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BIANCA ABREU-MD3 1 Objetivos 1. Descrever anatomia e histologia dos rins 1.1. Localização, inervação e vascularização 1.2. Comparar túbulos contorcidos, alça néfrica... 2. Descrever a fisiologia renal 2.1. Conceituar filtração, reabsorção, secreção e excreção** 2.2. Relacionar a fisiologia com a histologia renal 2.3. Explicar os mecanismos da filtração (autorregulação miogênica, feedback tubuloglomerular) 2.4. Descrever o controle endócrino da formação da urina (relacionado a filtração, reabsorção e secreção→ ANG, Aldosterona) 2.5. Descrever a influência do SNA no processo de filtração, reabsorção e secreção 2.6. Relacionar a filtração com as forças de Starling 2.7. Como ocorre a reabsorção? Explicar a reabsorção dos seguintes elementos: Cálcio, Sódio, Magnésio, Cloreto, Potássio, Hidrogênio, Glicose, Bicarbonato...... 2.8. Descrever o mecanismo de formação da urina 2.8.1. Aspectos físicos e químicos 2.8.2. Fatores que alteram a coloração da urina: medicamentos, doenças hepáticas, ingestão de água, alimentação.... 3. Quais os exames de imagem usados para descrever a anatomia normal do rim? BIANCA ABREU-MD3 2 Estão localizados lateralmente à coluna vertebral no Espaço Retroperitoneal na Parede Abdominal Posterior entre a última (12ª) Vértebra Torácica e a 3ª Vértebra Lombar, sendo parcialmente protegidos pelas Vertebras Flutuantes. Cada polo superior é recoberto pela Glândula Suprarrenal/ Adrenal. Possui duas Porções: Externa e Interna. Um rim normal, em um adulto, mede entre 10 e 12 cm de comprimento, de 5 a 7 cm de largura e 3 cm de espessura – aproximadamente o tamanho de uma barra de sabão – e possui massa de 135 a 150 g. A Margem Medial Côncava de cada rim está voltada para a Coluna Vertebral. Próximo do centro da margem côncava encontra-se uma Fissura Vertical Profunda, chamada de Hilo Renal, pela qual o Ureter emerge do rim junto com Vasos Sanguíneos, Vasos Linfáticos e Nervos. Três camadas de tecido envolvem cada rim: • Camada Profunda (Cápsula Fibrosa): é uma lâmina transparente lisa de Tecido Conjuntivo Denso não Modelado, contínua com a Túnica Externa do Ureter. A cápsula serve como barreira contra trauma e ajuda a manter o formato do rim. Ela possui duas camadas distintas entre si: • Camada Externa: constituída de Fibroblastos e Fibras de Colágeno; • Camada Interna: constituída por Tecido Celular contento Miofibroblastos. Ressalta-se, ainda, que a contra- ção dos Miofibroblastos auxilia na resistência às variações de Volume e Pressão que atingem a Função Renal. • A Cápsula penetra no Hilo, onde forma a cobertura de Tecido Conjuntivo do Seio Renal e se torna contínua com o Tecido Conjuntivo, formando as paredes dos Cálices e da Pelve Renal. • Camada Média (Cápsula Adiposa/ Gordura Perirrenal): é uma massa de Tecido Adiposo que envolve a Cápsula Fibrosa. Além disso, protege o rim contra trauma, mantendo-o firmemente no lugar, dentro da Cavidade Abdominal. • Camada Superficial (Fáscia Renal): é outra camada fina de Tecido Conjuntivo Denso não Modelado, que ancora o rim às estruturas adjacentes e à parede do Abdome. Na face anterior dos rins, a Fáscia Renal encontra-se profundamente ao Peritônio. • Córtex Renal (Parte Vermelha-Clara Externa): é a Camada mais Externa do Rim, caracterizada por apresentar textura lisa e que está em contato com a Cápsula Fibrosa. É caracteriza pelos corpúsculos renais e seus túbulos associados. Córtex= Corpúsculo Renal + Túbulos Contorcidos + Túbulos Retos (do Néfron) + Túbulos Coletores + Ductos Coletores + Suprimento Vascular. Divide-se em Zona Cortical Externa e Zona Justamedu-lar Interna: • Zona Cortical (Externa): contém Néfrons localizados quase inteiramente no Córtex, com Alças Néfricas curtas. São 85% dos Néfrons desempenham maior parte das funções de Filtração e Reabsorção; • Zona Justamedular (Interna): contém Néfrons que estão localizados em uma região mais próxima da Medula Renal e apresentam longas alças que se estendem para o interior das pirâmides renais. São os 15 restantes, criam as condições necessárias para a produção de urina concentrada. • Medula Renal (Parte Marrom-Avermelhada Interna): consiste em diversas estruturas coniformes, chamadas Pirâmides Renais. A Base (extremidade mais larga) das Pirâmides está voltada para o Córtex BIANCA ABREU-MD3 3 Renal e seu Ápice (extremidade mais estreita), chamado de Papila Renal, aponta para o Hilo Renal. A extremidade da Papila Renal, conhecida como Área Cribiforme, é perfurada pela abertura dos Ductos Coletores. As Pirâmides Renais se dividem em: • Medula Externa: adjacente ao Córtex Renal, subdivide-se em Zona Interna e Externa; • Medula Interna. As coberturas de Tecido Cortical que estão sobre as Pirâmides se estendem perifericamente em torno da porção lateral da Pirâmide formando as Colunas Renais. Juntos, o Córtex e a Medula Renal, formada pelas Pirâmides Renais, constituem o Parênquima do Rim. No interior do Parênquima, encontram-se as menores unidades funcionais dos Rins, aproximadamente 1 milhão de Néfrons. A Urina formada pelos Néfrons drena para grandes Ductos Papilares que se estendem pelas papilas Renais das Pirâmides. Os Ductos Papilares drenam para estruturas cupuliformes, chamadas de Cálices Renais Maiores e Menores – cada Rim possui entre 8 e 18 Cálices Menores, e entre 2 e 3 Cálices Maiores. O hilo expande-se em uma cavidade dentro dos rins, chamada de Seio Renal, que contém parte da Pelve Renal, os Cálices Renais e os Ramos dos Nervos e Vasos Sanguíneos dos Rins. O Tecido Adiposo ajuda a estabilizar a posição dessas estruturas no Seio Renal. Lobos e Lóbulos Renais: cada Pirâmide Medular + Tecido Cortical associado em sua Base e Laterais formam um Lobo. Portanto, o número de Lobos de um Rim é igual ao número de Pirâmides Medulares. Já um Lóbulo, consiste em um conjunto de Néfrons + Ducto Coletor responsável pela drenagem destes Néfrons (Unidade Secretora Renal). Desse modo, os Lobos se subdividem em Lóbulos. O Cálice Menor recebe a Urina proveniente dos Ductos Papilares da Papila Renal A Urina é distribuída aos Cálices Maiores, sendo drenada para uma cavidade grande e simples, a Pelve Renal Da Pelve Renal, a Urina é drenada, em ambos os lados, para fora, através dos Ureteres até a Bexiga Urinária, onde fica armazenada Os Rinsrecebem cerca de 1,2 litros de sangue por minuto da Artéria Renal (ramificação da Artéria Aorta Abdominal). A Artéria Renal, após penetrar o Seio Renal, ramifica-se em Artérias Segmentares, que, por sua vez, ramificam-se em Artérias Interlobares que irradiam rumo ao Córtex Renal por meio das Colunas Renais Na Base das Pirâmides Renais, as Artérias Interlobares se curvam entre o Córtex e a Medula, originando as Artérias Arqueadas As Artérias Arqueadas, por sua vez, dividem- se e produzem uma série de Artérias Interlobulates (passam entre os Lóbulos dos Rins) Após isso, as Artérias Interlobulares entram no Córtex Renal e originam os ramos conhecidos como Arteríolas Eferentes Devido ao Fígado, o Rim Direito é ligeiramente mais inferior BIANCA ABREU-MD3 4 Individualmente, os Néfrons são vascularizados pelas Arteríolas Aferentes Renais/Glomerulares, as quais dão origem a um Enovelado Capilar chamado Glomérulo Renal. O Glomérulo Renal, por sua vez, se reúne e forma uma Arteríola Eferente Renal/Glomerular, que leva o sangue para fora do Glomérulo Renal. Desse modo, as Arteríolas Eferentes se dividem para formar os Capilares Peritubulares, que drenam o sangue até as Veias Interlobulares, que conduzem para as Veias Arqueadas e, depois, às Veias Interlobares, desembocando, finalmente, na Veia Renal. Obs.: O suprimento de sangue dos Néfrons Corticais Superficiais difere do suprimento para os Néfrons Justamedulares. Nos NéfronsSuperficiais, Capilares Peritubulares se ramificam das Arteríolas Eferentes e distribuem nutrientes para as Células Epiteliais. Esses capilares também servem como suprimento sanguíneo para a reabsorção e secreção. Nos Néfrons Justamedulares, os Capilares Peritubulares têm a especialização chamada