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EDUCAÇÃO E TRÂNSITO: UMA MISTURA QUE DÁ CERTO.
SIMIONI, VIVIANE.1
INTRODUÇÃO
 Com freqüência se lê sobre trânsito nas primeiras páginas dos jornais, nos noticiários da 
televisão e rádio. De maneira especial, o centro das atenções se volta para as tragédias, com mortos 
e feridos, mas raramente são notícias de trabalhos que estão voltados para a segurança e a educação 
no trânsito.
 Com o crescimento e o desenvolvimento do Brasil, as cidades ficaram pequenas, sem infra-
estrutura para atender as necessidades da população. Dessa forma, adveio a expansão dessas 
cidades, com a concepção de bairros cada vez mais longínquos do centro. Juntamente com o 
crescimento das cidades, as pessoas encontraram facilidades financeiras, que lhes possibilitaram a 
aquisição de veículos. Deste modo conseguiam atender às necessidades quanto ao cumprimento do 
horário estabelecido por seus empregadores e, também, como forma de satisfação íntima, 
proporcionando maior conforto. Essas mudanças fizeram com que o número de veículos majorasse 
e, conseqüentemente, aumentaram os congestionamentos e os desastres no trânsito.
 Como se pode contribuir para a formação de cidadãos conscientes e em conseqüência 
motoristas educados, reduzindo as estatísticas de acidentes, principalmente no município de 
Toledo2, é o desafio para este século. Enquanto isso, os incidentes continuam fazendo novas vítimas 
a cada dia, a toda hora e as pessoas envolvidas pertencem às diversas classes sociais, culturais e de 
variadas idades.
 Acredita-se que, introduzindo a educação para o trânsito em todos os níveis escolares, desde 
Educação Infantil até o Ensino Superior, respeitando os limites necessários para a aprendizagem, de 
acordo com cada faixa etária, conseqüentemente modificaremos as atitudes dos motoristas. 
Conforme FRANCO, é uma questão cultural urgente:
A escola como instrumento de apropriação do saber, assume mais um papel representativo 
na sociedade: a Educação para o Trânsito, que não pode ser isolada do contexto da cidade 
em que tem lugar, mas sim, estar ligada ao contexto social e cultural mais amplo. Trânsito 
é pedestre, passageiro, ciclista, catador de papel e demais condutores. Preparar 
culturalmente a sociedade para o Trânsito Viário, é transformar a história em favor da 
preservação da vida.(2000, p.2)
1 Viviane Simioni, Pedagoga; Docente no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco. Toledo-PR; no Ensino 
Superior e em cursos de Pós Graduação; Especialista em Ed. Inclusiva; Mestre em Ciências da Educação; Atua na 
área da pedagogia para o trânsito. Docente nos cursos de formação de instrutor e diretor de Centro de Formação de 
Condutores; Diretora Geral de Centro de Formação de Condutores. vivianesimioni@hotmail.com 
2 Município localizado na região Oeste do Paraná que tem uma população aproximada de 110 mil habitantes, 
segundo ultima pesquisa do IBGE e em sua 34ª CIRETRAN, órgão representativo do DETRAN/PR, uma estimativa 
de 45.000 veículos registrados.
mailto:vivianesimioni@hotmail.com
A idéia principal é de defender a necessidade da educação do futuro motorista, desde sua 
entrada na Educação Infantil até a saída do Ensino Médio, tendo seqüência no Ensino Superior, fase 
esta aonde os adolescentes chegam à idade da obtenção da habilitação provisória. O ensinamento de 
maneiras adequadas de agir nas diferentes situações do trânsito, transforma o motorista numa 
pessoa mais segura e pronta para reagir de acordo com a legislação de trânsito.
O objetivo do estudo analítico do trânsito em Toledo é apresentar o número de acidentes 
neste município nos últimos 05 (cinco) anos e analisar o conhecimento sobre trânsito e o 
comportamento no mesmo de: crianças, adolescentes e adultos. Busca-se mostrar a necessidade de 
desenvolver ações eficientes de educação para o trânsito, criando hábitos e comportamentos 
seguros, através de um processo contínuo e sistemático de conscientização, desde a infância até a 
fase adulta, afinal, o trânsito não é uma questão de individualidade e sim de responsabilidade 
coletiva.
