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Embriologia Primeira semana GESTACIONAL CAPACITAÇÃO No processo de capacitação, os espermatozoides já maduros adquirem capacidade de fertilizar o oócito. ∴ após maturação no epidídimo > ativação no trato reprodutor feminino (capacitação): ❖ Alterações estruturais e funcionais no sptz: maior a�nidade aos receptores na ZP. ❖ Con�rmação do processo bem sucedido: hiperativação dos sptz > padrão de batimento vigoroso dos �agelos (chicotadas). ALTERAÇÕES FUNCIONAIS E ESTRUTURAIS NA MP DO ESPERMATOZOIDE: ● Maior atividade adenilciclase > maiores níveis de AMPc. ● Elevada taxa de fosforilação de tirosina (marcador bioquímico da capacitação). ● Ativação dos canais de Ca+2 : níveis intracelulares elevados ● Liberação dos glicoconjugados do líquido seminal pela cabeça do sptz: permitindo a ligação aos receptores da ZP. Os glicosídeos (fatores de capacitação) são acrescentados durante a maturação e inibem a ligação nos ZPr. ● Modi�cação extensa na MP: remoção do colesterol - inibidor predominante da capacitação) e redistribuição de fosfolipídios e carboidratos. Fertilização Geralmente ocorre na ampola da tuba uterina. Apenas algumas centenas dos milhões de espermatozoides em um ejaculado alcançam o local de fertilização. 1. Antes de fertilizar o oócito secundário: O sptz torna-se hiperativado. A reação de hiperativação é promovida pelo súbito in�uxo de Ca+2 na cauda dos sptz. A MP da cauda do espermatozoide possui proteínas transmembrana de Ca+2 (CatSpears) - expressas exclusivamente na cauda. O in�uxo de Ca+2. possibilita uma motilidade mais e�ciente no ambiente viscoso da tuba uterina. A hiperatividade é necessária para romper as barreiras físicas que protegem o oócito secundário da fertilização. Por conseguinte, a ativação das CatSpers é necessária para a fertilidade masculina. 2. Quando alcançam a tuba uterina, os sptz encontram o oócito secundário circundado pela coroa radiada. Dessa forma, eles precisam penetrar nela para ter acesso à ZP. Vários espermatozoides conseguem penetrar na ZP, no entanto, apenas um completa o processo de fertilização: - liga-se aos ZPr. A ligação aos receptores ZP3 desencadeia a reação acrossomica, onde enzimas (hiluronidases) são liberadas pelo acrossomo > possibilitando a penetração de apenas um sptz. A penetração é realizada por proteólise. 3. Impregnação do oócito: Apos penetrar na ZP, dentro do espaço perivitelino, a MP do oócito funde-se com a MP do espermatozoide (impregnação). - núcleo, centrossomo, peça intermediária com as mitocôndrias e quinocilio são incorporados ao citoplasma do oócito. Durante a impregnação, o sptz gera um sinal molecular e a MII do oócito é completada, com expulsao do segundo corpúsculo polar no espaço perivitelino. O material genético masculino forma o pró núcleo (n) e as membranas nucleares de ambos os pró núcleos difundem-se (sem fusão) para formar o zigoto (2n). Ocorre, então, a primeira clivagem. - centrossomo: importante para alinhamento do fuso mitótico que divide os cromossomos entre as duas primeiras células embrionárias. - quinocilio: incorporado e dissolvido; todas as mitocôndrias são eliminadas do citoplasma. 4. Apenas um espermatozoide completa o processo de capacitação: Após penetração de um sptz, ocorrem ao menos três reações de pós fusão para impedir uma possível polispermia. - bloqueio rápido da polispermia: despolarização intensa e prolongada (1min) cria um bloqueio elétrico transitório. - reação cortical: alterações na polaridade da oolema > liberação de Ca intracelular > propagação de onda de reação cortical > grânulos corticais movem-se para superfície e se fundem com o oolema > aumento transitório de da área de superfície do óvulo e reorganização da membrana. O conteúdo dos grânulos é liberado no espaço perivitelino. - reação zonal: proteases liberadas dos grânulos corticais degradam receptores glicoproteicos do oolema para ligação