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Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em psicopedagogia ( Técia Gardênia)

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FACULDADE DO COMPLEXO EDUCACIONAL SANTO ANDRÉ – FACESA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA, HOSPITALAR E 
INSTITUCIONAL 
 
 
Técia Gardênia de Sousa Pinheiro 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assú/RN 
Março de 2019 
 
FACULDADE DO COMPLEXO EDUCACIONAL SANTO ANDRÉ – FACESA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL 
 
 
Técia Gardênia de Sousa Pinheiro 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA 
 
Trabalho apresentado a disciplina de 
Estágio Supervisionado em 
Psicopedagogia Clinica. 
Orientador: Prof.ª. Ma. Daliane do 
Nascimento dos Santos Rodrigues. 
 
 
 
 
Assú/RN 
Março de 2019 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
A Psicopedagogia Clinica nos leva a investigar de forma incondicional os 
processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que 
possam intervir na aprendizagem, com o proposito de criar circunstancias que 
desempenhem o prazer de compreender em seu todo. No relacionamento com o 
aprendente, o Psicopedagogo constitui uma análise ponderada, que consente levantar 
uma sequência de proposições precursora de métodos capazes de criar a situação clinica 
que promova uma conexão aceitável e apropriada para aprendizagem. 
 Por isso a Psicopedagogia Clinica tem como designo primordial estudar o que 
não está acertadamente correto com o sujeito relacionado à sua forma de compreensão 
com a aprendizagem e as questões implícitas do “não aprender”, investigando de forma 
minuciosa os fatores que dificulta a aprendizagem da leitura e da escrita, além da falta 
de interesse pela aprendizagem, através de entrevista com o supervisor/ diretor ou 
professor da criança estudada, anamnese com a família ou responsável para que se 
compreenda o quanto se faz necessário dialogar usando da sinceridade para se obter um 
melhor entendimento da situação, entrevista operativa centrada na aprendizagem – 
EOCA, aplicação de técnicas projetivas, provas operatórias, provas pedagógicas e a 
devolutiva aos supervisores/diretores/ professores, pais/responsáveis e ao próprio aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – ETAPAS DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO 
 
Para iniciarmos nosso estágio nos apresentamos a E.E.P.A.E.C no dia 18 de 
fevereiro de 2019 em busca de alguma queixa relacionada à dificuldade na 
aprendizagem (termo de autorização, anexo 01), nos deparamos com três casos 
referente ao tema proposto pela disciplina de Estágio Supervisionado em 
Psicopedagogia Clinica. Diante dos casos apresentados resolvemos ficar com o caso do 
aluno J. que aqui será denominado desta forma. De acordo com a equipe pedagógica, J. 
apresenta dificuldades de aprendizagem além de “transparecer algo errado com o aluno” 
(fala da equipe pedagógica). 
Deve-se salientar que a Psicopedagogia Clinica corresponde ao campo de 
atuação, cujo objetivo é o diagnostico e o tratamento de sintomas emergentes no 
processo de aprendizagem, buscando investigar e pesquisar quais são os obstáculos que 
levam o aluno a situação de não aprendizagem, aprendizagem com lentidão ou com 
dificuldade esclarecendo a queixa do aluno, dos pais ou responsáveis e da própria 
escola. Ante a perspectiva a equipe pedagógica nos relatou superficialmente o contexto 
histórico da família de J. salientando suas dificuldades no que tange a aprendizagem. 
Para um diagnóstico mais profundado, solicitamos a presença dos pais ou de 
algum responsável do aluno. Compareceu apenas a mãe de J. (termo de autorização do 
responsável, anexo 02) que é separada do marido onde enfocou toda a história da 
criança desde seu nascimento até os dias atuais com alguns momentos de lacunas (não 
tinha certeza) fazendo que averiguássemos melhor a realidade da criança investigada 
(anamnese). 
Devido à separação ter ocorrido há quase dez anos e a criança ter na época de 3 
para 4 anos não podemos analisar de forma concreta que a falta da presença paterna 
ocasione de forma direta o não aprendizado do aluno, mas que lhe causa uma 
substituição de afetividade pelo seu padrasto, pois de acordo com Coutinho e Moreira, 
(2004), 
 
A criança quando nasce é direcionada por instintos, 
através desses instintos ela procura somente sua satisfação. 
Entretanto, ela já é capaz de reconhecer autoridades acima 
dela, isto é, pessoas que vão ajuda-las no decorrer do 
desenvolvimento de sua aprendizagem. 
 
