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Apostila TIC - Informática

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APOSTILA 
CND - Curso Normal à Distância 
 
Tecnologias da Informação 
e Comunicação na Educação 
 
 
 
 
 
 
 
(21) 3347-3030 / 2446-0502 
2 
 
 
 
 
1- EVOLUÇÃO DA TICS DENTRO DO PROCESSO DE APRENDIZADO 
 1.1 A HISTÓRIA DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – A CHEGADA DO MUNDO DIGITAL 
2- PROFESSOR CONETADO, ALUNOS INTERESSADOS 
 2.1 PREPARO DO PROFESSOR PARA LIDAR COM AS TICS 
 2.2 PENSADORES DA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES 
3. RECURSOS TECNOLOGICOS – AME-OS OU DEIXE-OS? 
3.1. AS METODOLOGIAS ATIVAS 
3.2 TRABALHANDO COM GAMEFICAÇÃO 
3.3. O USO DE APLICATIVOS E SOFTWARES EDUCACIONAIS 
3.4 IDEIAS NA UTILIZAÇÃO DO WORD, EXCEL E POWER POINT 
4. UTILIZANDO A INTERNET COMO RECURSO PEDAGÓGICO 
4.1 EXISTE VIDA FORA DO YOUTUBE 
4.2 O USO DAS MIDIAS SOCIAIS EM SALA DE AULA 
4.3 SUGESTÕES DE TRABALHO COM EMAIL 
5 – NATIVOS DIGITAIS – CRIANÇAS CONECTADAS 
5.1 O LETRAMENTO DIGITAL 
5.2. O USO DO COMPUTADOR E A TRANSDICIPLINARIEDADE 
5.2.1 COMO REALIZAR PESQUISAS ONLINE – FAKE NEWS 
6- O QUE ESPARAR NA TECNOLOGIA PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS? 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá querido aluno(a) do nosso Curso Normal a Distância! 
Essa é a nossa apostila de Tecnologia de Informação e Comunicação voltada para a 
Educação. O termo tecnologia remete-nos à evolução, progresso e comodidade. 
Porque então, ainda encontramos tanta resistência a chegada dessa tecnologia em 
nossas salas de aula? Porque muitos ainda criticam o uso dessa tecnologia, sentindo-se 
por vezes ameaçados diante da imensa variedade de recursos que nos são 
apresentados todos os dias? Porque tantos educadores apresentam resistência e pré-
conceitos sobre as TICs e seu uso dentro da área educacional? Os motivos são os mais 
diversos: medo de ser substituído pela máquina, medo do novo e de enfrentar novas e 
desafiadoras realidades, receio de saber “menos” do que o aluno, uma vez que as 
novas gerações já nascem inseridas dentro desse universo, nascem nativos digitais. 
Mesmo assim, dificilmente hoje podemos pensar em um professor que não utilize a 
tecnologia, o computador e o acesso à internet para preparar suas aulas. Inclusive 
vocês, nossos alunos que se utilizam da tecnologia para acessar a nossa plataforma e 
cursar o nosso curso. Como isso seria possível sem a tecnologia que nos rodeia? 
Sem dúvida, a dependência da tecnologia e o seu uso de forma exagerada (seja dentro 
ou fora de sala de aula) podem apresentar algumas divergências por parte de 
educadores e pais e isso significa que algo que seria um forte aliado pode vir a servir 
tanto para boas quanto para más ações. 
Assim sendo, o objetivo de nossa apostila é levá-lo a discutir e refletir sobre as 
vertentes que podem ser percorridas para que, na sua atuação como professor, você 
possa se valer das inúmeras possibilidades trazidas pelo uso da TICs na Educação, bem 
como apresentar aqui exemplos de trabalhos que são desenvolvidos e de tecnologias 
que tem sido usadas de forma vasta para ampliar e sedimentar conteúdos atuais nesse 
mundo digital onde vivemos. 
O que observamos hoje, é que embora muitas escolas possuam computadores, uma 
internet de alta velocidade, tablets em sala de aula, salas e espaços MAKER, entre 
4 
 
 
outros, esses recursos ainda são sub utilizados, faltando capacitação para os 
professores e uma exploração desses instrumentos em sua totalidade. 
Esperamos que nessa apostila você encontre meios, recursos e materiais de estudo 
para desmistificar vários desses assuntos que já foram suscitados na nossa introdução. 
Nosso objetivo é capacitar e abrir a mente de cada um de vocês, mostrar que vocês 
são capazes de ter a tecnologia atual como grande aliada. Vamos apresentar um pouco 
da trajetória da evolução das TICS dentro do processo de aprendizado e tratar de 
conceitos atuais e extremamente importantes como: cultura maker, metodologias 
ativas, gerações digitais, gameficação e a utilização eficaz das ferramentas que usamos 
no dia a dia (word, excel, power point, youtube). 
Sobretudo, interessa-nos abordar atividades em que os nossos alunos tenham a 
possibilidade de utilizar as TICs como recurso didático e pedagógico, tornando-se 
agentes condutores do seu próprio aprendizado, sendo mediados por nós, professores. 
Nos próximos capítulos, vamos refletir sobre o que a tecnologia tem para nos oferecer, 
como e onde podemos buscar capacitação profissional para isso, conhecer os mais 
variados recursos tecnológicos disponíveis para utilização em sala de aula – sempre 
trabalhando junto com nossos alunos, que com certeza, muito tem para acrescentar 
sobre esse assunto. 
5 
 
 
1. A História da Tecnologia na Educação – A Chegada do 
Mundo Digital 
Quando pensamos nas TICs- Tecnologias da Informação e Comunicação- voltada para 
educação, logo pensamos em tablets, Smart Phones, Smartboards, notebooks e tudo o 
que se pode pensar de mais moderno. No entanto, tecnologia remete a tudo que é 
construído pelo homem a partir da utilização de diversos recursos naturais. Ou seja, a 
linguagem escrita, os números, o pensamento – tudo isso pode ser considerado 
tecnologia. Na idade da pedra por exemplo, homens usavam elementos da natureza e 
construíam para si ferramentas capazes de protegê-los de animais selvagens. 
Conforme o homem foi evoluindo, assim também as tecnologias que eram criadas por 
ele. 
Desde 1650, aparatos tecnológicos eram utilizados e criados para auxiliar nas mais 
diversas áreas da educação como Horn book (Figura 1) (madeira impressa para 
alfabetizar crianças) e o Ferrule (Figura 2) (madeira mais grossa que servia como 
indicador). 
 
FIGURA 1 - HORN-BOOK. FONTE: WIKIMEDIA 
DISPONÍVEL EM HTTPS://PICRYL.COM/MEDIA/SPEARHEAD-AND-FERRULE-918B7D, ACESSO EM 17/02/2020 
6 
 
 
 
FIGURA 2 – FERRULE. Fonte Picryl Media, 
Disponível em: https://picryl.com/media/spearhead-and-ferrule-918b7d, acesso em 14/02/2020 
Mais à frente, nos deparamos com o ábaco, instrumento utilizados por povos 
primitivos para fazer contas (considerado como o primeiro computador), e achegada 
dos computadores modernos em meio a segunda guerra. 
No Brasil, a década de 80 foi marcada por grandes investimentos governamentais 
voltados para a informática na educação. Desde então, várias instituições de prestígio 
com a UFRJ, UFRGSS e UNICAMP tem desenvolvidos pesquisas sobre o uso do 
computador na educação brasileira, utilizando o mesmo para diversas pesquisas 
acadêmicas e núcleos de tecnologia. No ano de 2005, um projeto denominado “um 
aluno por computador” foi desenvolvido pelo governo com o objetivo de ampliar o 
acesso e uso da tecnologia em sala de aula. Apenas em 2008 esses computadores 
chegaram em 300 escolas brasileiras através de 150 mil laptops. Esse evento, para 
muitos, seria a chegada do mundo digital para os alunos e escolas contempladas, e a 
tecnologia que chegava seria uma intervenção educacional transformadora, que 
auxiliaria o aluno no processo de construção de seu conhecimento. 
7 
 
 
1.1 A Evolução da TICS Dentro do Processo de Aprendizado 
Temos acompanhado nas últimas décadas variadas mudanças sofridas pela sociedade 
em diversos aspectos: sociais, econômicos e políticos. A educação (e tudo que ela 
engloba: professores, escolas, materiais didáticos e alunos) foi uma das que mais 
sofreu com essas transformações, uma vez que a chegada das TICs trouxe uma 
enxurrada de informações que muitas vezes professores e alunos não estavam 
preparados para absorver. O avanço tecnológico se colocou presente em todos os 
campos da vida social, invadindo a vida do homem no interior de sua casa, na rua onde 
mora, e como na educação não poderia ser diferente, invadiu também as salas de 
aulas com os alunos, possibilitando que condicionassem o pensar, o agir, o sentir e até 
mesmo o raciocínio com relação as pessoas. 
Desdea invenção do computador por John Vincent Atanasoff, que é creditado o 
mérito de ser o inventor do primeiro computador electrónico em 1939, a tecnologia 
avançou de maneira muito rápida, sendo marcada pelo início de uma nova forma de se 
transmitir informações, de realizar cálculos, aperfeiçoando a forma do homem de se 
comunicar e evoluir. Em todo esse processo muito se inventou e desenvolveu, várias 
fases aconteceram para que hoje pudéssemos ter tantos avanços tecnológicos de 
grande importância para a sociedade. 
As tecnologias da informação, ou como conhecemos atualmente, as novas tecnologias 
da informação e comunicação (TIC) não teriam como ficar de fora de toda essa 
evolução ao longo das décadas, proporcionando uma variedade de informações que o 
tratamento digital nos proporciona, como, imagem, som, movimento, representações 
de dados, um vasto quadro de conteúdos que podem e devem ser objetos de estudos. 
Com seu papel notado e ampliado, as TICs têm se tornado objeto de desejo e 
compulsão para alguns educadores. As possibilidades constatadas no uso das TIC são 
variadas, oportunizando que o professor apresente de forma diferenciada as 
informações. Por meio das TIC, disponibilizamos da informação quando precisamos, de 
acordo com nosso interesse. 
 
