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Unidade 4 - Modelos, metodologias e finanças na carreira

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Unidade 4 - Modelos, metodologias e 
finanças na carreira 
 
 
Nesta unidade você verá: 
// independência financeira e finanças pessoais 
// análise de mercado de trabalho (SWOT) 
// ferramentas para planejamento e gestão 
// construindo projetos pessoais e profissionais 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
 
• Apresentar modelos de gestão da carreira; 
• Adquirir conhecimentos para administrar a vida financeira; 
• Conhecer metodologias de planejamento e gestão; 
• Avaliar o mercado a partir de um modelo estratégico. 
 
 
TÓPICOS DE ESTUDO
 
 
 
 
Independência financeira e finanças 
pessoais 
 
Saber administrar bem as finanças, compreendendo como é a 
própria remuneração, aplicando o dinheiro em situações que 
tenham valor, vivendo o presente e programando o futuro com o 
mesmo afinco, são temas relativos à vida financeira que, quando 
aplicados, podem trazer boas colheitas para a vida das pessoas. 
Como as escolas não ensinavam (e em muitos casos, ainda não 
ensinam) a lidar com o dinheiro, podemos verificar profissionais 
competentes que muitas vezes têm problemas financeiros durante 
toda a vida. Dessa forma, neste tópico trataremos sobre educação 
financeira, convidando os estudantes a refletirem e realizarem 
mudanças práticas em suas vidas. 
 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
 
 
Existe um ditado entre os economistas e profissionais da área 
financeira que diz: mais poderoso do que o dinheiro é a instrução 
financeira. Isso quer dizer que, em determinadas épocas da vida, 
podem chegar momentos mais conturbados financeiramente 
como desemprego, crises e falências, porém, caso haja 
conhecimentos sobre como o dinheiro funciona, é possível 
construir riquezas mesmo passando por fases mais desafiantes. 
Muitos países, como o Brasil, por exemplo, possuem dívidas 
nacionais e muitas delas advém de falta de gestão financeira. Uma 
boa notícia é que a partir de dezembro de 2019, todas as escolas 
no Brasil serão obrigadas a incluir em seu currículo escolar a 
educação financeira. Porém, embora esse assunto esteja 
evoluindo no país, ainda temos muito o que desenvolver. 
Vemos que as empresas entendem e vêm praticando cada vez mais 
a administração financeira, porém, o indivíduo muitas vezes 
acredita que é algo difícil, ou que isso não é para ele, ou até mesmo 
acha que não tem dinheiro o suficiente para ser administrado. 
Porém, a administração financeira pessoal é algo importante para 
todos, até mesmo para as crianças. Além do bem-estar pessoal, 
essa ação tem um importante papel na formação de uma 
economia mais inteligente e são os indivíduos conscientes 
economicamente que contribuem com a formação desse contexto 
social (FERREIRA, 2017). 
Quando as pessoas aprenderem a usar o dinheiro de forma mais 
consciente, terão mais condições de investir no que realmente é 
importante para si. É bem possível que um indivíduo educado 
financeiramente tenha mais tranquilidade e estabilidade, que são 
fatores mais comuns em pessoas que não possuem 
endividamentos. 
Um ponto é que, ter consciência financeira, não se relaciona a não 
comprar algo que se gosta, ou deixar de viver coisas boas 
importantes para si, mas sim conseguir desenvolver um plano em 
que seja possível fazer coisas que se gosta e também poupar. 
Um fato relevante é: nem sempre as pessoas que ganham mais 
possuem mais dinheiro. Vemos muitos indivíduos buscarem cada 
vez mais realizarem seus sonhos, porém, muitas vezes as pessoas 
conseguem de fato aumentar suas rendas, mas não conseguem 
chegar onde querem. Isso não quer dizer que ganhar bem e 
melhorar a renda não seja importante, mas o fato de saber 
administrar é um item fundamental para a manutenção e acúmulo 
de riquezas, muitas vezes esquecido e desconsiderado. 
 
