evento, entre outros. Na sequência, apresentam a descrição geral de 
um Sistema de Comando de Incidentes (SCI), suas legislações pertinentes de 
aplicação na cidade de São Paulo bem como a criação do SICOE no Estado de São 
Paulo. 
Na literatura acadêmica, poucos trabalham tratam especificamente aqui o 
assunto abordado nesse trabalho. Há trabalhos acadêmicos que tratam assuntos 
específicos, abordados como tópicos do assunto principal deste trabalho. 
No que se refere a eventos, os trabalhos encontrados na literatura citam, 
principalmente, a importância desses acontecimentos para o turismo e hotelaria da 
localidade na qual se realiza o evento, bem como de questões econômicas. Neste 
sentido, podemos citar os trabalhos realizados por IGNARRA (2007) e DOMINGUES 
(2007). 
No que se diz a respeito de controle de incidentes, há alguns trabalhos como, 
por exemplo, MARTINS (2013) sobre a decisão policial em grandes eventos 
esportivos e de SANTOS (2014), que trata sobre Policiamento em grandes eventos 
de cariz político, ambos de Portugal. No Brasil, devido aos megaeventos ocorridos 
no país nos últimos anos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos no 
Rio de Janeiro em 2016, diversas obras, mesmos tendo como objetivo, outros 
assuntos ligados a organização, tratam de requisitos relativos a sistema de controle 
de incidentes como o Planejamento Estratégico de Segurança para a Copa do 
Mundo FIFA Brasil 2014 (BRASIL, 2012), por exemplo. 
 
 
1. DEFINIÇÃO DE EVENTO 
 
Como ser social, o homem busca incessantemente formas de interação entre 
seus pares. Dentre os instrumentos mais efetivos para atingir esta sociabilidade está 
os eventos, por ser uma ação diferenciada, adaptável, itinerante, relativamente 
econômica e impactante (SANTOS, 2015). 
4 
 
 
Ainda, segundo Melo Neto (2004): 
 
É através dos eventos que o homem moderno aprende e reaprende a ter 
emoções, desenvolve o seu senso crítico, aprimora suas visões, preza a 
liberdade e adquire maior sensibilidade. Dessa forma, aprimora a sua vida 
emotiva e social, transpondo as fronteiras estreitas das emoções do 
erotismo, da sensualidade e das aventuras amorosas, além dos transes 
religiosos. 
 
Por fim, Santos (2015) relata que os eventos vêm se tornando cada vez mais 
essenciais à sociedade, quanto a questões econômicas como também culturais, 
esportivas e sociais, sendo que ano a ano eles crescem em número, proporções e 
grau de sofisticação. 
A palavra evento tem origem do latim “eventu”, onde seu significado principal 
é acontecimento. Portanto, podemos definir evento como um acontecimento 
especial, tanto na vida social como em outros âmbitos, cujo objetivo é de reunir 
pessoas para diversas finalidades como festas culturais, feiras de negócios, 
competições esportivas, etc. Ainda, segundo o SENAC (2000), evento pode ser 
definido como qualquer acontecimento que foge à rotina, programado com o intuito 
de coligir um grupo de pessoas. 
Os Jogos Olímpicos da Antiguidade, realizados pela primeira vez em 776 
a.C., na Grécia são os primeiros grandes eventos na qual se tem notícia, com 
objetivos religiosos e esportivos. Face ao sucesso, com o tempo outras cidades 
gregas foram realizando seus jogos, disputados de quatro em quatro anos. Com o 
fim dos jogos decretado pelo imperador cristão Teodósio I em 393, o evento foi 
novamente idealizado em 1896, ano que marcou a primeira versão dos Jogos 
Olímpicos da Era Moderna, em Atenas (Figura 1). 
 
5Figura 1. Jogos Olímpicos de 1896 – Atenas (GRE) 
Fonte: http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/especial-jogos-olimpicos-era-moderna-
atenas.shtml 
 
No Brasil, ainda no período imperial, em 1840 no Rio de Janeiro foi realizado 
o que se considera o primeiro grande evento idealizado no país, o Baile de 
Máscaras de Carnaval, com a presença de pessoas influentes da sociedade da 
época. 
Na cidade de São Paulo, por ser a maior metrópole do país nos dias de hoje, 
ao longo de sua história recebeu diversos megaeventos, desde shows musicais da 
banda Queen em 1981 (Figura 2), com público de 110.000 pessoas, e do grupo 
Menudo em 1985, para 150 000 pessoas, ambos realizados no estádio do Morumbi, 
até eventos culturais e sociais importantes como a Semana de Arte Moderna, em 
1922, no Teatro Municipal, e o comício das Diretas Já, em 1985, na Praça da Sé. 
 
 
Figura 2. Reportagem sobre o show do Queen, no Estádio do Morumbi 
Fonte: http://brasil.estadao.com.br/blogs/edmundo-leite/queen-11-e-18011985/ 
 
Ao longo dos tempos, São Paulo foi recebendo cada vez mais eventos, 
principalmente corporativos, onde se viu a necessidade de criar espaços para 
6 
 
 
abrigá-los. Na cidade, destacam-se como lugares para a realização de megaeventos 
os estádios de futebol do Pacaembu, do Morumbi, a Arena Allianz Parque (antigo 
estádio Palestra Itália), a Arena Corinthians (que inclusive sediou jogos da Copa do 
Mundo de 2014), os logradouros públicos como a Avenida Paulista e o Vale do 
Anhangabaú, o Autódromo de Interlagos e o Sambódromo do Anhembi. 
 
 
Figura 3. Desfile das Escolas de Samba – Sambódromo do Anhembi 
Fonte: https://www.baressp.com.br/fornecedores/associacoes/anhembi-sambodromo- 
 
A cidade de São Paulo é considerada a capital sul-americana das feiras de 
negócios e eventos culturais. Ao todo, cerca de 90 mil eventos por ano são 
realizados, que geram uma média de um evento a cada 6 minutos (SÃO PAULO 
OUTLOOK, 2013). Os eventos, em geral, que geram na cidade um impacto 
econômico de R$ 16,3 bilhões ao ano entre investimentos realizados pelos 
promotores até recursos gerados pelos eventos como, por exemplo, nos setores de 
hospedagem (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS ORGANIZADORAS DE 
EVENTOS, 2003). 
Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Urbanismo e 
Licenciamento, responsável pelo licenciamento de eventos na cidade de São Paulo, 
no ano de 2017 foram licenciados cerca de 350 megaeventos, dentre os mais 
diversos tipos como festivais e shows de música, de cunho religioso e esportivo. 
Dentre os megaeventos realizados e licenciados, destaca-se a Marcha para 
Jesus, de cunho religioso, com público estimado de 1,5 milhões de pessoas, o 
Festival de música Lollapalooza, com presença estimada de 100.000 pessoas por 
dia e o tradicional Réveillon na Paulista, com 1,7 milhões de pessoas. 
 
7 
 
 
 
Figura 4. Réveillon na Paulista 2018 
Fonte: https://www.festicket.com/pt/festivals/lollapalooza-brasil/2017/ 
 
No que se diz a respeito de classificação de um evento, SENAC (2000) 
classifica os eventos de acordo com os seguintes critérios: 
 
I. Porte do evento 
 Pequeno – Evento com número de até 200 participantes. 
 Médio – Evento com número de participantes estimado entre 200 e 500. 
 Grande – Evento com 500 participantes até 5.000. 
 Macro ou Megaevento – Evento acima de 5.000 participantes. 
 