dos sptz e também formam a barreira perivitelino por meio de proteínas de ligação cruzada na superfície da ZP. Esse evento cria o bloqueio �nal e permanente para a polispermia. CORPO LÚTEO DA GRAVIDEZ Surge se houver fertilização e implantação. O corpo lúteo aumenta de tamanho e torna-se o corpo lúteo da gravidez. Função: secreções paracrinas e endócrinas (luteotropinas). ● Estrogênios ● IGF-I e IGF-II As luteotropinas endócrinas são sintetizadas a certa distância de seu órgão alvo (corpo lúteo): ● HCG: glicoproteína; secretada pelo trofoblasto do cório, estimula os receptores de LH no corpo lúteo e impede sua degeneração. ● LH e prolactina: secretados pela hipó�se. ● Insulina: sintetizada pelo pâncreas. A progesterona em altos níveis, sintetizada através do colesterol do corpo lúteo, bloqueio o desenvolvimento cíclico dos folículos ovarianos. Início da gravidez: corpo lúteo ~ 2 a 3cm, preenchendo a maior parte do ovário. Sua função começa a declinar após 8s de gestação, embora persista durante toda a gravidez. Embora o corpo lúteo permaneça ativo, a placenta produz quantidades su�cientes de estrogênios e progestógenos a partir de precursores maternos e fetais para assumir a função do corpo lúteo depois de 6 semanas de gestação. A gonadotropina coriônica humana (hCG) pode ser detectada no soro em apenas 6 dias após a concepção e na urina com apenas 10 a 14 dias de gravidez. A detecção da hCG na urina por anticorpos especí�cos constitui a base da maioria dos testes de gravidez de venda livre. SEGUNDA SEMANA GESTACIONAL IMPLANTAÇÃO Se houver implantação, a fase menstrual é substituída pela fase gravídica, com declínio endometrial após o parto. A �xação do blastocisto na mucosa uterina no �nal da primeira/início da segunda semana faz com que as células do córion da placenta em desenvolvimento iniciem a secreção de hCG e outras luteotropinas. {a secreção destes hormônios evita a involução endometrial e ainda estimula seu desenvolvimento durante as primeiras semanas gestacionais}. ● Como ocorre o processo de implantação? O óvulo fertilizado sofre inúmeras modi�cações morfofuncionais à medida que desloca-se da tuba até a cavidade uterina, preparando-se para �xação na mucosa (g. na parede posterior ). Desde o início da formação, o embrião inicia um diálogo molecular com o ambiente materno - essencial para que haja sua implantação. - secreta fator de pré implantação (PIF): peptídeo; promove a adesão ao endométrio. No momento da implantação, o PIF estimula a proliferação e invasão do trofoblasto na decídua basal. CLIVAGEM DO ZIGOTO Repetidas divisões mitóticas do zigoto, aumentando rapidamente o número de células: blastômeros. Durante a clivagem, o zigoto ainda é envolto pela ZP. ● Após estágio de 8 células: Blastômeros mudam sua forma e se alinham �rmemente uns contra os outros: compactação. >> pode ser mediada por glicoproteínas de adesão de superfície celular. >> possibilita melhor interação célula-célula e é um pré requisito para segregação das células internas que formam a massa celular interna. ● 12 a 32 blastômeros: mórula. Nesse estágio, uma proteína imunossupressora (fator precoce de gravidez) é secretada pelas células trofoblásticas e pode ser detectada no soro materno ~ 24 a 48h após a implantação. 3 dias após a fertilização: 12 a 16 células. Mórula entra na cavidade uterina e permanece livre por ~1 dia, enquanto ocorrem divisões e desenvolvimento celulares que levam a formação do blastocisto. BLASTOCISTO Durante sua formação, há passagem de líquido para o interior da esfera através da ZP para uma cavidade repleta de líquido: blastocele. >> permanece livre no lúmen uterino ~1 ou 2 dias, adquirindo nutrientes das secreções endometriais, e sofre mais divisões mitóticas; ZP desaparece gradualmente. >> células internas - embrioblasto (massa celular interna, formará o embrião) - são envolvidas por uma camada de blastômeros achatados - trofoblasto (massa celular