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TCC revisado e corrigido

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REVISTA ELETRÔNICA DE TRABALHOS ACADÊMICOS - UNIVERSO/GOIÂNIA
ANO 7/ Nº1/ 2020 - ÁREA DA SAÚDE
FATORES QUE LEVAM ADOLESCENTES A COMETEREM ATOS INFRACIONAIS: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
FACTORS THAT LEAD ADOLESCENTS TO COMMIT INFRATIONAL ACTS: A SYSTEMATIC REVIEW STUDY OF THE LITERATURE
Anny Caroliny Ferrari Guilherme[footnoteRef:1] [1: Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.] 
Lucélia Pires do Prado Lavrinha[footnoteRef:2] [2: Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.] 
Maria Claudia Vieira[footnoteRef:3] [3: Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.] 
Drª Andrea Batista Magalhães[footnoteRef:4] [4: Docente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Orientadora do artigo.
5 Docente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Coorientadora do artigo.] 
Drª Janete Capel Hernandes5
Resumo: Introdução - É preocupante o número crescente de adolescentes que cometem atos infracionais, e compreender as causas e os aspectos que os influenciam é fundamental para ter um maior entendimento sobre os atos em si. Objetivo - Identificar os fatores que levam os adolescentes a cometerem atos infracionais. Métodos - Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se o metodo qualitativo e bibliográfico, servindo-se da base de dados: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Base Multidisciplinar da Elsevier disponível no portal capes (SCOPUS). Resultados - Foram apresentados fatores indicativos que podem contribuir para a ocorrência do ato infracional, tais como aspectos familiares, educação, fatores socioeconômicos, comunidade, fatores psicossociais, políticas públicas, uso de substâncias e transtornos mentais. Conclusão - Os resultados obtidos se relacionam com os fatores analisados. A partir deste estudo pode-se compreender os desafios que os adolescentes enfrentam dependendo dos aspectos estudados. Analisado todo o contexto entende-se a necessidade de serem realizadas mais pesquisas dentro desse campo vasto do adolescente autor de ato infracional, observando a problemática em todos os âmbitos, tanto social, familiar e nas políticas públicas do adolescente infrator, quanto nos ambientes clínicos com intervenções eficazes e planejamento de sustentação dos comportamentos atípicos destes adolescentes. Registro de revisão sistemática: PROSPERO (Esses registros foram submetidos para publicação e estão sendo avaliados pela equipe editorial).
Palavras-chave: Adolescente. Criminalidade. Medida socioeducativa.
Abstract: Introduction - It is worrying the growing number of adolescents who commit infractions, and understanding the causes and the aspects that influence them is essential to have a better understanding of the acts themselves. Objective - To identify the factors that lead adolescents to commit infractions. Methods - For the development of this research, the qualitative and bibliographic method was used. Using the database: Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD), Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), Online Medical Literature Search and Analysis System (MEDLINE) and Elsevier's Multidisciplinary Base available at capes portal (SCOPUS). Results - Indicative factors that may contribute to the occurrence of the infraction are presented, such as family aspects, education, socioeconomic factors, community, psychosocial factors, public policies, substance use and mental disorders. Conclusion - The results obtained are related to the factors analyzed. From this study, it is possible to understand the challenges that adolescents face depending on the aspects studied. Analyzing the entire context, it is understood the need to carry out more research within this vast field of the adolescent author of an infraction, observing the problem in all areas, both social, family and public policies of the adolescent offender, as well as in clinical settings with effective interventions and planning to support the atypical behavior of these adolescents. Systematic review record: PROSPERO (These records have been submitted for publication and are being evaluated by the editorial team).
Keywords: Teenager. Crime. Socieducative measure.
1 Introdução
Este estudo busca investigar os fatores que levam os adolescentes a cometer atos infracionais. De acordo com o art. 2º do Estatuto da criança e do adolescente, (Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990): “Considera-se criança, para efeitos desta lei, pessoa até doze anos incompletos, e adolescente entre doze e dezoito anos incompletos” (BRASIL,1990, p. 11).
Alguns fatores podem influenciar para que o adolescente recorra ao uso de drogas e facilitar o envolvimento com a criminalidade. A baixa escolaridade, a falta de apoio familiar e políticas públicas precárias fazem parte desses fatores.
Este assunto é relevante tanto para as pesquisadoras, quanto para a sociedade, pois se percebe a falta de discussão, de iniciativas e um descaso com esses adolescentes que se encontram à margem. Toda pessoa nasce com um potencial e tem direito de desenvolvê-lo. Para desenvolver seu potencial as pessoas precisam de oportunidades. O que uma pessoa se torna ao longo da vida depende de duas coisas: as oportunidades que tem e as escolhas que fez. Além de ter oportunidades, as pessoas precisam estar preparadas para fazer escolhas (BRASIL, 2006, p. 52).
Verifica-se que há artigos suficientes para dar sequência às discussões já iniciadas neste trabalho.
De acordo com Alves (2008) a adolescência é caracterizada por conflitos internos, desenvolvimento físico, biológico e cognitivo, fase da construção da maturidade e tomada de decisões próprias. Pode-se caracterizá-la como um período de transição da infância para a juventude. O jovem possui direitos como citados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo Art. 4º (Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990, p. 11).
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990, p. 11).
Esse período pode ser bastante conturbado, principalmente se não houver um apoio familiar, da sociedade ou vínculos de amizades saudáveis. Algo que pode-se colocar em análise seria quando o adolescente comete o ato infracional. Geralmente o indivíduo recebe a atenção com a qual não está acostumado. Passa de um momento que não é notado ou compreendido, para outro em que tem direitos e um olhar da sociedade para ele. São ouvidos pela autoridade judiciária, defendidos por um advogado, atendidos por técnicos, um psicólogo atento à sua história, ou seja, passam a ser vistos pelo sistema que os reconhece e supostamente tenta ajudá-los a sair dessa situação. Nesse momento, parecem encontrar um sentido, um direito de existir socialmente, passam a ser vistos como indivíduos. Porém, não se pode relacionar a adolescência apenas como um período de conflito, mas também com um período de descobertas, de criatividade, de amadurecimento, momento de construção da identidade, busca pela autonomia, escolhas profissionais, transformações para a chegada da vida adulta (ALVES, 2008).
