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Histologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Norton Claret Levy Junior
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, Elástico, 
Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
• Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
• Tecido Conjuntivo Elástico
• Tecido Conjuntivo Reticular
• Tecido Conjuntivo Mucoso
• Tecido Adiposo
• Tecido Ósseo
• Articulações
 · Entender a estrutura e propriedades dos tecidos conjuntivos.
 · Estudar as funções desses tecidos no corpo humano.
 · Discutir a importância desses tecidos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Tecidos Conjuntivos: Propriamente 
Dito, Elástico, Reticular, Mucoso, 
Adiposo e Ósseo
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
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formação acadêmica e atuação profissional, siga 
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da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
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No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
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Não se esqueça 
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hidratado.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
É o tecido mais abundante do corpo, que reforça outros tecidos, protegendo e 
isolando órgãos internos, mantendo o organismo funcionalmente integrado.
É constituído de células e fibras extracelulares embebidas em uma substância 
fundamental amorfa que contém líquido tecidual. As fibras podem ser coláge-
nas, elásticas ou reticulares. As células podem ser de diferentes tipos e são 
classificadas em livres ou fixas. Sua matriz apresenta-se sob a forma de um gel 
altamente hidratado.
A quantidade dos vários tipos de células, de fibras e de substância fundamental 
varia muito de uma região do corpo para outra, dependendo das exigências 
estruturais locais. Essa variação dá origem a dois tipos de tecidos conjuntivos 
propriamente ditos: o frouxo e o denso.
O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas normalmente sujeitas à pressão 
e atritos pequenos e é o de maior distribuição no corpo humano. É um tecido 
encontrado entre grupos de células musculares, células epiteliais, em camadas 
ao redor dos vasos sanguíneos, na derme, na hipoderme, entre outros locais. 
As membranas serosas, por exemplo, encontradas no peritônio, na pleura e no 
pericárdio, são compostas por camadas delgadas de tecido conjuntivo frouxo, 
revestidas por uma camada de mesotélio.
Contém todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente 
dito, sem predominância de nenhum componente. As células mais numerosas são 
os fibroblastos e os macrófagos. Tem uma consistência delicada, é flexível, bem 
vascularizado e não é muito resistente a trações. Devido à sua riqueza em vasos 
sanguíneos, desempenha importante papel na nutrição do tecido epitelial.
O tecido conjuntivo denso é resistente e fornece proteção aos demais tecidos. É 
formado pelos mesmos componentes do tecido frouxo, mas possui predominância 
de fibras colágenas. É menos flexível e mais resistente à tensão do que o frouxo.
Quando as fibras colágenas são organizadas em feixes, sem uma orientação de-
finida, feixes esses dispostos em várias direções, tem-se o tecido conjuntivo denso 
não modelado (Figura 1a). Um exemplo desse tecido é o encontrado na derme 
profunda da pele. É um tecido resistente a trações exercidas em qualquer direção.
Quando as fibras estão organizadas em feixes de colágeno paralelos uns aos 
outros e alinhados com os fibroblastos, trata-se do tecido conjuntivo modelado 
(Figura 1b). Os tendões são exemplos típicos desse tipo de tecido. São formados 
por feixes densos e paralelos de colágeno, separados por pequena quantidade de 
substância fundamental.
8
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a)
b)
Figura 1 – a) Tecido conjuntivo denso não modelado, lembra fi bras sendo trançadas para fazer um chapéu de 
palha; b) Tecido conjuntivo denso modelado, lembra fi bras sendo trançadas para fazer uma corda ou pulseira
Fontes: Atlas digital de Histologia Básica/ iStock/Getty Images
Tecido Conjuntivo Elástico
Trata-se de um tecido conjuntivo com propriedades especiais. Possui cor 
amarelada e grande elasticidade. A cor amarelada é decorrente da abundância de 
fibras elásticas na sua composição.