8 
 
 
A nova Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 da educação nacional, propõe uma prática 
educacional adequada à realidade do mundo, ao mercado de trabalho e à integração 
do conhecimento. Diante disso, fica impossível a não utilização efetiva das TIC dentro 
do contexto escolar, bem como todas as implicações que isso acarreta – capacitação 
adequada dos professores, investimento em computadores e internet de alta 
velocidade, espaços adequados dentro da escola. Já na BNCC, encontramos as 10 
competências que irão se articular na construção de conhecimentos, no 
desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores dos alunos de 
Ensino Básico. Dentro das dez competências, duas vão de encontro a tecnologia 
voltada para a aprendizagem, sendo um reflexo da nova realidade que as escolas e 
educadores precisam de adequar, não sendo novidade para as crianças de hoje em dia. 
Na competência 4, temos: 
 
 
Ao mencionar o uso de diferentes linguagens como forma do aluno se expressar e se 
comunicar e partilhar informações, pode-se e deve-se incluir as formas digitais de 
expressão como forma de expressão em conjunto com as demais mencionadas na 
competência. Nessa competência se inclui a linguagem digital junto com as demais 
linguagens, mostrando que as tecnologias digitais não vieram para substituir, e sim, 
trabalhar de forma conjunta com as demais formas de expressão já conhecidas e 
usadas nas salas de aula. 
9 
 
 
Na competência 5, temos: 
 
Nessa competência, as tecnologias digitais são abordadas de forma direta, no intuito 
de gerar no aluno um senso crítico, ressaltando as mais variadas formas de uso dessas 
tecnologias (com acompanhamento e de forma responsável) dentro e fora de sala de 
aula. 
Percebe-se que tanto na competência 4 como na 5, a BNCC mostra as novas maneiras 
de se assimilar informação e se expressar com objetivos que impactem não só a 
realidade individual como a coletiva. A temática das TICs cada vez mais são abordadas 
para que as consequências de seu uso de maneira positiva sejam amplificadas dentro 
de sala de aula e que cada vez mais, professores e educandos consigam utilizar tudo o 
que as redes de comunicação nos oferecem de forma a contribuir com o processo de 
aprendizagem. 
Tanto uma escola, como um professor que queiram utilizar as TIC com o intuito de 
provocar mudanças nos alunos e no processo de aprendizagem como um todo, 
necessitam de um novo perfil. As tecnologias digitais são recursos muito próximo dos 
alunos, sendo vital para o professor entender como o aluno o aluno de hoje aprende, e 
se preparar para utilizar estratégias que tornem a aprendizagem prazerosa e 
significativa. O simples acesso à tecnologia, em si, não é o aspecto mais importante, 
mas, sim, a criação de novos ambientes de aprendizagem e de novas dinâmicas sociais 
a partir do uso dessas novas ferramentas. 
10 
 
 
1.2 Nativos Digitais – Conhecendo as Novas Gerações 
A cada dia nos deparamos em nossa sala de aula com alunos que convivem 
diariamente com a tecnologia digital. Até mesmo alunos com menor poder aquisitivo 
tem acesso a smartphones e internet de alta velocidade. A faixa etária do uso da 
internet vem se ampliando, se antes era acessada mais pelos jovens, hoje vemos o 
aceso crescente por parte de crianças cada vez mais jovens – para jogar em sites 
específicos, ver vídeos online, baixar aplicativos, ou seja, estão totalmente conectados 
nesse mundo digital. 
Esses alunos são chamados de nativos digitais – uma geração que possui habilidades 
tecnológicas intrínsecas. O termo foi criado em 2001 pelo autor Marc Prensky (2001), 
para definir aqueles que cresceram em uma cultura digital e que, por isso, teriam 
habilidades diferenciadas, como processar múltiplas vias de informação e usar 
intuitivamente as ferramentas tecnológicas. Os primeiros nativos digitais são aqueles 
nascidos a partir de 1980. A segunda geração dos nativos digitais começa em 2004, 
depois da invenção do Facebook. 
São atuantes na construção e na busca por respostas, sempre em tempo real. Por fim, 
em 2011, mais uma transformação importante foi observada neste público. A criação 
de aplicativos como Snapchat e Instagram fez surgir a terceira geração dos nativos 
digitais, transferindo o protagonismo do conteúdo para o formato multimídia e 
popularizando os Stories – disponíveis para consulta por apenas 24h e que tornaram 
mais forte a percepção de que o virtual tem que ser vivido de forma simultânea e 
integrada com o real. 
11 
 
 
 
Fonte: site Nova Escola, disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os-
nativos-digitais, acesso em fevereiro de 2020. 
 
Nossos alunos fazem parte da geração que já nasceu com o celular na mão, se 
conectando com a internet e compartilhando informações em tempo real. Eles têm a 
capacidade de fazer múltiplas atividades ao mesmo tempo, são mais tolerantes a 
diversidades e nãos e assustam com mudanças, ao contrário, são habituados a ela. 
Experimentam e vivenciam múltiplas possibilidades oferecidas por novos aparatos 
digitais. Portanto, esse fascínio característico da Geração Y pela descoberta e 
experimentação deve ser explorado pela escola, de forma a direcioná-la para um 
ensino e uma aprendizagem que dialoguem e interajam com os novos meios 
tecnológicos. 
Persky (2011) ainda afirma que aqueles de uma geração anterior, que acompanharam 
a evolução das tecnologias digitais, são os chamados de “imigrantes digitais”, ou seja, 
aqueles que precisam se adaptar à nova realidade. Os professores fazem parte desse 
segundo grupo, ou seja, aqueles que precisam se adaptar às tecnologias digitais e seus 
impactos dentro e fora de sala de aula. Afinal, se faz necessário uma adaptação na 
maneira de ensino com a agilidade de pensamento e acesso à informação que nossos 
alunos são expostos. Cabe aos educadores se adaptarem a estas características e 
https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os-nativos-digitais
https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os-nativos-digitais
12 
 
 
adequarem suas estratégias de ensino para apoiarem os jovens em seu caminho de 
desenvolvimento de aprendizado. 
13 
 
 
2. Professor Conectado, Alunos Interessados 
A inevitabilidade das TICs dentro de sala de aula já é algo perceptível nas escolas e 
por parte dos professores da atualidade. A cada dia surgem novas possibilidades, 
novas tecnologias, novos equipamentos, mídias e aplicativos. Diante de tudo isso, fica 
o desafio e o questionamento por parte dos professores: como estar atualizado e 
pronto para mediar todosos recursos disponíveis com o processo de aprendizado? O 
que fazer para estar preparado para utilizar e usar as ferramentas digitais com 
confiança, reconhecendo as curiosidades e saber prévio do aluno sem impor o seu 
ponto de vista diante de um assunto tão vasto e dominado pelos alunos? Será que com 
a tecnologia atual, nós professores sobramos? Nos tornamos obsoletos, não 
necessários para os alunos que hoje tem acesso a todo conteúdo disponibilizado na 
WEB? 
Esses questionamentos são legítimos e todo professor da atualidade já teve esse 
tipo de pensamento rondando sua mente. A diferença está em como nos 
posicionamos dentro dessa nova realidade vivida pelos docentes do século 21: 
precisamos estar conectados. A nossa vida e tudo o que fazemos fora de sala de aula 
está conectado começa a se ligar com a tecnologia, então tudo está conectado. 
Vivemos em um mundo imprevisível onde as coisas não só resolvidas apenas dentro de 
sala de aula, mas onde os professores e alunos aprendem entre si em todos os 
espaços. Hoje em dia o aluno tem acesso ao conteúdo disponível na WEB, consegue 
tirar dúvidas com robôs de inteligência artificial e encontra respostas para quase tudo 
online. O professor por sua vez, ficou com o papel de ajudar o aluno a desenvolver 
competências socio emocionais, competências cognitivas, visão do futuro, solução de 
problemas... Isso a internet não é capaz de prover para o nosso aluno. O papel 
fundamental do professor passa a ser mentor, orientador. Mas para desempenhar essa 
função, sabemos que não basta equipar salas de aula ou dar equipamentos eletrônicos 
para os professores. É preciso preparo, estudo e capacitação para os profissionais 
envolvidos no processo de aprendizagem. 
 
