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Sara vitória Sistema linfático Cabeça e pescoço Grande parte do nosso corpo é formado por líquido; em específico, aproximadamente 60% de um organismo adulto é composto por água. Essa água no nosso organismo pode ser encontrada tanto no sangue (mantendo-o em estado líquido, formando o plasma sanguíneo), tanto dentro das células (aliás, grande parte da água do nosso corpo é intracelular), como também essa água pode estar no meio extracelular (entre as células, formando o que nós chamamos de liquido intersticial). A água no nosso organismo possui uma função extremamente importante, pois essa é configurada como um meio de transporte, isto é , ela é um veículo por onde as substâncias conseguem sair do sangue e entrar nas células ou sair das células e entrar no sangue. Desse modo, entende-se que água é fundamental, visto que mesmo que ela se encontre dentro do sangue, ela pode sair , ir para o espaço intersticial e entrar nas células ou vice versa, caracterizando assim o que chamamos de dinâmica de fluídos. Você sabia? O interstício é um órgão integrante do tecido conjuntivo, descrito como um espaço preenchido de líquido entre a pele e os demais órgãos, músculos e o sistema circulatório. E o fluido presente neste espaço é Sara vitória denominado fluido intersticial, que é composto por líquido extracelular e sua solução. Sabendo no então que esses líquidos podem mudar de local, dependendo de onde eles estiverem, acabam por ganhar um nome diferente: A água dentro do sangue Plasma A água dentro das células Hialoplasma A água que fica entre as células líquido intersticial Conforme as substâncias se movimentam entre o sangue e as células, a água se movimenta junto com essas substâncias. Consonante a água sai dos capilares sanguíneos, certa de 90% desta acaba por ser absorvida pelos próprios capilares sanguíneos, entretanto os outros 10% ficam retidos no meio intersticial e é exatamente o sistema linfático que será responsável por drenar esse excesso de líquido e fluídos que ficam presos entre as células. Em suma, o sistema linfático são vasos linfáticos “esbranquiçados”, intimamente ligados ao sistema Sara vitória cardiovascular, que possuem como principal função a drenagem de líquidos que estejam acumulados no espaço intersticial, isto é, recolhem o excesso de líquido intersticial e toxinas acumuladas e devolvê-los para a circulação sanguínea, e atuar na imunidade corporal por conter células de defesas. Outrossim, quando o excesso de líquido intersticial entra nos vasos linfáticos, ele passa a se chamar linfa. Estruturas do sistema linfático O sistema linfático têm algumas semelhanças com o sistema vascular, pois ele também é formado por vasos. Entretanto, no sistema cardiovascular nós temos vasos sanguíneos que transportam sangue; já no sistema linfático, temos os vasos linfáticos, que transportam a linfa. Os vasos linfáticos possuem algumas diferenças estruturais dos vasos sanguíneos, e além disso o sistema cardiovascular é um sistema fechado, onde o sangue fica dentro Sara vitória dele e não sai; já o sistema linfático, é um sistema aberto, que tem começo e fim, uma vez que tem seu começo no meio intersticial (entre as células, com os capilares linfáticos que vão drenar o líquido intersticial) e seu término na circulação venosa (já que esse sistema precisa devolver para a circulação sanguínea os líquidos que foram recolhidos). Dessa forma, um dos componentes desse sistema são os vasos linfáticos. Outro componente desse sistema é a própria linfa (que veio do líquido intersticial). Essa linfa tem uma composição semelhante ao plasma, mas, dependendo do tecido que ela drena, pode acabar por variar sua composição. Você sabia? O nosso organismo em condições normais, tem a capacidade de produzir cerca de 3 a 4 litros de linfa por dia. É importante lembrar também, que a linfa é devolvida diretamente para a corrente sanguínea. Sara vitória Além dos vasos linfáticos e da própria linfa, o sistema linfático também possui células, conhecidas por linfócitos (linfócitos T ou B). E por último, o sistema linfático também possui órgãos linfáticos ou órgãos linfóides. Dentro desses órgãos linfáticos, nós temos os linfodos ou glânglios