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Ensino de Química Aula 2 - A luz e sua interação com a matéria Objetivo: Aprender sobre o comportamento da luz e sua interação com a matéria. Um dos pontos fundamentais para a compreensão dos processos fotoquímicos é entender a natureza da luz. Em determinadas situações, o comportamento da luz pode ser interpretado como uma partícula, em outras ele pode ser interpretado como uma onda eletromagnética, esta é a dualidade partícula-onda. Compreender esta dualidade é importante pois está diretamente relacionado a como a luz transfere energia para a matéria. A transferência de energia considerando a luz como uma partícula é relativamente fácil de ser compreendida ao se fazer uma analogia à colisão de corpos, sendo a luz (fótons) o corpo que fornece energia e a espécie química o corpo que a recebe. Por outro lado, a luz é uma onda eletromagnética, ou seja, ela é constituída por um vetor elétrico e um magnético, sendo propagados no espaço com orientações perpendiculares entre si, Figura 1. Para que a transferência de energia ocorra, é necessário que a espécie química e o dipolo elétrico da luz tenham uma interação construtiva, como o fenômeno de ressonância. Desta maneira, a energia pode ser transferida sem a necessidade de uma colisão, ou seja, a energia é transferida através de uma interação construtiva entre ondas. A energia luminosa, quando absorvida pela espécie química, é capaz de fazer com que um elétron receba energia suficiente para ser promovido do seu estado fundamental para o estado excitado. Esse processo é denominado transição eletrônica e a energia necessária para que ela ocorra está situada na região do ultravioleta, visível e infravermelho próximo do espectro eletromagnético A transição eletrônica promove um elétron do orbital molecular ocupado de maior energia (HOMO, sigla do inglês Highest Occupied Molecular Orbital) para o orbital molecular desocupado de menor energia (LUMO, sigla do inglês Lowest Unoccupied Molecular Orbital). O estado excitado pode ser considerado uma nova espécie química com características diferentes daquelas do estado fundamental devido à grande energia acumulada pela absorção de luz. Essa grande quantidade de energia permite que reações que não ocorrem espontaneamente nas condições normais possam ser observadas quando a espécie é exposta à irradiação. As regiões que uma determinada substância absorve luz são determinadas experimentalmente utilizando a espectrofotometria na região do ultravioleta e visível. Esta técnica mostra as regiões na qual as moléculas são capazes de absorver luz e fazer com que um elétron seja excitado do HOMO para o LUMO. Já a intensidade de absorção de cada uma das regiões é regida pelas duas regras de seleção da mecânica quântica, a regra de seleção por simetria e a por spin. A regra de seleção por simetria (também conhecida como regra de seleção de Laporte), diz que a transição eletrônica é permitida entre orbitais diferentes, ou seja ℓ = ± 1. Já a regra de seleção por spin estabelece que transições eletrônicas são permitidas caso a multiplicidade de spins eletrônicos seja conservada, ou seja, S = 0. Portanto, caso a absorção seja permitida por ambas as regras, o composto apresentará uma intensa absorção de luz e quanto menos atender a estas duas regras, menor será a sua intensidade de absorção. Em resumo; a investigação de um processo de interação da luz com a matéria inicia-se pela avaliação do espectro eletrônico do reagente, uma vez que ele proverá informações importantes como a região na qual o composto absorve luz e quais as transições eletrônicas envolvidas no processo de absorção. A intensidade com que a luz é absorvida pela espécie é regida por regras de seleção, que foram anteriormente apresentadas, porém o processo é extremamente rápido e ocorre na escala de femtosegundos (10-15 s) levando a espécie a um estado energeticamente excitado. Esse é o primeiro passo para a ocorrência de um processo fotoinduzido. Referências ● Brian Wardle, Principles and Applications of Photochemistry, John Wiley & Sons Ltd., ● Nicholas J. Turro, “Modern Molecular Photochemistry”; University Science Books, 1991. ● Joseph R. Lackowicz “Principles of Fluorescence Spectroscopy” 3rd edition ; Springer, 2006.
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