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Hipotireoidismo Definição • Processo incidioso de falência tireoidiana; • Estado de menor disponibilidade do hormônio tireoidiano para os tecidos periféricos. Este estado de privação de hormônio faz com que uma série de processos metabólicos ocorra com velocidade diminuída acarretando um alentecimento funcional de todo o nosso organismo. Os sintomas e sinais próprios do hipotireoidismo são as consequências destas alterações. Causas O Hipotireoidismo continua tendo como sua principal causa a deficiência de iodo. Nas áreas com suficiência de iodo, a doença autoimune ( Tireoide de Hashimoto) e as acusas iatrogênicas são mais comuns. Hipotireoidismo Primário • Primeira causa mais comum é a autoimune. Resulta de tireoidite de Hashimoto e, em geral, associa-se a bócio firme, ou mais tarde no processo da doença, à tireoidite fibrótica diminuída, com pouco ou nenhuma função; • Segunda causa mais comum é o hipotireoidismo pós terapêutico, em especial após o tratamento com radiodo ou cirurgia para hipertireoidismo ou bócio. • Hipotireoidismo durante o tratamento com excesso de propiltiouracila, metimazol e iodo desaparece após a suspensão do tratamento. • A maioria dos pacientes com bócio que não seja por tireoidite de Hasmimoto é eutireoidea ou apresenta hipertireoidismo, mas pode ocorrer hipotireoidismo com bócio no bócio endêmico por causa da deficiência de iodo. A deficiência de iodo diminui a hormoniogênese tireoidiana. Em resposta, o TSH é liberado, provocando aumento da tireoide e captação ávida de iodo, causando, assim, o bócio. Se a A Propiltiouracila é um derivado tioamídico. Inibe a síntese dos hormôn os da tireoide, que são substratos para a tireoide peroxidase, resultando no desvio do iodo na síntese dos hormônios tireoidianos. Inibe também a conversão periférica de T4 para T3, ação que pode contribuir na eficácia do tratamento de hipertireoidismo. deficiência de iodo for grave, o paciente torna-se hipotireoidiano, o que é raro nos Estados Unidos desde o advento do sal iodado.; • A deficiência de iodo pode causar hipotireoidismo congênito. Em regiões no mundo todo com deficiência grave de iodo, o hipotireoidismo congênito (anteriormente denominado cretinismo endêmico) é uma das principais causas de deficiência intelectual.; • Defeitos enzimáticos hereditários raros podem alterar a síntese de hormônios tireoidianos e causar hipotireoidismo com bócio.; • Hipotireoidismo pode ocorrer em pacientes que utilizam lítio, talvez pelo fato de o lítio inibir a liberação de hormônios pela tireoide. O hipotireoidismo também pode ocorrer em pacientes que utilizam amiodarona ou outros fármacos que contêm iodo e em pacientes que utilizam interferon-alfa, e também naqueles tomando inibidores de ponto de controle ou inibidores de tirosinoquinase para câncer. O hipotireoidismo pode resultar de radioterapia para câncer de laringe ou linfoma de Hodgkin. A incidência de hipotireoidismo permanente após radioterapia é alta e a função da tireoide (por meio da medida do TSH sérico) deve ser avaliada em intervalos de 6 a 12 meses. Hipotireoidismo Secundário • Ocorre quando o hipotálamo produz TRH insuficiente ou a hipófise produz TSH insuficiente; Hipotireoidismo Terciário • Quando ocorre a secreção deficiente de TSH decorrente da deficiente de TRH Sinais e sintomas Metabolicas Intolerancia ao frio, ganho de peso modesto ( devido a retenção de líquidos e diminuição do metabolismo), hipotermia Neurologicas Esquecimento, parestesias das mãos e dos pes são comuns ( em geral esta associada a síndrome túnel do carpo-tarso causada pela deposição de substancias basais proteicas nos ligamentos ao redor dos punhos e tornozelos); desaceleração da fase de relaxamento dos reflexos tendíneos profundos. Psiquiatricas Alterações da