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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto CONCEITO O sistema urinário é responsável pela manutenção da homeostase (equilíbrio fisiológico) do corpo. Ele é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e a uretra. Esse conjunto tem função de filtração, absorção e secreção. Os rins secretam substâncias que irão agir em determinadas regiões como a renina (atua aumentando a pressão sanguínea); e a eritropoietina (hormônio que age na medula óssea estimulando a produção dos eritrócitos (glóbulos vermelhos). Através da radiação UV tem a formação de uma molécula de vitamina D pró-ativa, quando passa pelo fígado e rins sofrem transformações químicas e forma a vitamina D ativa, ela ajuda a ligar o cálcio no osso. RINS Os rins são órgãos que se situam na parte posterior da cavidade abdominal sendo, então, órgãos retroperitoneais. Estão localizados um em cada lado da coluna vertebral. São de cor vermelho escuro e têm o formato semelhante ao de um grão de feijão, do tamanho aproximado de uma mão fechada. Eles realizam a maior parte das funções de excreção, filtrando o sangue e recolhendo deste os resíduos metabólicos de todas as células do corpo Encontram-se um em cada lado do corpo, um direito e um esquerdo, sendo que o rim direito está a nível das vértebras L1 a L3, um pouco mais baixo que o esquerdo, que se encontra a nível das vértebras T11 a L2, por conta do fígado que ocupa um pequeno espaço que o rim direito deveria ocupar, empurrando-o ligeiramente abaixo. Ambos possuem cor vermelho escuro no córtex renal e na medula renal a coloração está mais rosada e seu peso varia de 120 a 140g. Os rins fazem relação, ou seja, uma espécie de fronteira com algumas estruturas, sendo estas: • Rim direito: em sua porção anterior, tem relação com a glândula suprarrenal direita, o fígado, a segunda porção do duodeno e com o ângulo cólico direito; e posteriormente, suas relações estão com o diafragma, músculo quadrado lombar, músculo psoas maior e com ramas colaterais do plexo lombar. • Rim esquerdo: em sua porção anterior, tem relação com a glândula suprarrenal esquerda, baço, estômago, pâncreas, ângulo duodeno jejunal e ângulo cólico esquerdo; posteriormente está relacionado com o diafragma, músculo quadrado lombar, músculo psoas maior e ramos terminais do plexo lombar. São cobertos por uma capa fibrosa chamada de cápsula renal que busca ser um suporte de proteção e auxilia no meio de fixação dele, sendo que essa capa dá ao rim o aspecto de brilho que ele possui. Cada um dos rins apresenta duas porções, uma que é o córtex e a outra a medula renal. O Córtex é a parte mais externa dos rins e tende a ser mais espesso, servindo como meio de proteção para o órgão e mantê-lo isolado. O córtex contém principalmente néfrons, que são as unidades funcionais básicas dos rins e também apresentam vasos sanguíneos. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto A medula renal é a parte interna e contém cerca de 8 a 16 pirâmides renais. Essas pirâmides são a ligação dos néfrons com o cálice renal. A base das pirâmides é voltada para o córtex e o ápice para a medula. No vértice de cada pirâmide localiza-se a papila renal. Cada papila é envolvida pelo cálice menor que se reúnem e formam os cálices maiores, os quais desembocam na pelve renal que segue para formar os ureteres. Os cálices marcam o começo da via excretora do rim; transportam a urina das papilas renais até a pelve renal. Cálices menores: ductos membranosos que se inserem ao redor de cada papila renal e desembocam nos cálices maiores. Entre três e cinco cálices menores drenam para um cálice maior. Possui uma estrutura chamada hilo, onde ocorre a entrada de vasos sanguíneos e nervos e saída do ureter; Cada rim recebe uma artéria e uma veia renal. A artéria renal deriva-se da aorta abdominal e a veia, da veia cava. Essas chegam aos rins e desembocam nos néfrons, que são as unidades funcionais do órgão. O néfron apresenta uma forma toda contorcida e é dividido em algumas subunidades, sendo elas a cápsula de Bowman ou glomerular, que envolve o glomérulo – que são amontoados de capilares onde se inicia a filtração do sangue – em seguida, encontra-se o túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e por fim o ducto coletor. Enquanto o sangue passa por essas regiões do néfron, vai sendo produzida a urina, e são eliminadas as impurezas