de Vasos Retos que são longos Vasos Sanguíneos em forma de grampo que seguem o mesmo curso da Alça Néfrica. Os Vasos Retos servem como trocadores osmóticos para a produção de Urina concentrada. Muitos Nervos Renais se originam no Gânglio Renal (Plexo Celíaco) e passam pelo Plexo Renal para os Rins, juntamente com as Artérias Renais. Os Nervos Renais integram a Parte Simpática da Divisão Autônoma do Sistema Nervoso. A maior parte consiste em Nervos Vasomotores que regulam o fluxo sanguíneo renal, causando dilatação ou constrição das arteríolas renais. Néfrons: são as menores Unidades Estruturais Funcionais dos Rins. Componentes em ordem: Cápsula de Bowman, Túbulo Contorcido Proximal, Túbulo Reto Proximal, Alça Néfrica (com o segmento descendente fino, o Segmento Ascendente Fino e o Segmento Ascendente Espesso), Túbulo Contorcido Distal e Ductos Coletores. Cada Néfron consiste em duas partes: Corpúsculo Renal e Túbulo Renal: Corpúsculo Renal: formado pelo Glomérulo Renal (tufo de Capilares composto de 10 a 20 Alças Capilares) + circundado pela Cápsula Renal/Glomerular/de Bowman (capuz epitelial de 2 camadas que circunda os Capilares Glomerulares). A Filtração ocorre na Cápsula Glomerular, produzindo o Ultrafiltrado Glomerular. Além disso, encontramos dois polos: Polo Vascular (local de entrada e saída das Arteríolas Aferente e Eferente Renais na Camada Parietal da Cápsula Renal); e o Polo Urinário (está em oposição ao Polo Vascular e corresponde à região por onde se inicia o Túbulo Contorcido Proximal). Túbulo Renal: região por onde passa o Ultrafiltrado. O Túbulo Renal consiste em: Túbulo Contorcido Proximal: situa-se no Córtex Renal; Alça Néfrica: estende-se à Medula Renal (Ramo Descendente da Alça Néfrica), realiza uma curva e retorna ao Córtex (Ramo Ascendente da Alça Néfrica), sendo formada por: Túbulo Reto Proximal (Ramo Descendente Espesso da Alça Néfrica): desce até a Medula Renal; Ramo Descendente Delgado: é a continuação Do Túbulo Reto Proximal dentro da Medula. Ele faz uma volta semelhante a um grampo de cabelo e retorna na direção do Córtex; Ramo Ascendente Delgado: é a continuação do Ramo Descendente Delgado após sua volta semelhante a um grampo de cabelo; BIANCA ABREU-MD3 5 Túbulo Reto Distal (Ramo Ascendente Espesso da Alça Néfrica): é a continuação do Ramo Ascendente Delgado. O Túbulo Reto Distal ascende através da Medula e entra no Córtex no raio medular para alcançar a vizinhança de seu Corpúsculo Renal de origem. O Túbulo Reto Distal, então, deixa o Raio Medular e faz contato com o Polo Vascular de seu Corpúsculo Renal. Nesse ponto, as Células Epiteliais do túbulo adjacente à Arteríola Aferente do Glomérulo são modificadas para formar a Mácula Densa. O Túbulo Distal, então, deixa a região do Corpúsculo Renal e se torna o Túbulo Contorcido Distal. Túbulos/Ductos Coletores: os Túbulos Coletores começam no labirinto cortical, como Túbulos Conectores ou Túbulos Coletores Arqueados, e prosseguem até o Raio Medular, onde se unem aos Ductos Coletores. Os Ductos Coletores dentro do Córtex são referidos como Ductos Coletores Corticais. Quando estes alcançam a Medula, são denominados Ductos Coletores Medulares. Esses ductos seguem seu curso até o Ápice da Pirâmide Medular, onde se fundem com ductos coletores maiores, chamados Ductos Papilares/ de Bellini, que desembocam no Cálice Menor. A área da Papila que contém as aberturas desses Ductos Coletores é denominada Área Cribriforme. Néfrons Subcapsulares/Corticais: têm seus Corpús-culos Renais localizados na parte externa do Córtex. Eles têm Alças Néfricas curtas, estendendo-se apenas até a região externa da Medula. Néfrons Justamedulares: constituem cerca de um oitavo do total de Néfrons. Seus Corpúsculos Renais ocorrem em proximidade à base de uma Pirâmide Medular. Eles têm Alças Néfrica longas e Segmentos Ascendentes Delgados Longos que se estendem bem para dentro da região interna da Pirâmide. Néfrons Intermediários/Mesocorticais: têm seus Corpúsculos Renais na região média do Córtex. Suas Alças Néfricas apresentam comprimento intermediário. Ureteres: as Contrações Peristálticas das paredes musculares dos Ureteres empurram a Urina da Pelve Renal para a Bexiga Urinária, transporte esse, também facilitado pela Força Gravitacional e Pressão Hidrostática. Eles são tubos estreitos localizados no Espaço Retroperitoneal com paredes espessas. Os Ureteres se curvam medialmente, passam obliquamente através da parede da Face Posterior da Bexiga Urinária e se abrem no Óstio do Ureter situado no assoalho da Bexiga Urinária. Em virtude deste trajeto, distinguem-se as duas partes do Ureter: Porção Abdominal e Pélvica. Curiosidade! Não há Válvula/Esfíncter no Óstio dos Ureteres, porém, conforme a Bexiga Urinária se enche com Urina, a Pressão Interna comprime os Óstios oblíquos dos Ureteres, o que impede o Fluxo Retrógrado de Urina. Caso esse mecanismo não esteja funcionando corretamente, é possível que micróbios subam os Ureteres a partir da Bexiga Urinária e infectem ambos os Rins. Bexiga Urinária: é um órgão muscular elástico oco, situado na Cavidade Pélvica, posteriormente à Sínfise Púbica que funciona como reservatório temporário para o armazenamento de Urina. Quando a Bexiga está cheia, ela ascende para a Cavidade Abdominal. Ademais, a Bexiga possui diferenças anatômicas entre os homens e mulheres. BIANCA ABREU-MD3 6 • Bexiga Masculina: localiza-se diretamente anterior ao Reto; • Bexiga Feminina: localiza-se à frente da Vagina e abaixo do Útero. A capacidade média da Bexiga Urinária é de 700 – 800 ml, volume menor nas mulheres porque o Útero ocupa o espaço imediatamente acima da Bexiga. Quando a Bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área triangular na superfície posterior da Bexiga, chamada Trígono da Bexiga Urinária, é sempre lisa e não exibe rugas. Este Trígono é limitado por três vértices: os pontos de entrada dos dois Ureteres e o ponto de saída da Uretra. O Trígono é importante clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área. A saída da Bexiga Urinária contém o Músculo Esfíncter chamada Esfíncter Interno, que se contrai involuntária-mente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente ao Músculo Esfíncter, envolvendo a parte superior da Uretra, está o Esfíncter Externo, que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de Urinar. Uretra: é um pequeno tubo que se origina do Óstio Interno da Uretra, no assoalho da Bexiga Urinária, até o exterior do corpo, levando Urina através do Óstio Externo da Uretra. A Uretra apresenta diferenças anatômi-cas, assim como a Bexiga Urinária, em ambos os sexos: • Uretra Masculina: faz parte dos Sistemas Urinário e Reprodutor. Medindo cerca de 20 cm, é muito mais longa que a Uretra Feminina. Quando a Uretra Masculina deixa a bexiga, ela passa através da Próstata e se estende ao longo do Pênis. Logo, conduz a urina e o esperma. É dividida em 3 porções: a Prostática, a Membranácea e a Esponjosa, cujas as estruturas e relações são essencialmente diferentes. Na Uretra Masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um Ducto Ejaculatório. • Uretra Feminina: a uretra é curta e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Seu Óstio Externo localiza-se anteriormente à Vagina e entre os Lábios Menores. Curiosidade! Nas mulheres, diferentemente dos homens, a abertura uretral é encontrada anteriormente às aberturas da Vagina e do Ânus. Esse fator, somado ao fato de que a Uretra feminina é mais curta, predispõe as mulheresde, devido ao fato de sua proximidade com bactérias originárias do Intestino Grosso, a adquirirem Infecções do Trato Urinário (ITU’s), sendo o principal agente etiológico a bactéria Escherichia coli. Corpúsculo Glomerular/Renal: é uma estrutura esférica que consiste em um Tufo Capilar Glomerular (10 a 20 Alças Capilares), o Glomérulo Renal, circundado por um Capuz Epitelial formado por dois folhetos, os Folhetos Visceral e Parietal que formam, juntos, a Cápsula de Bowman. Os Capilares Glomerulares são supri-dos pela Arteríola Aferente e drenados