Além das fibras elásticas, possui fibras delgadas de colágeno e fibrócitos. Pode 
aparecer na forma de faixa, ou seja, de grosseiras fibras paralelas, como, por 
exemplo, nas cordas vocais.
O tecido elástico forma camadas nas paredes de órgãos ocos nos quais há 
variação de pressão de dentro para fora, como nas maiores artérias e em algumas 
partes do coração.
No mais, não é muito frequente no organismo, sendo restrito aos ligamentos 
amarelos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Tecido Conjuntivo Reticular
É um tecido muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as 
células de alguns órgãos como, por exemplo, no fígado e no baço.
É constituído por fibras reticulares associadas a fibroblastos especializados e 
chamados de células reticulares. O aspecto dessas fibras é muito característico: 
agrupam-se em pequenos feixes de delgadas fibras colágenas em forma de rede, 
com interstícios ocupados por células livres dispostas ao longo da matriz. As células 
livres são células reticulares e células do sistema fagocitário mononuclear.
Tecido Conjuntivo Mucoso
O tecido mucoso tem consistência gelatinosa devido à preponderância de ma-
triz fundamental composta, principalmente, de ácido hialurônico com pouquíssi-
mas fibras.
É composto principalmente por fibroblastos, mas também possui alguns 
macrófagos e células linfoides livres.
É o principal componente do cordão umbilical, no qual é conhecido como geleia 
de Wharton. No adulto, é encontrado na polpa jovem dos dentes.
 a)
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 b)
 c)
Figura 2 – Tecido conjuntivo com propriedades especiais: a) Tecido elástico; b) Tecido reticular; c) Tecido mucoso
Fonte: teliga.net
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Tecido Adiposo
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo especial, composto, principalmente, 
por células adiposas, denominadas também de adipócitos.Os adipócitos podem ser encontrados isolados ou em pequenos grupos no tecido 
conjuntivo frouxo – como já vimos –, ou em grandes agregados, originando o tecido 
adiposo distribuído por todo o organismo. Em pessoas com o índice de massa 
corporal normal, o tecido adiposo representa de 15 a 25% do peso corporal – 
de 20 a 25% nos homens e de 15 a 20% nas mulheres.
Os adipócitos são células especializadas no armazenamento de triglicerídeos – 
gordura neutra –, formados por ácido graxo e glicerol. A quantidade de gordura 
armazenada variará de acordo com a dieta alimentar.
Essa capacidade de armazenamento dos adipócitos faz com que o tecido adiposo 
seja o maior depósito corporal de energia. As células hepáticas e algumas células 
musculares também acumulam energia, mas sob a forma de glicogênio. Como 
esses depósitos são menores, os estoques de triglicerídeos são as principais reservas 
energéticas do organismo. Além disso, cada grama de triglicerídeo origina cerca 
de 9,3 kcal, enquanto cada grama de glicogênio origina cerca de 4,1 kcal, apenas.
Os depósitos de gordura não são fixos nem estáveis e se renovam constante-
mente. São continuamente influenciados por estímulos hormonais, nervosos além 
da dieta. Os triglicerídeos, por exemplo, podem ser obtidos por meio da alimenta-
ção ou produzidos – nos próprios adipócitos – a partir da glicose. Quando neces-
sário, são mobilizados a partir de estímulo de neurotransmissores, principalmente 
a noradrenalina.
Além do estoque de energia, o tecido adiposo tem outras funções. Quando 
localizado sob a pele, é responsável pelo contorno do organismo, contribuindo 
para as diferenças do corpo dos homens e das mulheres. É também responsável 
pela sustentação de órgãos, pois preenche vários espaços no organismo. Nas 
palmas das mãos e nas plantas dos pés, é responsável pela proteção de impacto a 
choques. Atua como isolante térmico – pois é mal condutor de energia – e possui 
atividade secretora.
Na maioria dos mamíferos, há dois tipos de tecido adiposo, que diferem entre 
si na cor, distribuição, vascularização, atividade metabólica e tipo de células. Um 
é o tecido adiposo branco, que compreende a maior parte da gordura do cor-
po. O outro, denominado tecido adiposo pardo, é mais abundante em animais 
que têm a característica de hibernação. No homem, é encontrado apenas em 
áreas específicas.