junto com ela. Entretanto, estas não só eliminam água e/ou substâncias, mas existe também uma absorção das mesmas, para que sejam levadas pelo sangue já “limpo”, como é o caso por exemplo dos medicamentos. Após este processo de limpeza, o sangue segue seu curso para todo o corpo, e a urina sai até chegar à bexiga, onde vai sendo armazenada, com capacidade média de armazenar de 300 a 500 ml de urina, até que precise ser eliminada. Partes do rim: 1. Cápsula renal 2. Córtex renal 3. Coluna de Bertin 4. Medula renal 5. Pirâmide renal 6. Papila renal 7. Pelve renal 8. Cálice maior 9. Cálice menor 10. Ureter 11. Corpúsculo renal 12. Veia interlobular e Artéria interlobular 13. Veia arqueada e Artéria arqueada 14. Veia interlobar e Artéria interlobar 15. Artéria renal 16. Veia renal 17. Hilo renal 18. Seio renal 19. Veia segmentar e Artéria segmentar 20. Arteríola aferente 21. Arteríola eferente 22. Artéria radial perfurante 23. Veia estrelada Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Cálculos renais O cálculo renal, também chamado de pedra no rim ou litíase renal, é uma doença muito comum, provocada pela cristalização de sais minerais presentes na urina, que se agrupam e formam, literalmente, uma pequena pedra dentro do trato urinário. São ocasionados, geralmente, pelo baixo consumo de água, o que se torna insuficiente para carregar todas as impurezas. Essas pequenas “pedras” podem impedir a passagem de urina ou mesmo descer juntamente com a “água impura” e causar dor por lesionar as paredes dos ureteres e uretra. Define-se como cálculo renal quando ele está localizado na pelve renal ou em um grupo calicial. Quando o cálculo está presente na pelve renal e em dois ou mais grupos caliciais é chamado de cálculo coraliforme. Os cálculos podem ter diversas composições, sendo os mais frequentes os de oxalato de cálcio e de ácido úrico. Podem causar perda de sangue na urina (hematúria), infeções renais (pielonefrite) ou cólica renal. Néfron O néfron é a unidade funcional dos rins. Nele ocorre a filtração de sangue para produzir urina. Ele é constituído do corpúsculo ou glomérulo de Malpighi (glomérulo renal), do túbulo contorcido proximal, da alça de Henle (alça néfrica) (parte ascendente e descendente) e tem na parte final o túbulo contorcido distal. Ligado aos néfrons existe o túbulo ou ducto coletor que recebe o líquido proveniente dos néfrons. Os ductos coletores estão ligados aos túbulos coletores (não fazem parte dos néfrons), esse conjunto se chama túbulos uriníferos (é o conjunto de néfrons e túbulos coletores). O líquido proveniente dos néfrons desce os ductos coletores. Estruturas que compõem os néfrons A primeira porção é o corpúsculo renal ou Glomérulo de Malpighi. Ele é constituído de duas partes, uma parte se chama glomérulo e uma cápsula de Bowman que envolve o glomérulo. A cápsula apresenta 2 folhetos, um visceral (que envolve os glomérulos) e parietal (externa). Entre os folhetos há um espaço capsular que recebe o líquido proveniente do glomérulo, dos capilares sanguíneos, que é o líquido filtradoque posteriormente dará origem à urina. O Corpúsculo renal pode ser dividido em 2 regiões: • Polo vascular: é onde tem a ligação de arteríola aferente com arteríola eferente, nessa região há o controle da pressão sanguínea pelos vasos sanguíneos que na sua parede possui músculo liso, se não esse líquido extravasa e vai para o espaço capsular. Polo urinário: é a ligação entre o corpúsculo renal e o túbulo contorcido proximal. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Função geral do néfron: Filtração absorção e secreção. Mas em outras regiões do néfron pode absorver mais água. Existem 2 tipos de néfrons: • Néfrons Justamedulares: Seu glomérulo renal está localizado entre a região cortical e a região medular. Tem funções específicas nos rins que é maior absorção de água (essa maior absorção ocorre na alça de Henle), e são responsáveis por produzir uma urina chamada hipertônica que é rica em soluto. • Néfrons Corticais: Seu glomérulo renal está localizado na região cortical, não absorvem tanta água como os justamedulares e produz uma urina mais concentrada. Sua absorção de água também ocorre na alça de Henle; Células mesangiais As células mesangiais possuem a capacidade de se contrair, reduzindo o fluxo de sangue no glomérulo, contribuindo para a redução da filtração glomerular. Produção local de prostaglandina E2, substância com