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Bromatologia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Carboidratos e Lipídeos • Carboidrato; • Amido; • Lipídeos. • Conhecer propriedades e aplicações de carboidratos e lipídeos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Carboidratos e Lipídeos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Carboidratos e Lipídeos Carboidrato Açúcar Açúcares ou carboidratos são compostos orgânicos da natureza que formam com as proteínas o grupo dos principais constituintes dos organismos vivos. Apresentam- -se como biomoléculas abundantes na natureza com a seguinte fórmula geral: [C (H2O)]n Nos vegetais, os carboidratos ou glicídios são formados pelo processo da fotos- síntese (Figura 1). Além desses, podemos citar a lactose, que é o açúcar do leite, e a frutose, que é açúcar do mel. Os carboidratos desempenham funções importantes no corpo humano (Figura 2), sendo que a principal é a de armazenar energia para manter suas atividades. Quan- do há um excesso de ingestão de carboidratos, esgota-se a capacidade de armaze- namento, fazendo com que esses sejam transformados em gorduras que se depo- sitam, causando a obesidade. Figura 2 – Carboidratos para manutenção de funções orgânicas Fonte: iStock/Getty Images Fotossíntese Luz CO2 Água O2 C6H12O6 Figura 1 – Processo da fotossíntese Fonte: Adaptado de Freepik Outras funções: • Combustível para o sistema nervoso central; • Proteção das proteínas. Ao se programar uma dieta, deve-se ter atenção à utilização dos carboidratos pelo papel desempenhado por eles nas funções do organismo. Os carboidratos são classificados em monossacarídeos, oligossacarídeos e polis- sacarídeos (Figura 3). 8 9 CH2OH O OH OH OH HO monossaccharide (glucose) CH2OH O OH HO O OH OH CH2OH OHOHOCH2 disaccharide (sucrose) CH2OH OH O OH O O O O CH2OH CH2OH CH2OH O O O OH OH OH OH OH OH polysaccharide (amylose starch) Figura 3 – Classifi cação dos carboidratos Monossacarídeos São as unidades mais simples de carboidratos, dividídas pela função orgânica presente em sua estrutura. As cetoses possuem a função orgânica cetona e a aldo- se, a função orgânica aldeído. Outra classificação se apresenta quanto ao número de átomos de carbono presentes na cadeia, tais como: triose com três átomos de carbono; tetrose com quatro átomos de carbono; a pentose com cinco átomos de carbonos; e hexose com seis átomos de carbono. O corpo humano possui capacidade de absorver os monossacarídeos (Figura 4) sem a necessidade de qualquer transformação na conformação desses. Esse são conhecidos também como açúcares redutores, pois, em sua estrutura química, possuem um grupo de aldeídos ou cetonas, logo, os demais açúcares, como os dissacarídeos e os oligossacarídeos, são conhecidos como não redutores, pois não possuem aldeídos ou cetonas livres em soluções aquosas. Os açúcares redutores são importantes nas transformações químicas que pro- movem o escurecimento, sendo sempre analisados e monitorados pela indústria de alimentos. Exemplos de monossacarídeos: • Glicose; • Frutose; • Galactose. CH2OH O HH HOH HOHO OHH Glicose CH2OH HO H H H H OH OH O HO Galactose HOCH2 H HO CH2OH HO H H O OH Frutose Figura 4 – Representação das moléculas de monossacarídeos 9 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos Oligossacarídeos São cadeias formadas pela combinação de 2 a 10 monossacarídeos (Figura 5). Entre eles, temos dissacarídeos muito importantes como: • Maltose; • Sacarose; • Lactose. CH2OH O OH OH OH O CH2OH O OH OH OH MALTOSE glicose glicose α(1 4) CH2OH OH OH glicose SACAROSE O OH α(1 2) OH HOCH2 O HO CH2OH O frutose CH2OH HO O OH O OH β(1 4) galactose glicose LACTOSE O CH2OH OH OH OH Figura 5 – Representação das moléculas de oligossacarídeos Polissacarídeos Esses são os carboidratos mais complexos, compostos de muitas unidades de monossacarídeos (Figura 6). Dentre eles, podemos citar: • Amido; • Pectina; • Celulose; • Glicogênio; • Quitina; • Maltodextrina. Figura 6 – Representação das moléculas de polissacarídeos Fonte: Wikimedia Commons A celulose é o polímero natural de origem vegetal mais abundante na terra, mas sua solu- bilidade restrita a alguns solventes específi cos restringe suas aplicações. Com a modifi cação química da celulose, pode-se obter derivados com solubilidade em solventes orgânicos e, principalmente, em água. A carboximetilcelulose (CMC), um dos mais importantes deriva- dos, é altamente solúvel em água, permitindo sua utilização nas indústrias farmacêutica, alimentícia, em tintas e adesivos. Disponível em: https://goo.gl/v6Qf1b