II. Data de Realização do evento 
 Fixa – Evento com data de realização invariável, de acordo com as 
comemorações cívicas, religiosas e outras. Realiza-se, anualmente, no 
mesmo dia, com periodicidade determinada. 
 Móvel – Evento que sempre se realiza, porém, em data variável, segundo o 
calendário ou os interesses da organização promotora. 
 Esporádica – Evento de realização temporária, que acontece em função de 
fatos extraordinários, porém, previstos e programados. 
 
III. Perfil dos participantes do evento 
 Geral – Evento organizado para uma clientela em aberto, limitada apenas em 
função da capacidade do local de realização. 
 Dirigido – Evento restrito a público que possui afinidades com o tema. De 
modo geral se subdivide em grupos de interesses diversificados. 
8 
 
 
 Específico – Evento realizado para público notoriamente definido pela 
identidade de interesse pelo assunto. 
 
IV. Objetivos do evento 
 Científico e Cultural – O objetivo poderá ser educacional, político, artístico ou 
esportivo. 
 Caráter Comercial – O objetivo é, basicamente, comercialização de um ou 
mais produtos. 
 Social – O objetivo poderá ser beneficente, congregação e integração. 
 
 
2. SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES (SCI) 
 
Os megaeventos são acontecimentos que se revestem de grande 
complexidade. Se, por um lado, são acontecimentos planeados, por outro, as suas 
características, aliadas aos cenários em que ocorrem podem desencadear a 
ocorrência de situações complexas que exigem respostas imediatas. Nestes eventos 
podem ocorrer alterações da ordem, para as quais um Sistema de Controle de 
Incidentes deve estar preparado para dar uma resposta imediata, tomando decisões 
em cenários reais, complexos e com limitações de tempo. Nestes cenários, uma 
intervenção desajustada pode desencadear uma espiral de consequências de níveis 
muito elevados e em diversos cenários relacionadas à segurança das pessoas 
presentes ao evento e nas localidades próximas, ao patrimônio particular e público e 
perdas financeiras. 
Como exemplo de incidente em megaeventos que desencadeou em uma 
tragédia, podemos o citar o ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos de 1976 
em Berlim (na Antiga Alemanha Ocidental) onde terroristas invadiram as instalações 
dos atletas israelenses. Em uma operação considerada como desastrada, onde ficou 
claro, à época, que não havia um plano de controle de incidentes e que a 
organização dos jogos não estava devidamente preparada para lidar com situações 
como esta, levando a morte de 11 reféns, bem como 01 policial e 05 terroristas, em 
uma troca de tiros no aeroporto. Após esse episódio, a Alemanha passou a ser uma 
das mais eficientes do mundo, nessa área. 
 
9 
 
 
 
Figura 5. Terrorista no Atentado de Munique (1976) 
Fonte: http://www.museudeimagens.com.br/massacre-de-munique/ 
 
O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) ou Incident Command System 
(ICS) foi desenvolvido na década de 70, na Califórnia (EUA), em aplicação a uma 
série de incêndios florestais que destruíram o Sudoeste daquele estado americano. 
Naquela ocasião, as autoridades de municípios, de condados e do próprio governo 
estadual colaboraram para formar o Firefighting Resources of California Organized 
for Potential Emergencies (FIRESCOPE). 
O FIRESCOPE identificou inúmeros problemas comuns às respostas a 
sinistros envolvendo múltiplos órgãos e jurisdições, tais como: 
I. Falta de uma estrutura de comando clara, definida e adaptável às situações; 
Dificuldade em estabelecer prioridades e objetivos comuns; 
II. Falta de uma terminologia comum entre os órgãos envolvidos; 
III. Falta de integração e padronização das comunicações; 
IV. Falta de planos e ordens consolidados. 
Os esforços para resolver essas dificuldades resultaram no desenvolvimento 
do modelo original do SCI para gerenciamento de incidentes. O SCI, originalmente 
foi desenvolvido para combater os incêndios florestais, evoluindo posteriormente 
para um sistema aplicável a qualquer tipo de emergência. Muito do sucesso do SCI 
é resultado da aplicação direta de uma estrutura organizacional comum e princípios 
de gerenciamento padronizados. 
Portanto, o objetivo principal de um SCI é ser um modelo de gerenciamento 
desenvolvido para comando, controle e coordenação em resposta a uma 
emergência, tendo como objetivo a estabilização do incidente e a proteção da vida, 
da propriedade e do meio ambiente. 
10 
 
 
3. LEGISLAÇÕES 
 
Para se falar em sociedade é necessário ter o mínimoconhecimento de 
códigos que regulam e norteia a vida dos indivíduos pertencentes àquele grupo 
social, chamado de sociedade (SANTOS, 2015). 
Para o trabalho proposto, a principal consulta dedicada ao assunto tratado e 
seus tópicos foram em legislações específicas que regulamentam ou tratam sobre 
assuntos relativos à criação de Sistema de Controle de Incidentes cada área, em 
especial as normas. A normalização é uma atividade que existe desde o início da 
humanidade e foi um dos meios fundamentais para a evolução da sociedade. 
A Lei Estadual nº 616, de 17 de dezembro de 1974, que dispõe sobre a 
organização básica da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atribui ao Corpo de 
Bombeiros, além de outras atividades, a coordenação das atividades de resposta às 
emergências, peculiares ao serviço de bombeiros, em todo território estadual (SÃO 
PAULO, 1974). Destaca-se o descrito no art. 39: 
 
Art. 39 - O Comando do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar é o órgão 
responsável perante o Comando Geral, pelo planejamento, comando, 
execução, coordenação, fiscalização e controle de todas as atividades de 
prevenção, extinção de incêndios e de buscas e salvamentos, bem como 
das atividades técnicas a elas relacionadas no território estadual. 
 
Já o Decreto nº 58.931, de 04 de março de 2013, define as atribuições do 
Sistema de Resgate a Acidentados no Estado de São Paulo e confere ao Corpo de 
Bombeiros uma série de incumbências dentre elas a coordenação das emergências 
por meio de sistema de comando, conforme descrito no Artigo 6º (SÃO PAULO, 
2013): 
 
Art. 6º - Nos casos de desastres envolvendo múltiplas vítimas, o 
atendimento poderá ser realizado de forma integrada pelo Sistema de 
Resgate a Acidentados e serviços municipais e/ou privados de emergências 
médicas, ficando as operações de salvamento nas zonas de risco sob a 
incumbência do Corpo de Bombeiros, que estabelecerá o Sistema de 
Comando de Operações e Emergências - SiCOE para a coordenação das 
informações, recursos e adoção de decisões estratégicas. 
 
11 
 
 
O SICOE é um conceito padronizado de gerenciamento de operações e 
incidentes para emprego frente a qualquer tipo de risco ou cenário. A aplicação dos 
princípios e fundamentos do SICOE visa alcançar, em menor tempo possível, o 
equilíbrio entre as necessidades e os recursos disponibilizados para uma 
emergência. 
As vantagens da utilização do SICOE se resumem a: 
I. Favorecer uma coordenação entre várias agências de respostas e suas 
respectivas jurisdições, permitindo sua integração dentro de uma estrutura 
organizacional comum; 
II. Estabelecer um processo comum de planejamento e gerenciamento de 
recursos em operações ou incidente; 
III. Permitir a evolução de uma resposta reativa para uma resposta proativa no 
menor tempo possível. 
Portanto, no Estado de São Paulo, o SICOE tem os mesmos princípios e 
fundamentos que um SCI, podendo ser aplicados para qualquer tipo de evento, seja 
eles emergenciais ou não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA 
 
Para a elaboração de um plano de segurança para um megaevento, alguns 
princípios devem ser levados em conta como estabelecer os riscos, ameaças e 
vulnerabilidades que o evento possui, criar um mapa de localização do evento onde 
deve se diagnosticar as rotas de fuga, por exemplo, bem como criar um controle de 
acesso eficiente e confiável. Portanto, temos que definir cada um desses itens 
citados. 
 