 
Existem alguns fatores que, quando bem administrados e 
conscientes, ajudam muito as pessoas a serem educadas 
financeiramente. Esses fatores são: saber fazer escolhas, controlar 
e planejar, considerar a temporalidade e diferenciar necessidade e 
desejo. 
As escolhas são, na maior parte das vezes, vinculadas a atender 
necessidades emocionais e agir racionalmente ao tomar decisões 
em relação aos gastos. A realização de desejos e a manutenção e 
busca de status influenciam diretamente nestas escolhas. 
Durante todo o tempo, nós escolhemos e tomamos decisões de 
modo consciente ou inconsciente. E, como somos seres 
emocionais, além de racionais, é comum tomarmos decisões com 
base nas emoções. A própria sociedade que vivemos nos estimula 
a consumir e há estudos que comprovam a forte influência das 
propagandas e marketing de consumo, o tempo todo nos 
persuadindo, principalmente através das emoções. 
Há produtos e serviços que muitas vezes precisamos ou queremos, 
por terem significado para nós, mas o mercado age para que 
passemos a desejar cada vez mais essas mesmas coisas. Isso não 
quer dizer que não possamos desejar e consumir determinados 
produtos, porém, se nos condicionamos a atender todos os 
desejos criados, teremos uma relação complexa e difícil com os 
gastos, que provavelmente prejudicará uma vida mais estável e 
planejada financeiramente. 
É preciso desenvolver a consciência e o hábito de analisar com mais 
profundidade e sinceridade a real necessidade de consumir 
determinado produto. O apelo à manutenção do status é muitas 
vezes um pretexto para o consumo, para que o fato de usufruir 
determinado serviço ou a obtenção de um produto passe uma 
imagem de sucesso (BCB, 2013). Estar atento para essas 
artimanhas emocionais é um esforço a ser feito, para incluir a razão 
nos momentos de decisões financeiras. 
Saber o quanto se gasta e se controlar é um dos fatores principais 
para que a educação financeira pessoal dê bons resultados. Esse 
controle é realizado através de anotações de tudo que se gasta 
diariamente, separando por temas que fazem parte da vida do 
indivíduo. Por exemplo, os gastos podem ser anotações seguindo 
os temas: alimentação, educação, filhos, lazer, saúde, transportes 
etc, por exemplo. 
Uma forma de realizar um controle e também planejar a vida 
financeira é através de um orçamento pessoal (BCB, 2013). O 
orçamento permite que se planeje os gastos e inclusive, que se faça 
economias para que se coloque projetos importantes para si em 
prática. Através dessa ferramenta, é possível relacionar as 
entradas de dinheiro (receitas) e as saídas (despesas) de modo 
organizado e anotado. Ele permite a visualização da origem dos 
ganhos e para onde está indo o dinheiro. 
Quando se tem clareza e se consegue visualizar de forma mais 
geral essas informações, é possível desenvolver planos de ação 
para tomadas de decisão mais conscientes sobre a redução de 
determinados gastos e o investimento em temas que tenham mais 
significado para a vida, no determinado momento ou conforme os 
planos e objetivos de vida futuro. 
Quanto às receitas, normalmente as pessoas têm uma visão mais 
correta, ou seja, elas sabem de onde vem. É comum que seja do 
trabalho (salário, bônus, comissões etc), mas pode ser também de 
pensão, aplicações financeiras e heranças. Já as despesas 
normalmente surpreendem quando se tem as anotações em mãos. 
Um outro fator é a temporalidade, que nos faz refletir quando vale 
a pena gastar o dinheiro para a aquisição de um produto ou 
serviço. Muitas vezes, as pessoas anseiam pelo produto no 
momento presente e essa ansiedade é o único fator de decisão 
nestas situações. A tomada de decisão em casos como esse 
envolve uma análise considerando os seguintes fatores: 
• Há juros a serem pagos para o produto, caso seja parcelado? 
• Há desconto em pagamento à vista? 
• Há ganhos com investimentos, caso haja a postergação do 
consumo (até completar o valor para o pagamento à vista)? 
• Há economia com outros gastos caso haja a antecipação do 
produto? 
Quando as questões acima forem respondidas, há dados 
suficientes para se tomar uma boa decisão. Saber diferenciar 
entre desejo e necessidade também é fundamental para a tomadade decisão. Este aspecto também é um desafio que ajuda a 
compreender o que de fato é indispensável para a vida e o que 
queremos usufruir por prazer e satisfação. 
Outro fator muito importante neste caso é saber distinguir desejo 
de necessidade. 
Um exemplo é que todos nós precisamos nos vestir, mas utilizar 
roupas de grife relaciona-se ao desejo. Um outro exemplo é a 
alimentação: é necessária para a vida da humanidade, mas 
frequentar restaurantes de luxo relaciona-se com a satisfação de 
um desejo (BCB, 2013). 
Da mesma forma que discutimos sobre decisões de consumo 
relacionadas à emoção e razão, a necessidade e o desejo também 
demanda o equilíbrio. Quando administramos nosso dinheiro, é 
necessário obtermos conhecimento de como fazê-lo e também 
agir de modo equilibrado. Os desejos são normais, todos nós temos 
e restringi-los excessivamente pode ser prejudicial para o bem-
estar e satisfação com a vida. Porém, planejar o futuro traz 
conforto e segurança. 
As dificuldades acontecem quando os desejos são tratados como 
necessidade (BCB, 2013), sem ponderação e limites. Quando isso 
ocorre, há grandes chances de endividamento, uma vez que se 
perde o controle 
 
 
ENTENDENDO A REMUNERAÇÃO, DESCONTOS E 
CONTRIBUIÇÕES 
 
 
 
A forma mais comum de remuneração é o salário que obedece a 
legislação trabalhista brasileira – CLT (Consolidação das Leis do 
Trabalho). Porém, além deste, existem modelos de trabalho que 
implicam em formas diferentes de remuneração, como o 
autônomo, MEI e PJ. 
A remuneração com base na CLT implica que o indivíduo tem um 
contrato de trabalho com uma organização em que é estabelecida 
a relação de empregado/empregador, implicando que ambos 
devem respeitar os acordos firmados, conforme a legislação 
trabalhista. 
O profissional que tem o vínculo de trabalho através CLT tem a 
carteira de trabalho assinada pelo empregador, implicando no que 
é denominado vínculo empregatício. Quando esta relação de 
trabalho existe, as organizações fornecem aos seus colaboradores 
os seguintes benefícios legais: FGTS, INSS, décimo terceiro salário, 
férias remuneradas e vale transporte. Além destes, as organizações 
devem fornecer benefícios e seguir as orientações relacionadas 
à convenção coletiva da classe. Existem empresas que, além de 
benefícios legais e definidos em convenção coletiva, oferecem 
um plano de remuneração envolvendo bônus e outros benefícios, 
como estratégia para sua atratividade, engajamento e retenção 
das pessoas. 
 