Assim, se realizou uma série de palestras e dinâmicas instrutivas e educativas sobre trânsito 
e cidadania, no período de julho de 2006 a dezembro de 2006, em uma Escola Municipal e em um 
Colégio Estadual de Ensino, com a pretensão de analisar o conhecimento sobre trânsito e o 
comportamento no mesmo, de crianças, adolescentes e adultos, enquanto ciclistas, pedestres, 
motociclistas e motoristas, participantes do sistema de trânsito no município de Toledo.
EDUCAÇÃO FAMILIAR NO TRÂNSITO
Essencialmente a educação tem o desígnio de levar o homem a atingir um estado de 
maturidade que o capacite a se encontrar com a realidade de maneira consciente e assim agir de 
modo responsável. Além disso, o fato do homem ser um ser social e viver em constante 
relacionamento com as pessoas, é que faz pensar que a educação que cada indivíduo recebe pode 
ser a chave para os sentimentos e decisões na mudança e amadurecimento constante do 
comportamento humano. Essa vivência em sociedade é altamente complexa no mundo moderno 
onde as relações são mediadas por inúmeros objetos provenientes do trabalho humano para 
melhorar sua existência. O transporte e, por conseqüência, o trânsito fazem parte dessas relações, 
como nos aponta o pesquisador VASCONCELLOS:
O trânsito é uma disputa pelo espaço físico, que reflete uma altercação pelo tempo e pelo 
acesso aos equipamentos urbanos, é uma negociação, dadas às características de nossa 
sociedade, não se dá entre pessoas iguais: a disputa pelo espaço tem uma base ideológica e 
política; depende de como as pessoas se vêem na sociedade e de seu acesso real ao poder. 
(1988).
 Quando se aborda educação, se reflete sobre quem é responsável para que a mesma ocorra, 
sejam os pais, familiares, professores, ou aonde se adquire esta educação, seja no trânsito, no clube, 
na escola ou no trabalho. Acredita-se que estas aprendizagens equivalem a uma extensão das 
aprendizagens que ocorrem no lar, com a mediação dos primeiros educadores - os pais ou familiares 
mais próximos, mas todos os lugares e/ou pessoas com quem se convive educam constantemente; 
logo, existe um contínuo aprendizado. Com exemplos de bons comportamentos, boa índole e de 
personalidade equilibrada e socialmente adequada, ter-se-á conseguido demonstrar às crianças que a 
educação no trânsito faz parte do conceito de respeito ao próximo. O respeito gera inevitavelmente 
a educação. 
O fator educacional se estende por meio do comportamento do indivíduo nas vias públicas, 
pois se participa do trânsito desde o ventre materno até a morte. Convém lembrar que quando se 
dirige, passeia, se caminha também se está no trânsito e, nesse momento, se repete o que foi 
aprendido na educação familiar e no convívio social. Se foram bons exemplos, formar-se-ão bons 
motoristas, participantes do sistema de trânsito, educados e conscientes. 
 Partindo deste paradigma educacional e frente aos constantes óbitos no trânsito de crianças 
no Brasil e no mundo, é que se percebe quão fundamental são as bases educacionais, ou seja, os 
valores, responsabilidades e exemplos adquiridos na família, que determinam junto à escola, o 
cidadão do futuro.
 A educação no trânsito, fornecida pelas escolas, desde a Educação Infantil até o Ensino 
Médio, é fundamental para a mudança constante de comportamento humano e formação de futuros 
cidadãos e motoristas contribuindo para um trânsito seguro. A continuidade deve ser ofertada 
sempre que possível no Ensino Superior, seja através de programas ou projetos. 
Trata-se de uma aprendizagem cujas bases são práticas, existem a partir das vivênciase, por 
isso mesmo, são tão difíceis de mudança quando já arraigadas, conforme nos orientam os estudos de 
JEAN PIAGET:
Só podemos olhar o outro e sua história, se temos conosco uma abertura de aprendiz que se 
observa em sua própria história. Nesse sentido, a ação de olhar é um ato de estudar a si 
próprio, a realidade, o grupo, à luz que nos inspira, pois sempre só vejo o que sei. (PIAGET 
apud ARANHA,1996)
 A carência de bons exemplos dos pais para os filhos, quanto à educação para o trânsito, 
apenas afasta a efetividade de um trânsito possível de melhorias, segurança e mudanças reais no 
comportamento dos participantes. 
CRIANÇA, TRÂNSITO E EDUCAÇÃO. 
