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Antropometria de Crianças A criança apresenta aumento linear das suas estruturas e massa corporal, mas esse aumento não é constante, sendo influenciado por fatores: No primeiro ano, a criança triplica seu peso e a estatura aumenta em cerca de 50% O desenvolvimento da criança é dependente da maturação neurológica, estímulos sensoriais e equilíbrio nutricional metabólico A avaliação nutricional é essencial para o acompanhamento e monitoramento do estado nutricional, crescimento e desenvolvimento, assim como para a prevenção e diagnóstico de distúrbios nutricionais Pré-escolar (2 a 6 anos) – menor ritmo de crescimento (irregular), apresentando comportamento alimentar variável Escolar (7 a 10 anos) – crescimento constante, com ganho de peso, aumentando as necessidades energéticas; mudança no padrão alimentar, havendo aumento da gordura corporal e aumento do risco de obesidade Medidas e Índices 1. PESO Expressa a dimensão do volume corporal total, sendo uma medida de fácil obtenção e de grande sensibilidade para os agravos nutricionais agudos e crônicos Deve ser avaliado com outras medidas antropométricas Crianças com edema pronunciado não devem ser classificadas antropometricamente quanto ao seu estado nutricional Para crianças com 2 anos ou mais, a técnica de pesagem é a mesma para adolescentes e adultos 2. ESTATURA/COMPRIMENTO Medida que reflete o comprimento linear e o estado nutricional atual e pregresso, devendo ser avaliada junto a outras medidas antropométricas Intrínsecos (genética e fatores neuroendócrinos) – maior influência sobre o crescimento até o 2º ano de vida Extrínsecos (alimentação, estilo de vida, condições socioeconômicas e vínculo materno) – maior influência até os 2 anos Comprimento = para crianças de 0 a 24 meses, medindo-se horizontalmente (deitado) e com auxílio do responsável Estatura = para crianças acima de 24 meses, medindo-se verticalmente 3. PERÍMETRO CEFÁLICO Utilizado para diagnóstico de microcefalia, macrocefalia e hidrocefalia (crescimento cerebral), sendo realizado durante os 3 primeiros anos de vida Quando associado ao perímetro torácico, pode ser utilizado para classificação de desnutrição, embora seja a última medida a ser comprometida nesses casos 4. PERÍMETRO DO BRAÇO Reflete as reservas corporais, sendo indicado para crianças de 1 a 5 anos Medida complementar e usada quando não é possível obter as medidas de peso e estatura Classificação de acordo com Frisancho (1990) – abaixo de P5 = risco de distúrbios e doenças associadas à desnutrição; e acima de P95 = risco de doenças associadas ao excesso de peso 5. CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO Indicador de reserva da massa muscular sem correção da massa óssea 𝐶𝑀𝐵 (𝑐𝑚) = 𝐶𝐵 (𝑐𝑚) − (0,314 𝑥 𝐷𝐶𝑇) Classificação de acordo com Frisancho (1990) – abaixo de P5 = risco de distúrbios e doenças associadas à desnutrição; e acima de P95 = risco de doenças associadas ao excesso de peso Classificação de acordo com a WHO (Escore-Z) 6. PERÍMETRO DA CINTURA Medida antropométrica adicional e indicador isolado de risco cardiovascular, sendo utilizada a partir dos 5 anos de vida Pontos de corte de Freedman et al. (1999) – acima de P90 = maior probabilidade de ter fatores de risco cardiovasculares 7. DOBRAS CUTÂNEAS Medem a reserva adiposa corporal, tendo como vantagem a medição da composição, e não apenas do volume corporal. Em desvantagem a variação da distribuição do tecido adiposo no que tange idade e sexo e inexistência de parâmetro de referência considerando a diversidade étnica https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards 7.1. Tricipital e Subescapular Avaliadas a partir de 1 ano Classificação para DCT e DCSE (isoladas) – NCHS (1976-1980) Classificação para DCT + DCSE – Frisancho (1990) Classificação de 3 meses a 5 anos (dobras isoladas) – WHO (Escore-Z) 7.2. Equações para % de gordura Utilizadas a partir dos 8 anos a partir das equações propostas por Slaughter et al. (1988) 8. PESO POR IDADE Relação entre massa corporal e idade da criança, sendo utilizado para acompanhar o ganho de peso Diagnóstico para crianças entre 0 e 10 anos – verificação do Escore-Z (WHO) e diagnóstico nutricional a partir do SISVAN (2011) 9. PESO POR ESTATURA Não necessita da idade da criança e é sensível à mudanças nutricionais agudas, diagnosticando excesso ou baixo peso Diagnóstico para crianças entre 0 e 5 anos – verificação do Escore-Z (WHO) e diagnóstico nutricional a partir do SISVAN (2011) Utilizar o IMC/idade a partir de 6 anos 10. ESTATURA POR IDADE Progressivo, refletindo o crescimento linear e a condição nutricional Diagnóstico para crianças entre 0 e 10 anos – verificação do Escore-Z (WHO) e diagnóstico nutricional a partir do SISVAN (2011) 11. IMC POR IDADE Calculado da mesma forma que para adultos, identificando excesso ou baixo peso em crianças acima de 2 anos de idade 𝐼𝑀𝐶 (𝑘𝑔/𝑚²) = 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎2(𝑚) Diagnóstico para crianças abaixo de 5 anos e de 5 a 10 anos – verificação do Escore-Z (WHO) e diagnóstico nutricional a partir do SISVAN (2011) https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards https://www.who.int/toolkits/child-growth-standards REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde. Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP. Avaliação nutricional da criança e do adolescente: manual de orientação. 2. ed. São Paulo: SBP, 2009. Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP. Manual Orientação – Departamento de Nutrologia. 3ªed. Rio de Janeiro: SBP, 2012. WELFFOT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescência. Manole. 2ªed. São Paulo: 2019. VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.
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