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Unidade III O Raciocínio e a Velocidade

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Prévia do material em texto

História da 
Arte Moderna 
O Raciocínio e a Velocidade 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Conti
5
Nesta unidade você vai compreender como e quando surgiram as vanguardas artísticas 
europeias, denominadas de Cubismo e Futurismo. Entenderá como se deu a influência da 
arte africana no Cubismo e saberá como o Futurismo se impôs ao mundo, a partir de um 
manifesto escrito por um poeta italiano.
Abordar a importância do Cubismo e do Futurismo para a Arte Moderna, 
fazer reconhecer seus artistas, contextos, especificidades e características; 
facilitar o aprendizado estético entre os dois temas.
O Raciocínio e a Velocidade 
 · Introdução
 · O Cubismo
 · O Futurismo
6
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Contextualização
É muito comum encontrarmos pessoas que dizem adorar as obras cubistas de Pablo Picasso, 
e outras, ao contrário, odiá-las. E você, qual é a sua opinião? Conhece algum aspecto sobre 
essa vanguarda artística? Independentemente de sua relação com o Cubismo, vou colocar-lhe 
em contato com essa arte, partindo primeiramente do convite para assistirmos ao vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=2JcI5yxOd8c
E agora, o que tem a dizer sobre o conteúdo do vídeo? E o Cubismo como um todo? Você 
conseguiu saber brevemente como Picasso e Braque revolucionaram a arte de seu tempo? 
Com esse espírito revolucionário, o Cubismo chegou para ficar, como uma espécie de divisor 
de águas das questões estéticas da Arte Moderna.
Além disso, você saberá neste módulo que outra vanguarda, também altamente revolucionária 
surge na Itália: o Futurismo. Mas, para iniciar a viagem por esse conhecimento, a proposta 
agora é outra seção de vídeo. Vamos ver? Então acesse aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=vo-QiK0vm_k
Que tal? Viu como o termo manifesto foi citado? Se no Cubismo ouve-se falar muito de 
Picasso, no Futurismo iremos ouvir falar de Marinetti, com o seu violento manifesto. Agora que 
você já tem um pequeno panorama sobre os dois movimentos - Cubismo e Futurismo - vamos 
ampliar esse conhecimento.
7
Introdução
A primeira década do Século XX foi extremamente frutífera. Entre os diversos acontecimentos, 
houve o surgimento das correntes artísticas modernistas. E, nesse fluxo, aparecem na Europa, 
mais dois importantes movimentos de vanguarda: o Cubismo e o Futurismo, que vieram com 
fortes visões, para mudar os rumos da Arte Moderna daquele momento em diante. Tudo isso, 
num período de grande progresso industrial, econômico, científico e social. 
Para você ter uma ideia, em 1905, Albert Einstein publica sua teoria da relatividade, lançando 
o conceito de espaço-tempo unificados. Entre outras invenções, em 1903 a França fabrica mais 
de 30 mil automóveis; a fotografia, o cinema e o trem já estavam em uso e em 1906 Santos 
Dumont cria o avião 14-bis. 
Certamente todas essas novidades tecnológicas encantam o mundo moderno e motivam o 
espírito criador dos artistas. A arte dos Impressionistas, assim, também a de Paul Cézanne, Van 
Gogh e Gauguin, entre outros tantos, estava em pleno vigor e debate; o Expressionismo e o 
Fovismo acabavam de ser criados e assim, nesse cenário de muita inquietação e criatividade, 
Pablo Picasso e Georges Braque criam o Cubismo, em 1908, na França. Um ano depois, 
em 1909, na Itália, inaugura-se o Futurismo. Vamos conhecer esses dois importantíssimos 
movimentos? 
8
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
O Cubismo
Você sabia que a maior inspiração para a arte cubista foi a obra do artista Paul Cézanne? Pois 
é verdade! Veja o trecho que ele escreveu, numa carta de 1904:
É preciso “tratar a natureza conforme o cilindro, a esfera, o cone, 
o conjunto posto em perspectiva”, e pretendeu-se ver nessa 
frase uma antecipação teórica do Cubismo, movimento que 
inquestionavelmente descende de sua pintura, mas interpreta-a em 
sentido racionalista. (ARGAN, 1992, p. 112).
A pintura discretamente geometrizada criada por Cézanne, foi um dos elementos mais 
importantes na pesquisa cubista. Veja esses elementos na imagem abaixo:
Mont Sainte-Victoire, Paul Cézanne 1902-1904.