 
14 
 
 
 
2.1 O preparo do professor para lidar com as TICS 
A tecnologia é algo que este em tudo e que poder ser usada tanto para o bem 
como para o mal. Ela nos abre as portas para o mundo, nos ligando com pessoas de 
longe e nos permitindo fazer coisas fascinantes, permitindo a fazer quase tudo. Ao 
mesmo tempo, pessoas que querem usar a tecnologia para o mal encontram 
formas fantásticas de fazê-lo: para prejudicar alguém, espalhar notícias falsas, 
roubar informações. Não se pode fugir da tecnologia, mas nada acontece se não 
nos interessamos por ela. Mesmo aqueles que tem acesso aos mais modernos 
equipamentos e internet de alta velocidade e qualidade, não chegam a usufruir de 
maneira plena tudo o que é oferecido se não houver interesse - e no caso dos 
professores, capacitação adequada para se utilizar tudo o que é apresentado como 
moderno e inovador. 
A autora Rosangela Souza Vieira, no seu artigo intitulado “O Papel das 
tecnologias da informação e comunicação na educação a distância: um estudo 
sobre a percepção do professor/tutor”, citar dois desafios dentro do espaço 
educacional: potencializar o uso das TICs dentro do espaço educacional para 
enriquecer e facilitar esse processo, e capacitar pessoas para utilização dessas 
ferramentas de forma eficiente e consciente. A mesma autora ainda cita duas 
possibilidades para se fazer uso das TICs: A primeira é que o professor deve ser 
usuário dessas tecnologias para poder instruir os alunos. É preciso utilizar tudo o 
que temos de recurso hoje em dia para poder instruir e “falar a mesma linguagem 
dos alunos.” A segunda é que o professor precisa criar condições para o aluno 
possa se expressar utilizando essas novas linguagens, trazendo para dentro de sala 
as informações e conhecimentos práticos já adquiridos pelos alunos, para que eles 
consigam reconstruir e materializar seus pensamentos através dessas novas 
linguagens, transformando todas essas informações em conhecimentos práticos 
para o dia a dia. 
Para acompanhar toda a demanda já citada até agora, o professor precisa 
buscar conhecimento e ter cada vez mais um conhecimento holístico acerca das 
15 
 
 
TICs. Várias formações já foram oferecidas desde a década de 90 para capacitação, 
como o Programa Nacional de Informática em Educação, que visava à preparação 
de professores para o uso da informática com seus alunos e a criação de centros de 
informática educativa nas Secretarias Estaduais de Educação. Mais recentemente, 
temos o programa do MEC chamado Programa Nacional de Tecnologia Educacional 
(ProInfo), incorporado à prática pedagógica de diferentes áreas de conhecimento, 
favorecendo a aprendizagem do aluno, com a capacitação do professor com o foco 
de incorporar e utilizar as novas tecnologias, visando a quebra de velhos 
paradigmas adotados pela escola tradicional. 
Além dessas formações, muitas outras tentativas de se modernizar e se 
adequar à nova realidade virtual que vivemos já ocorreram - computadores em 
sala de aula, doações de notebooks para professores e alunos, projetores estalados 
nos tetos das salas de aula, apostilas e livros em PDF, matrículas digitais e 
livros/apostilas em PDF. Mas nada disso, como já se foi dito, faz diferença se não 
houver interesse por parte do professor e capacitação para o uso de tudo isso de 
forma apropriada. 
Assim sendo, temos algumas características desse novo professor, que tem sua 
função com mediador, orientador, alguém que possibilita e cria oportunidades de 
ensino e aprendizado: 
 Ele precisa ser usuário das novas mídias e tecnologias que hoje nos 
cercam. Redes sociais, utilizar e-mail, navegar na internet com 
confiança e habilidade para poder interagir de forma plena e eficaz com 
o aluno; 
 O professor precisa ter qualificação e treinamento para voltar todo a 
tecnologia atual para educação. A escola precisa investir, antes até de 
adquirir o maquinário adequado, nos profissionais envolvidos no 
processo de educação. Cursos, palestras e capacitação para 
desenvolver no professor confiança no momento de utilizar 
computadores e dispositivos alocados dentro da escola; 
 O professor precisa estar equipado para treinar e buscar essas 
habilidades. Isso implica em ter computadores adequados, programas e 
16 
 
 
softwares compatíveis com a realidade que muitos dos nossos alunos já 
vivem. 
Sabemos que essa não é a realidade vivida pela maioria dos profissionais da 
educação atualmente. Muitos são cobrados diariamente para se adequar a realidade 
virtual de hoje em dia, mas não encontram recursos financeiros para investir em 
equipamentos, cursos e softwares. Muitas escolas precisam decidir como investir e 
optam por equipar as salas com computadores e projetores, deixando os professores 
sem treinamento ou qualificação. Nos capítulos seguintes de nossa apostila, veremos 
possibilidades e ramos da tecnologia voltada para o ensino de modo a ampliar a nossa 
visão enquanto educadores que o mundo não é o mesmo de ontem e que precisamos 
aprender a aprender. 
 
2.2 - - PENSADORES DA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES 
Diversos autores, contemporâneos e um pouco mais arcaicos (quando ainda não 
tínhamos internet ou recursos tecnológicos) escreveram sobre as questões relativas ao 
processo ensino aprendizagem, a fim de estabelecer a ponte entre a ação pedagógica 
e as TICs. Todos com pensamentos e ideias atuais e relevantes para reflexão. 
Iniciamos citando Paulo Freire que tem uma frase famosa e merece ser 
repetida: "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se 
educam entre si, mediatizados pelo mundo." (FREIRE, 1987, p.78). A frase escrita em 
1987 não poderia ser mais atual, o acesso rápido ao mundo potencializa a mediação 
feita por ele. A conectividade que hoje vivemos amplifica as possibilidades de situação 
de aprendizagem. Essas interações que são facilitadas com o uso das TICs também nos 
remetem a Vygotsky (1984) afirma que é na interação entre aqueles que sabem mais 
com aqueles que ainda não conseguem fazer sozinhos que o pensamento se 
desenvolve. 
Autores atuais como o professor e fundador da Escola do Futuro da USP José 
Moran, espanhol naturalizadobrasileiro, possui vários textos publicados sobre 
tecnologias voltadas para a educação, com temas como transformação da Educação 
com metodologias ativas e modelos híbridos. Numa entrevista concedida para a revista 
17 
 
 
Cidade Verde em setembro de 2019, ele diz: “As escolas precisam preparar os alunos 
para um mundo imprevisível, onde a criatividade vale mais do que o simples acúmulo 
de conhecimento, como ocorria no passado”. (MORAN, 2019) 
Por fim, vamos mencionar o autor que criou o termo “Nativos Digitais”, Marc 
Prensky. Ele começou a sua carreira como professor em Nova Iorque e tem seu foco 
profissional na reforma da educação básica, abordando temas como ferramentas 
digitais, pedagogia e currículo. Ele já foi citado em nossa apostila anteriormente e é um 
autor que vale a pesquisa e leitura. O termo Nativo Digital, criado por ele, é definido 
por ele como: 
“Como devemos chamar esses "novos" alunos de hoje? Alguns se referem a eles como 
o N [paraNet] -gen ou D [para digital] -gen. Mas a designação mais útil que encontrei 
para eles é Nativos Digitais. Hoje, nossos alunos são todos "falantes nativos" da 
linguagem digital de computadores, videogames e a Internet.” (PRENSKY, 2001) 
Todos esses autores e outros da atualidade, acrescentam para a elaboração do 
processo de comunicação, interação, de ensino e de aprendizagem, deve-se buscar 
uma aprendizagem essencialmente ativa. O aluno aprende algo novo e incorpora a 
essa experiência toda a sua bagagem de experiências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
19 
 
 
3. Recursos tecnológicos: ame-os ou deixe-os? 
As possibilidades de uso das TICS são vastas e geram nos educadores de hoje 
questionamentos como: Serei substituído? Serei obrigado a usar tudo isso? Afinal, as 
TICS são boas ou ruins para educação de uma maneira geral? Mas será que precisamos 
ser tão extremos e pensar no ame ou deixe-os? 
Há vários pontos para serem observados na introdução de tecnologias dentro 
do ambiente escolar: custos de investimentos, capacitação profissional, potencial de 
interação dos alunos, bem como a sua autonomia no processo de aprendizado. O que 
se percebe hoje é que precisamos ir além do simples “contra” ou “a favor”. É preciso 
se evitar generalizações e promover debates construtivos com toda a comunidade 
escolar da melhor utilização dessas tecnologias dentro e fora de sala de aula. Muitas 
campanhas são feitas sobre o uso dos equipamentos eletrônicos por crianças muito 
novas e de todos os malefícios que isso causa. Porém, cada dia vemos que não é 
preciso generalizar, mas sim, avaliar o uso e seus benefícios de forma geral das TICs 
dentro de sala aula e no contexto de mundo globalizado que vivemos. Assim sendo, a 
escola deve se perguntar e avaliar constantemente: todos tem conhecimento das 
ferramentas propostas? A escola tem o equipamento necessário para o uso de forma 
adequada e eficaz? Professores e equipe escolar estão de acordo com o projeto e com 
as ferramentas tecnológicas a serem implementadas no espaço escolar? 
Outro fator importante que precisamos nos atentar é para o modismo. Muito 
do que se vê nas escolas hoje em dia, são verdadeiros modismos e não inovações que 
promovam a diferença para o professore e seus alunos. Esse fato muitas vezes causa a 
resistência e repulsa por parte dos professores – eles não se sentirem envolvidos no 
processo de modernização do espaço escolar e do processo de aprendizagem, se 
sentem levados pelo modismo que a escola está querendo “empurrar” para ganhar 
mais alunos e matrículas. A palavra inovação nos remete a algo que seja novo, 
novidade. Esse conceito de novo vai variar de acordo com a realidade de cada escola: 
um computador com acesso a internet em uma escola rural é uma inovação. Porém, o 
mesmo não ocorre com escolas de grandes centros urbanos, escolas onde os alunos 
possuem grande poder aquisitivo. 
20 
 
 
Diante de todo esse cenário, cabe aos professores avaliar como a tecnologia vai 
ajudar e se comportar dentro do contexto escolar onde o professor está inserido. Até 
agora fica claro que as TICs são realidade dentro de nossa sala de aula e não há como 
fugir dela. Há uma gama de recursos tecnológicos que podem ser aplicados em sala de 
aula e avaliação desses recursos e seus impactos em sala só pode ser feita de maneira 
plena quando o professor tem total conhecimento das tecnologias atuais – ainda que 
não use ou não concorde com o uso dentro de sala. Para que essa avaliação e debate 
de até onde elas são realmente necessárias ou modismo, como visto, o professor e 
todos os envolvidos no processo de aprendizagem precisam estar inteirados dessas 
tecnologias, aplicativos e inovações tecnológicas atuais para que se tenha subsídios 
verdadeiros e consistentes para um debate produtivo e eficaz sobre o assunto. 
 
