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Morfofisiologia - sistema urinário

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S I S T E M A U R I N Á R I O 
A composição do sistema urinário é feita por: 
- 2 rins (regulam o volume e a composição sanguínea, 
regulam o ph, os níveis de glicose e a pressão arterial, 
produzem 2 hormônios – calcitriol e eritropoetina – e 
excretam escórias metabólicas na urina); 
- 2 ureteres (transportam a urina dos rins para a bexiga); 
- Bexiga urinária (armazena a urina e depois expele pela 
uretra); 
- Uretra (elimina a urina do corpo). 
 
 
R I N S 
São um par de órgãos avermelhados em forma de 
feijão, de aproximadamente 10 a 12cm, localizados logo 
acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior 
do abdome (por se localizarem posteriormente ao 
peritônio da cavidade abdominal, são considerados 
como retroperitoneais). 
Estão localizados entre os níveis das últimas 
vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar (L 
III), em uma posição em que estão parcialmente 
protegidos pelas costelas XI e XII (flutuantes), caso 
estas costelas inferiores forem fraturadas, podem 
perfurar os rins e causar danos significativos, 
potencialmente fatais. 
Anatomicamente, o rim direito encontra-se 
discretamente mais baixo que o esquerdo, devido ao 
espaço ocupado pelo fígado na parte superior. 
Apresentam uma margem medial côncava, que se 
encontra voltada para a coluna vertebral e perto do 
centro dessa margem, apresenta um recorte chamado 
de hilo renal, local que o ureter, vasos sanguíneos, 
vasos linfáticos e nervos emergem dos rins. 
 
Os rins são circundados por 3 camadas de tecidos, são 
elas: 
- Cápsula fibrosa: mais profunda, é uma lâmina lisa e 
transparente de tecido conjuntivo denso não 
modelado que é contínuo com o revestimento externo 
do ureter. Ela serve como uma barreira contra 
traumatismos e ajuda a manter a forma do rim. 
- Cápsula adiposa: camada intermediária, é uma 
massa de tecido adiposo que circunda a cápsula 
fibrosa. Ela também protege o rim de traumas e ancora-
o firmemente na sua posição na cavidade abdominal. 
- Fáscia renal: camada superficial, é outra camada fina 
de tecido conjuntivo denso não modelado que ancora 
o rim às estruturas vizinhas e à parede abdominal. Na 
face anterior dos rins, a fáscia renal localiza-se 
profundamente ao peritônio. 
 
 
 
Um corte frontal através do rim revela duas regiões 
distintas: uma região vermelha clara superficial 
chamada córtex renal e uma região interna mais escura 
castanha-avermelhada chamada medula renal. 
A medula renal, consiste em várias pirâmides renais 
ou pirâmides de Malphighi em forma de cone. A base 
(extremidade mais larga) de cada pirâmide está voltada 
para o córtex renal, e seu ápice (extremidade mais 
estreita), chamado papila renal, está voltado para o hilo 
renal. O lóbulo renal é composto pela pirâmide de 
Malphighi e pela coluna renal. 
O córtex renal, é a área de textura fina que se estende 
da cápsula fibrosa às bases das pirâmides renais e 
nos espaços entre elas. Ela é dividida em uma zona 
cortical externa e uma zona justamedular interna. As 
partes do córtex renal que se estendem entre as 
pirâmides renais são chamadas colunas renais. 
O parênquima renal (parte funcional dos rins) é 
composto pelo córtex renal e as pirâmides renais da 
medula renal. É no parênquima que são encontrados 
os néfrons (unidades funcionais dos rins). 
O filtrado formado pelos néfrons, segue o caminho 
definido por: 
NÉFRON -> DUCTO COLETOR -> DUCTO PAPILAR -
> CÁLICE RENAL MENOR -> CÁLICE RENAL MAIOR -
> PELVE RENAL -> URETER -> BEXIGA URINÁRIA. 
Esse filtrado, se torna urina quando entra nos cálices, 
pois não pode mais ser reabsorvido. Isso ocorre, porque 
o epitélio simples dos néfrons e túbulos se torna epitélio 
de transição nos cálices. 
O hilo se expande em uma cavidade no interior do rim 
chamada seio renal, que contém parte da pelve renal, 
os cálices e ramos dos vasos sanguíneos e nervos 
renais. O tecido adiposo ajuda a estabilizar a posição 
destas estruturas no seio renal. 
 