 
1.1. DEFINIÇÃO DE AMEAÇA E RISCO 
 
O conceito de risco, segundo a norma NBR ISO 31000 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009) descreve que o conceito de risco 
consiste no efeito ou na incerteza nos objetivos esperados, ou seja, a ocorrência de 
um desvio no que seria esperado. O mesmo documento, afirma que o risco poderá 
assumir a forma de potenciais acontecimentos ou consequências, ou, ainda, a 
combinação dos dois. 
O risco pode, portanto, ser definido como o desconhecido, a incerteza ou a 
possibilidade de perda/dano. Apesar de nem todos os riscos serem negativos, é 
nestes que a atenção deverá ser direcionada, visto que são os riscos negativos que, 
no ponto de vista da segurança, são os que mais geraram impactos em um 
megaevento. 
Quando olhamos para o risco, devemos pensar em algumas variáveis, tais 
como: 
 O número de pessoas a serem afetadas no local do evento; 
 A extensão que o dano irá provocar na comunidade; 
 A probabilidade de ocorrência do dano; 
 A possibilidade de interrupção do evento; 
A norma NBR ISO 31000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2009), afirma que, na definição dos critérios de risco, interessa incluir os 
seguintes fatores: 
13 
 
 
I. A natureza e os tipos de causas e consequências que podem ocorrer e como 
serão medidas; 
II. Como a probabilidade será definida; 
III. O(s) cronograma(s) da probabilidade e / ou consequência (s); 
IV. Como o nível de risco deve ser determinado; 
V. As opiniões das partes interessadas; 
VI. O nível em que o risco se torna aceitável ou tolerável. 
Desta forma, torna-se necessário que se identifiquem todos os riscos que 
podem ocorrer num evento, classificando-os e categorizando-os segundo a 
probabilidade de acontecerem e o nível de impacto que poderão ter. Com esses 
dados em mãos, é possível iniciar o planejamento de segurança que deverá ser 
criado para o evento. 
Outras informações que podem ser determinantes para se definir um risco, e 
determinante no planejamento de segurança são: 
 Natureza do evento; 
 Tamanho do público e/ou lotação do espaço; 
 Infraestrutura de atendimento médico emergencial, bem como o acesso e 
distância aos hospitais; 
 Local do evento (mapa de localização), determinando o acesso do público, 
meios de transporte que podem ser utilizados, as rotas de fuga e de 
escoamento dessa população; 
 Período de realização do evento como duração, data, dia da semana, época 
do ano; 
 A previsão meteorológica para o local do evento. 
Nas vistorias a serem realizadas no local do evento (tanto pelos promotores 
do evento bem como dos responsáveis pela segurança), as vulnerabilidades devem 
ser descritas, e suas medidas para saná-las. Entretanto, nem toda vulnerabilidade 
pode ser sanada de “bate pronto”, o que pode levar a conclusão que um 
determinado evento pode ou não ser idealizado naquele local. 
Outros pontos importantes que devem ser levados em conta ao escolher um 
local para o evento são: 
 Local estritamente residencial ou não; 
 Proximidade a locais de pouso de aeronaves como aeroportos e helipontos, 
podendo ocasionar sanções pelos órgãos relativos a controle aéreo; 
14 
 
 
1.2. TIPOLOGIA E IDENTIFICAÇÃO DO RISCO 
 
Quanto à classificação e tipologia dos ricos para os eventos, Shone e Parry 
(2004) definem sete categorias de risco: 
I. Riscos para o staff – devido à organização confusa e práticas de saúde e 
segurança; 
II. Riscos criados pelo entusiasmo exacerbado transmitido através das 
campanhas de marketing do evento; 
III. Riscos em segurança em atividades de risco (uso de pirotecnia, esportes 
perigosos); 
IV. Riscos relativos ao catering; 
V. Riscos na gestão do público (densidade do público, características do público, 
capacidade dos recintos, saídas de emergência); 
VI. Riscos na segurança de eventos com grande número de participantes, VIP’s 
e com cobertura mediática que podem atrair ataques terroristas; 
VII. Riscos no transporte de materiais, montagens, desmontagens e acessos dos 
fornecedores. 
Apesar dos itens descritos acima, cabe também ao gestor responsável pela 
realização do evento estar preparado para que as situações de risco ocorram, não 
esquecendo que o local do evento, o staff, o transporte de equipamentos e o público 
e o seu estado de satisfação são ingredientes que compõem o risco e que poderão 
ter pesos diferentes na probabilidade de ocorrências, como a insatisfação dopúblico 
pelo atraso do início do evento, por exemplo. 
Quanto aos processos que permitem identificar os riscos inerentes ao evento 
a realizar. Assim, é aconselhável seguirem-se os seguintes passos: 
I. Estrutura Analítica do Evento – isolar os diferentes momentos do evento e 
listar quais os riscos a que cada um está sujeito; 
II. Testes e Simulacros – testar equipamentos, estruturas, instalações e recursos 
antes da abertura do evento; 
III. Classificação de Risco e Análise SWOT – usar uma escala para classificar os 
diferentes riscos e estabelecer prioridades na resolução dos mesmos e 
elaborar uma análise das oportunidades, fraquezas, pontos fortes e pontos 
fracos, definindo os riscos internos e os riscos externos; 
IV. Diagrama de Falhas – analisar primeiro o impacto e depois recuar até 
15 
 
 
encontrar a causa; a lista das causas é então usada para gerir o risco (sentido 
efeito-causa); 
V. Relatório de Incidentes – dados relativos a incidentes ao longo do evento que 
poderão ser inseridos no manual do evento para se retirarem conclusões 
acerca do grau de risco do evento e fazer previsões sobre o que poderá 
acontecer numa posterior organização do mesmo evento; 
VI. Plano de Contingência – define as responsabilidades e a cadeia de comando, 
bem como as estratégias para lidar com situações de risco que ocorram e 
como recuperar das mesmas; 
VII. Cenários – ponderar todos os riscos partindo da premissa “e se”; colocam-se 
possíveis cenários e procuram-se as respostas para os mesmos; 
VIII. Consultoria e Brainstorming – a equipe de gestão do evento deve consultar os 
diferentes fornecedores e stakeholders sobre os seus Planos de Segurança 
para o evento e debater sobre a experiência de cada um deles em situações 
de crise, fazendo assim uma análise integrada de todos os riscos 
identificados e planeando mais eficazmente a Gestão do Risco. É 
fundamental que, na reunião, todos os participantes se sintam confortáveis 
para partilharem os seus pensamentos. A Gestão de Risco deve ser assunto 
a tratar em todas as reuniões com os fornecedores e tudo o que é falado na 
reunião de brainstorming deve ficar registrado para que haja precisão e 
exatidão no que foi dito. 
IX. Contratação de empresa de segurança – onde deverá ser baseado na 
experiência, reputação e estabilidade, assim como na diversidade de 
capacidades, versatilidade e treino de pessoal; 
X. Consultar autoridades locais – Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Prefeitura, 
etc... 
Para se fazer este processo de identificação e avaliação do risco, existe 
várias ferramentas como as checklists, tabelas, diagramas de influência e gráficos 
de impacto. 
 
