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Caderno de Exercícios_Direito do Consumidor

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CADERNO DE EXERCÍCIOS 
Direito 
Do Consumidor 
 
Período 2014 – 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Índice 
QUESTÕES ......................................................................................................................................................... 3 
Disposições do Código de Defesa do Consumidos ............................................................................................ 3 
Características, Princípios e Disposições Gerais (arts. 1º ao 3º) ....................................................................... 5 
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos ............................................ 7 
Práticas Comerciais .......................................................................................................................................... 11 
Proteção Contratual ........................................................................................................................................ 12 
Convenção Coletiva de Consumo .................................................................................................................... 13 
Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito do Consumidor ......................................................... 13 
Outros Assuntos .............................................................................................................................................. 15 
GABARITO ........................................................................................................................................................ 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito do Consumidor 
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QUESTÕES 
 
Disposições do Código de Defesa do Consumidos 
Questão 1: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XX Exame/2016 
Assunto: Lei 8.078, de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) 
Marieta firmou contrato com determinada sociedade empresária de gêneros alimentícios para o 
fornecimento de produtos para a festa de 15 anos de sua filha. O pagamento deveria ter sido feito por meio 
de boleto, mas a obrigação foi inadimplida e a sociedade empresária fornecedora de alimentos, observando 
todas as regras positivadas e sumulares cabíveis, procedeu com a anotação legítima e regular do nome de 
Marieta no cadastro negativo de crédito. Passados alguns dias, Marieta tentou adquirir um produto numa 
loja de departamentos mediante financiamento, mas o crédito lhe foi negado, motivo pelo qual a devedora 
providenciou o imediato pagamento dos valores devidos à sociedade empresária de gêneros alimentícios. 
Superada a condição de inadimplente, Marieta quer saber como deve proceder a fim de que seu nome seja 
excluído do cadastro negativo. 
 
A respeito do fato apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 a) A consumidora deve enviar notificação à sociedade empresária de gêneros alimentícios informando o 
pagamento integral do débito e requerer que a mesma providencie a exclusão da negativação, o que deve 
ser feito em até vinte e quatro horas. 
 b) A consumidora deve se dirigir diretamente ao órgão de cadastro negativo, o que pode ser feito por meio 
de procuração constituindo advogado, e solicitar a exclusão da negativação, ônus que compete ao 
consumidor. 
 c) Após a quitação do débito, compete à sociedade empresária de gêneros alimentícios solicitar a exclusão 
do nome de Marieta do cadastro negativo, no prazo de cinco dias a contar do primeiro dia útil seguinte à 
disponibilização do valor necessário para a quitação do débito. 
 d) Marieta deverá comunicar a quitação diretamente ao órgão de cadastro negativo e, caso não seja feita a 
exclusão imediata, a consumidora poderá ingressar em juízo pleiteando indenização apenas, pois a hipótese 
comporta exclusivamente sanção civil. 
 
 
Questão 2: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XX Exame/2016 
Assunto: Lei 8.078, de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) 
Heitor agraciou cinco funcionários de uma de suas sociedades empresárias, situada no Rio Grande do Sul, 
com uma viagem para curso de treinamento profissional realizado em determinado sábado, de 9h às 15h, 
numa cidade do Uruguai, há cerca de 50 minutos de voo. Heitor custeou as passagens aéreas, translado e 
alimentação dos cinco funcionários com sua própria renda, integralmente desvinculada da atividade 
empresária. Ocorre que houve atraso no voo sem qualquer justificativa prestada pela companhia aérea. Às 
14h, sem previsão de saída do voo, todos desistiram do embarque e perderam o curso de treinamento. 
Direito do Consumidor 
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Nesse contexto é correto afirmar que, 
 a) por se tratar de transporte aéreo internacional, para o pedido de danos extrapatrimoniais não há 
incidência do Código de Defesa do Consumidor e nem do Código Civil, que regula apenas Contrato de 
Transporte em território nacional, prevalecendo unicamente as Normas Internacionais. 
 b) ao caso, aplica-se a norma consumerista, sendo que apenas Heitor é consumidor por ter custeado a 
viagem com seus recursos, mas, como ele tem boas condições financeiras, por esse motivo, é consumidor 
não enquadrado em condição de vulnerabilidade, como tutela o Código de Defesa do Consumidor. 
 c) embora se trate de transporte aéreo internacional, há incidência plena do Código de Defesa do 
Consumidor para o pedido de danos extrapatrimoniais, em detrimento das normas internacionais e, apesar 
de Heitor ter boas condições financeiras, enquadra-se na condição de vulnerabilidade, assim como os seus 
funcionários, para o pleito de reparação. 
 d) por se tratar de relação de Contrato de Transporte previsto expressamente no Código Civil, afasta-se a 
incidência do Código de Defesa do Consumidor e, por ter ocorrido o dano em território brasileiro, afastam-
se as normas internacionais, sendo, portanto, hipótese de responsabilidade civil pautada na comprovação 
de culpa da companhia aérea pelo evento danoso. 
 
 
Questão 3: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XX Exame/2016 
Assunto: Lei 8.078, de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) 
Inês, pretendendo fazer pequenos reparos e manutenção em sua residência, contrai empréstimo com essa 
finalidade. Ocorre que, desconfiando dos valores pagos nas prestações, procura orientação jurídica e ingressa 
com ação revisional de cédula de crédito bancário, questionando a incidência de juros remuneratórios, ao 
argumento de serem mais altos que a média praticada no mercado. Requereu a inversão do ônus da prova 
e, ao final, a procedência do pedido para determinar a declaração de nulidade da cláusula. 
 
