Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão e Desenvolvimento de Produto Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Wilson Ferreira Domingues Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção • Introdução • Processo de Aprovação de Peças de Produção – PAPP • Requisitos dos Processos do PPAP • Conclusão · Apresentar os critérios e métodos utilizados por meio do Processo de Aprovação de Peças de Produção – PAPP (Production Part Approval Process – PPAP); · Permitir que o aluno tenha contato e conhecimentos genéricos sobre a quarta edição do Manual publicado pela AIAG. OBJETIVO DE APRENDIZADO PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Contextualização A expectativa do consumidor deve ser plenamente atendida: essa é a meta da maior parte das companhias nas quais atuamos. Entender os requisitos e as especificações apresentadas pelo cliente e garantir que nosso processo produtivo possa atendê-lo é de vital importância para alcançarmos a plena satisfação dos nossos clientes, evitando, assim, desgastes que podem comprometer futuros projetos ou contratos até mesmo com outros clientes. Nesta Unidade da Disciplina, vamos conhecer o método PPAP – Production Part Approval Process, que tem o propósito de garantir que nossa Organização tenha compreendido de forma plena todas as especificações apresentadas pelo cliente e que nosso processo realmente tenha o potencial ou a capacidade para atender todas essas especificações. 8 9 Introdução Viemos abordando nos dois ultimos módulos a contextualização de conceitos relacionados ao dia a dia de todo gestor de portfólio e também de projetos de desenvolvimento de novos produtos. Primeiramente, abordamos aspectos conceituais sobre os produtos em si, seus níveis considerando suas respectivas características e a capacidade de atender ou surpreender as expectativas dos clientes. Na mesma ocasião, analisamos as fases do ciclo de vida de um produto, desde seu desenvolvimento até o dia em que se torna obsoleto. Conhecemos, também, a matriz BGC, uma ferramenta muito útil para o ge- renciamento de portfólio de produtos e tomada de decisões estratégicas para todo gestor. Ainda aproveitando a ocasião, avaliamos conceitos e métodos sobre geren- ciamento de projetos e sua aplicabilidade no desenvolvimento de novos produtos. No módulo seguinte, verificamos a importância do PDCA como ferramenta para gerenciamento de processos de projetos que buscam a melhoria contínua e a atender as expectativas dos clientes ou patrocinadores do nosso projeto. Avaliamos, também, a técnica SMART de definição de objetivos, que pode auxiliar de forma importante o direcionamento dos nossos esforços para os alcançarmos. Contextualizamos de forma breve o surgimento das normas de Gestão de Quali- dade, o início da Gestão Total da Qualidade (TQM – Total Quality Management), sua relação com o PDCA e porque foram criadas. Por fim, abordamos de forma genérica as fases e a aplicação do Planejamento Avançado da Qualidade do Produto (APQP – Advanced Product Quality Planning). O mundo da Gestão da Qualidade em processos e produtos é muito vasto, com grandes oportunidades inexploradas. Muitas ferramentas são densas e complexas, ótimas para processos com grande complexidade e que precisam de baixos índices de desvios ou erros, mas também possuem grandes ferramentas simples e de fácil aplicação, que podem ser utilizadas em qualquer tipo de processo industrial ou até mesmo no setor de serviços. Ex pl or No início, a grande maior parte das indústrias produzia dentro de suas unidades a maior parte das peças para fabricação de seus produtos finais. Da mesma forma, no setor de serviços, muitas empresas não eram tão especializadas em uma determinada área, mas atuavam em diversos setores diferentes. Com o passar dos anos, a necessidade de melhoria contínua da qualidade dos produtos, atendendo a critérios cada vez mais detalhados e rigorosos, veio aumentando rapidamente. Além disso, o tempo disponível para executar essas melhorias se tornou cada vez menor, considerando a competitividade do mercado e a velocidade do surgimento de novas tecnologias. 