 
16 
 
 
 
Figura 6. Modelo de Planilha de Planejamento Operacional de Segurança 
Fonte: Arquivo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento 
 
A NBR ISO 31000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2009) menciona que as opções de tratamento de risco não são apropriadas em 
todas as circunstâncias e tipos de eventos, pelo que devem ser adaptadas a cada 
situação particular. 
 
 
1.3. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO EVENTO 
 
 
Para elaborar um plano de segurança, deve-se criar um mapa de localização 
do evento. O mapa de localização do evento, bem como seu reconhecimento inicial 
é de extrema importância, tendo em vista que nele são identificados pontos 
importantes como a adequada localização do evento, o planejamento das rotas de 
fuga, da localização dos hospitais de referência e suas rotas de acesso, bem como 
identificar pontos que podem representar ameaças como áreas cobertas por 
vegetação e locais com alto índice de criminalidade, por exemplo. 
Os mapas atuais demonstram dados estritamente precisos sobre 
praticamente todos os lugares do mundo, por mais que as condições sejam 
adversas, isso se tornou possível através da utilização de modernos instrumentos, 
específicos para realização de trabalhos de georreferenciamento. Dentre os 
principais, podemos citar a foto aérea (são fotos extraídas através de câmeras 
fotográficas fixadas em aviões) e imagens de satélite. 
 
17 
 
 
 
Figura 7. Estádio do Morumbi e arredores pelo Google Maps 
Fonte: Google Maps 
 
 
1.4. EVENTOS AO AR LIVRE E EM LOCAIS FECHADOS 
 
No planejamento de segurança deve se considerar, no que se diz a respeito 
do local do evento, alguns parâmetros como local aberto ou fechado. Para a análise 
de projetos de segurança para eventos na prefeitura de São Paulo são utilizados os 
parâmetros descritos abaixo: 
 Local coberto e aberto: Locais que possuem cobertura em sua área, 
entretanto, não possui barreiras de acesso (muros, portões, etc). 
 Exemplo: Vão Livre do MASP. 
 Local coberto e fechado: Locais que possuem cobertura e barreiras de 
acesso. 
Exemplo: Ginásio do Ibirapuera. 
 Local descoberto e aberto: Locais que não possuem nem cobertura bem 
como barreiras de acesso. 
Exemplo: Vale do Anhangabaú. 
 Local descoberto e fechado: Locais que não possuem cobertura, mas contém 
barreiras de acesso. 
Exemplo: Sambódromo do Anhembi. 
A análise conforme os parâmetros acima são importantes devido ao fato que 
certas características e riscos são determinados conforme o local escolhido para o 
evento. Locais que possuem cobertura são livres, em sua maioria, das intempéries 
ocasionadas pelas condições climáticas como calor, chuva, ventos, etc, mas se 
18 
 
 
possuir barreiras de acesso pode ocasionar certo distúrbio quanto à lotação do 
espaço, por exemplo. Já em locais ao ar livre, independente de há barreiras de 
acesso ou não, as condições climáticas devem ser levadas em conta, como previsão 
de chuvas fortes com presença de raios, por exemplo, onde deve se verificar a 
possibilidade de cancelamento do mesmo, caso não haja um Sistema de Proteção 
de Descargas Atmosféricas eficiente para o local, seguindo os parâmetros 
estabelecidos pela NBR 5419-1 (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2015). 
Em locais abertos, a separação ou contenção do público se dá, geralmente, 
com o uso de gradis, pois são de fácil remoção em caso de um sinistro. Entretanto, 
em certos distúrbios, os gradis podem ser utilizados como “armas” ou “escudos” por 
pessoas em confronto com a força policial. 
 
Figura 8. Utilização de gradis em eventos 
Fonte: Arquivo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento 
 
 
1.5. ROTAS DE FUGA 
 
A NBR 9050 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015), 
em seu item 3.1.33, define rota de fuga como: 
 
Trajeto contínuo, devidamente protegido, constituído por portas, corredores, 
antecâmaras, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou 
outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo 
usuário, em caso de sinistro de qualquer ponto da edificação, até atingir 
uma área segura. 
 
19 
 
 
Para o dimensionamento correto de uma rota de fuga em locais abertos, deve 
se levar em conta o desenho e dimensionamento do local, a topografia (em caso de 
eventos em terrenos vazios, por exemplo) e livres de obstáculos como arvores, 
placas, etc. Para locais fechados, as rotas de fuga devem priorizar caminhos que 
não possuam degraus ou estrangulamentos e possuir porta corta fogo com barras 
antipânico. Em ambos os casos (locais fechados ou abertos), as rotas devem ser 
sinalizadas e iluminadas, além de estarem permanentemente abertas. 
 
 
Figura 9. Rotas de fuga em locais abertos 
Fonte: Arquivo da Secretaria Municipal de urbanismo e Licenciamento 
 
 
1.6. CONTROLE DE ACESSO 
 
Em megaeventos, onde há grande fluxo de pessoas e de público, o controle 
de acesso é indispensável, pois grandes sinistros são evitados com o controle 
realizado tanto no período pré-evento como no período de realização do mesmo. 
O controle de acesso deve seguir quatro princípios: Identificação, 
Autenticação, Autorização e Controle de Acesso propriamente dito. 
 
 
1.6.1. Identificação 
 
Toda pessoadeve ser devidamente identificada na entrada do local. Há 
diversas formas de realizar a identificação como apresentação de documentação 
20 
 
 
oficial em validade e atualizada (RG, Passaporte, Carteira Nacional de Habilitação 
CNH, etc.) e por identificação biométrica, por exemplo. 
Realizada a identificação, a pessoa recebe uma credencial, que pode ser de 
espectador ou de um prestador de serviço no local. Neste caso, a pessoa deve 
utilizar a credencial de forma que permita uma rápida identificação de que tipo de 
credencial ou setor a pessoa obtém acesso. 
Quanto maior o grau de segurança na identificação para obtenção da 
credencial, menor será a vulnerabilidade que o evento acarretará. 
 
 
1.6.2. Autenticação 
 
A autenticação consiste em validar a identificação, ou seja, verifica e confirma 
se a pessoa que esta com uma credencial são quem ela afirma ser. Esse processo 
pode ser realizado de diversas formas como a utilização de um crachá, por digitais, 
por ingresso numerado e/ou com nome do portador, etc. Pode ser utilizado também 
um sistema de dois fatores, onde são empregados dois tipos de autenticação, como 
o uso de biometria e o porte de crachá, por exemplo. 
Um sistema de autenticação em um evento deve ser o que menos possuir 
vulnerabilidades, criando dispositivos que evitem, por exemplo, a clonagem ou 
falsificação de credenciais de acesso. 
 
 
Figura 10. Credencial de serviço para a Fórmula 1 - 2017 
Fonte: Arquivo Pessoal 
21 
 
 
1.6.3. Autorização 
 
Após a autenticação, deve-se verificar a autorização concedida àquela 
pessoa, ou seja, em quais setores e locais do evento a pessoa está autorizada a 
acessar. Como exemplo, podemos citar as pessoas que adquirem ingresso para 
setores comuns e que não podem ter acesso aos setores VIP’s. 
Os critérios de autorização devem ser definidos entre o promotor do evento e 
os responsáveis pela gerência da segurança do evento, definindo os critérios de 
autorização e como identificá-los. O critério mais prático e utilizado é o uso de cores 
diferentes para cada identificar quais os setores permitidos o acesso. 
 