por uma Arteríola Eferente que, em seguida, ramifica-se para suprir, agora, os Túbulos Renais. A Cápsula de Bowman consiste em Folheto Parietal (Externo, formado por Células Epiteliais Pavimentosas Simples) e Folheto Visceral (Interno, constituído por Epitélio Visceral/Glomerular constituído por Células Epiteliais Escamosas Simples Grandes modificadas, conhecidas como Podócitos- os quais apresentam projeções celulares chamadas Pedicelos ou Pés, que se entrelaçam em torno da camada única de Células Epiteliais dos Capilares Glomerulares). O Espaço Capsular que separa os dois Folhetos recebe o líquido filtrado através das paredes fenestradas dos Capilares. O local onde as Arteríolas Aferente e Eferente penetram e saem do Folheto Parietal da Cápsula Glomerular é denominado Polo Vascular. Oposto a esse local está o Polo Urinário do Corpúsculo Renal, onde o Túbulo Contor- cido Proximal começa. BIANCA ABREU-MD3 7 Túbulo Contorcido Proximal: origina-se no Polo Urinário da Cápsula de Bowman e segue um curso muito tortuoso ou contorcido e, entrando no Raio Medular para continuar como Túbulo Reto Proximal (Ramo Descendente Espesso da Alça Néfrica). Fisiologicamente, é o principal local de Reabsorção. Histologica-mente, apresenta um revestimento Epitelial Cúbico Simples com Bordas em Escova que apresenta as seguintes características: Borda em Escova formada por Microvilosidades longas e retas afim de aumentar a área de Reabsorção; Presença de Zônulas de Oclusão que vedam o Espaço Intercelular das Células do Lúmen Tubular e Zônulas de Adesão que mantém a união entre as células vizinhas; Presença de Pregas/Dobras nas Superfícies Laterais das Células; Extensa Interdigitação dos Prolongamentos Basais das Células Adjacentes; Presença de Feixes de Microfilamentos de Actina na Porção Basal das Células do TCP, os quais desempe-nham papel na regulação da movimentação de Líquido Filtrado em direção ao Capilar Peritubular adjacente; Presença de Estrias Basais, que consistem em Mitocôndrias alongadas concentradas nos Prolongamentos Basais. Túbulo Reto Proximal (Ramo Descendente Espesso): suas Células não são tão especializadas para Absorção como as do Túbulo Contorcido Proximal. São mais curtas, com uma Borda em Escova menos desenvolvida e Prolongamentos Laterais e Basolaterais menos complexos e em menor número. As Mitocôndrias são menores do que aquelas das células do segmento contorcido e estão aleatoriamente distribuídas no citoplasma. Existem menos Invaginações Apicais e Vesículas Endocitóticas, bem como menos Lisossomos. O Ramo Descendente Espesso desce até a Medula Renal; Ramo Descendente Delgado: é a continuação do Túbulo Reto Proximal dentro da Medula. Ele faz uma volta semelhante a um grampo de cabelo e retorna na direção do Córtex. O comprimento do Segmento Delgado varia com a localização do Néfron no Córtex. Os Néfrons Justamedulares têm os Ramos mais longos; os Néfrons Corticais têm os Ramos mais curtos. Além disso, vários tipos celulares estão presentes no Segmento Delgado. Ao microscópio óptico, é possível detectar 4 tipos de Células Epiteliais: Epitélio do Tipo I: é encontrado nos Ramos Descendente e Ascendente Delgados da Alça Néfrica dos Néfrons de Alça Curta. Ele consiste em um Epitélio Simples e fino, onde as células quase não têm Interdigitações com as células vizinhas e exibem poucas organelas; Epitélio do tipo II: encontrado no Ramo Descendente Delgado dos Néfrons de Alça Longa no Labirinto Cortical, consiste em Epitélio mais alto. Essas células possuem organelas abundantes e têm muitas Microvilosidades; Epitélio do tipo III: encontrado no Ramo Descendente Delgado na Medula Interna, consiste em um epitélio mais delgado. As células têm uma estrutura mais simples e menos MICROVILOSIDADES do que as Células Epiteliais so Tipo II. As Interdigitações Laterais estão ausentes; Epitélio do Tipo IV: encontrado na volta dos Néfrons de Alça Longa e através de todo o Ramo Ascendente Delgado, consiste em um epitélio baixo, achatado, sem microvilosidades. As células possuem poucas organelas. Ramo Ascendente Delgado: é a continuação do Ramo Descendente Delgado após sua volta semelhante a um grampo de cabelo. Túbulo Reto Distal (Ramo Ascendente Espesso): é a continuação do Ramo Ascendente Delgado. Ascende através da Medula e entra no Córtex no Raio Medular para alcançar a vizinhança de seu Corpúsculo Renal de origem. O BIANCA ABREU-MD3 8 Túbulo Reto Distal então deixa o Raio Medular e faz contato com o Polo Vascular. Nesse ponto, as Células Epiteliais do Túbulo adjacente à Arteríola Aferente são modificadas para formar a Mácula Densa. O Túbulo Distal então deixa a região do Corpúsculo Renal e se torna o Túbulo Contorcido Distal. Túbulo Contorcido Distal: é menos tortuoso que o Túbulo Contorcido Proximal. Em seu término, o Túbulo Contorcido Distal desemboca em um Ducto Coletor que se localiza no Raio Medular através de um Túbulo Coletor Arqueado. Túbulos e Ducto Coletor: os Túbulos Coletores começam no labirinto cortical, como Túbulos Conectores ou Túbulos Coletores Arqueados, e prosseguem até o Raio Medular, onde se unem aos Ductos Coletores. Os Ductos Coletores, quando dentro do Córtex são referidos como Ductos Coletores Corticais, quando dentro da Medula, são denominados Ductos Coletores Medulares. Esses ductos seguem seu curso até o Ápice da Pirâmide, onde se fundem com os Ductos Papilares, que desembocam no Cálice Menor. A área da Papila Medular que contém as aberturas desses ductos coletores é denominada Área Cribriforme. • Regulação do líquido extracelular e da pressão sanguínea: Quando o volume do líquido extracelular diminui, a pressão sanguínea também diminui. Os rins trabalham de forma integrada com o sistema circulatório a fim de evitar a oscilação desses níveis, mantendo-os em uma faixa aceitável. • Controle da osmolaridade: O corpo integra a função renal com a comportamental, à exemplo da sede, promovendo a regulação osmótica. • Manutenção do equilíbrio iônico: Os rins, por meio de reabsorção e secreção, mantém a concentração de boa parte dos íons–chave dentro de uma faixa normal pelo balanço entre ingestão e perda urinária. • Excreção: Os rins são órgãos fundamentais para a remoção de subprodutos metabólicos e substâncias exógenas da circulação sanguínea. BIANCA ABREU-MD3 9 • Produção hormonal: Embora os rins não sejam glândulas endócrinas, atuam desempenhando importante papel em diversas vias, regulando o balanço de íons como o Ca2+, Na+, K+ e promovendo a homeostase da pressão sanguínea. – O néfron é a unidade funcional do rim. Cada rim humano contém cerca de 1,2 milhão de néfrons que são tubos ocos compostos de: • Corpúsculo renal: Representado pelos capilares glomerulares e pela capsula de Bowman. Sua função consiste na filtração sanguínea. • Grande túbulo: Uma vez que o sangue foi filtrado, passa por diversas partes desse túbulo e sofre modificações em seu conteúdo devido à constante secreção e reabsorção iônica. O grande túbulo é constituído por: a) Túbulo contorcido proximal; b) Alça néfrica; c) Túbulo contorcido distal; d) Ducto coletor. • Capilares peritubulares: Circundam o interstício paralelo ao grande túbulo a fim de receber e doar íons na troca com o túbulo renal. Do processo de filtração à excreção,a urina passa por diversas etapas até ser formada, sendo elas: • Filtração: Passagem do fluxo plasmático pelo corpúsculo renal. Infere-se que no glomérulo há resistência a algumas substâncias, sendo o remanescente no túbulo um ultrafiltrado do plasma sanguíneo. • Reabsorção: Retomada de íons de interesse do túbulo renal para o interstício e, posteriormente, para o sangue pelo organismo, por meio de transportes passivos e ativos. Promove o equilíbrio iônico junto à etapa seguinte. BIANCA ABREU-MD3 10 • Secreção: Expulsão de substâncias tóxicas ou em excesso do sangue para o interstício e, após isso, para o túbulo renal, possibilitando o balanço homeostático. • Excreção: Remoção de substâncias desprezadas pelo organismo para o meio externo. Pressões atuantes Para que a filtração ocorra no