propriedade vasodilatadora. Produção local de fatores de crescimento e citocinas. Possuem receptores para angiotensina II que quando se ligam ocorre redução do fluxo sanguíneo glomerular. Apresentam receptores de ligação para o hormônio fator natriurético e quando ocorre essa ligação ocorre uma vasodilatação do glomérulo. Funções: Dar suporte estrutural ao glomérulo; síntese da matriz extracelular composta por proteoglicanos glicoproteínas e colágeno; realizar fagocitose de substâncias que não tenham função nos capilares; e secretar endotelinas (que agem na contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e eferentes) e prostaglandinas (que age no aumento da filtração glomerular. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL Saindo do folheto parietal tem o túbulo contorcido proximal, que apresenta células epiteliais podendo ter epitélio cuboide ou colunar e muitas mitocôndrias, já que necessitam de energia para realizarem a troca de substâncias com capilares sanguíneos; Também há microvilosidades, chamadas de “orla em escova” (ficam na região apical), e tem capilares sanguíneos. Como as células realizam troca de substâncias com capilares sanguíneos, há o aumento da absorção dessas substâncias. Tem vesículas de pinocitose que transportam substâncias de um lado para o outro dentro da célula, e essas substâncias também podem ser digeridas por lisossomos. O Filtrado glomerular se forma e vai para o túbulo contorcido proximal onde há substâncias que podem voltar para a corrente sanguínea como a glicose, aminoácidos, água, bicarbonato, e elas só voltam se o organismo necessitar delas; e o que não volta para a corrente sanguínea acaba sendo excretado pela urina. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto ALÇA DE HENLE Tem formato de “U” e é a continuação do túbulo contorcido proximal. Tem um segmento mais espesso/grosso que apresenta células cúbicas a colunares, e um segmento mais delgado/fino que apresenta células simples pavimentosas. A alça de Henle é uma das estruturas mais importantes para a manutenção do funcionamento desse sistema. Sua principal função é trabalhar juntamente com as outras estruturas renais e promover a reabsorção de água e eletrólitos como sódio, potássio e cálcio, contribuindo para um aumento da concentração urinária. Ela foi assim denominada como formato de homenagem para o médico que provou a sua existência, assim como as suas variadas funções. Mecanismo de contra-corrente renal Devido ao formato de U que a alça de Henle apresenta, ela é responsável por desempenhar uma importante função fisiológica, chamado de mecanismo de contra- corrente. A Alça possui uma porção ascendente e outra descendente. Sabe-se que sua porção ascendente é impermeável à passagem de água, enquanto na descendente a água consegue passar. Como consequência disso, o sódio que é reabsorvido para o líquido peritubular não é acompanhado da saída de água, como ocorre normalmente em outros sistemas. Sendo assim, a osmolaridade no final da alça de Henle é menor do que no começo. Com a movimentação do filtrado pelo sistema urinário, esse líquido vai se tornando mais concentrado, devido à grande perda de água que ocorreu na porção descendente, chegando em concentrações osmolares próximas de 1.200 mosm. Nesse mecanismo de contra-corrente renal, ocorrem algumas trocas de fluidos. A porção ascendente da alça de Henle é impermeável à água, mas não aos íons, os quais serão perdidos para o líquido peritubular nesse momento. À medida que o filtrado glomerular passa pela porção descendente da alça de Henle, ele encontra o líquido que está ao redor do túbulo renal (mais concentrado devido a essa impermeabilidade à água). Por isso, o sódio do líquido peritubular entrará para a alça de Henle em sua porção descendente e a água irá sair, fazendo com que a osmolaridade se eleve. Um dos mecanismos mais importantes da contra-corrente na alça de Henle é o fato de a porção ascendente ter a bomba de sódio e potássio, que irá fazer com que a concentração osmolar entre o filtrado no túbulo seja equivalente à concentração no líquido peritubular. Outro fator que contribui para essa troca osmolar é o fato de os vasos sanguíneos caminharem em posição de contra-corrente com o túbulo renal. Então, da forma que o fluxo nos túbulos vai da esquerda para a direita, o fluxo de sangue vai da direita para a esquerda. Além do mais, contribui para a reabsorção de