A respeito desta situação, é correto afirmar que o Código de Defesa do Consumidor 
 a) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo pelo qual o questionamento 
deve seguir a ótica dos direitos obrigacionais previstos no Código Civil, o que inviabiliza a inversão do ônus 
da prova. 
 b) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a inversão do ônus da prova, 
se preenchidos os requisitos legais e, em caso de nulidade da cláusula, todo contrato será declarado nulo, 
tendo em vista que prática abusiva é questão de ordem pública. 
 c) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a inversão do ônus da prova 
caso a consumidora comprove preenchimento dos requisitos legais, sendo certo que a declaração de 
nulidade da cláusula não invalida o contrato, salvo se importar em ônus excessivo para o consumidor, apesar 
dos esforços de integração. 
Direito do Consumidor 
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 d) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo pelo qual o questionamento 
orienta-se pela norma especial de direito bancário, em prejuízo da inversão do ônus da prova pleiteado, 
ainda que formalmente estivessem cumpridos os requisitos legais. 
 
 
Questão 4: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XX Exame/2016 
Assunto: Lei 8.078, de 1990 (Código de Defesa do Consumidor)Florinda, assistindo a um canal de TV fechada, interessou-se por um produto para exercícios físicos. 
Acompanhando a exposição de imagens, sentiu-se atraída pela forma de “pagamento sem juros, podendo 
ser parcelado em até doze vezes”. Ao telefonar para a loja virtual, foi informada de que o parcelamento sem 
juros limitava-se a duas prestações. Além disso, a ligação tarifada foi a única forma de Florinda obter as 
informações a respeito do valor do produto, já que o site da fornecedora limitava-se a indicar o que já estava 
no anúncio de TV. Sentindo-se enganada por ter sido obrigada a telefonar pagando a tarifa, bem como por 
ter sido induzida a acreditar que o pagamento poderia ser parcelado em doze vezes sem juros, Florinda 
procurou um advogado. 
 
Assinale a opção que apresenta a orientação dada pelo advogado. 
 a) Há publicidade enganosa somente em razão da obscuridade quanto ao parcelamento sem juros, não 
havendo abusividade quanto à necessidade de ligação tarifada para obtenção de informação a respeito de 
valor e formas de pagamento. 
 b) Não há publicidade enganosa na situação narrada, na medida em que essa deve se dar por conduta ativa 
do fornecedor, não havendo previsão para a modalidade omissiva. 
 c) Inexiste publicidade enganosa, na medida em que as informações sobre o produto foram claras. Quanto 
ao preço e à forma de pagamento, essas somente devem ser passadas àqueles que se interessam pelo 
produto. 
 d) Há publicidade enganosa por omissão quanto ao preço e à forma de pagamento, que não foram 
fornecidos de forma clara para o consumidor, bem como caracterizou-se abuso a imposição do ônus da 
ligação tarifada à consumidora que buscava obter tais informações. 
 
Características, Princípios e Disposições Gerais (arts. 1º ao 3º) 
Questão 5: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII Exame/2015 
Assunto: Características, Princípios e Disposições Gerais (arts. 1º ao 3º) 
Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas de casamento, 
produzindo os chamados “bem-casados”, deliciosos doces recheados oferecidos aos convidados ao final da 
festa. Saulo e Bianca não possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa a fonte única 
de renda da família. 
 
Direito do Consumidor 
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No mês passado, os noivos Carla e Jair encomendaram ao casal uma centena de “bem-casados” no sabor 
doce de leite. A encomenda foi entregue conforme contratado, no dia do casamento. Contudo, diversos 
convidados que ingeriram os quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o produto estava estragado. 
A impropriedade do produto para o consumo foi comprovada por perícia técnica. 
 
Com base no caso narrado, assinale a alternativa correta. 
 a) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do Código do Consumidor, pois fornecem 
produtos com habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na qualidade de consumidores 
indiretos, poderão pleitear indenização. 
 b) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente registrada na Junta Comercial, pode 
ser considerada fornecedora à luz do Código do Consumidor, e os convidados do casamento, na qualidade 
de consumidores por equiparação, poderão pedir indenização diretamente àqueles. 
 c) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo certo que tanto Carla e Jair quanto seus 
convidados intoxicados são consumidores por equiparação e poderão pedir indenização, porém a inversão 
do ônus da prova só se aplica em favor de Carla e Jair, contratantes diretos. 
 d) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está oficialmente registrada na Junta Comercial e, 
portanto, por ser ente despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de fornecedor da lei do 
consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes aos vícios redibitórios do Código Civil. 
 
 
Questão 6: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII Exame/2015 
Assunto: Características, Princípios e Disposições Gerais (arts. 1º ao 3º) 
Tommy adquiriu determinado veículo junto a um revendedor de automóveis usados. Para tanto, fez o 
pagamento de 60% do valor do bem e financiou os 40% restantes com garantia de alienação fiduciária, junto 
ao banco com o qual mantém vínculo de conta-corrente. A negociação transcorreu normalmente e o veículo 
foi entregue. Ocorre que Tommy, alguns meses depois, achou que a obrigação assumida estava lhe sendo 
excessivamente onerosa. Procurou então você como advogado(a) a fim de saber se ainda assim seria possível 
questionar o negócio jurídico realizado e pedir revisão do contrato que Tommy sequer possuía. 
 