sentido do fluxo plasmático renal, é necessário que haja uma resultante entre as pressões atuantes no glomérulo, sendo elas as forças de Starling • Pressão hidrostática capilar: É a pressão que favorece a filtração, imposta pelo fluxo sanguíneo capilar. • Pressão hidrostática glomerular: É a força que se opõe à filtração, sendo exercida pelo líquido presente no lúmen do néfron. • Pressão oncótica nos capilares glomerulares: Ela também se opõe à filtração, sendo determinada pela concentração de proteínas no sangue do capilar glomerular. O volume líquido que é filtrado dentro da capsula de Bowman por unidade de tempo é a TFG. Ela é essencial para a determinação da função renal e, para que isso seja feito, faz uso de marcadores renais para a verificação da eficiência da filtração glomerular. Para ser considerado um bom marcador renal, é necessário que a substância: Seja facilmente filtrada. Não seja reabsorvida ou secretada no túbulo renal. Ao ser infundida, não altere a TFG. Sendo assim, o melhor marcador renal existente é a insulina. De fonte exógena e sendo necessária sua aplicação endovenosa para determinar a função renal, os testes utilizando essas substâncias, apesar de obterem 100% de eficácia, são muito dispendiosos. Em contrapartida, há uma substância endógena que é completamente filtrada e levemente secretada no túbulo renal – a creatinina. Atualmente os testes envolvidos na mensuração dos índices de creatinina são os mais utilizados para a determinação da função renal. Ademais, a TFG sofre influência das pressões anteriormente descritas e pode ser modificada a depender da contratilidade da vascularização aferente e eferente que chega no corpúsculo renal. Constrição da Arteríola Aferente: Quando esse vaso passa a fornecer uma resistência, ocorre a diminuição do fluxo plasmático renal, diminuindo, assim, a pressão hidrostática capilar e, posteriormente, a taxa de filtração glomerular. Constrição da Arteríola Eferente: Quando esse vaso passa a fornecer uma resistência, ocorre o acúmulo de sangue adjacente ao corpúsculo renal mesmo que o fluxo plasmático se torne diminuído, havendo o aumento da pressão hidrostática capilar e, posteriormente, da taxa de filtração glomerular. BIANCA ABREU-MD3 11 A TGF está sujeita à autorregulação de modo a proteger as Barreiras de Filtração da Pressão Arterial que, quando alta, pode danificá-las. Existem, então, dois mecanismos: (1) Autorregulação Miogênica e (2) Retroalimentação/Feedback Tubuloglomerular. Autorregulação Autorregulação Miogênica: Quando a Pressão Arterial Média cai para menos de 80mmHg, a TFG diminui como resposta adaptativa, pois se menos Plasma é filtrado, o decréscimo na TFG ajuda o corpo a conservar o Volume Sanguíneo. Retroalimentação/Feedback Tubuloglomerular: é uma via de controle local, na qual o Fluxo de Líquido por meio dos Túbulos Renais altera a TFG. O Aparelho Justaglomerular é formado pela interação entre as paredes Tubulares e Arteriolares, que entram em contato umas com as outras e sofrem modificações. A Porção Modificada do Epitélio Tubular é formado por uma placa de Células, chamada Mácula Densa. A parede da Arteríola Aferente adjacente possui Células Musculares Lisas Especializadas, conhecidas como Células Granulares/Justaglomerulares/JG, que secretam Renina, uma enzima envolvida no balanço de Sal e Água. Evidências demonstram que a Comunicação Parácrina entre a Mácula Densa e a Arteríola Afrente é complexa, onde foram identificados como sinalizadores: ATP, Adenosina e Óxido Nítrico. O Músculo Liso da Arteríola Aferente se estira devido ao aumento da Pressão Arterial O Estiramento promove a abertura de Canais Iônicos Sensíveis ao Estiramento, o que despolariza as Fibras Musculares A Despolarização das Fibras Musculares leva à abertura de Canais de Cálcio (Ca+2) Dependentes de Voltagem, e o Músculo Liso Vascular se contrai A Vasoconstrição aumenta a Resistência ao Fluxo Sanguíneo através das Arteríolas, o que diminui a Pressão de Filtração no Glomérulo Renal Se a Pressão Arterial diminui, o tônus vasomotor de contração desaparece e a Arteríola se torna dilatada Quando o NaCl que passa pela Mácula Densa aumenta, como resultado da TFG aumentada, as Células da Mácula Densa enviam Sinais Parácrinos à Arteríola Aferente vizinha A Arteríola Aferente se contrai, aumentando a Resistência e diminuindo a TFG O Fluxo de NaCl também pode ser detectado pelas Células Tubulares Renais através dos Cílios Primários, localizados na Superfície Apical voltada ao lúmen BIANCA ABREU-MD3 12 Regulação Hormonal: diversos hormônios influenciam a Resistência Arteriolar, dentre eles a Angiotensina II, um potente vasoconstritor e as Prostaglandinas, potentes vasodilatadoras. Estes hormônios podem, além disso, afetar o Coeficiente de Filtração devido a sua atuação sobre os Podócitos e Células Mesangiais. Desse modo, os Podócitos alteram o tamanho das fendas de Filtração Glomerular. Se as fendas se alargam, ocorre um aumento na área de superfície disponível para a filtração, e a TFG aumenta. A contração das Células Mesangiais evidentemente altera a área de superfície do Capilar Glomerular disponível para a filtração. Sistema Nervoso Autônomo: é mediado pelos Neurônios Simpáticos que inervam as Arteríolas Aferente e Eferente Renais. Quando ativado, o SNASimpático, via Receptores Alfa presentes no Músculo Liso Vascular, promove vasoconstrição. Em uma situação em que a Pressão Arterial Sistêmica caia abruptamente, como ocorre em uma Hemorragia ou Desidratação Grave, a Vasoconstrição diminui a TFG e o Fluxo Sanguíneo Renal. Aparelho de Filtração Glomerular: o Corpúsculo Renal contém o AFG do Rim, o qual consiste no (1) Endotélio Capilar Glomerular; na (2) Membrana Basal Glomerular; e (3) Folheto Visceral da Cápsula de Bowman. BIANCA ABREU-MD3 13 Endotélio dos Capilares Glomerulares: contêm numerosas Fenestrações de contornos irregulares, grandes o bastante para que a maioria dos componentes seja devidamente filtrada, entretanto, pequenas o suficiente para impedir que as Células Sanguíneas atravessem o capilar. As Células Endoteliais dos Capilares Glomerulares possuem numerosos Canais de Aquaporina-1 (AQP-1), os quais permitem o movimento de água através do Endotélio. Além disso, na Superfície das Fenestrações (Poros), encontram-se Proteínas de Carga Negativa que repelem outras Proteínas de Carga Negativa. As Células Endoteliais também secretam produtos, como o Óxido Nítrico (NO) e as Prostaglandinas (PGE2), envolvidos na patogênese de diversas Doenças Glomerulares Trombóticas. Membrana Basal Glomerular (MBG): é uma Lâmina Basal espessa, produto da união entre Endotélio Capilar e Podócitos, sendo composta por Colágeno do Tipo IV (cadeias a3, a4 e a5), Laminina, Nidogênio, Entactina, Proteoglicanos (Agrina e Perlecana), assim como Proteínas Multiadesivas. A MBG restringe o movimento de partículas, como Proteínas Plasmáticas, maiores que cerca de 70.000 dáltons ou 3,6nm de raio (ex: Albumina e Hemoglobina). Embora a albumina não seja um constituinte habitual, algumas vezes pode ser encontrada na Urina, indicando que o tamanho da Albumina está próximo do tamanho do Poro da Barreira de Filtração. Os Glicosaminoglicanos Polianiônicos das Lâminas Raras têm fortes Cargas Negativas e restringem o movimento das partículas aniônicas e moléculas através da MBG. Apesar da capacidade da Barreira de Filtração de restringir a Proteína, vários gramas de proteína de fato atravessam a barreira todos os dias. Essas proteínas são reabsorvidas por Endocitose no Túbulo Contorcido Proximal. Lâmina Rara Externa: são adjacente aos Prolongamentos dos Podócitos. Ela é particularmente rica em Poliânions, como o Heparan Sulfato, que impede especificamente a passagem de moléculas com Carga Negativa; Lâmina Rara Interna: adjacente ao Endotélio Capilar. Suas características são semelhantes às da Lâmina Rara Externa; Lâmina Densa: contém Colágeno do tipo IV, que é organizado em uma rede que age como um filtro físico. O Colágeno do Tipo XVIII, a Perlecana, e a Agrina são responsáveis pela