3.1 Metodologias ativas 
As Metodologias ativas têm sido algo muito falado e comentado nas escolas que 
estão em busca de uma modernização no seu sistema de ensino. Mas o que seria isso? 
De que forma essa “nova” metodologia poderia contribuir de maneira significativa com 
o processo de aprendizagem dos meus alunos e o que ela tem a ver diretamente com 
as TICs? De acordo com o autor José Moran (2018), temos: 
“Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos 
estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada 
e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam-se por 
meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de 
metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes 
para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje.” (MORAN, 2018) 
Na citação acima, três aspectos da metodologia ativa são destacados: sua 
forma flexível, interligada e híbrida. São estratégias de ensino que centram a 
participação do aluno de forma mais intensa no processo de aprendizagem, com 
modelos híbridos onde tanto o aluno quanto o professor têm muito para oferecer e 
ensinar. Ainda de acordo com o autor, temos: 
21 
 
 
“As metodologias ativas dão ênfase ao papel protagonista do aluno, ao seu 
envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo, 
experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor; a aprendizagem 
híbrida destaca a flexibilidade, a mistura e compartilhamento de espaços, tempos, 
atividades, materiais, técnicas e tecnologias que compõem esse processo ativo.” 
 (MORAN, 2018) 
De uma maneira geral e mais simplificada, pode-se dizer que as metodologias 
ativas são aquelas mais centradas nos seres humanos, estado presas a um processo 
mais humanizado e menos tecnológico modelo de educação. O aluno é o protagonista 
de seu aprendizado e o professor, parte desse processo. O ensinar e aprender se 
convertem para processos de pesquisa, de questionamento, de criação e de reflexão, 
sendo a sala de aula como espaço privilegiado de co-criação, onde professor e aluno 
vão aprender juntos a partir de situações concretas, problemas, vivências e 
experiências. 
Com o avanço da tecnologia, vemos cada vez mais os alunos assumirem esse 
papel de co-autores dentro de sala de aula. Quantas vezes ouvimos um professor dizer 
que o aluno sabe mais sobre esses assuntos tecnológicos do que ele mesmo? Pois é 
nesse momento que usamos a metodologia ativa, tendo no aluno um aliado e 
totalmente envolvido em sala de aula, tornando a aprendizagem algo prazeroso e 
inspirador. Dessa forma, a metodologia ativa como um processo de aprendizado que 
vai encorajar e motivar o aprendizado do aluno de forma crítica e reflexiva, diante da 
séria de estímulos que eles são expostos todos os dias com o avançoda modernidade. 
Nesse universo onde tudo já vem pronto e “mastigado” saber lidar e usar com as 
metodologias ativas dentro de sala de aula é grande forma e grande aliada no uso das 
TICs em sala de aula. 
 
3.2 Trabalhando com Gameficação 
Muito antes de chegar a internet e de termos essa “explosão” digital que agora 
vivenciamos, as antigas gerações tinham acesso a modernidade através dos 
videogames. Se iniciou ainda na década de 80 com o videogame chamado ATARI e 
22 
 
 
cada vez mais jogos eletrônicos foram tomando espaço na vida dos adolescentes e 
jovens da época. Porém, nem se pensava em incluir tais jogos ou ideias dentro de sala 
de aula, deixando os games para espaços reservados, dentro das casas ou ainda, nos 
locais chamados fliperamas, onde jovens e adolescentes da época se reuniam para 
jogar. Com a chegada da internet e com os avanços tecnológicos, o acesso a esses 
jogos (agora mais modernos e com muito mais possibilidades), fica democratizado e 
ampliado, chegando a sala de aula através a gameficação. 
A gameficação nada mais é do que a utilização da mecânica dos games – com 
cenários, gráficos atrativos e claro, a competição – para se ter espaços de 
aprendizagem que potencializem o desenvolvimento de habilidades cognitivas, 
motoras e sociais. O termo gameficação foi usado pela primeira vez pelo pesquisador 
britânico Nick Pelling (MEDINA, 2013) e consiste em utilizar a mecânica dos jogos 
(como pontuação e recompensas) em atividades que não fazem parte do contexto dos 
jogos, mas sim, que estão dentro do currículo. Dessa forma, esperava-se que os alunos 
ficassem mais engajados e motivados a resolver situações e problemas que eram 
propostos em sala de aula pela as mais variadas disciplinas. É o famoso “aprender 
brincando” que já se fala e se ouve há muito tempo, mas agora de forma mais 
moderna e enquadrada ao modelo de sala de aula. 
Dois ótimos exemplos de gameficação dentro de sala de aula é a utilização do 
aplicativo Kahoot e MInecraft for education. O primeiro é uma plataforma de criação 
de questionários baseado em jogos de perguntas de múltiplas escolhas, que permite 
aos educadores investigar, criar, colaborar e compartilhar conhecimentos. 
 
Figura 3: logotipo do aplicativo KAHOOT. Fonte: wikimedia. Disponível no site: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kahoot_Logo.svg, acesso em fevereiro de 2020. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kahoot_Logo.svg
23 
 
 
 
Para utilização desse aplicativo em sala de aula, assim com outro, são necessárias 
algumas ferramentas, tais como: 
 Acesso a internet 
 Dispositivo móvel, como celular ou tablet 
 Computador ou tablet par controle do professor 
 Projetor para mostrar as perguntas para toda a sala 
Esse game vai funcionar como um questionário, daqueles que são passados com 
frequência em sala de aula para ser copiado no caderno. Porém, por ser tratar de um 
game, a gameficação vai trazer conteúdos como pontuação, imagens, gráficos e 
ranking nas respostas para esse questionário, o que motiva e instiga o aluno e sua 
participação efetiva em sala de aula, exemplificando bem o que acabamos de mostrar. 
Similares ao Kahoot, temos o quizzlet, socrative e muitos outros que utilizam a ideia de 
atividades de sala de aula como questionário e dever de casa em games para serem 
usados em sala de aula. 
O segundo exemplo foi o uso em sala do Minecraft for education. Bem conhecido de 
todos, o jogo minecraft se tornou popular por possuir uma versão para o celular e não 
apenas para computadores ou videogames. Já vendo o cenário de gameficação dentro 
das salas de aula, uma versão do jogo de blocos foi desenvolvida para ser utilizada 
por professores de todo o mundo aproveitando as possibilidades que o game 
oferece para deixar as aulas ainda mais atrativas e engajadas. Ele funciona da 
mesma forma que a versão conhecida mundialmente, a grande diferença é o 
controle do professor no mundo criado pelo ele mesmo, de acordo com o tema que 
será tratado em sala de aula. 
Vale ressaltar que os jogos, a gameficação abordada aqui, deve funcionar como 
algo a mais para ser oferecido em sala de aula e que de maneira alguma devem 
ser implantados sem uma vasta discussão dentro do cenário escolar de cada um. 
A mudança que os jogos ou qualquer outro aparato tecnológico possa se dispor a 
fazer precisa passar por questões mais amplas como infraestrutura nas escolas, 
qualificação do professores, salários dignos que nos permitam ter esses recursos 
24 
 
 
tecnológicos de maneira acessível para que aí sim, em um trabalho colaborativo o 
docente construa práticas inovativas e dinâmicas, construam trilhas diferenciadas 
par aprender de forma lúdica, resgatando o desejo de aprender na escola e indo 
além dos elementos que compõe a gameficação. 
3.3 O uso de Softwares educacionais 
Softwares são programas de computador que vão ser aliados aos demais programas 
para auxiliar alunos e professores no processo ensino- aprendizado. Os softwares 
podem ser considerados programas educacionais a partir do momento em sejam 
utilizados e pensados de maneira a contribuir com o processo de ensino – 
aprendizagem, projetados por meio de uma metodologia que os contextualizem no 
processo ensino-aprendizagem. Desse modo, mesmo um software detalhadamente 
pensado para mediar a aprendizagem pode deixar a desejar se a metodologia do 
professor não for adequada ou adaptada a situações específicas de aprendizagem. 
Os softwares podem ser classificados nos seguintes grupos: 
 Softwares tutoriais: apresentam conceitos e instruções para a realização de 
tarefas específicas, com baixa interatividade. Muitos tutoriais ensinam a utilizar 
programas de computador.
 
 
 Softwares de exercitação: permitem atividades interativas por meio de 
respostas às questões apresentadas. O professor pode propor exercícios sobre 
conceitos apresentados em aula.
 
 
 Softwares de investigação: possibilitam a localização de informações sobre 
diversos assuntos, como, por exemplo, as enciclopédias.
 
 
 Softwares de simulação: são recursos usados para o aprendizado de um piloto, 
pois simulam a realidade. É o caso dos simuladores de voo.
 
 
 Softwares de entretenimento: os jogos podem ser utilizados com finalidades 
educativas, além de tornar as aulas mais atraentes e divertidas. Há jogos 
matemáticos, de raciocínio lógico, de leitura e escrita. Podem ser usados desde 
a Educação infantil.
 
 
 Softwares abertos: Apresentam várias ferramentas como editores de texto, 
banco de dados, planilhas eletrônicas.

25 
 
 

 Há diversos tipos de softwares (programas de computador) que podem ser 
usados em educação, dentro desses grupos aqui mencionados. Um bom exemplo é 
o GEOGEBRA, um software de matemática que permite desenhos e jogos para o 
auxílio em matemática, ciências, tecnologia e engenharia. É um software que 
permite uma maior interatividade do aluno e que facilita o aprendizado de coisas 
complexas de uma forma mais atrativa e “real”. 
Softwares também são muito utilizados para alunos com necessidades 
especiais. Ao utilizar recursos visuais e sonoros, esses softwares promovem 
autonomia e inclusão desses alunos. Um ótimo exemplo disso são 3 softwares 
desenvolvidos e criados pelo departamento de ciência da computação da 
Universidade de Brasília (UnB). São programas que fazem parte do Projeto 
Participar, que visa o ensino de gestos sociais e alfabetização de autistas e o uso 
social da Matemática, como o uso de calculadora, de células monetárias e leitura de 
relógio digital. O programa foi criado em 2014 e os softwares podem ser baixados e 
utilizados de forma gratuita através do site http://www.projetoparticipar.unb.br/ 
(acesso em fevereiro de 2020). 
Diante dos vários tipos de softwares disponíveis para utilização como recurso 
pedagógico, o ideal é que a escola faça uma análise prévia dos programas que 
pretende utilizar,a fim de avaliar se os programas são apropriados às necessidades 
das disciplinas e aos objetivos que os professores e a própria escola pretendem 
atingir com sua utilização. 
 