Percebeu que há pequenos e discretos cubos, cilindros e esferas nessa pintura? Muito bem! 
Além do geometrismo que Cézanne deixou como lição, Picasso também aprendeu muito com 
outras pesquisas: as formas simbólicas e distorcidas da arte africana. Sobretudo com as máscaras 
ritualísticas e as esculturas. Sensibilizado com esses objetos vindos da África, Picasso chegou a 
colecionar algumas peças. 
9
Conforme Farthing, (2011, p. 393) “a França estava colonizando a África e a mídia estava 
repleta de histórias exóticas (...) e muitos artistas do fauvismo colecionavam máscaras e estátuas 
africanas”. Como, por exemplo, Henri Matisse e Maurice Vlaminck. O fato é que a novidade 
virou uma espécie de “moda” nos ambientes de discussão entre pintores de olhar atento para 
as pesquisas estéticas. Uma vez que: 
O período mais generalizado de descoberta da arte africana pelos 
artistas europeus pode ter situado entre 1907 e 1910. A então 
recente fundação de uma série de museus etnográficos, em diversos 
países da Europa, contribuiu bastante para essa súbita eclosão 
de notável interesse de artistas e intelectuais europeus pela arte 
africana. (BARROS, 2011, p. 39).
A arte africana trouxe para os artistas europeus um frescor criativo e uma novidade estética 
que faltava naquele cenário de vanguardas, mas ainda de tradição naturalista. Veja abaixo a 
imagem de uma dessas máscaras:
Gabão - África. Artista desconhecido. Máscara Fang, utilizada para cerimônia. Século XIX
Mas foi Picasso, de olhar mais atento, quem deu o foco e o salto maior. Em 1907 criou a 
obra Les Demoiselles d’Avignon, que significa: As meninas de Avignon. Ou, as prostitutas da 
rua Carrer Avinyó, prostíbulo de um bairro mal afamado de Barcelona. Avignon é o modo 
como se pronuncia na França. Les Demoiselles d’Avignon foi considerada a obra percussora do 
Cubismo. Veja a imagem a seguir:
10
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Les Demoiselles d’Avignon (1907), Pablo Picasso.
Veja, também, como foi o estudo da pintura, nesse vídeo: 
http://youtu.be/N0uqcawUGa0
O que você achou da obra e do vídeo? Notou que, de fato, Picasso se apropria com clareza 
da estética das máscaras? Muito bem! Mas isso foi só o começo. Porque outro artista, Georges 
Braque, inspirado na geometria de Cézanne, exibe em 1908, na Galeria Kahnweiler de Paris, 
algumas paisagens, cujas formas da natureza eram totalmente geométricas. Veja a imagem: 
Maisons à l’Estaque (1908), Georges Braque.
11
Foi nessa pintura que Georges Braque:
Transformou os troncos de árvores em cilindros; as casas em 
verdadeiros cubos. As formas estavam reduzidas aos seus elementos 
geométricos básicos. Um crítico, Louis Vauxcelles, o mesmo da 
denominação fovista, comentando as paisagens, chamou-as de 
cubos, cúbicas. (...) A palavra também pegou, consagrou-se e 
universalizou-se. A nova pintura havia sido batizada. As pesquisas 
e experiências de Picasso e Braque começaram a interessar 
outros pintores. Entre 1910 e 1911, aderiram ao Cubismo Robert 
Delaunay, Auguste Herbin, Fernand Léger, Henri de Fauconnier, 
André Lhote, Jean Metzinger, Gino Severini, Francis Picabia, Roger 
de La Fresnay, Jacques Villon, Marcel Duchamp, Diego Rivera, Piet 
Mondrian e os escultores Alexander Archipenko e Louis Marcoussis. 
(CAVALCANTI, 1978, p. 127-128).
Vamos ver mais obras de Georges Braque em: 
https://www.youtube.com/watch?v=CQtoFNqwqRM
Gostou? Vamos então compreender o quê os cubistas faziam? Partiremos do princípio de que 
esses artistas eram conhecedores da teoria da relatividade de Einstein e do conceito de espaço-
tempo unificados. Com essa informação em mente, somando-se com a lição de Cézanne e a 
influência da arte africana, os artistas do Cubismo rompem definitivamente com a ideia de arte 
que imita fielmente a natureza e lançaram uma pintura visual e intelectual.O que isso significa? é a pintura que com cores e planos revela interpretando cubicamente os 
ângulos que os olhos observam, num objeto representado. E, ao mesmo tempo, os não vistos, 
mas sabemos intelectualmente que existem. Assim, o artista cubista mostra ao mesmo tempo, 
todos os lados da figura, unificando-a cubicamente no tempo e no espaço da tela. 
