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RESUMO RADIO1 - Radiobiologia e Radioproteção

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 1 – 2020.1 
Radiobiologia 
 A radiação possui uma determinada dose 
energética que, conforme a frequência, varia. Essa 
energia pode causar efeitos biológicos, quando 
interagem com a matéria do corpo humano, 
podendo causar danos de diversos graus. 
 Os raios X são muito energéticos e tem a 
capacidade de atravessar as estruturas do corpo 
humano; são denominadas de radiações 
ionizantes, capazes de gerar efeitos de ordem 
somática ou genética no corpo humano. 
Obs.: Toda e qualquer dose de radiação causará algum efeito. 
Ação das radiações ionizantes sobre as células: 
• Direta: quando a radiação afeta as células 
quebrando as ligações químicas, 
principalmente de macromoléculas; gerando 
reorganização dessas moléculas, e a criação 
de outras macromoléculas alteradas pela 
presença de íons ou radicais livres. 
• Indireta: são 70% dos efeitos causados, é 
explicada pelo mecanismo da radiólise: 
quando a molécula de água é atingida por 
um fóton de raios X, poderá perder um 
elétron e se transformar em íons instáveis; o 
elétron livre se ligará a outra molécula de 
água, gerando outro íon instável, que tem 
características reativas e que podem 
desencadear diversas reações e dar origem 
a substâncias tóxicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores que regulam os efeitos das radiações 
ionizantes: 
• Dose: é a quantidade de radiação incidente 
nos tecidos; deve-se considerar, sempre, 
quanto maior a dose, maior o efeito. 
• Ritmo de aplicação: o intervalo de tempo das 
exposições, também interfere na dose. O 
período latente, é o período que demora até 
a manifestação que pode ser causada. 
• Tamanho da área irradiada: quanto maior o 
tamanho da área irradiada, em uma única 
exposição, os danos podem ser mais 
danosos e mais rápidos. 
 
• Tipos de Radiação: a radiação alfa é 
altamente ionizante, sendo mais nociva do 
que os raios X. 
• Idade: quanto mais jovens o indivíduo, 
menos resistente. 
• Tipo de órgão, tecido ou célula irradiada: a 
sensibilidade dos tecidos é proporcional a 
sua capacidade de reprodução e 
inversamente proporcional ao seu grau de 
diferenciação. 
• Espécie e resistência intrínseca 
Células mais radiossensíveis 
 
OBS.: as células que mais resistentes a radiação são as nervosas e 
musculares, que já estão diferenciadas e não se dividem. 
Grandes quantidade de radiação no corpo todo (aguda);
Grandes quantidades de radiação em áreas limitadas 
do corpo (aguda ou crônica);
Pequenas quantidades de radiação no corpo todo por 
um longo período (crônicas);
Pequenas doses de radiação em áreas limitadas do 
corpo (agudas ou crônicas);
Células basais 
da epiderme;
Eritroblastos;
Células 
Hematopoieticas 
da medula 
óssea;
Espermatogônia
s (precursoras 
do 
espermatozóide)
Células das 
criptas nas 
vilosidades 
intestinaisE
fe
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 n
a
s
 c
é
lu
la
s
Fisico: formação de ions 
instáveis pela ação de fótons
Fisico-quimico: formação de 
radicais livres, produzindo 
produtos quimicos instáveis
Química: reação dos radicais 
ente si e com outras moléculas, 
dando origem a compostos 
tóxicos
Biologica: efeitos provocados 
nas biomoléculas, gerando 
efeitos biológicos; mutações e 
morte.
Na célula no geral: alterações 
morfologicas, na fisiologia e 
permeabilidade celular e na 
desintegração das mitocôndrias 
e complexo de golgi.
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 1 – 2020.1 
Efeitos Biológicos 
 Podem ser de diversas ordens, podendo ser 
determinísticos ou estocásticos e somáticos ou 
genético. Existem algumas dificuldades em avaliar 
os efeitos das radiações ionizantes, pode ser: 
inespecificidade, polimorfismo e período de 
latência. 
• Efeitos somáticos: afeta apenas quem foi 
exposto, atingindo estruturas ou funções 
imediatamente. Gerando consequências a 
curto, médio, ou a longo prazo. 
• Efeitos genéticos: podem ocorrer nos 
descendentes dos indivíduos que foram 
irradiados, gerando alterações genéticas em 
células germinativas. 
• Efeitos determinísticos: está relacionado 
com a exposição e o sintoma da radiação, 
geralmente, ocorrendo em um período curto 
de latência, com uma dose de radiação 
acima de 1.5 Gy; é comum o indivíduo 
apresentar: vômitos, diarreias, febre, queda 
de cabelo, perda de peso e, até mesmo, 
morte (esses sintomas caracterizam a 
síndrome aguda de radiação). Ex.: 
esterilidade e radiodermite 
Efeitos determinísticos no corpo: 
 