3.4 – Ideias na utilização do word, excel e power point 
Com certeza os nomes WORD, EXCEL e POWER POINT são comuns na nossa 
mente quando pensamos em computador e seu uso. São ferramentas do pacote office, 
já usadas de longa data e essenciais para nosso uso no dia a dia. Essas ferramentas são 
comumente adquiridas com o pacote Microsoft office, mas também são 
disponibilizadas em versões gratuitas no Linux, que desempenham a mesma função. 
http://www.projetoparticipar.unb.br/
26 
 
 
O WORD ( figura 4) é o editor de texto mais usado no mundo e muito comum 
para professores. E nele que digitamos e montamos folhas, trabalhos para nossos 
alunos, textos dos mais variados usos e modelos. 
 
Figura 4: logotipo do Microsoft Word. Fonte: Wikimedia. Dísponivel no site: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Office_Word_(2000%E2%80%9302).svg, acesso em fevereiro 
de 2020. 
 
Ele permite várias possibilidades de uso que otimizam o tempo de confecção e 
formatação do texto. Pela facilidade de integrar imagens, tabelas, design e formas, 
uma das ideias que se podem trabalhar com essa ferramenta são os gêneros digitais, 
como memes, histórias em quadrinhos, charges... Sendo o word uma página em 
branco, é possível criar, formatar, editar, salvar documentos eletrônicos, misturando 
elementos visuais e verbais. Imagina um ditado onde os alunos podem separar em 
colunas de acordo com o campo semântico do aluno? Com certeza irá transformar algo 
simples e habitual em algo inovador e motivador para o aluno. 
O POWER POINT ( figura 5) recurso do Office utilizado para fazer apresentações 
diversas. Seu principal objetivo e passar as ideias de forma clara e atrativa. 
 
Figura 5- logotipo do Microsoft Power Point. Fonte: wikimedia. Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microsoft_Office_PowerPoint_(2018%E2%80%93present).svg, acesso em 
Fevereio de 2020. 
Cada vez mais temos em sala de aula projetores presos no teto, com 
possibilidade de conexão com o computador e a projeção dele na parede. Nesse caso, 
o Power Point é o programa que de apresentação de slides, em que você pode inserir 
tudo o que quiser: vídeos, imagens, gráficos. Com a utilização desse recurso, é possível 
deixar a aula fluir e produzir jogos, quis, apresentações e jogos interativos que vão 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Office_Word_(2000%E2%80%9302).svg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microsoft_Office_PowerPoint_(2018%E2%80%93present).svg
27 
 
 
deixar a aula mais dinâmica e divertida. Embora não seja específico para games, com o 
Power Point é possível montar produções mais básicas até de nível avançado. Ele 
possui recursos de animação que permitem que imagens apareçam, desapareçam, 
avancem ou retrocedam. Há ainda a possibilidade de inserir botões e links com ações. 
Apesar de ser uma ferramenta já incorporada no nosso cotidiano, sempre vale a pena 
olhar e reinventar novas formas de se utilizar no dia a dia. 
O EXCEL (figura 6) costuma ser o vilão dessas ferramentas que estamos 
apresentando. Diversas vezes ouvimos professores falando que não sabem como usar 
e geralmente fazem tabelas no WORD, por achar mais fácil. 
 
 
Figura 6- Logotipo do Microsoft Excel. Fonte: wikimedia. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Excel_Logo.svg, acesso em Fevereiro de 2020. 
Porém, o EXCEL é um grande aliado para se fazer tabelas, fórmulas, células, 
organizar em diversas formas qualquer tipo de lista. Por se tratar de um aplicativo 
riquíssimo em recursos, é sempre possível descobrir funcionalidades e truques que 
podem facilitar bastante a elaboração ou a edição de uma planilha nele. O uso do Excel 
tem de ser dinâmico, desafiador e capaz de despertar o interesse e o crescimento 
intelectual. Por ser programa com células, fórmulas e colunas, ele é um convite para 
ser usado nas aulas de matemática, contribuindo para o raciocínio lógico e criatividade 
dos alunos. 
Todas as ferramentas apresentadas aqui nos ajudam a inovar em sala de aula e 
são imprescindíveis tanto para nós enquanto professores e enquanto alunos. Em sala 
de aula, precisamos sempre conhecer, vivenciar e experenciar essas ferramentas 
aliadas ao currículo para tornar as nossas aulas cada vez mais atrativas. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Excel_Logo.svg
28 
 
 
 
 
 
4- Utilizando a internet como recurso pedagógico 
Todas as oportunidades e interações pedagógicas que o computador e seu uso 
em sala de aula nos oferecem não seriam as mesmas sem a internet. A possibilidade 
de acesso a milhões de informações num piscar de olhos sem dúvida foi algo 
revolucionário para professores e alunos, uma verdadeira revolução nas pesquisas e 
nos trabalhos realizados em casa e na escola. A internet tem o poder de revolucionar 
as abordagens educacionais tradicionais, sendo capaz de contribuir tanto para 
instrução como para construção do conhecimento. É inegável todas as contribuições 
que a internet trouxe para o cotidiano: realizamos transições bancárias, fazemos 
compras virtualmente, procuramos receitas, conversamos ao vivo com pessoas há 
milhares de quilômetros de distância. Se do ponto de vista pessoal e profissional isso 
acontece, não há como ignorá-la na escola. 
É possível apontar uma série de usos pedagógicos da Internet tais como: 
 O trabalho com fontes variadas para pesquisa de assuntos 
apresentados pela escola ou mesmo assunto de interesse do próprio 
aluno. 
 Utilização de páginas específicas sobre educação, blogs de escolas que 
merecem ser visitados e estudados, e diversas outras páginas 
disponíveis. 
29 
 
 
 A chance de estabelecer comunicação e interação com outras escolas 
seja do nosso país ou de outros países em todos os continentes através 
de recursos como e-mails, twitter e outras mídias sociais ou de 
comunicação; 
 Possibilidade efetiva de desenvolvimento da autonomia e aprendizado 
individualizado, além do desenvolvimento do raciocínio lógico. 
 Facilitação da troca de experiências entre professores/professores, 
aluno/aluno e professor/aluno. 
A internet está cada vez mais interessante e criativa, possibilitando a 
exploração de um número incrível de assuntos. Porém, se o aprendiz não tem um 
objetivo nesta navegação, ele pode ficar perdido e acabar olhando e encontrando 
assuntos que não acrescentam na sua jornada em busca do conhecimento. Se a 
informação obtida pelo aluno não é posta em uso, não há nenhuma maneira de 
estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. E são nesses casos 
que nós, professores precisamos estar atentos e intervir com o papel de orientar a 
comunicação entre os participantes na busca de atingir os objetivos propostos na 
atividade. Sobressai nesse caso a figura do professor como mediador. 
4.1 Existe vida fora do Youtube 
Toda vez que pensamos em acesso a internet liberado em nossa sala de aula, a 
primeira coisa que vem a nossa mente é o uso do Youtube. Sem dúvida, é uma 
excelente fonte de vídeos cada vez mais inserida nos cotidianos familiares, sociais e 
principalmente escolares. O Youtube foi criado em 2005 como um site de 
compartilhamentos de vídeo na internet. 
Atualmente o Youtube está em mais de 100 países, 80 idiomas e possui mais de 
dois bilhões de usuários. Pode-se encontrar praticamente de tudo em vídeos nessa 
plataforma: de vídeos caseiros e simples até vídeos mais elaborados, com grandes 
produções. A facilidade de se acessar com celular, tablet ou qualquer dispositivo com 
acesso a internet este recurso vem sendo utilizado em vários espaços sociais, seja para 
divulgar informações científicas, como também os mais variados tipos de linguagens 
que circulam na sociedade,como por exemplo: receitas, piadas, entrevistas, etc. A 
infinidade de tutoriais e vídeos de ensino disponibilizados na plataforma, torna o 
Youtube uma ferramenta que pode contribuir e muito no processo de ensino 
aprendizado, também como ferramenta de inclusão. Há diversos canais que 
30 
 
 
disponibilizam legendas e tradução para libras de vídeos famosos no mundo todo 
permitindo que o aluno entre em contato com as diferentes formas de expressão e 
produção dos sinais, além de romper com a ideia de uma língua unificada à medida 
que se apresentam, contextualizadamente, “as variações regionais”, presentes nas 
línguas, e por esta razão, são encontradas na Língua de Sinais. 
Apesar de todas as vantagens apresentadas aqui do uso do Youtube, como diz o 
título: Existe vida além do Youtube. Isso porque frequentemente recorremos ao 
Youtube toda vez que temos acesso a internet e computador em nossa sala de aula. 
Mas há muito mais na internet disponível para ser usado com nossos alunos para 
inovação, para incrementar as nossas aulas. Alguns deles são: 
 
 Blogs: também chamados de caderno digitais, são páginas na web que 
permitem postagens que são organizadas em ordem cronológica ou em 
links. Num blog várias pessoas podem postar, sendo uma ótima forma 
de escrita coletiva e colaborativa, onde os alunos podem compartilhar 
informações e construir a aprendizagem de forma coletiva. Não há 
limite para o que pode ser publicado, nem limite para quem pode 
publicar. Com a mediação adequada do professor, são ótimos espaços 
online para publicar resultados de pesquisas em sala de aula, ou ainda 
para aumentar a interação dos alunos com a ajuda do recurso 
tecnológico. Também é ótima ideia visitar blogs de outras escolas e ver 
o que outros alunos de outras partes do mundo tem aprendido e 
descoberto. 
 