externa, formará parte embrionária da placenta). JANELA DE IMPLANTAÇÃO É o período que o útero está receptivo para a �xação do blastocisto. Geralmente, ocorre entre o 6º e 10° dia apóso pico de LH, no qual uma série de ações programadas da progesterona e dos estrogênios atuam sobre o endométrio. ● Quando as células TROFOBLÁSTICAS estabelecem contato com a parede uterina, proliferam rapidamente e o trofoblasto começa a invadir o endométrio. Com isso, diferencia-se em: a) Citotrofoblasto: camada interna de células mitoticamente ativas; produz células que se fundem com o sinciciotrofoblasto (camada invasiva externa). A fusão do citotrofoblasto com o sinciciotrofoblasto pode ser desencadeada por apoptose das células endometriais. Enzimas proteolíticas também auxiliam nesse processo. b) Sinciciotrofoblasto: não é mitoticamente ativo; consiste em massa multinuclear citoplasmática. Invade o epitélio e o estroma subjacente do endométrio. Apresenta Golgi’s bem desenvolvidos, muitos REL e RER; numerosas mitocôndrias e grande número de gotículas lipídicas: compatíveis com a síntese de progesterona, estrógenos, hCG e lactogênicos. Uma quantidade su�ciente é produzida ao �nal da 2ªs, resultando em teste de gravidez positivo. ❖ MECANISMOS MOLECULARES DE IMPLANTAÇÃO: Envolvem a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptivo. As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular (integrinas), citocinas, prostaglandinas, hormônios (hCG e progesterona), fatores de crescimento, enzimas de matriz EC e outras enzimas (metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo. ● A invasão completa do endométrio ocorre ~11 dias de desenvolvimento. DECIDUALIZAÇÃO DO ENDOMÉTRIO Processo que leva ~10 dias. >�broblastos do estroma endometrial diferenciam-se em células grandes e arredondadas, com características epitelióides denominadas células deciduais. >ocorre em resposta aos elevados níveis de progesterona. > maior parte do endométrio sofre o processo; exceto camada profunda próxima ao miométrio. > glândulas uterinas tornam-se mais espiraladas e aumentam de tamanho apenas no início da gravidez; em seguida, tornam-se �nas e achatadas à medida que o feto em desenvolvimento preenche o lúmen uterino. Importante! Algumas das células deciduais degeneram na região de penetração do sinciciotrofoblasto. Este, engloba-as, gerando uma rica fonte de nutrição para o embrião (acumulam glicogênio e lipídios). ● Regiões da decídua: • A decídua basal é a porção do endométrio subjacente ao local de implantação • A decídua capsular é uma porção delgada do endométrio que se situa entre o local de implantação e o lúmen do útero • A decídua parietal inclui o endométrio remanescente do útero. Formação da cavidade amniótica, disco embrionário e vesícula umbilical Com a continuidade da implantação, surge um pequeno espaço no embrioblasto: cavidade amniótica primitiva. ● As células amniogênicas (amnioblastos) separam-se do epiblasto e formam o âmnio - que reveste a cavidade amniótica. Concomitantemente, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto - formação da placa bilaminar de células achatadas - o DISCO EMBRIONÁRIO (duas camadas): ↳ EPIBLASTO: mais espessa, constituída de cels. cilíndricas altas, voltadas para cavidade amniótica. Forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. ↳ HIPOBLASTO: cels. cubóides adjacentes à cavidade exocelômica. Forma o teto da cavidade exocelomica, e é contínuo a esta membrana. ● O conjunto membrana-hipoblasto reveste a vesícula umbilical primitiva. O crescimento do disco embrionário é lento se comparado com o desenvolvimento do trofoblasto. O embrião implantado de 12 dias produz uma leve elevação na superfície endometrial que se projeta para a cavidade uterina. As células do endoderma da vesícula produzem uma camada de TC: mesoderma extraembrionário, que envolve o âmnio e a vesícula umbilical. ● A vesícula umbilical e a cavidade amniótica