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Unidade III - PPAP Processo de Aprovação de Peça de Produção

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Prévia do material em texto

Gestão e Desenvolvimento 
de Produto
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Wilson Ferreira Domingues
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
• Introdução
• Processo de Aprovação de Peças de Produção – PAPP
• Requisitos dos Processos do PPAP
• Conclusão
 · Apresentar os critérios e métodos utilizados por meio do Processo de 
Aprovação de Peças de Produção – PAPP (Production Part Approval 
Process – PPAP);
 · Permitir que o aluno tenha contato e conhecimentos genéricos sobre 
a quarta edição do Manual publicado pela AIAG.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
PPAP – Processo de Aprovação 
de Peça de Produção
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Contextualização
A expectativa do consumidor deve ser plenamente atendida: essa é a meta 
da maior parte das companhias nas quais atuamos. Entender os requisitos e as 
especificações apresentadas pelo cliente e garantir que nosso processo produtivo 
possa atendê-lo é de vital importância para alcançarmos a plena satisfação dos 
nossos clientes, evitando, assim, desgastes que podem comprometer futuros 
projetos ou contratos até mesmo com outros clientes.
Nesta Unidade da Disciplina, vamos conhecer o método PPAP – Production 
Part Approval Process, que tem o propósito de garantir que nossa Organização 
tenha compreendido de forma plena todas as especificações apresentadas pelo 
cliente e que nosso processo realmente tenha o potencial ou a capacidade para 
atender todas essas especificações.
8
9
Introdução
Viemos abordando nos dois ultimos módulos a contextualização de conceitos 
relacionados ao dia a dia de todo gestor de portfólio e também de projetos de 
desenvolvimento de novos produtos.
Primeiramente, abordamos aspectos conceituais sobre os produtos em si, seus 
níveis considerando suas respectivas características e a capacidade de atender ou 
surpreender as expectativas dos clientes. Na mesma ocasião, analisamos as fases 
do ciclo de vida de um produto, desde seu desenvolvimento até o dia em que se 
torna obsoleto.
Conhecemos, também, a matriz BGC, uma ferramenta muito útil para o ge-
renciamento de portfólio de produtos e tomada de decisões estratégicas para todo 
gestor. Ainda aproveitando a ocasião, avaliamos conceitos e métodos sobre geren-
ciamento de projetos e sua aplicabilidade no desenvolvimento de novos produtos.
No módulo seguinte, verificamos a importância do PDCA como ferramenta 
para gerenciamento de processos de projetos que buscam a melhoria contínua e a 
atender as expectativas dos clientes ou patrocinadores do nosso projeto. Avaliamos, 
também, a técnica SMART de definição de objetivos, que pode auxiliar de forma 
importante o direcionamento dos nossos esforços para os alcançarmos.
Contextualizamos de forma breve o surgimento das normas de Gestão de Quali-
dade, o início da Gestão Total da Qualidade (TQM – Total Quality Management), 
sua relação com o PDCA e porque foram criadas.
Por fim, abordamos de forma genérica as fases e a aplicação do Planejamento 
Avançado da Qualidade do Produto (APQP – Advanced Product Quality Planning).
O mundo da Gestão da Qualidade em processos e produtos é muito vasto, com grandes 
oportunidades inexploradas. Muitas ferramentas são densas e complexas, ótimas para 
processos com grande complexidade e que precisam de baixos índices de desvios ou erros, 
mas também possuem grandes ferramentas simples e de fácil aplicação, que podem ser 
utilizadas em qualquer tipo de processo industrial ou até mesmo no setor de serviços.
Ex
pl
or
No início, a grande maior parte das indústrias produzia dentro de suas unidades 
a maior parte das peças para fabricação de seus produtos finais. Da mesma 
forma, no setor de serviços, muitas empresas não eram tão especializadas em uma 
determinada área, mas atuavam em diversos setores diferentes.
Com o passar dos anos, a necessidade de melhoria contínua da qualidade 
dos produtos, atendendo a critérios cada vez mais detalhados e rigorosos, veio 
aumentando rapidamente. Além disso, o tempo disponível para executar essas 
melhorias se tornou cada vez menor, considerando a competitividade do mercado 
e a velocidade do surgimento de novas tecnologias.
9
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Dessa forma, muitas empresas consideraram que seria mais vantajoso se 
especializar em determinada área de atuação e montar parcerias para viabilizar a 
fabricação dos seus produtos, assim reduzindo os custos e melhorando a qualidade.
