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2
ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO
Mônica Meira Barros Pereira[footnoteRef:1] [1: Aluno Concluinte do curso de Administração da Universidade Estácio de Sá] 
Celina Maria Frias Leal Martins[footnoteRef:2] [2: Professora orientadora do artigo da Universidade Estácio de Sá] 
RESUMO: O objetivo geral do presente trabalho foi identificar as boas práticas de gestão em Entidade de Previdência Complementar Privada e verificar se as mesmas trazem uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual. Teve-se como pergunta de pesquisa: como a aplicação de boas práticas de Gestão nas Entidades de Previdência Complementar podem contribuir para uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual? No referencial teórico, foram abordados os temas Gestão da Previdência Complementar, Gestão de Riscos e Boas Práticas de Gestão. O estudo foi efetuado através de pesquisa bibliográfica exploratória. De maneira descritiva analisou-se a empresa PREVINDUS e conclui-se que as boas práticas de gestão auxiliam a manter a empresa de previdência complementar privada competitiva no mercado atual e sugere que estudos futuros observem o novo contexto socio politico visando a implementação de novas possibilidade de captação de recursos, aumentando a rentabilidade das carteiras existentes.
Palavras-chave: EPCP, Gestão, Boas Práticas, PREVINDUS.
1 INTRODUÇÃO
O sistema previdenciário brasileiro é composto por três segmentos: o regime geral de previdência social, operado pelo INSS e destinado aos trabalhadores regidos pela CLT; os regimes próprios dos servidores públicos titulares de cargo efetivo; e a Previdência Complementar, de natureza voluntária. Os dois primeiros integram a chamada previdência pública, de caráter obrigatório, cuja finalidade é administrar a previdência básica para todos os trabalhadores (BRASIL, 2014).
A previdência complementar, oferecida por empresas privadas e que, nas palavras do Ministério da Previdência Social por meio de seu site, é um benefício opcional, proporcionam ao trabalhador um seguro previdenciário adicional, conforme sua necessidade e vontade. É, portanto, uma aposentadoria contratada, que tem por objetivo a garantia de uma renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário.
No Brasil, é notória a demanda atual acerca de opções de investimento com a finalidade de assegurar uma renda complementar aos indivíduos no período de aposentadoria. Dentre tais opções, a que ganha cada vez mais destaque é a previdência privada aberta, haja vista a robustez desse mercado no país, que captou em 2015 cerca de R$ 40 bilhões (CAMPANI, 2016). 
A princípio, a previdência privada funciona muito bem, quando em conjunto com a previdência comum, principalmente quando se trata do serviço privado. A previdência privada, seja ela aberta ou fechada, serve como uma válvula de escape para minimizar diferenças entre os valores recebidos na ativa e aqueles que passam a ser recebidos quando na aposentadoria, fazendo com que o poder econômico do cidadão não diminuía, o que de certa forma contribui para os cofres públicos, seja direta ou indiretamente, já que se trata de uma fonte de renda, e pode ser tributada (REIS, 2014). 
Cabe ao próprio contribuinte, decidir, o mais precocemente possível quão tranquila deseja que seja sua aposentadoria. Se deseja apenas manter sua contribuição previdenciária social, ou se pretende, através de uma previdência complementar, aumentar os valores recebidos, mantendo assim não apenas seu padrão de vida, mas uma garantia de que, no futuro, terá segurança para o período em que não estiver mais trabalhando.
Desta forma, observa-se os conceitos e a importância da aplicação de boas práticas de gestão nas organizações, principalmente nas Entidades de Previdência Complementar, como forma de garantir maior eficiência e segurança da gestão, uma vez que os fundos de pensão são considerados investidores de longo prazo, tendo em vista o tempo relativo à formação de poupança dos seus participantes, pessoas físicas que aplicam seus recursos almejando o recebimento de benefícios por ocasião de sua aposentadoria (JESUS, 2013).
As Entidades de Previdência Complementar - EPC são atualmente os mais importantes agentes privados dos mercados de capitais e como qualquer outra organização possuem agentes diretivos e conselhos de administração (Deliberativo e Fiscal). Seu objetivo é o pagamento aos seus participantes de uma aposentadoria complementar à oferecida hoje pelo Regime Geral da Previdência Social (NOGUEIRA, 2014).
Diante disso, é importante para a EPC atentar às recomendações e exigências, disponíveis atualmente, em relação às práticas e princípios de gestão corporativa. Essas práticas e princípios agregam valor às empresas, pois a demonstração de transparência, ética e equidade, por meio de uma gestão eficiente, trazem consigo a consolidação no mercado, oferecendo, assim, segurança aos participantes e assistidos, uma vez que assegurará a liquidez dos planos de benefícios (OLIVEIRA et al., 2016).