possibilitam a motilidade morfogenética das células do disco embrionário. Com a formação do âmnio, disco embrionário e vesícula umbilical aparecem lacunas no sinciciotrofoblasto (INÍCIO PLACENTAÇÃO). ↳ são preenchidas por mistura de sangue materno proveniente dos capilares endometriais rompidos e restos celulares das glândulas uterinas erodidas. Esse �uido dos espaços lacunares (EMBRIOTROFO) chega ao disco embrionário por difusão e nutre o embrião. DESENVOLVIMENTO PLACENTÁRIO SEGUNDA SEMANA A placenta consiste em uma porção fetal, formada pelo córion, e uma materna - decídua basal. Ambas estão envolvidas na troca �siológica de substâncias entre circulações materna e fetal. > com aproximadamente 9 dias de desenvolvimento: sistema útero-placentário começa a se desenvolver. ● lacunas trofoblásticas no sinciciotrofoblasto. ● sinusóides maternos (se desenvolvem a partir dos capilares dilatados que estão ao redor do embrião) se anastomosam com as lacunas. ● A formação de vasos sanguíneos no estroma endometrial está sob in�uência da progesterona e do estrogênio. A expressão da conexina 43 (ptn de junção comunicante) está envolvida na angiogênese no local de implantação e manutenção da gestação. A pressão diferencial entre os canais arteriais e venosos que se comunicam com as lacunas estabelece o �uxo direcional das artérias para as veias: circulação uteroplacentária primitiva. SANGUE MATERNO > REDE LACUNAR > O2 e NUTRIENTES > EMBRIÃO. ❖ Numerosas vesículas pinocíticas no sinciciotrofoblasto = transferência de nutrientes da mãe para o feto. ❖ Sangue arterial: passa para as lacunas pelas artérias espiraladas ❖ Sangue venoso: removido das lacunas pelas veias endometriais ● Com as mudanças no trofoblasto e endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta > ESPAÇOS CELÔMICOS EXTRA EMBRIONÁRIOS > fundem-se para formar o CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO. Uma cavidade grande cheia de �uido, envolvendo o âmnio e vesícula umbilical - exceto onde estão aderidos ao córion pelo pedículo de conexão. ● Com a formação do CELOMA, a vesícula umbilical primitiva diminui, e forma-se a vesícula umbilical secundária. Formada por cels. endodérmicas extra embrionárias que migram do hipoblasto do interior da vesícula primitiva. Nesse processo, grande parte se desprende > vesícula remanescente. FUNÇÕES DA VESÍCULA UMBILICAL Não contém vitelo! - É o local de origem das cels. germinativa primordiais - Função seletiva na transferência de nutrientes para o embrião Desenvolvimento do saco coriônico > �nal da 2ªs > proliferação do citotrofoblasto, crescimento do mesoderma coriônico e o desenvolvimento dos vasos sanguíneos: origem às vilosidades coriônicas. As quais sofrem modi�cações: - primárias: formadas pela rápida proliferação do citotrofoblasto; enviam massas celulares para dentro das lacunas trofoblásticas preenchidas de sangue do sinciciotrofoblasto. Surgem entre o 11° e 13° dia de desenvolvimento. > Acredita- se que o crescimento dessas extensões seja induzido pelo mesoderma somático extraembrionário subjacente. O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: • mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio. • mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical Com aproximadamente 13 dias de desenvolvimento, já existe um espaço extra embrionário: cavidade coriônica. Camadas celulares que formam a parede do saco coriônico: - sinciciotrofoblasto - citotrofoblasto - mesoderma somático extra embrionário ● O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco pelo pedículo de conexão. Um embrião de 14 dias ainda tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano, mas as células hipoblásticas de uma área localizada são agora cilíndricas e formam uma região circular espessada, a placa pré-cordal. Essa placa indica o local da boca e é um importante organizador da região da cabeça.
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