personalidade, depressão, expressão facial embotada, demência ou psicose franca (loucura por mixedema). Dermatológicas Edema de face; mixedema; cabelo ressecado e escasso; pele seca, escamosa e espessada; carotenemia, particularmente evidente nas palmas das mãos e plantas dos pés (causada pelo depósito de caroteno nas camadas epidérmicas ricas em lipídios); macroglossia por depósito de substância amiloide na língua. Oculares Edema periorbital devido à infiltração com ácido hialurônico e sulfato de condroitina mucopolissacarídeos), pálpebras caídas por causa da diminuição do desejo adrenérgico Gastrointestinais Constipação Ginecologicas menorragia ou amenorreia secundária. Cardiovasculares Frequência cardíaca lenta (diminuição do hormônio tireoidiano e estimulação adrenérgica provoca bradicardia), coração aumentado no exame e imagiologia (em parte por causa da dilatação, mas principalmente devido a derrame pericárdico; derrames pericárdicos se desenvolvem lentamente e só raramente causam dor hemodinâmica) Outras Efusões abdominais e pleurais (as efusões pleurais se desenvolvem de modo lento e apenas raramente causam desconforto respiratório ou hemodinâmico), rouquidão e voz lenta. Sinais e Sintomas no Hipotireoidismo Secundário • Amenorreia; • Pele e cabelos secos; • Despigmentação da pele; • Minima macroglossia • Mamas atróficas; • PA baixa; • Hipoglicemia é comum em rasao de insuficiência adrenal comcomitante ou deficiência de GH Coma Mixedematoso Crescimento anormal da língua, fazendo com que esta alcance um tamanho maior do que a cavidade bucal permite e trazendo prejuízos à função de fonação, respiração, sucção e/ou deglutição. Coma mixedematoso é uma complicação potencialmente fatal do hipotireoidismo, que geralmente ocorre em pacientes com longo história de hipotireoidismo. Suas características incluem coma com hipotermia extrema (temperatura 24 °C a 32,2 °C), arreflexia, convulsões e depressão respiratória com retenção de dióxido de carbono. Hipotermia grave só pode ser percebida depois que termômetros que mostram leituras baixas são utilizados. O diagnóstico rápido com base na avaliação clínica, história e exame físico é fundamental, porque é provavelmente que ocorra morte sem tratamento rápido. Fatores precipitantes incluem doença, infecção, trauma, fármacos que suprimem o sistema nervoso central e a exposição ao frio. Diagnostico • Hormônio estimulador da tireoide • T4 livre A medição sérica do hormônio estimulante da tireoide é o exame mais sensível para o diagnóstico do hipotireoidismo. No hipotireoidismo primário, não há inibição por feedback da hipófise e o TSH sérico está sempre elevado, ao passo que o T4 livre é baixo. No hipotireoidismo secundário, as concentrações de T4 livre e TSH são baixas (às vezes, o TSH é normal, mas com bioatividade reduzida). Muitos pacientes com hipotireoidismo primário apresentam concentrações circulantes normais de T3, provavelmente em virtude do estímulo mantido do TSH sobre a tireoide deficiente, resultando em síntese preferencial e secreção do hormônio biologicamente ativo T3. Consequentemente, o T3 sérico não é um exame sensível para hipotireoidismo. Anemia é frequente, geralmente normocítica-normocrômica e de etiologia desconhecida, mas pode ser hipocrômica, em razão da menorragia, e às vezes macrocítica, em virtude de anemia perniciosa associada ou de absorção reduzida de ácido fólico. A anemia raramente é grave (hemoglobina geralmente > 9 g/dL ou 90 g/L). Na medida em que se corrige o estado hipometabólico, a anemia desaparece, às vezes tomando de 6 a 9 meses. As concentrações de colesterol sérico são habitualmente altas no hipotireoidismo primário, mas menos no hipotireoidismo secundário. Tratamento Levotiroxina ajustada ate que as concentrações de TSH estejam de médias a normais • Várias preparações