Isso foi o que aconteceu com muitas montadoras de veículos que antigamente 
fabricavam a maior parte dos componentes para montagem dos carros; hoje, elas 
compras a maior parte das peças utilizadas para a fabricação de seus veículos de 
outras indústrias parceiras.
Verificamos que o APQP é um método que a princípio foi criado para o ramo automobilístico, 
a fim de atender critérios de um mercado muito competitivo e rigoroso. Esse ramo é muito 
complexo e pequenos diferenciais podem mudar toda a temporalidade do ciclo de vida 
do produto final. Além das montadoras, o processo conta com grande quantidade de 
fornecedores e subcontratadas para a execução do serviço. Como podemos garantir que 
essa imensa quantidade de stakeholders esteja fortemente envolvida no processo, saibam 
da importância da sua responsabilidade nesse processo e conheçam todos os critérios e 
requisitos exigidos pelo cliente?
Ex
pl
or
Pois é caro aluno, não são somente as montadoras ou indústrias do ramo 
automobilístico que passam por essa dificuldade. Muitos outros prestadores de 
serviços, setores industriais, agrícolas ou do terceiro setor também enfrentam a 
mesma dificuldade.
Se você não vive essa realidade na Empresa em que hoje trabalha, consegue imaginar como 
deve ser difícil e complicado gerenciar um processo no qual peças, componentes ou insumos 
são fabricados em diversas partes do mundo e por empresas diferentes?
Ex
pl
or
Transporte
PPAP / APQP / 
Sistemas ISO 9000 / 
TS16949
Sub-Fornecedor
Fornecedor
(Tecforja)
Usinagem
(Induspart) Sistemistas
(TRW, ZF, DANA)
(Nosso Cliente) Montadora
(FORD, GM, 
DaimlerChrysler)
Figura 110
11
Processo de Aprovação de 
Peças de Produção – PAPP
Para auxiliar nessa necessidade, foi criado o Processo de Aprovação de Peças de 
Produção – PAPP (Production Part Approval Process – PPAP).
O Manual foi criado junto, no mesmo con-
texto e pelos mesmos criadores do APQP, do 
Manual do FMEA, com o objetivo de atender 
à indústria automobilística. Foi confeccionado 
com este objetivo e é utilizado principalmente 
por indústrias que atuam nesse ramo. Hoje, en-
contra-se na 4ª edição, apresentada em 2006.
De acordo com o Manual (AIAG, 2006), o 
propósito desse método é fornecer evidências 
que mostrem que todas as especificações e re-
gistros de projetos de Engenharia do cliente se-
jam devidamente aprovados pela Organização, 
além de que todo o processo de fabricação atual 
ou dimensionado tenha o potencial necessário 
garantido para fabricar os produtos desejados, 
atendendo de forma consistente a todos estes re-
quisitos e projetos do consumidor durante a sua 
produção real a uma taxa de produção esperada.
Figura 2 – Capa do Manual de Processos 
de Aprovação de Peça de Produção (PPAP) – 
Versão em Língua Portuguesa
Fonte: ppap.com.br
O Manual apresenta os requisitos básicos necessários para a implementação do 
método, ou seja, para a aprovação das peças de produção. Além disso, formulários, 
tabelas e outras ferramentas que podem ser utilizadas durante a implementação são 
apresentadas. Ele pode ser aplicado nas unidades internas ou externas (fornecedores 
de peças ou materiais para o processo), isto é, a qualquer parte interessada que 
esteja engajada na fabricação de peças, componentes, disponibilização de materiais 
ou mesmo na montagem do produto final.
Durante o planejamento da qualidade, deve-se definir quais serão os fornecedores 
que deverão atender ao PPAP. A Empresa deve especificar e comunicar aos 
fornecedores quando deverão seguir os requisitos e qual será o escopo contemplado 
dentro de suas responsabilidades.
11
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Por isso a Empresa que desenvolve o PPAP deve definir os procedimentos para 
comunicação dos requisitos às partes interessadas, critérios e fluxo para aprovação 
das peças e outros que considerar necessários para o processo.