9 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Dessa forma, muitas empresas consideraram que seria mais vantajoso se especializar em determinada área de atuação e montar parcerias para viabilizar a fabricação dos seus produtos, assim reduzindo os custos e melhorando a qualidade. Isso foi o que aconteceu com muitas montadoras de veículos que antigamente fabricavam a maior parte dos componentes para montagem dos carros; hoje, elas compras a maior parte das peças utilizadas para a fabricação de seus veículos de outras indústrias parceiras. Verificamos que o APQP é um método que a princípio foi criado para o ramo automobilístico, a fim de atender critérios de um mercado muito competitivo e rigoroso. Esse ramo é muito complexo e pequenos diferenciais podem mudar toda a temporalidade do ciclo de vida do produto final. Além das montadoras, o processo conta com grande quantidade de fornecedores e subcontratadas para a execução do serviço. Como podemos garantir que essa imensa quantidade de stakeholders esteja fortemente envolvida no processo, saibam da importância da sua responsabilidade nesse processo e conheçam todos os critérios e requisitos exigidos pelo cliente? Ex pl or Pois é caro aluno, não são somente as montadoras ou indústrias do ramo automobilístico que passam por essa dificuldade. Muitos outros prestadores de serviços, setores industriais, agrícolas ou do terceiro setor também enfrentam a mesma dificuldade. Se você não vive essa realidade na Empresa em que hoje trabalha, consegue imaginar como deve ser difícil e complicado gerenciar um processo no qual peças, componentes ou insumos são fabricados em diversas partes do mundo e por empresas diferentes? Ex pl or Transporte PPAP / APQP / Sistemas ISO 9000 / TS16949 Sub-Fornecedor Fornecedor (Tecforja) Usinagem (Induspart) Sistemistas (TRW, ZF, DANA) (Nosso Cliente) Montadora (FORD, GM, DaimlerChrysler) Figura 110 11 Processo de Aprovação de Peças de Produção – PAPP Para auxiliar nessa necessidade, foi criado o Processo de Aprovação de Peças de Produção – PAPP (Production Part Approval Process – PPAP). O Manual foi criado junto, no mesmo con- texto e pelos mesmos criadores do APQP, do Manual do FMEA, com o objetivo de atender à indústria automobilística. Foi confeccionado com este objetivo e é utilizado principalmente por indústrias que atuam nesse ramo. Hoje, en- contra-se na 4ª edição, apresentada em 2006. De acordo com o Manual (AIAG, 2006), o propósito desse método é fornecer evidências que mostrem que todas as especificações e re- gistros de projetos de Engenharia do cliente se- jam devidamente aprovados pela Organização, além de que todo o processo de fabricação atual ou dimensionado tenha o potencial necessário garantido para fabricar os produtos desejados, atendendo de forma consistente a todos estes re- quisitos e projetos do consumidor durante a sua produção real a uma taxa de produção esperada. Figura 2 – Capa do Manual de Processos de Aprovação de Peça de Produção (PPAP) – Versão em Língua Portuguesa Fonte: ppap.com.br O Manual apresenta os requisitos básicos necessários para a implementação do método, ou seja, para a aprovação das peças de produção. Além disso, formulários, tabelas e outras ferramentas que podem ser utilizadas durante a implementação são apresentadas. Ele pode ser aplicado nas unidades internas ou externas (fornecedores de peças ou materiais para o processo), isto é, a qualquer parte interessada que esteja engajada na fabricação de peças, componentes, disponibilização de materiais ou mesmo na montagem do produto final. Durante o planejamento da qualidade, deve-se definir quais serão os fornecedores que deverão atender ao PPAP. A Empresa deve especificar e comunicar aos fornecedores quando deverão seguir os requisitos e qual será o escopo contemplado dentro de suas responsabilidades. 