De forma voluntária, baseada na constituição de reservas, ou seja, no regime de capitalização e acoplada ao regime geral de previdência social, o sistema de previdência complementar fechado evoluiu muito bem nas últimas três décadas, passando por regulações quantitativas, que impunham, em algumas situações, limites mínimos de aplicação, por períodos de inflação crônica, juros elevados e pelo processo de privatizações (BRASIL, 2018).
Através das leis complementares n.º 108 e 109, de 2001, a previdência complementar ganhou novo impulso com o alinhamento às melhores práticas internacionais em termos de novos instrumentos, novos tipos de entidade de previdência complementar, transparência, boa gestão financeira e aperfeiçoamento na governança dos fundos de pensão.
Desta forma, as entidades fechadas de previdência complementar – EFPC, vivem um momento privilegiado, não só do ponto de vista econômico-financeiro, como também político-institucional. Há muitos anos esse segmento da economia nacional não recebia tanto incentivo governamental como a criação da previdência associativa, a instituição de um novo regime tributário e a eficiência de gestão. Como resultado, o segmento voltou a crescer de maneira significativa em 2003, e continuará crescendo, na medida em que o Estado supervisione e fomente a previdência complementar fechada (NASCIMENTO et al., 2014).
Para os fundos de pensão, inspirar credibilidade é algo ainda mais importante do que para muitos outros segmentos e isso por uma razão muito fácil de entender. Por serem gestores de planos nos quais os colaboradores permanecem por muito tempo, em geral até o momento de sua aposentadoria, é essencial que esses participantes, para continuarem acreditando e contribuindo para formar as suas reservas, tenham uma elevada confiança em sua Entidade, em sua ética e gestão (BRASIL, 2014)
Portanto, as boas práticas de Gestão resultam em criação de valor para as empresas, aprimorando o desempenho e a interação com os diversos públicos, de forma a proteger todas as partes interessadas.
Neste contexto, e devido a acadêmica estar diretamente vinculada profissionalmente a uma empresa de Previdência Privada, surgiu a motivação para esta pesquisa, que levou a inquietação de questionar: como a aplicação de boas práticas de Gestão nas Entidades de Previdência Complementar podem contribuir para uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual?
Desta forma, objetiva-se identificar as boas práticas de gestão em Entidade de Previdência Complementar e verificar se as mesmas trazem uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual.
Cita-se em tempo que a metodologia utilizada foi a de pesquisa bibliográfica de caráter exploratório e natureza qualitativa, para corroborar as ideias aqui apresentadas, bem como relato de experiência.
Justifica-se ainda a escolha do tema pois, por observação profissional, sentiu a necessidade da utilização de boas práticas de gestão na empresa.Espera-se com isto colaborar para que os gestores, principalmente aqueles ligados à área de Previdência Privada, recebam informações pertinentes sobre as boas práticas de gestão e auxiliar para que o profissional possa contribuir na maior eficiência e segurança na gestão de fundos de pensão e da previdência complementar ofertada pelas empresas, tornando-a apta a manter-se no mercado competitivo atual.
Para tal, dividiu-se o conteúdo em capítulos, sendo que o primeiro apresenta teoricamente a Previdência Complementar, definindo e abordando as boas práticas de Gestão recomendadas. Como segundo capítulo, pretende-se apresentar um relato de experiência da acadêmica, demonstrando as especificações de uma empresa de Previdência Privada e analisando criticamente a forma de gestão praticada pela mesma.
Finaliza-se com as considerações finais a respeito da temática, respondendo aos objetivos propostos e sugerindo possibilidades de utilização das boas práticas de Gestão na Previdência Complementar como garantia de segurança e eficiência.
2 A GESTÃO E A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
A observação da lógica que envolve o sistema de previdência complementar é a captação de recursos de beneficiários e de patrocinadores (sociedades empresárias e entes da administração pública direta e indireta), que investindo valores em ativos financeiros diversificados levem a preservação do valor do capital tomado. Com isso, preserva-se o valor da moeda com riscos administrados e se torna possível arcar com as aposentadorias e pensões dos beneficiários (MARTINS, 2010).
Torna-se necessária a Gestão da Previdência Complementar e a seu gestor cabem as atribuições de lidar com recursos captados da poupança dos beneficiários dos planos de aposentadoria complementar, assumindo a conduta realizar investimentos que mantenham o poder de compra dos recursos arrecadados, ao mesmo tempo que o limita a buscar segurança na gestão desses recursos.
Nota-se, igualmente a necessidade de entender este sistema previdenciário e suas abordagens de forma a gerenciar adequadamente e levar a um controle de riscos, para que, com boas práticas de gestão, assegurar que, ao se aposentar, os beneficiários que investiram ao longo de suas vidas possam contar de forma efetiva com os valores já pagos para complementação de suas rendas.
2.1 Os Fundos de Pensão
Os Fundos de Pensão também podem ser denominados Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC, e foram normatizados pelas Leis Complementares n° 108 e 109, de 2001, e outros normativos editados pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.