Visto que os rins removem as escórias metabólicas 
do sangue e regulam o volume e a composição 
iônica do sangue, não é surpreendente que eles sejam 
abundantemente irrigados por vasos sanguíneos. 
Embora os rins constituam menos de 0,5% da massa 
total do corpo, recebem 20 a 25% do débito cardíaco 
de repouso por meio das artérias renais direita e 
esquerda. As artérias renais se dividem em artérias 
segmentares para irrigar diferentes segmentos dos rins. 
Muitos nervos renais se originam no gânglio renal e 
passam pelo plexo renal para os rins, juntamente 
com as artérias renais. Os nervos renais integram a 
parte simpática da divisão autônoma do sistema 
nervoso. A maior parte consiste em nervos vasomotores 
que regulam o fluxo sanguíneo renal, causando 
dilatação ou constrição das arteríolas renais. 
 
Os rins desempenham as principais funções do 
sistema urinário, que são: 
- Regulação do balanço da água e dos eletrólitos: 
para manter a homeostase, a excreção de água e 
eletrólitos deve ser combinada com os ganhos, ou 
seja, se ganha mais do que excreta, a quantidade de 
água e de eletrólitos no corpo aumentará. Caso excrete 
mais do que ganha, a quantidade de água e eletrólitos 
no corpo diminuirá. Os rins eles devem estar sempre 
preparados para se ajustar com o objetivo de regular as 
alterações. 
 
 
- Regulação da composição iônica: ajudam a regular 
os níveis sanguíneos de vários íons, sendo que os 
mais importantes são os íons sódio (Na+), potássio (K+), 
cálcio (Ca2+), cloreto (Cl–) e fosfato (HPO42-). 
- Regulação da pressão arterial: os rins têm papel 
dominante na regulação da pressão arterial a longo 
prazo, pela excreção de quantidades variáveis de sódio 
e água e contribuem para a regulação a curto prazo da 
pressão arterial, pela secreção de hormônios e fatores 
ou substâncias vasoativas (p. ex., renina) que levam à 
formação de produtos vasoativos (p. ex., angiotensina 
II). Mecanismo renina-angiotensina-aldosterona. 
- Regulação do balanço ácido – básico: contribuem 
para a regulação do equilíbrio ácido-base, junto com os 
pulmões e os tampões dos líquidos corporais, pela 
excreção de ácidos e pela regulação dos estoques 
de tampões dos líquidos corporais. Os rins são a 
única forma de eliminar certos tipos de ácidos do corpo, 
tais como os ácidos sulfúrico e fosfórico, gerados pelo 
metabolismo das proteínas. Mecanismo de regulação 
mais importante. 
- Regulação da produção de eritrócitos: os rins 
produzem a eritropoetina, que estimula a produção 
de hemácias pelas células-tronco hematopoéticas 
na medula óssea. Um estímulo importante para a 
secreção de eritropoetina pelos rins é a hipoxia. Os rins 
normalmente produzem e secretam quase toda a 
eritropoetina da circulação e pessoas com doença 
renal grave ou que tiveram seus rins removidos e fazem 
hemodiálise desenvolvem anemia grave, como 
resultado da diminuição da produção de eritropoetina. 
- Regulação da produção da 1,25-Di-hidroxivitamina 
D3: Os rins produzem a forma ativa de vitamina D, 
1,25-di-hidroxivitamina D3 (calcitriol), pela 
hidroxilação dessa vitamina na posição “número 1”. O 
calcitriol é essencial para a absorção de cálcio pelo trato 
gastrointestinal e pela deposição normal de cálcio nos 
ossos. 
- Síntese de glicose - gliconeogênese: Durante o 
jejum prolongado, os rins sintetizam glicose a partir 
de aminoácidos e outros precursores. A capacidade 
dos rins de adicionar glicose ao sangue, durante 
períodos prolongados de jejum, equivale à do fígado. 
- Excreção de produtos indesejáveis do 
metabolismo: Os rins são os meios primários para a 
eliminação de produtos indesejáveis do metabolismo 
que não são mais necessários ao corpo. Esses produtos 
incluem ureia (do metabolismo dos aminoácidos), 
creatinina (da creatina muscular), ácido úrico (dos 
ácidos nucleicos), produtos finais da degradação da 
hemoglobina (tais como a bilirrubina)e metabólitos 
de vários hormônios. Esses produtos indesejáveis 
devem ser eliminados do corpo tão rapidamente quanto 
são produzidos. Os rins também eliminam a maioria das 
toxinas e das outras substâncias estranhas que são 
produzidas pelo corpo e ingeridas, tais como pesticidas, 
fármacos e aditivos alimentícios. 
 