 
1.6.4. Controle de acesso 
 
O controle de acesso propriamente dito e realizado após a adoção das 
medidas descritas anteriormente. Para isso, procedimentos referentes à segurança 
física do local devem ser adotados, como: 
 Iluminação nos locais de acesso, de forma que permitam a identificação das 
credenciais e evitar que pessoas adentrem o local de forma não autorizada; 
 Instalação de um sistema de monitoramento de câmeras, onde através da 
sala de controle geral é possível verificar as condições dos acessos; 
 Utilização de grades, que permitam estabelecer um perímetro de segurança, 
onde serão realizadas as primeiras verificações, como posse de uma 
credencial ou ingresso, e posteriormente, o perímetro onde é realizada a 
revista e, por fim, a autorização para egresso ao local do evento. 
O controle de acesso principal em grandes eventos é, na maioria das vezes, 
realizado por meio de catracas capazes de controlar a entrada e a saída de público 
dentro dos horários previamente programados, bem como de prestadores de serviço 
e funcionários das empresas promotoras do evento, evitando assim que estranhos 
acessem locais com acesso restrito ou a área do evento. 
Cada uma das catracas é previamente programada para realizar o controle de 
acesso ao evento. Essas catracas são conectadas a um computador central, que 
realiza o controle do acesso de ingressos. É por meio deste controle de ingressos 
22 
 
 
que os organizadores podem contabilizar diversos dados estatísticos, como, por 
exemplo, o número de público participante, o horário de entrada, dentre outros. 
 
 
Figura 11. Catracas de acesso 
Fonte: Arquivo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento 
 
 
1.7. MÉTODOS DE CONTROLE DE MULTIDÃO 
 
Em um evento com grande quantidade de pessoas devem ser elaborados 
métodos que controlem uma multidão em caso de sinistro ou outra instabilidade, que 
leve as pessoas a uma situação de pânico. 
Numa situação de pânico, que leva ao descontrole emocional desta multidão, 
ocorre: 
 Perda da individualidade na multidão (a pessoa sente-se no “anonimato” e 
com uma “sensação de poder”); 
 A multidão assume “personalidade própria”, em total descontrole; 
 Alteração do comportamento individual; 
 Crise de Pânico, podendo gerar atos de violência. 
 
O pânico deve ter suas causas previstas, quando isso for possível, de modo a 
evitar a sua ocorrência. Se, entretanto, acontecer, devem ser abertas todas as vias 
de acesso a tempo, para permitir a vazão da massa e acionar-se rapidamente os 
meios de socorro para evacuação e hospitalização, caso necessite. 
23 
 
 
 
Figura 12. Infógrafo de como se forma o pânico em multidões 
Fonte: https://istoe.com.br/272783_MULTIDOES+A+GRANDE+AMEACA/ (Adaptado) 
 
Não há um método padrão para controle de uma multidão, sendo necessário 
analisar as características específicas para cada tipo de evento e/ou tipo de público 
esperado no local. Entretanto, algumas observações em comum devem ser 
analisadas, como: 
 Dimensionar entradas e saídas, de modo que sejam compatíveis com o 
público esperado, com larguras e sinalização adequadas; 
 As credenciais e setores devem fornecer, de forma clara e objetiva, em qual 
setor e entrada que aquela pessoa deve acessar, bem como os setores e 
áreas internas, evitando que a mesma fique “perdida” nas áreas de acesso ao 
evento; 
 O acesso de pessoas com deficiência, conforme estabelecido pela NBR 9050 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015) devem ser 
24 
 
 
estabelecidas de forma que proporcione facilidade no acesso, segurança no 
desembarque dessas pessoas e conforto; 
 Dentro do local do evento, as saídas e rotas de fuga devem estar sinalizadas 
e iluminadas durante todo evento; 
 Em caso de falta de energia, o sistema autônomo de energia (grupo 
geradores) deve ser acionado imediatamente, de tal forma que não evite o 
pânico aos espectadores; 
 Obedecer sempre à capacidade de lotação do local. 
 Antes de iniciar o evento, devem ser informados no sistema de som ou 
audiovisual, a respeito das sápidas de emergência e localização de postos 
médicos; 
 Os portões de saída devem ser abertos antes do encerramento do evento, 
com o intuito de permitir o escoamento das pessoas aos poucos, bem como 
as pessoas devem ser direcionadas para ângulos diferentes, impedindo o 
fluxo para apenas uma saída; 
 Em caso de brigas ou conflitos, as pessoas devem ser imediatamente 
contidas e retiradas pela força; 
 Todas as equipes de apoio ao evento como segurança, de socorro e resgate, 
orientadores ou monitores, entre outros, devem estar devidamente 
uniformizados e identificados. 
 
 
1.8. SEGURANÇA CONTRA INCENDIO 
 
Um dos tópicos abordados na avaliação e planejamento de segurança em um 
evento refere-se à segurança contra incêndio. A implantação desse sistema se dá, 
principalmente, pela prevenção de incêndio, onde por meio de atividades, visam a 
evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes 
da chegada do Corpo de Bombeiros. 
Os objetivos fundamentais da segurança contra incêndio são de minimizar o 
risco à vida e reduzir a perda patrimonial. Entende-se como risco à vida a exposição 
severa à fumaça ou ao calor dos usuários presentes a um determinado local e, em 
menor nível, o desabamento de elementos construtivos sobre os usuários ou equipe 
de combate. 
25 
 
 
A principal causa de óbitos em incêndio é a exposição à fumaça tóxica ou 
asfixiante que ocorre nos primeiros momentos do sinistro. Assim, a segurança à vida 
depende, prioritariamente, da rápida desocupação do ambiente em chamas. 
Entretanto, em locais abertos, um princípio de incêndio pode levar a uma crise de 
pânico, fazendo que as pessoas saiam do local de forma desordenada,podendo 
assim ocorrer graves acidentes como pessoas pisoteadas, por exemplo. 
 
 
Figura 13. Incêndio durante casamento no Kuwait 
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1268594-5602,00-
INCENDIO+MATA+PELO+MENOS+PESSOAS+DURANTE+CASAMENTO+NO+KUWAIT.html 
 
Um sistema de segurança contra incêndio em eventos consiste em um 
conjunto de meios ativos como extintores e brigada contra incêndio, como exemplo, 
e passivos como resistência ao fogo das estruturas, rotas de fuga, etc. O nível 
mínimo de segurança contra incêndio, para fins de segurança à vida ou ao 
patrimônio de terceiros, geralmente é estipulado em códigos ou normas. 
 
 
1.9. BRIGADA CONTRA INCÊNDIO 
 
A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas voluntárias ou não, 
treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono da edificação, combate 
a um princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros, dentro de uma área 
preestabelecida. O dimensionamento desses profissionais, equipamentos de 
combate e resgate, deve seguir um plano próprio e treinamento específico 
integrados ao Plano de Segurança, a ser dimensionamento pelo responsável técnico 
pela segurança do evento. 
26 
 
 
As atribuições da Brigada de Incêndio são: 
 Ações de prevenção como avaliação dos riscos existentes, inspeção geral 
dos equipamentos de combate a incêndio e das rotas de fuga e orientação à 
população fixa e flutuante. 
 Ações de emergência como identificação da situação, alarme/abandono de 
área, realização de primeiros socorros, combate ao princípio de incêndio, 
acionamento e recepção do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa. 
 