No modelo de trabalho CLT, o salário do colaborador também sofre 
descontos por conta de impostos a serem pagos ao governo, como 
o INSS (Instituto Nacional de Serviço Social), IRPF (Imposto de 
Renda Pessoa Física), vale transporte e outros benefícios. 
Os descontos legais relativos ao INSS e IRPF obedecem a uma 
tabela, na qual o percentual dos descontos é crescente conforme 
o valor do salário for aumentando. 
As Tabelas 1 e 2 a seguir apresentam os descontos do INSS e IRPF 
por faixa salarial no ano de 2019. 
 
 
 
Quando o salário for maior que R$5.839,45, o desconto mantém o 
valor de R$642,34 (este é o teto do valor). 
 
 
 
Da mesma forma que ocorre com o INSS, o teto da contribuição de 
IRPF é R$869,36. 
Tanto o empregador como o empregado contribuem com esses 
tributos para o governo, a não ser o microempresário individual e 
o microempresário, que tem uma tributação diferenciada. O IRPF 
é uma obrigação do empregado e de todas as pessoas com uma 
determinada renda. O imposto de renda de PJ é uma obrigação, 
mas não se relaciona diretamente ao empregado. 
As empresas de lucro presumido e lucro real contribuem com 20% 
de INSS para o governo, já as empresas simples (com faturamento 
até R$ 360.000) e MEI não contribuem com o governo em relação 
ao INSS, embora sejam obrigadas a pagar todos os outros diretos 
do empregado. 
Além desta, há os descontos relativos a vale transporte, que 
quando é utilizado pelo profissional, pode sofrer o desconto de até 
6% de seu salário mensal, sendo que o limite se refere ao valor 
total do vale transporte. Um exemplo é: um funcionário que tem o 
salário mensal de R$ 6.000, por conta dos 6%, terá R$ 400 
descontados. Porém, se o valor mensal total do transporte for de 
R$ 300, ele poderá ser descontado em até R$ 300, no máximo. 
Quando uma empresa contrata um profissional com vínculo 
empregatício, normalmente o que é definido como remuneração 
principal e informado ao contratado é o salário bruto, porém, o 
valor recebido mensalmente é o salário líquido. De modo 
simplificado, o salário líquido refere-se ao resultado do salário 
bruto subtraindo os descontos que incidem sobre ele. 
Um exemplo: se uma pessoa tem o salário bruto de R$3800 e além 
destes, recebe um vale refeição de R$500,00 com desconto de 25% 
e assistência médica, em que sofre o desconto de R$50,00, o seu 
salário liquido será: 
3800,00 - 418 (11% INSS) = 3382,00 
3382,00 - 354,80 (IRRF) = 3036,20 
3036,00 - 125,00 (Vale Refeição) – 50,00 (Assistência Médica) = 
2861,00 
Assim, o valor de R$ 2861,00 é o salário líquido do profissional. 
O importante a considerar neste caso é que, embora haja 
descontos consideráveis no valor do salário, uma parte dos gastos 
com alimentação e saúde são supridos através dos benefícios. Caso 
este profissional não tivesse vale refeição e assistência médica, 
teria custos muito superiores ao desconto aplicado pela 
organização. Além disso, esse profissional terá direito ao décimo 
terceiro salário, férias e décimo terceiro de férias e fundo de 
garantia, além do seguro desemprego provido pelo governo, 
quando o profissional tiver sido demitido sem justa causa e não 
tiver outra renda. 
O Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) corresponde a 
um salário a mais por ano que o empregador deposita em contas 
da Caixa Econômica Federal. Esses depósitos são realizados 
mensalmente, relativo a 8% do salário do empregado que 
compreenderá um salário por ano de trabalho. 
O FGTS pode ser sacado quando o profissional for dispensado pela 
empresa sem justa causa. Neste caso, além do valor do fundo, o 
empregador aplicará a multa de 40% em relação ao valor já 
depositado. Além do caso de demissão sem justa causa, o 
empregado pode sacar o FGTS na compra de sua casa própria e em 
programas específicos oferecidos pelo governo. 
O décimo terceiro refere-se a um salário a mais pago ao 
empregado com vínculo empregatício no final do ano letivo, sendo 
que parte deste pode ser pago no período das férias. 
As férias são referentes a um direito trabalhista em que o 
empregado tem direito a um período de gozo sem que haja 
interferência em sua remuneração. Sendo assim, o profissional fica 
30 dias sem trabalhar e recebe sua remuneração + 1/3 do valor do 
seu salário. Por exemplo: se o salário do profissional é de R$ 1000, 
ele deve receber R$ 1000,00 + R$333,33 (1/3 sobre a 
remuneração). 
Uma forma de entender a remuneração e os descontos sofridos é 
analisar e compreender o holerite, documento obrigatório 
recebido mensalmente da empresa por profissionais que tem 
vínculo empregatício. 
O profissional autônomo é quem exerce atividade profissional sem 
vínculo empregatício, ou seja, por conta própria, sendo um 
trabalho que seja eventual, com ou sem exclusividade, e que não 
tenha subordinação direta. Supõe-se que o trabalhador autônomo 
assuma risco sobre suas atividades profissionais e que ele próprio 
dirija suas atividades e assuma o controle de sua jornada. 
É comum verificarmos o trabalho autônomo de profissionais, 
como: corretor de imóveis, médicos, dentistas, psicólogos, 
motoristas, representantes comerciais, e cada vez mais outros 
profissionais vem atuando neste modelo. 
O profissional autônomo precisa ter um cadastro na prefeitura e, 
após pagar uma taxa de serviço, terá um registro e poderá emitir 
notas fiscais. Eles não são descontados e também não recebem os 
direitos trabalhistas como os empregados com vínculo 
empregatício, como férias,13º salário, FGTS etc. 
Os autônomos têm que pagar IRRF como pessoa física, então, 
seguem as mesmas informações apresentadas na Tabela 2 e, em 
relação ao INSS, o valor é 11%. Sendo assim, para profissionais que 
prestam serviços como autônomo, é necessário avaliar os custos 
relativos a esse modelo de trabalho, além do risco maior e ao fato 
de não ter os mesmos direitos do trabalho pela CLT. É comum, cada 
vez mais profissionais autônomos passarem a exercer atividade 
profissional como PJ, seja como MEI ou ME, devido aos encargos 
serem menores. 
A MEI (Microempreendedor Individual) é um modelo de trabalho 
que permite a abertura de um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica) sem custos para o microempreendedor e a abertura de 
uma empresa com certa facilidade, sendo possível a emissão de 
nota fiscal. A MEI não permite sócios e há necessidade de os 
serviços prestados estarem relacionados entre os permitidos. 
 