N É F R O N S 
São as unidades funcionais dos rins e são compostos 
por 2 partes: um corpúsculo renal (onde o plasma 
sanguíneo é filtrado) e um túbulo renal (por onde 
passa o líquido filtrado – filtrado glomerular). Não 
podem ser regenerados. 
Cada néfron é irrigado por arteríolas glomerulares 
(capilares glomerulares). 
O corpúsculo renal é composto por glomérulo e 
cápsula glomerular (cápsula de Bowman), uma 
estrutura epitelial de parede dupla que circunda os 
capilares glomerulares. O plasma sanguíneo é filtrado 
na cápsula glomerular, e então o líquido filtrado 
passa para o túbulo renal, que tem três partes 
principais, que são: 
- Túbulo contorcido proximal (TCP): primeiro a 
receber o líquido filtrado, próximo da cápsula glomerular 
e é contorcido; 
 
- Alça de Henle: segundo a receber. Apresenta o ramo 
descendente da alça de Henle (inicia-se no córtex 
renal e estende-se para baixo e para dentro da medula 
renal) e o ramo ascendente da alça (faz uma curva 
fechada e retorna para o córtex renal, onde termina no 
túbulo contorcido distal); 
- Túbulo contorcido distal (TCD): terceiro a receber, 
longe (distante) da cápsula glomerular, é contorcido. 
 
Os túbulos contorcidos e o corpúsculo renal se 
localizam no córtex renal, já a alça de Henle fica na 
medula renal. 
 
 
Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons, 
drenam para um único ducto coletor. Os ductos 
coletores então se unem e convergem em várias 
centenas de grandes ductos papilares, que drenam 
para os cálices renais menores. Os ductos coletores e 
papilares se estendem desde o córtex renal ao longo da 
medula renal até a pelve renal. Então, um rim tem 
aproximadamente 1 milhão de néfrons, mas um 
número muito menor de ductos coletores e ainda menor 
de ductos papilares. 
Aproximadamente 80 a 85% dos néfrons são néfrons 
corticais (seus componentes estão localizados 
principalmente no córtex renal – alças de Henle curtas) 
e os outros 15 a 20% dos néfrons são néfrons 
justamedulares (parte no córtex e na medula – alças de 
Henle mais longas). 
O ramo ascendente da alça de Henle nos néfrons 
justamedulares apresentam uma parte ascendente 
delgada seguida por uma parte ascendente espessa. 
 
Antes do líquido chegar no túbulo contorcido distal, ele 
passa pela mácula densa (células tubulares muito 
próximas), que apresenta importante papel no controle 
da função do néfron. 
Uma camada única de células epiteliais forma toda a 
parede da cápsula glomerular, túbulos e ductos renais. 
A cápsula glomerular consiste em camadas parietal e 
visceral. A camada visceral é formada por células 
epiteliais pavimentosas simples modificadas 
chamadas podócitos (formam a parede interna da 
cápsula. A camada parietal da cápsula glomerular 
consiste em epitélio pavimentoso simples e forma a 
parede externa da cápsula. O espaço entre as camadas 
da cápsula é chamado de espaço capsular. 
Pense na correlação entre o glomérulo e a cápsula 
glomerular da seguinte maneira -> o glomérulo é uma 
mão fechada dentro de um balão flácido (a cápsula 
glomerular), até que a mão fechada é revestida por 
duas camadas de balão (a camada do balão que toca 
a mão fechada é a camada visceral e a camada que 
não toca a mão fechada é a camada parietal) com um 
espaço entre elas (o interior do balão), o espaço 
capsular. 
 
No túbulo contorcido proximal, as células são 
células epiteliais cúbicas simples com uma borda 
em escova proeminente de microvilosidades 
(aumentam a área para reabsorção e secreção) em 
sua superfície apical (superfície voltada para o lúmen). 
 