 Ferramentas Google: além da ferramenta de pesquisa Google, que é 
ótima para ser usada em sala de aula e será explorada com mais 
detalhes em nossa apostila posteriormente, há disponível outras 
ferramentas incríveis, capazes de incrementar aulas de diversas 
disciplinas. Como o Google Earth, que mostra lugares com imagens reais 
e atuais. Os alunos podem fazer um passeio ao redor da escola ou 
31 
 
 
mesmo em cidade ao redor do mundo sem sequer sair de sala. O Google 
Maps apresenta um mapa interativo, capaz de revolucionar as aulas de 
geografia. 
 
 QR Code (figura 7): o QR code é uma evolução do código de barras e 
consegue ser lido ou escaneado pela maioria dos celulares e dispositivos 
com câmera. Há diversos sites que permitem que se crie QRCodes que 
vão representar desenhos, palavras, textos ou ainda direcionar para 
páginas especificas. Em 2015, o aplicativo WhatsApp passou a usar o 
QRCode para fazer a verificação do uso pelo computador dando acesso 
através do código. As possiblidades de uso são grandes, e dentro de sala 
de aula pode ser usado para um caça palavras diferente, ou ainda para 
passar informações para os alunos e pais de forma diferenciada. 
 
Figura 7- QR Code para acesso a conta do Youtube. Produzido através do site: https://www.the-qrcode-
generator.com/, acesso em março de 2020. 
 
 
 
 
Não há necessidade do professor ser um especialista na internet e nas variadas 
possibilidade de uso que ela permite, porém é preciso saber usar o que temos a 
disposição e conhecer as possibilidades dessa ferramenta dentro do processo de 
ensino e aprendizagem, se aproveitando de todos os recursos para tornar as aulas 
cada vez mais prazerosas próximas da realidade dos alunos. E lembre-se sempre que 
https://www.the-qrcode-generator.com/
https://www.the-qrcode-generator.com/
32 
 
 
existe vida (e muita) fora do Youtube, mas isso não descarta de forma alguma o uso 
dessa plataforma de vídeos em nossa realidade docente. O Youtube pode e deve ser 
usado! Mas lembre-se sempre de pensar além! 
 
33 
 
 
4. 4.2 – O uso das Redes Sociais em sala de aula 
As redes sociais fazem parte do cotidiano de todos hoje em dia. Quem não tem um 
perfil no Facebook ou Instagram é considerado um peixe fora d’água, uma pessoa “de 
outro mundo”. Elas são usadas com diversas finalidades: divulgar uma pessoa ou 
produto, acompanhar pessoas famosas com suas fotos bem tiradas, saber um pouco 
da vida das pessoas, expor sua opinião sobre um determinado assunto. É um espaço 
democrático, onde se postar o que se pensa e arcar com as consequências do que se 
posta. 
 Mas a grande questão para nós educadores é: será que as redes sociais podem 
ser usadas como recursos pedagógico? Ou seria apenas um local para entretenimento 
e sem possibilidades de uso dentro de sala de aula? Assim como as demais TICs, as 
redes sociais podem e devem ser utilizadas em sala de aula. Elas favorecem a 
aprendizagem colaborativa, por ser um espaço democrático e de ampla exposição. Nas 
redes sociais também é possível o aluno se relacionar a e ter contato com pessoas de 
diversas culturais e aspectos sociais, o que expande o acesso do nosso aluno com o 
mundo, cada vez mais o aproximando como cidadãos do mundo. Por fim, as redes 
sociais estão presentes em todo smartphone e seu uso está cada vez mais difundido e 
facilitado em dispositivos móveis variados. Vamos refletir nas três maiores redes 
sociais que temos hoje em dia e seus possíveis usos dentro de sala de aula: 
 Facebook (figura 7) : criado em fevereiro de 2004, em Harvard, nos EUA por 
Mark Zuckerberg e três amigos, um deles, o brasileiro Eduardo Severin, 
Facebook é o campeão de acessos e usuários. 
 
Figura 8- Logotipo do Facebook. Fonte: Pixabay, disponpivel em: 
https://pixabay.com/pt/illustrations/facebook-logotipo-rede-social-rede-76534/, acesso em março de 
2020. 
https://pixabay.com/pt/illustrations/facebook-logotipo-rede-social-rede-76534/
34 
 
 
 
Nessa rede social é possível criar e fazer parte de grupos de interesse, criando 
uma rede de aprendizagem colaborativa dentro da área específica de 
conhecimento. É possível pesquisar grupos de diversos interesses e divulgar 
eventos, pesquisar, compartilhar arquivos – tudo de maneira muito rápida e 
atual. O professor pode criar um grupo para a sua turma como local de 
compartilhamento de ideias e trabalhos colaborativos, além da possibilidade de 
vídeos e LIVES, como webinars, transformando a rede social em um grande e 
ampla sala de aula. 
 
 Twitter (figura 8): O Twitter foi criado em março de 2006 por Jack Dorsey, 
Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass e foi lançado em Julho de 2006 nos EUA. 
 
Figura 9- Logotipo do Twitter. Fonte: Pixabay, disponpivel em: 
https://pixabay.com/pt/illustrations/logotipo-twitter-3491390/, aceso em março de 2020. 
 
 É um microblog onde o usuário pode escrever o que pensa ou o que quiser 
mas com um número reduzido de letras – são apenas 140 caracteres. É uma 
rede social muito utilizada por empresas, pelo próprio governo e milhões de 
pessoas cadastradas na plataforma. As informações vêm de forma muito 
acelerada e o acesso aos dados expostos é praticamente em tempo real. Pelo 
fato de ter o texto reduzido a apenas 140 caracteres, O Twitter pode ser uma 
excelente ferramenta de auxilio nas redação, na escrita de forma sucinta, com 
as informações de forma direta e concisa. Assim como o Facebook, o Twitter 
amplia o contato com pessoas de diversas culturas e nacionalidades. Autores 
https://pixabay.com/pt/illustrations/logotipo-twitter-3491390/
35 
 
 
de livros, pessoas famosas, artistas diversos- todos esses são possíveis de 
serem contatados através dos Tweets (nome que se dá as postagens escritas na 
plataforma). Uma ótima ideia é compartilhar suas aulas e descobertas no 
Twitter, com auxílio dos alunos e contactando as pessoas envolvidas- autores 
de livros e grandes pensadores da atualidade. Pessoas como Romero Brito, 
Ziraldo, Maurício de Souza estão presentes no Twitter. 
 
 
 Instagram (figura 8): lançado em 2010pelo norte-americano Kevin Systrom e 
pelo brasileiro Mike Krieger, ambos engenheiros de software. Após o 
lançamento para o programa Android em 2012, a empresa foi vendida para o 
Facebook por 1(um) bilhão de dólares, aproximadamente 4 bilhões e meio de 
reais. 
 
36 
 
 
 
Figura 10- Logotipo do Instagram. Fonte: Pixabay, disponpivel em: 
https://pixabay.com/pt/illustrations/instagram-s%C3%ADmbolo-logotipo-foto-1581266/, acesso em 
março de 2020. 
 
Trata-se de uma rede social onde o usuário vai interagir com fotos e 
vídeos. É muito famosa entre os influenciadores digitais: pessoas que postam 
constantemente para conseguir seguidores. Quanto mais seguidores do seu 
perfil, mais eles conseguem patrocínio e visibilidade dentro da plataforma. 
Outro recurso muito utilizado são as famosas hashtags palavras que são 
acompanhadas junto com o símbolo # que servem como um mecanismo de 
busca das publicações e auxiliam no momento de categorizar o que se posta e 
o que se deseja ver. Por ser muito visual e ilustrativo, o Instagram pode ser 
usado em sala de aula para expor trabalhos dos alunos de maneira criativa, 
tendo a criação com um processo coletivo entre todos os alunos envolvidos. 
Também é uma excelente ferramenta de busca para os mais variados assuntos, 
inclusive para se observar a produção de outras escolas no Brasil e no mundo. 
As redes sociais, como pudemos observar, vão favorecer as relações 
pessoais, permitindo a expansão de tudo o que é visto de sala de aula. São 
excelentes ferramentas de compartilhamento de informações, permitindo que 
o aluno se envolva ainda mais no seu próprio processo de ensino aprendizado, 
sendo motivado a compartilhar aquilo que vive e aprende em sala de aula. Ao 
dispor das redes sociais no processo de ensino aprendizado, o professor 
permite que seu aluno tenha participação ativa dentro do processo de criação 
de seu próprio conhecimento e expande tudo o que se vê e aprende em sala de 
aula de forma criativa e inovadora. 
 
https://pixabay.com/pt/illustrations/instagram-s%C3%ADmbolo-logotipo-foto-1581266/
37 
 