linfáticos, que são agregados de tecidos linfáticos que possuem uma quantidade de células de defesa. Os linfonodos estão localizados no caminho dos vasos linfáticos e vão ajudar na imunidade do nosso organismo. Outrossim, temos também as tonsilas, que são agregados de linfonodos encapsulados em regiões estratégicas. Sara vitória Ademais, também temos órgãos (medula óssea, timo e baço) que são responsáveis pela produção, maturação e renovação dos linfócitos da célula de defesa. Dessa forma, podemos entender que o sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfoides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos, capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório; ou seja, é constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. Em suma, os principais componentes desse sistema são: A linfa Os vasos e capilares linfáticos Os linfonodos Outros órgãos linfáticos Vamos destrinchar alguns deles: Sara vitória Você sabia? Antes de aprofundarmos com a nossa explicação, é muito importante conhecermos a origem embrionária do sistema linfático e de seus respectivos órgãos. O sistema linfático inicia seu desenvolvimento no final da sexta semana, cerca de duas semanas após serem reconhecidos os primórdios do sistema cardiovascular. Os primeiros capilares linfáticos se juntam uns aos outros para formar uma rede de linfáticos. Desenvolvimento dos sacos linfáticos Existem 6 sacos linfáticos primários no final do período embrionário: 2 sacos linfáticos jugulares – próximos à junção das veias subclávias com as cardinais anteriores – futuras veias jugulares internas 2 sacos linfáticos ilíacos – próximos à junção das veias ilíacas com as cardinais posteriores 1 saco linfático retroperitoneal – na raiz do mesentério na parede abdominal posterior 1 cisterna do quilo – localizada dorsalmente ao saco linfático retroperitoneal. Posterior ao retroperitoneal, na região do umbigo. Todos esses sacos linfáticos servem para passar por divisões e formarem linfonodos, exceto a parte superior da cisterna do quilo, que permanece Sara vitória após o nascimento. Todos se ligam aos vasos linfáticos. Desenvolvimento dos Linfonodos Os linfonodos vêm dos sacos linfáticos, exceto a parte superior da cisterna do quilo. Esses sacos linfáticos são invadidos por células mesenquimais, formando os seios, as cavidades. Outras células mesenquimais entram no linfonodo e o envolvem para formar a cápsula, vasos sanguíneos e as trabéculas, quando adentram o linfonodo. Os linfócitos que estão no linfonodo podem ser provenientes da fase mesoblástica, vindo do saco vitelínico, da fase hepática, vindo do fígado, fase esplênica, vindo do baço. Até mesmo dos próprios linfonodos, em uma fase da gestação e do timo. Ou seja, depende da fase da produção de linfonodos. A organização do linfonodo em córtex e medula ocorredepois do nascimento. Quando nasce, ainda não tem nódulos linfáticos porque o sistema ainda não trabalha antes do nascimento. Sara vitória Outrossim, os linfócitos são derivados originalmente de células- tronco do mesênquima do saco vitelino e mais tarde, do fígado e do baço. Por conseguinte, os linfócitos precoces finalmente entram na medula óssea, onde se dividem em linfoblastos. Ademais, os linfócitos que aparecem no linfonodo antes do nascimento são derivados do timo. Desenvolvimento do baço, tonsilas e timo Baço – vem completamente de células mesenquimais. Timo – tem origem de mesoderma, ectoderma e endoderma. Tonsila Palatina – se desenvolve do segundo par de bolsas faríngeas e próximo ao mesênquima. Segundo arco faríngeo – hióide. Essa tonsila é originada do ectoderma e do mesoderma. Tonsila Tubária – Se desenvolvem da agregação de nódulos linfoides ao redor das aberturas faríngeas das tubas faringotimpânicas. Junção da orelha média com a faringe. Tonsila Faríngea – agregado de nódulos linfoides na parede da nasofaringe. Tonsila Lingual – agregado de nódulos linfoides na raiz da língua. Nódulos Linfáticos – também se desenvolvem na mucosa do sistema digestório e respiratório. Sara vitória Linfa É um líquido aquoso, claro, levemente amarelado, contido em um sistema vascular. Outrossim, é proveniente do líquido intersticial dos órgãos e coletada pelos plexos capilares linfáticos, que são