O tecido adiposo branco é também conhecido como tecido adiposo comum ou 
tecido adiposo unilocular. Possui coloração que varia entre o branco e o amarelo 
escuro, dependendo da dieta, pois tal coloração se dá em função do acúmulo de 
carotenos dissolvidos na gordura.
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É formado pelos chamados adipócitos uniloculares, que são células volumosas 
com 50 a 150 μm de diâmetro, com poucas organelas e com o citoplasma 
repleto por uma gotícula de gordura. Possui núcleo pequeno e deslocado para a 
periferia da célula. Esse tipo de adipócito armazena gordura para uso por outros 
tecidos do corpo, servindo como fonte de energia para os processos metabólicos. 
Possui também receptor para o hormônio do crescimento, para a insulina, para 
glicocorticoides, para o hormônio da tireoide e para a noradrenalina. Externamente 
à célula adiposa unilocular, há uma lâmina externa e uma matriz extracelular 
formada por fibras reticulares.
O tecido adiposo comum forma o panículo adiposo. Trata-se de uma camada 
encontrada sob a pele, de espessura uniforme, que se distribui por todo o corpo do 
recém-nascido. Com o crescimento, algumas áreas perdem o panículo adiposo e 
esse é redistribuído. Essa deposição seletiva de tecido é controlada principalmente 
pelos hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela glândula adrenal.
É um tecido que apresenta septos que contêm nervos e vasos. É altamente 
vascularizado, quando comparado com outros tipos de tecidos. Dos septos partem 
fibras reticulares que sustentam as células adiposas.
Além do armazenamento de gordura e da função de sustentação, o tecido adiposo 
unilocular secreta também substâncias, entre as quais a leptina – hormônio que 
participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e da ingestão de 
alimentos – e a lipase lipoproteica – responsável pela hidrólise dos quilomícrons 
e das lipoproteínas plasmáticas.
Por sua vez, o tecido adiposo pardo é conhecido também como tecido adiposo 
multilocular. Possui cor parda devido à sua abundante vascularização e à grande 
quantidade de mitocôndrias presentes nas suas células. O adipócito multilocular é 
menor que o adipócito unilocular, contém núcleo preferencialmente localizado na 
região central, possui forma poligonal e grande quantidade de mitocôndrias, além 
de várias gotículas lipídicas dispersas no citoplasma.
Figura 3 – Tecido adiposo
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tendo papel 
importante nos mamíferos que hibernam – como já vimos. Nesses animais, recebe 
o nome de glândula hibernante. Na espécie humana, a quantidade desse tecido 
só é significativa no recém-nascido. Como não cresce com o desenvolvimento do 
ser humano, no adulto esse tecido quase não é encontrado.
Em algumas regiões do corpo, particularmente no tecido subcutâneo das cos-
tas e dos ombros, ocorre uma mistura de tecido adiposo unilocular e tecido adi-
poso multilocular.
A obesidade, considerada atualmente um grave problema de saúde pública, é 
uma doença relacionada ao desequilíbrio energético, no qual há acúmulo excessivo 
de tecido adiposo. Considera-se obeso um indivíduo com 20% ou mais do peso 
considerado normal para a sua altura. Vários fatores são estudados para esclarecer 
esse distúrbio, tais como fatores genéticos, ambientais e comportamentais, entre os 
quais a produção de leptina. A leptina fornece informações a centros hipotalâmicos 
sobre a quantidade de gordura do corpo, o estado nutricional, regulando o apetite e 
o balanço energético. Camundongos deficientes na produção desse hormônio são 
obesos e inférteis e têm essa condição revertida com a administração de doses da 
própria leptina.