íons cálcio e magnésio. É na alça de Henle que agem alguns tipos de diuréticos (“diuréticos de alça”, ex. Furosemida). TÚBULO CONTORCIDO DISTAL É a Região que regula o pH e a concentração de K+ (potássio) e de NaCl (cloreto de sódio) no organismo. O túbulo distal desemboca em um ducto ou túbulo coletor de maior calibre e que carrega o filtrado até a pelve renal. No ducto coletor, ocorre a formação da urina a partir do processamento final do filtrado. Uma das características do túbulo contorcido distal é possuir células epiteliais cúbicas simples. Não apresentam orla em escova, e em relação ao túbulo contorcido proximal. Ele possui células menores e menor quantidade de mitocôndrias. No túbulo contorcido distal existe uma região chamada mácula densa, nessa região as células ficam bem grudadas umas às outras e essa ligação de células faz com que a região seja de cor mais escura. Essa região possui células epiteliais (cilíndricas) que produzem moléculas sinalizadoras que saem e vão para os vasos aferentes e eferentes especialmente nas células justaglomerulares as estimulando a produzir a Renina. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto TÚBULOS E DUCTOS COLETORES Possui dois segmentos, um coletor inicial e um coletor medular. É uma zona responsável pelo equilíbrio, já que é aqui o local de ação do ADH e a Aldosterona. Na sua porção cortical há secreção de H+ e reabsorção de K+, podendo também secretar HCO3-. É na sua porção medular que ocorre a modificação final da urina, onde, dependendo da composição original desta, pode haver reabsorção de NaCl, água, uréia; secreção de H+ e NH3; e secreção ou reabsorção de K+. As células principais possuem um cílio central. Depois do túbulo coletor distal (que fazparte do néfron) entramos no túbulo coletor (que não faz parte do néfron); ele tem células cúbicas a cilíndricas. Os ductos coletores é a segunda região do rim, onde ocorre maior absorção de água (a primeira é a alça de Henle situada no néfron). Aparelho justaglomerular É um conjunto de determinados órgãos nos rins que agem controlando o balanço de água (entrada e saída de água dos rins). Componentes: Células justaglomerulares, mácula densa e as células mesangiais extraglomerulares. As células justaglomerulares: produzem a renina; são células que fazem parte da parede das arteríolas aferentes e eferentes, são células musculares modificadas. Mácula densa: é uma região do túbulo contorcido distal. Células mesangiais extraglomerulares: não foram muito estudadas, mas sabe-se que elas auxiliam no controle do balanço hídrico. Estão localizadas no polo vascular, bem próximas as arteríolas aferentes e eferentes. Interstício Renal É um Tecido conjuntivo que faz parte dos rins; quando se tira os néfrons e os vasos sanguíneos, o que sobrar é o interstício renal. Nele pode ser encontrado fibroblastos, fibras colágenas e Proteoglicanos. O interstício renal é dividido em parte medular e parte cortical. As células intersticiais da parte medular: existem células chamadas de células intersticiais da medular, elas produzem prostaglandinas e prostaciclinas que agem na pressão sanguínea, gerando menor pressão sanguínea. As células intersticiais da cortical: tem a função de produzir 85% de toda a eritropoetina (que estimula a produção de eritrócitos/glóbulos vermelhos). Então qualquer deficiência nos rins, pode gerar anemia pela função de produzir grande quantidade de eritropoetina. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto URETERES Os ou ureteres são dois tubos feitos de músculo liso que impulsionam a urina dos rins para a bexiga urinária. No adulto humano, os ureteres têm geralmente 20-30 cm de comprimento e cerca de 3-4 mm de diâmetro. Tem como função transportar a urina dos rins para a bexiga, por meio de movimentos peristálticos (ondas) da musculatura lisa. Eles descem do abdômen superior, onde estão os rins, até a pelve, por trás dos órgãos gastrointestinais. Por seu trajeto, o ureter se divide em duas partes, a abdominal e a pélvica. Possui três camadas: • Camada mucosa: Constitui a parte interna do órgão; • Camada muscular: A segunda camada do ureter, composta por duas camadas musculares lisas, uma interna e outra externa; • Camada adventícia: Camada mais externa, onde se encontram os vasos sanguíneos e fibras nervosas. A extremidade superior do ureter localiza-se dentro do rim e se chama pelve renal. Do rim, o ureter desce pela parte