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1 APOSTILA CND - Curso Normal à Distância Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (21) 3347-3030 / 2446-0502 2 1- EVOLUÇÃO DA TICS DENTRO DO PROCESSO DE APRENDIZADO 1.1 A HISTÓRIA DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – A CHEGADA DO MUNDO DIGITAL 2- PROFESSOR CONETADO, ALUNOS INTERESSADOS 2.1 PREPARO DO PROFESSOR PARA LIDAR COM AS TICS 2.2 PENSADORES DA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES 3. RECURSOS TECNOLOGICOS – AME-OS OU DEIXE-OS? 3.1. AS METODOLOGIAS ATIVAS 3.2 TRABALHANDO COM GAMEFICAÇÃO 3.3. O USO DE APLICATIVOS E SOFTWARES EDUCACIONAIS 3.4 IDEIAS NA UTILIZAÇÃO DO WORD, EXCEL E POWER POINT 4. UTILIZANDO A INTERNET COMO RECURSO PEDAGÓGICO 4.1 EXISTE VIDA FORA DO YOUTUBE 4.2 O USO DAS MIDIAS SOCIAIS EM SALA DE AULA 4.3 SUGESTÕES DE TRABALHO COM EMAIL 5 – NATIVOS DIGITAIS – CRIANÇAS CONECTADAS 5.1 O LETRAMENTO DIGITAL 5.2. O USO DO COMPUTADOR E A TRANSDICIPLINARIEDADE 5.2.1 COMO REALIZAR PESQUISAS ONLINE – FAKE NEWS 6- O QUE ESPARAR NA TECNOLOGIA PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS? 3 INTRODUÇÃO Olá querido aluno(a) do nosso Curso Normal a Distância! Essa é a nossa apostila de Tecnologia de Informação e Comunicação voltada para a Educação. O termo tecnologia remete-nos à evolução, progresso e comodidade. Porque então, ainda encontramos tanta resistência a chegada dessa tecnologia em nossas salas de aula? Porque muitos ainda criticam o uso dessa tecnologia, sentindo-se por vezes ameaçados diante da imensa variedade de recursos que nos são apresentados todos os dias? Porque tantos educadores apresentam resistência e pré- conceitos sobre as TICs e seu uso dentro da área educacional? Os motivos são os mais diversos: medo de ser substituído pela máquina, medo do novo e de enfrentar novas e desafiadoras realidades, receio de saber “menos” do que o aluno, uma vez que as novas gerações já nascem inseridas dentro desse universo, nascem nativos digitais. Mesmo assim, dificilmente hoje podemos pensar em um professor que não utilize a tecnologia, o computador e o acesso à internet para preparar suas aulas. Inclusive vocês, nossos alunos que se utilizam da tecnologia para acessar a nossa plataforma e cursar o nosso curso. Como isso seria possível sem a tecnologia que nos rodeia? Sem dúvida, a dependência da tecnologia e o seu uso de forma exagerada (seja dentro ou fora de sala de aula) podem apresentar algumas divergências por parte de educadores e pais e isso significa que algo que seria um forte aliado pode vir a servir tanto para boas quanto para más ações. Assim sendo, o objetivo de nossa apostila é levá-lo a discutir e refletir sobre as vertentes que podem ser percorridas para que, na sua atuação como professor, você possa se valer das inúmeras possibilidades trazidas pelo uso da TICs na Educação, bem como apresentar aqui exemplos de trabalhos que são desenvolvidos e de tecnologias que tem sido usadas de forma vasta para ampliar e sedimentar conteúdos atuais nesse mundo digital onde vivemos. O que observamos hoje, é que embora muitas escolas possuam computadores, uma internet de alta velocidade, tablets em sala de aula, salas e espaços MAKER, entre 4 outros, esses recursos ainda são sub utilizados, faltando capacitação para os professores e uma exploração desses instrumentos em sua totalidade. Esperamos que nessa apostila você encontre meios, recursos e materiais de estudo para desmistificar vários desses assuntos que já foram suscitados na nossa introdução. Nosso objetivo é capacitar e abrir a mente de cada um de vocês, mostrar que vocês são capazes de ter a tecnologia atual como grande aliada. Vamos apresentar um pouco da trajetória da evolução das TICS dentro do processo de aprendizado e tratar de conceitos atuais e extremamente importantes como: cultura maker, metodologias ativas, gerações digitais, gameficação e a utilização eficaz das ferramentas que usamos no dia a dia (word, excel, power point, youtube). Sobretudo, interessa-nos abordar atividades em que os nossos alunos tenham a possibilidade de utilizar as TICs como recurso didático e pedagógico, tornando-se agentes condutores do seu próprio aprendizado, sendo mediados por nós, professores. Nos próximos capítulos, vamos refletir sobre o que a tecnologia tem para nos oferecer, como e onde podemos buscar capacitação profissional para isso, conhecer os mais variados recursos tecnológicos disponíveis para utilização em sala de aula – sempre trabalhando junto com nossos alunos, que com certeza, muito tem para acrescentar sobre esse assunto. 5 1. A História da Tecnologia na Educação – A Chegada do Mundo Digital Quando pensamos nas TICs- Tecnologias da Informação e Comunicação- voltada para educação, logo pensamos em tablets, Smart Phones, Smartboards, notebooks e tudo o que se pode pensar de mais moderno. No entanto, tecnologia remete a tudo que é construído pelo homem a partir da utilização de diversos recursos naturais. Ou seja, a linguagem escrita, os números, o pensamento – tudo isso pode ser considerado tecnologia. Na idade da pedra por exemplo, homens usavam elementos da natureza e construíam para si ferramentas capazes de protegê-los de animais selvagens. Conforme o homem foi evoluindo, assim também as tecnologias que eram criadas por ele. Desde 1650, aparatos tecnológicos eram utilizados e criados para auxiliar nas mais diversas áreas da educação como Horn book (Figura 1) (madeira impressa para alfabetizar crianças) e o Ferrule (Figura 2) (madeira mais grossa que servia como indicador). FIGURA 1 - HORN-BOOK. FONTE: WIKIMEDIA DISPONÍVEL EM HTTPS://PICRYL.COM/MEDIA/SPEARHEAD-AND-FERRULE-918B7D, ACESSO EM 17/02/2020 6 FIGURA 2 – FERRULE. Fonte Picryl Media, Disponível em: https://picryl.com/media/spearhead-and-ferrule-918b7d, acesso em 14/02/2020 Mais à frente, nos deparamos com o ábaco, instrumento utilizados por povos primitivos para fazer contas (considerado como o primeiro computador), e achegada dos computadores modernos em meio a segunda guerra. No Brasil, a década de 80 foi marcada por grandes investimentos governamentais voltados para a informática na educação. Desde então, várias instituições de prestígio com a UFRJ, UFRGSS e UNICAMP tem desenvolvidos pesquisas sobre o uso do computador na educação brasileira, utilizando o mesmo para diversas pesquisas acadêmicas e núcleos de tecnologia. No ano de 2005, um projeto denominado “um aluno por computador” foi desenvolvido pelo governo com o objetivo de ampliar o acesso e uso da tecnologia em sala de aula. Apenas em 2008 esses computadores chegaram em 300 escolas brasileiras através de 150 mil laptops. Esse evento, para muitos, seria a chegada do mundo digital para os alunos e escolas contempladas, e a tecnologia que chegava seria uma intervenção educacional transformadora, que auxiliaria o aluno no processo de construção de seu conhecimento. 7 1.1 A Evolução da TICS Dentro do Processo de Aprendizado Temos acompanhado nas últimas décadas variadas mudanças sofridas pela sociedade em diversos aspectos: sociais, econômicos e políticos. A educação (e tudo que ela engloba: professores, escolas, materiais didáticos e alunos) foi uma das que mais sofreu com essas transformações, uma vez que a chegada das TICs trouxe uma enxurrada de informações que muitas vezes professores e alunos não estavam preparados para absorver. O avanço tecnológico se colocou presente em todos os campos da vida social, invadindo a vida do homem no interior de sua casa, na rua onde mora, e como na educação não poderia ser diferente, invadiu também as salas de aulas com os alunos, possibilitando que condicionassem o pensar, o agir, o sentir e até mesmo o raciocínio com relação as pessoas. Desdea invenção do computador por John Vincent Atanasoff, que é creditado o mérito de ser o inventor do primeiro computador electrónico em 1939, a tecnologia avançou de maneira muito rápida, sendo marcada pelo início de uma nova forma de se transmitir informações, de realizar cálculos, aperfeiçoando a forma do homem de se comunicar e evoluir. Em todo esse processo muito se inventou e desenvolveu, várias fases aconteceram para que hoje pudéssemos ter tantos avanços tecnológicos de grande importância para a sociedade. As tecnologias da informação, ou como conhecemos atualmente, as novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) não teriam como ficar de fora de toda essa evolução ao longo das décadas, proporcionando uma variedade de informações que o tratamento digital nos proporciona, como, imagem, som, movimento, representações de dados, um vasto quadro de conteúdos que podem e devem ser objetos de estudos. Com seu papel notado e ampliado, as TICs têm se tornado objeto de desejo e compulsão para alguns educadores. As possibilidades constatadas no uso das TIC são variadas, oportunizando que o professor apresente de forma diferenciada as informações. Por meio das TIC, disponibilizamos da informação quando precisamos, de acordo com nosso interesse. 