Tecido Ósseo
O tecido ósseo também é um tipo especializado do tecido conjuntivo. É o 
componente principal do esqueleto e serve de suporte para os tecidos moles, além 
de proteger órgãos vitais – como os contidos na caixa craniana e na caixa torácica. 
Aloja e protege a medula óssea, proporciona apoio aos músculos esqueléticos e 
forma um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular.
Além dessas funções, o tecido ósseo funciona como depósito de cálcio, fosfato e 
outros íons, armazenando-os e os liberando de maneira controlada, mantendo, des-
sa forma, uma concentração constante desses íons nos líquidos orgânicos. Armaze-
na, por exemplo, 99% do cálcio presente no corpo. É capaz também de absorver 
toxinas e metais pesados, diminuindo seus efeitos adversos em outros tecidos.
Apesar de ser um dos tecidos mais duros do corpo, é dinâmico, que muda 
constantemente sua forma em relação ao tipo de estresse mecânico sofrido pelo 
qual. Algumas pressões aplicadas sobre o tecido ósseo podem levar à reabsorção de 
sua matriz ou à formação de um novo tecido ósseo. Essa propriedade atualmente é 
utilizada, por exemplo, pelos ortodontistas na busca do realinhamento dos dentes.
O tecido ósseo é formado por células e material extracelular calcificado (Figura 4). 
As células são os osteócitos, os osteoblastos e os osteoclastos, enquanto a matriz 
extracelular recebe o nome de matriz óssea.
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Osteoblasto Osteócito Matriz óssea
Matriz neoformada
(osteóide)
Osteoclasto Mesênquima
Figura 4 – Células do tecido ósseo, mesênquima e matriz óssea
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2013)
Os osteócitos (Figura 5a) são células achatadas que possuemnúcleo com cro-
matina densa. São essenciais para a manutenção da matriz óssea, pois participam 
ativamente da síntese de seus elementos. Após a sua morte, sempre ocorre a rea-
bsorção da matriz.
São encontrados no interior da matriz óssea, ocupando lacunas das quais 
partem canalículos. Dentro dos canalículos, são encontrados prolongamentos dos 
osteócitos que estabelecem contatos entre si através de junções comunicantes. Tais 
junções permitem a passagem de pequenas moléculas e íons entre os osteócitos.
Os osteócitos, na verdade, são osteoblastos inativos confinados no osso 
mineralizado. São as principais células do osso completamente formado.
Os osteoblastos (Figura 5a) encontram-se ativamente engajados com a síntese 
dos elementos da matriz extracelular. Sintetizam a parte orgânica da matriz óssea. 
Sintetizam também osteonectina e osteocalcina. A osteonectina facilita a deposi-
ção de cálcio nos ossos e a osteocalcina estimula a ação dos próprios osteoblastos.
São células cúbicas ou cilíndricas e, quando ativas no processo de síntese, 
apresentam citoplasma basófilo devido à riqueza de Retículo Endoplasmático Rugoso 
(RER). Apresentam prolongamentos citoplasmáticos que se intercomunicam com 
os prolongamentos de osteoblastos vizinhos.
Além de sintetizar a parte orgânica da matriz, são capazes de concentrar fosfato 
de cálcio, participando da mineralização da matriz. A matriz recém-produzida 
fica depositada ao redor dos osteoblastos, “aprisionando-os” em lacunas e os 
transformando em osteócitos. Nos locais onde havia os prolongamentos dos 
osteoblastos, formam-se canalículos. Essa matriz óssea, recém-formada e ainda 
não mineralizada completamente, recebe o nome de osteoide (Figura 4).
Os osteoclastos (Figura 5b) são células móveis, gigantes, multinucleadas e 
extensamente ramificadas. As ramificações são muito irregulares, possuindo formas 
e espessuras variáveis. Têm citoplasmas granulosos e algumas vezes com vacúolos.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
 a)
 b)
Figura 5 – Células do tecido ósseo: a) Osteoblastos e osteócito; b) Osteoclastos
Fonte: Acervo do Conteudista
Originam-se de células precursoras provenientes da medula óssea. Antigamente, 
acreditava-se que os osteoclastos tinham origem a partir de uma junção de 
monócitos. Atualmente, as evidências demonstram que possuem uma célula 
precursora comum aos monócitos. Dessa forma, compõem o chamado sistema 
mononuclear fagocitário.