 
 
 
Um ponto importante da MEI é que o faturamento anual não deve 
ultrapassar R$ 81.000, o que indica a média máxima de R$6750 por 
mês. A contribuição do microempreendedor com a MEI é muito 
interessante e fica entre R$ 50 a R$ 55 por mês, reunindo os 
impostos (ICMS, ISS e Previdência Social) em um único documento, 
o DAS. Como microempreendedor (MEI), é possível a contratação 
de apenas um funcionário que receba um salário mínimo ou o piso 
salarial da categoria. Sendo assim, a MEI pode ser uma boa 
alternativa de relação de trabalho, considerando as arrecadações 
tributárias, quando cumpre os requisitos de faturamento e de 
atividade prestada. Ela também não necessita de administração de 
um contador. 
A ME (Microempresa), envolve um cadastro na junta comercial e a 
constituição de um contrato social. O faturamento anual de uma 
ME pode chegar até R$ 360 mil e ela tem uma abrangência muito 
maior de atividade em relação a MEI, permitindo a contratação de 
até nove funcionários. Esse tipo de empresa normalmente 
demanda a administração de um contador, pela sua maior 
complexidade e planejamento tributário. Para uma empresa 
pequena, o ideal é que seja enquadrada no simples nacional. Nesta 
categoria, a arrecadação varia de acordo com o faturamento e os 
descontos vão de 4% até 11,2%, dependendo do setor e atividade 
desenvolvida. 
Tanto a MEI como a ME oferecem o direito a aposentadoria por 
invalidez e idade, auxílio doença e licença maternidade, porém a 
MEI já conta com o INSS no DAS, que se refere a 5% da alíquota 
(base salário mínimo). Já no caso da ME, é necessário recolher esse 
imposto como contribuinte individual. 
Porém, um fato relevante a ser considerado é que o empresário 
não tem os mesmos direitos que um empregado e muitas vezes 
não tem as mesmas garantias de continuidade de como acontece 
com o trabalhador CLT. As opções para atuar a partir dos modelos 
de trabalho apresentados devem considerar tanto as questões 
financeiras como as perspectivas de carreira pessoais, além das 
disponibilidades do mercado para a tomada de decisão quanto aos 
modelos de trabalho. 
 
Análise de mercado de trabalho (SWOT) 
 
 
A análise de SWOT é uma das ferramentas de planejamento 
estratégico mais conhecidas mundialmente. A utilização deste 
modelo oferece a possibilidade de realizar uma análise geral sobre 
determinada situação ou cenário, para que as tomadas de decisões 
sejam mais acertadas, racionais e ponderadas, considerando 
aspectos relevantes. 
Neste tópico, conheceremos esta ferramenta poderosa e sua 
aplicabilidade, buscando um planejamento mais preciso e tomadas 
de decisões mais eficazes. 
 
FORÇAS, FRAQUEZAS, OPORTUNIDADES E AMEÇAS 
 
O SWOT é um acrônimo definido no idioma inglês, desenvolvido 
por dois professores da Universidade de Harvard, Kenneth 
Andrews e Roland Christensen (FERREIRA et al., 2019), indicando 
uma análise a partir de quatro principais pontos, a partir da 
seguinte matriz: 
 
Strength – Forças 
Weaknesses – Fraquezas 
Opportunities – Oportunidades 
Threats – Ameaças 
 
A figura a seguir apresenta a matriz SWOT, através do desenho que 
normalmente é utilizado em análises de cenário. 
 
 
 
Esta ferramenta permite a análise de ambientes internos e 
externos. Quando nos remetemos ao ambiente interno, nos 
referimos às forças e fraquezas, e se nos remetemos ao ambiente 
externo, pensamos nas oportunidades e ameaças. Um exemplo é 
na análise de uma empresa: identificar os pontos fortes e fracos 
tem a ver com características internas da empresa, enquanto as 
oportunidades e ameaças são relacionados ao mercado, ou seja, 
concorrência, geografia, momento histórico e outros pontos 
externos. 
Podemos dizer que as forças e fraquezas podem ser mais 
controláveis do que as ameaças e oportunidades, e devem ser 
constantemente acompanhadas. Este acompanhamento é de 
suma importância no planejamento da empresa, auxiliando e 
colaborando com as decisões a serem tomada pelas organizações. 
Realizar uma análise de seu ambiente interno, de suas áreas de sua 
marca e de suas pessoas permite com que instituições, empresas 
e grupos em geral, entendam o que fazem bem e possam enfatizar 
seu potencial, tirando proveito de oportunidades interessantes e 
desenvolvendo seus pontos fracos através de planos de ação 
eficientes. 
Podemos citar seis ambientes externos importantes de serem 
analisados em uma análise de SWOT, são eles: ambiente 
econômico, político e legal, social, natural, tecnológico e 
competitivo (CHURCHILL; PETER, 2000). 
Para exemplificar o contexto de ambiente, vamos imaginar um 
restaurante que serve refeições típicas da culinária peruana, com 
ticket médio de R$70 (média de gastos de um cliente). Quando 
verificamos o ambiente externo para esse negócio, devemos 
realizar a seguinte análise: 
 