Esse fazer artístico se dava, conforme Cavalcanti (1978, p. 129) “de modo arbitrário, sem 
obediência ou fidelidade à estrutura do objeto representado, mas conforme a imaginação ou 
as exigências da sensibilidade do artista”. Portanto, a liberdade expressiva e a imaginação foi 
tão a fundo que, na primeira fase de 1908 a 1911, o Cubismo foi chamado de Analítico, uma 
vez que tomado pela emoção inicial da descoberta, a decomposição da figura foi levada tão ao 
extremo que quase chega à abstração total da imagem. Nesse período, as obras de Picasso e de 
Braque são muito semelhantes. Fato este que causou severa crítica aos dois.
A reação de Picasso e Braque foi a retomada dos estudos da obra de Cézanne e a construção 
de um novo Cubismo. Dessa vez, mais simplificado, mantendo a distorção e a geometrização, 
mas restabelecendo a imagem visual e assim, a segunda fase denominou-se de Sintético, 
inicia-se em 1911 e vai até 1914. O pintor Juan Gris inicia sua trajetória e é considerado o 
melhor cubista sintético. Veja uma de suas pinturas na imagem a seguir: 
12
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Retrato de Pablo Picasso (1912), Juan Gris.
Vamos ver mais obras de Juan Gris em: 
https://www.youtube.com/watch?v=wOlJ2CeStV4
Para além da fase sintética, no ano de 1914, última fase do Cubismo, surgem na pintura de 
Picasso e de Braque novos elementos. Os dois inserem letras e palavras tipográficas em suas 
composições. E mais ainda, de acordo com Cavalcanti (1978, p. 133), “Braque passou a colar nos 
seus quadros, inicialmente, pedaços de papel colorido ou de jornal e, posteriormente, de madeira, 
metal e diferentes materiais, em lugar de procurar imitá-los”. Certamente a inserção desse materiais 
no quadro anunciam novas propostas que se desdobrarão em outras vanguardas, anos à frente.
Assim, o Cubismo fascinou muitos outros pintores. Vamos conhecer 
alguns dos citados? 
• Robert Delaunay: ............. https://www.youtube.com/watch?v=T95GGeoltbc
• Auguste Herbin: ............... https://www.youtube.com/watch?v=YPgs0X7ZaAI
• Fernand Léger: .................. https://www.youtube.com/watch?v=_GBZ_QNwfdQ
• André Lhote: ..................... https://www.youtube.com/watch?v=H5wVSTOBx38
• Jean Metzinger: ................ https://www.youtube.com/watch?v=ak_-7FzHD64
• Alexander Archipenko: ... https://www.youtube.com/watch?v=V8qrmpc19Gg
• Louis Marcoussis: ............ https://www.youtube.com/watch?v=jk782vqX7fs
13
Com esse passeio que acabamos de fazer por meio das imagens e vídeos, para conhecer 
os artistas do Cubismo, é importante saber que esse movimento chegou também ao Brasil, e 
aparece nas obras dos seguintes artistas: Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro, Tarsila do 
Amaral, e todos aqueles componentes da arte abstrata geométrica brasileira. 
Veja esse belo vídeo com obras de muitos desses artistas: 
https://www.youtube.com/watch?v=2JcI5yxOd8c
Bacana esse vídeo não é verdade? Ele dá um bom panorama sobre o Cubismo, suas fases 
e importância para a Arte Moderna. Com ele finalizamos essa vanguarda e partiremos agora 
para o Futurismo.
14
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
O Futurismo
Quem diria que um jovem de 33 anos de idade poderia fazer o estardalhaço que Filippo 
Tommaso Marinetti fez na Europa, em 1909. Primeiramente, ele não era artista plástico, mas 
poeta e romancista, vivendo em Milão, na Itália. Suas primeiras obras foram poemas que 
escreveu para revistas literárias e, mais tarde, para sua própria revista de nome: Poesia. 
Rapaz intelectual, ousado, de personalidade corajosa, provocativa, polêmica, e estrategista; 
exausto de ver os acontecimentos artísticos mais importantes surgirem recorrentemente em 
Paris, de uma hora para a outra, resolveu reivindicar para seu país, a Itália, uma elite da Arte 
Moderna. Conseguiu!