Por isso que devemos incentivar as crianças na construção de sua própria 
independência. E a participação dos pais é, e sempre será de suma importância nesse 
processo, a partir desses pressupostos demos inicio ao atendimento e aos testes 
psicopedagógicos clínicos. 
 
3- ESTUDO DE CASO 
 
3.1 ANALISE DIAGNOSTICA (ANAMNESE) 
 
J. é um pré-adolescente de 13 anos de idade, do sexo masculino, natural de 
Carnaubais-RN, que veio ao mundo através de uma gravidez indesejada e de forma 
prematura junto com sua irmã gêmea. Por ter nascido prematuro não mamou, sua mãe 
teve depressão pós-parto durante o período em que os gemelares permaneceram na 
incubadora. Durante o período de gestação a mãe não fez o acompanhamento do pré-
natal corretamente pelo SUS e só no parto descobriu que seria mãe de gemelares. As 
crianças nasceram com sete meses de vida e com baixo peso. 
No período que passaram na incubadora os gemelares receberam medicação na 
cabeça levando a crer que por esse motivo J. não é “normal” (palavras da mãe). 
Durante a gestação a mãe nos relatou que tinha diariamente discussões com seu 
ex-marido por causa de alcoolismo. Devemos salientar que J. pertence a uma classe 
financeira baixa, vivendo apenas do bolsa família que sua mãe recebe e do salário de 
seu padrasto. 
De acordo com sua mãe, durante a sessão de anamnese o problema de J. 
começou dos 8 para os 9 anos, pois a criança era muito desinquieta não ficando em sala 
de aula no período que seria para alfabetiza-lo. J. hoje se encontra cursando pela terceira 
vez o 5º ano do ensino fundamental enquanto que sua irmã cursa o 8º ano na mesma 
escola. 
J. vem de uma família de 6 irmãos e não tem contato com o pai transferindo toda 
sua afetividade paterna para seu padrasto. Durante a sessão a mãe de J. disse que o 
mesmo é tratado pela família e amigos como deficiente ao mesmo tempo que faz todas 
as tarefas domesticas pedidas pela mãe como, por exemplo, colocar água na caixa, 
enxugar uma louça, estender as roupas lavadas. 
A criança quando mais nova começou um acompanhamento com um psiquiatra 
disponibilizado pelo município onde mora e com esse acompanhamento fez a utilização 
de medicamentos muito forte que o deixava em completa inercia (parado/travado), 
levando sua mãe a suspender por conta própria à medicação utilizada e não retornando 
ao tratamento. 
No quesito escolaridade J. frequentou a creche municipal e no período em que 
estava na creche segundo sua mãe não apresentava nenhum “problema” e que depois 
que saiu da creche para o ensino fundamental mudando de escola os problemas 
começaram. J. hoje no 5º quinto ano do ensino fundamental encontra-se no nível pré-
silábico onde as hipóteses das criança é estabelecida em torno do tipo e da quantidade 
de grafismo diferenciando desenho e escrita, utilizando duas ou três letras para escrever 
palavras, produzindo seus traços de escrita de acordo com seu contato com as formas 
gráficas (imprensa ou escrita) escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas 
hipóteses de escrita. 
J. de acordo com sua mãe respeita e tem carinho pela escola, mas que não gosta 
do professor porque o mesmo é exigente, tem boa relação com os colegas e é bem 
sociável. Contudo a mãe nos disse que J. teve evolução nos primeiros anos do ensino 
fundamental e estacionou ocasionando sua repetência. 
Na família J. tem um bom relacionamento com seu padrasto e irmãos, mas em 
determinado momento tem discussõescom seu irmão mais velho pelo mesmo ser 
homossexual e J. não gostar disso por causa vergonha na família. Seu irmão durante as 
discussões levado pela emoção acaba por chama-lo de doído diminuindo cada vez mais 
sua autoestima. 
Na alimentação J. não gosta de comida saudável optando por guloseimas e 
alimentos sem nenhum teor proteico. 
Analisando as informações explicitadas por sua mãe, chegamos à conclusão que 
J. apesar de não ter um contato com o pai, demonstra sentir muito sua falta transferindo 
toda sua afetividade paterna para o padrasto, nos levando a analisar que J não apresenta 
dificuldades de aprendizagem sintoma onde poderia omiti lhe um não aprender formal e 
transgredir regras de comportamento tanto na escola como na família, mas durante a 
Anamnese pode-se constatar que a mãe de J. não delimita nenhum tipo de regras ou 
limites que possam ajuda-lo a seguir orientações impostas por seus professores e/ou 
equipe pedagógica, dificultando assim seu avanço no ensino-aprendizagem. 
 
