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Modelo de Excelência em Gestão Um Modelo é um exemplo que se pretende reproduzir ou imitar. Um Modelo de Excelência em Gestão (MEG) é baseado em um conjunto de fundamentos já comprovados e reunidos pela te- oria da administração, extraídos da prática de organizações líderes de classe mundial (as “me- lhores práticas”). Reflete, portanto, a experiência, o conhecimento e o trabalho de pesquisa de diversas organizações, públicas e privadas, universidades e especialistas do Brasil e do exterior, estando baseado em um conjunto de Fundamentos da Excelência, que se desdobram em um conjunto de processos, que produzem os resultados. Dessa forma, um Modelo de Excelência em Gestão deve ser considerado como um modelo de referência em gestão organizacional, que desempenha um papel de referência para os tomado- res de decisão a respeito de práticas a serem empregadas e também pode ser utilizado como um modelo de avaliação para estabelecer o grau de maturidade do sistema de gestão de uma organização. Existem diversos modelos de excelência, entretanto, merecem destaque dois: • Modelo de Excelência em Gestão da Fundação Nacional da Qualidade (MEG-FNQ) • Modelo de Excelência em Gestão Pública do GESPÚBLICA (MEGP) MEG-FNQ O Modelo de Excelência em Gestão adotado pela Fundação Nacional da Qualidade foi atualiza- do em outubro de 2016 (atualmente, está na sua 21ª edição). Este modelo de referência e aprendizado serve para todo tipo e porte de empresa e suas prin- cipais características são: • Modelo Sistêmico: possui um conceito de aprendizado e melhoria contínua, pois seu fun- cionamento é inspirado no ciclo do PDCL – Plan (planejar), Do (fazer), Check (verificar), Learn (aprender). Não é prescritivo: não prescreve como gerir o negócio. É um modelo de referência e apren- dizado que estimula a organização a estar atenta às necessidades e às expectativas das diversas partes interessadas e a utilizar essas informações para formular o planejamento estratégico e os seus desdobramentos. Ao utilizar o MEG como referência, a organização deve adaptá-lo (remontá-lo) na melhor forma que defina seu modelo de gestão. O modelo levanta questionamentos, permitindo um exercício de reflexão sobre a gestão e a adequa- ção de suas práticas. • Adaptável a todo tipo de organização: permite às organizações adequar suas práticas de gestão aos conceitos de uma empresa classe mundial, respeitando a cultura existente. O modelo tem como foco o estímulo à organização para obtenção de respostas, por meio de práticas de gestão, sempre com vistas à geração de resultados que a tornem mais compe- titiva. O Modelo estimula o alinhamento, a integração, o compartilhamento e o direciona- mento em toda a organização, para que atue com excelência na cadeia de valor e gere re- sultados a todas as partes interessadas. Além disso, ao adotar o MEG, os vários elementos da organização e as partes interessadas interagem de forma harmônica nas estratégias e resultados, estabelecendo uma orientação integrada e interdependente de gerenciamento. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está alicerçado em oito Fundamentos da Excelên- cia, desdobrando-se em Temas que, por sua vez, abrem-se em processos para os quais são in- dicados o ferramental mais adequado. Os Fundamentos da Excelência expressam esses concei- tos reconhecidos internacionalmente e que são encontrados em organizações líderes de Classe Mundial. Na figura a seguir consta a representação gráfica dos oito Fundamentos de Excelência do MEG- -FNQ: 1. Pensamento sistêmico; 2. Aprendizado organizacional e inovação; 3. Liderança trans- formadora; 4. Compromisso com as partes interessadas; 5. Adaptabilidade; 6. Desenvolvimen- to sustentável; 7. Orientação por processos; 8. Geração de valor. 1. Pensamento sistêmico: compreensão e tratamento das relações de interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre estes e o ambiente com o qual interagem. 2. Aprendizado organizacional e inovação: busca e alcance de novos patamares de compe- tência para a organização e sua força de trabalho, por meio da percepção, reflexão, ava- liação e compartilhamento de conhecimentos, promovendo um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos sustentáveis para as partes interessadas. 3. Liderança transformadora: atuação dos líderes de forma ética, inspiradora, exemplar e comprometida com a excelência, compreendendo os cenários e tendências prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização e suas partes interessadas, no curto e longo prazos – mobilizando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização; explorando as potencialidades das culturas presentes; preparando líderes e pessoas; e interagindo com as partes interessadas. 