Todo ser humano participa do trânsito mesmo antes de nascer, ainda no ventre materno, 
estabelecendo formas de interação social. A educação é a porta de entrada para o convívio em 
sociedade e a possibilidade de prevenção de acidentes, como mostra a frase: a educação vem do 
berço. Os pais ou responsáveis tem importância fundamental na educação de seus filhos, ao final de 
processos identificatórios as crianças demonstram maior possibilidade de aprender e de serem 
futuros responsáveis por um trânsito mais consciente e seguro.
Segundo o CTB3 no Art.1 em seu §1° se define trânsito como “a utilização das vias por 
pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fim de circulação, 
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”. (1997, p. 2)
Além da questão técnica, o trânsito é uma questão social e política. Assim sendo, quando se 
pensa no trânsito, se devem descrever as características da sociedade na qual se insere. Por essas 
características, o trânsito traz um tema, uma problemática sócio-econômica, psico-social e nestes 
aspectos, o gerenciamento do trânsito tem sido uma aglomeração de conflitos. Logo, se faz 
necessário refletir sobre o comportamento de cada integrante que faz uso deste sistema de 
circulação, para que permita ou assegure o direito a todos de sua utilização. 
 Há que se considerar que o trânsito comporta grupos diferentes de pessoas que transitam de 
um lado para o outro. Dentre esses grupos, o das crianças merece atenção especial, afinal, com que 
visão e preparos são inseridos no trânsito? 
 As crianças fazem parte de um dos grupos de risco, talvez o mais importante, pois estão mais 
vulneráveis e propensas às ocorrências de acidentes. As mesmas querem afirmar sua independência, 
o que é natural do desenvolvimento humano. No entanto, pouquíssimas crianças4 podem lidar 
seguramente com o trânsito. 
 Conforme ROZESTRATEN, (1988) estas crianças, que estão no trânsito, acabam sendo um 
risco, pois:
 As crianças não reagem como um adulto;
 Não enxergam e não percebem como os adultos quanto à maneira como um carro se 
aproxima;
 Confundem o “ver” com o “ser visto”;
 Tem um campo visual mais estreito;
 Tem baixa estatura;
 Confundem tamanhos com distâncias;
 Têm dificuldade para distinguir sons, principalmente se misturada;
 São distraídas;
 Só ouve o que lhe interessa;
 Não compreendem a relação entre causa e efeito;
 Não avaliam distância, tempo e velocidade. 
3 Abreviação utilizada para Código de Trânsito Brasileiro.
4 Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu art. 2º, “Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a 
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquele entre doze e dezoito anos de idade”.
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Do mesmo modo como a aprendizagem da leitura facilita e amplia o entendimento do 
mundo possibilitando sua transformação, passar por um processo de alfabetização no trânsito para 
aprender a ler as cidades, as ruas, as estradas e outros elementos que norteiam o ir e vir organizado 
poderá facilitar o trânsito sem perigos.
Em 1994, o então Presidente da República, Itamar Franco, institucionalizou o Ano Nacional 
da Educação para o Trânsito, mesmo assim, a não ser pela iniciativa de empresas privadas e ações 
isoladas de escolas e professores, pouco se fez para concretizar a lei.
Espera-se uma mudança neste descaso apresentado anteriormente, através do novo Código 
de Trânsito Brasileiro, sancionado no dia 23 de setembro de 1997, pelo então Presidente da 
República Fernando Henrique Cardoso, que em seu Capítulo VI, dispõe sobre a obrigatoriedade da 
educação de trânsito:
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever 
prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão 
ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os órgãos ou entidades executivas de trânsito deverão promover, 
dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o 
funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões 
estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os 
cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser 
promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de 
Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados 
prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão 
promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo 
com as peculiaridades locais.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente e os 
serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo poder 
público são obrigados a difundir gratuitamente, com a freqüência 
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas 
escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas 
entre órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de educação, da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas 
áreas de atuação.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista de artigo, o Ministério da 
Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho 
de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante 
convênio, promoverá:
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar 
com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas 
de formação para o magistério e o treinamento de professores e 
multiplicadores;
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para o levantamento e 
análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos 
núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração 
universidades-sociedade na área de trânsito.
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da 
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional 
esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de 
acidente de trânsito.
Parágrafo único. As campanhas serão de caráter permanente por 
intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos 
períodos e na forma estabelecidos no art. 76.