posterior do abdômen e penetra na cavidade pélvica, abrindo-se no óstio do ureter, situado no assoalho da bexiga. Sua função é transportar a urina dos rins para a bexiga, por meio de movimentos peristálticos (ondas) da musculatura lisa. A urina se move ao longo dos ureteres devido ao peristaltismo do órgão e à força da gravidade. BEXIGA Na bexiga ocorre o armazenamento temporário da urina. A bexiga e vias urinarias possuem epitélio de transição e apresenta lâmina própria apresentando tecido conjuntivo frouxo mais em cima, e denso mais embaixo. A Bexiga é constituída de células que tem característica própria, pois ela precisa de proteção por conta da acidez do líquido que fica ali (urina). O lipídio que está presente na membrana da parede da bexiga chamada de cerebrosídeos, e eles auxiliam no dobramento e distensão da bexiga, e fazem a proteção da parede da bexiga. Além desse cerebrosídeos, também existem lâmina elástica que também auxiliam no dobramento (bexiga vazia) e distensão (bexiga cheia) da bexiga. A parede da bexiga é dividida em camadas/túnicas: • mucosa, submucosa, muscular, serosa e adventícia (tem as duas). E a túnica muscular é dividida em camadas: • longitudinal interna, circular externa e longitudinal externa (porção inferior ureter). Entre os ureteres e a bexiga existe uma válvula que é composta por tecido elástico (muscular), e quando essa válvula se contrai, ela impede o retorno da urina da bexiga para os ureteres. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto URETRA A porção final do trato urinário é a uretra. E em machos faz parte tanto do trato reprodutivo quanto urinário, já em fêmeas apenas trato urinário. Uretra masculina Na uretra masculina existem células glandulares que produzem uma secreção mucosa que serve para lubrificação no ato sexual. A uretra em machos é dividida em 3: • porção prostática onde existe epitélio de transição; situa-se próximo a bexiga e no interior da próstata. Os ductos que transportam a secreção da próstata abrem- se na uretra prostática. Em sua parte dorsal, existe uma elevação que faz saliência para o interior da uretra, denominada verumontanum. No ápice desta saliência, abre-se um tubo cego, sem função conhecida, o utrículo prostático. Nos lados do verumontanum abrem-se dois ductos ejaculadores, pelos quais passa o esperma; • porção membranosa existe epitélio pseudoestratificado colunar; possui apenas 1 centímetro de extensão. Nessa região da uretra, encontra-se um esfíncter de músculo estriado, denominado esfíncter externo da uretra. Lateralmente a esta porção, estão presentes as glândulas bulbouretrais (de Cowper), uma de cada lado; • porção cavernosa ou peniana que existe epitélio pseudoestratificado colunar e epitélio estratificado pavimentoso; encontra-se localizada no corpo cavernoso do pênis. Próximo à sua extremidade externa, a luz da uretra esponjosa dilata-se, dando origem à fossa navicular. Nessa porção são encontradas glândulas produtoras de muco (glândulas de Littré), responsáveis pela lubrificação sexual. Nesta região também desembocam os ductos das glândulas bulbouretrais. Uretra feminina Na mulher, a uretra localiza-se logo atrás da sínfise púbica e anteriormente à vagina. Mede, aproximadamente, 4 a 5 centímetros de comprimento. Esta estrutura passa no diafragma urogenital, composto por músculo esquelético sob a forma do esfíncter externo da uretra, que é voluntário. Há diversas glândulas parauretrais, semelhantes às da próstata masculina, ativadas durante as relações sexuais. Estas glândulas, denominadas glândulas de Bartholin, localizam-se no ponto G e possuem as funções de lubrificação, produção da enzima PDE5. Outra glândula, chamada glândula de Skene, é responsável pela lubrificação sexual, produção de enzimas e pela ejaculação feminina. É revestida por epitélio de transição com áreas de epitélio pavimentoso estratificado. Possui um esfíncter de músculo estriado, o esfíncter externo da uretra, próximo à sua abertura no exterior. (esse é uma característica da uretra feminina e controla a saída da urina para o meio externo). Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto PROCESSO DE FORMAÇÃO DA URINA A urina é uma substância produzida pelo corpo que ajuda a retirar ureia e outras substâncias tóxicas do sangue. Essas substâncias são produzidas diariamente pelo funcionamento constante dos músculos e pelo processo de digestão dos alimentos. Caso esses resíduos fossem se acumulando no sangue, poderiam causar danos graves em vários órgãos do corpo. Todo este processo de filtração do sangue, retirada de resíduos e formação da urina acontece nos rins, órgãos que se localizam na região inferior das costas. Diariamente, os rins filtram cerca de 180 litros de sangue e apenas produzem 2 litros de urina, o que é possíveldevido aos vários processos de eliminação e reabsorção de substâncias, que evitam a eliminação de água em excesso ou de substâncias importantes para o organismo. O processo é dividido em três etapas: Filtração: Essa primeira etapa ocorre na cápsula glomerular e é um processo passivo; caracteriza-se pela saída do filtrado do plasma do interior do glomérulo para a cápsula. Isso ocorre em virtude da alta pressão do sangue nesse local. Uma vez que os vasos vão se tornando cada vez menores, a pressão sanguínea no glomérulo é muito elevada e assim o sangue é empurrado com força contra as paredes dos vasos, sendo filtrado. Apenas as células do sangue e algumas proteínas, como a albumina, são grandes o suficiente para não passar e, por isso continuam no sangue. Tudo o resto passa para os túbulos do rim e é conhecido como filtrado glomerular. O filtrado glomerular, ou urina inicial, é livre de proteínas e assemelha-se ao plasma sanguíneo. Reabsorção: O filtrado resultante da etapa da filtração apresenta substâncias que são bastante importantes para o organismo e devem ser reabsorvidas. A reabsorção ocorre no túbulo néfrico, principalmente nos túbulos proximais, e é importante para evitar a perda excessiva de substâncias, tais como água, sódio, glicose e aminoácidos. Esse processo é responsável por determinar como será a composição final da urina. Ainda dentro desta fase, o filtrado passa pela alça de Henle, que é uma estrutura após o túbulo proximal na qual os principais minerais, como sódio e potássio, são novamente absorvidos para o sangue. A concentração da urina formada é regulada através da secreção de ADH (hormônio antidiurético) pela neuro-hipófise. Esse hormônio atua aumentando a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores, fazendo com que ocorra uma maior reabsorção de água. A liberação de ADH é maior quando bebemos pouca água, pois é uma forma de o corpo diminuir a eliminação dessa substância que está escassa no momento. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Obs. Algumas substâncias estão em concentrações muito elevadas no nosso organismo. Sendo assim, elas não são completamente reabsorvidas e parte é perdida na urina. (Ex. Portadores de diabetes Melittus apresentam grande quantidade de glicose no sangue e consequentemente na urina.) Secreção: Algumas substâncias presentes no sangue e que são indesejáveis ao organismo são absorvidas pelas células do túbulo contorcido distal. O ácido úrico e amônia fazem parte dessas substâncias que são retiradas dos capilares e lançadas ao líquido que formará a urina. Após passar por toda a extensão do túbulo néfrico, a urina está formada. Ela então é conduzida até os ureteres, que a levarão até a bexiga, onde permanecerá até o momento de sua eliminação do corpo. Resumo: Filtração → apenas macromoléculas são filtradas (proteínas) Filtrado que chega à Capsula de Bowman: água, sais, aminoácidos, vitaminas, gliceróis, ácidos graxos, ureia, ácido úrico e etc. Passam para o tubo contorcido proximal (TCP) Reabsorção → ocorre no TCP: é absorvida a água, glicose, aminoácidos e íons sódio, que passam para os capilares por transporte ativo; (caso haja excesso de glicose, ela passa para a urina, caracterizando o diabetes Melittus.) Na alça de Henle: absorção de água, Na+ e Cl-. A partir da alça ascendente, o néfron bombeia sais para o sangue, gerando um gradiente osmótico entre o filtrado e o plasma, que ocasiona o retorno de quase toda a água para o sangue. No tubo contorcido distal: O líquido restante passa para o tubo coletor, onde ocorre, também, a reabsorção de água e sais. O hormônio ADH estimula a reabsorção da água, enriquecendo a membrana do néfron em aquaporinas. A aldosterona viabiliza a reabsorção de sais, tornando as células mais permeáveis aos íons Cl- e NA+. Após a reabsorção da água restante, o líquido constitui a URINA. Secreção tubular → as células do TCD retiram do sangue, por transporte ativo, íons H+ e NH4+, além de toxinas para regular o pH e desintoxicar o sangue.
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