As EFPC captam recursos de seus participantes, aplicando-os no mercado financeiro e de capitais para, no longo prazo, devolvê-los juntamente com os rendimentos aos participantes, sob a forma de proventos de aposentadoria e pensão. Considerando que o horizonte temporal do investimento é de longo prazo, tais entidades precisam oferecer aos participantes um processo decisório sistematizado, visando um gerenciamento eficaz da relação de risco x retorno (MARTINS, 2010). 
Os fundos de pensão vêm desempenhando papel fundamental no mundo contemporâneo. O constante aumento da expectativa de vida, as transformações do trabalho e suas relações com os sistemas de previdência oficial, bem como uma maior conscientização previdenciária por parte da população, tem criado uma grande demanda por veículos de investimentos alternativos.
Entretanto, é notório que a administração de carteiras de fundos de pensão é uma questão clássica na área de economia e finanças, na medida em que um fundo de pensão é uma entidade que precisa maximizar rentabilidade de carteira dentro de determinados níveis de risco adequados às exigências atuariais.
Lima (2013) destaca função econômica das Entidades como investidores institucionais, pois, devido suas obrigações de longo prazo, tornam-se fontes de liquidez de longo prazo, tanto da geração de poupança interna, no capital produtivo da economia e no mercado de capitais.
O Brasil tem três representantes na lista dos maiores fundos de pensão mundial: Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), na 49ª posição, Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social), na 173ª posição, e a Funcef (Fundação dos Economiários Federais da Caixa Econômica Federal), no posto de número 226 (GABAS, 2008).
Estas leis que as normatizam ressaltam a necessidade de aprimoramento das práticas de controles internos, de governança corporativa, clareza nas demonstrações contábeis, aperfeiçoamento de controles orçamentários, aplicação dos recursos baseada na gestão de riscos, maior comunicação com participantes, bem como na educação financeira e previdenciária.
Fundos de pensão não funcionam como instituições financeiras, mas administram recursos de terceiros. Dessa forma, é importante que adotem uma gestão de riscos integrada, em que os diferentes componentes atuem no processo de otimização citado anteriormente. Obviamente, tais entidades têm propósitos distintos de bancos e, por consequência, não somente mantêm investimentos com prazos mais longos de maturação, como também enfatizam o equilíbrio atuarial e não a obtenção de lucros.
Seu custo para o plano de benefícios é sempre um valor estimado, correspondente ao somatório de todos os pagamentos de benefícios que o plano efetuará. O seu cálculo depende de três elementos básicos: a Base Normativa, que define as características do plano previdenciário e todas as condições para o recebimento e manutenção dos benefícios que oferece; a Base Cadastral, ou seja, das características individuais de cada participante do plano e seus beneficiários, tais como: idade, sexo (as mulheres vivem mais do que os homens, portanto os seus benefícios provavelmente serão pagos por um tempo maior), informações sobre os dependentes (sexo e idade do cônjuge, idades dos filhos, etc.) e outros; e por fim Base Atuarial, isto é, das suposições quanto à ocorrência de determinados eventos futuros que afetam o plano previdenciário, como as futuras taxas de inflação e de juros da economia, as probabilidades de mortalidade e de invalidez, etc. (MARTINS, 2010).
A partir dos novos parâmetros foram assegurados ao participante de planos de benefícios de Entidades de Previdência Privada Complementar (EPPC), ou como já foi mencionado fundos de pensão, o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.
A gestão de uma entidade de previdência privada está pautada na combinação da gestão financeira tradicional, com algumas peculiaridades típicas das entidades de previdência, na medida em que estas entidades estão inseridas em sistemas sociais complexos, onde é importante entregar uma relação de risco x retorno capaz de satisfazer os agentes interessados na questão. Dentre eles destaca-se o governo, as empresas, os assalariados e os aposentados, além de outros envolvidos indiretamente (MARTINS, 2010) 
Este fato, faz com que a gestão de recursos em um fundo de pensão constitua-se em um processo rotineiro, em que se busca maximizar retornos em um ambiente incerto e, dentro desta lógica, gerenciar riscos é uma tarefa intrínseca dos gestores. 
A existência de um marco regulador capaz de induzir a implementação de técnicas mais sofisticadas de gestão de risco é um passo importante para os fundos de pensão brasileiros. No entanto, o marco regulador e os modelos são apenas ferramentas e, por si só, não são suficientes, sendo necessária a existência de uma cultura capaz de compreender, implementar e gerenciar riscos com eficácia (RIECHE, 2005).
2.2 A Previdência Complementar
A Previdência Social é o sistema de proteção ao trabalhador que tem como foco principal o benefício de aposentadoria. Toda a organização e operacionalização da previdência social são feitas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Todo trabalhador formal brasileiro está automaticamente segurado. De acordo com algumas exigências, poderá ter auxílio-doença, aposentadoria por idade ou por tempo de contribuiçãoou ainda aposentadoria por invalidez, dentre outros benefícios (BRASIL, 2014).