11 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Por isso a Empresa que desenvolve o PPAP deve definir os procedimentos para comunicação dos requisitos às partes interessadas, critérios e fluxo para aprovação das peças e outros que considerar necessários para o processo. Um exemplo de como funciona o fluxogama de processo é apresentado pelo Manual e está exemplificado a seguir: Consumidor Consumidor Organização Ordem de compra/ especificações e requisitos do consumidor Dono do Projeto e Time Coletar informações Registros do PPAP (Tabela 4.1) Condução dos itens requisitados no PPAP Condução dos PSW PSW aprovado Registro do PSW já aprovado Recebimento e aprovação do PSW apresentado Mudanças iniciadas pelo consumidor para peças, processos, especificações, etc. Processo validado (PSO / “Run at Rate”) Requisitos do cliente para design de peças Requisitos do cliente para design de processos Especificações do cliente Requisitos do cliente com relação à logística Apresentação (ou representação) a garantia do PPAP Mudanças iniciadas pelo fornecedor Exemplo de Fluxograma de processo para o PPAP Figura 3 Fonte: Adaptado de AIAG, 2006 É importante destacar que qualquer alteração ou necessidade de especificações e/ou registros de Engenharia do produto, seja por qualquer motivo (melhoria, inviabilidade técnica ou outro) devem ser previamente aprovadas pelo cliente ou seu representante (no caso, o patrocinador do projeto). A mesma autorização deve ser requisitada quando houver necessidade de substituição da composição dos materiais de fabricação ou mesmo a necessidade de inclusão de um novo produto ou peça no processo. As correções por conta de identificação de desvios ou grandes discrepâncias do projeto original também devem ser aprovadas. Importante! Se você verificar os critérios apresentados e os critérios apresentados com relação a mudanças de escopo em projetos pelo PMBOK (citado no Módulo I), verificará que há grandes semelhanças. Aprendemos com essas duas ferramentas que em projetos, de modo geral, é muito importante que mudanças significativas sejam aprovadas pelo patrocinador do projeto ou pelo cliente com maior representatividade. Importante! 12 13 Requisitos dos Processos do PPAP Na segunda seção do Manual do PPAP (AIAG, 2006), está especificado que para peças de produção do PPAP deve ser feita aquilo que é denominada “Corrida de Produção Significativa”. Corrida de Produção Signifi cativa: 1 a 8 horas de produção, considerando uma quanti- dade mínima de 300 peças produzidas consecutivamente.Ex pl or Essas peças devem ser fabricadas dentro da taxa de produção especulada para a produção normal, utilizando o mesmo maquinário, ferramentas, operadores e outros itens, ou seja, uma simulação de como funcionará a produção em seu ce- nário real. O número de peças ou a mudança nas taxas de fabricação só podem ser de forma diferente se assim for especificado pelo cliente ou por seu represen- tante autorizado. Importante! Mas e no caso dos fornecedores de materiais? E quando esses produtos ou materiais são fornecidos a granel? Trocando ideias... Quando definirmos o escopo do PPAP, precisaremos definir quais são os fornecedores ou processos que serão contemplados e deverão atender a esses requisitos. No caso de parafusos comuns vendidos ao varejo, por exemplo, talvez não seja interessante para seu processo considerar todos esses critérios para esse fornecedor, e ele pode ser dispensado. No caso de fornecedores de partes a granel, a Empresa deverá, também, definir uma amostra representativa para avaliação, considerando aspectos estatísticos. O Manual do PPAP (AIAG, 2006) apresenta que os processos do PPAP devem atender a 18 requisitos principais, apresentados de forma breve a seguir. Registros de Projeto Para todos os Produtos ou Peças que serão vendidos, incluindo seus respectivos componentes, é preciso que a Empresa possua seus respectivos Registros de Projeto. Por isso é importante que a Companhia possua um bom sistema de gerenciamento de documentos, que garanta que para cada peça exista um registro único e válido. A empresa deve, ainda, evidenciar por meio desses registros que todas as especificações, incluindo materiais solicitados pelo cliente, foram atendidas para cada peça/produto. 13 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Deve-se, ainda, ficar atento a que todas as peças compostas por polymeros devem ser devidamente identificadas, conforme os requisitos das normas da família ABNT ISO 11469 “Plastics – Generic identification and marking of plastics products” (Polímeros: identificação e marcação genérica em produtos plásticos). A garantia da existência desses registros é uma das partes mais importantes do processo, pois permitirá evidenciar o histórico do projeto e os requisitos que devem ser conhecidos pelas partes interessadas. Por isso aluno(a), ter gestão ineficiente de documentação dentro da Empresa pode ser fator fatal