 
5. 4.3- Sugestões de trabalho com o email 
 O e-mail é a ferramenta mais antiga e mais usada até hoje pelos 
usuários da internet. Ainda quem afirme não estar familiarizado com a tecnologia, com 
certeza tem um e-mail, ainda que não esteja ativo. É o e-mail que nos permite enviar e 
receber mensagens pela internet. As contas podem ser criadas nos provedores de acesso 
particulares que são pagos, mas hoje em dia com a popularização da internet e com a 
quantidade de provedores gratuitos, a maioria dos e-mails pode ser feitos de forma 
gratuita, criando a possibilidade de recebimento e envio mensagens de correio eletrônico 
de qualquer computador que esteja conectado à internet em qualquer parte do planeta e 
a qualquer hora. Os celulares também são utilizados cada vez mais para isso. Pela 
facilidade no uso (basta apenas digitar a mensagem, enviar e conferir na sua caixa de 
entrada por mensagens novas) o e-mail fica como um recurso altamente utilizado por 
todos. 
Apesar de sua simplicidade de uso, possui uma ampla possibilidade de recursos: 
envio de arquivos, lista de e-mails, facilidade com aplicativos para o celular, 
agendamento de mensagens, calendários e outros. Uma outra característica 
interessante desse serviço é que não precisamos estar conectados quando o remetente 
nos envia uma mensagem. A qualquer momento que se acessa a caixa de e-mail, as 
mensagens estão lá. Também é interessante arquivar as mensagens de acordo com uma 
classificação que nos interesse. 
Altamente utilizado por ambientes corporativos, o e-mail também apresenta 
várias possibilidades de uso dentro de sala de aula. Ele cria um vínculo professor aluno 
que vai além das paredes de sala de aula, permitindo que o professor enviar tarefas, 
tirar dúvidas ou repassar material de estudo quando por algum motivo o aluno se ausenta 
da aula. Com o uso do e-mail a comunicação entre a equipe escolar também pode ser se 
dinamizada. 
Queremos apresentar agora uma sugestão de uso do e-mail para turmas do 
primeiro ciclo do ensino fundamental – que são as turmas que vocês estarão aptos a 
ministrar aulas ao se formarem conosco. Mesmo a maioria dos alunos, a partir do primeiro 
ano mesmo, saiba o que é e esteja familiarizado com o uso do e-mail, eles ainda não 
38 
 
 
possuem um endereço nem autonomia para acessar e trocar mensagens com seus 
professores. Porém, há algumas possibilidades de uso mediadas pelo professor que vão 
contribuir para o processo de ensino aprendizagem com mais essa ferramenta tecnológica: 
 
1- Através do e-mail da escola ou de um e-mail criado pelo professor da turma, os 
alunos podem trocar mensagens com alunos de qualquer parte do mundo, 
vivenciando a cultura de forma clara e concreta. O conteúdo das mensagens 
enviadas por e-mail pode ser muito diversificado. Podem ser enviados textos, 
imagens, vídeos, sons, documentos, animações e até mesmo programas; 
 
2- Os e-mails também podem ser usados como ferramenta para produção de 
textos colaborativos, de forma coletiva. O professor pode criar um e-mail para 
a turma, algo como: turma1001@gmail.com e dessa forma, uma turma trocar 
e-mail com a outra. Além de incentivar a troca de mensagens e a escrita 
coletiva, os alunos criam vínculo com os demais colegas da escola e trabalham 
de forma moderna o gênero carta – praticando saudação, fechamento, 
remetente... 
 
3- Os e-mails também são excelente forma de trabalhar a interdisciplinaridade e 
os temas transversais. Professores de língua estrangeira podem utilizar para se 
comunicar com outras crianças ao redor do mundo, transformando o ensino da 
língua como algo vivo e concreto. No caso dos temas transversais, pela 
facilidade do e-mail e da ampla divulgação dos endereços eletrônicos de mais 
variadas empresas e instituições, pode-se trabalhar temas como reciclagem, 
preservação ambiental, cuidado com animais, educação no trânsito e 
desenvolver com os alunos uma lista de perguntas ou sugestões que podem ser 
repassadas para as instituições que cuidam desses assuntos. 
 
Todas essas sugestões e considerações sobre as mensagens eletrônicas nos 
remetem ao processo de escrita, essencial para os alunos do primeiro ciclo do 
fundamental. Com o auxílio de dispositivos como o e-mail, o aluno pode além de 
mailto:turma1001@gmail.com
39 
 
 
aprender, ressignificar o processo de escrita, produzindo textos cada vez mais por 
estarem mais envolvidos, de forma cada vez mais direta. Quanto mais reflexivo o 
processo do ato de escrever, mais a produção escrita será significativa par ao 
aluno. 
 
4.4 – As ferramentas Google 
 Já vimos como as ferramentas oferecidas pelo Google nos ajudam a ir além do 
uso do Youtube. Com certeza em algum momento da sua vida você já utilizou alguma 
ferramenta disponibilizada pelo Google. O e-mail do Gmail é um dos mais usados no 
mundo, sem contar a ferramenta de pesquisa, o navegador de internet... Porém, o 
Google vai além e disponibiliza um conjunto fantástico de ferramentas para auxiliar 
professores e alunos no processo de ensino – aprendizado. É um conjunto de 
ferramentas capaz de potencializar o ensino e o melhor: todas são oferecidas de forma 
gratuita. 
 
Algumas ferramentas Google que estão disponíveis que vão turbinar as suas aulas e 
ajudar muito no nosso trabalho pedagógico. Primeiro, você precisa ter uma conta do 
Gmail. Depois, você tem acesso a diversas ferramentas Google, todas conectadas pela 
conta que você criou. Vamos apresentar as ferramentas mais usadas para fins 
40 
 
 
pedagógico, mas encorajamos você a buscar todas as opções que ter uma conta 
oferece. 
 
 
1- Google Classroom (figura 9): é uma ferramenta de sala de aula virtual, onde 
o professor pode se comunicar, acompanhar o progresso dos alunos, postar 
material de estudo e atribuir trabalhos com pontuaçãoe data de envio. 
 
 Figura11- Logotipo do Google Classroom. Fonte: Wikimedia, disponível em: 
 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Classroom_Logo.png acesso em março de 2020. 
 
2- Google Maps (figura 10): é ideal no auxílio das aulas de geografia. Com essa 
ferramenta é possível analisar mapas de maneira interativa e com 
informações visuais e mundiais para de modo que os alunos possam criar, 
explorar e colaborar com ferramentas de mapeamento. 
 
Figura 12- Logotipo do Google Maps. Fonte: Pixabay, disponível em: 
https://pixabay.com/pt/illustrations/google-mapas-navega%C3%A7%C3%A3o-gps-mapas-1797882/ 
acesso em março de 2020 
 
3- Google Hangout (figura 11): é um sistema de vídeo conferência, onde é 
possível se conectar por vídeo ou por mensagem de texto com outras 
pessoas que também tenham a conta no Gmail. Ideal para ser usado em 
reuniões remotas ou ainda para conectar os alunos com pessoas do mundo 
todo. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Classroom_Logo.png
https://pixabay.com/pt/illustrations/google-mapas-navega%C3%A7%C3%A3o-gps-mapas-1797882/
41 
 
 
 
Figura 13- Logotipo do Google Hangout. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hangouts_icon.svg, acesso em março de 2020. 
 
 
 
4- Documentos Google (figura 12): com essa ferramenta é possível se criar 
documentos online de forma colaborativa, com mais de um usuário em 
tempo real. A proposta de uma atividade em grupo para a turma com 
modificações colaborativas é uma excelente ideia. 
 
Figura 14- Logotipo do Google Documentos. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antu_google-docs.svg, acesso em março de 2020. 
 
 
5- Google Agenda (figura 13): Nessa ferramenta, você pode lançar seus 
compromissos e organizar sua agenda. Ainda é possível criar eventos e 
convidar pessoas, ideal para organizar reuniões ou encontros. Pode ser 
criado quantos calendários desejar. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hangouts_icon.svg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antu_google-docs.svg
42 
 
 
Figura 15- Logotipo do Google Agenda. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Calendar_icon.svg, acesso em março de 2020. 
 
 
6- Google Earth (figura 14): Essa ferramenta se assemelha com o Google 
Maps, porém todas as imagens aqui estão em 3D. É possível se estudar o 
relevo, sobre a profundidade dos oceanos, florestas do planeta etc. Está 
tudo em 3D, não há ilustrações melhores do que as da realidade. 
 
Figura 16- Logotipo do Google Earth. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Earth_icon.svg, acesso em março de 2020. 
 
 
7- Google Livros (figura 15): Com os eBooks, ficou muito mais fácil praticar a 
leitura e adquirir conhecimento. Aqui você consegue fazer uma pesquisa 
sobre os E books disponíveis e baixar os que estão disponibilizados de 
forma gratuita, não necessitando o uso da internet. Você também consegue 
ler partes de livros pagos. Os livros também podem ser facilmente 
exportados para leitores de livros digitais e aplicativos especializados, como 
o iBooks, da Apple. 
 
Figura 17- Logotipo do Google Livros. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Play_Books_icon_(2016).svg acesso em março de 
2020. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Calendar_icon.svg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Earth_icon.svg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Play_Books_icon_(2016).svg
43 
 
 
 Além de todas as ferramentas disponíveis com a conta do Gmail, o Google 
também disponibiliza um centro de treinamento online para professores, onde 
professores tem acesso a cursos e dicas para uso de todos os aplicativos. Também é 
possível fazer uma prova online e tirar a certificação de Educador Google nível 1 e 2. 
Vale muito a pena ver e conferir através do site: 
https://teachercenter.withgoogle.com/ (acesso em março de 2020). 
 
 
https://teachercenter.withgoogle.com/
44 
 
 
5- O letramento digital 
 Ao se refletir sobre o espaço escolar, remetemos a saberes deveriam capacitar os 
alunos para uma vivência de todas as práticas sociais necessárias que se esperam, para um 
convívio em sociedade, de uma pessoa que domina a leitura e a escrita. O avanço tecnológico 
que vivemos hoje, com o crescente aumento das ferramentas tecnológicas, tem exigido de 
nossos alunos a aprendizagem de comportamentos e raciocínios específicos, quase como uma 
nova leitura no mundo. Dessa forma, surge um novo tipo de letramento, chamado letramento 
digital. Esse novo letramento vai levar em consideração a necessidade dos nossos 
alunos de dominar um conjunto de informações e habilidades mentais que devem ser 
trabalhadas de modo a capacitar os alunos a viverem como verdadeiros cidadãos neste 
novo milênio. 
Magda Soares foi a primeira autora a fazer menção o termo Letramento Digital 
no seu artigo “Novas Práticas de Leitura e Escrita: Letramento na Cibercultura” na 
revista Educação e Sociedade. Nesse texto, ela define letramento digital como: “um 
certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital 
e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do 
letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel.” (SOARES, 
2002, p. 151). 
 Letramento está diretamente associado a alfabetização, mas se difere porque 
vai além dos códigos e faz relação com informações fora do texto falado ou escrito e 
criando vínculos com a realidade onde o aluno está inserido. Diante da modernidade e 
da era tecnológica que vivemos, os alunos precisam ser letrados digitalmente, ou seja, 
ter habilidades que vão além dos códigos que vão capacitar e preparar para serem 
cidadãos da era moderna em que vivemos. Ou seja, o uso social das práticas de leitura 
e de escrita presentes no computador-internet. 
 Vejamos por exemplo, a prática de receber e enviar e-mails. O aluno pode ser 
capaz e apto a escrever a mensagem, mas precisa compreender, dentro do letramento 
digital, a descoberta e a apropriação de abrir a caixa de entrada, descobrir como criar e 
como utilizar o correio eletrônico, ate que por fim o aluno se apropria que para ele era 
algo inédito e desconhecido- ler e escrever no computador. 
45 
 