 
 
A matriz SWOT nasceu como uma ferramenta estratégica 
importantíssima para o mundo empresarial. Para 
compreendermos a sua aplicabilidade, se faz necessário 
entendermos melhor o conceito de estratégia. 
Muitos autores estudaram esse tema tão importante, mas de uma 
forma geral, podemos entender estratégia como uma atividade 
relacionada à importantes caminhos de uma organização ou de um 
grupo social e até mesmo a vida pessoal, em que são avaliados os 
ambientes internos e externos para que decisões sejam tomadas e 
atinjam metas e objetivos esperados. Neste trajeto, são adotadas 
ações e aplicações para as correções necessárias. 
A estratégia vislumbra tanto uma atuação presente como uma 
visão de futuro, mantendo e desenvolvendo a capacidade 
competitiva e incrementando de vantagens para o grupo ou para 
si (CHIERAMONTE et al., 2015). 
O quadro a seguir apresenta uma forma de utilizar a matriz SWOT 
para análise estratégica de um cenário e tomadas de decisão. 
Como veremos, é possível analisar a matriz correlacionando seus 
quadrantes, maximizando forças e oportunidades e minimizando 
fraquezas e ameaças. 
 
 
 
Embora a matriz SWOT seja muito difundida no cenário 
empresarial, ela vem sendo utilizada e adaptada ao estudo de 
cenários de grupos sociais de uma forma geral e até mesmo em 
análises para planejamentos pessoais quanto a vida profissional e 
pessoal. 
 
MATRIZ DE SWOT NA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL 
A adaptação da matriz de SWOT para análise da vida profissional 
pode trazer bons frutos para o autoconhecimento, planejamento 
e avaliação em tomadas de decisão. 
Uma forma de pensar a SWOT também é relacionar os dois 
quadrantes acima com questões relacionadas ao mundo interno. 
Os dois quadrantes abaixo referem-se ao mundo externo. 
Quando utilizamos a matriz para vida profissional e pessoal, nos 
referirmos ao mundo interno, a características individuais, 
envolvendo competências, qualidades e características em geral 
que podem ajudar na carreira. 
Uma forma de fazermos essa autoavaliação para conhecer os 
pontos fortes é pensarmos em situações profissionais em que se 
obteve sucesso e retomar características e competências que 
outras pessoas nos dizem quesão nossos talentos. 
É importante considerar os feedbacks positivos recebidos e avaliar 
os que se repetem com mais frequência. Quando avaliamos as 
fraquezas, é possível realizar a mesma autoavaliação, mas olhando 
para situações onde não se obteve sucesso por conta de algo que 
não conseguiu desenvolver da melhor forma e de feedbacks 
fornecidos por outras pessoas sobre pontos a desenvolver. 
Quando avaliamos os dois quadrantes inferiores, verifica-se 
questões externas em relação ao ambiente profissional em que se 
está inserido, que podem influenciar positivamente 
(oportunidades) ou negativamente (ameaças) na vida profissional. 
Neste caso, é analisado quais os fatores do ambiente, seja da 
empresa que se atua ou do mercado de trabalho de uma forma 
mais geral. Para realizar uma análise de SWOT, é necessário 
considerar o objetivo da análise em relação a vida profissional. Por 
exemplo, caso a proposta seja avaliar o cenário para crescer na 
carreira dentro de uma determinada empresa, o principal cenário 
externo a ser considerado será a empresa, porém, se o foco da 
análise de SWOT for o desenvolvimento da trabalhabilidade no 
mercado, o cenário poderá considerar possíveis clientes ou 
tomadores de serviços. 
Apresentaremos abaixo, as duas situações citadas apresentando 
matrizes que refletem as duas situações (emprego e trabalho). O 
Quadro 2 a seguir se refere a matriz de SWOT de um profissional 
que visa desenvolver-se na empresa atual. 
 
 
 
 
O próximo quadro mostra a matriz de SWOT de um profissional 
que atua como consultor na área de Desenvolvimento Humano e 
Profissional e pretende desenvolver sua trabalhabilidade. 
 
 
 
 
Já o próximo quadro se refere à análise da matriz SWOT 
apresentada no Quadro 3, considerando o cruzamento dos quatro 
quadrantes. O quadro apresenta possibilidades de ações a partir 
destas análises, que possivelmente seriam difíceis de serem feitas 
se a ferramenta não tivesse sido aplicada. 
 