Os osteoclastos estão intimamente associados a áreas onde ocorre reabsorção 
óssea e são frequentemente encontrados em cavidades nas superfícies dos ossos, 
denominadas lacunas de Howship (Figura 6).
Área de
reabsorção 
óssea
Osteoclastos
Núcleo
Matriz
óssea
Membrana
apicalEnzimas, H+
dissolvem o osso
Figura 6 – Osteoclastos e lacunas de Howship
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2013)
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Secretam dois tipos de substâncias: ácidos que dissolvem os sais de cálcio e 
uma enzima, a colagenase, que degrada o colágeno. Desse modo, colaboram para 
a desintegração da matriz, aumentando a cavidade interna onde fica localizada a 
medula e, por outro lado, regulando o equilíbrio do cálcio no organismo. Quando 
a taxa sanguínea de cálcio diminui, os osteoclastos são ativados por hormônios 
produzidos pelas glândulas paratireoides, retirando o cálcio dos ossos e o liberando 
para a corrente.
A matriz óssea é formada por uma porção orgânica e uma porção inorgânica. 
Os componentes orgânicos são representados pelas células, fibras colagenosas e 
substância fundamental. O colágeno, na maioria do tipo I, representa cerca de 
90% do componente orgânico do osso. Organiza-se em forma de feixes espessos 
com grande quantidade de ligações cruzadas.
O colágeno infiltrado por um gel de glicosaminoglicanas é denominado osteoide 
(Figura 4). Entre as glicosaminoglicanas está a osteocalcitonina, que tem grande 
afinidade pelo cálcio.
A porção inorgânica, que representa cerca de 50% do peso da matriz, é 
constituída principalmente por cálcio, fósforo e outros componentes minerais, tais 
como: bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato.
Os sais formados pelo cálcio, juntamente com o fósforo – chamados de hidro-
xiapatita –, têm a estrutura de cristais. Os íons presentes na superfície dos cristais 
são hidratados, o que facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial.
A associação entre os cristais de hidroxiapatita e as fibras colágenas é respon-
sável pela rigidez e resistência do tecido ósseo. Nas situações em que o cálcio é re-
movido, os ossos mantêm sua estrutura intacta, mas tornam-se tão flexíveis quanto 
os tendões.
A mineralização do osso só acontece quando há íons Ca++ e PO4
--- sufi cientes. Se o nível 
sanguíneo do Ca++ estiver baixo como, por exemplo, no caso de dietas vegetarianas não 
compensadas, a mineralização torna-se defi ciente e os ossos se tornam amolecidos, 
fi cando mais sujeitos a lesões. Essa situação é típica da osteomalácia. Em crianças, provoca 
raquitismo e deformidades permanentes (STEVENS; LOWE, 2001).
Ex
pl
or
Não existe difusão de substâncias através da matriz, mas existem canalículos 
(Figura 7) que possibilitam a nutrição das células constituintes do tecido, promovendo 
a troca de substâncias entre os osteócitos e os capilares sanguíneos.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Figura 7 – Esquema e microfotografia de canalículos, que permitem nutrição e oxigenação dos osteócitos
Fontes: Acervo do Conteudista
Com exceção das articulações sinoviais, a superfície dos ossos é recoberta por 
uma camada externa de tecido conjuntivo denso modelado, denominada periósteo 
(Figura 8). A camada mais externa do periósteo é formada principalmente por 
fibras colágenas e fibroblastos. As fibras colágenas formam feixes e penetram o 
tecido ósseo, firmando o periósteo ao osso. Essas fibras são conhecidas como 
fibras de Sharpey (Figura 8). Em sua camada mais profunda, o periósteo possui 
células osteoprogenitoras, parecidas com fibroblastos, que se dividem por mitose e 
se diferenciam em osteoclastos.
