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Diferença entre linguagem, língua e fala

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LINGUAGEM	,	LINGUA	E	FALA	
	
Diferença entre linguagem, língua e fala 
Postado em 14/05/2014 15:07:26 
 
Há em meio ao povo grande confusão com os termos linguagem, língua e fala. 
Tomam um pelo outro e, no entanto, não é bem assim sob o ponto de vista 
técnico ou científico. O termo linguagem deve ser entendido como a faculdade 
mental que distingue os humanos de outras espécies animais e possibilita 
nossos modos específicos de pensamento, conhecimento e interação com os 
semelhantes. É a capacidade específica à espécie humana de se comunicar por 
meio de um sistema de signos (ou língua). 
Para o linguista Saussure, a linguagem é composta de duas partes: a Língua, 
essencialmente social porque é convencionada por determinada comunidade 
linguística; e a Fala, que é secundária e individual, ou seja, é veículo de 
transmissão da Língua, usada pelos falantes através da fonação e da articulação 
vocal. 
A língua é, então, entendida como forma de realização da linguagem; como 
sistema linguístico necessário ao exercício da linguagem na interlocução ou 
como instrumento do qual a linguagem se utiliza na comunicação. Apesar de a 
língua ser um sistema de signos específicos aos membros de uma mesma 
comunidade (por exemplo: língua portuguesa, língua inglesa), no interior de uma 
mesma língua são importantes às variações. Dentro de uma mesma língua 
temos, então, diversas modalidades: língua familiar; língua técnica, língua 
erudita, língua popular, língua própria a certas classes sociais, a certos 
subgrupos, em que se enquadram os diferentes tipos de gíria. Entre as variações 
geográficas temos os dialetos (como as variações específicas das diversas 
regiões do Brasil: Norte, Sul, Sudeste etc). Alguns linguistas preferem usar o 
termo dialeto para designar as variantes ou variações, de uma forma geral. 
Como se vê, a língua é um sistema de símbolos pelo qual a linguagem se realiza. 
Mas a linguagem se encontra relacionada a outros sistemas simbólicos (sinais 
marítimos, Morse) e torna-se, assim, objeto da semiologia ou semiótica, que 
deve estudar “a vida dos signos no seio da vida social”. Nota-se, portanto, que o 
termo linguagem tem uma conotação bem mais abrangente do que língua. 
A fala, por sua vez, é um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja 
diretamente, com ajuda dos órgãos sensoriais, seja graças a métodos e 
instrumentos análogos aos utilizados pelas ciências físicas. Para os receptores 
(ouvintes) a fala é, com efeito, um fenômeno fonético; a articulação da voz dá 
origem a um segmento fonético audível imediatamente a título de pura sensação. 
Esse fenômeno implica o aparelho fonador e a produção dos sons da fala. 
De tudo que se diz fica evidente que o desenvolvimento humano e o avanço das 
civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a 
descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnologias. Mas, 
acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se 
comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e 
fonética. O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada 
for à capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será 
a sua progressão. E a linguagem é uma ferramenta capaz de traduzir, fotografar 
o estágio de desenvolvimento da humanidade. 
	
DICAS	 DE	 GRAMÁTICA 
	
Senão	 é	 o	 mesmo	 que	 se	 não? 
– Nada disso. Em primeiro lugar é interessante saber o que querem dizer e como 
se usam os termos senão e se não. 
SENÃO		 – Conjunção adversativa e preposição, com o sentido de:�
1 – do contrário, caso contrário, de outro modo, de outra forma;�
2 – mas, mas sim;�
3 – mais do que;�
4 – a não ser. 
Exemplos: 
Um espaço cultural deve estar a serviço da qualidade, senão é desserviço. [do 
contrário]�
É ele quem decide as obras prioritárias, não com bairrismos ou individualismos, 
senão com o espírito de bom administrador. [mas sim]�
Para que Paulo se conformasse com a ruptura, disse que ele não fora senão um 
zero à esquerda todos aqueles anos. [mais do que]�
As drogas não oferecem senão uma tênue e fugaz visão do paraíso. [a não ser, 
mais do que] 
SE	NÃO – Aqui são duas palavras distintas: conjunção subordinativa condicional 
se + o advérbio de negação não. Significa dizer “caso não …”. 
Exemplos: 
Espero que não me culpes se não der certo.�
Preocupa-nos o desempenho da instituição se não for feito o desembolso dos 
recursos prometidos.�
Também se escreve separadamente quando equivalente a quando não: 
A história nos ensina que é muito difícil, se não impossível, encontrar um bom 
político que seja um bom administrador.�
Com esta máquina, o Brasil terá condições, se não de disputar, pelo menos de 
acompanhar o desenvolvimento de um dos setores mais avançados da ciência 
no mundo. 
*	 Luísa	 Galvão	 Lessa	 –	 É	 Pós-Doutora	 em	 Lexicologia	 e	 Lexicografia	 pela	
Université	 de	 Montréal,	 Canadá;	 Doutora	 em	 Língua	 Portuguesa	 pela	
Universidade	 Federal	 do	 Rio	 de	 Janeiro	 –	 UFRJ;	 Membro	 da	 Academia	
Brasileira	 de	 Filologia;	 Membro	 da	 Academia	 Acreana	 de	 Letras;	 Membro	
Fundador	da	Academia	dos	Poetas	Acreano;	Pesquisadora	Sênior	da	CAPES.

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