Um exemplo de como funciona o fluxogama de processo é apresentado pelo 
Manual e está exemplificado a seguir:
Consumidor Consumidor
Organização
Ordem de compra/
especificações e requisitos
do consumidor
Dono do 
Projeto e Time
Coletar
informações
Registros
do PPAP
(Tabela 4.1)
Condução dos
itens requisitados
no PPAP
Condução
dos PSW
PSW aprovado
Registro do PSW já aprovado
Recebimento e aprovação
do PSW apresentado
Mudanças iniciadas pelo
consumidor para peças,
processos, especificações, etc.
Processo validado
(PSO / “Run at Rate”)
Requisitos do cliente
para design de peças
Requisitos do cliente
para design de processos
Especificações do cliente
Requisitos do cliente 
com relação à logística
Apresentação
(ou representação)
a garantia 
do PPAP
Mudanças
iniciadas pelo
fornecedor
Exemplo de Fluxograma de processo para o PPAP
Figura 3
Fonte: Adaptado de AIAG, 2006
É importante destacar que qualquer alteração ou necessidade de especificações 
e/ou registros de Engenharia do produto, seja por qualquer motivo (melhoria, 
inviabilidade técnica ou outro) devem ser previamente aprovadas pelo cliente ou 
seu representante (no caso, o patrocinador do projeto).
A mesma autorização deve ser requisitada quando houver necessidade de 
substituição da composição dos materiais de fabricação ou mesmo a necessidade 
de inclusão de um novo produto ou peça no processo.
As correções por conta de identificação de desvios ou grandes discrepâncias do 
projeto original também devem ser aprovadas.
Importante!
Se você verificar os critérios apresentados e os critérios apresentados com relação a 
mudanças de escopo em projetos pelo PMBOK (citado no Módulo I), verificará que há 
grandes semelhanças. Aprendemos com essas duas ferramentas que em projetos, de 
modo geral, é muito importante que mudanças significativas sejam aprovadas pelo 
patrocinador do projeto ou pelo cliente com maior representatividade.
Importante!
12
13
Requisitos dos Processos do PPAP
Na segunda seção do Manual do PPAP (AIAG, 2006), está especificado que 
para peças de produção do PPAP deve ser feita aquilo que é denominada “Corrida 
de Produção Significativa”.
Corrida de Produção Signifi cativa: 1 a 8 horas de produção, considerando uma quanti-
dade mínima de 300 peças produzidas consecutivamente.Ex
pl
or
Essas peças devem ser fabricadas dentro da taxa de produção especulada para 
a produção normal, utilizando o mesmo maquinário, ferramentas, operadores e 
outros itens, ou seja, uma simulação de como funcionará a produção em seu ce-
nário real. O número de peças ou a mudança nas taxas de fabricação só podem 
ser de forma diferente se assim for especificado pelo cliente ou por seu represen-
tante autorizado.
Importante!
Mas e no caso dos fornecedores de materiais? E quando esses produtos ou materiais são 
fornecidos a granel?
Trocando ideias...
Quando definirmos o escopo do PPAP, precisaremos definir quais são os 
fornecedores ou processos que serão contemplados e deverão atender a esses 
requisitos. No caso de parafusos comuns vendidos ao varejo, por exemplo, talvez 
não seja interessante para seu processo considerar todos esses critérios para esse 
fornecedor, e ele pode ser dispensado.
No caso de fornecedores de partes a granel, a Empresa deverá, também, definir 
uma amostra representativa para avaliação, considerando aspectos estatísticos.
O Manual do PPAP (AIAG, 2006) apresenta que os processos do PPAP devem 
atender a 18 requisitos principais, apresentados de forma breve a seguir.
Registros de Projeto
Para todos os Produtos ou Peças que serão vendidos, incluindo seus respectivos 
componentes, é preciso que a Empresa possua seus respectivos Registros de Projeto.
Por isso é importante que a Companhia possua um bom sistema de gerenciamento 
de documentos, que garanta que para cada peça exista um registro único e válido.
A empresa deve, ainda, evidenciar por meio desses registros que todas as 
especificações, incluindo materiais solicitados pelo cliente, foram atendidas para 
cada peça/produto.
13
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Deve-se, ainda, ficar atento a que todas as peças compostas por polymeros 
devem ser devidamente identificadas, conforme os requisitos das normas da família 
ABNT ISO 11469 “Plastics – Generic identification and marking of plastics 
products” (Polímeros: identificação e marcação genérica em produtos plásticos).
A garantia da existência desses registros é uma das partes mais importantes do 
processo, pois permitirá evidenciar o histórico do projeto e os requisitos que devem 
ser conhecidos pelas partes interessadas.