para diversas falhas no processo, reprovações por parte do cliente e outros problemas durante a execução do seu processo. Documentos para Autorização de Modificações de Engenharia Toda modificação necessária ainda não registrada nos registros do projeto, mas já incorporada ao produto, peças ou ferramentas do processo deve estar devidamente documentada. Essa documentação deve estar completa e apresentável para registro a qualquer momento. Mudanças não documentadas podem comprometer a qualidade final do produto, comprometendo o resultado desejado. Imagine uma mudança de 5 cm para mais em uma das maçanetas do veículo: isso certamente irá comprometer o encaixe da peça e seu acabamento durante o processo de montagem. Outras mudanças podem afetar ainda mais significativamente a imagem da Empresa: pense em mudanças nos componentes da pastilha de freio por um material menos resistente e mais barato, que não foram informadas. Essa mu- dança pode comprometer a segurança dos clientes finais, causando acidentes, quecertamente comprometerão a imagem da Empresa e do produto, levando possivelmente a seu fim. Aprovação da Engenharia pelo Cliente Todos os detalhes do projeto de Engenharia devem ser devidamente conhecidos e aprovados pelo cliente. Essas especificações durante a fase de planejamento são cruciais para evitar retrabalhos, perda de tempo e dinheiro. Essas aprovações devem estar devidamente registradas e documentadas. Pense você, responsável por uma fábrica de espelhos que fornece espelhos retrovisores para a Ford, por exemplo, o transtorno que seria fabricar grande quantidade de espelhos para um novo veículo e esses espelhos serem recusados pelo cliente por não atender aos critérios solicitados. Por isso é importante essa documentação. 14 15 FMEA de Projeto Esse item será aplicável pela Companhia apenas se ela for responsável pelo desenvolvimento do projeto do produto. A empresa responsável por esse processo deve desenvolver o FMEA – Potencial Failure Mode and Effect Analysis (Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais) para esse projeto, seguindo os critérios apresentados no Manual do FMEA. Essa será uma ferramenta que abordaremos com bastante especificidade e alguns exemplos no nosso próximo módulo, dado à sua complexidade e importância. Diagramas de Fluxo do Processo É exigido que todo o processo seja devidamente especificado por meio de um diagrama de fluxo de processo. Os requsitos do cliente quanto às especificações do trabalho/processo devem ser claramente apresentadas. Fique tranquilo, uma definição mais detalhada de como elaborar um fluxograma de processo e sua respectiva importância será abordado em nossa Disciplina, nos módulos posteriores. Assim, teremos a oportunidade apropriada para aprender a desenvolver a ferramenta. FMEA de Processo Esse item já não é somente aplicável ao responsável pelo desenvolvimento do projeto do produto, mas sim a todos que possuem processos dentro do ciclo de vida do produto considerado e que estejam dentro do escopo de aplicação do PPAP, conforme abordamos no início deste módulo. A Organização deve desenvolver um FMEA para seus processos, considerando as especificações apresentadas no Manual da AIAG. Conforme já mencionei, abordaremos o uso dessa ferramenta no nosso próximo módulo, no qual poderemos, inclusive, verificar as diferenças entre FMEA de processos e produtos. Plano de Controle É preciso que a Empresa possua um plano de controle para todos os métodos utilizados para controle do processo. Esses métodos também devem atender a todas as especificações do cliente. Especificações do cliente quanto a métodos de controle do processo podem estar relacionadas às ferramentas de controle que deverão ser implementadas, a metodologias de avaliação e a outros requisitos. Quando não especificados pelo cliente, podem ser definidos pela própria Organização. 