 
 
 
5.1 – O uso do computador e a transdisciplinaridade 
Nos 4 capítulos anteriores de nossa apostila, já mostramos diversos motivos para 
se incluir o uso do computador em sala de aula por docentes e alunos. Porém, sem 
dúvida a facilidade de se promover a transdisciplinaridade é um dos fatores mais 
motivantes para o uso das TICs no contexto educacional. 
O autor e filósofo Jean Piaget seria o autor da primeira definição conhecida para o 
termo transdisciplinaridade, que apresentava como sendo uma etapa que sucederia à 
interdisciplinaridade e que “não se contentaria em encontrar interações ou 
reciprocidades entre pesquisas especializadas, mas situaria essas ligações no interior 
de um sistema total, sem fronteira estável entre essas disciplinas” (PIAGET, 1972, 
p.144). Ou seja, a transdisciplinaridade busca a integração dos conteúdos vistos e 
estudados dentro de sala de aula, levando em consideração os múltiplos saberes e 
diferentes níveis dos nossos alunos. Essa abordagem facilita a aprendizagem de 
diversos conhecimentos das mais diversas matérias, aproxima as disciplinas ensinadas 
em sala de aula e facilita a retenção de conteúdo. 
A transdisciplinaridade pode ser abordada e praticada de diversas formas, mas é 
mais utilizada através de projetos. As disciplinas se unem para aumentar o interesse 
dos alunos e montar um projeto em torno de um tema. 
46 
 
 
Diante de todo esse contexto de interdisciplinaridade, as Tecnologia de Informação 
e Comunicação, as TICs, auxilia de modoa ampliar as relações interativas, criando 
condições de aprendizado de forma colaborativa e cooperativa. Muitas vezes há a 
proposta de atividades e projetos interdisciplinares, mas o que ocorre é apenas a 
interposição das disciplinas sem qualquer diálogo entre elas, o que não traz benefício 
ou atua de forma modificar a atuação dos alunos e professores. As TICs auxiliam e vão 
atuar dentro dos projetos de forma integradora para que esse tipo de situação não 
ocorra. 
Um bom exemplo é o uso do programa Scratch (figura 16). O Scratch é um 
programa desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT, experiente 
no desenvolvimento de ferramentas educativas para crianças na idade escolar) e pelo 
grupo KIDS da Universidade de Califórnia, Los Angeles. 
 
Figura 18- Logotipo do Scratch.. Fonte: wikimedia, disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Scratch_2.0_Screen_Hello_World.png 
acesso em março de 2020. 
 
 O Scratch é um programa usado para desenvolvimento de histórias de 
animação indicado para crianças a partir dos 8 anos. No Scratch é possível trabalhar 
com imagens, fotos, música, criar desenhos, mudar aparência, fazer com que os 
objetos interajam. Ele pode ser usado de forma interdisciplinar, criando histórias que 
envolvam diversas disciplinas. Como no exemplo apresentado no site Nova Escola 
(https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na-
educacao, acesso em março de 2020), ocorrido no Colégio Estadual Juvenal José 
Pedroso, em Goiânia. As disciplinas de ciências e português se reuniram para criar 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Scratch_2.0_Screen_Hello_World.png
https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na-educacao
https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na-educacao
47 
 
 
 
histórias onde os personagens eram os órgãos do sistema respiratório. Foram 
abordados nas histórias, temas como a poluição e as condições do ar em grades 
centros urbanos. Os alunos precisavam conferir a escrita, a produção de texto e a 
escrita coletiva, ao mesmo tempo que colocavam todo o conhecimento sobre o 
sistema respiratório e os conceitos aprendidos na aula de ciências. 
 A abordagem interdisciplinar, potencializada com o uso das tecnologias 
voltadas para a educação, adiciona uma camada mais profunda à relação entre 
diversas disciplinas. Esse tipo de abordagem vai evidenciar a forma como as disciplinas 
podem trabalhar de forma coletiva, considerando outras dimensões além da cognitiva 
ao trabalhar os conhecimentos. 
 
5.2 - COMO REALIZAR PESQUISAS ONLINE – FAKE NEWS 
Fake News, ou Notícias falsas, são aquelas informações e notícias que apresentam 
inconsistências e inverdades em seu conteúdo e que são disseminadas através da 
internet. Eleita em 2017 como a palavra do ano pelo Dicionário Collins, fake news, na 
tradução para o português, significa: 
“Informação falsa e em alguns casos sensacionalista apresentada como um fato, 
publicada e disseminada na internet.” 
(https://www.collinsdictionary.com/pt/dictionary/english/fake-news, acesso em 
março de 2020) 
 Com todo o avanço tecnológico que vivemos, ganhamos velocidade e facilidade 
no acesso às informações. Essa mesma velocidade também acontece no momento de 
se propagar essas notícias falsas, que ocorrem pelos mais diversos motivos. Um bom 
exemplo foi o que ocorreu nas eleições presidenciais nos EUA em 2016. Diversas 
notícias falsas difamando a concorrente do eleito Donald Trump, Hillary Clinton, foram 
espalhadas online e diversas fontes – como revistas e sites jornalísticos- atribuíram 
essas notícias a derrota de Hillary nas eleições. (dados retirados do site da folha de São 
Paulo, disponível em https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake-
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41843695
https://www.collinsdictionary.com/pt/dictionary/english/fake-news
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake-news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml
48 
 
 
news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml – acesso em 
março de 2020) 
Quantas vezes recebemos informações em nossos celulares e e-mails ligadas a 
termas atuais e passamos a frente em verificar a fonte? Essas mensagens muitas vezes 
têm apelo emocional ou até um certo sensacionalismo, o que leva as pessoas a 
promover e espalhar mais esse tipo de conteúdo do que as notícias que são 
verdadeiras. 
 Além das informações que chegam através das mensagens e de links por 
aplicativos, muitas vezes nos deparamos com informações desencontradas e falsas no 
momento que vamos realizar buscas online. Há várias maneiras de agir e atitudes que 
podem e devem ser tomadas por todos antes de utilizar a informação ou ainda, 
propagar alguma informação (figura 17): 
 
Figura 19- Fonte: Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como-
falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula, acesso em março de 2020. 
 
1- Fazer uma verificação do site de onde a notícia foi tirada, ler sobre quem 
produziu aquele conteúdo que foi compartilhado ou que o aluno encontrou 
online; 
2- Verifique quem é o autor do texto, sua formação acadêmica e referências; 
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake-news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml
https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como-falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula
https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como-falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula
49 
 
 
 
 
3- Confira sempre a data e a localização das publicações para verificar se não são 
republicações de notícias ou boatos que já circularam anteriormente; 
4- Ler e analisar o texto com um trabalho profundo de interpretação do texto 
disseminado; 
5- Não divulgar ou utilizar o texto caso haja dúvida de sua procedência. Na dúvida, 
não repasse! 
 
50 
 
 
6. 6- O QUE ESPERAR NA TECNOLOGIA PARA OS PRÓXIMOS 10 
ANOS? 
Em toda a nossa apostila vimos as diversas possibilidades de uso das 
tecnologias usadas para alavancar o ensino em sala de aula e incentivar os nossos 
alunos “super conectados” a se interessar cada vez mais sobre o que é ensinado. 
Com tantas novidades e com tantas possibilidades dentro do uso de aplicativos, 
softwares, vídeos e mídia, a pergunta que deixamos no último capítulo de nossa 
apostila é: o que podemos esperar para daqui a dez anos? Com o que vamos lidar 
dentro e fora de sala de aula, que tipo de aluno teremos nesse tempo? 
Muitas dessas dúvidas já são lançadas hoje em dia quando professores são 
confrontados com as tecnologias que já estão presentes em sala de aula. A 
maneira como lidamos com toda a modernidade da atualidade se assemelha a 
forma como temos que lidar como tudo o que virá nos próximos dez anos. Se 
atualmente o professor já tem resistência e não utiliza as possibilidades que a 
tecnologia nos apresenta, daqui a dez anos esse quadro só irá se agravar. Os novos 
paradigmas que vivemos nos dão uma visão de como será no futuro – livros não 
impressos, aumento do uso da realidade aumentada, uma maior portabilidade no 
uso de dispositivos com computadores e celulares. 
Na verdade, nós não temos saber como será o mundo daqui a vinte, dez, cinco, 
ou mesmo três anos. As ferramentas digitais são dinâmicas e se atualizam de 
maneira muito rápida. Nossos alunos acompanham todo esse movimento e nós, 
professores, precisamos saber o que e como ensinar aos nossos alunos: é preciso 
ensinar os alunos a aprenderem! E eles precisarão aprender sempre; precisarão 
descobrir soluções para problemas que nem eles, nem nós, imaginamos que 
surgirão um dia. Eles terão que agir no tempo deles exatamente como nós 
precisamos agir agora, diante de um mundo que jamais sonhamos, onde as 
“inovações” são muito mais rápidas do que nossa capacidade de compreender e 
dominar todas elas,

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