 
A parte descendente da alça de Henle e a parte 
ascendente delgada da alça de Henle (a parte delgada 
ascendente) são compostas por epitélio pavimentoso 
simples (lembre-se de que os néfrons corticais ou de 
alça curta não têm a parte ascendente delgada.) A parte 
espessa ascendente da alça de Henle é composta 
por epitélio colunar cúbico simples a epitélio 
colunar baixo. 
 
 
O aparelho justaglomerular (AJG) é composto pela 
mácula densa e pelas células justaglomerulares (JG) 
– fibras musculares lisas modificadas. 
O túbulo contorcido distal (TCD) começa a uma curta 
distância depois da mácula densa. Na última parte do 
TCD e continuando até os túbulos coletores, dois tipos 
diferentes de células estão presentes. A maior parte são 
células principais, que têm receptores tanto para o 
hormônio antidiurético (ADH) quanto para a aldosterona, 
dois hormônios que regulam suas funções. Um número 
menor é de células intercaladas, que atuam na 
homeostasia do pH do sangue. Os ductos coletores 
drenam para os grandes ductos papilares, que são 
revestidos por epitélio colunar simples. 
 
Para produzir urina, os néfrons e os ductos 
coletores realizam três processos básicos – filtração 
glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. 
- Filtração glomerular: Na primeira etapa da produção 
de urina, a água e a maior parte dos solutos do plasma 
sanguíneo atravessam a parede dos capilares 
glomerulares, onde são filtrados e passam para o interior 
da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo 
renal. 
- Reabsorção tubular: Conforme o líquido filtrado flui 
pelos túbulos renais e ductos coletores, as células 
tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da 
água filtrada e muitos solutos úteis. A água e os 
solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares 
peritubulares e arteríolas retas. Observe que o termo 
reabsorção se refere ao retorno de substâncias para a 
corrente sanguínea. Por outro lado, o termo absorção 
indica a entrada de novas substâncias no corpo, como 
ocorre no sistema digestório. 
- Secreção tubular: Conforme o líquido filtrado flui 
pelos túbulos renais e ductos coletores, as células 
dos túbulos renais e dos ductos secretam outros 
materiais – como escórias metabólicas, fármacos e 
excesso de íons – para o líquido. Observe que a 
secreção tubular remove uma substância do sangue. 
A filtração glomerular ocorre no corpúsculo renal. A 
reabsorção tubular e a secreção tubular ocorrem ao 
longo do túbulo renal e ducto coletor. 
 
Os solutos e o líquido que fluem para os cálices renais 
menores e maiores e para a pelve renal formam a urina 
e são excretados. 
A taxa de excreção urinária de qualquer soluto é igual 
à taxa de filtração glomerular, mais a sua taxa de 
secreção, menos a sua taxa de reabsorção. 
TE = TF + TS – TR 
 
 
Exemplo da substância A: creatinina, ác. Úrico, 
fármacos (podem calcular a taxa de filtração 
glomerular). 
Exemplo de substância B: eletrólitos, bicarbonato. 
Exemplo de substância C (nãos são excretadas): 
glicose, aminoácidos. 
Exemplo de substância D: fármacos e ácidos e bases 
orgânicas. 
 
F I L T R A Ç Ã O G L O M E R U L A R 
O líquido que entra no espaço capsular é chamado 
filtrado glomerular. A fração de plasma sanguíneo nas 
arteríolas glomerulares aferentes dos rins que se torna 
filtrado glomerular é a fração de filtração. Embora uma 
fração de filtração de 0,16 a 0,20 (16 a 20%) seja usual, 
o valor varia consideravelmente na saúde e na doença. 
Em média, o volume diário de filtrado glomerular em 
adultos é de 150 ℓ nas mulheres e 180 ℓ em homens. 
Mais de 99% do filtrado glomerular regressa à 
corrente sanguínea por meio da reabsorção tubular, 
de modo que apenas 1 a 2 ℓ são excretados como 
urina. 
A membrana de filtração é composta pelos capilares 
glomerulares e os podócitos e essa configuração em 
sanduíche possibilita a filtração de água e pequenossolutos, mas impede a filtração da maior parte das 
proteínas plasmáticas, células sanguíneas e 
plaquetas. As substâncias filtradas do sangue 
atravessam 3 barreiras de filtração: a célula endotelial 
glomerular – apresenta poros - (impede a filtração das 
células do sangue), a lâmina basal - consiste em fibras 
colágenas minúsculas e proteoglicanos em uma matriz 
glicoproteica - (impede a filtração de proteínas 
maiores) e uma fenda de filtração formada por um 
podócito – contém os pedicelos - (impede a filtração 
de proteínas médias). 
 
