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Exerćıcios - Espaços Normados e Banach Maio 2021 1 Exerćıcios 1.1 Atividade 1 1- Defina um espaço vetorial e dê exemplos. Solução: Dizemos que um conjunto V, não vazio, é um espaço vetorial (So- bre R) se, e somente se: I) Existe uma adição: (u, v)→ u+ v ∈ V com as seguintes propriedades: a) u+ v = v + u,∀, v ∈ V (comutativa) b) u+ (v + w) = (u+ v) + w,∀u, vew ∈ V (associativa) c) Existe um elemento neutro 0 ∈ V tal que u+ 0 = u,∀u ∈ V ; d) ∀u ∈ V , existe o oposto (simétrico) (−u) ∈ V tal que: u + (−u) = 0 II) Está definida uma multiplicação R× V → V (α, u)→ αu Satisfazendo as seguintes condições, ∀u, v ∈ V e∀α, β ∈ R : a) α(βu) = (αβ)u b) (α + β)u = αu+ βu c) α(u+ v) = αu+ αv d) 1u = u 1 Ex1 : V = R2 = {(x, y);x, y ∈ R} é um espaço vetorial com as operações de adição e multiplicação por um número real definidas usualmente: (x1, y1) + (x2, y2) = (x1 + x2, y1 + y2) α(x1, y1) = (αx1, αy1) 2- No exemplo 3 exiba pelo menos dois elementos do conjunto X e calcule a imagem desses elementos pelo operador em questão. Solução: Seja X o espaço vetorial de todos os polinômios sobre [a, b]. Vamos relembrar nossa definição: T : X −→ X x −→ Tx(t) = x′(t) Exemplo 1 Seja B : [a, b] −→ R agora vamos escolher um polinômio T (b(t) = (b(t))′ = (3t2 + 4t+ 1) = 6t+ 4 Logo é um operador linear. Exemplo 2 Segundo os mesmo definição da questão anterior. Seja D : [a, b] −→ R Dado o polinômio, tem-se 2 T (D(t)) = (D(t))′ = 2t+ 3t2 + t = 2 + 6t+ 1 = 6t+ 3 Logo o exemplo 2 é um operador linear. 3- No exemplo 4 exiba dois elementos de C[a, b] e calcule a imagem desses elementos pelo operador em questão. Solução: 1.2 Atividade 2 1- Encontre os espaços nulos dos exemplos 1, 2, 3 e 4. Solução: 2- Mostre que todo subespaço vetorial também é um espaço vetorial. Solução: Espaços vetoriais - Propriedades A3 - Existe 0 ∈ V tal que u+ 0 = u para todo u ∈ V . A4 - ∀ u ∈ V existe −u ∈ v tal que u+ (−u) = 0 Proposição: Sejam V espaço vetorial e W um subconjunto não va- zio de V , então W é um subespaço de V se, e somente se, as seguintes condições são satisfeitas: i) Se u, v ∈ W , então u+ v ∈ W ; ii) Se a ∈ R e u ∈ W , então au ∈ W . Demonstração: Se W é um subespaço de V , então claramente as condições (i) e (ii) são verificadas. Reciprocamente, suponhamos queW possua as propriedades (i) e (ii). Para mostrar que W é subespaço de V , precisamos somente verificar 3 que os elementos de W possuem as propriedades, A3 e A4. Tome um elemento qualquer u de W , o que é posśıvel pois W 6= 0. Pela condição (ii), au ∈ W para todo a ∈ R. Tomando a = 0, segue que 0u = 0 ∈ W e, tomando a = −1, segue que (−1)u = −u ∈ W . 3- Defina dimensão de um espaço vetorial. Solução: A dimensão de um espaço vetorial V é o número de elementos de uma base V , que denotamos por dim(V ). Se V não possui base, então dim(V ) = 0. 