3.2 EOCA - Entrevista operativa centrada na aprendizagem 
 
A Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA é um instrumento 
utilizado por Jorge Visca para sondagem da problemática de aprendizagem e um auxílio 
para o psicopedagogo poder delimitar o caminho a ser seguido nas sessões clinicas. 
A EOCA tem por objetivos detectar sintomas e formular hipóteses sobre 
prováveis causas das dificuldades de aprendizagem, sem julgamento prévio ou 
contaminação do agente corretor, através deste método podemos obter dados a respeito 
do paciente nos aspectos afetivos e cognitivos, a fim de formular um sistema de 
hipóteses e delinear linhas de investigação. 
Para a aplicação da EOCA disponibilizamos uma caixa baú contendo os 
seguintes materiais: 
 Folhas sulfites 
(branca, azul e rosa) 
 Coleção hidrocor, 
madeira e giz de cera 
 Lápis 
 Livros de histórias 
 Borracha 
 Apontador 
 Jogos didáticos 
 Cola 
 Caderno 
 Depois de nos apresentar ao aprendente e lhe explicar o que estava fazendo ali 
apresentamos a J. a caixa lúdica e pedimos para que ele nos mostrar-se o que sabia 
fazer, o que lhe ensinaram e o que aprendeu. 
J. não demostrou nenhuma curiosidade em mexer e saber quais materiais tinha 
no baú apresentado, mas tentou brincar com alguns jogos dispostos na caixa sem muito 
interesse, respondeu de forma simples aos questionamentos das estagiarias deixando 
transparecer muita timidez e curvando-se em quanto falava, apresentando uma 
ansiedade, mexendo várias vezes no cabelo enquanto se contorce na cadeira. 
O aluno apresenta índices de gagueira, o mesmo identificou as letras da palavra 
CAIXA LUDICA, mas não conhece algumas letras do alfabeto como K, Q, Y, W. Troca 
o D e T pelo B. Durante a sessão com a caixa lúdica pegou um joguinho fez uma 
expressão no rosto de que talvez estivesse faltando algo no jogo e o abandonou. Logo 
após pegou outro jogo e brincou formando alguns animais como leopardo, camelo, 
porco, elefante, tubarão, égua. Pedimos para escrever o nome de um animal que tinha 
formado e o aluno tentou escrever a palavra PORCO porem não consegue nem dizer 
com que letra se escreve essa palavra escrevendo o seguinte: 
 
 
 
J. não organizou espontaneamente o material usado da caixa, apresentou 
raciocínio lento e disperso durante a sessão, comentou sobre achar melhor esta conosco 
do que na sala de aula com o professor, disse que gosta de bicicleta, cavalos e futebol, 
dividindo seu tempo entre a televisão e o celular, deixando para último plano as tarefas 
escolares, J desisti facilmente das coisas diante as dificuldades encontradas. 
Podemos citar como hipóteses: 
 J não apresenta uma rotina direcionada pela família no que diz respeito a 
realização de tarefas a serem cumpridas, levando para sala de aula a falta 
de disciplina para a realizações das atividades propostas pelo professor. 
 J apresenta desinteresse e falta curiosidade pelas atividades a ele 
apresentadas, além de uma enorme presença de preguiça, 
consequentemente em decorrência do excesso de cuidado devido ter 
“algum tipo de problema”. 
 J. apresenta dificuldades em manter a atenção em tarefas ou atividades 
lúdicas, não segue instruções e não termina seus deveres escolares. 
 