O princípio da filtração, segue as Forças de Starling: 
em situações fisiológicas, há um equilíbrio entre a 
filtração (depende da pressão hidrostática) e a 
reabsorção (que depende da pressão oncótica). 
 
1. Pressão Hidrostática Capilar (Pc) 
2. Pressão hidrostática intersticial (Pi) 
3. Coeficiente de reflexão, (R), um valor que 
é índice da eficácia da parede capilar, 
para impedir a passagem de proteínas, e 
que, em condições normais, se admite que 
é igual a 1, o que significa que é totalmente 
impermeável às mesmas e em situações 
patológicas inferior a 1, até alcançar o 
valor 0, quando pode ser atravessado por 
elas sem dificuldade. 
4. Pressão oncótica capilar (πc – osmose do 
líquido pra dentro) 
5. Pressão oncótica intersticial (πi – osmose 
do líquido pra fora) 
6. Coeficiente de filtração (Kf). Expressa a 
permeabilidade da parede capilar para 
os líquidos. 
 
A pressão hidrostática glomerular do sangue 
(PHGS) é a pressão do sangue nos capilares 
glomerulares. Em geral, a PHGS é de aproximadamente 
55 mmHg. Ela promove a filtração. 
 
A pressão hidrostática capsular (PHC) é a pressão 
hidrostática exercida contra a membrana de filtração 
pelo líquido que já está no espaço capsular e no túbulo 
renal. A PHC se opõe à filtração e representa uma 
“pressão de retorno” de aproximadamente 15 mmHg. 
 
A pressão coloidosmótica do sangue (PCOS), que é 
decorrente da presença de proteínas – como a 
albumina, as globulinas, o fibrinogênio no plasma e no 
sangue – também se opõe à filtração. A PCOS média 
nos capilares glomerulares é de 30 mmHg. 
A pressão de filtração efetiva (PFE), a pressão total 
que promove a filtração, é determinada como segue: 
 PFE = PHSG – PHC – PCOS 
A quantidade de filtrado formado em todos os 
corpúsculos renais de ambos os rins a cada minuto 
determina a taxa de filtração glomerular (TFG). No 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reflex%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna
 
adulto, a TFG média é de 125 mℓ /min em homens e 105 
mℓ /min em mulheres. A TFG está diretamente 
relacionada com as pressões que determinam a pressão 
efetiva de filtração; qualquer mudança na pressão de 
filtração efetiva influencia a TFG. 
 
Autorregulação renal da TFG: 
Os rins por si sós ajudam a manter o fluxo 
sanguíneo renal e a TFG constantes, apesar das 
mudanças cotidianas normais na pressão arterial, como 
as que ocorrem durante o exercício. Esse recurso é 
chamado autorregulação renal, e é composto por dois 
mecanismos – o mecanismo miogênico e o feedback 
tubuloglomerular. Atuando em conjunto, eles são 
capazes de manter a TFG quase constante ao longo de 
uma vasta gama de pressão arterial sistêmica. 
O mecanismo miogênico ocorre quando a distensão 
dispara a contração das células musculares lisas das 
paredes das arteríolas glomerulares aferentes. 
Conforme a pressão arterial sobe, a TFG também 
aumenta, porque o fluxo sanguíneo renal aumenta. 
No entanto, a pressão sanguínea elevada distende 
as paredes das arteríolas glomerulares aferentes. 
Em resposta, as fibras de músculo liso da parede da 
arteríola glomerular aferente se contraem, o que 
reduz o lúmen da arteríola. Como resultado, o fluxo 
sanguíneo renal diminui, reduzindo assim a TFG 
para o nível prévio. 
Inversamente, quando a pressão arterial diminui, as 
células de músculo liso são menos distendidas e assim 
relaxam. As arteríolas glomerulares aferentes se 
dilatam, o fluxo sanguíneo renal se eleva e a TFG 
aumenta. O mecanismo miogênico normaliza o fluxo 
sanguíneo renal e a TFG segundos depois de uma 
alteração na pressão sanguínea. 
 