A administração previdenciária foi modernizada pela reformulação da rede de atendimento ao segurado e na disponibilização de serviços mediante sistemas informatizados, com a Lei nº 10.403, de 8 de janeiro de 2002, que inverte o ônus da prova, dispensando o segurado da apresentação da relação de seus salários e da comprovação de seus vínculos no período que se inicia com o Plano Real, em julho de 1994. No caso da Previdência Privada, a Lei nº. 6.435, de 13.03.1974, legitimou o regime privado, de caráter complementar. A Lei, que vigorou por 27 anos, foi revogada em 2001 pela Lei Complementar nº. 109, de 29.05.2001, a qual passou a constituir o novo marco legal aplicável aos fundos de pensão (BRASIL, 2002).
Ao longo dos últimos 30 anos, a previdência complementar brasileira conseguiu se firmar como o oitavo maior sistema do mundo em valores totais de recursos garantidores dos benefícios contratados. O sistema, em 2009, contava com 372 entidades fechadas de previdência complementar, 1.037 planos previdenciários, 2.555 patrocinadores, 2,7 milhões de participantes e assistidos, protegendo cerca de 6,7 milhões de pessoas, direta e indiretamente. Os fundos de pensão administram R$ 442 bilhões de ativos totais e já pagam mensalmente mais de 700 mil aposentadorias e pensões, distribuídas em três modalidades de planos de benefícios (PENA, 2009).
Se, por um lado, a previdência complementar adquiriu mais relevância como eficiente mecanismo de proteção social, por outro lado, os recursos garantidores dos planos de benefícios contratados passaram a contribuir também para o desenvolvimento econômico do País.
Observando o atual cenário da previdência social no Brasil, os assuntos que estão em voga são a reforma previdenciária proposta pelo governo federal e o déficit previdenciário. O rombo nas contas do INSS é um risco para as aposentadorias futuras. Desta forma, com o intuito de adotar uma estratégia para melhorar a saúde financeira do sistema, a reforma previdenciária vai apertar as regras, como o aumento da idade mínima para aposentadoria.
Assim, muitos brasileiros estão procurando planos de previdência privada para se protegerem do déficit previdenciário e amenizar os efeitos da reforma na legislação sobre as finanças pessoais no futuro, pois, diferente da previdência social, os planos de previdência complementar (ou privada) são uma excelente opção para quem quer complementar a renda da aposentadoria pelo INSS. 
Atualmente, o teto da previdência social é de R$ 5.579,06. Este teto é valido para quem contribuir sobre esse valor máximo e somente poderá receber um benefício até esse limite, o que pode gerar uma grande diferença no estilo de vida de muitos contribuintes. Segundo pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) cerca de 12,5 milhões de pessoas já haviam aderido a esta modalidade, em 2016. 
A Federação também apontou aumento de 7,64% na captação líquida de recursos por esses planos, no comparativo com o ano anterior. No total, são R$ 52 bilhões alocados nessa modalidade de investimento (G1, 2016). 
Portanto, embasado no que foi citado até o momento, cria-se um comparativo entre a Previdência Social e a Complementar. Inicialmente pode-se afirmar que a primeira é obrigatória para todos os trabalhadores. Enquanto isso, a previdência complementar é opcional. Outra diferença diz respeito aos custos envolvidos. No INSS, não há taxas. No caso da previdência privada, é cobrada uma taxa de administração pela instituição financeira. Alguns fundos também cobram taxa de carregamento. 
Como o mercado é livre, o contribuinte/contratante pode pesquisar a melhor opção de previdência privada de acordo com as taxas. Na previdência oficial, algumas pessoas contribuem para que outras possam receber benefícios, baseado no pacto entre gerações. 
Nessa sistemática, um indivíduo pode contribuir pouco e acabar recebendo um benefício grande. Já na previdência privada, a pessoa recebe os valores por ela investidos. Caso tenha feito um investimento significativo, terá um bom benefício; caso contrário, receberá um valor pequeno. Por fim, a expansão do mercado e da concorrência entre instituições financeiras está melhorando a qualidade dos planos de previdência privada e proporcionando custos menores para os investidores.
Atualmente, as seguradoras oferecem diferentes tipos de planos de previdência, que atendem necessidades igualmente distintas. O mercado oferece planos para o contribuinte, para família e também para os funcionários de uma empresa (BRASILPREV, 2015).
Os Planos individuais complementam a renda ao se aposentar pelo INSS, possibilitando atender qualquer perfil de investidor, por permitir a escolha entre diferentes tipos de fundos para a aplicação do dinheiro aportado no plano. Apesar da previdência complementar estar voltada para pessoas de mais idade, prestes a se aposentar, também há planos voltados para o benefício de pessoas jovens em início de carreira. Em geral, são planos contratados desde os primeiros anos de vida para formar uma reserva até que o segurado complete 21 anos. Nos planos para os juniores, além das contribuições mensais é possível fazer aportes em datas como Natal e aniversário. 