Por isso aluno(a), ter gestão ineficiente de documentação dentro da Empresa 
pode ser fator fatal para diversas falhas no processo, reprovações por parte do 
cliente e outros problemas durante a execução do seu processo.
Documentos para Autorização de Modificações de Engenharia
Toda modificação necessária ainda não registrada nos registros do projeto, 
mas já incorporada ao produto, peças ou ferramentas do processo deve estar 
devidamente documentada.
Essa documentação deve estar completa e apresentável para registro a qualquer 
momento. Mudanças não documentadas podem comprometer a qualidade final do 
produto, comprometendo o resultado desejado.
Imagine uma mudança de 5 cm para mais em uma das maçanetas do veículo: 
isso certamente irá comprometer o encaixe da peça e seu acabamento durante o 
processo de montagem.
Outras mudanças podem afetar ainda mais significativamente a imagem da 
Empresa: pense em mudanças nos componentes da pastilha de freio por um 
material menos resistente e mais barato, que não foram informadas. Essa mu-
dança pode comprometer a segurança dos clientes finais, causando acidentes, 
quecertamente comprometerão a imagem da Empresa e do produto, levando 
possivelmente a seu fim.
Aprovação da Engenharia pelo Cliente
Todos os detalhes do projeto de Engenharia devem ser devidamente conhecidos 
e aprovados pelo cliente. Essas especificações durante a fase de planejamento são 
cruciais para evitar retrabalhos, perda de tempo e dinheiro.
Essas aprovações devem estar devidamente registradas e documentadas. Pense 
você, responsável por uma fábrica de espelhos que fornece espelhos retrovisores 
para a Ford, por exemplo, o transtorno que seria fabricar grande quantidade de 
espelhos para um novo veículo e esses espelhos serem recusados pelo cliente por 
não atender aos critérios solicitados. Por isso é importante essa documentação.
14
15
FMEA de Projeto
Esse item será aplicável pela Companhia apenas se ela for responsável pelo 
desenvolvimento do projeto do produto. A empresa responsável por esse processo 
deve desenvolver o FMEA – Potencial Failure Mode and Effect Analysis (Análise 
do Modo e Efeito das Falhas Potenciais) para esse projeto, seguindo os critérios 
apresentados no Manual do FMEA.
Essa será uma ferramenta que abordaremos com bastante especificidade e alguns 
exemplos no nosso próximo módulo, dado à sua complexidade e importância.
Diagramas de Fluxo do Processo
É exigido que todo o processo seja devidamente especificado por meio de um 
diagrama de fluxo de processo. Os requsitos do cliente quanto às especificações 
do trabalho/processo devem ser claramente apresentadas.
Fique tranquilo, uma definição mais detalhada de como elaborar um fluxograma 
de processo e sua respectiva importância será abordado em nossa Disciplina, nos 
módulos posteriores. Assim, teremos a oportunidade apropriada para aprender a 
desenvolver a ferramenta.
FMEA de Processo
Esse item já não é somente aplicável ao responsável pelo desenvolvimento do 
projeto do produto, mas sim a todos que possuem processos dentro do ciclo de 
vida do produto considerado e que estejam dentro do escopo de aplicação do 
PPAP, conforme abordamos no início deste módulo.
A Organização deve desenvolver um FMEA para seus processos, considerando 
as especificações apresentadas no Manual da AIAG. Conforme já mencionei, 
abordaremos o uso dessa ferramenta no nosso próximo módulo, no qual poderemos, 
inclusive, verificar as diferenças entre FMEA de processos e produtos.
Plano de Controle
É preciso que a Empresa possua um plano de controle para todos os métodos 
utilizados para controle do processo. Esses métodos também devem atender a 
todas as especificações do cliente.
Especificações do cliente quanto a métodos de controle do processo podem 
estar relacionadas às ferramentas de controle que deverão ser implementadas, a 
metodologias de avaliação e a outros requisitos. Quando não especificados pelo 
cliente, podem ser definidos pela própria Organização.
15
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Esses métodos são importantes, fazem parte da fase CHECK do PDCA e auxiliam 
na garantia da qualidade e na melhoria contínua dos processos de produção.
Alguns exemplos de Planos de Controle estão disponíveis em nosso material complementar.
Estudos das Análises do Sistema de Medição 
(MSA – Measurement System Analisys)
Um dos requisitos, também muito importante, do PPAP é o que apresentamos 
agora. A organização deve ter estudos estruturados para todos os dispositivos e 
equipamentos de medição, equipamentos de ensaio, sejam eles novos ou modifica-
dos. Devem, ainda, considerar Tendência, Linearidade, Estabilidade e R&R.