 
Figura 14. Brigadista no local de evento 
Fonte: Santos (2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
2. ELABORAÇÃO DE PLANO DE SEGURANÇA 
 
No capítulo anterior, foram estabelecidos os principais itens que se devem 
considerar na análise da segurança para o local da realização do evento e as 
preocupações quanto a público presente. Já neste capítulo que se inicia, será 
demonstrada a elaboração do plano de contingência e de segurança para um 
megaevento, tendo como base os parâmetros de um Sistema de Comando de 
Incidentes (SCI). 
O processo de elaboração consiste em estabelecer em que ponto uma 
organização se encontra no presente e para onde ela pretende se dirigir no futuro, 
com as estratégias ou táticas necessárias para atingir essa condição. 
Segundo o general americano Douglas MacArthur (apud Allen ET al., 2003), 
“sem um plano, não passamos de turistas”. MacArthur faz alusão ao grande valor do 
planejamento em fazer com que uma organização tenha objetivos específicos, e que 
possa criar caminhos através dos quais esses possam ser alcançados. Para definir 
esses caminhos, é fundamental compreender todos os fatores, sejam eles internos 
ou externos, que irão condicionar quaisquer decisões a serem tomadas. 
 
 
2.1. ETAPAS DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS 
 
Para a elaboração do plano de segurança para o evento, algumas etapas 
iniciais devem ser consideradas. Neste trabalho, será adotado como fases do 
processo de planejamento e organização de eventos: concepção, pré-evento, evento 
em realização e pós-evento. 
 
 
2.1.1. Concepção 
 
Nesse primeiro momento, de responsabilidade do promotor do evento, o 
mesmo deverá levantar o maior número possível de elementos que o ajudem a criar 
o corpo do evento. Portanto, reuniões com fornecedores e órgãos públicos podem 
28 
 
 
ser importantes, para suprir dúvidas e receber informações relevantes. Os elementos 
mais fundamentais são: 
 Identificação dos objetivos (Geral e específico); 
 Coleta de informações sobre o perfil do público que poderá estar no evento, 
ou se for direcionado para um determinado grupo de participantes; 
 Reconhecimento das necessidades desse evento como as estruturas que 
deverão ser montadas, os profissionais que serão contratados, etc.; 
 Elaboração de alternativas para as necessidades, com estimativa de tempo e 
recursos necessários; 
 Estabelecimento de diretrizes e elaboração de um pré-projeto; 
 Identificar os órgãos governamentais, entidades e empresas com interesses 
voltados à segurança do evento; 
 Preparação da correspondência preliminar (Ofícios, memorandos, etc.) para 
órgãos públicos; 
 Apresentação do pré-projeto para a organização do evento junto aos órgãos 
públicos, podendo ser através de reuniões em cada órgão ou em uma reunião 
geral; 
 Criação e execução de fluxograma de informações. 
Para eventos que já ocorram todos os anos, e em um mesmo local, essa 
concepção acaba se tornando base para os futuros eventos que irão se realizar. 
O início da concepção do evento deve ser o mais breve possível, mesmo para 
eventos habituais, evitando que essas informações sejam repassadas em data muito 
próxima da realização do mesmo, bem como custos extras e deslocamento de força 
de trabalho dos órgãos. 
No que diz a respeito de como apresentar um projeto com as informações 
pertinentes ao evento para os órgãos, suficientes para que os mesmos já possam 
iniciar o seu plano de contingência, os itens principais são: 
 Título do evento; 
 Tema do evento; 
 Entidade e/ou empresa promotora ou organizadora; 
 Local do evento; 
 Descrição do evento; 
 Público alvo e previsão de participantes; 
 Período de realização do evento e horário; 
29 
 
 
 Inscrições (caso ocorram) e informações; 
 Taxa de inscrição e/ou ingresso; 
 Cronograma de atividades; 
 Espaço para dúvidas dos participantes; 
 Considerações finais. 
Durante todas as fases do planejamento e organização de um evento, 
principalmente na concepção do mesmo, são utilizados alguns instrumentos que 
auxiliam no controle e desenvolvimento das atividades, bem como fornecem as 
informações necessárias de forma clara e direta a quem se destina. São exemplos 
desses instrumentos o briefing, o memorial descritivo e o checklist. 
O briefing ou memorial descritivo é o conjunto de informações e instruções 
facultadas, com antecedência, aos organizadores sobre os aspectos mais relevantes 
do evento que será organizado. 
 
 
Figura 15. Modelo de Briefing 
Fonte: Coutinho (2010) Adaptado 
30 
 
 
2.1.2. Pré-evento 
 
O período de pré-evento, em nosso contexto de trabalho, refere-se ao estágio 
mais próximo do evento, podendo ser em poucos dias antes até a abertura do 
evento ate ao momento em que o público adentra ao local do evento. Para a 
segurança, é um período extremamente importante, pois, os contatos devem ocorrer 
com maior frequência entre os órgãos e os promotores do evento. Nesta fase, o 
projeto de segurança deve estar praticamente finalizado, onde caso ocorra 
alterações, as mesmas devem causar o menor impacto possível no projeto já pré-
aprovado. 
Os itens que devem ser verificados nesta fase são: 
 Montagem das estruturas do evento, bem como das bases operacionais dos 
órgãos que estão compondo o plano de contingência do evento; 
 Treinamento das equipes de segurança patrimonial e brigada de incêndio, 
com orientações específicas para o local e público que frequentará o evento; 
 A segurança patrimonial já deve estar disposta no local do evento, 
protegendo os bens materiais das estruturas a serem montadas e das 
pessoas responsáveis pela montagem das mesmas; 
 Colocação de faixas, placas ou demais recursos, informando a população fixa 
do bairro ou transeunte quanto à realização do evento, fechamento de vias e 
possíveis desvios; 
 
 
Figura 16. Faixa de aviso de evento na região 
Fonte: http://fakemetal.wikimetal.com.br/engenheiros-da-cet-demonstram-extremo-bom-gosto-
musical-e-alertam-populacao/ 
 
31 
 
 
 Prever método de contenção de público próximo a bilheterias para compra de 
ingressos; 
 Prever o controle da multidão que espera a abertura dos portões e/ou o início 
do evento. Em alguns casos, como de grandes nomes internacionais, há 
ocorrênciasde pessoas acampadas nas entradas dos locais, em dias bem 
antes da abertura e/ou realização do evento, sendo necessário prever esses 
acontecimentos no plano de segurança. 
 
 
Figura 17. Jovens acampados para show 
Fonte: http://jovem.ig.com.br/cultura/musica/2013-10-28/herois-da-resistencia-idolos-teen-inspiram-
fas-a-passar-ate-meses-na-fila.html 
 
Para a liberação do local do evento para o público, devem ocorrer 
anteriormente, vistorias dos órgãos competentes de fiscalização. Essas 
averiguações têm o intuito de verificar as condições de segurança das instalações 
como instalações elétricas, da estabilidade estrutural, aterramento das estruturas, 
etc. Na cidade de São Paulo, os principais órgãos que realizam as vistorias são o 
Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Prefeitura do Município de São Paulo, 
através da Coordenadoria de Atividade Especial e Segurança do Uso 
(SMUL/SEGUR/DLR). 
 