Os ossos possuem uma cavidade interna central, a cavidade medular, que abriga 
a medula óssea. Essa cavidade é recoberta pelo endósteo (Figura 8), que também 
é um tecido conjuntivo especializado – assim como o periósteo –, mas composto de 
apenas uma camada formada de células osteoprogenitoras e osteoblastos.
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A principal função, tanto do periósteo quanto do endósteo, é a nutrição do tecido 
ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação 
dos ossos.
Observando-se um osso serrado a olho nu, ou seja, macroscopicamente, verifica-
se que é formado por partes sem cavidades visíveis, bastante densas, chamadas de 
osso compacto e por partes repletas de cavidades chamadas de osso esponjoso 
(Figura 8). Apesar de diferentes macroscopicamente, as duas partes possuem a 
mesma estrutura histológica básica.
Artérias
nutrícias
Fibras de
Sharpey
Periósteo
Osso compacto
Medula 
óssea amarela
Endósteo
Figura 8 – Estruturas ósseas (modifi cado)
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 9 – Osso compacto e osso esponjoso
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2013)
Nos ossos longos, as epífises – extremidades – são formadas pelo osso esponjoso 
revestido superficialmente por uma delgada camada compacta. A diáfase – parte 
cilíndrica – é quase totalmente compacta, possuindo uma pequena quantidade de 
osso esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal medular. Nos ossos 
longos, o osso compacto é denominado cortical.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Os ossos curtos têm o centro esponjoso e periferia compacta. Nos ossoschatos, 
existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas 
por osso esponjoso – denominado díploe.
Os ossos longos são aqueles nos quais o comprimento excede a largura e a espessura, como 
o úmero, rádio e ulna no membro superior; e o fêmur, tíbia e fíbula no membro inferior. 
Estão incluídos também os metacárpicos, metatársicos e falanges. Observe os diferentes 
tipos de tecidos que compõem um osso longo.
https://goo.gl/CTDeY7
Ex
pl
or
As cavidades encontradas no osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos 
ossos longos são ocupados pela medula óssea. No recém-nascido, a medula tem 
cor vermelha, devido ao alto teor de hemácias. Nessa fase, a medula é chamada de 
medula óssea hematógena, pois é muito ativa na produção de células sanguíneas. 
Aos poucos, com a idade, a medula diminui sua atividade hematógena, é infiltrada 
por tecido adiposo e muda de cor. Passa, então, a ser chamada de medula óssea 
amarela (Figura 8).
Microscopicamente, pode-se verificar que o tecido ósseo pode apresentar duas 
morfologias distintas, caracterizando, histologicamente, dois tipos de ossos: osso 
primário ou osso imaturo – tecido ósseo primário – e osso secundário ou osso 
lamelar – tecido ósseo secundário.
O tecido ósseo primário é também chamado de imaturo, pois é o primeiro tecido 
ósseo a ser formado durante o desenvolvimento fetal e o processo de reparação 
óssea. É rico em osteócitos e possui vários feixes irregulares de fibra colágena. 
Seu teor de cálcio é bem menor do que no tecido ósseo secundário. Exceto em 
algumas áreas – tais como nos alvéolos dentários –, será substituído durante o 
desenvolvimento.
O tecido ósseo secundário, ou tecido ósseo maduro, é geralmente encontrado no 
adulto. Possui fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 μm de espessura, 
dispostas de forma paralela ou concêntrica ao redor de canais com vasos, formando, 
nesse caso, os chamados sistemas de Havers ou ósteons.
A maior parte do tecido ósseo compacto é composta por sistemas de Havers 
(Figura 10). Os cilindros formados pela organização das fibras colágenas, juntamente 
com os vasos, recebem o nome de canal de Havers ou canal haversiano. Esse 
canal é revestido por uma camada de osteoblastos e células progenitoras e abriga 
um feixe neuromuscular associado ao tecido conjuntivo.