O feedback tubuloglomerular, é assim chamado 
porque parte dos túbulos renais – a mácula densa – 
fornece feedback ao glomérulo. Quando a TFG está 
acima do normal em decorrência da pressão arterial 
sistêmica elevada, o líquido filtrado flui mais 
rapidamente ao longo dos túbulos renais. Como 
resultado, o túbulo contorcido proximal e a alça de 
Henle têm menos tempo para reabsorver Na+, Cl– e 
água. 
Acredita-se que as células da mácula densa detectem 
o aumento do aporte de Na+, Cl– e água e inibam a 
liberação de óxido nítrico (NO) das células do 
aparelho justaglomerular (AJG). Como o NO provoca 
vasodilatação, as arteríolas glomerulares aferentes 
se contraem quando o nível de NO diminui. Como 
resultado, menos sangue flui para os capilares 
glomerulares, e a TFG diminui. Quando a pressão do 
sangue cai, fazendo com que a TFG seja menor do que 
o normal, ocorre a sequência de eventos oposta, 
embora em menor grau. 
O feedback tubuloglomerular é mais lento do que o 
mecanismo miogênico. 
 
Regulação neural da TFG: 
Como a maior parte dos vasos sanguíneos do corpo, os 
dos rins são inervados por fibras simpáticas do SNA que 
liberam norepinefrina. A norepinefrina causa 
vasoconstrição pela ativação de receptores α1, que 
são particularmente abundantes nas fibras musculares 
lisas das arteríolas glomerulares aferentes. Com a 
estimulação simpática moderada, tanto as arteríolas 
glomerulares aferentes quanto eferentes se contraem 
com a mesma intensidade. 
 
Regulação hormonal da TFG: 
Dois hormônios contribuem para a regulação da TFG. A 
angiotensina II reduz a TFG; o peptídio natriurético 
atrial (PNA) aumenta a TFG. 
A angiotensina II é um vasoconstritor muito potente que 
estreita as arteríolas glomerulares aferentes e eferentes 
e reduz o fluxo sanguíneo renal, diminuindo assim a 
TFG. As células nos átrios do coração secretam peptídio 
natriurético atrial (PNA). A distensão dos átrios, como 
ocorre quando o volume sanguíneo aumenta, estimula a 
secreção de PNA. Ao causar o relaxamento das células 
mesangiais glomerulares, o PNA aumenta a área de 
superfície disponível para a filtração capilar. A TFG 
aumenta à medida que a área de superfície aumenta. 
 
R E A B S O R Ç Ã O T U B U L A R 
O volume de líquido que entra nos túbulos renais 
proximais em apenas 30 min é maior do que o 
 