hormonaistireoidianas estão disponíveis para a terapia de reposição, incluindo preparações sintéticas de T4 (L-tiroxina [levotireoxina]), T3 (liotironina), combinações dos 2 hormônios sintéticos e extrato da tireoide dessecada de animais. • L-tiroxina é preferível; a dose comum de manutenção é 75 a 150 mcg VO uma vez ao dia, dependendo da idade, índice de massa corporal e absorção (para doses pediátricas, ver Hipotireoidismo em recém-nascidos e criança). A dose inicial em pacientes jovens ou de meia idade que do contrário são saudáveis pode ser 100 mcg ou 1,7 mcg/kg VO uma vez ao dia. Entretanto, em pacientes com doença cardíaca, a terapêutica é iniciada com doses baixas, geralmente 25 mcg, 1 vez/dia. A dose é ajustada a cada 6 semanas até a dose de manutenção ser alcançada. A dose de manutenção pode precisar ser aumentada em gestantes. A dose também pode precisar ser aumentada se os fármacos que diminuem a absorção de T4 ou aumentam sua depuração metabólica são administradas concomitantemente. A dose utilizada deverá ser a mais baixa que restaura os níveis de TSH sérico para o intervalo médio/normal (embora esse critério não possa ser usado em pacientes com hipotiroidismo secundário). No hipotireoidismo secundário, a dose de L-tiroxina deve alcançar um T4 livre no intervalo médio/normal. Não se deve usar liotironina (L-tri-iodotironina) isoladamente para reposição durante períodos prolongados devido à sua meia-vida curta e aos grandes picos séricos de T3 produzidos. A administração de quantidades-padrão de reposição (25 a 37,5 mcg duas vezes ao dia) resulta em rápida elevação do T3 sérico para valores entre 300 e 1.000 ng/dL (4,62 a 15,4 nmol/L) dentro de 4 horas, em razão de sua absorção quase completa; essas concentrações voltam ao normal em 24 horas. Além disso, pacientes que recebem liotironina são quimicamente hipertireoidianos por várias horas ao dia, o que aumenta potencialmente o risco cardíaco. Padrões similares de alterações na T3 ocorrem quando misturas de T3 e T4 são ingeridas VO embora o pico de T3 seja menor em decorrência da menor quantidade de T3 administrada. Esquemas de reposição com preparados sintéticos de T4 refletem um padrão diferente de resposta sérica de T3. Os aumentos de T3 sérico ocorrem de forma gradual e as concentrações normais são mantidas quando se administram doses adequadas de T4. Preparados de tireoide dissecada de animais contêm quantidades variáveis de T3 e T4 e não devem ser prescritos a menos que o paciente esteja estável com esse preparado, mantendo concentração normal de TSH sérico. Em pacientes com hipotireoidismo secundário, não se deve administrar LEVOtiroxina até que haja evidências de secreção adequada de cortisol (ou administração de tratamento com cortisol), pois a LEVOtiroxina pode precipitar uma crise adrenal. Coma Mixedematoso • T4 IV • Corticoides • Terapia de apoio, conforme necessário • Conversão para T4 oral quando o paciente estiver estável Os pacientes requerem uma grande dose inicial de T4 (300 a 500 mcg, IV) ou T3 (25 a 50 mcg, IV). A dose de manutenção de T4 é de 75 a 100 mcg, IV uma vez ao dia, e T3, 10 a 20 mcg duas vezes ao dia, até que T4 possa ser administrada por via oral. Corticoides também são administrados, pois a possibilidade de hipotireoidismo central não pode ser excluída inicialmente. O paciente não deve ser reaquecido de forma muito rápida, pois isso pode precipitar hipotensão e arritmias. Hipoxemia é comum; assim, a PaO2 deve ser monitorada. Se houver comprometimento ventilatório, é necessária ventilação mecânica imediata. O fator precipitante deve ser tratado de modo rápido e adequado e a reposição cuidadosa de líquidos deve ser administrada com cuidado, pois pacientes com hipotireoidismo não excretam água adequadamente. Por fim, todos os fármacos devem ser administrados com