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Trabalho, 
dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão 
e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores 
arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro 
Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via 
Terrestre (DPVAT), de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 
1974, serão repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional 
de Trânsitopara aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo.
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar 
convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações 
estabelecidas neste capítulo. (CTB, 1997, p.24)
 
Na prática, se sabe que existe uma escassez de atividades realizadas sobre este tema nas 
escolas e colégios. Os currículos escolares são formados por disciplinas que se encontram fechadas 
em si mesmas e incomunicáveis com as outras áreas do saber. Depende do educador para fazer a 
interdisciplinaridade. 
Faz-se confusão entre educar e informar. Em grande parte, as campanhas institucionais, mais 
informam do que educam, pois são desenvolvidas com fins publicitários. Os sinais de trânsito e os 
pontos para cada infração cometida são fatores comuns nas campanhas institucionais e se entende 
que não é o desconhecimento da legislação que causa a maioria dos acidentes e sim o 
comportamento reinante do não respeitar a lei. Para cada propaganda de conscientização, existem 
dezenas incitando a velocidade. O primeiro passo para desenvolver ação eficiente de educação para 
o trânsito é fazer cumprir o código de trânsito brasileiro.
A EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO NA FRANÇA
Devido à ausência de experiências sobre a educação para o trânsito no Brasil e sua real 
aplicabilidade dentro dos níveis do Ensino, se buscou experimentos em países que fazem da 
educação para o trânsito alicerce norteador desde a educação infantil ao ensino médio. Para tal, o 
relato a seguir apresenta a França como país modelo de trânsito seguro e consciente.
Na França, bem como em muitas instituições educativas do Brasil, se acredita que a 
educação para a segurança no trânsito faz parte das missões fundamentais da Escola. A educação e 
a formação do cidadão, abordadas desde a escola primária, prosseguida da 5ª a 8ª séries e no ensino 
médio, constituem uma missão majoritária para a Escola.
 Uma vez adulto, o discente adota comportamentos sociais e cívicos que a escola tem a 
obrigação de preparar. A Educação para a Segurança no Transito é, desde a escola maternal, um 
campo de ações e de reflexões que, num ambiente que deve ser apreendido e em relação constante 
com os outros, desenvolvam e permitam o exercício de comportamentos de cidadão responsável.
Pedestres ou ciclistas, passageiros de um carro ou dos transportes coletivos, a criança e mais 
tarde o adolescente deve adquirir um comportamento responsável, saber decodificar as situações, 
fazer escolhas administrando os riscos e conhecendo os perigos. No decorrer da escolaridade, sem 
descontinuidade a segurança no trânsito constitui um dos temas de educação para a cidadania que se 
integra no projeto da escola ou do estabelecimento. 
Na França, em todas as escolas cujo trabalho corresponde ao Ensino Fundamental e Médio 
brasileiros, os professores possuem a responsabilidade de garantir segurança a seus discentes e de 
atrelar, nas atividades de ensino, a educação à segurança. Este enfoque constitui um dos aspectos 
integrantes do ensino de regras gerais de segurança nas escolas francesas através do decreto n°: 83-
896 de 04 de outubro de 1983. Instituindo pela lei n°: 57-831 de 26 de julho de 1957, o ensino do 
Código de Trânsito foi instaurado sob a forma de educação no campo da segurança no trânsito. O 
decreto n°: 93-204 de 12 de fevereiro de 1993, referente ao ensino das regras de segurança no 
trânsito e a emissão da carteira de habilitação fixaram as modalidades de organização e de 
realização da educação para a segurança no trânsito nos estabelecimentos escolares.
Este decreto assevera que no primeiro ciclo do primeiro grau (correspondente aos anos 
iniciais do Ensino Fundamental):
Os programas e instruções para as escolas elementares decreto de 15 de maio de 1985 
prevêem explicitamente um ensino da segurança sob seus diversos aspectos, 
principalmente os capítulos destinados à educação cívica, às ciências e à tecnologia. Este 
campo é lembrado no documento de janeiro de 1991 que fixa a organização da 
escolaridade em ciclos pedagógicos e define as competências a adquirir em cada um. A 
circular n. 87-287 de 25 de setembro de 1987, Educação e segurança no trânsito nas 
escolas maternais e de primeiro ciclo do primeiro grau precisam os objetivos e as 
modalidades de uma educação para a segurança no trânsito utilizando os elementos do 
código de trânsito. (DECRETO FRANCÊS 93-204, 1993).