Ex pl or 10 11 A carboximetilcelulose (CMC), normalmente apresentada na forma sódica (sal de sódio), como carboximetilcelulose de sódio, é um polímero aniônico derivado da celulose, muito solúvel em água, tanto a frio quanto a quente, na qual forma tanto soluções propria- mente ditas quanto géis. Tem a excelente propriedade para aplicações em farmacolo- gia e como aditivo alimentar, por ser fi siologicamente inerte. O glúten é uma proteína presente no trigo (mas não somente no trigo) e que dá maciez e elasticidade às massas tradicionais. Com as farinhas sem glúten, os produtos tendem a esfarelar, secar e serem mais densos do que os seus correspondentes com glúten, originando produtos massudos e pesados, porque a massa não dá liga. Para tentar minimizar o problema, precisamos de um agente aglutinante e espessante; é aí que entra o CMC, um produto que desempenha esse papel e é relativamente fácil de ser achado. Dessa forma, os produtos feitos em casa têm um aspecto mais comercial e bem cuidado, equivalendo às suas versões “normais”, mais leves e macias. O CMC. também é usado em preparados sólidos ou líquidos para refrescos, refrigerantes e licores. É amplamente utilizado como espessante da confecção da pasta americana. Disponível em: https://goo.gl/8A85Zm As nanopartículas foram sintetizadas com sucesso, resultando em partículas em escala nanométrica. Foram obtidos fi lmes bionanocompósitos com propriedades satisfatórias. O presente estudo sugere que os fi lmes bioativos nanoestruturados oferecemgrande potencial para serem aplicados como embalagens de alimentos. Foram observadas dimi- nuição da permeabilidade ao vapor de água nos fi lmes contendo nanopartículas de qui- tosana, conforme esperado. A adição de polpa de cacau nas matrizes poliméricas, além de acrescentar propriedades sensoriais nos fi lmes, melhorou a elasticidade desses. De acordo com resultados obtidos pelas análises de microscopia eletrônica de varredura, foi possível observar que as nanopartículas encontraram-se dispersas de forma homogênea na matriz polimérica e que essa tornou-se mais compacta e resistente, como mostraram também os ensaios mecânicos. Sendo assim, a nanotecnologia pode servir de grande auxílio para melhorar as propriedades dos fi lmes, contribuindo para o desenvolvimento de novos materiais. Disponível em:https://goo.gl/vNbSX9 Ex pl or Reações de Escurecimento Os alimentos apresentam duas vias de reações de escurecimento: as oxidativas e as não oxidativas. Nas reações oxidativas ou enzimáticas (Figura 7), temos a participação de oxigênio e de substância fenó- lica catalisada pela enzima presente exposta por cor- tes, batidas e fissuras ao oxigênio. Exemplo: corte de uma fruta e exposição ao ambiente. Nas reações não oxidativas (Figura 8), como carame- lização e reação de Maillard, temos a participação dos carboidratos. Exemplo: fabricação de caramelo. Fases de escurecimento, disponível em: https://goo.gl/CcW3hX Ex pl or Figura 7 – Escurecimento da maçã Fonte: iStock/Getty Images 11 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos A reação de caramelização ocorrem entre açúcares redutores, na ausência de com- postos nitrogenados, ação do calor a altas temperaturas, favorecendo os alimentos em sabor e aroma. Já a reação de Maillard é definida como um conjunto complexo de reações de escurecimento, desejáveis e não desejáveis, que ocorrem nos alimentos durante os processamentos envolvendo açúcar redutor, aminoácidos e proteínas. A reação de Maillard é desejável quando confere sabor, aroma e cor em produ- tos como doces, bolos e crostas de pães; e indesejável quando prejudica a qualidade do alimento, atrapalhando as características desejáveis que o consumidor espera de sabor e odor. Essa reação é influenciada pela temperatura, disponibilidade de água, pelo tipo de açúcar redutor e a natureza dos aminoácidos. Importante! A Degradação de Strecker forma os compostos responsáveis pelo aroma desenvolvido nos alimentos: Nos alimentos que contêm carboidratos na sua formulação, ocorrem duas reações que merecem destaque pela sua frequência e pelos seus efeitos: a reação de Maillard e a caramelização – em ambos os casos, ocorrem a degradação nos carboidratos. No caso do pão, a mais importante é a reação de Maillard, sendo a caramelização desprezível. Leia mais sobre no link a seguir: https://goo.gl/jLKJz9 Importante! Amido Como vimos, o amido é um polissacarídeo de grande importância na análise e no processamento de alimentos (Figura 8). É um componente de reserva das plan- tas que é armazenado nas células vegetais