 
2.1.3. Realização do evento 
 
No dia da realização do evento, todo o projeto de segurança montado já deve 
estar em execução, sendo possível, iniciar na véspera do início. Pela central de 
comando, localizada em ponto estratégico do local e com os recursos necessários 
32 
 
 
para o trabalho da equipe, é possível gerenciar todas as crises que ocorram durante 
a realização do evento. 
O público, para chegar ao local do evento, passa por revista antes de adentrar 
ao espaço delimitado para a festa. Na revista, realizada pela Polícia Militar, não é 
permitido à entrada com objetos que possam se tornar armas utilizadas pelas 
pessoas em caso de brigas e confusões como guarda-chuvas, bebidas em garrafas 
ou latas, objetos cortantes, etc. 
 
 
Figura 18. Revista da Policia Militar em evento. 
Fonte: Polícia Militar do Estado de São Paulo. 
 
Já nas dependências do local, toda a equipe de segurança privada deve estar 
localizada em pontos estratégicos, verificando possíveis delitos como pequenos 
furtos (principalmente de celulares), uso de drogas, desentendimentos entre 
pessoas e grupos, etc. Nesses casos, a segurança privada deve intervir e, em 
ocorrências mais graves, contar com apoio da polícia militar e/ou civil, evitando que 
um pequeno distúrbio possa ocasionar um pânico generalizado no restante do 
público presente. 
Quanto ao serviço médico, o primeiro atendimento é realizado pelos 
brigadistas, que devem estar espalhados pelo local do evento. Após a análise inicial 
do estado clínico da pessoa, a mesma deve ser encaminhada ao posto médico do 
evento, sendo ela conduzida por este brigadista, ou por pessoas que estejam 
acompanhando a vítima. Os postos montados devem estar com fácil localização, se 
possível próximo das saídas do evento, pois, se torna mais rápido o deslocamento 
em caso de necessidade de transportar uma pessoa para um serviço de 
atendimento médico de referência. 
33 
 
 
2.1.4. Pós-evento 
 
A segurança do pós-evento é o roteiro final do sistema de segurança, e pode 
ser o mais crítico também, tendo em vista que, na grande maioria das vezes, é o 
momento com maior deslocamento de pessoas. Se para a abertura, as pessoas 
estão adentrando ao local do evento em quantidades seccionadas, após a conclusão 
do evento é que a grande massa se desloca ao mesmo tempo. Neste momento, a 
atenção do comando da segurança deve ser redobrada. 
Os pontos que devem ser verificados são: 
 Abertura de todas as saídas antes da conclusão do evento, com um 
monitoramento evitando que pessoas de fora adentrem ao local do evento; 
 Verificar se todas as rotas de acesso às saídas estão desobstruídas; 
 Equipe de seguranças privados dispostos nas saídas, bem como equipe de 
brigada de incêndio; 
 A força policial já deve estar localizada em pontos estratégicos na saída e em 
locais que o gerenciamento considere como locais de monitoramento nas 
adjacências; 
 Após a saída da grande massa de público, verificar em todo local do evento 
se há permanência de pessoas, principalmente nos sanitários; 
 Realizar uma vistoria geral, verificando se não houve danos no patrimônio; 
 Posicionar esquema de segurança nas saídas reservadas aos artistas e 
VIP’s; 
 Elaborar relatórios com informações relevantes como casos de brigas e 
distúrbios, tanto na parte interna como externa do evento, danos ao 
patrimônio e demais ocorrências; 
Ao sair de um evento, a pessoa busca, basicamente, a maneira como será 
seu retorno para sua residência, com segurança. Neste caso, poderá ocorrer através 
de veículo próprio, alocado em um estacionamento (podendo ser o do próprio evento 
ou o privado mais próximo), através de transporte público de massa como ónibus, 
trem ou metrô, ou por fim, através de taxis e, hodiernamente, os veículos acionados 
através de aplicativos de transporte. 
Para facilitar o deslocamento do público, um sistema de engenharia de 
transito eficiente deve ser montado nas adjacências do local do evento, fazendo que 
o público consiga um deslocamento rápido e em segurança. Longas filas de carros 
34 
 
 
na via pública, além de interferir em toda malha viária da região, pode levar a 
ocorrências de pequenos furtos e roubos, dependendo da localidade, quantidade de 
força policial presente ao local, iluminação pública, etc. 
Após a saída total de público e realizada a vistoria no local do evento, começa 
o período de desmontagem das estruturas. Nesta fase, apenas a equipe de 
segurança patrimonial deve estar no local, entretanto, caso seja verificado a 
necessidade da presença de força policial, um pequeno efetivo deve se localizar no 
espaço externo do local, até a desmontagem total, transporte das estruturas e 
trabalho final de entrega do espaço. 
 
 
2.2. ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
Para que um sistema de controle de incidentes funcione perfeitamente, é 
necessário o relacionamento entre diversos órgãos, pois serão responsáveis, dentro 
de suas áreas de atuação, a aplicar seus métodos para conter uma crise. E para um 
megaevento, a junção desses órgãos em um centro de comando é crucial. 
Na formação de um centro de comando, todos os órgãos relacionados ao 
acompanhamento do evento devem estar dispostos em um único espaço, de modo 
que esteja em um local estrategicamente no espaço de concepção do evento. Neste 
espaço, os órgãos podem realizar trocas de informações em tempo real, sempre em 
busca de soluções e/ou realinhamento da organização. 
Os espaços reservados devem ser estruturados com todo o apoio técnico e 
tático de monitoramento, através de monitores com imagens de câmeras de 
segurança espalhadas pelo local do evento e nas adjacências do mesmo, bem como 
de outros meios de informação como rádios, por exemplo. 
Portanto, o centro de comando pode ser considerado como “o coração do 
evento”, pois ele irá gerenciar por meio de representantes de todos os órgãos e 
entidades envolvidas para a execução do planejamento previsto de todo o 
acontecimento especial, tendo a comunicação estabelecida diretamente entre esses 
diversos agentes, que propiciam agilidade na tomada de decisões e repasse de 
orientações diretamente das áreas envolvidas, que reunidas em um único espaço, 
integram-se e tornam-se uma única célula colaborativa. 
 
35 
 
 
 
Figura 19. Modelo de Centro de Comando 
Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/centro-integrado-de-comando-e-controle-monitora-
eventos-teste-dos-jogos-rio-2016 
 
Quanto aos órgãos públicos que, na cidade de São Paulo, geralmente 
compõem esse plano de segurança, temos a descrição do objetivo de cada um nos 
itens a seguir. 
 
 
2.2.1. Corpo de Bombeiros 
 
No Estado de São Paulo, conforme legislação já cita anteriormente, ao Corpo 
de Bombeiros cabe a coordenação, aplicação e a difusão do SICOE para o 
gerenciamento de incidentes e operações vinculadas ao atendimento de 
emergências e outras atribuições que a lei lhe compete. 
As Áreas de atuação do Corpo de Bombeiros são: 
 Atendimento Pré-Hospitalar (ambulâncias)nas vias públicas, em articulação 
com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAMU; 
 Prevenção e Combate a Incêndios; 
 Participar dos Centros Integrados de Comando e Controle; 
 Estabelecer o seu Centro de Operações de Emergência, utilizando-se do 
Sistema de Comando de Incidentes. 
Uma das principais tarefas do Corpo de Bombeiros consiste também nas 
vistorias técnicas, realizadas antes da realização do evento, com o objetivo de 
fiscalizar a aplicação do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado 
de São Paulo e emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O 
36 
 
 
AVCB certifica que, durante vistoria, a edificação possui as condições de segurança 
contra incêndio. 
 