Os professores têm toda liberdade de abordar com seus discentes, a partir de casos 
concretos, os dados fundamentais destas regras a fim de permitir que adotem o mais cedo possível:
 Um comportamento responsável no que tange à circulação a pé, e de bicicleta;
 Um comportamento adaptado à situação de passageiro de um automóvel ou dos transportes 
coletivos.
A todo o momento da aula, os docentes podem integrar estes conhecimentos às seqüências 
consagradas às diversas disciplinas. Trata-se pelo conhecimento de regras de vida em sociedade e 
pela tomada de consciência clara de sua justificação, de contribuir para a formação de um cidadão 
consciente de suas responsabilidades em relação a si próprio e para com os outros.
No segundo ciclo do primeiro grau (correspondente aos Anos Finais do Ensino 
Fundamental), o indicante dos objetivos inscritos nos programas que foram definidos no decreto de 
14 de novembro de 1985 e cuja aplicação data do ano letivo de 1986, aparece à abertura ao exterior 
e suas realidades. Assim são abordados os problemas de sociedade, entre os quais a segurança no 
trânsito em meio escolar ocupa um lugar importante. 
A abordagem desta temática, é parte complementar dos programas de 5ª a 8ª séries, deve 
permitir que o discente perceba as convergências entre disciplinas e também analise, com uma visão 
de conjunto, os aspectos do mundo onde vive e age, de maneira a desenvolver comportamentos 
adaptados e responsáveis.
O tema da segurança se presta de maneira privilegiada à abertura às situações que cada 
discente pode enfrentar individualmente, a qualquer momento, quando sai de sua casa ou do 
colégio, e que coloca em questão sua própria segurança. Este tema permite abordar, de uma maneira 
que corresponde melhor às preocupações dos discentes, uma educação às regras de segurança no 
trânsito.
Estes objetivos foram mencionados na circular n. 87.289 de 25 de setembro de 1.987 que, 
por outro lado, dá indicações sobre os conteúdos de ensino da segurança no trânsito no colégio e 
além do seu aspecto regulamentar, esta educação se integra na preparação do discente ao seu papel 
de futuro cidadão responsável, que é uma das missões atribuídas ao segundo ciclo do primeiro grau. 
No interior desta missão é dever do professor formar seus discentes para a prática desta 
responsabilidade. Para que esta ação seja realmente eficiente, o tratamento do tema implica, por sua 
própria natureza, a participação de todas as disciplinas e exige uma coordenação entre os 
professores. A educação para a segurança no trânsito, dispensada nas condições acima citadas é 
sancionada pela entrega do atestado escolar de segurança no trânsito definido pelo decreto de 12 de 
fevereiro de 1993.
Para o ensino no segundo grau (correspondente ao Ensino Médio), a formação à segurança 
no trânsito não deve ser interrompida, mas sim continuar a ser ofertada aos discentes sob formas e 
em um plano diferente.
A explicação de fenômenos e fatores que intervêm no campo da segurança no trânsito 
oferece ao professor uma oportunidade de exploração pedagógica na sua disciplina. Finalmente, 
pela reflexão que desenvolve a educação para a segurança no trânsito no primeiro e segundo graus 
participa à formação cívica.
METODOLOGIA
Conforme as característicase os objetivos apresentados, o processo metodológico se baseou 
em instrumentos de revisão bibliográfica referente às experiências em outros países que adotaram a 
educação para o trânsito desde a infância, sito como exemplo a França, bem como amparo legal 
para a aplicabilidade da educação para o trânsito na educação básica e no ensino superior. Após 
ocorreram outras duas etapas, sendo a segunda de pesquisa e tabulação de dados sobre os acidentes 
no município de Toledo do ano de 2002 a 2006, com ciclistas, pedestres, motociclistas e demais 
veículos5, e a terceira etapa com análise do conhecimento sobre trânsito e o comportamento no 
mesmo, de crianças, adolescentes e adultos como resposta a aplicabilidade do projeto pedagógico 
que teve enfoque no trânsito seguro, desenvolvido em uma Escola Municipal e um Colégio Estadual 
no município de Toledo, com discentes da Educação Infantil, Ensino Fundamental fase inicial e fase 
final, e discentes do Ensino Médio, nos períodos matutino, vespertino e noturno, no 2º semestre do 
ano de 2006.