8 A nova Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 da educação nacional, propõe uma prática educacional adequada à realidade do mundo, ao mercado de trabalho e à integração do conhecimento. Diante disso, fica impossível a não utilização efetiva das TIC dentro do contexto escolar, bem como todas as implicações que isso acarreta – capacitação adequada dos professores, investimento em computadores e internet de alta velocidade, espaços adequados dentro da escola. Já na BNCC, encontramos as 10 competências que irão se articular na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores dos alunos de Ensino Básico. Dentro das dez competências, duas vão de encontro a tecnologia voltada para a aprendizagem, sendo um reflexo da nova realidade que as escolas e educadores precisam de adequar, não sendo novidade para as crianças de hoje em dia. Na competência 4, temos: Ao mencionar o uso de diferentes linguagens como forma do aluno se expressar e se comunicar e partilhar informações, pode-se e deve-se incluir as formas digitais de expressão como forma de expressão em conjunto com as demais mencionadas na competência. Nessa competência se inclui a linguagem digital junto com as demais linguagens, mostrando que as tecnologias digitais não vieram para substituir, e sim, trabalhar de forma conjunta com as demais formas de expressão já conhecidas e usadas nas salas de aula. 9 Na competência 5, temos: Nessa competência, as tecnologias digitais são abordadas de forma direta, no intuito de gerar no aluno um senso crítico, ressaltando as mais variadas formas de uso dessas tecnologias (com acompanhamento e de forma responsável) dentro e fora de sala de aula. Percebe-se que tanto na competência 4 como na 5, a BNCC mostra as novas maneiras de se assimilar informação e se expressar com objetivos que impactem não só a realidade individual como a coletiva. A temática das TICs cada vez mais são abordadas para que as consequências de seu uso de maneira positiva sejam amplificadas dentro de sala de aula e que cada vez mais, professores e educandos consigam utilizar tudo o que as redes de comunicação nos oferecem de forma a contribuir com o processo de aprendizagem. Tanto uma escola, como um professor que queiram utilizar as TIC com o intuito de provocar mudanças nos alunos e no processo de aprendizagem como um todo, necessitam de um novo perfil. As tecnologias digitais são recursos muito próximo dos alunos, sendo vital para o professor entender como o aluno o aluno de hoje aprende, e se preparar para utilizar estratégias que tornem a aprendizagem prazerosa e significativa. O simples acesso à tecnologia, em si, não é o aspecto mais importante, mas, sim, a criação de novos ambientes de aprendizagem e de novas dinâmicas sociais a partir do uso dessas novas ferramentas. 10 1.2 Nativos Digitais – Conhecendo as Novas Gerações A cada dia nos deparamos em nossa sala de aula com alunos que convivem diariamente com a tecnologia digital. Até mesmo alunos com menor poder aquisitivo tem acesso a smartphones e internet de alta velocidade. A faixa etária do uso da internet vem se ampliando, se antes era acessada mais pelos jovens, hoje vemos o aceso crescente por parte de crianças cada vez mais jovens – para jogar em sites específicos, ver vídeos online, baixar aplicativos, ou seja, estão totalmente conectados nesse mundo digital. Esses alunos são chamados de nativos digitais – uma geração que possui habilidades tecnológicas intrínsecas. O termo foi criado em 2001 pelo autor Marc Prensky (2001), para definir aqueles que cresceram em uma cultura digital e que, por isso, teriam habilidades diferenciadas, como processar múltiplas vias de informação e usar intuitivamente as ferramentas tecnológicas. Os primeiros nativos digitais são aqueles nascidos a partir de 1980. A segunda geração dos nativos digitais começa em 2004, depois da invenção do Facebook. São atuantes na construção e na busca por respostas, sempre em tempo real. Por fim, em 2011, mais uma transformação importante foi observada neste público. A criação de aplicativos como Snapchat e Instagram fez surgir a terceira geração dos nativos digitais, transferindo o protagonismo do conteúdo para o formato multimídia e popularizando os Stories – disponíveis para consulta por apenas 24h e que tornaram mais forte a percepção de que o virtual tem que ser vivido de forma simultânea e integrada com o real. 11 Fonte: site Nova Escola, disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os- nativos-digitais, acesso em fevereiro de 2020. Nossos alunos fazem parte da geração que já nasceu com o celular na mão, se conectando com a internet e compartilhando informações em tempo real. Eles têm a capacidade de fazer múltiplas atividades ao mesmo tempo, são mais tolerantes a diversidades e nãos e assustam com mudanças, ao contrário, são habituados a ela. Experimentam e vivenciam múltiplas possibilidades oferecidas por novos aparatos digitais. Portanto, esse fascínio característico da Geração Y pela descoberta e experimentação deve ser explorado pela escola, de forma a direcioná-la para um ensino e uma aprendizagem que dialoguem e interajam com os novos meios tecnológicos. Persky (2011) ainda afirma que aqueles de uma geração anterior, que acompanharam a evolução das tecnologias digitais, são os chamados de “imigrantes digitais”, ou seja, aqueles que precisam se adaptar à nova realidade. Os professores fazem parte desse segundo grupo, ou seja, aqueles que precisam se adaptar às tecnologias digitais e seus impactos dentro e fora de sala de aula. Afinal, se faz necessário uma adaptação na maneira de ensino com a agilidade de pensamento e acesso à informação que nossos alunos são expostos. Cabe aos educadores se adaptarem a estas características e https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os-nativos-digitais https://novaescola.org.br/conteudo/7681/quem-sao-os-novos-alunos-os-nativos-digitais 12 adequarem suas estratégias de ensino para apoiarem os jovens em seu caminho de desenvolvimento de aprendizado. 13 2. Professor Conectado, Alunos Interessados A inevitabilidade das TICs dentro de sala de aula já é algo perceptível nas escolas e por parte dos professores da atualidade. A cada dia surgem novas possibilidades, novas tecnologias, novos equipamentos, mídias e aplicativos. Diante de tudo isso, fica o desafio e o questionamento por parte dos professores: como estar atualizado e pronto para mediar todosos recursos disponíveis com o processo de aprendizado? O que fazer para estar preparado para utilizar e usar as ferramentas digitais com confiança, reconhecendo as curiosidades e saber prévio do aluno sem impor o seu ponto de vista diante de um assunto tão vasto e dominado pelos alunos? Será que com a tecnologia atual, nós professores sobramos? Nos tornamos obsoletos, não necessários para os alunos que hoje tem acesso a todo conteúdo disponibilizado na WEB? Esses questionamentos são legítimos e todo professor da atualidade já teve esse tipo de pensamento rondando sua mente. A diferença está em como nos posicionamos dentro dessa nova realidade vivida pelos docentes do século 21: precisamos estar conectados. A nossa vida e tudo o que fazemos fora de sala de aula está conectado começa a se ligar com a tecnologia, então tudo está conectado. Vivemos em um mundo imprevisível onde as coisas não só resolvidas apenas dentro de sala de aula, mas onde os professores e alunos aprendem entre si em todos os espaços. Hoje em dia o aluno tem acesso ao conteúdo disponível na WEB, consegue tirar dúvidas com robôs de inteligência artificial e encontra respostas para quase tudo online. O professor por sua vez, ficou com o papel de ajudar o aluno a desenvolver competências socio emocionais, competências cognitivas, visão do futuro, solução de problemas... Isso a internet não é capaz de prover para o nosso aluno. O papel fundamental do professor passa a ser mentor, orientador. Mas para desempenhar essa função, sabemos que não basta equipar salas de aula ou dar equipamentos eletrônicos para os professores. É preciso preparo, estudo e capacitação para os profissionais envolvidos no processo de aprendizagem. 14 2.1 O preparo do professor para lidar com as TICS A tecnologia é algo que este em tudo e que poder ser usada tanto para o bem como para o mal. Ela nos abre as portas para o mundo, nos ligando com pessoas de longe e nos permitindo fazer coisas fascinantes, permitindo a fazer quase tudo. Ao mesmo tempo, pessoas que querem usar a tecnologia para o mal encontram formas fantásticas de fazê-lo: para prejudicar alguém, espalhar notícias falsas, roubar informações. Não se pode fugir da tecnologia, mas nada acontece se não nos interessamos por ela. Mesmo aqueles que tem acesso aos mais modernos equipamentos e internet de alta velocidade e qualidade, não chegam a usufruir de maneira plena tudo o que é oferecido se não houver interesse - e no caso dos professores, capacitação adequada para se utilizar tudo o que é apresentado como moderno e inovador. A autora Rosangela Souza Vieira, no seu artigo intitulado “O Papel das tecnologias da informação e comunicação na educação a distância: um estudo sobre a percepção do professor/tutor”, citar dois desafios dentro do espaço educacional: potencializar o uso das TICs dentro do espaço educacional para enriquecer e facilitar esse processo, e capacitar pessoas para utilização dessas ferramentas de forma eficiente e consciente. A mesma autora ainda cita duas possibilidades para se fazer uso das TICs: A primeira é que o professor deve ser usuário dessas tecnologias para poder instruir os alunos. É preciso utilizar tudo o que temos de recurso hoje em dia para poder instruir e “falar a mesma linguagem dos alunos.” A segunda é que o professor precisa criar condições para o aluno possa se expressar utilizando essas novas linguagens, trazendo para dentro de sala as informações e conhecimentos práticos já adquiridos pelos alunos, para que eles consigam reconstruir e materializar seus pensamentos através dessas novas linguagens, transformando todas essas informações em conhecimentos práticos para o dia a dia. Para acompanhar toda