Por fim, os Planos empresariais que visam atender empregados de empresas, incluindo um plano de previdência complementar. O empregador tem a flexibilidade de escolher com quanto quer contribuir e o empregado tem acesso aos recursos investidos pela empresa em médio e longo prazo. No mercado encontram-se dois tipos de planos empresariais: os instituídos e os averbados. Com os instituídos, a empresa irá custear parte das contribuições, ganhando benefícios fiscais em contrapartida. Já nos planos averbados, apenas os funcionários fazem a contribuição, mas contam com condições comerciais especiais do plano viabilizado pela companhia.
2.3 Boas Práticas de Gestão
	As boas práticas de gestão assumem um papel fundamental, pois visam garantir o atendimento dos interesses dos contribuintes, o qual é ter um retorno positivo do seu investimento e assegurar o efetivo cumprimento da função econômica das Entidades. 
Desta forma, se torna necessário que as entidades que oferecem os planos de previdência privada, acolham os princípios básicos da boa governança corporativa: transparência, equidade e responsabilidade na prestação de contas, permitindo que os participantes acompanhem a situação patrimonial do fundo de pensão e, consequentemente, da gestão dos investimentos. Ou seja, torna-se necessário garantir o alinhamento de interesse das partes e a preservação do equilíbrio dos planos administrados por elas.
Não há consenso entre os estudiosos no tocante aos princípios de boas práticas de gestão. Entretanto, de modo geral, citam os quatro principais: transparência (disclosure), justiça (fairness), prestação de contas (accountability), cumprimento das leis (compliance). Slomski et al. (2008), comentando esses princípios, acrescentam a ética (ethics). No Brasil, o Instituto de Governança Corporativa (IBGC), ao elaborar o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, fundamenta-se e ratifica os princípios básicos: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (OLIVEIRA et al,. 2016).
Estas boas práticas além de contribuem para criação de um ambiente consolidado que oferece mais garantia aos interesses dos participantes, patrocinadores e assistidos, também subsidia na redução de conflitos de interesses entre patrocinadores, administradores de ativos e os participantes (JESUS, 2013).
Pode-se citar entre elas, a manutenção de um código de ética responsável pela delimitação dos princípios básicos de comportamento administrativo dos empregados, com o objetivo de manter a reputação e integridade da Entidade, idealizado como fonte de consulta e orientação de prática corporativa.
Gurgel e Rodriguez (2009) entendem que por mais que a ética seja importante para delimitar a conduta das pessoas e distinguira empresa no mercado, a introdução da ética na organização precisa ser mais do que a busca por um diferencial competitivo, precisa ser um marketing a mais da empresa. Precisa ser um efetivo instrumento de aperfeiçoamento de práticas e desenvolvimento de valores e qualidade da organização.
Outra boa prática a ser preconizada é a comunicação, assegurada pela Resolução CGPC N° 13, em seu Art. 17, que assegura que todo o quadro de pessoal e de prestadores de serviço da EFPC possa compreender as políticas e procedimentos relativos à suas atividades e responsabilidades.
Sem prejuízo do disposto em normas específicas, a comunicação com os participantes e assistidos deve ser em linguagem clara e acessível, utilizando-se de meios apropriados, com informações circunstanciadas sobre a saúde financeira e atuarial do plano, os custos incorridos e os objetivos traçados, bem como, sempre que solicitado pelos interessados, sobre a situação individual perante o plano de benefícios de que participam.
A gestão de riscos pode ser incluída como boa prática e pode ser entendida como o processo sistemático de identificar, avaliar, classificar e mitigar os fatores de riscos que poderiam atrapalhar os objetivos estratégicos de uma organização. Não se trata simplesmente de reduzir o trade-off entre risco e retorno, mas de otimizá-lo.
O risco pode ser considerado a probabilidade de ocorrência de um resultado indesejável como consequência de um evento qualquer, podendo ocasionar perda ou incerteza em relação ao cumprimento de determinado objetivo, o “mapeamento dos riscos” é o instrumento de gestão pelos quais as incertezas podem ser identificadas, avaliadas e quantificadas de forma a responder a essas incertezas. O gerenciamento de riscos deve ser planejado para propiciar os melhores resultados, seja por meio de identificação de oportunidades, seja pela diminuição das perdas. Isso, em todos os níveis estratégicos e operacionais. 
Com o objetivo de minimizar seus riscos, a EFPC deve desenvolver sistemas de controles internos adequados, propiciando uma razoável garantia para atingir objetivos e metas de forma satisfatória. Os riscos, quando devidamente monitorados, tendem a ser eliminados, reduzidos ou compartilhados. 
O gerenciamento de riscos pode ser definido ainda como o conjunto de pessoas, sistemas e medidas de controle usado para mensurar e controlar os riscos inerentes às atividades afetas à EFPC. Todo processo passará pelas etapas de: identificar as fontes de risco; desenvolver respostas, identificando em cada risco os possíveis danos e grau de probabilidade e ocorrência; implementar estratégias para reduzir o risco em cada situação; escolher as unidades de medida que indicarão a gravidade e a probabilidade do risco; e controlar e implementar estratégias e monitorar seus efeitos. 