A adolescência também é caracterizada por um momento de vivências associadas a profundas transformações físicas e psíquicas. Segundo Ferreira et al. (2007) essa fase é muito importante na vida do adolescente, pois ele adquire subsídios como os princípios, seus valores e crenças, atitudes e vontades e, também, irá descobrir o seu papel na sociedade e definir sua personalidade. Entretanto, a adolescência é fortemente definida também por processosbiológicos e psicossociais. As mudanças pelas quais os adolescentes passam também se originam de movimentos particulares do processo do pertencimento familiar.
1.1 Fatores de riscos e/ou proteção aos atos infracionais
1.1.1 Família
A família tem extrema importância para o adolescente nesse momento de mudança de percepções, de inserção de princípios e valores, de formulação de crenças. Carter e Mcgoldrick (2008) relatam que todas essas mudanças geram transformações significativas na estrutura e no funcionamento da família, já que nessa fase ocorre uma renegociação dos papéis e da autoridade parental. O conceito de família muda seu significado passado que era visto como membros com origem sanguínea com um núcleo de pai, mãe e filhos e cede o espaço para que novas configurações familiares surjam.
Para Biasioli-Alves (2004), o grupo familiar também é fundamental para a organização e a construção da personalidade, além de influenciar de maneira bastante significativa o comportamento individual, através de regras e políticas adotadas pela família. A dinâmica familiar e suas práticas educativas são determinantes no comportamento de crianças e adolescentes, além do exemplo que é transmitido nesse ambiente familiar. Ela possui o papel de preservar sobrevivência da espécie, propiciar o suporte emocional e afetivo, dispor de ambiente adequado à aprendizagem e educação e disseminar os valores culturais da sociedade situada. As relações estabelecidas nesse ambiente são determinantes de comportamentos futuros de seus membros (PRATTA; SANTOS, 2007).
Entretanto, apesar da família ser fundamental na orientação, no desenvolvimento desse adolescente e possuir deveres para com este, nem sempre seus direitos são garantidos. Lopes, Delfino e Rodrigues (2008) expõem o elevado índice de menores expostos e desacolhidos à margem, privados da convivência familiar ou com uma precária convivência com exemplos nocivos e prejudiciais, ou até mesmo habitando viadutos e ruas. Isso deixa evidente o grau de discrepância entre o que é previsto pela lei e o que realmente acontece.
A questão da violência e agressividade dentro da família também precisa ser considerada. Lopes, Delfino e Rodrigues (2008) indicam para o fato de que interações familiares autoritárias, abusivas e repressivas são determinadas por uma constante troca de respostas aversivas verbais e físicas, por pelo menos um integrante do grupo familiar, e que tais respostas aversivas são modeladas, amplificadas e mantidas, em parte, por contingências sociais. A questão de o adolescente não dar importância ou sua devida atenção às regras e comando à autoridade parental, pode ser um ponto primordial nas trocas coercitivas. Nas famílias com adolescentes agressivos, tanto os pais quanto os filhos usam respostas aversivas como artifícios para lidar com os conflitos e desentendimentos.
Adolescentes de qualquer classe social estão expostos à violência doméstica, embora as famílias com poder aquisitivo maior, ou seja, famílias mais favorecidas economicamente, tenham mais facilidade de esconder seus comportamentos abusivos. Crianças e adolescentes expostos ao abandono, morte, doença dos pais, submetidos à intensa ansiedade gerada pelo ambiente das ruas ou extrema dificuldade financeira no âmbito familiar, podem apresentar conduta agressiva em suas relações familiares, escolares e sociais (MENEGHEL; GIUGLIANI; FALCETO, 1998).
1.1.2 Fator socioeconômico
No nível social existem algumas hipóteses com o intuito de explicar as causas do comportamento infrator. O fator econômico é considerado uma ameaça se for levada em conta a primordialidade da sobrevivência. O adolescente, seja por abandono ou por pobreza extrema, segue pelo caminho da infração como esforço de sobrevivência e de aumento da renda familiar. Nesta perspectiva, o desnivelamento econômico e o desemprego, realidades que são presentes nessa sociedade, também possui real reforço para o aumento do ato infracional (FEIJÓ; ASSIS, 2004).
Foi realizado um estudo no estado de Goiás, mais precisamente nas unidades de atendimento socioeducativo do estado em 2009, no qual se buscou obter um quadro mais detalhado sobre informações desses adolescentes que praticaram atos infracionais e estão privados de liberdade cumprindo medida socioeducativa. Um dos indicadores investigados foi o poder aquisitivo das famílias dos adolescentes, como mostra a figura abaixo. Essas famílias são, em sua grande maioria, de baixo poder aquisitivo: 70,29% têm renda de até dois salários mínimos.
Figura 1: Estado de Goiás: adolescentes em medida socioeducativa, por renda familiar 
Fonte: Souza (2013, p. 20).
Não se pode afirmar que não há adolescentes das classes média e alta que praticam atos infracionais, no entanto, o que se percebe é que os adolescentes que estão cumprindo medidas socioeducativas, sobretudo de internação, em sua maioria vivenciam realidades nas quais se experienciam o corte de desigualdade social que promove a exclusão, a privação de bens e de consumo, de oportunidades de estudo ou boa qualidade de educação e acesso a uma profissionalização. Eles vivenciam uma pobreza real, concreta, uma segregação da escola, da comunidade, da sociedade e, por vezes, da família (SARTÓRIO, 2007).
1.1.3 Educação
Observa-se, até então, que há uma complexidade quando se tenta compreender os fatores que levam o adolescente a cometer o ato infracional, pois se trata de uma multidiciplidade, e a educação entra em questão, pois observa-se a qualidade, a continuidade do processo escolar, o olhar humanizado para as relações no ambiente escolar e a questão da evasão desses adolescentes que cometem o ato infracional. O que se percebe sobre a cultura educacional vigente nas escolas, de acordo com Oliveira (2005), é de uma pedagogia “seriada, seletiva e classificatória”.
Conforme Freire (1996), o aprender, o qual decorre do ensinar, deveria não somente ser para a adaptação do ser humano, mas, sobretudo, como um processo de construção e recriação do conhecimento, para assim se intervir e transformar a realidade. De modo geral, os adolescentes em conflito com a lei apresentam baixo desempenho e interesse pela escola e sua educação e possui elevadas taxas de evasão escolar.
Não são levados em consideração os diversos entraves que os adolescentes com baixas condições financeiras devem superar para seguir estudando. Pode-se mencionar a fome ou a alimentação empobrecida, a falta de recursos financeiros para adquirir material escolar, a falta de local apropriado para estudar em casa, a falta de incentivo dos pais ou responsáveis para que o adolescente permaneça na escola e desenvolva sua educação, ou quando a dinâmica familiar leva o adolescente a trabalham para auxiliar na manutenção e sobrevivência daquele grupo, aliados à precária oferta de educação pública (OLIVEIRA, 2005).
1.1.4 Uso de drogas
O problema das drogas precisa ser mais bem abordado. Mesmo não havendo predominância nos tipos de infrações cometidas, o consumo e o tráfico parecem ser banais no cotidiano dos adolescentes infratores. No Brasil, o álcool, o tabaco e a maconha são as drogas mais usadas pelos adolescentes (MINAYO, 2007).
O estudo, que foi realizado no estado de Goiás, nas unidades de atendimento socioeducativo do estado em 2009, mostra a incidência desse consumo, como é mostrado na figura a seguir.
 