a demanda já citada até agora, o professor precisa buscar conhecimento e ter cada vez mais um conhecimento holístico acerca das 15 TICs. Várias formações já foram oferecidas desde a década de 90 para capacitação, como o Programa Nacional de Informática em Educação, que visava à preparação de professores para o uso da informática com seus alunos e a criação de centros de informática educativa nas Secretarias Estaduais de Educação. Mais recentemente, temos o programa do MEC chamado Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), incorporado à prática pedagógica de diferentes áreas de conhecimento, favorecendo a aprendizagem do aluno, com a capacitação do professor com o foco de incorporar e utilizar as novas tecnologias, visando a quebra de velhos paradigmas adotados pela escola tradicional. Além dessas formações, muitas outras tentativas de se modernizar e se adequar à nova realidade virtual que vivemos já ocorreram - computadores em sala de aula, doações de notebooks para professores e alunos, projetores estalados nos tetos das salas de aula, apostilas e livros em PDF, matrículas digitais e livros/apostilas em PDF. Mas nada disso, como já se foi dito, faz diferença se não houver interesse por parte do professor e capacitação para o uso de tudo isso de forma apropriada. Assim sendo, temos algumas características desse novo professor, que tem sua função com mediador, orientador, alguém que possibilita e cria oportunidades de ensino e aprendizado: Ele precisa ser usuário das novas mídias e tecnologias que hoje nos cercam. Redes sociais, utilizar e-mail, navegar na internet com confiança e habilidade para poder interagir de forma plena e eficaz com o aluno; O professor precisa ter qualificação e treinamento para voltar todo a tecnologia atual para educação. A escola precisa investir, antes até de adquirir o maquinário adequado, nos profissionais envolvidos no processo de educação. Cursos, palestras e capacitação para desenvolver no professor confiança no momento de utilizar computadores e dispositivos alocados dentro da escola; O professor precisa estar equipado para treinar e buscar essas habilidades. Isso implica em ter computadores adequados, programas e 16 softwares compatíveis com a realidade que muitos dos nossos alunos já vivem. Sabemos que essa não é a realidade vivida pela maioria dos profissionais da educação atualmente. Muitos são cobrados diariamente para se adequar a realidade virtual de hoje em dia, mas não encontram recursos financeiros para investir em equipamentos, cursos e softwares. Muitas escolas precisam decidir como investir e optam por equipar as salas com computadores e projetores, deixando os professores sem treinamento ou qualificação. Nos capítulos seguintes de nossa apostila, veremos possibilidades e ramos da tecnologia voltada para o ensino de modo a ampliar a nossa visão enquanto educadores que o mundo não é o mesmo de ontem e que precisamos aprender a aprender. 2.2 - - PENSADORES DA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES Diversos autores, contemporâneos e um pouco mais arcaicos (quando ainda não tínhamos internet ou recursos tecnológicos) escreveram sobre as questões relativas ao processo ensino aprendizagem, a fim de estabelecer a ponte entre a ação pedagógica e as TICs. Todos com pensamentos e ideias atuais e relevantes para reflexão. Iniciamos citando Paulo Freire que tem uma frase famosa e merece ser repetida: "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo." (FREIRE, 1987, p.78). A frase escrita em 1987 não poderia ser mais atual, o acesso rápido ao mundo potencializa a mediação feita por ele. A conectividade que hoje vivemos amplifica as possibilidades de situação de aprendizagem. Essas interações que são facilitadas com o uso das TICs também nos remetem a Vygotsky (1984) afirma que é na interação entre aqueles que sabem mais com aqueles que ainda não conseguem fazer sozinhos que o pensamento se desenvolve. Autores atuais como o professor e fundador da Escola do Futuro da USP José Moran, espanhol naturalizadobrasileiro, possui vários textos publicados sobre tecnologias voltadas para a educação, com temas como transformação da Educação com metodologias ativas e modelos híbridos. Numa entrevista concedida para a revista 17 Cidade Verde em setembro de 2019, ele diz: “As escolas precisam preparar os alunos para um mundo imprevisível, onde a criatividade vale mais do que o simples acúmulo de conhecimento, como ocorria no passado”. (MORAN, 2019) Por fim, vamos mencionar o autor que criou o termo “Nativos Digitais”, Marc Prensky. Ele começou a sua carreira como professor em Nova Iorque e tem seu foco profissional na reforma da educação básica, abordando temas como ferramentas digitais, pedagogia e currículo. Ele já foi citado em nossa apostila anteriormente e é um autor que vale a pesquisa e leitura. O termo Nativo Digital, criado por ele, é definido por ele como: “Como devemos chamar esses "novos" alunos de hoje? Alguns se referem a eles como o N [paraNet] -gen ou D [para digital] -gen. Mas a designação mais útil que encontrei para eles é Nativos Digitais. Hoje, nossos alunos são todos "falantes nativos" da linguagem digital de computadores, videogames e a Internet.” (PRENSKY, 2001) Todos esses autores e outros da atualidade, acrescentam para a elaboração do processo de comunicação, interação, de ensino e de aprendizagem, deve-se buscar uma aprendizagem essencialmente ativa. O aluno aprende algo novo e incorpora a essa experiência toda a sua bagagem de experiências. 18 19 3. Recursos tecnológicos: ame-os ou deixe-os? As possibilidades de uso das TICS são vastas e geram nos educadores de hoje questionamentos como: Serei substituído? Serei obrigado a usar tudo isso? Afinal, as TICS são boas ou ruins para educação de uma maneira geral? Mas será que precisamos ser tão extremos e pensar no ame ou deixe-os? Há vários pontos para serem observados na introdução de tecnologias dentro do ambiente escolar: custos de investimentos, capacitação profissional, potencial de interação dos alunos, bem como a sua autonomia no processo de aprendizado. O que se percebe hoje é que precisamos ir além do simples “contra” ou “a favor”. É preciso se evitar generalizações e promover debates construtivos com toda a comunidade escolar da melhor utilização dessas tecnologias dentro e fora de sala de aula. Muitas campanhas são feitas sobre o uso dos equipamentos eletrônicos por crianças muito novas e de todos os malefícios que isso causa. Porém, cada dia vemos que não é preciso generalizar, mas sim, avaliar o uso e seus benefícios de forma geral das TICs dentro de sala aula e no contexto de mundo globalizado que vivemos. Assim sendo, a escola deve se perguntar e avaliar constantemente: todos tem conhecimento das ferramentas propostas? A escola tem o equipamento necessário para o uso de forma adequada e eficaz? Professores e equipe escolar estão de acordo com o projeto e com as ferramentas tecnológicas a serem implementadas no espaço escolar? Outro fator importante que precisamos nos atentar é para o modismo. Muito do que se vê nas escolas hoje em dia, são verdadeiros modismos e não inovações que promovam a diferença para o professore e seus alunos. Esse fato muitas vezes causa a resistência e repulsa por parte dos professores – eles não se sentirem envolvidos no processo de modernização do espaço escolar e do processo de aprendizagem, se sentem levados pelo modismo que a escola está querendo “empurrar” para ganhar mais alunos e matrículas. A palavra inovação nos remete a algo que seja novo, novidade. Esse conceito de novo vai variar de acordo com a realidade de cada escola: um computador com acesso a internet em uma escola rural é uma inovação. Porém, o mesmo não ocorre com escolas de grandes centros urbanos, escolas onde os alunos possuem grande poder aquisitivo. 20 Diante de todo esse cenário, cabe aos professores avaliar como a tecnologia vai ajudar e se comportar dentro do contexto escolar onde o professor está inserido. Até agora fica claro que as TICs são realidade dentro de nossa sala de aula e não há como fugir dela. Há uma gama de recursos tecnológicos que podem ser aplicados em sala de aula e avaliação desses recursos e seus impactos em sala só pode ser feita de maneira plena quando o professor tem total conhecimento das tecnologias atuais – ainda que não use ou não concorde com o uso dentro de sala. Para que essa avaliação e debate de até onde elas são realmente necessárias ou modismo, como visto, o professor e todos os envolvidos no processo de aprendizagem precisam estar inteirados dessas tecnologias, aplicativos e inovações tecnológicas atuais para que se tenha subsídios verdadeiros e consistentes para um debate produtivo e eficaz sobre o assunto. 