3.3 TECNICAS PROJETIVAS (registro de frequência, anexo 03) 
 
As técnicas projetivas permitem ao aprendente projetar conteúdos 
inconscientes num suporte concreto buscando investigar questões relacionadas que 
permitam identificar a modalidade de aprendizagem do paciente, através do desenho 
podemos investigar as conexões que o aprendente adquiriu ao longo de sua trajetória em 
busca da aprendizagem, pois o desenho é uma forma de expressão e por isso corrobora 
significativamente com o psicopedagogo ao longo do processo de avaliação. Por meio 
do desenho, o sujeito exprime sentimentos e revela atitudes concernentes ao seu 
desenvolvimento cognitivo. 
 
3.3.1 – Pareja Educativa 
 
A Pareja Educativa busca verificar nas questões pertinentes à relação professor, 
aluno e como é percebido a relação de quem ensina com quem aprende, através do 
vinculo que o aprendente estabelece com a aprendizagem por meio da leitura no 
desenho apresentado. 
Nessa técnica opta-se pela produção gráfica e verbal, permitindo uma análise da 
conteúdo latente e manifesto da relação do sujeito com a aprendizagem e com quem a 
propicia, pois para que a aprendizagem ocorra é necessário propiciar condições 
favoráveis para a mesma e que o sujeito esteja receptivo a internalização de novos 
significados e significantes. 
Para a aplicação da Pareja Educativa com J. foi utilizado uma folha sulfite, 
lápis, borracha e apontador. E dado a seguinte consigna: desenhe uma situação em que 
alguém ensina e outro aprende. A partir da consigna o aprendente iniciou o desenhando 
uma casa, sempre apagando o que já havia feito indicando um excesso critico consigo 
mesmo, demostrando assim insegurança e dificuldades em lidar com o erro, procurando 
não se arriscar permanecendo em campos e situações que domina. 
Com uma nova orientação J. iniciou o que tínhamos solicitado, logo depois 
novamente começou a apagar e dizer que não ia conseguir, sempre coçando os olhos e 
com as mãos na cabeça, deixou algumas vezes o lápis cair. J é canhoto escreve apenas 
em letras de forma da frente para trás como o podemos ver a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
J. desenhou seu professor e um colega da turma. Quando solicitamos que 
falasse sobre o que tinha desenhado J. disse que tinha dificuldades de falar sobre o que 
desenhou. O aluno tem muita dificuldade de escrever o próprio nome. Tem dificuldade 
de se expressar sobre sua produção. 
 
3.3.2 – Par Familiar 
 
Cada um dos testes tem acentuado um tema como enfoque para investigação, 
mesmo que o desígnio principal seja a identificação da modalidade de aprendizagem, o 
recorte de um tema beneficia a objetividade da análise. Na aplicação do teste da família 
investigamos como se dá a afinidade entre seus membros como um todo, e 
individualmente. Compete aqui considerarmos o conceito de família. 
A prática clínica tanto no nível público, quanto particular vem evidenciando que 
esse conceito é concernente, devendo ser explicado do ponto de vista do paciente, antes 
da aplicação do teste. O psicopedagogo deve ter claro de que família, fala o seu paciente 
até mesmo para compreender as relações representadas no seu desenho. 
A partir da consigna, pedimos que J. desenhasse uma família como podemos ver 
a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ao fazer o desenho usou novamente bastante a borracha, fica distraído com 
frequência, faz sempre gestos na boca enquanto realiza o desenho. Demora muito tempo 
para realizar a atividade solicitada. Depois que fez o desenho perguntamos quem estava 
no desenho e J respondeu que era ele, seu irmão sua mãe e seu padrasto (não desenhou a 
irmã gêmea que oajuda e sim o irmão que briga sempre com ele). 
 