E não há como não admirar sua ousadia. Ali estava ele, um poeta 
e escritor, não muito conhecido fora da vanguarda italiana, que 
decidiu publicar seu manifesto num jornal - na primeira página. 
E não se tratou de um jornalzinho local sem importância, ou 
mesmo de um jornal publicado em sua Itália natal (que já cobrira 
suas proclamações futuristas). Não; no sábado, 20 de fevereiro de 
1909, Marinetti apresentou seu Manifesto futurista ao mundo por 
meio do jornal mais famoso da França, Le Fígaro. Foi um lance 
precoce, calculado e brilhante. Marinetti sabia que a única chance 
de fazer suas ideias serem notadas pela elite artística e intelectual 
internacional seria ir para o quintal deles - Paris. (GOMPERTZ, 
2013, p. 156).
O título do manifesto foi o seguinte: Le Futurisme, ou O Futurismo. Sua introdução já começa 
agressiva e esse documento compôs-se de onze decisivos pontos. Veja abaixo, uma seleção que 
fiz de alguns trechos:
1. Queremos cantar o nosso amor do perigo. 2. A coragem, a 
audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia. 3. 
Queremos exaltar o movimento agressivo, (...) a velocidade, o salto 
mortal, a bofetada e o murro. 4. Afirmamos que a magnificência do 
mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. 
(...) Um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é 
mais belo que a Vitória de Samotrácia. 9. Queremos glorificar a 
guerra - a única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, 
o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais 
se morre. 10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as 
academias de todo tipo. 11. É da Itália que lançamos ao mundo 
este manifesto de violência arrebatadora e incendiária com o 
qual fundamos o nosso Futurismo (...) Há muito tempo a Itália 
vem sendo um mercado de belchiores. Queremos libertá-la dos 
incontáveis museus (...) Museus: cemitérios!... Idênticos, realmente, 
pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não se conhecem. 
15
(...) Bem-vindos, pois, os alegres incendiários (...) Ei-los! Ei-los!... 
Aqui! Ponham fogo nas estantes das bibliotecas!... Desviem o curso 
dos canais para inundar os museus!... Oh, alegria de ver flutuar 
à deriva, rasgadas e descoradas sobre as águas, as velhas telas 
gloriosas!... Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e 
destruam sem piedade as cidades veneradas! (...) Nossos corações 
não sentem nenhuma fadiga, porque estão nutridos de fogo, de 
ódio e de velocidade!... (apud CHIPP, 1996, pp. 290-292).
fonte: Wikimedia Commons
A Vitória de Samotrácia é uma 
escultura que foi descoberta 
em 1863, na ilha grega de 
Samotrácia; estava dividida 
em várias peças e representa, 
conforme Janson (1996, p.64) 
“a deusa da vitória que acabou 
de pousar na proa de um navio 
de guerra; suas grandes asas têm 
uma grande abertura, e ela ainda 
se mantém parcialmente no ar 
graças ao forte vento contrário”. 
Foi construída para ser vista por 
baixo, por isso fica no alto de 
uma escadaria do Louvre.
Você se assustou com o manifesto? Parece que Marinetti estava louco, você não acha? Essa 
mesma reação tiveram os artistas e intelectuais da França, tratando logo de ignorar o poeta e 
o chamando de sedento por publicidade e um alguém que quer “aparecer”. Mas essa crítica 
francesa não apagou as ideias de Marinetti. 
O fato é que o Manifesto futurista pegou e se ampliou. O mundo tomou conhecimento do 
documento e em pouco tempo ele realmente influenciou, incendiou e abalou as estruturas do 
mundo moderno.
Você pode se perguntar: e as artes plásticas italianas, onde aparecem nessa história? Calma! 
Não demorou muito! Um ano após o lançamento de seu manifesto, Marinetti (Gompertz, 2013, 
p. 159) recrutou os artistas italianos Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini e Giacomo 
Balla, para ilustrar suas teses, que falavam dabeleza e do movimento agressivo das máquinas. 
Os artistas teriam que ilustrar de alguma forma o dinamismo da vida moderna. Nesse exercício 
de criação, identificaram-se profundamente com as ideias de Marinetti e com o apoio desse 
efervescente poeta, lançaram, em 1910:
16
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Pintura futurista: Manifesto técnico
Ou simplesmente: o Manifesto da pintura futurista. Esse documento foi assinado pelos pintores: 
Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini, Giacomo Balla e Luigi Russolo, proclamando:
1. Que o complementarismo congênito é uma necessidade 
absoluta na pintura, como o verso livre da poesia e como 
a polifonia na música;
2. Que o dinamismo universal deve ser traduzido como 
sensação dinâmica;
3. Que na interpretação da natureza ocorrem sinceridade e 
virgindade; 
4. Que o movimento e a luz destroem a materialidade dos 
corpos. (CHIPP, 1996, p. 296).