No caso dos fundos de pensão, o gerenciamento do risco de mercado se alia ao risco da meta atuarial. A meta atuarial, representa para a maioria dos gestores, um piso de rentabilidade a ser perseguido com a alocação de ativos, se constituindo desta forma em um balizador. Assim, é preciso também encontrar o equilíbrio na gestão do risco de mercado de forma a manter a alocação dos ativos em linha com o comportamento dos passivos (BERTUCCI et al., 2006). 
Dentro dos modelos de Gestão de Risco em fundos de pensão no Brasil destaca-se a de que o conjunto de normas legais que exigem controles sistemáticos dos riscos e a prática de regras de governança corporativa nos fundos de pensão evoluiu positivamente desde a Resolução 2829/01 do CMN. 
Todavia, os fundos precisam focar-se, segundo Rieche (2005) nos modelos de risco x retorno e aperfeiçoá-los com um maior embasamento teórico. Os fundos de pensão precisam incorporar a cultura da alocação racional de ativos, adotando modelos que efetivamente otimizem os resultados. O autor argumenta que o desafio é “encontrar novos modelos e incorporá-los efetivamente na realidade dos fundos de pensão, extrapolando a mera exigência legal de controle de riscos”.
Atualmente, a Governança Corporativa tem sido vista igualmente como boa prática de gestão e sua regulamentação, normalmente contidas em um manual, tem como objetivo consolidar os preceitos e normas voltados às melhores práticas de governança corporativa, servindo de suporte no âmbito do relacionamento com todas as partes envolvidas. O Manual em comento contribui, também, para melhoria do relacionamento entre os participantes, assistidos, empregados, colaboradores, conselheiros, diretores, fornecedores, órgãos reguladores, entidades afins, entre outros relacionados às Entidades de Previdência Complementar (JESUS, 2013).
Para as Entidades de Previdência Complementar, a Governança Corporativa é um tema prioritário, pois como investidores de longo prazo, a participação em empresas insere-se como uma importante estratégia de composição das carteiras de investimentos. A segurança e eficiência da gestão dependem muito do padrão de governança aplicado.
E por fim, Vasquez (2008), explica que o planejamento estratégico pode ser usado como instrumento para converter a estratégia empresarial em processos contínuos e operacionais na busca dos objetivos. Mas é importante ter em mente que não existe uma metodologia perfeita, pois as realidades e condições de cada empresa são diferentes, seja em tamanho, seja em filosofia, na forma de organização ou na prática gerencial. 
A gestão estratégica tem grande importância na medida em que possibilitem reflexões e análises sobre os acontecimentos, permitindo ações que minimizem os riscos. A estratégia da maioria das empresas leva em consideração as práticas de governança mais difundidas, que são: transparência, ética, cumprimentos da legislação, equidade e prestação de contas.
Compreende-se que a aplicação de boas práticas de gestão contribui para um desenvolvimento econômico sustentável, proporcionando melhorias no desempenho das Entidades. Por isso, é tão importante ter conselheiros e todos os agentes do processo qualificados e sistemas de Governança Corporativa de qualidade.
Espera-se que com as boas práticas de gestão se possa evitar falhas ou problemas comuns nas empresas decorrentes de: abusos de poder; erros estratégicos; fraudes; problemas sucessórios. Nesse aspecto, irá também reduzir os conflitos e os custos decorrentes dessa relação fortalecendo a criação de novas formas de administração e de gestão de políticas públicas.
3 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: UM RELATO DE CASO	
	Devido ao vínculo empregatício da graduanda, foi possível colher algumas observações “in loco”, entretanto chama-se a atenção para o fato de que a qualquer momento o site da empresa poderá ser consultado para referenciação das informações básicas. [footnoteRef:3] [3: Site da empresa observada: www.previndus.com.br.] 
3.1 Caracterização da Empresa	
A PREVINDUS – Associação de Previdência Complementar, é uma entidade fechada de previdência complementar, sem fins lucrativos, constitui-se das seguintes Patrocinadoras Instituidoras: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional do Estado do Rio de Janeiro, Serviço Social da Indústria - Departamento Regional do Estado do Rio de Janeiro, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro, além da própria PREVINDUS, bem como pelas Patrocinadoras Sesc-ARRJ – Serviço Social do Comércio, Administração Regional do Estado do Rio de Janeiro, Senac – ARRJ, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, Administração Regional do Estado do Rio de Janeiro, CIRJ - Centro Industrial do Rio de Janeiro e IEL - Instituto Euvaldo Lodi. 
A empresa tem como finalidade administrar e executar planos de benefícios previdenciários, na forma da legislação vigente, fazendo com que seus beneficiários recebam seus investimentos realizados ao longo de sua contratação como pagamentos complementares a sua aposentadoria advinda da previdência social.