3.4 TECNICAS PEDAGOGICAS 
 
As Técnicas Pedagógicas no contexto da avaliação diagnóstica têm como 
enfoque principal de averiguação da análise do apredente no tocante à sua performance 
nos conteúdos escolares. Obviamente que não se trata de uma análise independente, ao 
contrário, ela sempre necessitará estar baseada e integrada aos outros instrumentos de 
avaliação aplicados durante as sessões pelo psicopedagogo através da leitura, escrita e 
conhecimento matemático como poderemos ver a seguir. 
O objetivo desta técnica seria a verificação do grau de dificuldade na leitura e na 
escrita, a estratégia utilizada para o desenvolvimento da atividade foi a seguinte 
consigna: “Pedimos que J escrevesse algumas palavras simples” e analisamos seu 
resultado: 
BOLA, BALA, DADO, PATO, MALA 
 
 
 
Obtendo o seguinte 
resultado: 
 
 
Constatamos que J. não escreve corretamente, só escreve em letra de forma, não 
apresente a grafia comprometida, aparentemente não apresenta distúrbio motor, tem a 
postura um pouco curvada quando escreve. Podemos constatar desatenção frequente, 
pois sempre estava preocupado com barulhos oriundos do espaço externo. Não consegui 
escrever as palavras solicitadas apresentando letras invertidas. 
Quando pedimos para organizar o alfabeto móvel J. só conseguiu ordenar 
corretamente até a letra “H”. com esta atividade foi possível verificar que o aprendente 
se encontra no nível pré-silábico, onde não se busca correspondência com o som; as 
hipóteses são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo, pois nesse 
nível é possível fazer a diferenciação entre desenho e escrita, utilizar no mínimo duas ou 
três letras para poder escrever as palavras e fazer a reprodução dos traços da escrita, de 
acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que 
lhe é mais familiar. Percebendo assim que é possível variar os caracteres para obter 
palavras diferentes. 
Quando apresentamos um desenho e perguntamos que que era o mesmo 
respondeu que era “um menino puxando um cavalo com uma menina” com essa 
resposta J, apresenta um desenvolvimento cognitivo normal, pois caso contrário não 
conseguiria fazer esta relação da imagem com um tempo e espaço numa sequencia 
logica. Continuamos as sessões apresentando um alfabeto ilustrado e pedimos que o 
aprendente lê-se para nós, onde foi possível identificar que: 
 O aluno não conhece todas as letras do alfabeto (V, Q, W, K, Y). 
 Confunde T com D. 
 Ele não conhece as famílias silábicas troca o CA=BA, CU=BU, DO= BO, 
DU=BU, DI=BI. 
 Não escreve em letra cursiva. 
 Não consegue escrever o nome completo e mesmo só em letra de forma. 
Perguntamos se ainda se lembrava do que fez nas sessões anteriores e o mesmo 
respondeu que sim, mas tem dificuldade em refazer uma nova atividade. 
Sabe contar, mas representou o número 12 como 22: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizarmos as seções psicopedagógicas foi feito uma atividade onde J. 
deveria identificar e reconhecer os números naturais até 40, as operações fundamentais 
e se o mesmo realizaria operações com unidades, dezenas e centenas. Para essa 
atividade utilizou-se a seguinte consigna: pedimos que J. organiza-se em ordem 
crescente os números moveis. 
Ao apresentar os números moveis J. buscou o numeral 1 e deu continuidade até 
o número 9 pulando para o 11, 12 e voltou para o numero 10 e 13. Foi pedido que o 
mesmo escrevesse os números que ele conhecia e J. escreveu ate o numero 13. J. não 
reconhece nenhum símbolo das operações matemáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 – DEVOLUTIVA 
 