3.1 Metodologias ativas As Metodologias ativas têm sido algo muito falado e comentado nas escolas que estão em busca de uma modernização no seu sistema de ensino. Mas o que seria isso? De que forma essa “nova” metodologia poderia contribuir de maneira significativa com o processo de aprendizagem dos meus alunos e o que ela tem a ver diretamente com as TICs? De acordo com o autor José Moran (2018), temos: “Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje.” (MORAN, 2018) Na citação acima, três aspectos da metodologia ativa são destacados: sua forma flexível, interligada e híbrida. São estratégias de ensino que centram a participação do aluno de forma mais intensa no processo de aprendizagem, com modelos híbridos onde tanto o aluno quanto o professor têm muito para oferecer e ensinar. Ainda de acordo com o autor, temos: 21 “As metodologias ativas dão ênfase ao papel protagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo, experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor; a aprendizagem híbrida destaca a flexibilidade, a mistura e compartilhamento de espaços, tempos, atividades, materiais, técnicas e tecnologias que compõem esse processo ativo.” (MORAN, 2018) De uma maneira geral e mais simplificada, pode-se dizer que as metodologias ativas são aquelas mais centradas nos seres humanos, estado presas a um processo mais humanizado e menos tecnológico modelo de educação. O aluno é o protagonista de seu aprendizado e o professor, parte desse processo. O ensinar e aprender se convertem para processos de pesquisa, de questionamento, de criação e de reflexão, sendo a sala de aula como espaço privilegiado de co-criação, onde professor e aluno vão aprender juntos a partir de situações concretas, problemas, vivências e experiências. Com o avanço da tecnologia, vemos cada vez mais os alunos assumirem esse papel de co-autores dentro de sala de aula. Quantas vezes ouvimos um professor dizer que o aluno sabe mais sobre esses assuntos tecnológicos do que ele mesmo? Pois é nesse momento que usamos a metodologia ativa, tendo no aluno um aliado e totalmente envolvido em sala de aula, tornando a aprendizagem algo prazeroso e inspirador. Dessa forma, a metodologia ativa como um processo de aprendizado que vai encorajar e motivar o aprendizado do aluno de forma crítica e reflexiva, diante da séria de estímulos que eles são expostos todos os dias com o avançoda modernidade. Nesse universo onde tudo já vem pronto e “mastigado” saber lidar e usar com as metodologias ativas dentro de sala de aula é grande forma e grande aliada no uso das TICs em sala de aula. 3.2 Trabalhando com Gameficação Muito antes de chegar a internet e de termos essa “explosão” digital que agora vivenciamos, as antigas gerações tinham acesso a modernidade através dos videogames. Se iniciou ainda na década de 80 com o videogame chamado ATARI e 22 cada vez mais jogos eletrônicos foram tomando espaço na vida dos adolescentes e jovens da época. Porém, nem se pensava em incluir tais jogos ou ideias dentro de sala de aula, deixando os games para espaços reservados, dentro das casas ou ainda, nos locais chamados fliperamas, onde jovens e adolescentes da época se reuniam para jogar. Com a chegada da internet e com os avanços tecnológicos, o acesso a esses jogos (agora mais modernos e com muito mais possibilidades), fica democratizado e ampliado, chegando a sala de aula através a gameficação. A gameficação nada mais é do que a utilização da mecânica dos games – com cenários, gráficos atrativos e claro, a competição – para se ter espaços de aprendizagem que potencializem o desenvolvimento de habilidades cognitivas, motoras e sociais. O termo gameficação foi usado pela primeira vez pelo pesquisador britânico Nick Pelling (MEDINA, 2013) e consiste em utilizar a mecânica dos jogos (como pontuação e recompensas) em atividades que não fazem parte do contexto dos jogos, mas sim, que estão dentro do currículo. Dessa forma, esperava-se que os alunos ficassem mais engajados e motivados a resolver situações e problemas que eram propostos em sala de aula pela as mais variadas disciplinas. É o famoso “aprender brincando” que já se fala e se ouve há muito tempo, mas agora de forma mais moderna e enquadrada ao modelo de sala de aula. Dois ótimos exemplos de gameficação dentro de sala de aula é a utilização do aplicativo Kahoot e MInecraft for education. O primeiro é uma plataforma de criação de questionários baseado em jogos de perguntas de múltiplas escolhas, que permite aos educadores investigar, criar, colaborar e compartilhar conhecimentos. Figura 3: logotipo do aplicativo KAHOOT. Fonte: wikimedia. Disponível no site: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kahoot_Logo.svg, acesso em fevereiro de 2020. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kahoot_Logo.svg 23 Para utilização desse aplicativo em sala de aula, assim com outro, são necessárias algumas ferramentas, tais como: Acesso a internet Dispositivo móvel, como celular ou tablet Computador ou tablet par controle do professor Projetor para mostrar as perguntas para toda a sala Esse game vai funcionar como um questionário, daqueles que são passados com frequência em sala de aula para ser copiado no caderno. Porém, por ser tratar de um game, a gameficação vai trazer conteúdos como pontuação, imagens, gráficos e ranking nas respostas para esse questionário, o que motiva e instiga o aluno e sua participação efetiva em sala de aula, exemplificando bem o que acabamos de mostrar. Similares ao Kahoot, temos o quizzlet, socrative e muitos outros que utilizam a ideia de atividades de sala de aula como questionário e dever de casa em games para serem usados em sala de aula. O segundo exemplo foi o uso em sala do Minecraft for education. Bem conhecido de todos, o jogo minecraft se tornou popular por possuir uma versão para o celular e não apenas para computadores ou videogames. Já vendo o cenário de gameficação dentro das salas de aula, uma versão do jogo de blocos foi desenvolvida para ser utilizada por professores de todo o mundo aproveitando as possibilidades que o game oferece para deixar as aulas ainda mais atrativas e engajadas. Ele funciona da mesma forma que a versão conhecida mundialmente, a grande diferença é o controle do professor no mundo criado pelo ele mesmo, de acordo com o tema que será tratado em sala de aula. Vale ressaltar que os jogos, a gameficação abordada aqui, deve funcionar como algo a mais para ser oferecido em sala de aula e que de maneira alguma devem ser implantados sem uma vasta discussão dentro do cenário escolar de cada um. A mudança que os jogos ou qualquer outro aparato tecnológico possa se dispor a fazer precisa passar por questões mais amplas como infraestrutura nas escolas, qualificação do professores, salários dignos que nos permitam ter esses recursos 24 tecnológicos de maneira acessível para que aí sim, em um trabalho colaborativo o docente construa práticas inovativas e dinâmicas, construam trilhas diferenciadas par aprender de forma lúdica, resgatando o desejo de aprender na escola e indo além dos elementos que compõe a gameficação. 3.3 O uso de Softwares educacionais Softwares são programas de computador que vão ser aliados aos demais programas para auxiliar alunos e professores no processo ensino- aprendizado. Os softwares podem ser considerados programas educacionais a partir do momento em sejam utilizados e pensados de maneira a contribuir com o processo de ensino – aprendizagem, projetados por meio de uma metodologia que os contextualizem no processo ensino-aprendizagem. Desse modo, mesmo um software detalhadamente pensado para mediar a aprendizagem pode deixar a desejar se a metodologia do professor não for adequada ou adaptada a situações específicas de aprendizagem. Os softwares podem ser classificados nos seguintes grupos: Softwares tutoriais: apresentam conceitos e instruções para a realização de tarefas específicas, com baixa interatividade. Muitos tutoriais ensinam a utilizar programas de computador. Softwares de exercitação: permitem atividades interativas por meio de respostas às questões apresentadas. O professor pode propor exercícios sobre conceitos apresentados em aula. Softwares de investigação: possibilitam a localização de informações sobre diversos assuntos, como, por exemplo, as enciclopédias. Softwares de simulação: são recursos usados para o aprendizado de um piloto, pois simulam a realidade. É o caso dos simuladores de voo. Softwares de entretenimento: os jogos podem ser utilizados com finalidades educativas, além de tornar as aulas mais atraentes e divertidas. Há jogos matemáticos, de raciocínio lógico, de leitura e escrita. Podem ser usados desde a Educação infantil. Softwares abertos: Apresentam várias ferramentas como editores de texto, banco de dados, planilhas eletrônicas. 25 Há diversos tipos de softwares (programas de computador) que podem ser usados em educação, dentro desses grupos aqui mencionados. Um bom exemplo é o GEOGEBRA, um software de matemática que permite desenhos e jogos para o auxílio em matemática, ciências, tecnologia e engenharia. É um software que permite uma maior interatividade do aluno e que facilita o aprendizado de coisas complexas de uma forma mais atrativa e “real”. Softwares também são muito utilizados para alunos com necessidades especiais. Ao utilizar recursos visuais e sonoros, esses softwares promovem autonomia e inclusão desses alunos. Um ótimo exemplo disso são 3 softwares desenvolvidos e criados pelo departamento de ciência da computação da Universidade de Brasília (UnB). São programas que fazem parte do Projeto Participar, que visa o ensino de gestos sociais e alfabetização de autistas e o uso social da Matemática, como o uso de calculadora, de células monetárias e leitura de relógio digital. O programa foi criado em 2014 e os softwares podem ser baixados e utilizados de forma gratuita através do site http://www.projetoparticipar.unb.br/ (acesso em fevereiro de 2020). Diante dos vários tipos de softwares disponíveis para utilização como recurso pedagógico, o ideal é que a escola faça uma análise prévia dos programas que pretende utilizar,a fim de avaliar se os programas são apropriados às necessidades das disciplinas e aos objetivos que os professores e a própria escola pretendem atingir com sua utilização. 