Os planos são patrocinados e funcionam no âmbito do Sistema Fechado de Previdência Complementar,sendo administrado por uma Entidade sem fins lucrativos. Dependem de uma relação formal de emprego e da vontade do empregador em desenvolver uma política voltada para a proteção e o incentivo do seu quadro de profissionais.
Os investimentos da empresa em julho de 2018 estão na casa de 220 milhões, como demonstrado no quadro a seguir:
Fonte: PREVINDUS, 2018.
	Igualmente é possível verificar no site da empresa a quantidade de benefícios de renda pagos pelos fundos de pensão a cada uma das instituições participantes, ao longo de 10 anos:
Fonte: PREVINDUS, 2018.
	Chama-se atenção ao fato de que todos os demonstrativos da empresa quanto a Conselho Fiscal, Demonstrações Contábeis, Ativo Líquido, Demonstrações Atuariais, entre outros relatórios estão disponíveis no site da empresa. Este fato demonstra a preocupação com a imagem da empresa no mercado atual e denota a transparência necessária para manter-se dentro de boas práticas aqui preconizadas.
	Igualmente observa-se que a vinculação a empresa em questão, está diretamente relacionada a assinatura de um termo que contem o código de ética da empresa, que estabelece os princípios éticos para orientar as relações internas e externas da PREVINDUS, bem como a conduta de seus colaboradores e parceiros. Para efeitos deste termo, colaboradores são os funcionários e estagiários das Patrocinadoras que prestam serviço para PREVINDUS, cujos termos estão na integra no site da empresa.
	Considera-se ainda que os planos oferecidos pela empresa, possuem atualmente um histórico da variação mensal da cota dos planos oferecidos, segundo sua rentabilidade. Este fato demonstra que a gestão de riscos está sendo efetuada de maneira eficaz e eficiente, fazendo com que os investimentos mensais do beneficiário sejam rentáveis e no mínimo cubra a inflação do mês vigente. De forma prática, esse fato fará com que os valores pagos durante o período de tempo contratado até a aposentadoria retornem ao segurado de forma a compensar o investimento e assegurar a qualidade de vida que foi ofertada no momento de adesão como atrativo para captação de recursos.
Fonte: PREVINDUS 2018.
	
Na prática, a PREVINDUS, e a maioria das previdências privadas, funciona da seguinte forma: os recursos são alocados com o objetivo de aposentadoria, podendo ser sacados mês a mês de maneira vitalícia ou por prazo certo ou, ainda, podem ser sacados de uma única vez ao fim do período de acumulação.
As instituições gestoras dos fundos de previdência privada cobram uma taxa de administração, que é um valor que já diluído na rentabilidade do fundo, fazendo com que se tenha menos retorno, pois precisou pagar a ela pelo serviço de manutenção e gerenciamento dos seus recursos financeiros. 
Há, também, a taxa de carregamento, cobrada para cada aporte realizado (depósito) ou retirada de recursos. No entanto, o carregamento é largamente negociado entre poupadores e gestores, e isso vai depender de quanto cada beneficiário tenha guardado e de quanto pretenda guardar mensalmente na previdência privada.
A regra é simples para o carregamento: quanto mais recursos tiver no fundo de previdência ou puder guardar mensalmente, mais facilidades a instituição gestora dará ao beneficiário, chegando ao ponto de isentá-lo de tal taxa e também diminuir a taxa de administração.
As instituições podem se responsabilizar, inclusive, pela programação dos depósitos para o plano de previdência. Uma vantagem que pode ser obtida pelo poupador é o pagamento por débito automático ou com desconto em folha. Nestes casos, devido à garantia que a gestora terá do recebimento mensal, pode ser facilitada a negociação de diminuição das taxas ou, até mesmo, a isenção do pagamento da taxa de carregamento. 
3.2 Análise Crítica: Boas Práticas de Gestão na PREVINDUS
O Brasil vive alterações na legislação da previdência social, existe um déficit, o mesmo é crescente, isso é um fato, porém existe um forte apelo baseado nas políticas sociais, características do Estado brasileiro, para que não ocorra mudanças nas regras de aposentaria, visto que as mesmas são traduzidas em prejuízos principalmente para os trabalhadores de baixa renda. Por outro lado, existe o discurso dos empresários do setor, que pedem redução da atuação do governo para aumento da competição e competitividade do setor.
Frente a tal debate está o trabalhador, que tem visto uma redução gradual dos direitos trabalhistas ao se aposentar, cada vez mais o aposentado perde o seu poder de compra, e essa questão vai ganhando importância no planejamento futuro de cada cidadão. O aposentado de hoje não se deparava com essas escolhas, porém os jovens são obrigados a pensar na futura aposentadoria cada vez mais cedo.