volume total de plasma sanguíneo, porque a TFG 
normalmente é muito elevada. Obviamente, parte 
deste líquido deve ser devolvida de algum modo à 
corrente sanguínea. A reabsorção – o retorno da 
maior parte da água filtrada e de muitos dos solutos 
filtrados para a corrente sanguínea – é a segunda 
função básica do néfron e do ducto coletor. 
As células epiteliais ao longo dos túbulos e ductos 
renais realizam a reabsorção, mas as células do 
túbulo contorcido proximal dão a maior 
contribuição. Os solutos que são reabsorvidos por 
processos ativos e passivos incluem glicose, 
aminoácidos, ureia e íons como Na+ (sódio), K+ 
(potássio), Ca2+ (cálcio), Cl– (cloreto), HCO3- 
(bicarbonato), HPO42- (fosfato). 
Uma substância que está sendo reabsorvida do líquido 
no lúmen dos túbulos pode seguir uma de duas vias 
antes de entrar em um capilar peritubular: pode 
mover-se por via paracelular (através dos espaços 
juncionais entre as junções celulares) ou via 
transcelular (através das próprias membranas 
celulares). 
As células que revestem os túbulos renais, assim como 
outras células de todo o corpo, têm baixa 
concentração de Na+ no seu citosol em decorrência 
da atividade das bombas de sódio-potássio (Na+-K+ 
ATPases). Estas bombas estão localizadas nas 
membranas basolaterais e ejetam Na+ das células do 
túbulo renal. As substâncias elas podem ser movidas 
por transporte ativo (bomba,pinocitose) ou transporte 
passivo. 
A reabsorção de soluto impulsiona a reabsorção de 
água, porque toda a reabsorção de água ocorre por 
osmose. 
A maior quantidade de reabsorção de soluto e água 
a partir do líquido filtrado ocorre nos túbulos 
contorcidos proximais – por causa do metabolismo 
acelerado e grande número de mitocrôndrias, que 
reabsorvem 65% da água filtrada, Na+ e K+; 100% da 
maior parte dos solutos orgânicos filtrados, como a 
glicose e os aminoácidos -> principalmente por meio dos 
simportadores Na+ (simportadores Na+ glicose). 
A alça de Henle, é responsável pela reabsorção de sódio 
e água e apresenta o COTRANSPORTADOR 1Na+ - 
1K+ - 2Cl- auxilia na reabsorção desses elementos e é 
o local de ação dos diuréticos de alça. A parte espessa 
da alça, apresenta metabolismo mais elevado e grande 
número de mitocôndrias. 
O tubo contorcido distal, reabsorve muito dos 
solutos (Na+, Cl- ...), mas é praticamente impermeável 
a água e ureia. As células principais reabsorvem 
Sódio e secretam Potássio e as células intercaladas 
reabsorvem íons Bicarbonato e Potássio e secretam 
Hidrogênio (hidrogênio ATPase). 
O ducto coletor, é o local final para o processamento da 
urina e a sua permeabilidade a água, depende dos 
níveis de ADH (se tiver alto, a água é absorvida). 
 
URETERES: 
Transportam a urina dos rins para a bexiga urinária, 
com o auxílio das contrações peristálticas, pressão 
hidrostática e da gravidade. 
Os ureteres têm 25 a 30 cm de comprimento. São tubos 
estreitos de paredes espessas, que variam entre 1 e 
10 mm de diâmetro ao longo do seu trajeto entre a pelve 
renal (origem) e a bexiga urinária. Como os rins, os 
ureteres são retroperitoneais. 
Embora não haja uma válvula anatômica na abertura de 
cada ureter na bexiga urinária, uma válvula fisiológica 
é bastante efetiva. À medida que a bexiga se enche 
com urina, a pressão em seu interior comprime as 
aberturas oblíquas para os ureteres e impede o 
refluxo de urina. 
Três camadas de tecido formam a parede dos ureteres. 
A camada mais profunda, a túnica mucosa, tem epitélio 
de transição e uma lâmina própria, a túnica muscular, 
é constituído por camadas longitudinais internas e 
circulares externas de fibras musculares lisas e a túnica 
adventícia, uma camada de tecido conjuntivo areolar 
que contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e 
nervos que suprem a túnica muscular e a túnica 
mucosa. 
 
BEXIGA URINÁRIA: 
É um órgão muscular oco e distensível situado na 
cavidade pélvica posteriormente à sínfise púbica. 
Nos homens, é diretamente anterior ao reto; nas 
mulheres, é anterior à vagina e inferior ao útero. É 
composta pelo corpo (parte redonda onde a urina é 
 
armazenada) e pelo colo (parte mais afunilada onde tem 
o trígono vesical – conectada com a uretra). 
 
A parede da bexiga, é composta pelo músculo detrusor 
(músculo liso que apresenta suas fibras entremeadas e 
ocupa toda a parede da bexiga) – sua contração 
determina o esvaziamento da bexiga. 
O trígono vesical, tem formato de triângulo (os 
vértices superiores são onde os ureteres são 
inseridos e o vértice inferior é o início da uretra – 
com a presença do esfíncter interno da uretra, que é 
composto de músculo liso, ou seja, apresenta 
contração involuntária). Na parte final da uretra, é 
encontrado o esfíncter externo da uretra (com 
musculatura estriada, ou seja, apresenta contração 
voluntária). 
 