formando os grãos de amido. Amilose: Amilopectina: OH OH O OH O OH OH OH O O O O OH OH OH OH OH O O OH CH2OH O OO O O O O O O O OH OH OH OH OH OH OH OH CH2OH CH2OH Figura 8 – Amilose e amilopectina são os polissacarídeos constituintes do amido 12 13 O amido é constituído por uma mistura de dois polissacarídeos: • amilose (estrutura linear): formado por unidades de D-glucopiranoses uni- das entre si por ligações alfa (1-4), estrutura helicoidal formada por pontos de hidrogênio que acomoda átomos de iodo formando compostos de inclusão de cor azul intensa. • amilopectina (estrutura ramificada): formada por cadeias de alfa-D-glucopiranoses unidas entre si por ligações alfa (1-6), apresentando estrutura esférica. As proporções desses componentes variam de acordo com as espécies, região de procedência e grau de maturação das plantas. E a proporção desses está direta- mente relacionada à viscosidade e ao poder de gelificação do amido. Gelifi cação: 1. Ato ou efeito de gelifi car(-se). 2. [Anat. bot.] Processo pelo qual a membra- na celular vegetal transforma-se parcialmente em mucilagem ou em outras substâncias que intumescem com a água, tomando o aspecto de gel. Ex pl or A busca por materiais biodegradáveis que atendam tanto ao aspecto econômico quanto à sustentabilidade aumentou efetivamente o número de pesquisas relacionadas à produção de biopolímeros derivados de recursos agrícolas renováveis. Com o aumento do consumo de plásticos e, consequentemente, de grandes problemas ambientais, pesquisas têm sido rea- lizadas para o desenvolvimento de novos materiais com características específi cas, para que esses componentes não sejam tão agressores ao meio ambiente. Propriedades industriais e satisfatória degradabilidade são características importantes para os chamados “plásticos verdes” ou bioplásticos. Um dos candidatos mais promissores para a aplicação em novos materiais, principalmente em compósitos, é o amido, por ser natural, barato, renovável e disponível. Nesse contexto, o presente trabalho tem como intuito evidenciar suas proprie- dades, características e aplicações em compósitos. Disponível em: https://goo.gl/Z7vjdu Características estruturais e físico-químicas de amidos estão relacionadas à sua fonte botânica. Países tropicais como o Brasil possuem uma grande variedade de espécies amiláceas que po- deriam substituir amidos modifi cados em alimentos processados. Neste trabalho, amidos iso- lados de nove espécies diferentes (mandioca, batata-doce, araruta, mandioquinha-salsa, biri, inhame, taro, açafrão, gengibre) foram analisados. Disponível em: https://goo.gl/7MWuZH Ex pl or O amido é o único polissacarídeo que se apresenta em grânulos que permane- cem intactos durante a moagem, separação e purificação do amido, que são os principais processos de preparação do amido como ingrediente alimentício. A gelatinização do amido (Figura 9) é a propriedade que ele apresenta de formar gel quando misturado em água, aquecido e resfriado à temperatura ambiente. Num primeiro estágio, ocorre a dissolução do amido em água fria; em seguida, inicia-se um aquecimento onde observamos as mudanças de viscosidade pela vi- bração das moléculas e quebras de ligação. O grão incha e aumenta a viscosidade da solução, formando uma pasta até o valor máximo de gelatinização. Ao resfriar 13 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos a pasta, nesse momento, temos um aumento da viscosidade com o decréscimo da temperatura e formação de um gel sólido. grânulo de amigo grânulo inchado grânulo rebentado as moléculas de amido retêm a água e formam um gel molécula de amido molécula de água gelatinização do amido Figura 9 – Gelatinização do amido Nesse panorama, podemos ter a ocorrência do fenômeno da retrogradação: de- corrente da aproximação das moléculas, formação de zonas cristalinas e expulsão da água existente entre as moléculas – a sinérese. A retrogradação causa redução do volume e aumento da firmeza do gel, é um fenômeno irreversível, tornando o amido insolúvel em água fria e resistente ao ataque enzimático. Amidos modificados Os amidos podem ser modificados quimicamente ou fisicamente, adquirindo características e propriedades para atender a demandas específicas da receita em que serão inseridos, atendendo às necessidades da indústria (Figura 10). O amido pode, por exemplo: ser pré-gelatinizado para uso em sopas instantâneas; dextrini- zado para uso em confeitos. Figura 10 – Os amidos são modificados para atender a demanda de produto específico Fonte: iStock/Getty Images 14 15 Pré-gelatinização: é uma modifi