Figura 2: Adolescentes em medida socioeducativa, por uso de drogas (antes da medida).
Fonte: Souza (2013, p. 29).
Adolescentes infratores manifestam uma vulnerabilidade na maioria de suas famílias que vivem em situação precária ou de poder aquisitivo baixo. De acordo com Feijó e Assis (2004), essa situação pode se refletir em instabilidades emocionais em virtude da ausência de alguma figura parental, por separação ou abandono, o que contribui para a falta de modelo social apropriado e pode acarretar ao sujeito uma fragilidade. Os fatores que levam um adolescente a se relacionar com as drogas são variados e vale destacar os seguintes fatores parentais de risco: enfraquecimentodos vínculos que unem pais e filhos; falta de envolvimento materno; práticas abusivas e violentas; dificuldades de estabelecer limites aos comportamentos infantis e juvenis e tendência à superproteção e falta de regras e limites (SCHENKER; CAVALCANTE, 2007).
1.1.5. Políticas públicas
O propósito das políticas públicas é compreender e buscar soluções para determinados tipos de impasses enfrentados pela população de uma determinada zona, calhando ao setor público elaborar, planejar e executar tais políticas. Entretanto, em muitas situações, elas não são planejadas e efetuadas de forma sistemática, pois os interesses das classes envolvidas são desconformes. Uma situação importante referente às políticas públicas é que elas não são executadas apenas e somente pelo Estado, mas também por organizações voluntárias, sem fins lucrativos e organizações não-governamentais, pois entende-se que a administração de políticas públicas é um dever de toda uma sociedade (FREITAS; RAMIRES, 2010).
1.1.6 Medidas socioeducativas
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi elaborado como uma Lei complementar, que compreende a necessidade que a Constituição Federal de 88 previu para regimentar a matéria em questão. O ECA se baseia no princípio da Prioridade Absoluta, estabelecido no Artigo 227 da Carta Magna de 1988 e se estrutura a partir de três grandes sistemas de garantias: - Sistema Primário, estabelecendo políticas públicas de atendimento a crianças e adolescentes (artigos 04 e 87) reconhecidos em sua peculiar condição de criança em desenvolvimento. Este sistema dá conta das Políticas Públicas de Atendimento a Crianças e Adolescentes de caráter universal, visando toda população infanto-juvenil brasileira; - Sistema Secundário, tratando das Medidas de Proteção dirigidas a criança e adolescente em situação de risco pessoal e social (artigos 98 e 101); - e o Sistema Terciário, tratando das medidas socioeducativas aplicáveis aos adolescentes em conflito com a Lei, autores dos atos infracionais (BRASIL, 2006, p. 5).
Por medidas socioeducativas compreende-se etapas que serão aplicadas dependendo do ato infracional cometido. Em 1ª medida existe a advertência que resumir-se-á em repreensão verbal, que será reduzida a termo e assinada. Em 2ª medida a obrigação de reparar o dano, a autoridade poderá determinar que o adolescente restitua a coisa, providencie o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
A 3ª medida consiste na prestação de serviços à comunidade. Trata-se de realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período que não exceda a seis meses, que poderá ser em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos similares, bem como em programas comunitários ou governamentais. Na 4ª medida se encontra a liberdade assistida que será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Na 5ª medida encontra-se a inserção em regime de semiliberdade: pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, proporcionando a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. Por último, a 6ª medida se trata da Internação, que constitui na privação da liberdade, sujeita aos princípios de duração, respeito à condição própria da pessoa em desenvolvimento.
1.2 Papel do psicólogo e o adolescente infrator
O profissional da Psicologia atua nas medidas socioeducativas, desenvolvendo práticas que colaboram para a produção de políticas públicas que unem ao Estado, a família e a sociedade, tendo como finalidade pesquisar e diagnosticar junto aos profissionais que trabalham na área de medidas socioeducativas, a responsabilidade e compromissos éticos com o futuro e o presente de novas gerações (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2016).
O papel do psicólogo não se limita apenas a avaliações, relatórios e laudos. Algumas de suas atribuições são desempenhar atividades psicoterapêuticas como terapias de grupo, apoio psicoterapêutico individual, fazer mediação com a família do infrator, e trabalhar e intervir de forma multidisciplinar com outros profissionais.
Compreende-se que o momento do atendimento psicológico ao adolescente é de acolhimento e escuta. O psicólogo precisa considerar o ato infracional dentro de um contexto complexo, no qual a medida socioeducativa possa restaurar a responsabilidade do adolescente, faze-lo compreender seus atos e promover a atitude de mudança subjetiva (SANTOS, 2004).
Acolher é papel de toda equipe. Disso decorre que todos os profissionais que entrarem em contato com o adolescente devem ser capazes de sensibilizar-se com este momento difícil, que é o da entrada do adolescente em um estabelecimento de privação de liberdade (PARANÁ, 2006, p. 58).
Para Chaves (2016) o desenvolvimento do trabalho do psicólogo junto aos adolescentes inclui trabalhar com grupos psicoterapêuticos com a abordagem de uma questão em cada encontro que possa envolver os amigos, a sociedade e família, caracterizando que esse adolescente tem direitos e deveres; fazendo com que esse jovem reflita sobre seu futuro e analise expectativas de trabalho e futuro.
O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores que levam adolescentes a cometerem atos infracionais. Quanto aos objetivos específicos, este trabalho buscou: analisar a influência do papel familiar para que o adolescente cometa o ato infracional; identificar os fatores de proteção do adolescente infrator; verificar a existência de transtorno psicológico no adolescente infrator.
2. Métodos
Revisão sistemática, cujo protocolo será publicado no site de registro prospectivo internacional de revisões sistemáticas – PROSPERO (Esses registros foram submetidos para publicação e estão sendo avaliados pela equipe editorial).
Estruturada de acordo com as diretrizes da lista de verificação Preferred Reporting Items for Systematic Reviews e Meta-Analyzes - PRISMA (2009), conforme Anexo 1.
2.1 Critérios de elegibilidade: 
Estudos serão selecionados de acordo com os critérios:
2.1.1 Participantes (Population): Adolescente de 12 a 18 anos incompletos, de ambos os sexos.
2.1.2 Intervenção ou Exposição (Intervention or Exposure): adolescentes que são autores de atos infracionais.
2.1.3 Comparação ou grupo controle (Comparison or control group): Grupo controle com ou sem comparação.
2.1.4 Resultados (Outcomes): Fatores geradores dos atos infracionais.
2.1.5 Desenho do estudo (Study design): Qualitativa e estudo de caso.
2.2 Estratégia de busca:
A busca dos estudos foi realizada em BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, MEDLINE - Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica, SCOPUS – Base Multidisciplinar da Elsevier disponível no portal, Capes. Foram utilizadas na estratégia de busca as seguintes palavras-chave ou descritores: adolescente, criminalidade, medida socioeducativa.
A busca foi realizada de acordo com as orientações de cada base de dados, biblioteca ou portal de periódicos conforme está na estratégia de busca que consta na Tabela 1.
Tabela 1: Estratégia de busca
	Base de dados
	Descritores
	Resultados
	
