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Classe Trematoda: São um dos grupos que apresentam maior diversidade morfológica entre os platelmintos. São endoparasitos ovíparos encontrados em todos os grupos de vertebrados e em todos os sistemas orgânicos. Família Fasciolidae Gênero Fasciola Trematódeos foliáceos Apresentam uma projeção cônica anterior ou cone cefálico Tegumento coberto de espinhos e acetábulo próximo da ventosa oral Ovos amarelados com aproximadamente 150 mm de comprimento Mede até 30 mm de comprimento Testículos, ovário, cecos intestinais e canais excretores muito ramificados. Definitivos: ovinos, bovinos, bubalinos, caprinos, suínos e outros animais, inclusive silvestres. Acidentalmente parasita o ser humano. Intermediários: moluscos aquáticos – Lymnaea columella, L.cubensis e L. viatrix. Local de infecção. Ductos biliares e parênquima hepático. Fasciola hepatica apresenta ampla distribuição geográfica, particularmente nas zonas alagadiças e sujeitas a inundações. Os ovos são arrastados pela bile, misturam-se com as fezes e, assim, alcançam o meio exterior. Passam por um desenvolvimento embrionário, no meio externo, estimulado pela luz e pela temperatura (22 a 28°C). O tempo requerido é de 9 a 25 dias O miracídio tem capacidade natatória e é totalmente ciliado; seu poder infectante para o hospedeiro intermediário é de até 8 h. Os hospedeiros intermediários são moluscos pulmonados do gênero Lymnaea. No Brasil, as espécies L. viatrix, L. columella e L. cubensis parecem ser as principais. No interior do molusco, o miracídio transforma-se em esporocisto e rédias, podendo eventualmente existir duas gerações de rédias. Figura 19.7 Fasciola hepatica – cercária. As cercárias (Figura 19.7) tardarão 1 mês para formarem- se e mais outro para abandonarem o molusco. São ovais e têm uma cauda simples; em poucos minutos, aderem-se, com suas ventosas, à vegetação aquática ou a outro suporte. A seguir, as glândulas cistógenas excretam seu conteúdo, o que produz duas camadas císticas e gera a metacercária. As metacercárias são viáveis na água durante 3 meses e poderão resistir 2 semanas à dessecação. Elas são ingeridas pelo hospedeiro vertebrado (nas plantas subaquáticas ou na pastagem de ambientes alagados) e o desencistamento dá-se no intestino. Liberadas dos cistos, as larvas perfuram a parede intestinal e invadem a cavidade peritoneal em 2 h. A migração para o fígado é contínua, e há perfuração da cápsula de Glisson. Uma quarta parte dos parasitos chega ao parênquima hepático por volta do sexto dia, mas demora cerca de 2 meses para se alojar definitivamente nos ductos biliares, onde alcança a maturidade sexual. A longevidade pode chegar a até 10 anos. Figura 19.7 Fasciola hepatica – cercária. FFaasscciioollaa hheeppaattiiccaa Figura 19.4 Fasciola hepatica (espécimes conservados em formol). Ventosa oral (1) e acetábulo (2). As formas jovens migram no parênquima hepático, destruindo-o – é a fase aguda da doença. Os adultos provocam espoliação nos ductos biliares e, na forma crônica da doença, pode haver calcificação desses ductos. Essa infecção provoca fibrose hepática e hiperplasia dos canais biliares, além de perdas na produção animal e mortes, muitas vezes pela migração das formas jovens; por isso o exame de fezes é negativo, pois ainda não há eliminação de ovos. O diagnóstico laboratorial é feito tradicionalmente pela constatação e identificação de ovos mediante exames coprológicos. Contudo, deve-se considerar que a Fasciola hepatica pode demorar ao menos 2 a 3 meses para alcançar a maturidade sexual e formar ovos. As técnicas imunológicas de diagnóstico têm sido muito usadas nos últimos anos e a técnica de ELISA é considerada a mais eficaz. Figura 19.8 Fasciola hepatica sendo removida do ducto biliar. A redução da pastagem contaminada pode ser feita com o uso de anti-helmínticos, manejo adequado, molusquicidas e competidores biológicos como componentes de um programa de controle integrado. O uso de animais resistentes para reduzir o impacto da infecção pode ser importante quando os custos do tratamento forem relativamente altos. O tipo do programa de controle está relacionado com as condições climáticas e os fatores socioeconômicos da região. É importante também observar a proveniência das verduras e de outros alimentos vegetais toda vez que essa espécie for passível de parasitar humanos (zoonose). Referências Bibliográficas: Livro - Parasitologia na Medicina Veterinária; Silvia Gonzalez Monteiro.
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