Veja abaixo o exemplo de uma pintura futurista:
“A cidade se levanta” (1910), Umberto Boccioni.
Podemos ver que Umberto Boccioni cria uma pintura que demonstra ideia 
de movimento e dinamismo. Presentes nesses violentos traços coloridos, 
que dão a impressão de uma ventania. Agora veja os vídeos de:
 ·Umberto Boccioni: ......https://www.youtube.com/watch?v=ThnvQbkrLNc
 ·Carlo Carrà: .................https://www.youtube.com/watch?v=HbGGROkcKqo
 ·Gino Severini: ..............https://www.youtube.com/watch?v=LydMVUcSQTU
 ·Giacomo Balla:............https://www.youtube.com/watch?v=AbmdTjdlZSQ
O que você achou dos vídeos? Percebeu que os artistas não estavam para brincadeira? 
Mas voltando aos manifestos, essa moda pegou firme; tanto é verdade que Umberto Boccioni 
aproveita a onda e lança, em 1912:
17
O Manifesto técnico da escultura futurista 
Esse manifesto apresenta nove pontos. Entre eles, veja alguns:
1. Proclamar que a escultura se baseia na reconstrução abstrata 
dos planos e dos volumes que determinam as formas, e não o 
seu valor figurativo.
2. Abolir na escultura, como em qualquer outra arte, a sublimidade 
tradicional dos motivos. 
3. Afirmar a necessidade absoluta de servir-se de todas as realidades 
para voltar aos elementos essenciais da sensibilidade plástica. 
4. Negar a exclusividade de uma matéria para a inteira construção 
de um conjunto escultórico. 
9. A coisa que se cria nada mais é que a ponte entre o infinito plástico 
exterior e o infinito plástico interior. (CHIPP, 1996, pp. 307-308).
Nota-se claramente que a proposta estética dos futuristas está voltada para o processo, a 
tecnologia, a continuidade, o movimento, a velocidade. Vejamos na imagem abaixo, a escultura 
do próprio Umberto Boccioni:
“Formas Únicas de Continuidade no Espaço” (1913), Umberto Boccioni/Wikimedia Commons
Formas Únicas de Continuidade no Espaço, nos remete a uma figura humana robótica, em 
ação, correndo. Boccioni foi muito feliz em empregar seus blocos de bronze na escultura, para 
dar a ideia de movimento em continuidade no espaço ambiental. Você concorda?
18
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
E desse modo, os artistas futuristas apresentam pinturas e esculturas com temáticas que nos 
remetem a máquinas, locomotivas ou corpos em constante trânsito. Ficando para trás aquela 
representação estática, anteriormente produzida pelos cubistas. Como nos diz Gompertz (2013, 
p. 159) “o futurismo era o cubismo em velocidade”. 
Certamente Marinetti conseguiu o foco e os olhos do mundo para a Itália. Com esse sucesso 
todo, juntaram-se aos futuristas, artistas de outros países e de outras linguagens da arte, em 
tempos diferentes. Aderiram profissionais da música, do cinema, do teatro e da arquitetura. 
Todos queriam ser futuristas.
Explore
Na música, já pertencia ao grupo Luigi Russolo. Ele acreditava 
que a vida moderna era acompanhada de ruídos, portanto tinha 
que produzir música futurista ruidosa. Veja o vídeo com a produção 
desse artista, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=1WtCCunp6Bw
Que música foi essa que Russolo criou? 
O cinema futurista pode ser visto por exemplo, no filme Thais:
https://www.youtube.com/watch?v=7n15v0mou7o
Gostou do filme ou achou muito estranho?
O teatro futurista, veja a peça Vengono:
https://www.youtube.com/watch?v=eG8ixJiO7fs
E essa peça teatral? Até nos parece contemporâneo, não acha?
Na arquitetura temos Antonio Sant’Elia, veja um exemplo se seu desenho na imagem abaixo:
Antonio Sant’Elia, Desenho: Estação ferroviária e aeroporto daLa Città Nuova (Cidade Nova), 1914.