cação física onde, após a gelatinização, o amido é seco e pulverizado. A dextrinização é uma hidrólise ácida do amido.Ex pl or O mercado de amidos vem crescendo e se aperfeiçoando nos últimos anos, levando à busca de produtos com características específi cas que atendam às exigências da indústria. A produ- çãode amidos modifi cados é uma alternativa que vem sendo desenvolvida há algum tempo com o objetivo de superar uma ou mais limitações dos amidos nativos e, assim, aumentar a utilidade desse polímero nas aplicações industriais. As razões que levam à modifi cação são: modifi car as características de cozimento (gomifi cação); diminuir a retrogradação e a ten- dência das pastas em formarem géis; aumentar a estabilidade das pastas ao resfriamento e descongelamento, a transparência das pastas ou géis e a adesividade; melhorar a textura das pastas ou géis e a formação de fi lmes; e adicionar grupamentos hidrofóbicos e introdu- zir poder emulsifi cante. Disponível em: https://goo.gl/LKHHfK Ex pl or Substâncias pécticas e fi bras Estudos mostram que o grupo dos polissacarídeos não digeríveis tem uma impor- tância muito grande para o sistema digestivo do homem. As substâncias pécticas, celuloses e gomas formam o grupo das fibras alimentares ou fibras dietéticas, que compreendem as substâncias que passam pelo sistema digestivo do homem sem serem digeridas. As fibras alimentares dividem-se em dois grandes grupos: • Solúveis: este grupo (Figura 11) conta com as pectinas e gomas que têm pa- pel importante na regulação de níveis de colesterol. São encontradas em aveia e em frutas cítricas; • Insolúveis: as celuloses e ligninas representando as fibras insolúveis (Figura 12) são peças fundamentais na regulação intestinal, atuando no aumento do volu- me e da umidade das fezes. São encontradas em alimentos integrais. Figura 11 – Alimentos que contêm fi bras solúveis Fonte: iStock/Getty Images Figura 12 – Alimentos que contêm fi bras insolúveis Fonte: iStock/Getty Images 15 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos Prebióticos, probióticos e simbióticos De acordo com a professora Susana Marta Isay Saad, pesquisadora do FoRC e docente do Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farma- cêuticas, a definição utilizada no mundo todo é a seguinte: probióticos são microrganis- mos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os ingere. Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no intesti- no (cólon), beneficiando o indivíduo hospedeiro dessas bactérias. Simbiótico é um produto no qual se combinam prebióticos e probióticos. Acredita-se que esses alimentos tenham efeitos benéficos para a saúde, como a redução do colesterol, do risco de câncer de cólon e podem exercer importante papel no controle da pressão arterial. A pesquisadora alerta, porém, que esses efeitos ainda estão sendo estuda- dos. Leia a matéria na íntegra em: https://goo.gl/Ds164F Os oligossacarídeos prebióticos em produtos alimentares demonstraram efeitos benéficos quanto ao aumento do número total de bifidobactérias, redução do número de microrga- nismos patogênicos no intestino e melhora da consistência das fezes e frequência das eva- cuações. Tais efeitos sugerem a recomendação de seu uso em crianças constipadas. Foram verificados resultados benéficos em diversos estudos quanto ao menor desenvolvimento de alergias, infecções respiratórias, febre, irritabilidade, flatulência, diarreia, regurgitação, vômito, cólica e choro, menor uso de antibióticos e melhora nas características de fermenta- ção de ácidos graxos e pH fecal. Entretanto, o número de artigos encontrados aponta para a necessidade de realizar mais investigações. Estudos sobre absorção de cálcio foram contra- ditórios, não permitindo conclusões definitivas. Quanto à tolerância, foi evidenciado o uso de quantidades diversas de suplemento em crianças de diferentes faixas etárias e caracte- rísticas clínicas, impossibilitando identificar a segurança desses produtos. Leia a mais sobre em: https://goo.gl/fh7CDu Os alimentos funcionais fazem parte da nova concepção de alimentos que, além de nutri- rem, afetam beneficamente uma ou mais funções do organismo. Dentro desse contexto, a adição de probióticos, de prebióticos e de simbióticos está cada vez mais frequente em matrizes alimentícias. A utilização desses ingredientes tem se mostrado uma alternativa promissora no controle do colesterol e da glicemia. Os estudos realizados em animais que consumiram probióticos mostraram uma redução significativa nos lípides séricos, embora alguns estudos clínicos apresentem