cautela, por serem metabolizadas de modo mais lento que em indivíduos saudáveis. Tireoidite de Hashimoto Definição A tireoidite de Hashimoto é uma inflamação autoimune crônica da tireoide com infiltração linfocitária. Prevalencia • Mais prevalente em mulheres; • Incidência aumenta com a idade; • Tambem aumenta em pacientes com doenças cromossômicas, incluindo; è Síndrome de Down; è Síndrome de Turner; è Síndrome de Klinefelter. • Pode estar associada a outras doenças autoimunes, como: è Doença de Addison ( insufuiencia suprarrenal); è DM1; è Vitiligo; è Cabelos prematuramente grisalhos; è Anemia perniciosa; è Artite Reumatoide; è Lúpus Eritematoso Sistêmico; è Síndrome de Sjögren; è Doença celíaca; è Sindrome de deficiência poliglandular tipo 2 - Sindrome de Schmidt. Fisiopatologia A tireoidite autoimune de Hashimoto é a causa mais comum de Hipotireoidismo primário a partir da 2ª década de vida, mas ocorre principalmente após os 60 anos de idade. Estes pacientes apresentam processo crônico autoimune contra a glândula tireoide com infiltração linfocítica e destruição dos tireócitos. A tireoidite de Hashimoto pode manifestar-se inicialmente na forma de bócio, que, na grande maioria dos casos, regride progressivamente de tamanho, embora, em alguns casos, a tireoide persista com tamanho aumentado. Outra forma de apresentação é como tireoide atrófica por processo fibrótico destrutivo da glândula. Os pacientes apresentam autoanticorpos contra a glândula tireoide como o anticorpo contra a peroxidase tireoidiana (anti- TPO), que é mais específico, e contra a tireoglobulina (anti-TG). Estudos observacionais em É uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados Falta de vitamina B12 no organismo pelo comprometimento da absorção da vitamina devido a deficiência de fator intrínseco, que é uma proteína na qual a B12 se liga para ser absorvida no organismo mulheres com autoanticorpos tireoidianos positivos e função tireoidiana normal mostram incidência de Hipotireoidismo de aproximadamente de 2% a cada ano. Pacientes que apresentam quadro inicial de hipertireoidismo autoimune podem evolutivamente desenvolver Hipotireoidismo autoimune, por mudança do tipo de anticorpos produzidos predominantemente, assim como Hipotireoidismo autoimune também pode evoluir para hipertireoidismo autoimune, pelo mesmo processo. Sinais e sintomas • Aumento indolor na tireoide ou sensação do aumento de volume na gargante; • Bocio não doloro, liso ou nodular, fino e mais elástico que a tiroide normal; • Muitos pacientes apresentam sinais e sintomas do hipotireoidismo. Diagnostico • Tiroxina (T4) • Hormônio estimulante da tireoide (TSH) • Autoanticorpos tireoidianos • Ultrassonografia da tireoide Os testes consistem na medição de T4, TSH e autoanticorpos tireoidianos. No início da doença, as concentrações de T4 e TSH são normais e há altas concentrações de anticorpos peroxidase tireoidiana e, menos comumente, anticorpos antitireoglobulina. Fazer ultrassonografia da tireoide se houver nódulos palpáveis. A ultrassonografia frequentemente revela que o tecido tireoidiano tem ecotextura heterogênea e hipoecoica com septações que formam micronódulos hipoecoicos. Hipotireoidismo Subclínico Definição Uma espécie de “pré-hipotireoidismo”, uma fase anterior ao surgimento do hipotireoidismo franco. A tireoide está doente, mas ainda é capaz de produzir hormônios tireoidianos se estimulada por níveis elevados de TSH. Então, temos uma situação onde o paciente apresenta níveis de TSH acima do normal, mas seus níveis de T4 e T3 ainda estão normais (na prática clínica, só precisamos dosar os níveis sanguíneos de T4 livre, como explicarei mais à frente). Prevalência Cerca de 5 a 10% dapopulação é portadora de hipotireoidismo subclínico, boa parte dela desconhece tal situação. O hipotireoidismo subclínico