4. Compromisso com as partes interessadas: estabelecimento de pactos com as partes inte- ressadas e suas inter-relações com as estratégias e processos, em uma perspectiva de curto e longo prazos. 5. Adaptabilidade: flexibilidade e capacidade de mudança em tempo hábil, frente a novas demandas das partes interessadas e alterações no contexto. 6. Desenvolvimento sustentável: compromisso da organização em responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a me- lhoria das condições de vida, tanto atuais quanto para as gerações futuras, por meio de um comportamento ético e transparente. 7. Orientação por processos: reconhecimento de que a organização é um conjunto de pro- cessos, que precisam ser entendidos de ponta a ponta e considerados na definição das estruturas: organizacional, de trabalho e de gestão. Os processos devem ser gerenciados visando à busca da eficiência e da eficácia nas atividades, de forma a agregar valor para a organização e as partes interessadas. 8. Geração de valor: alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades e expectativas as partes interessadas. Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP – GESPÚBLICA Foi concebido a partir da premissa de que a administração pública tem que ser excelente sem deixar de considerar as particularidades inerentes à sua natureza pública: ser excelente sem deixar de ser pública. Dessa forma, o modelo faz referência a dois aspectos essenciais: • Técnico: fiel aos modelos internacionais. Institucional: revestido de terminologia e de conceitos próprios da administração pública. Este modelo de excelência em gestão, de padrão internacional, que expressa o entendimento vigente sobre o “estado da arte” da gestão contemporânea, é a representação de um sistema de gestão que visa aumentar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações executadas. É constituído por elementos integrados, que orientam a adoção de práticas de excelência em gestão com a finalidade de levar as organizações públicas brasileiras a padrões elevados de de- sempunho e de qualidade em gestão. Esse padrão de qualidade é internacional, alinhado com o modelo de excelência de gestão utili- zado pelos setores público e privado em mais de 60 países. Entre eles, destacam-se os prêmios President's Quality Award (específico para organizações públicas) e Malcolm Baldrige National Quality Award, dos Estados Unidos, assim como o Prêmio Nacional da Qualidade (da Fundação Nacional da Qualidade) e o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). O uso do Modelo permite que órgãos e entidades públicos possam identificar e atuar na imple- mentação de ciclos contínuos de avaliação de seus sistemas de gestão, oportunizando o conhe- cimento das práticas, dos resultados atuais e seu alinhamento aos requisitos do MEGP, o que permite agregar valor às Oportunidades de Melhoria identificadas, incrementar e inovar nos Pontos Fortes. A manutenção cíclicado processo de avaliação assegura que os resultados da gestão se mantenham ao longo do tempo e se tornem efetivos. A contemporaneidade do modelo de gestão implica aperfeiçoá-lo continuamente para que se mantenha atual a qualquer tempo. Este é o trabalho que tem sido feito ao longo do tempo para que o sistema de gestão público continue como efetivo instrumento de transformação geren- cial rumo à excelência. A versão atual do MEGP foi publicada em 2016. No MEGP preconizado pelo GesPública há 8 Critérios de Excelência que têm como base os fundamentos constitucionais e como pilares os fundamentos da excelên- cia em Gestão Pública (figura ao lado). Es- ses elementos, juntos, representam a ex- celência em gestão pública no Brasil. Oito Critérios de Excelência: Governança, Estratégias e Planos, Cidadão-usuário, In- teresse Público e Cidadania, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e, por fim, Resultados. Quatorze Fundamentos da Gestão Pública Contemporânea: Pensamento Sistêmico,Aprendizado Organizacional, Cultura da Inovação, Liderança e Constância de Propósitos, Orien- tação por processos e informações, Visão de Futuro, Geração de Valor, Comprometimento com as pessoas, Foco no Cidadão e na Sociedade, Desenvolvimento de Parcerias, Responsabilidade Social, Controle Social, Gestão Participativa e Agilidade. Princípios Constitucionais: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Orientação fundamental à consecução dos objetivos da República Federativa do Brasil, Separa- ção entre os Poderes, Centralidade dos direitos individuais e sociais, Descentralização federati- va etc. Fundamentos da Gestão Pública Contemporânea Os fundamentos são conceitos que definem o entendimento contemporâneo de uma gestão de excelência na administração pública e que, orientados pelos princípios constitucionais, com- põem