3.4 – Ideias na utilização do word, excel e power point Com certeza os nomes WORD, EXCEL e POWER POINT são comuns na nossa mente quando pensamos em computador e seu uso. São ferramentas do pacote office, já usadas de longa data e essenciais para nosso uso no dia a dia. Essas ferramentas são comumente adquiridas com o pacote Microsoft office, mas também são disponibilizadas em versões gratuitas no Linux, que desempenham a mesma função. http://www.projetoparticipar.unb.br/ 26 O WORD ( figura 4) é o editor de texto mais usado no mundo e muito comum para professores. E nele que digitamos e montamos folhas, trabalhos para nossos alunos, textos dos mais variados usos e modelos. Figura 4: logotipo do Microsoft Word. Fonte: Wikimedia. Dísponivel no site: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Office_Word_(2000%E2%80%9302).svg, acesso em fevereiro de 2020. Ele permite várias possibilidades de uso que otimizam o tempo de confecção e formatação do texto. Pela facilidade de integrar imagens, tabelas, design e formas, uma das ideias que se podem trabalhar com essa ferramenta são os gêneros digitais, como memes, histórias em quadrinhos, charges... Sendo o word uma página em branco, é possível criar, formatar, editar, salvar documentos eletrônicos, misturando elementos visuais e verbais. Imagina um ditado onde os alunos podem separar em colunas de acordo com o campo semântico do aluno? Com certeza irá transformar algo simples e habitual em algo inovador e motivador para o aluno. O POWER POINT ( figura 5) recurso do Office utilizado para fazer apresentações diversas. Seu principal objetivo e passar as ideias de forma clara e atrativa. Figura 5- logotipo do Microsoft Power Point. Fonte: wikimedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microsoft_Office_PowerPoint_(2018%E2%80%93present).svg, acesso em Fevereio de 2020. Cada vez mais temos em sala de aula projetores presos no teto, com possibilidade de conexão com o computador e a projeção dele na parede. Nesse caso, o Power Point é o programa que de apresentação de slides, em que você pode inserir tudo o que quiser: vídeos, imagens, gráficos. Com a utilização desse recurso, é possível deixar a aula fluir e produzir jogos, quis, apresentações e jogos interativos que vão https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Office_Word_(2000%E2%80%9302).svg https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microsoft_Office_PowerPoint_(2018%E2%80%93present).svg 27 deixar a aula mais dinâmica e divertida. Embora não seja específico para games, com o Power Point é possível montar produções mais básicas até de nível avançado. Ele possui recursos de animação que permitem que imagens apareçam, desapareçam, avancem ou retrocedam. Há ainda a possibilidade de inserir botões e links com ações. Apesar de ser uma ferramenta já incorporada no nosso cotidiano, sempre vale a pena olhar e reinventar novas formas de se utilizar no dia a dia. O EXCEL (figura 6) costuma ser o vilão dessas ferramentas que estamos apresentando. Diversas vezes ouvimos professores falando que não sabem como usar e geralmente fazem tabelas no WORD, por achar mais fácil. Figura 6- Logotipo do Microsoft Excel. Fonte: wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Excel_Logo.svg, acesso em Fevereiro de 2020. Porém, o EXCEL é um grande aliado para se fazer tabelas, fórmulas, células, organizar em diversas formas qualquer tipo de lista. Por se tratar de um aplicativo riquíssimo em recursos, é sempre possível descobrir funcionalidades e truques que podem facilitar bastante a elaboração ou a edição de uma planilha nele. O uso do Excel tem de ser dinâmico, desafiador e capaz de despertar o interesse e o crescimento intelectual. Por ser programa com células, fórmulas e colunas, ele é um convite para ser usado nas aulas de matemática, contribuindo para o raciocínio lógico e criatividade dos alunos. Todas as ferramentas apresentadas aqui nos ajudam a inovar em sala de aula e são imprescindíveis tanto para nós enquanto professores e enquanto alunos. Em sala de aula, precisamos sempre conhecer, vivenciar e experenciar essas ferramentas aliadas ao currículo para tornar as nossas aulas cada vez mais atrativas. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microsoft_Excel_Logo.svg 28 4- Utilizando a internet como recurso pedagógico Todas as oportunidades e interações pedagógicas que o computador e seu uso em sala de aula nos oferecem não seriam as mesmas sem a internet. A possibilidade de acesso a milhões de informações num piscar de olhos sem dúvida foi algo revolucionário para professores e alunos, uma verdadeira revolução nas pesquisas e nos trabalhos realizados em casa e na escola. A internet tem o poder de revolucionar as abordagens educacionais tradicionais, sendo capaz de contribuir tanto para instrução como para construção do conhecimento. É inegável todas as contribuições que a internet trouxe para o cotidiano: realizamos transições bancárias, fazemos compras virtualmente, procuramos receitas, conversamos ao vivo com pessoas há milhares de quilômetros de distância. Se do ponto de vista pessoal e profissional isso acontece, não há como ignorá-la na escola. É possível apontar uma série de usos pedagógicos da Internet tais como: O trabalho com fontes variadas para pesquisa de assuntos apresentados pela escola ou mesmo assunto de interesse do próprio aluno. Utilização de páginas específicas sobre educação, blogs de escolas que merecem ser visitados e estudados, e diversas outras páginas disponíveis. 29 A chance de estabelecer comunicação e interação com outras escolas seja do nosso país ou de outros países em todos os continentes através de recursos como e-mails, twitter e outras mídias sociais ou de comunicação; Possibilidade efetiva de desenvolvimento da autonomia e aprendizado individualizado, além do desenvolvimento do raciocínio lógico. Facilitação da troca de experiências entre professores/professores, aluno/aluno e professor/aluno. A internet está cada vez mais interessante e criativa, possibilitando a exploração de um número incrível de assuntos. Porém, se o aprendiz não tem um objetivo nesta navegação, ele pode ficar perdido e acabar olhando e encontrando assuntos que não acrescentam na sua jornada em busca do conhecimento. Se a informação obtida pelo aluno não é posta em uso, não há nenhuma maneira de estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. E são nesses casos que nós, professores precisamos estar atentos e intervir com o papel de orientar a comunicação entre os participantes na busca de atingir os objetivos propostos na atividade. Sobressai nesse caso a figura do professor como mediador. 4.1 Existe vida fora do Youtube Toda vez que pensamos em acesso a internet liberado em nossa sala de aula, a primeira coisa que vem a nossa mente é o uso do Youtube. Sem dúvida, é uma excelente fonte de vídeos cada vez mais inserida nos cotidianos familiares, sociais e principalmente escolares. O Youtube foi criado em 2005 como um site de compartilhamentos de vídeo na internet. Atualmente o Youtube está em mais de 100 países, 80 idiomas e possui mais de dois bilhões de usuários. Pode-se encontrar praticamente de tudo em vídeos nessa plataforma: de vídeos caseiros e simples até vídeos mais elaborados, com grandes produções. A facilidade de se acessar com celular, tablet ou qualquer dispositivo com acesso a internet este recurso vem sendo utilizado em vários espaços sociais, seja para divulgar informações científicas, como também os mais variados tipos de linguagens que circulam na sociedade,como por exemplo: receitas, piadas, entrevistas, etc. A infinidade de tutoriais e vídeos de ensino disponibilizados na plataforma, torna o Youtube uma ferramenta que pode contribuir e muito no processo de ensino aprendizado, também como ferramenta de inclusão. Há diversos canais que 30 disponibilizam legendas e tradução para libras de vídeos famosos no mundo todo permitindo que o aluno entre em contato com as diferentes formas de expressão e produção dos sinais, além de romper com a ideia de uma língua unificada à medida que se apresentam, contextualizadamente, “as variações regionais”, presentes nas línguas, e por esta razão, são encontradas na Língua de Sinais. Apesar de todas as vantagens apresentadas aqui do uso do Youtube, como diz o título: Existe vida além do Youtube. Isso porque frequentemente recorremos ao Youtube toda vez que temos acesso a internet e computador em nossa sala de aula. Mas há muito mais na internet disponível para ser usado com nossos alunos para inovação, para incrementar as nossas aulas. Alguns deles são: Blogs: também chamados de caderno digitais, são páginas na web que permitem postagens que são organizadas em ordem cronológica ou em links. Num blog várias pessoas podem postar, sendo uma ótima forma de escrita coletiva e colaborativa, onde os alunos podem compartilhar informações e construir a aprendizagem de forma coletiva. Não há limite para o que pode ser publicado, nem limite para quem pode publicar. Com a mediação adequada do professor, são ótimos espaços online para publicar resultados de pesquisas em sala de aula, ou ainda para aumentar a interação dos alunos com a ajuda do recurso tecnológico. Também é ótima ideia visitar blogs de outras escolas e ver o que outros alunos de outras partes do mundo tem aprendido e descoberto. Ferramentas Google: além da ferramenta de pesquisa Google, que é ótima para ser usada em sala de aula e será explorada com mais detalhes em nossa apostila posteriormente, há disponível outras ferramentas incríveis, capazes de incrementar aulas de diversas disciplinas. Como