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
 a) A questão versa sobre alienação fiduciária em garantia que transfere ao credor o domínio resolúvel e a 
posse indireta do bem alienado, não havendo aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor e, portanto, 
nem o pedido de revisão na hipótese, haja vista que a questão jurídica está submetida unicamente à leitura 
da norma geral civil, sem a inversão do ônus da prova. 
 b) A questão comporta aplicação do CDC, mas para propor ação revisional, a parte deve ingressar com 
medida cautelar preparatória de exibição de documentos, sob pena de extinção da medida cognitiva 
revisional por falta de interesse de agir. 
Direito do Consumidor 
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 c) A questão versa sobre alienação fiduciária em garantia, que transfere para o devedor a posse direta do 
bem, tornando-o depositário, motivo pelo qual a questão jurídica rege-se exclusivamente pelas regras 
impostas pelo Decreto-lei nº 911, de 1969, que estabelece normas de processo sobre alienação fiduciária. 
 d) A questão comporta aplicação do CDC, e a ação revisional pode ser proposta independentemente de 
medida cautelar preparatória de exibição de documentos, já que o pleito de exibição do contrato poderá ser 
formulado incidentalmente e nos próprios autos. 
 
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos 
Danos 
Questão 7: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIV Exame/2014 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Um homem foi submetido a cirurgia para remoção de cálculos renais em hospital privado. A intervenção foi 
realizada por equipe médica não integrante dos quadros de funcionários do referido hospital, apesar de ter 
sido indicada por esse mesmo hospital. 
 
Durante o procedimento, houve perfuração do fígado do paciente, verificada somente três dias após a 
cirurgia, motivo pelo qual o homem teve que se submeter a novo procedimento cirúrgico, que lhe deixou 
uma grande cicatriz na região abdominal. O paciente ingressou com ação judicial em face do hospital, visando 
a indenização por danos morais e estéticos. 
 
Partindo dessa narrativa, assinale a opção correta. 
 a) O hospital responde objetivamente pelos danos morais e estéticos decorrentes do erro médico, tendo em 
vista que ele indicou a equipe médica. 
 b) O hospital responderá pelos danos, mas de forma alternativa, não se acumulando os danos morais e 
estéticos, sob pena de enriquecimento ilícito do autor. 
 c) O hospital não responderá pelos danos, uma vez que se trata de responsabilidade objetiva da equipe 
médica, sendo o hospital parte ilegítima na ação porque apenas prestou serviço de instalações e hospedagem 
do paciente. 
 d) O hospital não responderá pelos danos, tendo em vista que não se aplica a norma consumerista à relação 
entre médico e paciente, mas, sim, o Código Civil, embora a responsabilidade civil dos profissionais liberais 
seja objetiva. 
 
 
Questão 8: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIII Exame/2014 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Mauro adquiriu um veículo zero quilômetro da fabricante brasileira Surreal, na concessionária Possante 
Ltda., revendedora de automóveis que comercializa habitualmente diversas marcas nacionais e estrangeiras. 
Direito doConsumidor 
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Na época em que Mauro efetuou a compra, o modelo adquirido ainda não era produzido com o opcional de 
freio ABS, o que só veio a ocorrer seis meses após a aquisição feita por Mauro. Tal sistema de frenagem 
(travagem) evita que a roda do veículo bloqueie quando o pedal do freio é pisado fortemente, impedindo 
com isso o descontrole e a derrapagem do veículo. Mauro, inconformado, aciona a concessionária 
postulando a substituição do seu veículo, pelo novo modelo com freio ABS. 
 
Diante do caso narrado e das regras atinentes ao Direito do Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
 a) Mauro tem direito à substituição, pois o fato de o novo modelo ter sido oferecido com o opcional do freio 
ABS, de melhor qualidade, configura defeito do modelo anterior por ele adquirido. 
 b) Se o veículo adquirido por Mauro apresentar futuro defeito no freio dentro do prazo de garantia, a 
concessionária Possante Ltda. é obrigada a assegurar a oferta de peças de reposição originais enquanto não 
cessar a fabricação do veículo. 
 c) Somente quando cessada a produção no país do veículo adquirido por Mauro, a fabricante Surreal ficará 
exonerada do dever legal de assegurar o oferecimento de componentes e peças de reposição para o 
automóvel. 
 d) Havendo necessidade de reposição de peças ou componentes no veículo de Mauro, a fabricante Surreal 
deverá, ainda que cessada a fabricação no país, efetuar o reparo com peças originais por um período razoável 
de tempo, fixado por lei. A reposição com peças usadas só é admitida pelo Código do Consumidor quando 
houver autorização do consumidor. 
 
 
Questão 9: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XV Exame/2014 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Carmen adquiriu veículo zero quilômetro com dispositivo de segurança denominado airbag do motorista, 
apenas para o caso de colisões frontais. Cerca de dois meses após a aquisição do bem, o veículo de Carmen 
sofreu colisão traseira, e a motorista teve seu rosto arremessado contra o volante, causando-lhe escoriações 
leves. A consumidora ingressou com medida judicial em face do fabricante, buscando a reparação pelos 
danos materiais e morais que sofrera, alegando ser o produto defeituoso, já que o airbag não foi acionado 
quando da ocorrência da colisão. A perícia constatou colisão traseira e em velocidade inferior à necessária 
para o acionamento do dispositivo de segurança. Carmen invocou a inversão do ônus da prova contra o 
fabricante, o que foi indeferido pelo juiz. 
 