19
Esse desenho arquitetônico parece mais uma construção dos dias de hoje, você não acha? Ele 
lembra bem uma máquina em plena atividade, concorda? Muito bem! Mas o tempo foi passando e 
o futurismo também passou. Assim como suas propostas, voou. Durou pouco até que:
Em fins de 1914 a primeira fase do futurismo chegava ao seu 
termo. Muitos dos seus partidários originais começaram a criticar-
se mutuamente, protestando também contra a constante pressão 
exercida por Marinetti. Com a entrada da Itália na Guerra, em 1915, 
ardentemente defendida por Marinetti e seus companheiros, toda 
atividade artística efetiva cessou. Boccioni e Sant’Elia foram mortos 
na guerra e Russolo foi seriamente ferido. (...) O novo futurismo 
passou a identificar-se com o fascismo. (CHIPP, 1996, p. 287).
Filippo Marinetti, com as habilidades literárias que tinha e a desenvoltura para a publicidade, 
acabou ajudando em 1919, a escrever o seguinte: 
O Manifesto fascista
Esse manifesto ocorre: 
Exatamente dez anos após publicar seu Manifesto futurista. Ele faz 
amizade com Mussolini e até disputou uma cadeira no Parlamento em 
1919 (sem sucesso) numa chapa fascista. Deve-se dizer que na visão 
de Marinetti, o fascismo era significativamente diferente da entidade 
venosa que se tornou. E essas diferenças logo se manifestaram, o 
que levou Marinetti a sair pela tangente. Mas ele permaneceu leal a 
Mussolini, defendendo-o resolutamente em público. (...) Dizer que o 
futurismo levou diretamente ao fascismo seria um exagero. Por outro 
lado, ignorar aquele tempo em que a arte influenciou a política de 
maneira tão surpreendente e calamitosa seria evitar uma verdade 
inconveniente. O futurismo estará para sempre inextricavelmente 
ligado ao fascismo. (GOMPERTZ, 2013, p. 166).
Com essa citação da relação entre arte e política, chegamos ao final de mais dois importantes 
movimentos das vanguardas do Século XX: o Cubismo e o Futurismo, escolas estas, que 
deixaram grandes lições para a arte moderna e contemporânea. Mas a nossa política aqui é 
fazer você ficar cada vez mais interessado pelas propostas que os artistas depois do futurismo 
nos apresentaram. Para isso, nos encontramos no próximo módulo. Até Lá!
20
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Material Complementar
Livros:
Cubismo
Autor: David Cottington, tradução Luiz Antônio Araújo. 
Coleção: Tate - movimentos da arte moderna. 
Editora Cosac & Naify.
Futurismo
Autor: Richard Humphreys, tradução Luiz Antônio Araújo. 
Coleção: Tate - movimentos da arte moderna. 
Editora Cosac & Naify.
Sites com imagens de artistas cubistas brasileiros:
Lasar Segall: ...................... http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8580/lasar-segall
Vicente do Rego Monteiro: ..... http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8953/vicente-do-rego-monteiro
Tarsila do Amaral: ................. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa824/tarsila-do-amaral
Museu:
Guggenheim - Coleção de Georges Braque:
http://www.guggenheim.org/new-york/collections/collection-online/artists/851
Sites de artistas:
Pablo Picasso: ............................... http://www.picasso.fr/us/picasso_page_exhibitions-museums-books-auctions.php
Cinema futurista: . http://www.loucosporfilmes.net/2014/02/10-filmes-futuristas-que-voce-deve-ver-1.html#.VLFd7fldXT8
21
Referências
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: Com 123 ilustrações.Rio de janeiro: Jorge 
Zahar Editor, 2000.
Bibliografia Complementar
BELL, J. Uma Nova História da Arte . São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DEMPSEY, A. Estilos, Escolas e Movimentos: Guia Enciclopédico da Arte Moderna. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2005.
SCHAPIRO, M. Arte Moderna: Século XIX e Xx: Ensaios Escolhidos. ,v. , São Paulo: Edusp, 1996.
HARRISON, C. Primitivismo, Cubismo, Abstração: Começo do Século XX. São Paulo: 
Cosac & Naify, 1998.
LITTLE, S. Ismos. Entender a Arte. Lisboa: Lisma, 2006.
Webgrafia
BARROS, J. D. As influências da arte africana na arte moderna. Revista Afro-Ásia, 44 
(2011), 37-95. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/AA_44_JABarros.pdf
22
Unidade: O Raciocínio e a Velocidade 
Anotações

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