os primeiros “componentes” do sistema linfático, que posteriormente, se reunirão dando origem aos vasos linfáticos. A composição da linfa assemelha-se com a do sangue, exceto por não possuir hemácias. Apresenta glóbulos brancos, dos quais 99% são linfócitos. Basicamente, a linfa é um líquido pobre em proteínas e rico em lipídios. A linfa também, assim como o sangue, contribui com o transporte e remoção de substâncias em diversas partes do corpo. Além disso, o sistema linfático coleta a linfa, por difusão, através dos capilares linfáticos, e a conduz para dentro do sistema linfático. Uma vez dentro do sistema, o fluido é chamado de linfa, e tem sempre a mesma composição do que o fluido intersticial. Sara vitória VASOS E CAPILARES LINFÁTICOS Os capilares linfáticos são os menores vasos condutores do sistema linfático, entretanto são mais calibrosos e irregulares que os sanguíneos. Eles se originam no tecido conjuntivo como microscópicos vasos de fundo cego, que se unem, formando vasos maiores, os vasos linfáticos. Os capilares linfáticos apresentam uma única camada de células endoteliais, enquanto os vasos linfáticos possuem paredes de três camadas que se assemelham às paredes presentes nas veias. Assim como nas veias, os vasos linfáticos apresentam válvulas em forma de bolso que garantem o fluxo da linfa em um único sentido, visto que a movimentação da linfa ocorre graças às forças externas que agem sobre as paredes dos vasos, como a ação massageadora dos músculos esqueléticos. Sara vitória E se dividem em : Vasos eferentes Vasos aferentes Além do mais, os vasos linfáticos vão se juntando e terminam em dois grandes ductos, o ducto torácico e o ducto linfático direito. O ducto torácico é o maior vaso linfático do nosso corpo e é o tronco comum a quase todos os vasos linfáticos. Já, o ducto linfático direito é menor e é responsável por transportar a linfa proveniente dos locais que não foram recolhidos pelos vasos que desembocam no ducto torácico. Tipo de vaso linfático por onde passa a linfa após sair de um linfonodo através de seu hilo. Tipo de vaso linfático onde a linfa flui para o interior de um linfonodo. Sara vitória Linfonodos São pequenos órgãos em forma de feijões localizados ao longo do canal do sistema linfático. São os órgãos linfáticos mais numerosos do organismo. Armazenam células brancas (linfócitos) que tem efeito bactericida, ou seja, são células que combatem infecções e doenças. Quando ocorre uma infecção, podem aumentar de tamanho e ficar doloridos enquanto estão reagindo aos microrganismos invasores, pois também funcionam como uma barreira ou filtro contra a penetração de microrganismos e substâncias estranhas na corrente sanguínea. Vale ressaltar que o termo popular “íngua” se refere ao aparecimento de um nódulo doloroso, devido a uma inflamação desses gânglios. Os linfonodos tendem a se aglomerar em grupos (axilas, pescoço e virilha). Quando uma parte do corpo fica infeccionada ou inflamada, os linfonodos mais próximos se tornam dilatados e sensíveis. Ademais, existem cerca de 400 gânglios no homem, dos quais 160, encontram-se na região do pescoço. Sara vitória CIRCULAÇÃO LINFÁTICA Os primeiros vasos linfáticos são chamados pela literatura de VASOS COLETORES ou VASOS DE PRIMEIRA ORDEM, pois coletam primeiramente a linfa drenada pelos plexos capilares, a depositando nos LINFONODOS AFERENTES, que entram nesses por diversos pontos de sua periferia. Essas formações ovais (linfonodos) estão presentes por todo trajeto dos vasos linfáticos, pois são responsáveis por filtrar a linfa que passa por eles. Mas de que maneira? Nas malhas de sua rede, eles acabam por reter células cancerosas, bactérias, vírus, etc., assim como também podem fagocitá-los através dos linfócitos produzidos por eles. Dessa forma, por quantos mais grupos de linfonodos a linfa tiver que passar durante seu trajeto antes de lançada ao sangue, maiores as chances de um prognóstico favorável. Diante disso, por exemplo, o câncer no ápice da língua não é tão mortal quanto um da raíz da língua ou garganta, visto que no primeiro caso, ele acaba por passar por 4 grupos e, no segundo, por apenas 2 grupos de linfonodos antes de chegar à circulação sanguínea e disseminar- se pelo corpo. Mas, continuando, dos