Os canais de Havers se comunicam entre si, com a cavidade medular e com a 
superfície externa do osso através de canais transversais conhecidos como canais 
de Volkman. Estes, por sua vez, atravessam todas as lamelas ósseas.
A principal função dos canais de Havers associados aos canais de Volkman é a 
condução dos vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição das células por toda a 
estrutura óssea.
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Vaso sanguíneo
Trajeto helicoidal
das �bras colágenas
Lamelas 
circunferenciais
internas
Sistemas de Havers
Vaso
sanguíneo
Canal de
Volkmann
Periósteo
Canal de HaversEndósteo
Lamelas 
circunferenciais
externas
Figura 10 – Desenho esquemático de um osso seccionado, mostrando os canais de Havers e de Volkman, 
responsáveis pela condução dos vasos sanguíneos
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2013)
O tecido ósseo esponjoso, por sua vez, ao contrário do tecido ósseo compacto, 
não contém sistemas de Havers verdadeiros. Possui trabéculas que são delgadas 
lâminas de tecido ósseo lamelar dispostas segundo as direções que correspondem 
às linhas de força que o osso suporta e que formam pequenas lacunas.
Assim como outros tecidos, o tecido ósseo é continuamente renovado durante 
a vida adulta. Nos jovens, a formação – histogênese – do osso é maior do que a 
reabsorção. Isto porque, nessa fase, novos sistemas de Havers são formados em 
uma velocidade maior do que a de reabsorção dos antigos.
Já na vida adulta, após o fechamento dos discos epifisários e o crescimento 
máximo do osso alcançado, a formação do tecido ósseo entra em equilíbrio com 
a reabsorção óssea. Nessa fase, o osso é remodelado a partir de forças aplica-
das sobre o qual. O remodelamento nada mais é do que a substituição do tecido 
ósseo envelhecido por um novo, mesmo após um osso ter atingido sua forma e 
tamanho definido.
O remodelamento permite também que o osso funcione como um reservatório 
de cálcio. O sangue troca cálcio continuamente com o tecido ósseo, removendo-o 
para suprir a sua necessidade por outros tecidos, pois o cálcio também é necessário 
para o desempenho da função muscular e nervosa, sendo importante na coagulação 
do sangue.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Diferentemente dos tendões e ligamentos, os ossos, quando rompidos, ou melhor, quando 
fraturados, sempre se reconstituem, justamente pelo remodelamento que esse tecido possui.
https://youtu.be/AmHJKhtJObs
Ex
pl
or
De fato, ocorre um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sanguíneo e 
o dos ossos. Quando o cálcio é absorvido da alimentação e tem sua concentração 
aumentada no sangue, ocorre deposição nos ossos. Quando a concentração 
sanguínea diminui, ocorre o inverso, como já mencionado.
Existem dois mecanismos de mobilização do cálcio depositado nos ossos. O 
primeiro é a transferência dos íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido 
intersticial e daí para a corrente sanguínea. Esse processo ocorre principalmente 
no osso esponjoso.
O segundo mecanismo é hormonal. As células da glândula paratireoide são 
sensíveis aos níveis de cálcio no sangue. Quando cai a concentração sanguínea de 
cálcio, a paratireoide produz o Paratormônio (PTH). O PHT ativa receptores nos 
osteoblastos, suprimindo a formação da matriz e iniciando a produção do ligante 
de osteoprotegerina e do fator estimulante de osteoclastos. Tais substâncias 
induzem a formação de osteoclastos que levam à reabsorção óssea e à liberação 
dos íons de cálcio.
Além da paratireoide, a tireoide também monitora os níveis sanguíneos de cál-
cio. Quando a concentração sanguínea do íon se torna elevada, produz a calcito-
nina, hormônio que também ativa receptores nos osteoclastos, mas impedindo-os 
de realizarem a reabsorção óssea. Ao mesmo tempo, estimula os osteoclastos a 
produzir osteoide, aumentando, dessa forma, a deposição óssea do cálcio.