	
	157
	
	“teenager AND criminality AND socioeducational measure”
	
	MEDLINE/Pubmed
	
	
	CAPES
	“teenager AND criminality AND socioeducational measure”
	4
	Scopus
	“teenager AND criminality AND socioeducational measure”
	259
	BDTD
	“ADOLESCENTE; CRIMINALIDADE; MEDIDA SOCIO EDUCATIVA”
	3
	Total
	
	423
2.3 Seleção e extração dos dados:
Três pesquisadores realizaram a busca e selecionaram os estudos de forma independente, com a utilização de um software específico de gerenciamento de referências (EndNote Web).
A seleção ocorreu em quatro fases e após cada uma delas, os pesquisadores verificaram inclusões e exclusões, buscando consenso entre os resultados; se for necessária, haverá a atuação de um revisor para resolver divergências.
Na fase 1 (Identificação) foi realizada a busca dosestudos e verificado por meio do software EndNote, quais eram os duplicados e foram removidos; na fase 2 (Triagem) feita a leitura dos títulos e dos resumos dos artigos e foram aplicados os critérios de exclusão; na fase 3 (Elegibilidade) foi feita a busca manual e leitura dos artigos completos, com a seleção dos que atenderem a todos os critérios de elegibilidade (Participantes, Intervenção, Comparação, Resultados, Desenho do estudo); na fase 4 (Inclusão), foi construída uma tabela com identificação, objetivos, método, resultados e conclusões com posterior síntese qualitativa dos estudos.
Nenhum dos autores da revisão foi cego aos títulos das revistas ou nomes dos autores ou das instituições financiadoras ou apoiadoras das pesquisas. Foi desenvolvido um Diagrama de Fluxo (modelo PRISMA), que contém as fases de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão com quantidades e uma declaração explicativa dos motivos de exclusão dos artigos, conforme Figura 3, que está na seção dos resultados.
	
2.4 Risco de viés (Risk of Bias - RoB)
Para avaliar o risco de viés dos estudos selecionados, serão utilizadas as ferramentas do Instituto Joana Briggs.
Tabela 2: Risco de viés dos estudos selecionados
	Estudos / Questões
	Q1
	Q2
	Q3
	Q4
	Q5
	Q6
	Q7
	Q8
	Q9
	Q10
	%
	COELHO, Bianca Izoton; ROSA,
 Edinete Maria. 2013. Estudo 
Qualitativo. Brasil
	S
	S
	S
	S
	S
	N/C
	N
	S
	S
	S
	80
	VARGAS, Fernanda. 2012. Estudo 
de Caso/ Qualitativo. Brasil
	S
	S
	S
	S
	S
	N/C
	N
	S
	S
	S
	80
	ANDRADE, Renata. 2011. Estudo 
Qualitativo. Brasil
	S
	S
	S
	S
	S
	N/C
	N
	S
	S
	S
	80
Legenda: S: Sim/ N:Não/ NC: Não esta claro / NA: Não se Aplica.
Analisando os resultados desta tabela acima podemos identificar um baixo risco de viés, portanto uma alta qualidade nos artigos estudados, o que favorece o nível de qualidade desse artigo. Relacionando com essa revisão sistemática, observa-se resultados que se complementam mostrando um bom aporte teórico. 
2.5 Síntese das evidências
A síntese das evidências será demostrada na Tabela 3 com as seguintes informações: objetivo, o método, os resultados e as conclusões dos estudos selecionados, com posterior análise qualitativa dos mesmos e análise.
3. Resultados
3.1 Seleção dos estudos
Identificou-se inicialmente 423 registros nas bases de dados. Houve a exclusão de 1 duplicado, ficando 422 para a próxima fase. Na fase de leitura dos títulos foram excluídos 387 e 6 na leitura dos resumos por não atenderem aos critérios de inclusão, ficando 29 registros. Foram encontrados 29 registros na busca manual, totalizando 29 para leitura do texto completo. Com a leitura dos estudos completos, foram excluídos 25 registros por não se adequarem aos padrões exigidos. Por não terem o foco que procuramos. Foram selecionados 4 estudos para síntese qualitativa dos dados, conforme Fig. 1.
Registros identificados por meio de pesquisa no banco de dados
(n = 423)
 Registros
 duplicados
(n = 1)
Registros excluídos (N =	393)
Leitura de títulos = 387 Leitura de resumos = 6
Registros selecionados para leitura dos títulos e resumos
(n = 422)
 