linfonodos aferentes partem vários outros vasos linfáticos, os VASOS EFERENTES, que passarão, por sua vez, por um ou por uma série de linfonodos antes de conduzir centralmente a linfa para Sara vitória desembocar no DUCTO TORÁCICO (esquerda) e/ou no DUCTO LINFÁTICO (direita) e, assim, então para o SANGUE. Drenagem linfática cabeça e pescoço A linfa do couro cabeludo, da face e do pescoço é drenada por vasos linfáticos em direção ao anel superficial de linfonodos, localizado na junção entre cabeça e pescoço. Esse anel é composto pelos linfonodos occipital, mastóideo, parotídeo, submandibular e submentual. De maneira semelhante a outras regiões do corpo, os vasos linfáticos superficiais acompanham as veias e os vasos linfáticos profundos acompanham as artérias. Os linfonodos cervicais profundos localizam-se na margem posterior do esternocleidomastóideo. Os linfonodos cervicais superficiais Sara vitória localizam-se na margem anterior do esternocleidomastóideo. Principais linfonodos Occipitais Mastóideos (auriculares posteriores) Parotídeos (pré-auriculares) Bucais Infra-hióideos Submandibulares Submentuais Cervicais superficiais Cervicais profundos Os linfáticos do pescoço e da cabeça drenam para numerosos linfonodos dispostos em grupos superficial e profundo. Muitos deles apresentam- se hipertrofiados em diversos processos patológicos que atingem estruturas cervicais e da cabeça, como a faringe, a traqueia, a tonsila palatina e a língua e podem ser atingidos em processos carcinomatosos. Por esta razão, a palpação de linfonodos cervicais éSara vitória uma prática de rotina no exame clínico dos pacientes. Cabeça Linfonodos Occipitais- localizados na origem do músculo trapézio, drenagem linfática da região occipital (couro cabeludo). Linfonodos Mastóideo – drenagem linfática da região posterior do pavilhão auricular e parte posterior da região temporal. Linfonodos Parotídeos Superficiais – Drenagem: região temporal anterior, porção anterior do pavilhão auricular, 1/3 superior da face (inclusive glândula lacrimal); Linfonodos Parotídeos Profundos- Drenagem: glândula parótida e nasofaringe. Linfonodos Faciais- Drenagem: região vizinha à veia facial. Pescoço Linfonodos Submentuais (região triangular) - Delimitação: ventres anteriores dos músculos digástricos e osso hióide. Drenagem: pele do mento, região central do lábio inferior, dentes Sara vitória incisivos inferiores, respectiva mucosa vestibular, assoalho da cavidade nasal e ápice da língua. Linfonodos Submandibulares - Delimitação: região triangular entre ventres anterior e posterior do digástrico e margem da mandíbula (trígono submandibular). Drenagem – drena a superfície da face, os dentes superiores e inferiores, com exceção dos incisivos inferiores e 3º molar superior, e a mucosa adjacente; lábio superior e inferior, exceto a parte central do lábio inferior; a parte anterior do palato e da cavidade nasal; corpo e a margem da língua; as glândulas submandibulares e sub linguais; assoalho da cavidade oral e bochecha. Linfonodos Cervicais Superficiais: Anterior (veia jugular anterior): Drenagem – região infra-hióidea. Lateral (veia jugular externa): Drenagem – lóbulo da orelha e pele vizinha Linfonodos Cervicais Profundos (veia jugular interna)- Drenagem: raiz da língua, região sublingual, palato mole, parte posterior da cavidade nasal e palato duro, 3º molar superior e mucosa adjacente, e tonsilas. Sara vitória Trajeto linfático Região posterior do couro cabeludo -> linfonodos occipitais -> linfonodos cervicais profundos; Parte posterior da região temporal -> linfonodos mastóideos -> linfonodos cervicais profundos; Região anterolateral da face, couro cabeludo até as pálpebras -> linfonodos parotídeos -> linfonodos cervicais profundos; Região da raiz do nariz, ângulo da boca e mandibular -> linfonodos submandibulares -> linfonodos cervicais profundos; Região mentual -> linfonodos submentuais -> linfonodos submandibulares -> linfonodos cervicais profundos; Linfonodos cervicais profundos -> tronco linfático jugular -> ducto torácico (lado esquerdo); veia jugular interna ou veia braquiocefálica (lado direito) -> veia cava superior -> átrio direito. Sara vitória
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