 
 
Ferramentas para planejamento e gestão 
 
 
 
As ferramentas metodológicas são recursos interessantes para 
desenvolver, principalmente, projetos profissionais, compreender 
processos, resolver problemas e estruturar planos de ação. Elas 
permitem atuar de forma mais planejada e enxergar possíveis 
soluções para situações que, se não parássemos para analisar e 
detalhar, provavelmente não conseguiríamos enxergar como 
oportunidades de melhoria ou como ponto de precaução e 
atenção. 
O diagrama de Ishikawa, também denominado “diagrama de causa 
e efeito ou espinha de peixe” devido à sua forma, foi desenvolvido 
por Kaoru Ishikawa, no Japão, na década de 50. 
Por meio de sua forma gráfica, é possível avaliar um determinado 
processo e interpretá-lo. Para desenvolver esse tipo de diagrama, 
é necessário que haja um problema a ser resolvido e, a partir disso, 
um grupo de pessoas levanta hipóteses sobre suas possíveis 
causas. 
O problema é escrito à direita do diagrama de forma clara e 
objetiva. A partir dele, uma linha horizontal e outras semi verticais 
são traçadas, representando as causas levantadas, conforme 
apresentado no Diagrama 1. 
 
 
 
O diagrama é definido a partir de seis categorias, denominadas 6M: 
mão de obra, equipamentos, materiais, meio ambiente, medições 
e métodos. As causas levantadas são encaixadas de acordo com as 
seis categorias e suas respectivas investigações devem remeter às 
causas originais. As 6M funcionam como um guia para orientar a 
análise de problemas. 
O diagrama de Ishikawa tem base em uma conversa denominada 
brainstorming (chuva de ideias), na qual as possibilidades são 
consideradas e organizadas conforme as seis categorias. 
Uma forma interessante de desenvolver essas metodologias é 
pensar e discutir causas por cada categoria. Por exemplo: imagine 
que o problema seja insatisfação do cliente. Serão levantadas 
hipóteses para todas as seis categorias. A partir das causas 
levantadas, outras ferramentas podem devem ser utilizadas, como 
a ferramenta 5W2H e/ou a regra de Pareto, para se chegar à causa 
raiz. 
As causas de nível 2 são levantadas através do brainstorming, as de 
nível 1 são desdobradas a partir da ferramenta 5W2H, Pareto, 
dentre outras, conforme demonstrado no Diagrama 1. 
 
 
 
A ferramenta 5W2H compreende uma forma de estruturar o 
pensamento, tornando-o mais organizado e definido antes de 
implementar uma solução. Ela propicia uma análise sob diversas 
circunstâncias. Os 5W do nome correspondem às seguintes 
palavras inglesas: 
 
• What (o quê?); 
• When (quando?); 
• Why (por quê?); 
• Where (onde?); 
• Who (quem?). 
 
E os 2H, por sua vez, correspondem às seguintes palavras: 
 
• How (como?); 
• How much (quanto?). 
A proposta da ferramenta é se perguntar sobre cada um dos 
fatores no momento de desenvolver uma atividade, avaliar uma 
causa ou realizar um projeto. A partir delas, é possível visualizar o 
envolvimento dos processos e diferenciar atividades. 
O Quadro 5 representa as questões a serem realizadas em cada um 
dos elementos da ferramenta. 
 
 
 
Por meio dessa ferramenta, é possível eliminar muitas incertezas 
devido à objetividade das respostas promovidas. Uma forma de 
fazer isso é no desdobramento de causas-raízes, no diagrama de 
causa e efeito, ou na definição de planos para a execução de 
projetos. 
O diagrama ou gráfico de Pareto foi introduzido pelo economista 
italiano Vilfredo Pareto. A ferramenta permite definir um número 
pequeno de situações que produzem grandes melhorias em 
processos. Ela parte do princípio de Pareto, ou seja, 80% dos 
problemas são ocasionados por 20% das causas. Isso quer dizer 
que poucas situações causam muitos problemas. Sendo assim, 
esse princípio busca focar nos reais problemas e atuar de forma 
simplificada. Embora o número sugerido (80/20) não seja uma 
verdade absoluta, é importante considerá-lo como um princípio no 
qual muitos problemas têm poucas causas. 
 
 
 
A ferramenta utiliza princípios quantitativos para ordenar os 
problemas de qualidade. Dessa forma, para construir um gráfico 
de Pareto, é necessário realizar um levantamento dos problemas 
em alguma área, setor ou produto da empresa. Algumas 
ferramentas de levantamento são: pesquisa de satisfação, 
questionários ou documentos contendo observações coletadas 
etc. A partir disso, deve-se construir o gráfico com os dados 
coletados. 
Um fato fundamental é que a regra de Pareto necessita de dados 
para que os problemas possam ser identificados. Desse modo, o 
gráfico implica em quantificar os problemas por tipos e, a partir 
deles, identificar o percentual de cada um, colocá-los em ordem 
decrescente e apresentar um gráfico no qual seja possível verificar 
os problemas individualmente e de forma acumulada. 
 
 
O gráfico de Gantt, ou diagrama de Gantt, é uma ferramenta 
desenvolvida por Henry Gantt, engenheiro americano e consultor. 
Ela tem como finalidade planejar e controlar atividades ou tarefas. 
Embora seja uma ferramenta antiga, é um importante recurso para 
gestão de projetos, permitindo a visualização dos avanços das 
etapas do projeto e todo seu andamento. O gráfico de Gantt pode 
ser utilizado de forma muito simples, como em folhas de papel 
quadriculado, no Excel ou por meio de sistemas de gestão. 
Atualmente, muitos softwares de mercado se baseiam no gráfico 
de Gantt para oferecer uma solução tecnológica e otimizada de 
gestão de projetos. 
 