o Google Earth, que mostra lugares com imagens reais e atuais. Os alunos podem fazer um passeio ao redor da escola ou 31 mesmo em cidade ao redor do mundo sem sequer sair de sala. O Google Maps apresenta um mapa interativo, capaz de revolucionar as aulas de geografia. QR Code (figura 7): o QR code é uma evolução do código de barras e consegue ser lido ou escaneado pela maioria dos celulares e dispositivos com câmera. Há diversos sites que permitem que se crie QRCodes que vão representar desenhos, palavras, textos ou ainda direcionar para páginas especificas. Em 2015, o aplicativo WhatsApp passou a usar o QRCode para fazer a verificação do uso pelo computador dando acesso através do código. As possiblidades de uso são grandes, e dentro de sala de aula pode ser usado para um caça palavras diferente, ou ainda para passar informações para os alunos e pais de forma diferenciada. Figura 7- QR Code para acesso a conta do Youtube. Produzido através do site: https://www.the-qrcode- generator.com/, acesso em março de 2020. Não há necessidade do professor ser um especialista na internet e nas variadas possibilidade de uso que ela permite, porém é preciso saber usar o que temos a disposição e conhecer as possibilidades dessa ferramenta dentro do processo de ensino e aprendizagem, se aproveitando de todos os recursos para tornar as aulas cada vez mais prazerosas próximas da realidade dos alunos. E lembre-se sempre que https://www.the-qrcode-generator.com/ https://www.the-qrcode-generator.com/ 32 existe vida (e muita) fora do Youtube, mas isso não descarta de forma alguma o uso dessa plataforma de vídeos em nossa realidade docente. O Youtube pode e deve ser usado! Mas lembre-se sempre de pensar além! 33 4. 4.2 – O uso das Redes Sociais em sala de aula As redes sociais fazem parte do cotidiano de todos hoje em dia. Quem não tem um perfil no Facebook ou Instagram é considerado um peixe fora d’água, uma pessoa “de outro mundo”. Elas são usadas com diversas finalidades: divulgar uma pessoa ou produto, acompanhar pessoas famosas com suas fotos bem tiradas, saber um pouco da vida das pessoas, expor sua opinião sobre um determinado assunto. É um espaço democrático, onde se postar o que se pensa e arcar com as consequências do que se posta. Mas a grande questão para nós educadores é: será que as redes sociais podem ser usadas como recursos pedagógico? Ou seria apenas um local para entretenimento e sem possibilidades de uso dentro de sala de aula? Assim como as demais TICs, as redes sociais podem e devem ser utilizadas em sala de aula. Elas favorecem a aprendizagem colaborativa, por ser um espaço democrático e de ampla exposição. Nas redes sociais também é possível o aluno se relacionar a e ter contato com pessoas de diversas culturais e aspectos sociais, o que expande o acesso do nosso aluno com o mundo, cada vez mais o aproximando como cidadãos do mundo. Por fim, as redes sociais estão presentes em todo smartphone e seu uso está cada vez mais difundido e facilitado em dispositivos móveis variados. Vamos refletir nas três maiores redes sociais que temos hoje em dia e seus possíveis usos dentro de sala de aula: Facebook (figura 7) : criado em fevereiro de 2004, em Harvard, nos EUA por Mark Zuckerberg e três amigos, um deles, o brasileiro Eduardo Severin, Facebook é o campeão de acessos e usuários. Figura 8- Logotipo do Facebook. Fonte: Pixabay, disponpivel em: https://pixabay.com/pt/illustrations/facebook-logotipo-rede-social-rede-76534/, acesso em março de 2020. https://pixabay.com/pt/illustrations/facebook-logotipo-rede-social-rede-76534/ 34 Nessa rede social é possível criar e fazer parte de grupos de interesse, criando uma rede de aprendizagem colaborativa dentro da área específica de conhecimento. É possível pesquisar grupos de diversos interesses e divulgar eventos, pesquisar, compartilhar arquivos – tudo de maneira muito rápida e atual. O professor pode criar um grupo para a sua turma como local de compartilhamento de ideias e trabalhos colaborativos, além da possibilidade de vídeos e LIVES, como webinars, transformando a rede social em um grande e ampla sala de aula. Twitter (figura 8): O Twitter foi criado em março de 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass e foi lançado em Julho de 2006 nos EUA. Figura 9- Logotipo do Twitter. Fonte: Pixabay, disponpivel em: https://pixabay.com/pt/illustrations/logotipo-twitter-3491390/, aceso em março de 2020. É um microblog onde o usuário pode escrever o que pensa ou o que quiser mas com um número reduzido de letras – são apenas 140 caracteres. É uma rede social muito utilizada por empresas, pelo próprio governo e milhões de pessoas cadastradas na plataforma. As informações vêm de forma muito acelerada e o acesso aos dados expostos é praticamente em tempo real. Pelo fato de ter o texto reduzido a apenas 140 caracteres, O Twitter pode ser uma excelente ferramenta de auxilio nas redação, na escrita de forma sucinta, com as informações de forma direta e concisa. Assim como o Facebook, o Twitter amplia o contato com pessoas de diversas culturas e nacionalidades. Autores https://pixabay.com/pt/illustrations/logotipo-twitter-3491390/ 35 de livros, pessoas famosas, artistas diversos- todos esses são possíveis de serem contatados através dos Tweets (nome que se dá as postagens escritas na plataforma). Uma ótima ideia é compartilhar suas aulas e descobertas no Twitter, com auxílio dos alunos e contactando as pessoas envolvidas- autores de livros e grandes pensadores da atualidade. Pessoas como Romero Brito, Ziraldo, Maurício de Souza estão presentes no Twitter. Instagram (figura 8): lançado em 2010pelo norte-americano Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger, ambos engenheiros de software. Após o lançamento para o programa Android em 2012, a empresa foi vendida para o Facebook por 1(um) bilhão de dólares, aproximadamente 4 bilhões e meio de reais. 36 Figura 10- Logotipo do Instagram. Fonte: Pixabay, disponpivel em: https://pixabay.com/pt/illustrations/instagram-s%C3%ADmbolo-logotipo-foto-1581266/, acesso em março de 2020. Trata-se de uma rede social onde o usuário vai interagir com fotos e vídeos. É muito famosa entre os influenciadores digitais: pessoas que postam constantemente para conseguir seguidores. Quanto mais seguidores do seu perfil, mais eles conseguem patrocínio e visibilidade dentro da plataforma. Outro recurso muito utilizado são as famosas hashtags palavras que são acompanhadas junto com o símbolo # que servem como um mecanismo de busca das publicações e auxiliam no momento de categorizar o que se posta e o que se deseja ver. Por ser muito visual e ilustrativo, o Instagram pode ser usado em sala de aula para expor trabalhos dos alunos de maneira criativa, tendo a criação com um processo coletivo entre todos os alunos envolvidos. Também é uma excelente ferramenta de busca para os mais variados assuntos, inclusive para se observar a produção de outras escolas no Brasil e no mundo. As redes sociais, como pudemos observar, vão favorecer as relações pessoais, permitindo a expansão de tudo o que é visto de sala de aula. São excelentes ferramentas de compartilhamento de informações, permitindo que o aluno se envolva ainda mais no seu próprio processo de ensino aprendizado, sendo motivado a compartilhar aquilo que vive e aprende em sala de aula. Ao dispor das redes sociais no processo de ensino aprendizado, o professor permite que seu aluno tenha participação ativa dentro do processo de criação de seu próprio conhecimento e expande tudo o que se vê e aprende em sala de aula de forma criativa e inovadora. https://pixabay.com/pt/illustrations/instagram-s%C3%ADmbolo-logotipo-foto-1581266/ 37 5. 4.3- Sugestões de trabalho com o email O e-mail é a ferramenta mais antiga e mais usada até hoje pelos usuários da internet. Ainda quem afirme não estar familiarizado com a tecnologia, com certeza tem um e-mail, ainda que não esteja ativo. É o e-mail que nos permite enviar e receber mensagens pela internet. As contas podem ser criadas nos provedores de acesso particulares que são pagos, mas hoje em dia com a popularização da internet e com a quantidade de provedores gratuitos, a maioria dos e-mails pode ser feitos de forma gratuita, criando a possibilidade de recebimento e envio mensagens de correio eletrônico de qualquer computador que esteja conectado à internet em qualquer parte do planeta e a qualquer hora. Os celulares também são utilizados cada vez mais para isso. Pela facilidade no uso (basta apenas digitar a mensagem, enviar e conferir na sua caixa de entrada por mensagens novas) o e-mail fica como um recurso altamente utilizado por todos. Apesar de sua simplicidade de uso, possui uma ampla possibilidade de recursos: envio de arquivos, lista de e-mails, facilidade com aplicativos para o celular, agendamento de mensagens, calendários e outros. Uma outra característica interessante desse serviço é que não precisamos estar conectados quando o remetente nos envia uma mensagem. A qualquer momento que se acessa a caixa de e-mail, as mensagens estão lá. Também é interessante arquivar as mensagens de acordo com uma classificação que nos interesse. Altamente utilizado por ambientes corporativos, o e-mail também apresenta várias possibilidades de uso dentro de sala de aula. Ele cria um vínculo professor aluno que vai além das paredes de sala de aula, permitindo que o professor enviar tarefas, tirar dúvidas ou repassar material de estudo quando por algum motivo o aluno se ausenta da aula. Com o uso do e-mail a comunicação entre a equipe escolar também pode ser se dinamizada. Queremos apresentar agora uma sugestão de uso do e-mail para turmas do primeiro ciclo do ensino fundamental – que são as turmas que vocês estarão aptos a ministrar aulas ao se formarem conosco. Mesmo a maioria dos alunos, a partir do primeiro ano mesmo, saiba o que é e esteja familiarizado com o uso do e-mail, eles ainda não 38 possuem um endereço nem autonomia para acessar e trocar mensagens com seus professores. Porém, há algumas possibilidades de uso mediadas pelo professor que vão contribuir para o processo de ensino aprendizagem com mais essa ferramenta tecnológica: 1- Através do e-mail da escola ou de um e-mail criado pelo professor da turma, os alunos podem trocar mensagens com alunos de qualquer parte do mundo, vivenciando a cultura de forma clara e concreta. O conteúdo das mensagens enviadas por e-mail pode ser muito diversificado. Podem ser enviados textos, imagens, vídeos, sons, documentos, animações e até mesmo programas; 2- Os e-mails também podem ser usados como ferramenta para produção de textos colaborativos, de forma coletiva. O professor pode criar um e-mail para a turma, algo como: turma1001@gmail.com e dessa forma, uma turma trocar e-mail com a outra. Além de incentivar a troca de mensagens e a escrita coletiva, os alunos criam vínculo com os demais colegas da escola e trabalham de forma moderna o gênero carta – praticando saudação, fechamento, remetente... 