Registros para leitura completa (n = 29)
 
	Triagem
Identificação
Elegibilidade
Registros excluídos 
(n = 25)
Foram excluídos por não se adequarem aos padrões exigidos. Por não terem o foco que procuramos.
Artigos completos avaliados para elegibilidade
(n =29)
Figura 3: Diagrama de fluxo (PRISMA) Artigos incluídos na síntese qualitativa 
(n = 3)
Incluído
27
3.2 Síntese descritiva dos estudos incluídos
	Tabela 2 Síntese descritiva dos estudos incluídos
	Autores/Ano/ Desenho do estudo/ País
	Objetivo 
	Método
	Resultados
 
	Conclusões
	
	
	Tamanho da amostra / Idade Média
	Problemática
	Instrumentos 
	
	
	COELHO, Bianca Izoton; ROSA, Edinete Maria. Ato infracional e medida socioeducativa: representações de adolescentes em L.A. Psicologia e sociedade, Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 163-173, 2013.
Qualitativo
Brasil.
	Verificar as representações sociais de ato infracional e medida socioeducativa em adolescentes em conflito com a lei.
	Participaram da pesquisa quarenta e seis Adolescentes de faixa etária de 15 a 18 anos e pertencentes ao sexo
masculino.
	Adolescentes em conflito com a lei que estavam cumprindo há mais de três meses a medida socioeducativa de Liberdade Assistida relativa aos atos infracionais.
	Os dados foram coletados, por meio de entrevistas Individuais, com um roteiro semiestruturado, registradas por meio de um gravador.
	A compor o núcleo central das representações sociais, têm-se as palavras cadeia, crime, drogas, homicídio, roubo e tráfico como aquelas consideradas mais significativas quando referentes ao termo ato infracional. Nota-se também o apontamento das palavras sofrimento, culpa e revolta como termos relacionados à prática de atos infracionais. Referente a medida socioeducativa observam-se as representações sociais. As palavras consideradas mais significativas foram aprendizagem, atividades, educação e mudança.
	Observa-se que as representações sociais de ato infracional mencionadas pelos adolescentes entrevistados reproduzem as representações que nossa sociedade atual também possui com relação a esse ato. Por outro lado, percebe-se a existência de alguns elementos das representações sociais dos adolescentes que cometeram ato infracional que apontam para um novo entendimento desse ato, pois envolvem seus sentimentos, ou seja, a culpa, a revolta, o sofrimento. No que se refere às representações sociais de medida socioeducativa, é demonstrado que, apesar da medida atuar como instrumento sancionatório, também é um objeto de esperança e mudança na vida desses adolescentes.
	VARGAS, Fernanda. Fatores de risco e fatores de proteção: um estudo de caso com
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Monografia do Curso de
Especialização em Saúde Comunitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
2012.
Estudo de caso 
Brasil
	Identificar os fatores de risco familiares
e a presença de fatores de proteção na vida destes jovens presentes ao 
longo do desenvolvimento de adolescentes em conflito com a lei.
	Três adolescentes, dois do sexo masculino e uma do sexo feminino, com idades entre 13 e 16 anos de idade.
	Adolescentes que se encontravam cumprindo Medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) em uma ONG na cidade de Santa Maria.
	Foi utilizado como instrumento de Pesquisa, o Questionário da Juventude Brasileira.
	Quanto ao nível da pessoa, foi possível identificar a presença de características como: impulsividade, pouca empatia, ansiedade, baixa autoestima agressividade e baixa tolerância a frustrações nos três casos. Foi possível identificar nos três casos a presença de conflitos familiares, baixa coesão familiar e um ambiente violento, além da presença de outro familiar envolvido com delitos ou abuso de substâncias. Outra problemática identificada se refere às dificuldades financeiras que as famílias dos três casos estudados apresentaram.
	Alguns microssistemas foram identificados como fatores de risco nos casos dos participantes, como: escola, grupo de amigos, comunidades em que residiam, entre outros. Além disso, foi possível identificar também fatores de risco no nível pessoal, como: baixa autoestima e problemas quanto ao temperamento (baixa tolerância à frustração, falta de controle dos impulsos etc.)
Neste estudo foi possível identificar fatores de proteção como: melhora dos atributos pessoais de autoestima e controle da impulsividade; a presença de sistemas externos de apoio, como por exemplo, o conselho tutelar, professores das escolas, fazenda terapêutica, madrinha e principalmente o vínculo estabelecido com a ONG em que os adolescentes cumprem medida socioeducativa.
	ANDRADE, Renata et al. Prevalência de transtornos psiquiátricos em jovens infratores na cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil): estudo de gênero e relação com a gravidade dodelito. Ciência & Saúde Coletiva, Porto Alegre, v. 16, n. 4, p. 2179-2188 2011. 
Qualitativo,
Brasil 
	O objetivo é avaliar a prevalência
de transtornos mentais em adolescentes sob medida socioeducativa.
	Sexo feminino de idades entre 12 e 21 anos.
	A amostra foi obtida na única instituição governamental para detenção em regime fechado do estado do Rio de Janeiro.
	Entrevista semiestruturada.
	Como resultados alta prevalência de transtornos psiquiátricos entre adolescentes infratores, sendo os mais prevalentes: transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (33%), transtorno da conduta (77%), transtorno desafiador