15 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Esses métodos são importantes, fazem parte da fase CHECK do PDCA e auxiliam na garantia da qualidade e na melhoria contínua dos processos de produção. Alguns exemplos de Planos de Controle estão disponíveis em nosso material complementar. Estudos das Análises do Sistema de Medição (MSA – Measurement System Analisys) Um dos requisitos, também muito importante, do PPAP é o que apresentamos agora. A organização deve ter estudos estruturados para todos os dispositivos e equipamentos de medição, equipamentos de ensaio, sejam eles novos ou modifica- dos. Devem, ainda, considerar Tendência, Linearidade, Estabilidade e R&R. R&R: Termo utilizado para “Gage R&R – Repeatability and Reproducibility” (Repetibili- dade e Reprodutibilidade): é a combinação da estimativa das medições desses dois sis- temas de medição. Ex pl or As técnicas de MSA são bem complexas e não serão abordadas em nenhum dos módulos da nossa Disciplina. Há um Manual somente sobre esse assunto, também ofertado pela AIAG. Se você tem interesse em atuar na área de qualidade da indústria automotiva, vale muito a pena você procurar se especializar nesse assunto. Para que você, aluno(a) que se interessa pelo assunto, possa conhecer um pouco mais, disponibilizei na área do material complementar alguns materiais que poderão ajudar. Resultados Dimensionais O processo exige que a Organização evidencie que todas as dimensões foram devidamente verificadas e atendem aos requisitos e especificações contempladas no registro de projeto. Os registros dessas verificações devem ser realizados e armazenados. Todas as dimensões da peça devem ser verificadas. Essas verificações devem ser feitas para todas as partes do processo, não so- mente para o produto final. É muito importante que as dimensões originais, reco- mendadas pelo cliente do projeto, sejam registradas também na Master Sample (Amostra Principal) Registros de Material/Resultados de Ensaios de Desempenho Todos os resultados dos testes de desempenho requisitados pelo cliente no registro de projeto ou no Plano de Controle devem ser devidamente registrados para posterior consulta. O Manual ainda requisita que sejam feitos no mínimo dois tipos de teste: 16 17 • Testes de materiais: todas as peças e produtos devem ser submetidos a testes de performance quando houver especificação de requisitos químicos, físicos ou metalúrgicos. Entre os resultados que devem estar registrados, devem apresentar os níveis de modificação de ensaios em peças, quantidade de testes, datas/hora e local dos testes, respectivos resultados, relação de material por fornecedores e de quaisquer outros testes realizados; • Testes de resultados de performance: semelhante ao anterior, porém consi- derando quando houverem requisitos de funcionalidade ou performance. Estudos Iniciais do Processo A empresa deve aplicar estudos iniciais de processos para averiguar a capacidade dos processos. Esses estudos são baseados em variáveis do processo, não em seus atributos. Isso por que esse é um estudo de curto prazo e inicial, os resultados de erros de processo levam algum tempo para serem representativos ao longo da vida util do processo. Importante! Entre os principais apresentados pelo Manual, temos o Cpk e Ppk. Disponibilizei material complementar sobre o assunto em nosso módulo atual, mas abordaremos mais sobre essa ferramenta nos módulos seguintes. Importante! Documentação de Laboratório Qualifi cado Toda inspeção ou teste de produtos deve ser realizada por laboratório acreditado, conforme requisitado pelo cliente. Essas especificações devem ser fornecidas pelo cliente e, no caso de inexistência, pode ser definido pela própria Organização. Conforme abordado no modulo anterior, a norma que define acreditação sobre laboratórios é a ISO IEC 17025. A certificação é uma das formas que buscar garantir maior confiabilidade aos resultados apresentados por cada laboratório. Relatório de Aprovação de Aparência (RAA) – Appearance Approval Report (AAR) O relatório tem o objetivo de evidenciar que todos os requisitos do cliente foram atendidos para o produto ou peça avaliada. Todas as peças do processo devem ser avaliadas por meio desse formulário. O Manual apresenta um modelo de referência para esse relatório. Disponibilizei uma cópia na Internet, cuja indicação está no material complementar. 