 
Três camadas formam a parede da bexiga urinária. A 
mais profunda é a túnica mucosa, uma membrana 
mucosa composta por epitélio de transição e uma 
lâmina própria subjacente semelhante à dos 
ureteres. O epitélio de transição possibilita o 
estiramento. Além disso, existem pregas de mucosa 
que possibilitam a expansão da bexiga urinária. 
Em torno da túnica mucosa está a intermediária túnica 
muscular, também chamada músculo detrusor da 
bexiga, que é formada por três camadas de fibras de 
músculo liso: as camadas longitudinais 
internamente, circular na parte intermédia e 
longitudinal externamente. 
Em torno da abertura da uretra, as fibras circulares 
formam o músculo esfíncter interno da uretra; abaixo 
dele está o músculo esfíncter externo da uretra, 
composto por músculo esquelético e proveniente do 
músculo transverso profundo do períneo. 
O revestimento mais superficial da bexiga urinária nas 
faces posterior e inferior é a túnica adventícia, uma 
camada de tecido conjuntivo areolar que é contínua 
com a dos ureteres. Sobre a face superior da bexiga 
urinária está a túnica serosa, uma camada de peritônio 
visceral. 
É inervada principalmente pelo nervo esplâncnicos 
pélvico. O SNP estimula e o SNS inibe. 
 
URETRA: 
Responsável pelo transporte da urina da bexiga até o 
meio externo. Nas mulheres é mais curta do que nos 
homens e neles apresenta 2 funções: eliminação da 
urina e liberação do sêmen (líquido que contém 
espermatozoide). 
A uretra masculina é dividida em 4 partes: 
- pré prostática: antes da próstata (epitélio de transição); 
- prostática: na próstata (epitélio de transição); 
- membranácea: mais curta, abaixo da próstata (epitélio 
pseudoestratificado); 
- esponjosa: mais longa e a última parte. 
É composta principalmente por músculo liso e apresenta 
esfíncteres interno e externo. 
Nas mulheres ela fica posterior à sínfise púbica, 
apresenta túnica mucosa (mais próximo da bexiga é 
epitélio de transição e mais inferiormente, tecido 
conjuntivo areolar). E a túnica muscular de fibra 
muscular lisa. 
A D H 
O hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina é 
liberado pela neuro-hipófise. Ele regula a reabsorção 
facultativa de água, aumentando a permeabilidade à 
água das células principais na parte final do túbulo 
contorcido distal e no túbulo coletor. 
 
No interior das células principais existem pequenas 
vesículas que contêm muitas cópias de uma 
proteína de canal de água conhecida como 
aquaporina-2. O ADH estimula a inserção das 
vesículas contendo aquaporina-2 nas membranas 
apicais por exocitose. 
 
U R I N A 
Pode ser diluída ou concentrada e isso depende 
também da ação do ADH. 
 
Urina diluída: 
o líquido que deixa o túbulo contorcido proximal ainda 
é isotônico em relação ao plasma sanguíneo, ou seja, 
apresentam a mesma quantidade de soluto. 
Quando está sendo formada a urina diluída, a 
osmolaridade do líquido no lúmen tubular AUMENTA a 
medida que flui para a parte descendente da alça de 
Henle, DIMINUI quando flui pela parte ascendente e 
DIMINUI mais ainda quando passa pelo restante do 
néfron e ducto coletor. 
 
Como a osmolaridade do líquido intersticial da 
medula renal se torna progressivamente maior, mais 
e mais água é reabsorvida por osmose conforme o 
líquido tubular flui em direção a alça de Henle. 
Tornando-o mais concentrado. 
A parte ascendente da alça de Henle apresenta 
simportadores que reabsorvem ativamente o Na+, Cl- e 
K+, diminuindo assim a osmolaridade do líquido tubular 
e como a permeabilidade a água é ruim, não permite a 
passagem da água, deixando o líquido tubular mais 
diluído do que o plasma. 
E se o nível de ADH estiver baixo, a urina pode chegar 
a 4 vezes mais diluída que o plasma sanguíneo. 
 
Urina concentrada: 
ocorre quando a ingestão de água é baixa ou a perda 
de água é elevada e os rins precisam economizar a 
água enquanto eliminam as escórias metabólicas e 
excesso de íons, que sob influência do ADH 
produzem pouca urina altamente concentrada, que 
pode ser 4 vezes mais concentrada que o plasma 
sanguíneo. 
E essa influência do ADH ocorre devido a existência de 
um gradiente osmótico de solutos no líquido intersticial 
da medula renal.

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