R&R: Termo utilizado para “Gage R&R – Repeatability and Reproducibility” (Repetibili-
dade e Reprodutibilidade): é a combinação da estimativa das medições desses dois sis-
temas de medição.
Ex
pl
or
As técnicas de MSA são bem complexas e não serão abordadas em nenhum 
dos módulos da nossa Disciplina. Há um Manual somente sobre esse assunto, 
também ofertado pela AIAG. Se você tem interesse em atuar na área de qualidade 
da indústria automotiva, vale muito a pena você procurar se especializar nesse 
assunto. Para que você, aluno(a) que se interessa pelo assunto, possa conhecer um 
pouco mais, disponibilizei na área do material complementar alguns materiais que 
poderão ajudar.
Resultados Dimensionais
O processo exige que a Organização evidencie que todas as dimensões foram 
devidamente verificadas e atendem aos requisitos e especificações contempladas 
no registro de projeto. Os registros dessas verificações devem ser realizados e 
armazenados. Todas as dimensões da peça devem ser verificadas.
Essas verificações devem ser feitas para todas as partes do processo, não so-
mente para o produto final. É muito importante que as dimensões originais, reco-
mendadas pelo cliente do projeto, sejam registradas também na Master Sample 
(Amostra Principal)
Registros de Material/Resultados de Ensaios de Desempenho
Todos os resultados dos testes de desempenho requisitados pelo cliente no 
registro de projeto ou no Plano de Controle devem ser devidamente registrados 
para posterior consulta. O Manual ainda requisita que sejam feitos no mínimo dois 
tipos de teste:
16
17
• Testes de materiais: todas as peças e produtos devem ser submetidos a testes 
de performance quando houver especificação de requisitos químicos, físicos 
ou metalúrgicos. Entre os resultados que devem estar registrados, devem 
apresentar os níveis de modificação de ensaios em peças, quantidade de testes, 
datas/hora e local dos testes, respectivos resultados, relação de material por 
fornecedores e de quaisquer outros testes realizados;
• Testes de resultados de performance: semelhante ao anterior, porém consi-
derando quando houverem requisitos de funcionalidade ou performance.
Estudos Iniciais do Processo
A empresa deve aplicar estudos iniciais de processos para averiguar a capacidade 
dos processos. Esses estudos são baseados em variáveis do processo, não em seus 
atributos. Isso por que esse é um estudo de curto prazo e inicial, os resultados de 
erros de processo levam algum tempo para serem representativos ao longo da vida 
util do processo.
Importante!
Entre os principais apresentados pelo Manual, temos o Cpk e Ppk. Disponibilizei material 
complementar sobre o assunto em nosso módulo atual, mas abordaremos mais sobre 
essa ferramenta nos módulos seguintes.
Importante!
Documentação de Laboratório Qualifi cado
Toda inspeção ou teste de produtos deve ser realizada por laboratório acreditado, 
conforme requisitado pelo cliente. Essas especificações devem ser fornecidas pelo 
cliente e, no caso de inexistência, pode ser definido pela própria Organização.
Conforme abordado no modulo anterior, a norma que define acreditação sobre 
laboratórios é a ISO IEC 17025. A certificação é uma das formas que buscar 
garantir maior confiabilidade aos resultados apresentados por cada laboratório.
Relatório de Aprovação de Aparência (RAA) – 
Appearance Approval Report (AAR)
O relatório tem o objetivo de evidenciar que todos os requisitos do cliente foram 
atendidos para o produto ou peça avaliada. Todas as peças do processo devem ser 
avaliadas por meio desse formulário.
O Manual apresenta um modelo de referência para esse relatório. Disponibilizei 
uma cópia na Internet, cuja indicação está no material complementar.
17
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Amostra de Peças de Produção
Todo processo deve disponibilizar uma amostra do produto em quantidade de 
acordo com aquela requisitada pelo cliente, conforme registros do projeto. Além 
dessas amostras, a Empresa deve reter uma amostra principal, conforme especifi-
cado a seguir.