3- Os e-mails também são excelente forma de trabalhar a interdisciplinaridade e os temas transversais. Professores de língua estrangeira podem utilizar para se comunicar com outras crianças ao redor do mundo, transformando o ensino da língua como algo vivo e concreto. No caso dos temas transversais, pela facilidade do e-mail e da ampla divulgação dos endereços eletrônicos de mais variadas empresas e instituições, pode-se trabalhar temas como reciclagem, preservação ambiental, cuidado com animais, educação no trânsito e desenvolver com os alunos uma lista de perguntas ou sugestões que podem ser repassadas para as instituições que cuidam desses assuntos. Todas essas sugestões e considerações sobre as mensagens eletrônicas nos remetem ao processo de escrita, essencial para os alunos do primeiro ciclo do fundamental. Com o auxílio de dispositivos como o e-mail, o aluno pode além de mailto:turma1001@gmail.com 39 aprender, ressignificar o processo de escrita, produzindo textos cada vez mais por estarem mais envolvidos, de forma cada vez mais direta. Quanto mais reflexivo o processo do ato de escrever, mais a produção escrita será significativa par ao aluno. 4.4 – As ferramentas Google Já vimos como as ferramentas oferecidas pelo Google nos ajudam a ir além do uso do Youtube. Com certeza em algum momento da sua vida você já utilizou alguma ferramenta disponibilizada pelo Google. O e-mail do Gmail é um dos mais usados no mundo, sem contar a ferramenta de pesquisa, o navegador de internet... Porém, o Google vai além e disponibiliza um conjunto fantástico de ferramentas para auxiliar professores e alunos no processo de ensino – aprendizado. É um conjunto de ferramentas capaz de potencializar o ensino e o melhor: todas são oferecidas de forma gratuita. Algumas ferramentas Google que estão disponíveis que vão turbinar as suas aulas e ajudar muito no nosso trabalho pedagógico. Primeiro, você precisa ter uma conta do Gmail. Depois, você tem acesso a diversas ferramentas Google, todas conectadas pela conta que você criou. Vamos apresentar as ferramentas mais usadas para fins 40 pedagógico, mas encorajamos você a buscar todas as opções que ter uma conta oferece. 1- Google Classroom (figura 9): é uma ferramenta de sala de aula virtual, onde o professor pode se comunicar, acompanhar o progresso dos alunos, postar material de estudo e atribuir trabalhos com pontuaçãoe data de envio. Figura11- Logotipo do Google Classroom. Fonte: Wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Classroom_Logo.png acesso em março de 2020. 2- Google Maps (figura 10): é ideal no auxílio das aulas de geografia. Com essa ferramenta é possível analisar mapas de maneira interativa e com informações visuais e mundiais para de modo que os alunos possam criar, explorar e colaborar com ferramentas de mapeamento. Figura 12- Logotipo do Google Maps. Fonte: Pixabay, disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/google-mapas-navega%C3%A7%C3%A3o-gps-mapas-1797882/ acesso em março de 2020 3- Google Hangout (figura 11): é um sistema de vídeo conferência, onde é possível se conectar por vídeo ou por mensagem de texto com outras pessoas que também tenham a conta no Gmail. Ideal para ser usado em reuniões remotas ou ainda para conectar os alunos com pessoas do mundo todo. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Classroom_Logo.png https://pixabay.com/pt/illustrations/google-mapas-navega%C3%A7%C3%A3o-gps-mapas-1797882/ 41 Figura 13- Logotipo do Google Hangout. Fonte: wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hangouts_icon.svg, acesso em março de 2020. 4- Documentos Google (figura 12): com essa ferramenta é possível se criar documentos online de forma colaborativa, com mais de um usuário em tempo real. A proposta de uma atividade em grupo para a turma com modificações colaborativas é uma excelente ideia. Figura 14- Logotipo do Google Documentos. Fonte: wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antu_google-docs.svg, acesso em março de 2020. 5- Google Agenda (figura 13): Nessa ferramenta, você pode lançar seus compromissos e organizar sua agenda. Ainda é possível criar eventos e convidar pessoas, ideal para organizar reuniões ou encontros. Pode ser criado quantos calendários desejar. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hangouts_icon.svg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antu_google-docs.svg 42 Figura 15- Logotipo do Google Agenda. Fonte: wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Calendar_icon.svg, acesso em março de 2020. 6- Google Earth (figura 14): Essa ferramenta se assemelha com o Google Maps, porém todas as imagens aqui estão em 3D. É possível se estudar o relevo, sobre a profundidade dos oceanos, florestas do planeta etc. Está tudo em 3D, não há ilustrações melhores do que as da realidade. Figura 16- Logotipo do Google Earth. Fonte: wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Earth_icon.svg, acesso em março de 2020. 7- Google Livros (figura 15): Com os eBooks, ficou muito mais fácil praticar a leitura e adquirir conhecimento. Aqui você consegue fazer uma pesquisa sobre os E books disponíveis e baixar os que estão disponibilizados de forma gratuita, não necessitando o uso da internet. Você também consegue ler partes de livros pagos. Os livros também podem ser facilmente exportados para leitores de livros digitais e aplicativos especializados, como o iBooks, da Apple. Figura 17- Logotipo do Google Livros. Fonte: wikimedia, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Play_Books_icon_(2016).svg acesso em março de 2020. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Calendar_icon.svg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Earth_icon.svg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Google_Play_Books_icon_(2016).svg 43 Além de todas as ferramentas disponíveis com a conta do Gmail, o Google também disponibiliza um centro de treinamento online para professores, onde professores tem acesso a cursos e dicas para uso de todos os aplicativos. Também é possível fazer uma prova online e tirar a certificação de Educador Google nível 1 e 2. Vale muito a pena ver e conferir através do site: https://teachercenter.withgoogle.com/ (acesso em março de 2020). https://teachercenter.withgoogle.com/ 44 5- O letramento digital Ao se refletir sobre o espaço escolar, remetemos a saberes deveriam capacitar os alunos para uma vivência de todas as práticas sociais necessárias que se esperam, para um convívio em sociedade, de uma pessoa que domina a leitura e a escrita. O avanço tecnológico que vivemos hoje, com o crescente aumento das ferramentas tecnológicas, tem exigido de nossos alunos a aprendizagem de comportamentos e raciocínios específicos, quase como uma nova leitura no mundo. Dessa forma, surge um novo tipo de letramento, chamado letramento digital. Esse novo letramento vai levar em consideração a necessidade dos nossos alunos de dominar um conjunto de informações e habilidades mentais que devem ser trabalhadas de modo a capacitar os alunos a viverem como verdadeiros cidadãos neste novo milênio. Magda Soares foi a primeira autora a fazer menção o termo Letramento Digital no seu artigo “Novas Práticas de Leitura e Escrita: Letramento na Cibercultura” na revista Educação e Sociedade. Nesse texto, ela define letramento digital como: “um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel.” (SOARES, 2002, p. 151). Letramento está diretamente associado a alfabetização, mas se difere porque vai além dos códigos e faz relação com informações fora do texto falado ou escrito e criando vínculos com a realidade onde o aluno está inserido. Diante da modernidade e da era tecnológica que vivemos, os alunos precisam ser letrados digitalmente, ou seja, ter habilidades que vão além dos códigos que vão capacitar e preparar para serem cidadãos da era moderna em que vivemos. Ou seja, o uso social das práticas de leitura e de escrita presentes no computador-internet. Vejamos por exemplo, a prática de receber e enviar e-mails. O aluno pode ser capaz e apto a escrever a mensagem, mas precisa compreender, dentro do letramento digital, a descoberta e a apropriação de abrir a caixa de entrada, descobrir como criar e como utilizar o correio eletrônico, ate que por fim o aluno se apropria que para ele era algo inédito e desconhecido- ler e escrever no computador. 