Um grande desafio para as seguradoras é criar o hábito de poupança na população. Pesquisa da Fenavi, para a Revista Valor Econômico, mostra que a maioria dos brasileiros, 68%, não pensa em guardar dinheiro para o futuro. Apenas 30% consideram prioridade fazer uma reserva financeira para o futuro. Dentre os que poupam, 52% guardam 10% do orçamento familiar por mês, 26% reservam entra 10% e 20%, e apenas 2% das famílias conseguem fazer reservas maiores que 40% do rendimento mensal (CRISTONI, 2014).
Ainda é necessário chamar atenção para o fato de que os planos de previdência privada, possuem o claro objetivo de ser utilizados de forma complementar aos planos de previdência oficiais. Porém demanda pagamentos mensais e consecutivos até o prazo determinado, que pode ser considerado similar a uma poupança compulsória. Na sua contratação o cliente precisa ter
em mente este fato. Entretanto, uma das vantagens dos planos de previdência privada é a possibilidade de saque integral do patrimônio acumulado, que ocorre quando terminado o prazo estipulado pelo contribuinte, possibilitando complementar sua renda mensal ou a realização de projetos adiados enquanto trabalhador.
Dentro do contexto apresentado até o momento, não se pode afirmar com certeza absoluta que a Previdência Social será capaz de suprir as necessidades daqueles que irão se aposentar em anos vindouros, mesmo em caso de reforma previdenciária. Portanto, parece no mínimo sensato que o contribuinte pense na complementação de valores para sua aposentadoria. No entanto, conhecer é fundamental para fazer negócios, e esse em especial, é muito importante. É necessário ficar atento, por que o que é bom hoje, daqui um ano ou dois, já não é mais. Alguns planos de previdência privada ou complementar, especialmente quando oferecidos por corretoras, oferecem bons rendimentos. Sendo assim, vale a pena investir. Ao comparar-se os planos de Previdência Privada com a tradicional poupança, os planos em geral possuem melhores condições, melhor rendimento e em alguns casos a adesão ainda proporciona vantagens a correntistas, no caso de alguns bancos.
Isto posto, como se viu, boas práticas de gestão ajudarão na captação de cliente para a previdência complementar, que junto a todas as circunstâncias citadas demonstra a necessidade de investimentos que complementem a renda do cidadão para que este consiga se manter no mesmo patamar que está em época de sua aposentadoria.
Neste sentido, observa-se que a empresa PREVINDUS demonstra desde sua missão o intuito de se manter justa, transparente, cumpridora de leis e ética. Utilizando-se não apenas do seu site/portal online, mas de principalmente de seus colaboradores vinculados as diversas patrocinadoras a ela ligadas, pretende manter um código de ética que de segurança ao beneficiário, pois lida com recursos monetários e com ideias, sonhos e possibilidades futuras de cada um deles. Observa-se que a gestão de risco é uma questão bastante pensada e consolidada pela empresa, tendo em vista o tempo que se mantem no mercado, e a vultuosidade das quantias envolvidas. Deixa caro igualmente que a boa prática de comunicação é utilizada de forma acertada.
Sugere-se, entretanto, que para que dentro do contexto socioeconômico atual, seja pensado um planejamento estratégico, visando manter a rentabilidade da empresa atravésda governança corporativa. Que sua transparência inicial seja ampliada e que cada vez mais indivíduos tenham acesso e desta forma se interessem pela previdência complementar, gerando novos investimentos e carteiras diferenciadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS	
	O objetivo geral do presente trabalho foi identificar as boas práticas de gestão em Entidade de Previdência Complementar e verificar se as mesmas trazem uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual.
Tendo como pergunta de pesquisa: como a aplicação de boas práticas de Gestão nas Entidades de Previdência Complementar podem contribuir para uma maior eficiência e segurança frente ao contexto socioeconômico atual? Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa teórica. No referencial teórico, foram abordados os temas Gestão da Previdência Complementar, Gestão de Riscos e Boas Práticas de Gestão.
Como resposta à pergunta proposta e ao objetivo de pesquisa, observou-se que a empresa PREVINDUS, analisada como exemplo neste estudo, parece manter suas boas práticas de gestão como linha de frente na captação de clientes para sua linha de previdência complementar.
A empresa demonstra que a transparência em sua atuação no mercado faz com que se mantenha ativa e competitiva ao longo dos anos e que sua solidez no atendimento e pagamento de beneficiários, denota que o sistema funciona de forma eficaz.
É difícil afirmar com completa certeza se sozinhas as boas práticas de gestão poderão, frente ao contexto atual de mudanças políticas que o Brasil enfrenta, trazer um cenário mais eficaz e seguro, mas é certo afirmar que contribuem de forma efetiva na imagem da empresa em questão, tornando-a visível e atrativa para o mercado.
As sugestões para pesquisas futuras envolvem a observação do contexto social que se desenha a partir das mudanças de rumo tanto no mercado interno como externo, e abrir novas possibilidades ou modalidades de captação de usuários da previdência complementar privada.
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