resultados contraditórios. O objetivo desse trabalho foi o de revisar os efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos sobre a redução do colesterol sanguíneo. Leia a mais sobre em: https://goo.gl/zSEu9S Ex pl or Lipídeos Nessa categoria, temos óleos e gorduras, ceras, hormônios, vitaminas, ou seja, compostos encontrados em organismos vivos com características (Figura 13): • componentes de células animais e vegetais; • compostos de ácido graxo + álcool (glicerol ou outro); • solúveis em solventes orgânicos; • insolúveis em água. 16 17 Figura 13 – Lipídeos Fonte: iStock/Getty Images Esses compostos apresentam importantes funções nos organismos: • absorção de vitaminas lipossolúveis; • isolante térmico para manutenção da temperatura corporal; • ácidos graxos utilizados na síntese de membranas celulares e moléculas orgânicas; • reserva de energia; • sabor e palatabilidade dos alimentos; • agentes emulsificantes. Exemplos de lipídeos e onde se encontram: • carotenoides, pigmentos alaranjados presentes em células de plantas; • eras, presentes em superfícies de folhas e corpo de insetos; • fosfolipídios, componentes de membranas celulares; • glicerídeos, sólidos que dão origem às gorduras e aos líquidos, correspondem aos óleos; • esteroides, hormônios masculinos e femininos. As principais reações dos lipídeos são a hidrogenação e rancificação (Figura 14). Na hidrogenação, temos a introdução de moléculas de hidrogênio nas ligações du- plas de ácidos graxos na presença de catalisadores; e a rancificação está diretamente ligada à deterioração dos alimentos, podendo ser hidrolítica ou oxidativa. A rancidez oxidativa é a principal responsável pela deterioração de alimentos ricos em lipí- dios, porque resulta em alterações indesejáveis de cor, sabor, aroma e consistência do ali- mento. A oxidação lipídica envolve uma série extremamente complexa de reações químicas, que ocorre entre o oxigênio atmosférico e os ácidos graxos insaturados dos lipídios. Leia mais sobre o assunto em: https://goo.gl/BmQKrE Ex pl or 17 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos Figura 14 – Os lipídeos podem sofrer reações de hidrogenação e rancificação Fonte: iStock/Getty Images Antioxidantes (Figura 15) são substâncias capazes de inibir ou retardar a oxi- dação de um substrato, ou seja, são utilizados para preservar os alimentos através do retardamento dos processos de deterioração, descoloração e rancidez causados pela oxidação. A indústria de alimentos conta com antioxidantes naturais e sintéti- cos que são aplicados conforme o tipo de alimento. Figura 15 – Os antioxidantes agem na preservação de alimentos e no retardamento de processos de deterioração Fonte: iStock/Getty Images Hoje em dia, deparamo-nos com um apelo muito grande na utilização dos antio- xidantes para prevenção do envelhecimento precoce, o que movimenta um grande mercado de produtos naturais e sintéticos. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Acúmulo de carboidratos no desenvolvimento de tomateiro tratado com produtos químicos RAMOS, A. P. et al. Acúmulo de carboidratos no desenvolvimento de tomateiro tratado com produtos químicos. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 2, p. 705-718, 2015. https://goo.gl/VaWNR6 Efeitos da suplementação de carboidratos sobre desempenho físico e metabólico em jogadores de futebol treinados e não-treinados JOHANN, B. et al. Efeitos da suplementação de carboidratos sobre desempenho físico e metabólico em jogadores de futebol treinados enão-treinados. RBNE- Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 9, n. 54, p. 544-552, 2016. https://goo.gl/t4hj7z Relação entre polimorfismos genéticos, lipólise, metabolismo de lipídeos e exercícios aeróbios JESUS, Í. C. et al. Relação entre polimorfismos genéticos, lipólise, metabolismo de lipídeos e exercícios aeróbios. Pensar a Prática, v. 19, n. 2, 2016. https://goo.gl/1Q9ghb Redistribuição de gordura corporal e alterações no metabolismo de lipídeos e glicose em pessoas vivendo com HIV/AIDS BERALDO, R. A. et al. Redistribuição de gordura corporal e alterações no metabolismo de lipídeos e glicose em pessoas vivendo com HIV/AIDS. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 20, p. 526-536, 2017. https://goo.gl/dLYhtG 19 UNIDADE Carboidratos e Lipídeos Referências BOBBIO, F. O.; BOBBIO, P. A. Introdução à química de alimentos. 3. ed. São Paulo: Varela, 2003. BRINQUES, G.B. (org.). Microbiologia de alimentos. São Paulo: Pearson, 2016. (e-book) CAMPBELL-PLATT, G. (ed.). 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