 
Figura 20. Vistoria do Corpo de Bombeiros em montagens de evento 
Fonte: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/12/bombeiros-vistoriam-estrutura-de-festas-de-
reveillon-em-maceio.html 
 
 
 
2.2.2. Polícia Militar 
 
Conforme o artigo 144 da Constituição Federal (BRASIL, 1988): 
 
A segurança pública, dever do estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
(...) 
V – Policias militares; 
 
Portanto, cabe a Policia Militar a vigilância ostensiva e a preservação da 
ordem pública. A intervenção do estado é necessária para o controle da estabilidade 
social. Mello (2008) destaca que a liberdade e a propriedade estão sujeitas às 
condições impostas pelo estado, descrevendo em sentido amplo o que chama de 
poder de polícia. 
No estado de São Paulo, a presença da Policia Militar em eventos é regida 
pela Resolução SSP 122 (SÃO PAULO, 1985) conforme o Art. 1º: 
 
37 
 
 
Art. 1º - Determinar que as autoridades policiais militares, no exercício da 
polícia de manutenção da ordem pública, somente forneçam policiamento 
ostensivo para espetáculos públicos, mediante prévia vistoria das 
instalações dos estádios, ginásios, teatros ou recintos onde serão 
realizados, expressa em relatório. 
 
Ainda, no art. 2º da referida legislação, cita-se que o pedido de policiamento 
deve ser requisitado com no mínimo de 20 dias de antecedência. Esse limite mínimo 
de antecedência pode subir para até 40 dias de antecedência, quando o evento está 
previsto para acontecer durante o período de celebrações populares, tais quais 
semana de Carnaval, festas juninas, etc., devido ao grande número de eventos 
realizados nestas épocas do ano. 
 
 
Figura 21. Bases móveis da Policia Militar em megaeventos 
Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/sp-tera-315-mil-policiais-na-seguranca-da-copa-do-mundo-
12638915 
 
 No ato da solicitação, é fundamental informar dados referentes ao evento, 
incluindo nome, local, data, horário de início e de término, entre outras informações. 
Estes esclarecimentos servirão para a Polícia Militar se organizar adequadamente, 
com o intuito da mesma verificar qual a disposição total de efetivo e as medidas de 
segurança que deverão ser aplicadas para o evento. 
No Anexo A deste trabalho, consta um exemplo do rol de solicitações e 
exigências da Policia Militar para fornecimento de Policiamento para o evento 
“Energia na Véia Premium”, realizado em 2016 no Palácio das Convenções do 
Anhembi. 
 
 
38 
 
 
2.2.3. Polícia Civil 
 
A Polícia Civil é um órgão essencial à segurança pública, onde se destina a 
atuar para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. Nela incumbe, ressalvada a competência da União, as funções de polícia 
judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as militares (BRASIL, 1988). 
A ocupação da polícia civil em eventos consiste em dar apoio ao trabalho da 
Policia Militar. A Polícia Civil, em megaeventos, pode contar com um posto no 
interior do evento para registros de ocorrências e atendimento ao público, com 
equipes volantes para reprimir furtos, roubos e tráfico de drogas. Em eventos que 
possua o acesso de menores de idade ao local do evento, a polícia civil fiscaliza os 
pontos de venda de bebidas alcoólicas no interior do complexo, para coibir o 
consumo para crianças e adolescentes. 
Em São Paulo, o trabalho principal da Policia Civil em eventos é realizado 
pela Divisão Especializada de Atendimento ao Turista (DEATUR), órgão pertencente 
ao Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (DECADE), bem como 
dos distritos policiais próximos ao local do evento. 
 
 
Figura 22. Base móvel da DEATUR 
Fonte: http://jovempan.uol.com.br/noticias/17-flanelinhas-sao-presos-antes-do-jogo-da-selecao-em-
sao-paulo.html 
 
 
2.2.4. Guarda Civil Metropolitana 
 
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi criada em 1986 através da Lei n.º 
10.115, de 15 de setembro daquele mesmo ano, com o objetivo de proteção e 
39 
 
 
vigilância dos bens, serviços e instalações municipais e a colaboração na segurança 
pública, na forma da lei (SÃO PAULO, 1986). 
Em eventos, a GCM trabalha no patrulhamento preventivo, no 
desenvolvimento de ações de prevenção à violência, na proteção de autoridades e 
em atuações conjuntas com demais órgãos de defesa civil. Em conjunto com órgãos 
de fiscalização da prefeitura, há ainda o trabalho de repressão ao comercio 
ambulante nos locais de eventos. 
 
 
Figura 23. GCM no combate ao comércio ambulante em evento 
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/comunicacao/noticias/?p=106974 
 
 
2.2.5. Companhia de Engenharia de Tráfego 
 
Como já relatado anteriormente, para um megaevento, todo o sistema viário 
em redor ao local do evento é prejudicado, devido ao grande fluxo de carros que 
esses eventos podem ocasionar. Portanto, o gerenciamento de trânsito é importante 
para o deslocamento das pessoas que irão participar do evento. Essa relevância 
serve também para aquelas que residem nas proximidades, dos veículos oficiais de 
autoridades, convidados VIP’s, artistas e de viaturas de serviços como Policia Militar, 
do serviço de resgate de vítimas, etc. 
Na cidade de São Paulo, o gerenciamento do trânsito é de responsabilidade 
da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em eventos, a CET se ampara na 
Lei nº 14.072 (SÃO PAULO, 2005) e no Decreto nº 51.953 (SÃO PAULO, 2010), que 
autoriza a CET a cobrar pelos custos operacionais de serviços prestados em 
eventos, relativos à operação do sistema viário, onde em seu Art. 6º descreve: 
40 
 
 
Art. 6º Considera-se para efeito desta lei evento como sendo toda e 
qualquer atividade que interfira nas condições de normalidade das vias do 
município, perturbando ou interrompendo a livre circulação de pedestres e 
ou veículos, ou que coloquem em risco a segurança das pessoas e bens. 
 
A CET, com o conhecimento da realização do evento, projeta e executa 
esquemas operacionais com o objetivo de assegurar acessibilidade e minimizar os 
transtornos na área de influência do evento. 
 
 
Figura 24. Monitoramento de via pela CET para evento 
Fonte: http://www.folhanoroeste.com.br/noticia/detalhe/9587/cet-faz-alteracao-no-transito-para-
eventos-na-regiao.html 
 
No anexo B deste trabalho, consta a autorização emitida pela CET quanto a 
organização do transito e demais providencias para o evento Réveillon da Paulista 
na edição de 2017 (20ª edição). 
 
 
2.2.6. Prefeitura de São Paulo 
 
No âmbito da Prefeitura Municipal, além dos já citados GCM e CET, outros 
órgãos podem estar relacionados com a realização de eventos, entretanto, os mais 
comuns são: 
a) Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), através da 
Coordenadoria de Atividade Especial e Segurança do Uso (SEGUR), no 
intuito de promover o licenciamento oficial do evento, através da emissão do 
Alvará de Autorização de Evento Temporário, onde são analisadas as 
condições de segurança contra incêndio e pânico e de acessibilidade que 
41 
 
 
serão dispostas para o evento, com a anuência de outros

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