Assista ao vídeo intitulado Metabolismo do cálcio e fosfato.
https://youtu.be/C1JIY7_3gGQEx
pl
or
Articulações
Os ossos se unem uns aos outros para constituir o esqueleto através das articu-
lações que são estruturas formadas por tecido conjuntivo. Dependendo do grau de 
movimentação, as articulações podem ser classificadas em sinartroses, em que há 
um mínimo de movimento; e diartroses, com ampla margem de movimento.
Existem três tipos de sinartroses, dependendo do tecido que une as peças ósseas:
• Sinostose: os ossos são unidos por tecido ósseo e totalmente desprovidos de mo-
vimento, por exemplo, como ocorre entre os ossos chatos do crânio de idosos;
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• Sincondrose: o tecido de união é a cartilagem hialina e há poucos movimen-
tos – que são limitados –, tal como ocorre na articulação da primeira costela 
com o esterno;
• Sindesmose: apresenta também pouco movimento e o tecido de união é o 
tecido conjuntivo denso. É encontrada unindo os ossos da sínfise pubiana.
As diartroses (Figura 11) são aquelas que geralmente unem os ossos longos. 
Nessas são encontradas cartilagem hialina, revestindo as extremidades dos ossos, e 
uma cápsula, entre as extremidades, denominada cavidade articular, formada por 
uma camada fibrosa, contínua com o periósteo, constituída por tecido conjuntivo 
denso e uma camada celular interna ou membrana sinovial, que recobre as 
superfícies não articulares.
A cavidade articular contém o líquido sinovial, que é um líquido incolor, 
transparente, viscoso e contém elevado teor de ácido hialurônico, além de lubricina 
– uma glicoproteína–, combinados com um filtrado do plasma.
O ácido hialurônico, juntamente com a lubricina, age como lubrificante das 
articulações, facilitando o deslizamento das mesmas. Já os demais componentes do 
líquido sinovial fornecem nutrientes e oxigênio para os condrócitos da cartilagem 
hialina que recobrem as articulações, além de fagocitar resíduos presentes.
Periósteo
Membrana sonovial
Cavidade articular
Cavidade medular
Tecido ósseo esponjoso
Tecido ósseo compacto
Camada �brosa
da capsula
Figura 11 – Desenho esquemático de uma diartrose. A cápsula é formada por duas partes: a camada fi brosa ex-
terna e a camada sinovial – membrana sinovial – que reveste a cavidade articular, exceto as áreas de cartilagem
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2013)
A membrana sinovial, quando lesada, reage como qualquer outro tecido con-
juntivo, formando um tecido de granulação e, após algumas semanas, pode estar 
completamente regenerada.
Essa propriedade ajuda a conferir grande resiliência às diartroses. Por isso, 
funcionam como eficientes amortecedores de pressões mecânicas. É um mecanismo 
semelhante ao encontrado entre os discos intervertebrais.
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UNIDADE Tecidos Conjuntivos: Propriamente Dito, 
Elástico, Reticular, Mucoso, Adiposo e Ósseo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
https://goo.gl/0NpCZw
Tecido Conjuntivo
https://goo.gl/caYfsF
 Vídeos
Tecido Conjuntivo Frouxo, Denso e Adiposo – Destrinchando a Histologia
Assista também ao vídeo ilustrando a síntese proteica em célula eucariótica.
https://youtu.be/9kBSYivTqus
 Leitura
Tecido Conjuntivo
https://goo.gl/rT60cN
Tecido Conjuntivo
https://goo.gl/8t3xS2
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Referências
BLOOM, W.; FAWCETT, D. W. Tratado de Histologia. 10. ed. [S.l.]: Interameri-
cana, 1977. 
GITIRANA, L. B. Histologia: conceitos básicos dos tecidos. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Atheneu, 2007.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013.
STEVENS, A.; LOWE, J. Histologia humana. São Paulo: Manole, 2001.
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