Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INFECÇÃO POR LEISHMANIA – REPASTO SANGUÍNEO TAYANE SANSCHRI 2021.1 O agente etiológico da leishmania é considerado digenético por ter o ciclo dividido em 2 hospedeiros: mamífero vertebrado e o invertebrado, esse sendo o vetor da doença. O ciclo biológico ocorre quando a fêmea adulta, que é hematófaga, ou seja, se alimenta de sangue de animais como galinhas, cães, gatos e roedores, que após se alimentar (ao anoitecer ou no amanhecer) coloca cerca de 40 a 50 ovos, em seguida esses ovos eclodem num período que varia de 7 a 10 dias e liberam as larvas, que de 3 a 5 dias se diferenciam em pupas e em 10 dias se transformam na forma adulta, e já começam a alimentação, e a fêmea adulta começam a se alimentar do reservatório, se infectando e transmitindo pra o hospedeiro vertebrado. Quando a fêmea se alimenta de um sangue de um animal, hospedeiro vertebrado, infectado ela ingere o sangue contendo células infectadas com a forma amastigota da leishmania. Dentro do flebótamo essa forma amastigota fica protegida das proteases digestórias do intestino do vetor por uma fina membrana formada de quitina, chamada de matriz peritrófica. Essa matriz leva a proteção de todo bolo alimentar, sem ela as formas amastigotas seriam destruídas pelas enzimas digestórias do vetor, assim, a partir dessa proteção as formas amastigotas podem se diferenciar em formas pró-cíclicas, posteriormente, em formas nectomonadas que são mais alongadas, flageladas e tendem a se replicar. INFECÇÃO POR LEISHMANIA – REPASTO SANGUÍNEO TAYANE SANSCHRI 2021.1 Nessa fase nectomonada membrana da matriz já foi desfeita, o bolo alimentar já está sendo digerido, e essa forma já consegue ser resistente as proteases digestórias, por ter um peptídeo glicano que reveste toda a leishmania que é resistente as proteases. Assim, após liberar-se da matriz peritrófica, a forma amastigota migra aderindo as miccrovilosidades intestinais do flebótamo pelo flagelo, e faz uma adesão as essas microvilosidade, posteriormente, ocorre uma diferenciação denominada de forma aptomonada, e depois leptomonada. Essas fases de diferenciação não são as fases infectantes, a forma infectante é a metacíclica, que é a última fase. Em suma, no momento de replicação as leishmanias não só se modificam, como se dividem, também, dentro do vetor; assim, no momento em que estão se replicando e aderindo às partes mais anterior dos flebótamos, ocorre 2 processos: um deles é a produção de um gel, que é secretado pela leishmania, e a adesão ao epitélio nessas miccrovilosidades favorecem uma lesão. Inclusive essas formas metaciclicas se fixam nas válvulas do estomodeu (da deglutição) e lesionam a válvula, de forma que o flebótamo faz o repasto sanguíneo (no momento de se alimentar de um animal ou pessoa), ao invés de deglutir o material, ele regurgita, pois seu intestino anterior está repleto de leishmania, de gel e com seu tecido que reveste a parte anterior e a válvula desgastados; isso favorece a regurgitação. Desta forma, o flebótamo infectado inocula na derme do hospedeiro as formas metacíclicas, além do gel e da saliva do vetor que favorecem na infecção do hospedeiro. Este é o poder da saliva no processo da infecção, pois o flebótamo é um inseto bem pequeno e a probocite, que aparelho INFECÇÃO POR LEISHMANIA – REPASTO SANGUÍNEO TAYANE SANSCHRI 2021.1 inoculador, é curta, desta forma, no momento da picada ele não atinge um capilar sanguíneo para se alimentar, assim, faz várias picadas na região da derme e inocula a saliva, o que vai provocar pontos de micro hemorragias, e a saliva como tem uma ação anticoagulante, pois evita agregação plaquetária, é formado uma piscina, chamado de lago sanguíneo, então suga o sangue. Portanto, todas as características do vetor, leishmania e hospedeiro torna a leishmania nessa complexidade que é. Então, quando o flebótamo inocula as formas metacíclicas infectantes, no hospedeiro vertebrado, junto com a saliva e o gel secretado pela forma promastigota, essas formas são fagocitadas ou por neutrófilos ou por células do sistema monocítico fagocitário, como dendrito e macrófagos. Posteriormente, dentro dos vaculos parasitófaro se diferenciam em formas promastigota, é extremamente sensível pelas enzimas lissosomais, porém a leishmania atrasa o processo de choque com essas enzimas e então, se diferenciam em amastigotas que é resistente as enzimas lissosomais e, assim, a lesihmania consegue se replicar e crescer por divisão binária, para então, ocorrer a ruptura da membrana da célula e assim, seja liberada para infectar outra célula. FATORES DE VIRULÊNCIA E ESTABELECIMENTO DA INFECÇÃO Alguns aspectos associados a leishmania, denominados de fatores de virulência são de grande importancia para a sobrevivência e patogênese do parasita. Dentre as estruturas mais importantes tem-se os glicoconjugados, como os lipofosfoglicano (LPG) que permite o atraso da união do fagossomo com o lissosomo, o que favorece que, quando essa fusão ocorra o parasita já se encontre na forma amastigota o que o torna resistente, não sendo mais sensível as enzimas lissosomais, não ocorrendo a destruição da leishmania. Existem outros glicoconjugados que favorecem essa proteção como: o proteafasfoglicano (PPG), a metaloproteinase gp63 e os lipídeos glicofosfatidilinosital (GIPLs) presentes na membrana da leishmania que favorece essa infecção.
Compartilhar