Analise o caso à luz da Lei nº 8.078/90 e assinale a afirmativa correta. 
 a) Cabe inversão do ônus da prova em favor da consumidora, por expressa determinação legal, não 
podendo, em qualquer hipótese, o julgador negar tal pleito. 
 b) Falta legitimação, merecendo a extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que o 
responsável civil pela reparação é o comerciante, no caso, a concessionária de veículos. 
 c) A responsabilidade civil do fabricante é objetiva e independe de culpa; por isso, será cabível indenização 
à vítima consumidora, mesmo que esta não tenha conseguido comprovar a colisão dianteira. 
Direito do Consumidor 
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 d) O produto não poderá ser caracterizado como defeituoso, inexistindo obrigação do fabricante de 
indenizar a consumidora, já que, nos autos, há apenas provas de colisão traseira. 
 
 
Questão 10: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVI Exame/2015 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
A responsabilidade civil dos fornecedores de serviços e produtos, estabelecida pelo Código do Consumidor, 
reconheceu a relação jurídica qualificada pela presença de uma parte vulnerável, devendo ser observados os 
princípios da boa-fé, lealdade contratual, dignidade da pessoa humana e equidade. 
 
A respeito da temática, assinale a afirmativa correta. 
 a) A responsabilidade civil subjetiva dos fabricantes impõe ao consumidor a comprovação da existência de 
nexo de causalidade que o vincule ao fornecedor, mediante comprovação da culpa, invertendo-se o ônus da 
prova no que tange ao resultado danoso suportado. 
 b) A responsabilidade civil do fabricante é subjetiva e subsidiária quando o comerciante é identificado e 
encontrado para responder pelo vício ou fato do produto, cabendo ao segundo a responsabilidade civil 
objetiva. 
 c) A responsabilidade civil objetiva do fabricante somente poderá ser imputada se houver demonstração dos 
elementos mínimos que comprovem o nexo de causalidade que justifique a ação proposta, ônus esse do 
consumidor. 
 d) A inversão do ônus da prova nas relações de consumo é questão de ordem pública e de imputação 
imediata, cabendo ao fabricante a carga probatória frente ao consumidor, em razão da responsabilidade civil 
objetiva. 
 
 
Questão 11: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVIII Exame/2015 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Dulce, cinquenta e oito anos de idade, fumante há três décadas, foi diagnosticada como portadora de 
enfisema pulmonar. Trata-se de uma doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela dilatação 
excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa a perda da capacidade respiratória e uma consequente 
oxigenação insuficiente. Em razão do avançado estágio da doença, foi prescrito como essencial o tratamento 
de suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de Dulce, adquiriu para sua mãe um aparelho 
respiratório na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com uma semana de uso, o produto parou de funcionar. Joana 
procurou imediatamente a loja para substituição do aparelho, oportunidade na qual foi informada pela 
gerente que deveria aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto do produto pelo fabricante. 
 
Com base no caso narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa 
correta. 
Direito do Consumidor 
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 a) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto 
e, caso não seja sanado o vício, exigir a substituição do produto, a devolução do dinheiro corrigido 
monetariamente ou o abatimento proporcional do preço. 
 b) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem apenas direito ao conserto do produto 
durável no prazo de noventa dias, mas não à devolução da quantia paga. 
 c) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto, pois tem direito de exigir a 
substituição imediata do produto, em razão de sua essencialidade. 
 d) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da mesma espécie, Joana poderá optar por um 
modelo diverso, sem direito à restituição de eventual diferença de preço, e, se este for de valor maior, não 
será devida por Joana qualquer complementação. 
 
 
Questão 12: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVIII Exame/2015 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Hugo colidiu com seu veículo e necessitou de reparos na lataria e na pintura. Para tanto, procurou, por 
indicação de um amigo, os serviços da Oficina Mecânica M, oportunidade na qual lhe foi ofertado orçamento 
escrito, válido por 15 (quinze) dias, com o valor da mão de obra e dos materiais a serem utilizados na 
realização do conserto do automóvel. Hugo, na certeza da boa indicação, contratou pela primeira vez com a 
Oficina. Considerando as regras do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
 a) Segundo a lei do consumidor, o orçamento tem prazo de validade obrigatório de 10 (dez) dias, contados 
do seu recebimento pelo consumidor Hugo. Logo, no caso, somente durante esse período a Oficina Mecânica 
M estará vinculada ao valor orçado. 
 b) Uma vez aprovado o orçamento pelo consumidor, os contraentes estarão vinculados, sendo correto 
afirmar que Hugo não responderá por quaisquer ônus ouacréscimos no valor dos materiais orçados; 
contudo, ele poderá vir a responder pela necessidade de contratação de terceiros não previstos no 
orçamento prévio. 
 c) Se o serviço de pintura contratado por Hugo apresentar vícios de qualidade, é correto afirmar que ele 
terá tríplice opção, à sua escolha, de exigir da oficina mecânica: a reexecução do serviço sem custo adicional; 
a devolução de eventual quantia já paga, corrigida monetariamente, ou o abatimento do preço de forma 
proporcional. 
 d) A lei consumerista considera prática abusiva a execução de serviços sem a prévia elaboração de 
orçamento, o que pode ser feito por qualquer meio, oral ou escrito, exigindose, para sua validade, o 
consentimento expresso ou tácito do consumidor. 
 
 
Questão 13: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIX Exame/2016 
Assunto: Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos (arts. 8ª ao 28) 
Antônio desenvolve há mais de 40 anos atividade de comércio no ramo de hortifrúti. Seus clientes chegam 
cedo para adquirir verduras frescas entregues pelos produtores rurais da região. Antônio também vende no 
Direito do Consumidor 
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varejo, com pesagem na hora, grãos e cereais adquiridos em sacas de 30 quilos, de uma marca muito 
conhecida e respeitada no mercado. Determinado dia, a cliente Maria desconfiou da pesagem e fez a 
conferência na sua balança caseira, que apontou suposta divergência de peso. Procedeu com a imediata 
denúncia junto ao Órgão Oficial de Fiscalização, que confirmou que o instrumento de medição do 
comerciante estava com problemas de calibragem e que não estava aferido segundo padrões oficiais, 
gerando prejuízo aos consumidores. A cliente denunciante buscou ser ressarcida pelo vício de quantidade 
dos produtos. 
 
Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. 
 a) Trata-se de responsabilidade civil solidária, podendo Maria acionar tanto o comerciante quanto os 
produtores. 
 b) Trata-se de responsabilidade civil subsidiária, pois o comerciante só responde se os demais fornecedores 
não forem identificados. 
 c) Trata-se de responsabilidade civil exclusiva do comerciante, na qualidade de fornecedor imediato. 
 d) Trata-se de responsabilidade civil objetiva, motivo pelo qual inexistem excludentes de responsabilidade. 
 
Práticas Comerciais 
Questão 14: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIII Exame/2014 
Assunto: Das Práticas Comerciais (arts. 29 a 45) 
Eliane trabalha em determinada empresa para a qual uma seguradora apresentou proposta de seguro de 
vida e acidentes pessoais aos empregados. Eliane preencheu o formulário entregue pela seguradora e, dias 
depois, recebeu comunicado escrito informando, sem motivo justificado, a recusa da seguradora para a 
contratação por Eliane. 
 
Partindo da situação fática narrada, à luz da legislação vigente, assinale a afirmativa correta. 
 a) Eliane pode exigir o cumprimento forçado da obrigação nos termos do serviço apresentado, já que a oferta 
obriga a seguradora e a negativa constituiu prática abusiva pela recusa infundada de prestação de serviço. 
 b) Trata-se de hipótese de aplicação da legislação consumerista, mas, a despeito das garantias conferidas ao 
consumidor, em hipóteses como a narrada no caso, é facultado à seguradora recusar a contratação antes da 
assinatura do contrato. 
 c) Por se tratar de contrato bilateral, a seguradora poderia ter se recusado a ser contratada por Eliane nos 
termos do Código Civil, norma aplicável ao caso, que assegura que a proposta não obriga o proponente. 
 d) A seguradora não está obrigada a se vincular a Eliane, já que a proposta de seguro e acidentes pessoais 
dos empregados não configura oferta, nos termos do Código do Consumidor. 
 
 
Questão 15: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XV Exame/2014 
Direito do Consumidor 
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Assunto: Das Práticas Comerciais (arts. 29 a 45) 
Roberto, atraído pela propaganda de veículos zero quilômetro, compareceu até uma concessionária a fim de 
conhecer as condições de financiamento. Verificando que o valor das prestações cabia no seu orçamento 
mensal e que as taxas e os custos lhe pareciam justos, Roberto iniciou junto ao vendedor os procedimentos 
para a compra do veículo. Para sua surpresa, entretanto, a financeira negou-lhe o crédito, ao argumento de 
que havia negativação do nome de Roberto nos cadastros de proteção ao crédito. Indignado e buscando 
esclarecimentos, Roberto procurou o Banco de Dados e Cadastro que havia informado à concessionária 
acerca da suposta existência de negativação, sendo informado por um dos empregados que as informações 
que Roberto buscava somente poderiam ser dadas mediante ordem judicial. 
 
Sobre o procedimento do empregado do Banco, assinale a afirmativa correta. 
 a) O empregado do Banco de Dados e Cadastros agiu no legítimo exercício de direito ao negar a prestação 
das informações, já que o solicitado pelo consumidor somente deve ser dado pelo fornecedor que solicitou 
a negativação cabendo a Roberto buscar uma ordem judicial mandamental, autorizando a divulgação dos 
dados para ele diretamente. 
 b) O procedimento do empregado, ao negar as informações que constam no Banco de Dados e Cadastros 
sobre o consumidor, configura infração penal punível com pena de detenção ou multa, nos termos tipificados 
no Código de Defesa do Consumidor. 
 c) A negativa no fornecimento das informações foi indevida, mas configura mera infração administrativa 
punível com advertência e, em caso de reincidência, pena de multa a ser aplicada ao órgão, não ao 
empregado que negou a prestação de informações. 
 d) Cuida-se de infração administrativa e, somente se cometido em operações que envolvessem alimentos, 
medicamentos ou serviços essenciais, configuraria infração penal, para fins de incidência da norma 
consumerista em seu aspecto penal. 
 
Proteção Contratual 
Questão 16: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIV Exame/2014 
Assunto: Da Proteção Contratual (arts. 46 a 54) 
O fornecimento de serviços e de produtos é atividade desenvolvida nas mais diversas modalidades, como 
ocorre nos serviços de crédito e financiamento, regidos pela norma especial consumerista, que atribuiu 
disciplina específica para a temática. 
 
A respeito do crédito ao consumidor, nos estritos termos do Código de Defesa do Consumidor, assinale a 
opção correta. 
 a) A informação prévia ao consumidor, a respeito de taxa efetiva de juros, é obrigatória, facultando-se a 
discriminação dos acréscimos legais, como os tributos e taxas de expediente. 
 b) A liquidação antecipada do débito financiado comporta a devolução ou a redução proporcional de 
encargos, mas só terá cabimento se assim optar o consumidor no momento da contratação do serviço. 
Direito do Consumidor 
13 
 
 c) As informações sobre o preço e a apresentação do serviço de crédito devem ser, obrigatoriamente, 
apresentadas em moeda corrente nacional. 
 d) A pena moratória decorrente do inadimplemento da obrigação deve respeitar teto do valor da prestação 
inadimplida, não se podendo exigir do consumidor que suporte cumulativamente a incidência dos juros de 
mora. 
 