opositivo (50%), transtornos
de ansiedade (70%),
transtorno depressivo (50%), abuso de drogas ilícitas (70%) e abuso de álcool (52%). O abuso de álcool aumentou em 2,4 vezes a chance de um adolescente cometer delito violento.
	O estudo aponta para a necessidade de proteger adolescentes da exposição precoce ao álcool, e sua vulnerabilidade é mais uma vez demonstrada neste estudo, que corrobora a literatura. Os dados sugerem às autoridades em saúde pública que tanto a detecção quanto o tratamento precoce de transtornos psiquiátricos na infância podem ajudar na prevenção de atos infratores. Sugerem também que o tratamento em saúde mental dos jovens sob custódia da lei deve ser parte fundamental da recuperação e da ressocialização deles.
Foram utilizados 3 estudos que são homogêneos, pois todos foram realizados no Brasil e os estudos analisaram adolescentes infratores que estavam cumprindo a medida socioeducativa de liberdade assistida. Os tipos de estudo são heterogêneos, pois são dois qualitativos e 1 estudo de caso, totalizando 96 alunos nos 3 estudos analisados. Os instrumentos utilizados foram entrevistas semiestruturadas e 1 questionário da juventude brasileira. 
Com base nos estudos é possível verificar que os adolescentes foram influenciados com fatores que antecedem o ato infracional, como os fatores de risco e proteção, tais como família, comunidade, grupo de amigos e as suas representações sociais relacionadas a criminalidade, roubo, justiça, aprendizagem e mudança que levam a sentimentos como revolta, tristeza e esperança. Além desses fatores externos e psicossociais foi possível analisar a influência de transtornos psiquiátricos que levariam esse adolescente a cometer o ato infracional, tais como déficit de atenção com hiperatividade, transtorno da conduta, transtorno desafiador opositivo, transtorno de ansiedade, transtorno depressivo e abuso de drogas ilícitas.
4. Discussão
O primeiro objetivo deste artigo consiste em analisar a influência do papel familiar que colabora com o ato infracional do adolescente. De acordo com os estudos aqui discutidos observa-se que existe uma relação com os conflitos familiares, baixa coesão familiar, e essa falta de uma estrutura familiar tem uma relevância no comportamento desse adolescente infrator. Segundo Meneghel, Giugliani e Falceto (1998) as crianças e adolescentes que estão expostos ao abandono, morte, doença dos pais, submetidos à intensa ansiedade gerada pelo ambiente das ruas ou extrema dificuldade financeira no âmbito familiar, podem apresentar conduta agressiva em suas relações familiares, escolares e sociais. Feijó e Assis (2004) verificam que adolescentes infratores manifestam uma vulnerabilidade na maioria de suas famílias que vivem em situação precária ou de poder aquisitivo baixo.
O segundo objetivo seria identificar os fatores de proteção do adolescente infrator que consiste em melhora dos atributos pessoais de autoestima e controle da impulsividade; a presença de sistemas externos de apoio, como por exemplo, o conselho tutelar, família, professores das escolas, fazenda terapêutica, madrinha, comunidade e o vínculo estabelecido com a ONG em que os adolescentes cumprem medida socioeducativa. Uma situação importante referente às políticas públicas é que elas não são executadas apenas e somente pelo Estado, mas também por organizações voluntárias, sem fins lucrativos e organizações não-governamentais, pois entende-se que políticas públicas é um dever de toda uma sociedade (FREITAS; RAMIRES, 2010).
O terceiro objetivo deste artigo propõe verificar a existência de transtorno psicológico, resultando nos mais prevalentes como transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, transtorno da conduta, transtorno opositivo desafiador, transtornos de ansiedade, transtorno depressivo, abuso de drogas ilícitas e abuso de álcool. No Brasil, o álcool, o tabaco e a maconha são as drogas mais usadas pelos adolescentes (SCHENKER; MINAYO, 2005).
 
5. Pontos fortes e limitações
Foram encontrados pontos fortes como revisão sistemática e amostras representativas, que contribuíram na composição e no embasamento da pesquisa, o que a tornou mais concreta, além de um baixo risco de viés, o que significa uma alta qualidade nos artigos analisados. A limitação deste estudo seria de poucos estudos em língua estrangeira encontrados, o que pode dificultar para desenvolver um resultado e uma conclusão viável.
6. Conclusão
Os fatores que levam adolescentes a cometerem atos infracionais são condições socioculturais, como por exemplo: viver em condições de pobreza, em comunidades sem lazer, nível baixo de escolaridade, sem uma perspectiva futura de trabalho, podendo associar-se ao envolvimento com colegas agressivos, que por sua vez poderão levar à prática infracional, pais agressivos e negligentes e o uso de substâncias como o álcool. 
Analisado todo o contexto entende-se a necessidade de serem realizadas mais pesquisas dentro desse campo vasto do adolescente autor de ato infracional, observando a problemática em todos os âmbitos, tanto social, familiar e nas políticas públicas do adolescente infrator, quanto nos ambientes clínicos com intervenções eficazes e planejamento de sustentação dos comportamentos atípicos destes adolescentes.
 