A devolutiva de acordo com Weiss (2007) não é um momento isolado do 
diagnostico, mas uma parte de um processo iniciado com o primeiro contato com as 
partes relacionadas e com o processo que se prolonga durantes as sessões 
psicopedagógicas. Com o objetivo de proporcionarmos os resultados da avaliação 
psicopedagógica realizadas durante o período proposto as sessões de atendimento para 
com J, realizamos as observações e anotações durante todos os atendimentos para 
melhor entendermos, sobre o relacionamento de questões de cunho afetivo, social e 
intelectual. 
Durante as sessões constatamos que J. é uma criança que não se concentra, pois 
nunca termina uma atividade proposta sem que insistíssemos para que ele terminasse, 
em relação a fala J. apresenta uma leve gagueira, convive sem carinho do pai, tem 
desavenças com seu irmão devido a sua orientação sexual, apresenta nível pré-silábico, 
ócio para a realização das tarefas apresentadas pelo professor e pelas estagiárias, 
apresenta leitura precária ( não ler) para o nível educacional em que está, dificuldades 
na escrita das palavras e trocas de diversas letras diante das tarefas propostas. 
Devido as deficiências apresentadas sugerimos para o aprendente atividades 
escolares, um reforço pedagógico, atividades com recorte e colagem, atividades 
periódicas (ditado), alfabeto móvel, um acompanhamento psicopedagógico, como forma 
de facilitar a reabilitação do mesmo a um desenvolvimento cognitivo correspondente à 
sua faixa etária, facilitando para que J. possa minimizar suas dificuldades de 
aprendizagem, afetividade, atenção e concentração, além de um acompanhamento com 
um fonoaudiólogo como forma de aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos, da 
linguagem oral e escrita e da articulação da fala, facilitando no desenvolvimento da sua 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
5 – CONCLUSÃO 
 
A psicopedagogia demanda os ensejos das dificuldades da ação de aprender, 
ajustando o indivíduo em suas múltiplas distinções, o estágio clínico, consistiu-se em 
corroborar a realidade do estudo de caso, que tevi como finalidade avaliar e conhecer os 
problemas de aprendizagem, possibilitando as pós-graduandas, uma perspectiva 
aprofundada sobre o verdadeiro sentido do trabalho psicopedagógico clínico. Assim 
sendo, o desígnio desse trabalho teórico e prático foi de avaliação, para que 
conseguíssemos averiguar a competência da aprendizagem da criança. 
 Cabe informar que os fundamentais aspectos trabalhados foram: Área 
Emocional, onde foram trabalhadas várias técnicas como: observação do 
comportamento da criança através de desenhos e enfrentamento das situações novas, 
Área Perceptivo-Motora, onde foram desenvolvidas várias técnicas: investigação da 
leitura e da escrita, (EOCA), porém nesta área diante dos procedimentos empregados a 
criança apresentou déficits de competência de leitura e escrita, sendo necessárias mais 
intervenções na questão da alfabetização, trabalhando todas as letras do alfabeto até a 
compreensão de sucintos textos. 
Consequentemente, diante dos aspectos trabalhados sugerimos que J. seja 
encaminhado para um psicólogo/ psicanalista, haja visto que J. apresenta uma alteração 
no tocante a atenção, não se concentrando nas atividades propostas. Sugerimos ainda 
que J. seja encaminhado a um fonoaudiólogo, pois apresenta dificuldades na fala 
impedindo seu desenvolvimento na aprendizagem. 
Através do estágio foram realizadas entre tudo nove (09) sessões 
psicopedagógicas com a criança, e com o objetivo de aprimorarmos ainda mais os 
nossos conhecimentos relacionados às dificuldades apresentadas iremos da continuidade 
as visitas à J. com o intuito de tentar minimizar sua deficiência e dificuldades na 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
6 - REFERÊNCIAS 
 
 
 COUTINHO, M. T. C.; MOREIRA, M. Psicologia da educação: um estudo dos 
processo psicológicos do desenvolvimento e aprendizagem humanos, voltado 
para a educação – ênfase nas abordagens interacionistas do psiquismo humano. 
10. Ed. Rev. e Ampl. Belo Horizonte: Lê, 2004. 
 ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clinica: Manual de Aplicação 
Pratica para Diagnostico de Disturbios do aprendizado.1. Ed. Póluss Editorial, 
setembro de 1998. 
 ROSA NETO, Francisco Manual de desempenho escolar : análise de leitura e 
escrita : séries iniciais do ensino fundamental / Francisco Rosa Neto, Eliane 
Risson Santos, Josep Toro. - Palhoça : Ed. Unisul, 2010 
 ALMEIDA LOPES, Shiderlene Vieira de. O Processo de Avaliação e 
Intervenção em psicopedagogia. Curitiba, 2008

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