 
 
Por meio dele, é possível identificar e acompanhar o início e o 
término de cada atividade, inclusive os atrasos, os progressos e as 
tarefas. Isso permite que o responsável pelo projeto aja e decida a 
partir de informações mais precisas. Além disso, em um projeto 
que envolve muitas pessoas, é possível verificar os responsáveis 
pelas tarefas e a sua ordenação. 
Diferentemente do Pareto e da espinha de peixe, que levantam 
possíveis problemas e exploram causas, o Gantt auxilia no 
acompanhamento de projetos e atividades de um projeto em 
andamento.Sendo assim, controle e acompanhamento são os 
motivos pelos quais a ferramenta existe. Dessa forma, alguns 
fatores são importantes para que ele cumpra com as necessidades 
esperadas, tais como: tempo (cronograma), tarefas, responsáveis, 
sinalizações (que indicam quais tarefas dependem do término de 
outras), objetivos e metas. 
 
Construindo projetos pessoais e 
profissionais 
 
 
Os projetos estão relacionados ao desenvolvimento ou à 
construção de algo. Nesse sentido, quando pensamos em construir 
uma casa, criar um produto, construir um trabalho específico para 
atender melhor os clientes ou desenvolver algo novo em nossas 
vidas pessoais, podemos desenvolver um projeto. 
Os projetos possuem características e modelos específicos e um 
dos mais importantes fundamentos é que um projeto 
tem início, meio e fim. Caso alguma construção ou 
desenvolvimento sejam contínuos, não os caracterizamos como 
projeto. Esses casos são caracterizados por rotinas ou por 
processos estabelecidos. Alguns exemplos de projetos são: 
projetos pessoais, corporativos, operacionais, de pesquisa e 
desenvolvimento, desenvolvimento de um software e aplicativos, 
dentre outros. 
 
 
O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS 
 
 
 
Ao verificarmos um projeto realizado, é comum pensarmos que ele 
foi fruto de uma boa ideia e de esforço. No entanto, quando não 
conhecemos muito sobre desenvolvimento, gestão e metodologia 
de projetos, não imaginamos que há uma estrutura pré-definida e 
um certo modo de atuação para lidar com a produção do 
determinado produto/serviço/tema, buscando seu melhor 
resultado. Os resultados positivos de um projeto ocorrem por 
conta de um processo estruturado que envolve fases definidas 
como iniciação, planejamento, execução, acompanhamento e 
conclusão. 
Além das fases estruturadas, existem algumas premissas básicas 
que caracterizam um projeto: 
 
• Todo projeto tem um objetivo claro; 
 
• Os projetos são temporais, ou seja, possuem início, meio e fim; 
 
• Eles são específicos e únicos, embora haja semelhanças entre dois 
ou mais projetos, cada projeto tem seus requisitos e 
especificidades; 
 
• As limitações relacionadas a recursos como tempo, custos e 
pessoas necessitam ser consideradas; 
 
• Cada projeto possui estrutura própria, embora possa compartilhar 
recursos e pessoas com outros projetos. 
Um projeto visa desenvolver um trabalho que não é rotineiro e isso 
envolve uma forma de trabalho diferente, menos burocrática e 
hierárquica, em que todos estejam voltados a um objetivo comum. 
Um projeto corporativo envolve pessoas de diferentes áreas e com 
diferentes visões que contribuem para o mesmo fim. Um projeto 
pessoal, por sua vez, diz respeito a uma pessoa que tem como 
objetivo coordenar os planos e ações para atingir um resultado 
esperado. 
Na finalização de um projeto, seja pessoal ou de uma organização, 
é importante verificar as lições aprendidas. Embora os projetos 
sejam específicos, é possível empregar aprendizados anteriores 
em projetos diversos, fazendo algumas adaptações às 
necessidades. 
Um projeto também possui fases, conforme mostra o Diagrama 2. 
 
 
 
// Processo inicial 
Neste momento, são definidos e refinados os objetivos do projeto, 
obtendo-se a aprovação para realizá-lo junto aos envolvidos. 
Também é necessário reunir informações imprescindíveis sobre o 
projeto, como as restrições do escopo, tempo e custo. 
O escopo do projeto é algo muito importante e diz respeito à 
expectativa do cliente final em relação ao projeto. Envolve o 
mapeamento do trabalho necessário para que se consiga atingir o 
resultado. 
A partir do início do projeto, são registradas todas as outras etapas, 
sendo necessário coletar informações sobre as equipes, definir 
metas e responsabilidades. 
O foco é a compreensão macro do projeto, como o que pode 
influenciar as etapas, os riscos e as definições iniciais. 
As principais atividades dessa fase envolvem: definir o objetivo e 
refiná-lo; identificar e entender os problemas a serem resolvidos; 
identificar quem são as pessoas que sofrerão o impacto do projeto 
e que áreas/pessoas estão envolvidas na sua execução; determinar 
o escopo e equilibrar o tempo, o custo e a qualidade. 
O Diagrama 3 apresenta uma das principais responsabilidades da 
etapa inicial do projeto, que deve ser monitorada nas etapas 
seguintes, referindo-se às restrições do projeto relativas a tempo, 
custo e recursos (humanos e materiais). 
 
 
// Processo de planejamento 
Esta fase se refere a toda organização e preparação necessária 
para o projeto. Neste momento, são verificadas e especificadas as 
necessidades das pessoas, as ferramentas e medidas, e os 
indicadores para que os objetivos sejam atingidos. 
Podemos resumir que as principais atividades dessa fase 
envolvem: montar a equipe de projeto; nivelar as informações de 
uma forma que todos estejam alinhados; definir os indicadores e 
as medidas do projeto; definir o cronograma de trabalho; detalhar 
e direcionar os gastos, conforme orçamento; realizar a reunião de 
Kick-off. 
O Kick-off é uma reunião de abertura de projeto, que marca a 
finalização do planejamento e o início da execução. Nessa reunião, 
a equipe participa colocando os pontos críticos e os desafios do 
projeto, que devem fazer parte do controle do gestor do projeto. 
 