1.3 Atividade 3 1- Mostre que o operador identidade I(u) = u é injetivo. Solução: Dado uma aplicação Ix : V −→ W é injetora se dado u ∈ X, v ∈ V com Ix(u) = Ix(v), teremos u = v Em outras palavras, Ix é injetora se as imagens dos vetores distin- tos são iguais. Vamos mostrar que se Ix é injetora então N(t) = 0 De fato, Seja V ∈ N(Ix), isto é, Ix(V ) = 0 por outro lado, sabe-se que Ix(0) = 0 Logo T (V ) = T (0) Como T é injetora, por hipótese temos que v = 0 Portanto, o vetor zero é único lemento do núcleo, isto é, 4 N(T ) = 0 Sejam v1, v2 ∈ V tais que, Ix(v1) = Ix(v2) então, I(v1)− I(v2) = 0 ou, I(v1 − v2) = 0 e portanto, v1 − v2 ∈ N(I) Por hipótese, o único elemento do núcleo é o vetor 0, e portanto, v1 − v2 = 0, isto é, v1 = v2 Como I(v1) = I(v2)⇒ v1 = v2 Logo Ix é injetora 2- Mostre que a função constante f : R −→ R, f(x) = 5 não é inje- tiva? Solução: Para mostrarmos que uma função não é injetiva, basta encontrar- mos dois valores distintos para x, de forma que a imagem seja igual: x1 6= x2 ⇒ f(x1) = f(x2) Façamos x1 = 1 e x2 = 2 f(x1) = f(1) = 5 f(x2) = f(2) = 5 ∴ f(1) = f(2), com isso f(x) não é injetiva. Observe que por f ser uma função constante, sua imagem sempre será a mesma para qualquer x que escolhermos. 5 1.4 Atividade 4 1- Calcule as normas dos seguintes vetores: a) v = (1, 2, 3) Solução: Usando a propriedade de norma, temos ‖v‖ = ‖1, 2, 3‖ = √ 1+22 + 32 = √ 1 + 4 + 9 = √ 14 b) w = (3, 0,−2) Solução: Calculemos a norma de w ‖w‖ = √ 32 + 02 + (−2)2 ‖w‖ = √ 9 + 0 + 4 ‖w‖ = √ 13 c) q(x) = −x2, p(x) = x3 onde J = [1, 2]. Solução: Usando a propriedade de norma, temos ‖q(x)‖ = ‖ − x2‖ = max | − x2| = 2 x ∈ [1, 2] ‖p(x)‖ = ‖x3‖ = max |x3| = 2 x ∈ [1, 2] 1.5 Atividade 5 1- Calcule a imagem dos seguintes vetores usando o operador dife- renciação e calcule a norma de suas imagens: a) x1(t) = 3t 3 Solução: Calculemos o operador diferencial T (x1(t)): 6 T (x1(t) = x ′ 1(t) = (3t 3) = 9t2 Calculemos a imagem de T (x1(t)): Im(T (x1(t))) = {T (x1(t)); t ∈ R} = {(3t3)′ = 9t2; t ∈ R} Calculemos a norma de Im(T (x1(t))): ‖Im(T (x1(t)))‖ = √∫ 1 0 (9t2)2 dt = √ 81 · ∫ 1 0 t 4 dt = 9 · √ 1 5 t5 ∣∣∣∣1 0 = 9 · √ 1 5 · (1− 0) = 9 · √ 1 5 = 1√ 5 = 9 √ 5 5 b) x2(t) = 2t 2 + 5t+ 7 Solução: Calculemos o operador diferencial T (x2(t)): T (x2(t)) = x ′ 2(t) = (2t 2 + 5t+ 7) = (2t2)′ + (5t)′(7)′ = 4t+ 5 Calculemos a imagem de T (x2(t)): Im(T (x2(t))) = {T (x2(t)); t ∈ R} = {(2t2 + 5t+ 7)′ = 4t+ 5; t ∈ R Calculemos a norma de Im(T (x1(t))): ‖Im(T (x2(t)))‖ = √∫ 1 0 (4t+ 5)2 dt = √∫ 1 0 (16t 2 + 40t+ 25) dt = √ 16 3 + 20 + 25 = √ 151 3 2- Encontre um operador linear em qualquer espaço de dimensão fi- nita. Solução: Se o espaço V tem uma dimensão finita n, então L(V, V ) também tem dimensão finita n2. Portanto, o conjunto de n2 + 1 operadores {IV , T, ..., T n 2} é linearmente dependente. Logo, existem escalares a0, a1, ..., an2, não nulos, tais que a0IV + a1T + ... + an2T n2 = 0. Ou seja, existe um polinômio não-nulo p(x) tal que p(T ) = 0 7 1.6 