Convenção Coletiva de Consumo 
Questão 17: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVI Exame/2015 
Assunto: Convenção Coletiva de Consumo (arts. 107 e 108) 
As negociações mercantis adotaram uma nova ordem quando o Código de Defesa do Consumidor foi 
implementado no sistema jurídico nacional. A norma visa a proteger a parte mais frágil econômica e 
tecnicamente de práticas abusivas conferindo-lhe a tutela do Art. 4º, I, do CDC, que consagra a presunção de 
vulnerabilidade absoluta geral inerente a todos os consumidores. Essa nova ordem ainda conferiu especial 
atenção à Convenção Coletiva adotada em outros ramos do Direito, passando também a constituir forma de 
equacionamento de conflitos nas relações de consumo antes mesmo da judicialização das questões, ou 
mesmo se antecipando à instalação dos litígios. 
 
A respeito da Convenção Coletiva de Consumo,prevista no microssistema do Código de Defesa do 
Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
 a) A Convenção regularmente constituída torna-se obrigatória a partir da assinatura dos legitimados, 
dispensando-se o registro do instrumento em cartório de títulos e documentos. 
 b) A Convenção não poderá regulamentar as relações de consumo no que diz respeito ao preço e às garantias 
de produtos e serviços, atribuições do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor. 
 c) A Convenção regularmente constituída vincula os signatários, mas, caso o fornecedor se desligue da 
entidade celebrante à qual estava vinculado, eximir-se-á do cumprimento do estabelecido. 
 d) A Convenção firmada por entidades civis de consumidores e associações de fornecedores somente 
obrigará os filiados às entidades signatárias. 
 
Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito do Consumidor 
Questão 18: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIX Exame/2016 
Assunto: Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito do Consumidor 
Amadeu, aposentado, aderiu ao plano de saúde coletivo ofertado pelo sindicato ao qual esteve vinculado 
por força de sua atividade laborativa por mais de 30 anos. Ao completar 60 anos, o valor da mensalidade 
sofreu aumento significativo (cerca de 400%), o que foi questionado por Amadeu, a quem os funcionários do 
sindicato explicaram que o aumento decorreu da mudança de faixa etária do aposentado. 
 
A respeito do tema, assinale a afirmativa correta. 
Direito do Consumidor 
14 
 
 a) O aumento do preço é abusivo e a norma consumerista deve ser aplicada ao caso, mesmo em se tratando 
de plano de saúde coletivo e, principalmente, que envolva interessado com amparo legal no Estatuto do 
Idoso. 
 b) O aumento do preço é legítimo, tendo em vista que o idoso faz maior uso dos serviços cobertos e o 
equilíbrio contratual exige que não haja onerosidade excessiva para qualquer das partes, não se aplicando o 
CDC à hipótese, por se tratar de contrato de plano de saúde coletivo envolvendo pessoas idosas. 
 c) O aumento do valor da mensalidade é legítimo, uma vez que a majoração de preço é natural e 
periodicamente aplicada aos contratos de trato continuado, motivo pelo qual o CDC autoriza que o critério 
faixa etária sirva como parâmetro para os reajustes econômicos. 
 d) O aumento do preço é abusivo, mas o microssistema consumerista não deve ser utilizado na hipótese, 
sob pena de incorrer em colisão de normas, uma vez que o Estatuto do Idoso estabelece a disciplina aplicável 
às relações jurídicas que envolvam pessoa idosa. 
 
 
Questão 19: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXII Exame/2017 
Assunto: Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito do Consumidor 
Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo falha 
na prestação dos serviços de modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e que 
hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos elevadores estava 
previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de 
elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que seus convidados, todos 
idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram 
de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de acesso. 
 
Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período, Alvina 
afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que 
regularmente notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer justificativa que 
impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva. 
 
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 a) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo Alvina 
legitimidade para ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da relação consumerista. 
 b) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil, tendo a 
multa contratual pelo atraso na execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos os 
condôminos e não a Alvina, individualmente. 
 c) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a perpetrada por todos os condôminos, 
em litisconsórcio, tendo como objeto apenas a cobrança de multa contratual e indenização coletiva. 
Direito do Consumidor 
15 
 
 d) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista, podendo 
Alvina ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos 
narrados. 
 
Outros Assuntos 
Questão 20: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXI Exame/2016 
Assunto: 
A Pizzaria X fez publicidade comparando a qualidade da sua pizza de mozarela com a da Pizzaria Y, 
descrevendo a quantidade de queijo e o crocante das bordas, detalhes que a tornariam mais saborosa do 
que a oferecida pela concorrente. Além disso, disponibiliza para os consumidores o bônus da entrega de pizza 
pelo motociclista, em até 30 minutos, ou a dispensa do pagamento pelo produto. 
 
A respeito do narrado, assinale a afirmativa correta. 
 a) A publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, que, 
entretanto, nada disciplina a respeito da entrega do produto por motociclista em período de tempo ou 
dispensa do pagamento. 
 b) A promessa de dispensa do pagamento pelo consumidor como forma de estímulo à prática de aumento 
da velocidade pelo motociclista é vedada por lei especial, enquanto a publicidade comparativa é admitida, 
respeitados os critérios do CDC e as proteções dispostas em normas especiais que tutelam marca e 
concorrência. 
 c) A dispensa de pagamento, em caso de atraso na entrega do produto por motociclista, é lícita, mas a 
publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do Consumidor e pela legislação 
especial. 
 d) A publicidade comparativa e a entrega de produto por motociclista em determinado prazo ou a dispensa 
de pagamento, por serem em benefício do consumidor, embora não previstos em lei, são atos lícitos, 
conforme entendimento pacífico da jurisprudência. 
 