maior parte das Cargas Aniônicas encontradas na Membrana Basal Glomerular. A Laminina e outras proteínas presentes nas Lâminas Raras Interna e Externa estão envolvidas na fixação das Células Endoteliais e dos Podócitos à MBG. Folheto Visceral da Cápsula de Bowman: contém células especializadas denominadas Podócitos ou Células Epiteliais Viscerais. Estas células projetam prolongamentos, chamados Pedicelos ou Pés ao redor dos Capilares Glomerulares. O Prolongamento Podálico realiza Interdigitações com os Prolongamentos Podálicos dos Podócitos vizinhos. Os espaços alongados entre os Prolongamentos Podálicos Interdigitantes, denominados Fendas de Filtração, são cobertos por um Ultrafino Diafragma que se espalha por sobre as fendas ligeiramente acima da MBG, o Diafragma da Fenda de Filtração. Esse Folheto contém diversas Proteínas Exclusivas, tais como: Nefrina e a Podocina. Curiosidade! As Proteínas Exclusivas foram descobertas através de estudos em Doenças Renais Congênitas, nas quais as proteínas estão ausentes ou anormais. Nesses casos, as Proteínas Exclusivas atravessam a Barreira de Filtração Glomerular e se tornam componentes da Urina. As Fendas de Filtração apresentam complexa estrutura proteica, na qual a Nefrina constitui o componente estrutural e funcional essencial do Diafragma da Fenda. As moléculas de Nefrina emergem dos Prolongamentos Podálicos e interagem no centro da fenda (Interações Homofílicas) formando um BIANCA ABREU-MD3 14 centro de alta densidade com Poros em ambos os lados. O Diafragma da Fenda de Filtração está firmemente ancorado a numerosos Filamentos de Actina presentes nos Pedicelos dos Podócitos. A regulação e a manutenção do Citoesqueleto de Actina dos Podócitos surgiram como um processo fundamental para regular o tamanho, a permeabilidade e a seletividade das Fendas de Filtração. Mesângio: a MBG é compartilhada por vários capilares, criando um espaço contendo um grupo adicional de células, as Células Mesangiais, que se encontram envolvidas pela MBG. A união entre as Células Mesangiais e sua Matriz Extracelular forma o Mesângio. As Células Mesangiais localizadas fora do Corpúsculo Renal ao longo do Polo Vascular passam a se chamar Células Reticuladas e fazem parte do Aparelho Justaglomerular. Elas apresentam determinadas funções. Tais como: Fagocitose e Endocitose: removem os resíduos aprisionados e as proteínas agregadas da MBG e do Diafragma da Fenda de Filtração, mantendo assim o Filtrado Glomerular desprovido de resíduos; e realizam a Endocitose, processando uma variedade de Proteínas Plasmáticas, incluindo Imunocomplexos, o que contribui para a manutenção da estrutura e da função da Barreira Glomerular; Suporte Estrutural: produzem componentes da Matriz Mesangial Extracelular que proporcionam suporte aos Podócitos nas áreas onde a Membrana Basal Epitelial está ausente ou incompleta, oferecendo sustentação física aos Capilares; Controle do Fluxo Sanguíneo: seu citoplasma contém Filamentos de Miosina e Receptores para Angiotensina II, a qual estimula a contração dos filamentos de miosina. Logo, modulam a Distensão Glomerular em resposta a um aumento da Pressão Arterial; Secreção de Moléculas: as Células Mesangiais sintetizam e secretam várias moléculas como a Interleucina-1 (IL-1), PGE2 e o Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas (PDGF), que têm um papel central na resposta à Lesão Glomerular. Aparelho Justaglomerular: inclui a Mácula Densa, as Células Justaglomerulares e as Células Reticuladas (Mesangiais Extraglomerulares). Situando-se adjacente às Arteríolas Aferentes e Eferentes e a algumas Células Mesangiais Extraglomerulares no Polo Vascular do Corpúsculo Renal está a porção terminal do Túbulo Reto Distal Do Néfron. Nesse local, a parede do Túbulo contém células distintas, estreitas, com núcleos aglomerados (densos, daí o nome) e mais altas que as outras Células do Túbulo Distal, que são referidas coletivamente como Mácula Densa. Nessa mesma região, as Células Musculares Lisas da Arteríola Aferente e, algumas vezes, da Arteríola Eferente são modificadas, chamando-se Células Justaglomerulares, as quais contêm Grânulos Secretores, e seus núcleos são esféricos, ao contrário dos núcleos alongados das Células Musculares Lisas Típicas. O Aparelho Justaglomerular regula a Pressão Arterial através da ativação do Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona (SRAA). Em certas Condições Fisiológicas (baixa ingestão de sódio) ou Patológicas (diminuição do volume de sangue circulante secundária a Hemorragia ou redução da Perfusão Renal em virtude de compressão das Artérias Renais), ocorre a ativação do Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona (SRAA). BIANCA ABREU-MD3 15 A Angiotensina II também é um poderoso vasoconstritor, que desempenha papel regulador no controle da Resistência Vascular Renal e Sistêmica. Obs.: a Arteríola Eferente é mais sensível à Angiotensina II que a Arteríola Aferente. Portanto, em baixas concentrações de Angiotensina II, a constrição da Arteríola Eferente predomina, e a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) e o Fluxo Sanguíneo Renal (FRS) caem proporcionalmente. No entanto, nas altas concentrações de Angiotensina II ocorre a constrição de ambas as Arteríolas, portanto a TFG e o FSR não caem proporcionalmen-te. O Aparelho Justaglomerular funciona não apenas como um Órgão Endócrino que secreta Renina, mas também como um sensor do Volume Sanguíneo e da composição do Líquido Tubular. As Células da Mácula Densa monitoram a concentração de Na+ no Líquido Tubular e regulam tanto a Taxa de Filtração Glomerular quanto a liberação de Renina pelas Células Justaglomerulares. A concentração reduzida de Na+ no Túbulo Contorcido Distal é um estímulo para as Moléculas Transportadoras de Íons expressas na Membrana Apical das Células da Mácula Densa, como Cotransportadores de Na+Cl-2K+, Permutadores de Na+K+ e Canais de K+ regulados por pH e pelo cálcio. A ativação das vias de transporte da membrana modifica a concentração de íons intracelulares nas Células da Mácula Densa e inicia os mecanismos de sinalização pela liberação de vários mediadores como o ATP, Adenosina, Óxido Nítrico (NO) e Prostaglandinas (PGE2). Essas moléculas agem de maneira Parácrina e sinalizam, tanto para as Células Justaglomerulares da Arteríola Aferente secretarem Renina quanto para as Células Musculares Lisas Vasculares se contraírem. Um aumento no Volume Sanguíneo suficiente para causar estiramento das Células Justaglomerulares na Arteríola Aferente pode ser o estímulo que fecha a Alça Néfrica e interrompe a secreção de Renina. O corpúsculo renal tem três barreiras de filtração: • A primeira barreira é o endotélio capilar: Os capilares glomerulares são capilares fenestrados com grandesporos que permitem que a maioria dos componentes do plasma seja filtrada através do endotélio. No entanto, a polaridade negativa dessa camada ajuda a repelir algumas proteínas plasmáticas. • A segunda barreira é a lâmina basal: Consiste em glicoproteínas carregadas negativamente, separando o endotélio capilar do revestimento epitelial da capsula de Bowman e atuando como verdadeiras peneiras grossas, excluindo a maior parte de proteínas plasmáticas do líquido que é filtrado através dela. Os grânulos das Células Justaglomerulares contêm uma aspartil protease, denominada Renina, que é sintetizada, armazenada e liberada na corrente sanguínea pelas Células Musculares Lisas Modificadas No sangue, a renina catalisa a hidrólise de uma Α2Globulina circulante, o Angiotensinogên io, produzindo o decapeptídio Angiotensina I. A Angiotensina I é convertida em Angiotensina II pela Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) presente nas Células Endoteliais dos Capilares Pulmonares. A angiotensina II estimula a síntese e a liberação do hormônio aldosterona pela zona glomerulosa da Glândula Suprarrenal A Aldosterona, por sua vez, atua sobre as células principais dos Túbulos Conectores e Ductos Coletores, aumentando a reabsorção de Na+ e de água, bem como a