7. Abreviaturas
SCOPUS - Base Multidisciplinar da Elsevier 
BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
ECA - Estatuto da criança e do adolescente 
LA - Liberdade Assistida
ONG - Organização não governamental 
K-SADS-PL - Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School Age Children, Present and Lifetime 
MEDLIN - Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica. 
8. Declarações:
a. Aprovação ética e consentimento para participar: Não aplicável
b. Consentimento para publicação: Não aplicável
c. Disponibilidade de dados e material: Os conjuntos de dados gerados e/ou analisados durante o estudo atual estão disponíveis no autor correspondente mediante solicitação razoável.
d. Interesses competitivos: Os autores declaram que não têm interesses concorrentes.
e. Financiamento: Esta revisão sistemática é financiada por recursos próprios dos seus revisores.
f. Contribuições dos autores:
g. Reconhecimentos: Não aplicável
h. Informação dos autores (opcional): Não aplicável
9 Referências
ALVES, Gabriela. A construção da identidade do adolescente e a influência dos rótulos na mesma. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brasil, 2008. Disponível em: http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/GabrielaMacileAlves.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.
ANDRADE, Renata Candido de et al. Prevalência de transtornos psiquiátricos em jovens infratores na cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil): estudo de gênero e relação com a gravidade do delito. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 2179-2188, abr. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000400017&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15 maio 2020.  
BIASOLI-ALVES, Zélia Maria Mendes. Pesquisando e intervindo com famílias de camadas diversificadas. In: ALTHOFF, C. R.; ELSEN, I.; NITSCHKE, R. G. (orgs.). Pesquisando a família: olhares contemporâneos (p. 91-106). Florianópolis: Papa- livro, 2004.
BRASIL. Secretaria especialdos direitos humanos. Sistema nacional de atendimento socioeducativo SINASE. BRASILIA: CONANDA, 2006. Disponível em: http://www.conselhodacrianca.al.gov.br/saladeimprensa/publicacoes/sinas e.pdf . Acesso em: 9 out. 2019.
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/camara/estatuto_crianca_adolescente_9ed.pdf. Acesso em: 24 out. 2019.
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CHAVES, Karine Belmont. O trabalho do/a psicólogo/a no sistema prisional: o resgate das relações interpessoais no processo de reintegração social também por meio de grupo. Brasília, 2016. Disponível em: http://crepop.pol.org.br/wp-content/uploads/2011/02/CHAVES-Karine-Belmont.-Trabalho-do-Psicologo-Sistema-Prisional.pdf. Acesso em: 20 out. 2019.
COELHO, Bianca Izoton; ROSA, Edinete Maria. Ato infracional e medida socioeducativa: representações de adolescentes em L.A. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 163-173, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822013000100018&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15 maio 2020.  
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA CFP. Referências técnicas para atuação de psicólogos no âmbito das medidas socioeducativas em unidades de internação. Brasília, 2016. Disponível em: https://site.cfp.org.br/publicacao/referncias-tcnicas-para-atuao-de-psiclogos-no-mbito-das-medidas-socioeducativas-em-unidades-de-internao/. Acesso em: 11 out. 2019.
FEIJÓ, Maria Cristina; ASSIS, Simone Gonçalves de. O contexto de exclusão social e de vulnerabilidades de jovens infratores e de suas famílias. Estud. Psicol., Natal, v. 9, n. 1, p. 157-166, abr. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-294X2004000100017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 03 nov. 2019.
FERREIRA, Márcia de Assunção et al. Saberes de adolescentes: estilo de vida e cuidado à saúde. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 217- 224, jun. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a02v16n2.pdf. Acesso em 03 nov. 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: editora paz e terra, 1996.
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MENEGHEL, Stela Nazareth; GIUGLIANI, Elsa J.; FALCETO, Olga. Relações entre violência doméstica e agressividade na adolescência. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 327-335, abr. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf. Acesso em: 03 nov. 2019.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde. In: NJAINE, Kathie; ASSIS, Simone Gonçalves de; CONSTANTINO, Patrícia. Impactos da Violência na Saúde [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. p. 21-42. Disponível em: http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_mulher/capacitacao_rede%20/modulo_2/205631-conceitos_teorias_tipologias_violencia.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Regulação das políticas educacionais na América Latina e suas conseqüências para os trabalhadores docentes. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 753-775, out. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a03.pdf. Acesso em: 03 nov. 2019.
PARANÁ. Instituto de Ação Social do Paraná. Cadernos do IASP: Gestão de Centros de Socioeducação. Curitiba, 2006. 
PRATTA, Elisângela Maria Machado; SANTOS, Manoel Antonio dos. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicol. estud., Maringá, v. 12, n. 2, p. 256, 2007. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05.pdf. Acesso em: 03 nov. 2019.
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SARTORIO, Alexsandra. Adolescente em conflito com a lei: uma análise dos discursos dos operadores jurídico sociais em processos judiciais. Dissertação (Mestrado em Política Social) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitoria, Espírito Santo, Brasil, 2007. p. 31. Disponível em: http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_635_.pdf. Acesso em: 24 out. 2019.
SCHENKER, M.; CAVALCANTE, F. G. Violência, família e sociedade. In: NJAINE, Kathie; ASSIS, Simone Gonçalves de; CONSTANTINO, Patrícia. Impactos da Violência na Saúde [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. p. 57-77. 
SOUZA, Sônia M. Adolescentes autores de atos infracionais: estudos psicossociais. Goiânia: Editora PUC Goiás, 2013.
VARGAS, Fernanda de. Fatores de risco e fatores de proteção: um estudo de caso com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Monografia (Especialização em Saúde Comunitária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegra, Rio Grande do Sul, Brasil, 2012. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/40122/000826808.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 dez. 2019.
ANEXOS 
Anexo 1
Quadro S1. Itens do checklist a serem incluídos no relato de revisão sistemática ou meta-análise
	
Seção/tópico
	
N.
	
Item do checklist
	
Relatado na página nº
	TÍTULO
	Título
	1
	Identifique o artigo como uma revisão sistemática, meta-análise, ou ambos.
	
	RESUMO
	Resumo estruturado
	2
	Apresente um resumo estruturado incluindo, se aplicável: referencial teórico; objetivos; fonte de dados; critérios de elegibilidade; participantes e intervenções; avaliação do estudo e síntese dos métodos; resultados; limitações; conclusões e implicações dos achados principais; número de registro da revisão sistemática.
	
	INTRODUÇÃO
	Racional
	3
	Descreva a justificativa da revisão no contexto do que já é conhecido.
	