 
Questão 21: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXI Exame/2016 
Assunto: 
O Banco X enviou um cartão de crédito para Jeremias, com limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para uso 
em território nacional e no exterior, incluindo seguro de vida e acidentes pessoais, bem como seguro contra 
roubo e furto, no importe total de R$ 5,00 (cinco reais) na fatura mensal, além da anuidade de R$ 400,00 
(quatrocentos reais), parcelada em cinco vezes. 
 
Jeremias recebeu a correspondência contendo um cartão bloqueado, o contrato e o informativo de 
benefícios e ônus. Ocorre que Jeremias não é cliente do Banco X e sequer solicitou o cartão de crédito. 
Direito do Consumidor 
16 
 
 
Sobre a conduta da instituição bancária, considerando a situação narrada e o entendimento do STJ expresso 
em Súmula, assinale a afirmativa correta. 
 a) Foi abusiva, sujeitando-se à aplicação de multa administrativa, que não se destina ao consunidor, mas 
não há ilícito civil indenizável, tratando-se de mero aborrecimento, sob pena de se permitir o enriquecimento 
ilícito de Jeremias. 
 b) Foi abusiva, sujeita à advertência e não à multa administrativa, salvo caso de reincidência, bem como não 
gera ilícito indenizável, por não ter havido dano moralin re ipsa na hipótese, salvo se houvesse extravio do 
cartão antes de ser entregue a Jeremias. 
 c) Foi abusiva e constitui ilícito indenizável em favor de Jeremias, mesmo sem prejuízo comprovado, em 
razão da configuração de dano moral in re ipsa na hipótese, que pode ser cumulada com a aplicação de multa 
administrativa, que não será fixada em favor do consumidor.d) Não foi abusiva, pois não houve prejuízo ao consumidor a justificar multa administrativa e nem constitui 
ilícito indenizável, na medida em que o destinatário pode desconsiderar a correspondência, não desbloquear 
o cartão e não aderir ao contrato. 
 
 
Questão 22: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXII Exame/2017 
Assunto: 
Mário firmou contrato de seguro de vida e acidentes pessoais, apontando como beneficiários sua esposa e 
seu filho. O negócio foi feito via telemarketing, com áudio gravado, recebendo informações superficiais a 
respeito da cobertura completa a partir do momento da contratação, atendido pequeno prazo de carência 
em caso de morte ou invalidez parcial e total, além do envio de brindes em caso de contratação imediata. 
Mário contratou o serviço na mesma oportunidade por via telefônica, com posterior envio de contrato escrito 
para a residência do segurado. 
 
Mário veio a óbito noventa dias após a contratação. Os beneficiários de Mário, ao entrarem em contato com 
a seguradora, foram informados de que não poderiam receber a indenização securitária contratada, que 
ainda estaria no período de carência, ainda que a operadora de telemarketing, que vendeu o seguro para 
Mário, garantisse a cobertura. 
 
Verificando o contrato, os beneficiários perceberam o engano de compreensão da informação, já que estava 
descrito haver período de carência para o evento morte “nos termos da lei civil”. 
 
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 a) A informação foi clara por estar escrita, embora mencionada superficialmente pela operadora de 
telemarketing, e o período de carência é lícito, mesmo nas relações de consumo. 
Direito do Consumidor 
17 
 
 b) A fixação do período de carência é lícita, mesmo nas relações de consumo. Todavia, a informação 
prestada quanto ao prazo de carência, embora descrita no contrato, não foi clara o suficiente, evidenciando, 
portanto, a vulnerabilidade do consumidor. 
 c) A falta de informação e o equívoco na imposição de prazo de carência não são admitidas nas relações de 
consumo, e sim nas relações genuinamente civilistas. 
 d) O dever de informação do consumidor foi respeitado, na medida em que estava descrito no contrato, 
sendo o período de carência instituto ilícito, por se tratar de relação de consumo. 
 
 
Questão 23: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXIII Exame/2017 
Assunto: 
Heitor foi surpreendido pelo recebimento de informação de anotação de seu nome no cadastro restritivo de 
crédito, em decorrência de suposta contratação de serviços de telefonia e Internet. Heitor não havia 
celebrado tal contrato, sendo o mesmo fruto de fraude, e busca orientação a respeito de como proceder 
para rescindir o contrato, cancelar o débito e ter seu nome fora do cadastro negativo, bem como o 
recebimento de reparação por danos extrapatrimoniais, já que nunca havia tido o seu nome inscrito em tal 
cadastro. 
 
Com base na hipótese apresentada, na qualidade de advogado(a) de Heitor, assinale a opção que apresenta 
o procedimento a ser adotado. 
 a) Cabe o pedido de cancelamento do serviço, declaração de inexistência da dívida e exclusão da anotação 
indevida, inexistindo qualquer dever de reparação, já que à operadora não foi atribuído defeito ou falha do 
serviço digital, que seria a motivação para tal pleito. 
 b) Trata-se de cobrança devida pelo serviço prestado, restando a Heitor pagar imediatamente e, somente 
assim, excluir a anotação de seu nome em cadastro negativo, e, então, ingressar com a medida judicial, 
comprovando que não procedeu com a contratação e buscando a rescisão do contrato irregular com 
devolução em dobro do valor pago. 
 c) Heitor não pode ser considerado consumidor em razão da ausência de vinculação contratual verídica e 
válida que consagre a relação consumerista, afastando-se os elementos principiológicos e fazendo surgir a 
responsabilidade civil subjetiva da operadora de telefonia e Internet. 
 d) Heitor é consumidor por equiparação, aplicando-se a teoria do risco da atividade e devendo a operadora 
suportar os riscos do contrato fruto de fraude, caso não consiga comprovar a regularidade da contratação e 
a consequente reparação pelos danos extrapatrimoniais in re ipsa, além da declaração de inexistência da 
dívida e da exclusão da anotação indevida. 
 