secreção de K+, com consequente elevação do volume sanguíneo e da pressão arterial BIANCA ABREU-MD3 16 • A terceira barreira são os podócitos: São células especializadas que constituem o epitélio da cápsula de Bowman. Eles possuem longas extensões citoplasmáticas – seus pés – que se entrelaçam uns com os outros deixando estreitas fendas de filtração fechadas por uma membrana semipororsa que contém várias proteínas de carga negativa. Seguindo esse raciocínio, compreende-se que as proteínas plasmáticas – a exemplo da albumina – tem sua passagem dificultada pelo glomérulo devido à polaridade das estruturas que compõe sua parte histológica, repelindo essas macromoléculas – barreira elétrica – e também interrompem sua entrada devido ao alinhamento e entrelaçamento das estruturas anteriormente descritas, formando uma barreira física. Responsável por 65% do transporte de água e nutrientes (Na+, Cl-, glicose, aminoácidos), é diferente ao longo de seu comprimento no que diz respeito à reabsorção: Primeira metade: • Sódio. • HCO3-. • Glicose. • Aminoácidos. Segunda metade: • Reabsorção ativa de glicose. • Sódio é reabsorvido com cloreto. • Elevada concentração de cloreto no túbulo altera o gradiente eletroquímico. BIANCA ABREU-MD3 17 Como foi citado anteriormente, há reabsorção de glicose nessa porção do túbulo, no entanto ela se também se difere ao longo de seu comprimento: • Na porção inicial, a concentração de glicose é abundante, com isso sua reabsorção se dá por Transportadores Sódio-Glicose do tipo 2 (SGLT 2), que apresentam baixa afinidade por glicose e alta capacidade de transporte. • Já na porção final, a concentração de glicose é remanescente, com isso sua reabsorção se dá por Transportadores Sódio-Glicose do tipo 1 (SGLT 1), que apresentam alta afinidade por glicose e baixa capacidade de transporte. • A glicose é transportada da célula para o interstício por difusão facilitada. Nessa etapa, a glicose se move a favor de seu gradiente eletroquímico, e nenhuma energia é necessária. As proteínas envolvidas na difusão facilitada da glicose são chamadas de GLUT1 e GLUT2, e pertencem à grande família de transportadores de glicose. Entende-se que a proteína GLUT 2 acompanha o transportador SGLT 2 e GLUT 1 acompanha SGLT 1. Outro nutriente que é reabsorvido no túbulo contorcido proximal são as proteínas. No entanto, há diferentes mecanismos para a sua reabsorção, dependendo da forma que são encontradas no túbulo renal, sendo eles REABSORÇÃO DE AMINOÁCIDOS: Há reabsorção de 98% dos aminoácidos filtrados por via transcelular. Na membrana apical estão presentes cotransportadores que medeiam a captação, que ocorre contra gradiente, acoplada ao Na+, de uma série de aminoácidos. Na membrana basolateral, a maioria dos aminoácidos deixa a célula por difusão facilitada. REABSORÇÃO DE OLIGOPEPTÍDEOS: O TCP reabsorve também 99% dos oligopeptídeos filtrados. BIANCA ABREU-MD3 18 Várias peptidases estão presentes na face luminal da membrana apical dos túbulos proximais e hidrolisam os oligopeptídeos em peptídeos menores. Os oligopeptídeos são reabsorvidos no túbulo proximal utilizando um mecanismo de co-transporte com H+ na membrana apical (PepT1) Ao serem transformados em aminoácidos, são levados ao interstício por meio da difusão por canais. REABSORÇÃO DE PROTEÍNAS Embora a membrana filtrante glomerular restrinja a passagem de proteínas, essa restrição não é completa. A reabsorção ocorre por endocitose mediada por receptor. Primeiramente, a proteína se liga a componentes da membrana apical e em seguida é internalizada por um processo de endocitose. As vesículas se fundem com endossomos e o conteúdo deles é finalmente levado para os lisossomos, onde as proteínas são degradadas por enzimas proteolíticas ativas em pH ácido. Os aminoácidos gerados nessa digestão voltam para a circulação sistêmica por meio da difusão facilitada citada anteriormente. BIANCA ABREU-MD3 19 Quanto à secreção, se destacam: Ânions e Cátions orgânicos; Produtos finais do metabolismo; Fármacos ou toxinas. BIANCA ABREU-MD3 20 É composta por três regiões distintas, ocorrendo nelas: • Descendente fina: Há passagem de água por difusão simples. • Ascendente fina: Porção impermeável à água. • Ascendente espessa: Transporte ativo de íons, destacando-se: Reabsorção: Simporte [Na+ - K+ - 2Cl-]. Trocador Na+/H+ Secreção: K+ (difusão por canais) e H+ pela ação da AC. Nele ocorre a reabsorção iônica remanescente. Por ser impermeável à água, contribui para a diluição do líquido tubular. Os mecanismos envolvidos na reabsorção nessa porção do néfron são: Cotransporte Na+/Cl- Canais de Cl BIANCA ABREU-MD3 21 Nessa porção, há também a reabsorção de cálcio. Esse nutriente entra na célula pela membrana apical por canais que promovem sua difusão facilitada. Dentro da célula é transportado até a membrana basolateral pela proteína carreadora Calbindina D 28K e chega ao interstício por meio do permutador Na+ /Ca2+ e da Ca2+ ATPase. O último segmento do túbulo distal e o ducto coletor são compostos por dois tipos de células: CÉLULAS PRINCIPAIS: Reabsorvem Na+ e água Secretam K+ CÉLULAS INTERCALADAS ALFA: Reabsorvem K+ e HCO3- Secretam H+ BIANCA ABREU-MD3 22 Obs.: É importante destacar a importância da secreção de H+ e reabsorção de HCO3- nessa porção do túbulo, visto que a alteração de concentração desses íons promove mudanças no equilíbrio ácido-base. Local final de processamento de urina, onde age a maior parte dos hormônios que implicam na retenção de Na+ e, consequentemente, água pelos rins. Também ocorre a secreção e a reabsorção de algumas substâncias, tais quais: Secreção de H+; Reabsorção final de: Na+; Cl- e HCO3- A Urina, nada mais é, do que um Ultrafiltrado do Plasma, do qual foram Reabsorvidos Glicose, Aminoácidos, água e íons. A excreção de diferentes substâncias na urina representa a soma algébrica de três processos renais: filtração glomerular (-) reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o sangue (+) secreção de substância do sangue para túbulos renais. BIANCA ABREU-MD3 23 Composição da Urina: em geral, é constituída por Ureia (resíduo metabólico produzido no Fígado a partir da utilização da Proteínas e Aminoácidos) e outras substâncias químicas orgânicas (como a Creatinina e o Ácido Úrico) e inorgânicas (como o Cloreto, Sódio e Potássio)dissolvidas em água. Elementos que não fazem parte do Filtrado Plasmático Inicial, tais como: Células, Cristais, Muco e Bactérias, são indicativos de doenças renais. Coloração da Urina: sua cor característica se deve à presença do Urobilinogênio originado nos Pigmentos Biliares (Bilirrubina) formado a partir da Hemoglobina. Porém, sua coloração pode variar de intensidade de acordo com a concentração (osmolaridade ou densidade) da Urina, que, por sua vez, depende da resposta adaptativa renal frente às modificações de volemia e pressão osmótica do sangue. Amarelo-claro ou incolor: é encontrada em pacientes Poliúricos, Diabetes Mellitus, Diabetes Insípido, Insuficiência Renal Avançada, elevado consumo de líquidos, medicação diurética e ingestão de álcool; Amarelo-escuro ou castanho: é frequente nos estados Oligúricos, Anemia Perniciosa, Estados Febris, início das Icterícia (presença anormal de Bilirrubina), exercício vigoroso e ingestão de Argirol, Mepacrina, Ruibarbo e Furandantoínas; Alaranjada ou avermelhada: é comum em presença de Hematúria, Hemoglobinúria, Mioglobinúria, Icterícias Hemolíticas, Porfirinúrias e no emprego de Anilina, Eosina, Fenolftaleína, Rifocina, Sulfanol, Tetranol, Trional, Xantonina, Beterraba, Vitamina A (Ácido Retinóico), derivados de Piridina, Nitrofurantoína, Fenindiona e Contaminação Menstrual; Marrom-escuro ou enegrecida: (“Cerveja preta”) ocorre no Carcinoma de bexiga (“borra de café”), Glomerulonefrite Aguda, Meta-Hemoglobinúria, Alcaptonúria (Ácido Homogentísico), febres palustres, Melanoma Maligno e no uso de Metildopa ou Levodopa, Metronidazol, Argirol e Salicilatos; Azulada ou esverdeada: Deve-se a infecção por Pseudomonas, Icterícias Antigas, Tifo, Cólera e pela utilização