45 5.1 – O uso do computador e a transdisciplinaridade Nos 4 capítulos anteriores de nossa apostila, já mostramos diversos motivos para se incluir o uso do computador em sala de aula por docentes e alunos. Porém, sem dúvida a facilidade de se promover a transdisciplinaridade é um dos fatores mais motivantes para o uso das TICs no contexto educacional. O autor e filósofo Jean Piaget seria o autor da primeira definição conhecida para o termo transdisciplinaridade, que apresentava como sendo uma etapa que sucederia à interdisciplinaridade e que “não se contentaria em encontrar interações ou reciprocidades entre pesquisas especializadas, mas situaria essas ligações no interior de um sistema total, sem fronteira estável entre essas disciplinas” (PIAGET, 1972, p.144). Ou seja, a transdisciplinaridade busca a integração dos conteúdos vistos e estudados dentro de sala de aula, levando em consideração os múltiplos saberes e diferentes níveis dos nossos alunos. Essa abordagem facilita a aprendizagem de diversos conhecimentos das mais diversas matérias, aproxima as disciplinas ensinadas em sala de aula e facilita a retenção de conteúdo. A transdisciplinaridade pode ser abordada e praticada de diversas formas, mas é mais utilizada através de projetos. As disciplinas se unem para aumentar o interesse dos alunos e montar um projeto em torno de um tema. 46 Diante de todo esse contexto de interdisciplinaridade, as Tecnologia de Informação e Comunicação, as TICs, auxilia de modoa ampliar as relações interativas, criando condições de aprendizado de forma colaborativa e cooperativa. Muitas vezes há a proposta de atividades e projetos interdisciplinares, mas o que ocorre é apenas a interposição das disciplinas sem qualquer diálogo entre elas, o que não traz benefício ou atua de forma modificar a atuação dos alunos e professores. As TICs auxiliam e vão atuar dentro dos projetos de forma integradora para que esse tipo de situação não ocorra. Um bom exemplo é o uso do programa Scratch (figura 16). O Scratch é um programa desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT, experiente no desenvolvimento de ferramentas educativas para crianças na idade escolar) e pelo grupo KIDS da Universidade de Califórnia, Los Angeles. Figura 18- Logotipo do Scratch.. Fonte: wikimedia, disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Scratch_2.0_Screen_Hello_World.png acesso em março de 2020. O Scratch é um programa usado para desenvolvimento de histórias de animação indicado para crianças a partir dos 8 anos. No Scratch é possível trabalhar com imagens, fotos, música, criar desenhos, mudar aparência, fazer com que os objetos interajam. Ele pode ser usado de forma interdisciplinar, criando histórias que envolvam diversas disciplinas. Como no exemplo apresentado no site Nova Escola (https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na- educacao, acesso em março de 2020), ocorrido no Colégio Estadual Juvenal José Pedroso, em Goiânia. As disciplinas de ciências e português se reuniram para criar https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Scratch_2.0_Screen_Hello_World.png https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na-educacao https://novaescola.org.br/conteudo/249/interdisciplinaridade-um-avanco-na-educacao 47 histórias onde os personagens eram os órgãos do sistema respiratório. Foram abordados nas histórias, temas como a poluição e as condições do ar em grades centros urbanos. Os alunos precisavam conferir a escrita, a produção de texto e a escrita coletiva, ao mesmo tempo que colocavam todo o conhecimento sobre o sistema respiratório e os conceitos aprendidos na aula de ciências. A abordagem interdisciplinar, potencializada com o uso das tecnologias voltadas para a educação, adiciona uma camada mais profunda à relação entre diversas disciplinas. Esse tipo de abordagem vai evidenciar a forma como as disciplinas podem trabalhar de forma coletiva, considerando outras dimensões além da cognitiva ao trabalhar os conhecimentos. 5.2 - COMO REALIZAR PESQUISAS ONLINE – FAKE NEWS Fake News, ou Notícias falsas, são aquelas informações e notícias que apresentam inconsistências e inverdades em seu conteúdo e que são disseminadas através da internet. Eleita em 2017 como a palavra do ano pelo Dicionário Collins, fake news, na tradução para o português, significa: “Informação falsa e em alguns casos sensacionalista apresentada como um fato, publicada e disseminada na internet.” (https://www.collinsdictionary.com/pt/dictionary/english/fake-news, acesso em março de 2020) Com todo o avanço tecnológico que vivemos, ganhamos velocidade e facilidade no acesso às informações. Essa mesma velocidade também acontece no momento de se propagar essas notícias falsas, que ocorrem pelos mais diversos motivos. Um bom exemplo foi o que ocorreu nas eleições presidenciais nos EUA em 2016. Diversas notícias falsas difamando a concorrente do eleito Donald Trump, Hillary Clinton, foram espalhadas online e diversas fontes – como revistas e sites jornalísticos- atribuíram essas notícias a derrota de Hillary nas eleições. (dados retirados do site da folha de São Paulo, disponível em https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake- http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41843695 https://www.collinsdictionary.com/pt/dictionary/english/fake-news https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake-news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml 48 news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml – acesso em março de 2020) Quantas vezes recebemos informações em nossos celulares e e-mails ligadas a termas atuais e passamos a frente em verificar a fonte? Essas mensagens muitas vezes têm apelo emocional ou até um certo sensacionalismo, o que leva as pessoas a promover e espalhar mais esse tipo de conteúdo do que as notícias que são verdadeiras. Além das informações que chegam através das mensagens e de links por aplicativos, muitas vezes nos deparamos com informações desencontradas e falsas no momento que vamos realizar buscas online. Há várias maneiras de agir e atitudes que podem e devem ser tomadas por todos antes de utilizar a informação ou ainda, propagar alguma informação (figura 17): Figura 19- Fonte: Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como- falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula, acesso em março de 2020. 1- Fazer uma verificação do site de onde a notícia foi tirada, ler sobre quem produziu aquele conteúdo que foi compartilhado ou que o aluno encontrou online; 2- Verifique quem é o autor do texto, sua formação acadêmica e referências; https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/uso-de-fake-news-nos-eua-em-2018-ja-ultrapassa-eleicao-de-trump-diz-oxford.shtml https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como-falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula https://novaescola.org.br/conteudo/12158/como-falar-de-noticias-falsas-em-sala-de-aula 49 3- Confira sempre a data e a localização das publicações para verificar se não são republicações de notícias ou boatos que já circularam anteriormente; 4- Ler e analisar o texto com um trabalho profundo de interpretação do texto disseminado; 5- Não divulgar ou utilizar o texto caso haja dúvida de sua procedência. Na dúvida, não repasse! 50 6. 6- O QUE ESPERAR NA TECNOLOGIA PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS? Em toda a nossa apostila vimos as diversas possibilidades de uso das tecnologias usadas para alavancar o ensino em sala de aula e incentivar os nossos alunos “super conectados” a se interessar cada vez mais sobre o que é ensinado. Com tantas novidades e com tantas possibilidades dentro do uso de aplicativos, softwares, vídeos e mídia, a pergunta que deixamos no último capítulo de nossa apostila é: o que podemos esperar para daqui a dez anos? Com o que vamos lidar dentro e fora de sala de aula, que tipo de aluno teremos nesse tempo? Muitas dessas dúvidas já são lançadas hoje em dia quando professores são confrontados com as tecnologias que já estão presentes em sala de aula. A maneira como lidamos com toda a modernidade da atualidade se assemelha a forma como temos que lidar como tudo o que virá nos próximos dez anos. Se atualmente o professor já tem resistência e não utiliza as possibilidades que a tecnologia nos apresenta, daqui a dez anos esse quadro só irá se agravar. Os novos paradigmas que vivemos nos dão uma visão de como será no futuro – livros não impressos, aumento do uso da realidade aumentada, uma maior portabilidade no uso de dispositivos com computadores e celulares. Na verdade, nós não temos saber como será o mundo daqui a vinte, dez, cinco, ou mesmo três anos. As ferramentas digitais são dinâmicas e se atualizam de maneira muito rápida. Nossos alunos acompanham todo esse movimento e nós, professores, precisamos saber o que e como ensinar aos nossos alunos: é preciso ensinar os alunos a aprenderem! E eles precisarão aprender sempre; precisarão descobrir soluções para problemas que nem eles, nem nós, imaginamos que surgirão um dia. Eles terão que agir no tempo deles exatamente como nós precisamos agir agora, diante de um mundo que jamais sonhamos, onde as “inovações” são muito mais rápidas do que nossa capacidade de compreender e dominar todas elas,
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