 
Questão 24: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXIII Exame/2017 
Assunto: 
Direito do Consumidor 
18 
 
Vera sofreu acidente doméstico e, sentindo fortes dores nas costas e redução da força dos membros 
inferiores, procurou atendimento médico-hospitalar. A equipe médica prescreveu uma análise neurológica 
que, a partir dos exames de imagem, evidenciaram uma lesão na coluna. O plano de saúde, entretanto, negou 
o procedimento e o material, aduzindo negativa de cobertura, embora a moléstia estivesse prevista em 
contrato. 
 
Vera o(a) procura como advogado(a) a fim de saber se o plano de saúde poderia negar, sob a justificativa de 
falta de cobertura contratual, algo que os médicos informaram ser essencial para a diagnose correta da 
extensão da lesão da coluna. 
 
Neste caso, à luz da norma consumerista e do entendimento do STJ, assinale a afirmativa correta. 
 a) O contrato de plano de saúde não é regido pelo Código do Consumidor e sim, exclusivamente, pelas 
normas da Agência Nacional de Saúde, o que impede a interpretação ampliativa, sob pena de comprometer 
a higidez econômica dos planos de saúde, respaldada no princípio da solidariedade. 
 b) O plano de saúde pode se negar a cobrir o procedimento médico-hospitalar, desde que possibilite o 
reembolso de material indicado pelos profisisonais de medicina, ainda que imponha limitação de valores e o 
reembolso se dê de forma parcial. 
 c) O contrato de plano de saúde é regido pelo Código do Consumidor e os planos de saúde apenas podem 
estabelecer para quais moléstias oferecerão cobertura, não lhes cabendo limitar o tipo de tratamento que 
será prescrito, incumbência essa que pertence ao profissional da medicina que assiste ao paciente. 
 d) O contrato de plano de saúde é regido pelo Código do Consumidor e, resguardados os direitos básicos do 
consumidor, os planos de saúde podem estabelecer para quais moléstias e para que tipo de tratamento 
oferecerão cobertura, de acordo com a categoria de cada nível contratado, sem que isso viole o CDC. 
 
 
Questão 25: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXIV Exame/2017 
Assunto: 
Os arquitetos Everton e Joana adquiriram pacote de viagens para passar a lua de mel na Europa, primeira 
viagem internacional do casal. Ocorre que o trajeto do voo previa conexão em um país que exigia visto de 
trânsito, tendo havido impedimento do embarque dos noivos, ainda no Brasil, por não terem o visto exigido. 
O casal questionou a agência de turismo por não ter dado qualquer explicação prévia nesse sentido, e a 
fornecedora informou que não se responsabilizava pela informação de necessidade de visto para a realização 
da viagem. 
 
Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 a) Cabe ação de reparação por danos extrapatrimoniais, em razão da insuficiência de informação clara e 
precisa, que deveria ter sido prestada pela agência de turismo, no tocante à necessidade de visto de trânsito 
para a conexão internacional prevista no trajeto. 
Direito do Consumidor 
19 
 
 b) Não houve danos materiais a serem ressarcidos, já que os consumidores sequer embarcaram, situação 
muito diferente de terem de retornar, às próprias expensas, diretamente do país de conexão, interrompendo 
a viagem durante o percurso. 
 c) Não ocorreram danos extrapatrimoniais por se tratar de pessoas que tinham capacidade de leitura e 
compreensão do contrato, sendo culpa exclusiva das próprias vítimas a interrupção da viagem por 
desconhecerem a necessidade de visto de trânsito para realizarem a conexão internacional. 
 d) Houve culpa exclusiva da empresa aérea que emitiu os bilhetes de viagem, não podendoa agência de 
viagem ser culpabilizada, por ser o comerciante responsável subsidiariamente e não responder diretamente 
pelo fato do serviço. 
 
 
Questão 26: FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXIV Exame/2017 
Assunto: 
Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao chegar a casa, verificou que, no painel do veículo, foi 
acionada a indicação de problema no nível de óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em toda a área. 
Osvaldo voltou imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação do veículo e constatou 
que havia uma rachadura na estrutura do motor, que, por isso, deveria ser trocado. Oswaldo solicitou um 
novo veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro por buscar um carro que tivesse 
toda a sua estrutura “de fábrica”. A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, 
alegando que isso não descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro de faturamento e 
outras medidas administrativas eram altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio. 
No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-lo. Assinale a opção que apresenta a 
orientação dada. 
 a) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta dias para providenciar o reparo, fase 
que, ordinariamente, deve preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do veículo. 
 b) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a imediata restituição da quantia paga, 
sem prejuízo de pleitear perdas e danos em juízo. 
 c) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade da concessionária, devendo o 
consumidor ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do fabricante. 
 d) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de agir, pois está no curso do prazo para 
o fornecedor sanar o defeito. 
 
 
GABARITO 
1) C 2) C 3) C 4) D 5) B 6) D 7) A8) D 9) D 10) C 11) C 12) C 13) C 14) A15) B 16) C 17) D 18) A 19) D 20) B 
21) C22) B 23) D 24) C 25) A 26) A

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