Amostra Principal ou Amostra Padrão
A Empresa responsável pelo processo deverá reter uma amostra principal, 
identificá-la dessa forma e mantê-la durante tempo determinado pelo registro do 
projeto. Sempre deverá estar disponível uma amostra principal, sendo que essa 
pode ser substituída temporariamente desde que atenda a todos os requisitos e 
especificaçõesdo produto, definidos pelo cliente nos registros do projeto.
Inspeção
Se requisitado pelo cliente, a Organização deverá ser submetida a auditorias 
de inspeção.
Essas auditorias tem o objetivo de verificar se realmente todas as especificaões 
do cliente estão sendo compreendidas e atendidas, e deverão verificar todos os 
registros de resultados do processo, mudanças, características do produto e demais 
que existirem.
Requisitos Específicos do Cliente
Assim como já especificado em itens anteriores, devem haver registros do aten-
dimento a auditorias e requisitos exigidos pelo cliente. Essa é uma responsabilidade 
da Empresa.
Certificado de Submissão da Peça (PSW)
PSW – Part Submission Warrant é o documento exigido para cada peça de 
produçao e deve ser elaborado para atender todos os requisitos do PPAP. Mesmo 
que uma mesma peça possua pequenas variaçoes, essas devem estar todas 
registradas nesse documento, seja como anexo ou como um novo PSW.
Por esse documento, a Empresa poderá avaliar se todos os requisitos do cliente 
foram devidamente atendidos conforme especificado nos registros do projeto. 
Um representante da Empresa deve assinar esse documento, evidenciando que 
ele averiguou se todas as especificações do cliente foram devidamente atendidas. 
Critérios como medidas, peso e quaisquer outros devem estar devidamente 
especificados e devem ser devidamente validados.
18
19
Conclusão
Vimos nesta aula quais são os requisitos do PPAP, considerando também quais 
são os passos e ferramentas que podemos utilizar para garantir que todos os requi-
sitos de nosso cliente sejam atendidos e considerados durante o desenvolvimento 
de um produto.
Claramente, é preciso que nosso cliente também aprove o PSW, validando se 
o produto realmente atende à sua demanda. Essa aprovação obviamente deve ser 
dada antes de iniciarmos a corrida de produção, durante as fases de testes, para 
evitarmos problemas futuros.
O cliente tem a opção, ainda, de aprovar o início da produção até mesmo 
quando há pequenas variações de atendimento aos seus requisitos, viabilizando o 
atendimento posterior. Da mesma forma, ele pode barrar o início da produção, 
sendo necessário revisar todo o processo desde o início, para avaliar quais são os 
itens que ficaram ainda pendentes e corrigi-los.
Assim como o caso do APQP, o PPAP é uma metodologia bastante complexa e 
que possui vasta demanda de mercado, obviamente dentro do ramo automobilístico. 
Se você aluno(a) tem interesse em atuar nessa área, recomendo enfaticamente que 
busque adquirir um exemplar de cada Manual de ferramentas. Os manuais podem 
ser adquiridos em inglês, no site da AIAG, ou em português, em sites conveniados.
O mais importante nesse momento é que você conheça os métodos e 
seus conceitos, sabendo onde buscá-los e quais são seus principais objetivos 
e funcionalidades.
Nas próximas aulas, estaremos abordando o método FMEA e as ferramentas de 
qualidade, o que trará abordagem mais prática. Implementaremos com ênfase o 
uso dessas ferramentas e aí sim poderemos associar a aplicabildade aos metodos 
do PPAP e APQP já apresentados nos módulos anteriores.
Espero que até o momento os módulos tenham atendido às suas expectativas.
19
UNIDADE PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Modelo de Plano de Controle
https://goo.gl/TgEH63
Modelo de relatório de aprovação de aparência
https://goo.gl/rb5QVS
 Leitura
Controle Estatístico de Processo
RIBEIRO, J. L. D. et al.
https://goo.gl/s1kaPg
Análise dos Sistemas de Medição
MENEZES, F. M. et al.
https://goo.gl/pr44mL
Sistema de Avaliação da Qualidade de Produto Baseado no Modelo PPAP
DOERR, A. O. et al.
https://goo.gl/KGqxTP
20
21
Referências
PPAP – Processo de aprovação de peça de produção. Disponível em: <http://
ppap.com.br/>. Acesso em: 7 jan. 2017.
AIAG. Production Part Approval Process (PPAP). 4.ed., 2006. Disponível em: 
<www.academia.edu/14036534/AIAG_Production_Part_Approval_process_
PPAP_4th_Edition>. Acesso em: 23 jan. 2017. 
21

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