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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco 
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais 
Pastor Presidente: Aílton José Alves 
 Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543 
 
LIÇÃO 07 – O MINISTÉRIO DE PROFETA - 2º TRIMESTRE 2021 
(1Co 12.27-29; Ef 4.11-13) 
 
INTRODUÇÃO 
 Entre os dons ministeriais concedidos a Igreja, encontra-se o dom ministerial de profeta. Nesta lição traremos a 
definição do termo profeta; analisaremos as diferenças entre o ministério de profeta do Antigo do Novo Testamento; e, por 
fim, destacaremos quais as características que qualificam um profeta verdadeiro dum falso. 
 
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PROFETA 
 
1.1 No Antigo Testamento. A palavra hebraica para profeta é: “nabi”, que vem da raiz verbal: “naba”. Essa palavra 
significa: “anunciador”, e por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, frequentemente recebidas por 
revelação ou discernimento intuitivo. Os temos hebraicos: “roeh” e “hozeh” também são usados. Ambos significam 
“aquele que vê”, ou seja, “vidente”. Todas as três palavras aparecem em 1Crônicas 29.29. “Nabi” é termo usado por mais 
de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns poucos exemplos são (Gn 20.7; Êx 7.1; Nm 12.6; Dt 13.1; Jz 6.8; 1Sm 
3.20; 2Sm 7.2; 1Rs 1.8; 2Rs 3.11; Ed 5.1; Sl 74.9; Jr 1.5; Ez 2.5; Mq 2.11) (CHAMPLIN, 2004, p. 423). 
 
1.2 No Novo Testamento. A palavra comumente usada é: “prophétes”, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, que 
exemplificamos com (Mt 1.22; 2.5,16; Mc 8.28; Lc 1.70,76; 7.16; Jo 1.21,23; 3.18,21; Rm 1.2; 11.3; 1Co 12.28,29; 
14.29,32,37; Ef 2.20; Tg 5.10; 1Pd 1.10; 2Pd 2.16; 3.2; Ap 10.7; 11.10). O substantivo “propheteia”, “profecia”, é usado 
por dezenove vezes no NT (Mt 13.14; Rm 12.6; 1Co 12.10; 13.2,8; 14.6,22; 1Ts 5.20; 1Tm 1.18; 4.14; 2Pd 1.20,21; Ap 
1.3; 11.6; 19.10; 22.7,10,18,19). Essas palavras derivam do grego: “pro”, “antes”, “em favor de”, e, “phemi”, “falar”, ou 
seja, “alguém que fala por outrem”, e por extensão, “intérprete”, especialmente da vontade de Deus (CHAMPLIN, 2004, 
p. 424). 
 
II – DIFERENÇA ENTRE O PROFETA DO AT E DO NT 
 Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o profeta era um “porta-voz oficial da divindade, sua missão era 
preservar o conhecimento divino e manifestar a vontade do Único e Verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 305). Todavia, 
eles eram diferentes um do outro, como veremos abaixo: 
 
2.1 O profeta no Antigo Testamento. Os profetas foram homens que Deus suscitou durante os tempos sombrios da história 
de Israel (2Rs 17.13). “No Antigo Testamento, este ofício era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, 
conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos” (RENOVATO, 2014, p. 84). Na 
Teologia, o período do surgimento dos profetas é nomeado de “profetismo” aludindo ao “movimento que, surgido no Século 
VIII a.C., em Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar injustiças sociais, 
proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar contra a esperança. 
Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por Malaquias. João Batista também é visto como o último representante deste 
movimento” (ANDRADE, 2006, p. 305). Os profetas veterotestamentários podem ser classificados como profetas orais e 
literários. 
 
PROFETAS ORAIS PROFETAS DA ESCRITA 
Foram homens chamados para o ministério profético que não 
deixaram registros escritos, embora que outros escreveram 
acerca deles e de suas profecias. Dentre eles, destacamos: 
Gade (1Sm 22.5); Natã (2Sm 12.1); Aías (2Rs 11.29); 
Senaías (1Rs 12.22); Azarias (2Cr 15.1); Hanani (2Cr 16.7); 
Jeú (1Rs 16.1); Jaaziel (2Cr 20.14); Elias (1Rs 17.1); 
Micaías (1Rs 22.14); Eliseu (2Rs 2.1), etc. 
Quase todos os “profetas da escrita” escreveram depois de 
terem sido “profetas da palavra”. Encontramos 17 livros 
proféticos no AT, sendo que cinco deles são denominados 
de Profetas Maiores (de Isaías a Daniel) e doze de Profetas 
Menores (de Oséias a Malaquias). São assim chamados, 
não por causa da sua importância, e sim, pelo conteúdo do 
livro e pela duração de seu ministério. 
 