// Processo de execução 
Neste momento, os entregáveis (tudo que deve ser apresentado 
no final do projeto) estarão em desenvolvimento para que sejam 
apresentados ao cliente. Esse processo envolve a construção da 
solução a partir do desenvolvimento das tarefas definidas, 
conforme o cronograma e a metodologia instituída. A execução é 
a essência do projeto, e se refere à realização em si. 
As principais atividades desta fase dizem respeito a reuniões 
frequentes sobre o status e andamento do projeto; reporte ao 
cliente; resolução de possíveis problemas e necessidades de 
ajustes; resolução de crises. 
 
 
 
// Controle do projeto 
Refere-se a uma fase que ocorre concomitantemente às fases de 
planejamento e execução, principalmente execução. 
Além de averiguar o cumprimento das atividades propostas, dos 
prazos e custos que garantirão a assertividade do projeto, essa 
etapa envolve o monitoramento do clima, buscando projetar um 
ambiente agradável, humano e favorável para as pessoas 
executarem as atividades. Nesse sentido, atualmente, as 
responsabilidades têm sido cada vez mais depositadas aos 
membros do time, sendo que, erros e correções de desvios fazem 
parte de um projeto e necessitam ser encarados pelos próprios 
executores. 
As principais atividades desta etapa envolvem: monitorar o 
progresso; corrigir desvios; garantir o bom ambiente de trabalho. 
 
// Encerramento 
Esta é a fase da entrega ao cliente, incluindo a documentação do 
projeto e o encerramento do contrato ou acordo. É neste 
momento que são levantados, junto à equipe, as lições aprendidas 
a partir dos marcos relevantes do projeto. 
As principias tarefas desta etapa referem-se a: análise e 
performance do projeto; retorno de clientes e equipes; 
fechamento e documentação do projeto. 
Além da metodologia tradicional de projetos, muitos projetos são 
geridos a partir de modelos ágeis de projetos. Os modelos ágeis 
envolvem etapas semelhantes ao modelo tradicional, citados 
acima, porém, uma das características que se diferencia é que, em 
projetos tradicionais, entende-se que o produto deva ser entregue 
ao cliente totalmente finalizado, após todo o cumprimento de todo 
projeto, enquanto os métodos ágeis podem ser usados em 
projetos que permitem entregas que envolvam o mínimo de 
funcionalidade dos produtos, solucionando uma parte do 
problema do cliente e, as etapas subsequentes são entregues após 
feedbacks, para que melhorias sejam realizadas. Um exemplo é o 
desenvolvimento de produtos a partir de versões, que evoluem de 
acordo com as necessidades detectadas. 
Quando desenvolvemos projetos pessoais, é importante 
seguirmos asmesmas etapas propostas como em casos de 
projetos corporativos, realizando adaptação quanto ao tema 
definido, e considerando que, normalmente, não há clientes e 
equipes, porém, podem haver outros integrantes que contribuem 
para atingir os resultados. 
É comum, em projetos pessoais, querermos ir logo à execução, 
mas é importante pensar na fase inicial e no planejamento para 
que a execução seja coordenada, e assim, os resultados tenham 
mais possibilidades de serem atingidos. 
 
 
 
SINTETIZANDO 
Os temas que vimos neste conteúdo são muito valiosos à 
aplicabilidade de tudo o que foi aprendido anteriormente. Essa 
unidade possibilitou incluir elementos referentes à compreensão 
maior de finanças pessoais, para que, além de realizar um trabalho 
bem feito, condizente com as necessidades de mercado, agradável 
e motivador para si, seja possível obter resultados positivos, 
trazendo segurança e satisfação, como a estabilidade e a 
administração financeira. 
Quando possibilitamos a aplicação do que aprendemos aqui em 
nossas vidas pessoais e profissionais, é possível investirmos em 
fatores que são importantes para nós, no presente e no futuro, 
além de nos planejarmos mais, sermos mais criteriosos e 
detalhistas, para avaliar bem as melhores decisões a serem 
tomadas. 
As teorias, os modelos e as metodologias apresentados permitem 
que os conhecimentos sejam aplicados a partir de análises mais 
apuradas, para adquirirmos e demonstrarmos mais propriedade e 
solidez nos trabalhos realizados, sendo possível apresentar a lógica 
das conclusões definidas e das ações tomadas ao outro. 
As informações sobre as possíveis remunerações e educação 
financeira propiciam uma atitude mais autônoma diante da vida, 
em que, além das circunstâncias do mercado e do atual cenário do 
país, seja possível considerar as decisões pessoais e profissionais, a 
própria vontade, os interesses, os sonhos e os objetivos de vida, 
tanto a curto quanto a longo prazo. 
A importância sobre o autoconhecimento e o conhecimento das 
necessidades do mundo esteve em pauta em nossos estudos, 
como uma perspectiva que orienta os ensinamentos 
compartilhados. 
Contudo, acreditamos que a partir da conclusão das 
aprendizagens, o aluno seja capaz de tomar decisões mais 
assertivas para sua vida profissional, aplicando os modelos e as 
ferramentas em prol de mais produtividade, sucesso e bem-estar 
para si e suas relações. 
 
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