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Transtornos hipocinéticos: parkisonismo e doença de Parkinson Transtornos hipercinéticos: distonias (torção, muito sustentado), coreias (movimentos rápidos, involuntários, desprovidos de propósito), tremores (movimentos repetidos de um membro), tiques (motores e/ou vocais) e mioclonias (movimentos rápidos, fulgazes, desprovidos de propósito) Outros: atetose (movimentos lentos), balismo (movimentos mais rápidos em hemicorpo) e acatisia (antieméticos – inquietudade) Coreia de Sydenham (crianças) – tratamento neurolépticos Coreia de Huntington (adultos) Distonia – tratamento estimulação cerebral profunda (PBS) Síndrome de Tourette – tiques motores e vocais Doença de Parkinson Epidemiologia • Forma mais comum de Parkinsonismo (bradicinesia, rigidez, associado ou não a tremor de repouso), correspondendo a 80% dos casos • Prevalência de 160 casos por 100 mil habitantes • Incidência de 20 casos por ano por 100 mil pessoas • Prevalência e incidência aumentam com a idade • Média de idade do surgimento dos sintomas é de 56 anos em ambos os sexos • Relação homens:mulheres de 2:1 • Mutações em genes associados respondem por 5-40% dos casos • Mais de 20 mutações: - Park 2 (autossômica recessivo, início precoce), gene Parkina - Park 8 (autossômica dominante), gene LRRKE (proteíno-quinase) - Park 5 – distonia Patogênese • Degeneração dos neurônios produtores de dopamina (mesencéfalo – substância negra) • Presença de inclusões citoplasmáticas eosinofílicas (corpos de Levy) Achados clínicos Sintomas motores: tremores de repouso, bradicinesia, rigidez plástica (em roda denteada), perda dos reflexos posturais, bloqueios motores como freezing (congelamento da marcha) e festinação (dificuldade em iniciar o movimento). *Propensão a quedas! *Ajuda de ritmicidade visual e sonora pode ajudar em alguns casos! Sintomas não motores: ➢ Demência em 20-40% dos casos (mais avançado) ➢ Sintomas comportamentais ➢ Sintomas sensoriais ➢ Distúrbios autonômicos (disfunção sexual, hipotensão) ➢ Alterações no sono (acometimento do loccus cerulius na ponte) ➢ Alterações no olfato (depleção no bulbo olfatório) ➢ Constipação ➢ Síndrome das pernas inquietas Diagnóstico Primariamente clínico (bradicinesia, associada a rigidez (forma rigidoacinética) ou tremor de repouso (fase tremulante) Diagnóstico diferencial • Síndromes parkinsonianas atípicas • Parkinsonismo secundário (medicamentoso) • Demências (Alzheimer) • Doenças degenerativas hereditárias (doenças de Wilson) Tratamento Agentes dopaminérgicos: • Precursores da dopamina: levodopa (+ benzerazida – prolopa padrão, prolopa BD, HBS, dispersível), após 5 anos de uso → discinesias • Agonistas da dopamina: pramipexol (agonista dopaminérgico), rotigotina (transdérmico – sem efeito GI, porém delírios, alucinações, compulsão sexual, jogos, compras) • Inibidor da COMT: entacapona (impedir metabolismo rápido da levodopa) e tolcapona (muito efeito colateral) • Inibidor da MAO-B: selegilina e rasagilina Agentes não dopaminérgicos: • Anticolinérgicos: biperideno (proscrito – demência) • Antiglutamatérgico: amantadina • Gabaérgicos: lorazepam ou clonazepam Neurolépticos atípicos: • Antagonistas da serotonina e dopamina: quetiapina e clozapina Outras opções: • Palidotomia • Talamotomia • DBS – estimulação cerebral profunda (eletrodo GPL, NST no Brasil) – mais de 5 anos de evolução da doença Prognóstico • Doença neurodegenerativa – mesmo com a cirurgia não melhora instabilidade postura, equilíbrio, a doença continua avançando • Mortalidade diminui em 50% com levodopa • O tratamento equilibrado melhora sobremaneira a capacidade funcional e qualidade de vida Síndromes Parkinsonianas Atípicas Paralisia Supranuclear Progressiva Epidemiologia • Prevalência de 1,39 casos por 100 mil pessoas • Mais frequente em homens • Média de idade de início é de 65 anos Patogênese Degeneração neuronal Emaranhados neurofibrilares Astrócitos tau positivos nos gânglios basais e estruturas do tronco cerebral *degeneração da proteína tau Achados clínicos • Parkinsonismo progressivo (freezing) • Paralisia ocular supranuclear vertical (olhar para baixo e com o avançar para cima) ou sacadas verticais lentas • Início precoce de tendência a quedas (antes de 3 a 5 anos) – instabilidade postural (cai para trás) • Rigidez axial (retrocollis distônico ‘pescoço virado para trás’ e distonia facial) • Bradifrenia (pensamento lento) Exames complementares A TC e RM podem demonstrar atrofia do tronco cerebral, especialmente do mesencéfalo Imagem: Aumento dos ventrículos e atrofia do corpo caloso, ponte robusta, porém atrofia do mesencéfalo “sinal do bico do colibri”. Tratamento não é eficaz. Degeneração corticobasal • Pakinsonismo unilateral • Rigidez e distonia unilaterais do braço • Bradicinesia • Apraxia orobucolingual • Mioclonias • “Membro alienígena” (movimento involuntário do braço ou perna) • Tremores grosseiros de intenção e de repouso • Hiperreflexia e Babinski • Com a evolução ambos os lados do corpo são afetados • Alteração da mobilidade ocular • Demência TC e RM podem apresentar atrofia frontoparietal assimétrica Imagem: Atrofia da região cortical, principalmente posteriores, aumento dos sulcos. Tratamento limitado. Atrofia de múltiplos sistemas • Deposição de alfa-sinucleína proteína nos neurônios dopaminérgicos • Parkinsonismo • Hipotensão ortostática sintomática • Ataxia cerebelar (dismetria, disdiadococinesia, ataxia na marcha) • Fraca resposta terapêutica à levodopa • 10% dos pacientes com Parkinsonismo • Idade média de início é de 53 anos • Prevalência anual de 0,6-3 por 100 mil pessoas • Muitos pacientes ficam em cadeira de rodas ou muito incapacitados • Sobrevida média de 6-7 anos após o início dos sintomas Imagem: Atrofia da ponte, sinal da cruz. Demência por corpúsculos de Lewy • Sintomas cognitivos e motores com rápida evolução – menor que 1 ano • Alucinações precoces • Intolerância aos neurolépticos • Intolerância a doses moderadas de levodopa • Avaliar anticolinesterásicos
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