Atividade 6 1- Seja F : R3 −→ R2 definida por F (x, y, z) = (z + x+ y). Este operador é linear? Este operador é limitado? (Sugestão: utilize o teorema 1 que fala de dimensão finita) Este operador é cont́ınuo? Solução: Primeiro vamos verificar se o operador é linear Seja F (x, y, z), dado u = (x1, y1, z1), v = (x2, y2, z2) ∈ R3 usando as definições de linearidade F (u+v) = F (x1+x2, y1+y2, z1+z2) = ((z1+z2)+(x1+x2)+(y1+y2)) = ((z1 + x1 + y1) + (z2 + x2 + y2)) = F (x1, y1, z1) + F (z2, x2, y2) = F (u) + F (v) Seja α ∈ R F (αu) = F (α(x1, y1, z1)) = F (αx1, αy1, αz1) = (αx1, αy1, αz1) = α(x1, y1, z1) = αF (x1, y1, z1) = αF (u) Portanto F (x, y, z) é um operador linear. Agora vamos verificar se F (x, y, z) é limitada, usando a desigual- dade de Cauchy-Schwarz, temos F (x, y, z) = |z + x+ y| = |(x, y, z) · (1, 1, 1)| ≤ ‖(x, y, z)‖ · ‖(1, 1, 1)‖ com c = (1, 1, 1), então |F (x, y, z)| ≤ C · ‖x, y, z‖ ‖F‖ = supx∈D(T )|f(x)| ≤ (1, 1, 1) logo |F (w)| ‖w‖ ≤ supx∈D(T ) w 6=0 |F (x)| ‖x‖ = ‖F‖ 2- Seja F : R −→ R2 definida por 8 F (x) = (x, 2). Este operador é linear? Este operador é limitado? (Sugestão: utilize o teorema 1 que fala de dimensão finita) Este operador é cont́ınuo? Solução: Primeiro vamos verificar se o operador é linear Seja x1, x2 ∈ R, temos que F (x1, x2) = (x1 + x2, 2) Perceba que não obedeceu a condição de linearidade. F (x1, x2) = (x+x2, 2) 6= F (x1) + F (x2) pois F (x1) + F (x2) = (x1, 2) + (x2, 2) = (x1 + x2, 2 + 2) = (x1 + x2, 4) Portanto F (x) não é um operador linear, logo também não é ope- rador limitado, nem cont́ınuo. 3- Relembre a desigualdade de Cauchy-Schwarz e escolha alguns ve- tores e calcule o lado esquerdo e o lado direito dessa fórmula, isto é, o produto interno entre estes vetores e as suas respectivas normas. Solução: Se V é um espaço vetorial euclidiano, então: |〈u, v〉| ≤ ‖u‖ · ‖v‖, ∀u, v ∈ VDemonstração: Se v = 0, então 〈u, v〉 = 0 e ‖u‖ · ‖v‖ = 0. Logo tem-se uma igualdade neste caso. Suponhamos v 6= 0. Para todo α ∈ R vale a desigualdade ‖u+ αv‖2 ≥ 0. Dáı, 0 ≤ ‖u+ αv‖2 = 〈u+ αv, u+ αv〉 = 〈u, u〉+ 〈u, αv〉+ 〈αv, u〉+ 〈αv, αv〉 = ‖u‖2 + α〈u, v〉+ α · 〈v, u〉+ α2‖v‖2 = ‖v‖2α2 + 2〈u, v〉α + ‖u‖2 9 Obtivemos assim um trinômio do segundo grau em α (pois ‖v‖2 6= 0) o qual é sepre positivo. Logo seu discriminante deve ser negativo ou nulo: 4〈u, v〉2 − 4‖v‖2‖u‖2 ≤ 0 Portanto, 〈u, v〉2 ≤ ‖u‖2‖v‖2 Finalmente considerando a raiz quadrada positiva de cada um dos membros desta última igualdade |〈u, v〉 ≤ ‖u‖ · ‖v‖ 1.7 Atividade 7 1- Mostre as seguintes igualdades: • 〈αx+ βy, z〉 = α〈x, y〉+ β〈y, z〉 Solução: Considerando x = (x1, x2), y = (y1, y2) e z = (z1, z2) αx = (αx1, αx2) e βy = (βy1, βy2) Logo, αx+ βy = (αx1 + βy1, αx2 + βy2) Assim temos, 〈αx+ βy, z〉 = (αx1 + βy1) · z1 + (αx2 + βy2) · z2 = αx1z1 + βy1z1 + αx2z2 + βy2z2 = αx1z1 + αx2z2 + βy1z1 + βy2z2 = α(x1z1 + x2z2) + β(y1z1 + y2z2) Portanto, vale a igualdade α〈x, z〉+ β〈y, z〉 • 〈x, αy〉 = α〈x, y〉 Solução: Seja, 10 〈x, αy〉 = 〈αy, x〉 = α〈y, x〉 = α〈x, y〉 • 〈x, αy + βz〉 = α〈x, y〉+ β〈x, z〉 Solução: Considerando x = (x1, x2), y = (y1, y2) e z = (z1, z2) αy = (αy1, αy2) e βz = (βz1, βz2) Logo, αy + βz = (αy1 + βz1, αy2 + βz2) Assim temos, 〈x, αy + βz〉 = x1 · (αy1 + βz1) + x2 · (αy2 + βz2) = αx1y1 + βx1z1 + αx2y2 + βx2z2 = αx1y1 + αx2y2 + βx1z1 + βx2z2 = α(x1y1 + x2y2) + β(x1z1 + x2z2) Portanto, vale a igualdade α〈x, y〉+ β〈x, z〉 • ‖x+ y‖2 + ‖x− y‖2 = 2 · (‖x‖2 + ‖y‖2) Solução: ‖x+y‖2+‖x−y‖2 = ‖x‖2+2(‖x‖·‖y‖)+‖x‖2+‖x‖2−2(‖x‖·‖y‖)+‖y‖2 = ‖x‖2 + ‖x‖2 + ‖y‖2 + ‖y‖2 = 2 · ‖x‖2 + 2 · ‖y‖2 = 2 · (‖x‖2 + ‖y‖2) 1.8 Atividade 8 1- Se x é ortogonal a y em um espaço produto interno X, mostre que ‖x+ y‖2 = ‖x‖2 + ‖y‖2 Solução: 11 ‖x+ y‖2 = ‖x‖2 + ‖y‖2 ⇔ 〈x+ y, y + x〉 = 〈x, x〉+ 〈y, y〉 ⇔ 〈x, x〉+ 〈x, y〉+ 〈y, x〉+ 〈y, y〉 = 〈x, x〉+ 〈y, y〉 ⇔ 2 · 〈x, y〉 = 0 ⇔ 〈x, y〉 = 0 2- Mostre que em um espaço produto interno X, vale a seguinte igualdade 〈x, 0〉 = 0 para todo x ∈ X. Solução: Vamos mostrar que o espaço produto interno vale a seguinte igual- dade. Seja x ∈ X, temos 〈x, 0〉 = 〈x, 0 · x〉 = 〈0 · x, x = 0 · 〈x, x〉 = 0 · ‖x‖2 = 0 3- Mostre que se H é um espaço de Hilbert e Y é fechado, então Y é completo. Solução: Suponhamos que Y seja completo, então para cada x ∈ Ȳ (onde Ȳ indica o fecho de Y ), existe uma sequência (xn)n∈N em Y que converge para x ∈ X. Visto que (xn) é Cauchy e Y é completo (xn) converge em Y , pela unicidade do limite x ∈ Y Reciprocamente, seja Y fechado e (xn) uma sequência de Cauchy em Y . Então xn → x ∈ N, que implica x ∈ Ȳ e assim x ∈ Y , pois Y = Ȳ por hipótese. Logo a sequência de Cauchy arbitrária converge em Y , o que para a completude de Y . 4- Mostre que em um espaço produto interno vale a seguinte igualdade para todo n ∈ N 〈 n∑ i=1 xi, z 〉 = n∑ i=1 〈xi, z〉 Solução: 12 1.9 Atividade 9 1- Seja V um espaço vetorial euclidiano, dados u e v ∈ V (v 6= 0) e k = 〈u, v〉 ‖v‖2 , mostrar que u− kv é ortogonal a v. Solução: u− kv é ortogonal a v se 〈u− kv, v〉 = 0 ou (u− kv) · v = 0 Calculando 〈u− kv, v〉, temos: 〈u− kv, v〉 = 〈u, v〉+ 〈−kv, v〉 = 〈u, v〉 − k · 〈v, v〉 = 〈u, v〉 − 〈u, v〉 · ‖v‖ 2 ‖v‖2 〈u, v〉 − 〈u, v〉 = 0 ou equivalentemente (u− kv) · v = uv − kv2 = uv − 〈u, v〉 ‖v‖2 · v2 = u · v − 〈u, v〉 · ( v ‖v‖ )2 = u · v − u · v · 1 = u · v − u · v = 0 Portanto, (u− kv) é ortogonal a v 2- Considere no R3 o produto interno usual. Determine m ∈ R de modo que sejam ortogonais os vetores u = (1,m+ 1,m) e v = (m− 1,m,m+ 1) Solução: Para que os vetores u e v sejam ortogonais, bata que 〈u, v〉 = 0 Vamos calcular o produto interno entre u e v 13 〈u, v〉 = 1 · (m− 1) + (m+ 1) ·m+m · (m+ 1) = m− 1 +m2 +m+m2 +m = 2m2 + 3m− 1 resolvendo a seguinte equação = 2m2 + 3m− 1 = 0 encontramos como solução m1 = −3 + √ 17 4 e m2 = −3− √ 17 4 3- Mostrar que se u e v são vetores de um espaço euclidiano tais que ‖u+ v‖ = ‖u− v‖ então u e v são ortogonais. Solução: 14
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