ANÁLISE E DISCUSSÕES DO GRÁFICO
Observou-se que os acidentes com todos os segmentos pesquisados tiveram uma crescente 
do ano de 2002 a 2006. Porém, alguns destes merecem atenção especial, como os ciclistas, que 
5 No que tange “demais veículos” estão condizentes veículos de propulsão humana, animal, de passeio ou de carga. 
PESQUISA SOBRE OS ACIDENTES NO MUNICÍPIO DE TOLEDO
fonte: SENOT - 19º Batalhão Polícia Militar
276 310
398
541 505
97 137 127 151 133
31 38 47 50 43
923
1010
1147
1401
1270
20 20 24 15 27
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2002 2003 2004 2005 2006
Motociclista Ciclista Atropelamentos Demais veículos Vítimas Fatais
talvez por ser comum possuir uma bicicleta, todas as classes sociais e culturas têm se manteve em 
uma média de acidentes nos últimos anos.
Em contrapartida, o índice de motociclistas e demais veículos, teve um aumento 
considerável nos anos pesquisados. Uma hipótese foi mudança no setor econômico do Brasil o que 
refletiu na facilidade em crédito para aquisição de veículos de duas ou mais rodas, muitas vezes por 
pessoas não habilitadas, acostumadas a fazerem uso de transportes coletivos e despreparados para o 
trânsito.
Outra hipótese é que a cidade de Toledo, assim como grande parte das cidades no Brasil, 
não foi projetada para a crescente frota de veículos, sendo assim a engenharia de trânsito também 
deve ser questionada.
Fica incógnito o ano de 2005, onde se destacou um elevado número de acidentes com todos 
os veículos citados na pesquisa, em relação aos outros anos e ao mesmo tempo, foi o ano com 
menor número de óbitos no município.
Faz-se necessário enfatizar que, conforme atribuição dada pela Medicina de Tráfego, se 
considera vítima com óbito de acidente de trânsito, o indivíduo que teve morte no local do acidente. 
Se o mesmo for levado ainda com vida para receber cuidados e vir a falecer depois, não é 
considerado para as estatísticas, como vítima fatal, devido acidente sofrido.
CONCLUSÃO
Através de diálogo com os discentes, se constatou que uma multiplicidade de pais ou 
responsáveis falam sobre trânsito ou falaram com os seus filhos, entretanto não são portadores de 
exemplos aos mesmos, incorrendo assim nas dificuldades encontradas no trânsito da atualidade. 
Houve comprovação através da aplicabilidade do projeto que a falta de educação para o 
trânsito, desde a infância à fase adulta, existe e que se supõem, segundo experiências realizadas em 
países desenvolvidos, que a preparação para o trânsito seguro desde a educação infantil faria com 
que o número de acidentes viesse a diminuir, não só em Toledo, mas em todo o país.
Como resultado, se pode observar que ignorar as normas de trânsito em função de 
açodamentos, na qual todos vivem, representa um valor equivocado, um lapso na formação do 
indivíduo adulto que é o transmissor de conhecimento para os menores com quem convive.
É de fundamental importância que todos os participantes deste trânsito respeitem as regras 
de circulação e reflitam sobre o seu comportamento. Entende-se que independentemente do que 
rege a lei, é papel da família preservar a vida e a integridade física das pessoas, bem como formar 
cidadãos responsáveis tendo a sua base na educação proporcionada desde a infância.
É possível perceber que a educação para o trânsito é uma realidade social que esta sujeita às 
interferências positivas e negativas próprias do ser humano. Desta forma, se deve pensar que ser 
transmissor de conteúdos e exemplos positivos no trânsito é dever, tanto dos pais, mestres ou de 
simples participantes da sociedade onde se vive e que o primeiro passo para desenvolver ação 
eficiente de educação para o trânsito é fazer cumprir o Código de Trânsito Brasileiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APPSITRAN – Associação Paranaense de Psicologia de Trânsito. Na prática teórica: Psicologia do 
Trânsito. Revista Contato, São Paulo, (CRP-08/PR). Ano 21 nº 21, mar./abr. 2002. 
______________A Educação de Trânsito na França. São Paulo, 2003. Disponível em: 
<http://www.ui.jor.br/educaçãohtm>Acesso em: 15 mar.2005.
ARANHA, M. L. de A. Filosofia da Educação. São Paulo:Moderna, 1996.
Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente. 3. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 
Coordenação de Publicações, 2001.
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	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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