de azul de Evans, azul de metileno, Riboflavina, Amitriptilina, Metocarbamol, Cloretos, Indican, Fenol e Santonina (em pH ácido); Esbranquiçada ou branco leitosa: está presente na Quilúria, Lipidúria Maciça, Hiperoxalúria Primária, Fosfatúria e enfermidades purulentas do Trato Urinário. Odor da Urina: deve-se à presença de Amônia. A produção de Amônia, denominada Amoniopoiese ocorre na Célula Tubular Proximal, a qual produz NH3 por desaminação do Aminoácido Glutamina mediada pela enzima Glutaminase, que origina o Ácido Glutâmico e NH3. À medida que a Urina se acidifica (pH de cerca de 4,5), aumenta-se a formação de NH3 e NH4+ (Amônia). Este último, que não é difusível, é eliminado como tal e serve para neutralizar o Ácido Livre, permitindo que uma maior quantidade de radical ácido seja eliminada sob a forma de sal de amônio, como NH4Cl, por exemplo. Deste modo, o NH4+ economiza a quantidade de Na+ que deveria ser eliminada pela urina, acompanhando um radical ácido como Cl- (NaCl, por exemplo). pH da Urina: as Células Tubulares Proximais e Distais secretam íons H+. A Reação responsável pela secreção de H+ no Túbulo Proximal é um exemplo de Transporte Ativo Secundário, baseado na troca de Na+ por H+. A saída de Sódio das Células para os Espaços Intercelulares é mediada pela enzima Na+K+ATPase, que, por sua vez, diminui a concentração intracelular de Na+. Desse modo, promove-se a entrada de Na+ nas Células do Lúmen Tubular e saída de íons H+ (proveniente da dissociação intracelular do Ácido Carbônico –H2CO3). Nos humanos, o pH é de cerca de 4,5, o que corresponde a uma concentração de H+, na Urina, 1000 vezes a concentração deste íon no Plasma Sanguíneo. BIANCA ABREU-MD3 24 Gravidade Específica (Densidade): é a relação entre o peso e o volume de uma substância com o peso de um volume igual de água destilada. Na urina, varia de 1,001 a 1,0035. Quanto maior a concentração de solutos, maior a Gravidade Específica. Cilindros: são formações dos Túbulos Renais, cuja matriz básica são as Proteínas de Tamm Horsfall, que têm origem a partir das Células Tubulares Renais. Sua formação depende da precipitação dessas proteínas e das condições locais como pH, concentrações e fluxo urinário. Os cilindros são verdadeiros moldes da luz tubular e dos componentes ali presentes no momento de sua formação. Sua presença está relacionada a Lesões do Parênquima Renal, com exceção dos Granulosos e Hialinos, que podem estar presentes em situações de febre ou exercício físico. Os Cilindros Granulares e Epiteliais estão presentes em Lesões Tubulares Inespecíficas, enquanto os Leucocitários estão presentes em Processos Inflamatórios e Infecciosos. Os hemáticos em Glomerulonefrites e Nefrite Intersticial e ainda os lipídicos nas Síndromes Nefróticas. Hemácias: as causas mais importantes de hematúria seriam os Tumores Renais, Urolitíase, Nefrites Intersticiais, Trauma, Infecções e Distúrbios da Coagulação, sendo que o exercício físico e a contaminação menstrual poderiam causar hematúrias e, portanto, devem ser afastadas num processo de investigação. Através da morfologia da Hemácia encontrada é possível realizar diagnóstico diferencial, ou seja, se o sangramento é de Origem Renal ou Extra-Renal. Origem Renal: caracteriza-se por ampla variação da forma, dimensão e conteúdo de Hemoglobinas das Hemácias (Hemácias Dismórficas). Origem Extra Renal: as hemácias conservam sua forma habitual, isomórficas, sendo muitas vezes acompanhadas de hemácias crenadas. Aceita-se como normal a presença de até duas hemácias/campo. Leucócitos: geralmente associados a processos infecciosos, podendo estar relacionada também à urolitíase, Rim Policístico e Nefrite Intersticial. Contagens superiores a 5 elementos por campo seriam consideradas anormais. URINA AMARELA ESCURA A cor natural da urina varia de amarelo bem claro até amarelo escuro. Quanto mais hidratada a pessoa estiver, mais clara a urina será. Uma urina acastanhada ou amarela escura normalmente é uma urina extremamente concentrada, devido a pouca quantidade de água disponibilizada pelos rins para diluí-la. Todavia, quando o amarelo se torna muito intenso e persistente, é possível que haja algum problema por trás que não só desidratação. Algumas doenças, como a hepatite, provocam a presença bilirrubina (pigmento natural) na urina. Quanto mais bilirrubina, mais escura fica urina, ao ponto dela poder ficar da cor semelhante à Coca-cola ou mate. https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/hepatites/ BIANCA ABREU-MD3 25 Nos casos de hepatite, a urina escura costuma vir acompanhada de uma pele com coloração amarelada, chamada icterícia. CAUSAS DE URINA AMARELA A presença de sangue costuma deixar a urina avermelhada, mas se o sangramento for em pequena quantidade, a urina pode adquirir uma coloração apenas um pouco mais escura que o habitual. Entre os medicamentos, o antibiótico metronidazol é aquele que mais frequentemente causa escurecimento do amarelo da urina. Entre os alimentos, o aspargo é o que está mais associado ao aumento da tonalidade do amarelo na urina. URINA LARANJA Assim como ocorre na urina mais amarelada, a desidratação é uma das causas a se pensar quando o paciente tem uma urina alaranjada. Sangue ou bilirrubinas também podem ser a origem. Todavia, se a urina for realmente laranja a causa geralmente é outra. A ingestão de grandes quantidades de beterraba, cenoura ou amoras silvestres também podem levar a uma urina alaranjada. Na verdade, qualquer alimento contendo carotenoides, pigmentos ou corantes de cor laranja ou vermelha, se ingeridos em grande quantidade, podem mudar a cor da urina para algo próximo do laranja. CAUSAS DE URINA LARANJA Entre os medicamentos que podem causar uma urina alaranjada, os mais comuns são a rifampicina, pyridium e a nitrofurantoína. Ingestão de vitamina B, principalmente a riboflavina (Vitamina B2), também é uma causa possível. Alguns destes medicamentos podem deixar a urina bem alaranjada, com cor de Fanta laranja. URINA ROXA Uma urina arroxeada pode ser causada por colonização do trato urinário por bactérias que alcalinizam aurina, tais como a Providencia stuartii, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli ou Enterococcus. É bom destacar, porém, que uma urina roxa causada por uma infecção urinária é um fato bem incomum e só costuma ocorrer em pacientes acamados e que usam cateter vesical de forma prolongada. Por este motivo, a ocorrência de urina roxa é muito mais comum nos pacientes internados em hospitais do que na população sadia. O mecanismo é meio complexo e envolve a metabolização do triptofano, um aminoácido presente em alimentos como peixes, peru, ovo, arroz integral, chocolate amargo, nozes, castanhas, leguminosas e queijo tofu, por bactérias presentes na urina. Esta metabolização pode produzir pigmentos azuis e vermelhos, que ao se misturarem, produzem uma urina roxa. Geralmente, algum grau de insuficiência renal e uma urina com pH bem elevado também são necessários para esse fenômeno ocorrer. CAUSAS DE URINA ROXA https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/ictericia-adulto/ BIANCA ABREU-MD3 26 A urina também pode apresentar um tom arroxeado se o paciente ingerir grandes quantidades de amoras ou beterraba, apesar disso não ser algo comum. Corantes azulados também podem ser a causa. URINA VERDE As causas de urina verde costumam ser parecidas com as da urina azul, que serão explicada mais abaixo. Uma das origens mais comuns de uma urina esverdeada é a ingestão de corantes, principalmente o azul de metileno, muito usado em alguns testes diagnósticos ou como tratamento de uma doença chamada metemoglobinemia. Entre os alimentos, o aspargo é quem mais frequentemente provoca esta alteração na cor. Em geral, a urina fica com um tom entre o amarelo e o verde. Os corantes utilizados nas cerveja de cor verde também podem provocar uma urina esverdeada. Alcaçuz preto também é rico em corante verde e pode alterar a cor da urina. Eventualmente, a origem de uma urina esverdeada é uma infecção urinária. A