a estrutura de sustentação do MEGP. Esses fundamentos são as características e os valores praticados por organizações de sucesso, por meio dos seus líderes e profissionais, em todos os níveis, e servem de referencial para o desenvolvimento dos Critérios de Excelência. Os 14 pilares do MEGP são: 1. Pensamento sistêmico – Gerenciar levando em conta as múltiplas relações de interdepen- dência entre as unidades internas de uma organização e entre a organização e outras or- ganizações de seu ambiente externo; o aproveitamento dessas relações minimizam custos, qualificam o gasto público, reduzem tempo, geram conhecimento e aumentam a capacida- de da organização de agregar valor à sociedade; o pensamento sistêmico pressupõe, ain- da, a valorização das redes formais com cidadãos-usuários, interessados e parceiros, bem como das redes que emergem informalmente, entre as pessoas que as integram, e destas com pessoas de outras organizações e entidades. 2. Aprendizado organizacional – Gerenciar buscando continuamente novos patamares de co- nhecimento e transformando tais conhecimentos em bens individuais e, principalmente, organizacionais. Entender que a preservação e o compartilhamento do conhecimento que a organização tem de si própria, de sua gestão e de seus processos é fator imprescindível para o aumento de seu desempenho. 3. Cultura da Inovação – Gerenciar promovendo um ambiente favorável à criatividade; isto requer atitudes provocativas no sentido de estimular as pessoas a buscarem espontanea- mente novas formas de enfrentar problemas e fazer diferente. 4. Liderança e constância de propósitos – Gerenciar motivando e inspirando as pessoas, pro- curando obter delas o máximo de cooperação e o mínimo de oposição; isto pressupõe: a) atuar de forma transparente, compartilhando desafios e resultados com todas as pessoas; b) participação pessoal e ativa da alta administração; c) constância na busca pela consecu- ção dos objetivos estabelecidos, mesmo que isso implique algum tipo de mudança, e d) a prestação de contas sobre o que acontece no dia-a-dia da organização. 5. Orientação por processos e informações – Gerenciar por processos (conjunto de centros práticos de ação cuja finalidade é cumprir a finalidade do órgão/entidade) e estabelecer o processo decisório e de controle alicerçado em informações; dessa forma a gestão terá condições de racionalizar sua atuação e dar o máximo de qualidade ao seu processo deci- sório. 6. Visão de Futuro – Gerenciar com direcionalidade estratégica; o processo decisório do ór- gão/entidade deve ter por fator de referência o estado futuro desejado pela organização e expresso em sua estratégia; é fundamental para o êxito da estratégia que a visão de futuro, desdobrada em objetivos estratégicos, oriente a gestão da rotina e determine os momen- tos de mudança na gestão dos processos. 1. Geração de Valor – Gerenciar de forma a alcançar resultados consistentes, assegurando o aumento de valor tangível e intangível, com sustentabilidade, para todas as partes interes- sadas. 2. Comprometimento com as pessoas – Gerenciar de forma a estabelecer relações com as pessoas, criando condições de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, com o obje- tivo de que se realizem humana e profissionalmente; tal atitude gerencial pressupõe: a) dar autonomia para atingir metas e alcançar resultados, b) criar oportunidades de aprendizado e de desenvolvimento de competências, e c) reconhecer o bom desempenho. 3. Foco no cidadão e na sociedade – Gerenciar com vistas ao atendimento regular e contínuo das necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição de sujeitos de direitos, benefi- ciários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exerci- do pelos órgãos e entidades públicos. 4. Desenvolvimento de parcerias – Gerenciar valendo-se da realização de atividades conjun- tas com outras organizações com objetivos comuns, buscando o pleno uso das suas compe- tências complementares para desenvolver sinergias. 5. Responsabilidade social – Gerenciar de forma a assegurar a condição de cidadania com ga- rantia de acesso aos bens e serviços essenciais, tendo ao mesmo tempo a atenção voltada para a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais. 6. Controle social – Gerenciar com a participação das partes interessadas; tal participação deve acontecer no planejamento, no acompanhamento e avaliação das atividades dos ór- gãos ou entidades públicas. 7. Gestão participativa – Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta admi- nistração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho. 8. Agilidade – Flexibilidade e resposta rápida às mudanças e demandas da sociedade por ser- viços e políticas públicas.
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