2.1.1 Funções exclusivas dos profetas do Antigo Testamento. O profeta do AT era um homem que, além de transmitir a 
mensagem de Deus tinha outras atribuições, tais como: (a) ungir reis (1Sm 9.16; 16.12-13; 1Rs 19.16); (b) aconselhar 
reis (1Sm 10.8; 21.18; 2Sm 12; 2Rs 6.9-12); (c) ser consultado pelas pessoas (1Sm 9.8-10; 1Rs 14.5; 22.7; 22.18; Jr 37.7). 
Os oráculos dos santos profetas que estão no cânon sagrado não estão à mercê de julgamento humano (2Pd 1.21). 
 
2.2 O profeta no Novo Testamento. “Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja 
motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da Igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo 
Espírito e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo” (STAMPS, 2012, p. 1814). 
Portanto, os profetas são ministros pregadores cuja prédica pode ser uma mensagem de edificação, exortação e 
consolação dos crentes (1Co 14.3). Na Igreja Primitiva e em Antioquia havia homens que exerciam este ministério (At 
13.1). “Em Atos 15.23, temos o profeta consolando, fortalecendo e aconselhando. É certo também que o título de profeta 
poderia ser usado para designar o ministério de alguns obreiros, em virtude da sua natureza sobrenatural, pela abundância 
da inspiração com que proclamam os oráculos de Deus” (SOUZA, 2013, pp. 33,34). Eis algumas características do 
ministério profético no NT: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina 
(At 2.14-36; 3.12-26; I Co 12.10; 14.3); (b) Exercia o dom de profecia (At 13.1-3); (c) Às vezes prediz o futuro (At 11.28; 
21.10,11). 
 
III – DIFERENÇA ENTRE O DOM DE PROFETA E O DOM DE PROFECIA 
 
3.1 Dom de profeta (permanente). A palavra “ministro” (1Co 3.5; 4.2; 2Co 3.6; 6.4) significa: um servo de Deus que 
ocupa um “ministério” (1Co 4.1,2. 2Co 6.3), que é um encargo constituído por Deus, que, da parte de Cristo (2Co 5.20), 
funciona na “Igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15). Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas constituíam o ministério da Palavra 
de Deus, impulsionado por inspiração profética. Por meio dessa inspiração, esse ministério é acompanhado de “edificação, 
exortação e consolação”, que são evidências da operação do verdadeiro espírito da profecia (1Co 14.3). Observamos, assim, 
que o simples uso do dom de profecia não faz de ninguém um profeta, pois profeta é um ministro da Palavra (At 21.9,10) 
(BERGSTÉN, 2007, pp. 115,116). 
 
3.2 Dom de profecia (esporádico). “Profecia é uma mensagem de Deus dada a pessoa a quem o Espírito manifesta este 
dom. Tal pessoa deve transmiti-la exatamente como a recebeu (Jr 23.28). A atitude de quem profetiza deve ser “A palavra 
que Deus puser na minha boca essa falarei” (Nm 22.38-b). A mensagem recebida por inspiração do Espírito Santo não é 
transmitida mecanicamente, mas fiel e conscientemente (1Co 14.32). No momento em que a profecia é transmitida, não é 
Deus quem está falando, mas é o homem quem está transmitindo o que de Deus recebeu (1Co 14.29). Se fosse o próprio 
Deus falando, não haveria necessidade de se julgar a mensagem como a Palavra nos orienta que faça” (1Co 14.29; 1Ts 
5.21) (BERGSTÉN, 2007, p. 113 – grifo nosso). 
 
IV – CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO E DO FALSO PROFETA 
 Em Mateus 24.11, Jesus disse que, à medida que se aproximassem os últimos dias, surgiriam muitos falsos profetas. 
Esses tais pregariam um evangelho misto, permissivo, e deturpado, no intuito de conduzir os incautos ao erro sob o pretexto 
de terem recebido novas “unções” e “revelações”. Abaixo destacaremos algumas características do verdadeiro e do falso 
profeta para que possamos distinguir um do outro:PROFETA VERDADEIRO PROFETA FALSO 
Zelo pela pureza da Igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25) 
Aparência de piedade, mas cheios de 
malícia interior (Mt 7.15) 
Profunda sensibilidade diante do mal e capacidade de identificar e detestar a 
iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9). 
Mercenários (2Pd 2.3) 
Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 
11.12-15). 
Pregadores de heresias (2Pd 2.1). 
Dependência contínua da Palavra de Deus para validar a sua mensagem (Lc 4.17-
19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pd 4.11). 
Operadores de sinais para engano e 
autopromoção (Mt 24.11). 
Interesse pelo sucesso espiritual do Reino de Deus e identificação com os 
sentimentos de Deus (Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31). 
Gostam de ser louvados (Lc 6.26). 
 
CONCLUSÃO 
 Assim como nos primórdios, a igreja atual, precisa que Deus continue levantando homens com o dom ministerial 
de profeta, a fim de que usados pelo poder do Espírito Santo, transmitam mensagens que venham produzir no povo de Deus 
o desejo de uma vida de mais santidade, obediência irrestrita a Palavra de Deus e profunda comunhão com Ele. 
 
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e 
Filosofia. HAGNOS. 
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 
CPAD. 
• RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & 
Ministeriais. CPAD. 
• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. 
CPAD.

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