é mais comum em mulheres do que em homens. A incidência também é maior em brancos e em idosos. As causas são basicamente as mesmas do hipotireoidismo franco, sendo a tireoidite de Hashimoto a principal. Diagnóstico • Diagnóstico laboratorial, pois, uma vez que o paciente ainda tenha níveis normais de hormônios da tireoide, ele não apresenta nenhum (ou quase nenhum) sintoma. Hipotireoidismo subclínico possui níveis normais de T4 livre e níveis elevados de TSH, em geral entre 5 e 10 mU/L (alguns locais usam 4,5 e 15 mU/L como limites). Habitualmente, quando o TSH já está muito acima de 10 mU/L, o paciente já não tem mais hipotireoidismo subclínico, pois o T4 livre costuma estar baixo e o paciente já apresenta sintomas de hipotireoidismo. Portanto, o hipotireoidismo subclínico geralmente apresenta TSH elevado, mas nunca muito superior a 10 ou 15 mU/L. Sintomas • Leve cansaço; • Discreta falta de vontade para realizar tarefas ou pequena intolerância ao frio; Não há sintomas clínicos relevantes que ajudem no diagnóstico, o diganostico so pode ser feito com exames laboratoriais. Tratamento Atualmente, nenhum trabalho mostrou benefícios relevantes do uso de levotiroxina nos pacientes assintomáticos com TSH entre 4,5 e 10 mU/L. O tratamento do hipotireoidismo subclínico nestes casos é bem controverso. Os que defendem o uso da levotiroxina argumentam que não há dados que demonstrem haver danos com a reposição do hormônio, além da possibilidade de melhora de sintomas não previamente reconhecidos, como cansaço e alterações discretas do humor. O consenso atual, porém, recomenda apenas a monitorização dos níveis de TSH a cada 6 a 12 meses neste grupo de pacientes, a não ser que o paciente tenha sintomas que possam ser facilmente atribuídos ao hipotireoidismo. Hipotireoidismo Subclínico na Gravidez Durante a gravidez, a fisiologia dos hormônios da tireoide altera-se completamente, fazendo com que os valores normais de TSH sejam diferentes neste grupo. Durante o primeiro trimestre de gravidez, hipotiroidismo subclínico é definido como valores de T4 livre normais associados a um TSH acima de 2,5 mU/L. No segundo e no terceiro trimestre consideramos hipotiroidismo subclínico valores de TSH acima de 3 mU/L. Como os hormônios tireoidianos são essenciais para o desenvolvimento neurológico do feto, o consenso atual é tratar todas as gestantes que tenham critérios para hipotireoidismo subclínico. PROGRESSÃO DO HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO PARA HIPOTIREOIDISMO FRANCO Uma grande parte dos pacientes com hipotireoidismo subclínico, eventualmente, irão desenvolver hipotireoidismo franco. Estudos mostram que após 10 a 20 anos até 55% dos paciente com hipotireoidismo subclínico já terão evoluído para a forma completa da doença. O risco de progressão está relacionado com a concentração inicial de TSH (pacientes com valores mais elevados de TSH, entre 12 e 15 mU/L possuem maior risco) e a presença de anticorpos contra a tireoide, como o anti-TPO. A doença de base também tem elevada influência no risco de evolução para hipotiroidismo franco. Os pacientes com doença autoimune da tiroide, como tireoidite de Hashimoto, ou que tenham recebido radioiodoterapia ou radioterapia em altas doses tendem a evoluir para hipotireoidismo. A recuperação espontânea também tem sido descrita em pacientes com hipotireoidismo subclínico, embora a frequência real desse fenômeno ainda não esteja totalmente esclarecida. Há pacientes com critérios para hipotireoidismo subclínico que, após alguns anos, apresentam normalização dos exames laboratoriais sem que nenhum tratamento tenha sido estabelecido. Em geral, são pacientes com TSH persistentemente menor que 10 mU/L e com pesquisa negativa para anticorpos contra a tireoide.
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