17 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Amostra de Peças de Produção Todo processo deve disponibilizar uma amostra do produto em quantidade de acordo com aquela requisitada pelo cliente, conforme registros do projeto. Além dessas amostras, a Empresa deve reter uma amostra principal, conforme especifi- cado a seguir. Amostra Principal ou Amostra Padrão A Empresa responsável pelo processo deverá reter uma amostra principal, identificá-la dessa forma e mantê-la durante tempo determinado pelo registro do projeto. Sempre deverá estar disponível uma amostra principal, sendo que essa pode ser substituída temporariamente desde que atenda a todos os requisitos e especificaçõesdo produto, definidos pelo cliente nos registros do projeto. Inspeção Se requisitado pelo cliente, a Organização deverá ser submetida a auditorias de inspeção. Essas auditorias tem o objetivo de verificar se realmente todas as especificaões do cliente estão sendo compreendidas e atendidas, e deverão verificar todos os registros de resultados do processo, mudanças, características do produto e demais que existirem. Requisitos Específicos do Cliente Assim como já especificado em itens anteriores, devem haver registros do aten- dimento a auditorias e requisitos exigidos pelo cliente. Essa é uma responsabilidade da Empresa. Certificado de Submissão da Peça (PSW) PSW – Part Submission Warrant é o documento exigido para cada peça de produçao e deve ser elaborado para atender todos os requisitos do PPAP. Mesmo que uma mesma peça possua pequenas variaçoes, essas devem estar todas registradas nesse documento, seja como anexo ou como um novo PSW. Por esse documento, a Empresa poderá avaliar se todos os requisitos do cliente foram devidamente atendidos conforme especificado nos registros do projeto. Um representante da Empresa deve assinar esse documento, evidenciando que ele averiguou se todas as especificações do cliente foram devidamente atendidas. Critérios como medidas, peso e quaisquer outros devem estar devidamente especificados e devem ser devidamente validados. 18 19 Conclusão Vimos nesta aula quais são os requisitos do PPAP, considerando também quais são os passos e ferramentas que podemos utilizar para garantir que todos os requi- sitos de nosso cliente sejam atendidos e considerados durante o desenvolvimento de um produto. Claramente, é preciso que nosso cliente também aprove o PSW, validando se o produto realmente atende à sua demanda. Essa aprovação obviamente deve ser dada antes de iniciarmos a corrida de produção, durante as fases de testes, para evitarmos problemas futuros. O cliente tem a opção, ainda, de aprovar o início da produção até mesmo quando há pequenas variações de atendimento aos seus requisitos, viabilizando o atendimento posterior. Da mesma forma, ele pode barrar o início da produção, sendo necessário revisar todo o processo desde o início, para avaliar quais são os itens que ficaram ainda pendentes e corrigi-los. Assim como o caso do APQP, o PPAP é uma metodologia bastante complexa e que possui vasta demanda de mercado, obviamente dentro do ramo automobilístico. Se você aluno(a) tem interesse em atuar nessa área, recomendo enfaticamente que busque adquirir um exemplar de cada Manual de ferramentas. Os manuais podem ser adquiridos em inglês, no site da AIAG, ou em português, em sites conveniados. O mais importante nesse momento é que você conheça os métodos e seus conceitos, sabendo onde buscá-los e quais são seus principais objetivos e funcionalidades. Nas próximas aulas, estaremos abordando o método FMEA e as ferramentas de qualidade, o que trará abordagem mais prática. Implementaremos com ênfase o uso dessas ferramentas e aí sim poderemos associar a aplicabildade aos metodos do PPAP e APQP já apresentados nos módulos anteriores. Espero que até o momento os módulos tenham atendido às suas expectativas. 19 UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Modelo de Plano de Controle https://goo.gl/TgEH63 Modelo de relatório de aprovação de aparência https://goo.gl/rb5QVS Leitura Controle Estatístico de Processo RIBEIRO, J. L. D. et al. https://goo.gl/s1kaPg Análise dos Sistemas de Medição MENEZES, F. M. et al. https://goo.gl/pr44mL Sistema de Avaliação da Qualidade de Produto Baseado no Modelo PPAP DOERR, A. O. et al. https://goo.gl/KGqxTP 20 21 Referências PPAP – Processo de aprovação de peça de produção. Disponível em: <http:// ppap.com.br/>. Acesso em: 7 jan. 2017. AIAG. Production Part Approval Process (PPAP). 4.ed., 2006. Disponível em: <www.academia.edu/14036534/AIAG_Production_Part_Approval_process_ PPAP_4th_Edition>. Acesso em: 23 jan. 2017. 21
Compartilhar