	Objetivos
	4
	Apresente uma afirmação explícita sobre as questões abordadas com referência a participantes, intervenções, comparações, resultados e desenho de estudo (PICOS).
	
	MÉTODOS
	Protocolo e registo
	5
	Indique se existe um protocolo de revisão, se e onde pode ser acessado (ex. endereço eletrônico), e, se disponível, forneça informações sobre o registro da revisão, incluindo o número de registro.
	
	Critérios de elegibilidade
	6
	Especifique características do estudo (ex. PICOS, extensão do seguimento) e características dos relatos (ex. anos considerados, idioma, se é publicado) usadas como critérios de elegibilidade, apresentando justificativa.
	
	Fontes de informação
	7
	Descreva todas as fontes de informação na busca (ex. base de dados com datas de cobertura, contato com autores para identificação de estudos adicionais) e data da última busca.
	
	Busca
	8
	Apresente a estratégia completa de busca eletrônica para pelo menos uma base de dados, incluindo os limites utilizados, de forma que possa ser repetida.
	
	Seleção dos estudos
	9
	Apresente o processo de seleção dos estudos (isto é, busca, elegibilidade, os incluídos na revisão sistemática, e, se aplicável, os incluídos na meta-análise).
	
	Processo de coleta de dados
	10
	Descreva o método de extração de dados dos artigos (ex. formas para piloto, independente, em duplicata) e todos os processos para obtenção e confirmação de dados dos pesquisadores.
	
	Lista dos dados
	11
	Liste e defina todas as variáveis obtidas dosdados (ex. PICOS, fontes de financiamento) e quaisquer referências ou simplificações realizadas.
	
	Risco de viés em cada estudo
	12
	Descreva os métodos usados para avaliar o risco de viés em cada estudo (incluindo a especificação se foi feito durante o estudo ou no nível de resultados), e como esta informação foi usada na análise de dados.
	
	
Seção/tópico
	
N.
	
Item do checklist
	
Relatado na página nº
	Medidas de sumarização
	13
	Defina as principais medidas de sumarização dos resultados (ex. risco
relativo, diferença média).
	
	Síntese dos resultados
	14
	Descreva os métodos de análise dos dados e combinação de resultados dos estudos, se realizados, incluindo medidas de consistência (por exemplo, I2) para cada meta-análise.
	
	Risco de viés entre estudos
	15
	Especifique qualquer avaliação do risco de viés que possa influenciar a evidência cumulativa (ex. viés de publicação, relato seletivo nos estudos).
	
	Análises adicionais
	16
	Descreva métodos de análise adicional (ex. análise de sensibilidade ou análise de subgrupos, metarregressão), se realizados, indicando quais foram pré-especificados.
	
	RESULTADOS
	Seleção de estudos
	17
	Apresente números dos estudos rastreados, avaliados para elegibilidade e incluídos na revisão, razões para exclusão em cada estágio, preferencialmente por meio de gráfico de fluxo.
	
	Características dos estudos
	18
	Para cada estudo, apresente características para extração dos dados (ex. tamanho do estudo, PICOS, período de acompanhamento) e apresente as citações.
	
	Risco de viés em cada estudo
	19
	Apresente dados sobre o risco de viés em cada estudo e, se disponível, alguma avaliação em resultados (ver item 12).
	
	Resultados de estudos individuais
	20
	Para todos os resultados considerados (benefícios ou riscos), apresente para cada estudo: (a) sumário simples de dados para cada grupo de intervenção e (b) efeitos estimados e intervalos de confiança, preferencialmente por meio de gráficos de floresta.
	
	Síntese dos resultados
	21
	Apresente resultados para cada meta-análise feita, incluindo intervalos de confiança e medidas de consistência.
	
	Risco de viés entre estudos
	22
	Apresente resultados da avaliação de risco de viés entre os estudos (ver item 15).
	
	Análises adicionais
	23
	Apresente resultados de análises adicionais, se realizadas (ex. análise de sensibilidade ou subgrupos, metarregressão [ver item 16]).
	
	DISCUSSÃO
	Sumário da evidência
	24
	Sumarize os resultados principais, incluindo a força de evidência para cada resultado; considere sua relevância para grupos-chave (ex. profissionais da saúde, usuários e formuladores de políticas).
	
	Limitações
	25
	Discuta limitações no nível dos estudos e dos desfechos (ex. risco de viés) e no nível da revisão (ex. obtenção incompleta de pesquisas identificadas, viés de relato).
	
	Conclusões
	26
	Apresente a interpretação geral dos resultados no contexto de outras evidências e implicações para futuras pesquisas.
	
	FINANCIAMENTO
	Financiamento
	27
	Descreva fontes de financiamento para a revisão sistemática e outros suportes (ex.: suprimento de dados), papel dos financiadores na revisão sistemática.
	
Anexo 2
JBI Critical Appraisal Checklist for Qualitative Research
Reviewer						Date					
Author							Year		Record Number		
	
	Yes
	No
	Unclear
	Not applicable
	Is there congruity between the stated philosophical perspective and the research methodology?
	□
	□
	□
	□
	Is there congruity between the research methodology and the research question or objectives?
	□
	□
	□
	□
	Is there congruity between the research methodology and the methods used to collect data?
	□
	□
	□
	□
	Is there congruity between the research methodology and the representation and analysis of data?
	□
	□
	□
	□
	Is there congruity between the research methodology and the interpretation of results?
	□
	□
	□
	□
	Is there a statement locating the researcher culturally or theoretically?
	□
	□
	□
	□
	Is the influence of the researcher on the research, and vice- versa, addressed?
	□
	□
	□
	□
	Are participants, and their voices, adequately represented?
	□
	□
	□
	□
	Is the research ethical according to current criteria or, for recent studies, and is there evidence of ethical approval by an appropriate body?
	□
	□
	□
	□
	Do the conclusions drawn in the research report flow from the analysis, or interpretation, of the data?
	□
	□
	□
	□
Overall appraisal: 	Include	 □	Exclude	 □	Seek further info □
Comments (Including reason for exclusion)

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