bactéria que pode deixar a urina verde é a Pseudomonas aeruginosa. CAUSAS DE URINA VERDE Entre os medicamentos que tornam a urina verde, os mais comuns são: amitriptilina, propofol, nitazoxanida, Sepurin® (Metenamina + Metiltionínio) e indometacina. URINA VERMELHA Urina vermelha, em geral, é sinal de sangramento nas vias urinárias, evento chamado hematúria. Doenças do trato urinário, incluindo infecção urinária, glomerulonefrites e cálculo renal são as principais causas de hematúria. Medicamentos anticoagulantes, tais como varfarina e a heparina, aumentam o risco de sangramento urinário e também podem ser a origem da urina avermelhada. Laxantes, principalmente os que possuem Sena em sua fórmula, Rifampicina, Pyridium, vitamina B, beterraba e amoras são causas descritas. Uma doença chamada metahemoglobinemia também pode ser a causa. CAUSAS DE URINA VERMELHA Em uma pessoa com boa hidratação, a urina vermelha pode ficar diluída pela água e se apresentar mais rosada ou alaranjada. Ao longo do dia, a urina pode variar entre vermelho, rosa ou laranja, dependendo da quantidade de água para diluí-la. URINA AZUL Normalmente a urina azulada é causada por medicamentos ou ingestão de corantes, como azul de metileno. Assim como na urina verde, a infecção pela bactéria Pseudomonas aeruginosa pode causar uma urina azulada. Drogas descritas como causas de urina azul incluem triantereno, amitriptilina, indometacina e o famoso Viagra. https://www.mdsaude.com/nefrologia/hematuria/ https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/sintomas-infeccao-urinaria/ https://www.mdsaude.com/nefrologia/glomerulonefrite/ https://www.mdsaude.com/urologia/calculo-renal/ BIANCA ABREU-MD3 27 CAUSAS DE URINA AZUL A hipercalcemia benigna familiar, uma doença hereditária rara, é às vezes chamada de síndrome da fralda azul, porque as crianças com esse transtorno podem ter uma urina azul. URINA PRETA OU MUITO ESCURA Uma urina preta pode ser causada por uma doença genética rara chamada de alcaptonúria. Nesses pacientes, a urina inicialmente tem cor normal, mas após algumas horas exposta ao ar, ela torna-se preta. Uma urina muito concentrada, que também contenha sangue, pode adquirir uma cor bem escura. Nos casos de icterícia a urina pode ficar com cor bem castanha escura, semelhante à Coca-Cola. CAUSAS DE URINA ESCURA Entre os medicamentos, aqueles que podem causar uma urina preta ou marrom são: cloroquina, levodopa, nitrofurantoína, laxantes à base de sena, metronidazol, metildopa e hidroquinona. Obs.: Além da cor, outras características da urina podem ser uma dica para a identificação de doenças. • Urina com excesso de espuma sugere a presença de proteínas, que é um sinal de doença renal ( Proteinúria e causas de urina espumosa). • Urina “leitosa” pode significar a presença de pus. • Urina com odor forte indica que a mesma está muito concentrada (Urina com cheiro forte). • Urina com jato muito fraco costuma ser sinal de doença da próstata ( Hiperplasia benigna da próstata). Sobre a angiotensina II, ela é um peptídeo que tem papel-chave na regulação da pressão arterial e no balanço de sódio e água em resposta a alterações do volume extracelular ou da pressão sanguínea sistêmica. Seus efeitos fisiológicos acontecerão mediante interação com receptores de angiotensina AT1, os quais estão acoplados à proteína Gq, que culmina com a ativação de PKC, provocando a contração das células da musculatura lisa dos vasos e contração de células mesangiais. • Ação em vasos: vasoconstrição, fundamental para manter a homeostase da pressão sanguínea. • Ações renais: reduz o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular devido ao aumento da resistência vascular. Tanto a arteríola aferente quanto a eferente contraem-se sob a ação da Ang II. Entretanto, existe uma maior sensibilidade na arteríola eferente. No túbulo proximal, A Ang II estimula a reabsorção de sódio, água e bicarbonato. • Ações na suprarrenal: estimula a síntese de aldosterona na zona glomerulosa do córtex suprarrenal. De modo que o SRAA mantenha a homeostase do sódio, potássio e água. BIANCA ABREU-MD3 28 • Ações no SNC: aumenta a sede e o apetite ao sal, contribuindo para o aumento do volume extracelular. O último componente desse sistema é a ALDOSTERONA a qual consiste em um hormônio secretado pela zona glomerulosa das glândulas adrenais. A função da aldosterona está relacionada com a manutenção da homeostase do sódio. Sua secreção é estimulada pela angiotensina II, concentração de potássio e hormônio adenocorticotrófico (ACTH). Por se tratar de um hormônio lipídico, ela entra na célula por difusão, migra até o núcleo e induz a síntese de proteínas, dentre elas a de canais de sódio, os quais deslocam-se para a membrana apical e aumentam a entrada de sódio do meio externo para o interior da célula. Desse modo, a aldosterona aumenta a permeabilidade da membrana apical ao sódio e, ao mesmo tempo, a excreção de potássio. Após ser absorvido, o sódio é removido para o capilar peritubular pela bomba de sódio. O transporte ao nível da bomba de sódio está vinculado ao de potássio, à medida que o sódio é expulso da célula, aumenta a concentração intracelular de potássio, o qual, devido ao gradiente químico e elétrico criado pela saída de sódio do lúmen, sai passivamente da célula em direção ao lúmen tubular utilizada para obter a imagem de Cálculos Renais, Inchaços e Massas (Protuberâncias) no Trato Urinário (Rins, Bexiga, Uretra). Além disso, pode ser utilizada para procurar bloqueios nos Rins ou Bexiga, determinar se a Bexiga retém Urina depois da Micção, determinar o tamanho da Glândula Prostática e fornecer imagens que ajudem a guiar para onde obter amostras para Biópsias da Próstata ou Rim. A Ultrassonografia com Doppler forma imagens analisando ondas de som refletidas e fornece informações sobre o fluxo sanguíneo. fornece imagens do Trato Urinárioe das estruturas que o rodeiam. A Angiografia por TC, uma alternativa menos invasiva do que a Angiografia Convencional, é útil para avaliar muitas doenças do Trato Urinário. Um Contraste Radiopaco é muitas vezes administrado por Via Intravenosa, obtendo-se imagens que são registradas imediatamente para obter mais detalhes sobre os Rins e, muitas vezes, 10 minutos depois, para obter mais detalhes sobre os Ureteres. As desvantagens da TC BIANCA ABREU-MD3 29 incluem exposição a quantidades significativas de radiação ionizante e, quando Contraste Radiopaco é administrado, risco de lesão renal e de reações tipo alérgicas assim como a TC, fornece imagens do Trato Urinário e das estruturas que o rodeiam. Ao contrário da TC, a RM não envolve a exposição à radiação ionizante. A RM pode ser usada para obter imagens de Veias Sanguíneas (denominada Angiografia por Ressonância Nuclear Magnética, ARNM). Para alguns distúrbios, a RM fornece mais detalhes do que a TC. Contudo, a RM não fornece muitas informações úteis sobre Cálculos no Trato Urinário. Uso de contraste radiopaco intravenoso fornece mais detalhes. Contudo, o Contraste Radiopaco frequentemente não pode ser usado em pessoas com Função Renal Deficiente; porque, apesar de raro, nessas pessoas o agente de contraste pode causar um distúrbio sério e irreversível chamado Fibrose Sistêmica Nefrogênica, que afeta a pele e outros órgãos. o agente de Contraste Radiopaco é introduzido diretamente nos Ureteres ou nos Túbulos Coletores do Rim através da Bexiga. Este procedimento é geralmente realizado durante a Cistoscopia ou outro procedimento urológico de rotina como Ureteroscopia (inserção de um cateter nos ureteres) ou colocação de um Stent no Ureter ou Rim. O Trato Urinário pode ser examinado, incluindo as partes do rim pelas quais a urina drena. Ela pode ser feita para diagnosticar cicatrizes, tumores ou conexões anormais entre partes do trato urinário e outras estruturas (Fístulas). A urografia retrógrada pode ser feita se não for possível administrar o contraste radiopaco (por exemplo, se a função renal estiver ruim). BIANCA ABREU-MD3 30
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