 
OBS.: Na radiação diagnostica, as doses não são capazes de gerar 
esse tipo de dano. 
OBS.: Os procedimentos odontológicos devem ser realizados antes 
das sessões de radioterapia, para não desencadear nenhum 
processo. 
• Efeitos estocásticos: esses efeitos não são 
aparentes e dependem de um longo período 
de latência; relacionados a exposições por 
baixas doses. São considerados no campo 
da probabilidade, assim os efeitos 
dependem do valor total da dose acumulada 
no corpo humano. Ex.: câncer e anomalias 
hereditárias 
Efeitos estocásticos mais comuns: 
 
Sindrome Hematopoiética
•Medula óssea hipoplásica; leucopenia; trombocitopenia;
petéquias; septicemia; purpura
Esterilidade (temporária ou permanete)
•Ovarios são mais resistentes do que o testiculo; porém a
linhagem germinativa ovariana é mais sensivel
Catarata
•O cristalino é o tecido mais radiossensível do corpo, também
por estar "desprotegido".
•Há uma opacificação do cristalino, que pode ser cusada por
doses agudas localizadas;
•Há uma realação direta entre a idade do individuo e a dose
recebida de radiação.
Eritema
•Queimadura na pele
Alopecia
•Também provocada por doses agudas e localizadas, podendo
ser permanetes ou temporárias
Osteorradionecrose
•Complicação mais séria da exposição da cabeça e pescoço
•No tecido osseo, a radiação provoca danos permanentes aos
osteócitos e ao sistema microvascular;
•O osso se torna hipóxico, hipovascular e hipocelular
•O osso não cicatriza e morre, sendo muito comum na
mandibula, por ter pouco suprimento sanguineo, frente a maxila
Síndrome Gastrointestinal
•Necrose e ulceração epitelial; infecção; diarreia; septicemia
Sindrome do sistema nervoso central e cardiovascular
•Edema cerebral; necrose; coma
Efeitos na cavidade oral
•Xerostomia; perda de gustação; mucosite; cáries por radiação; 
desenvolvimento dentário
Radiodermite
• Inicia com um eritrema, e evolui podendo chegar a ferimentos
de dificil cicatrização e, até, amputação dos membros.
Probabilidade de indução de câncer
•Correlaciona-se com pessoas que receberam altas doses de
radiação, com o acumulo da radiação no corpo.
•Depende muito do tecido e do orgão, e da sua suscepitibilidade
Efeitos genéticos
•Quando a radiação altera o conteúdo do DNA, podendo
transferir para futuras gerações;
•Podem se manifestar várias gerações depois;
•Não há limiar de doses para efeietos genéticos
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 1 – 2020.1 
 
Efeitos Teratogênicos 
 Os efeitos produzidos no feto ou no embrião 
são chamados de teratogênicos, eles são muito 
sensíveis aos efeitos da radiação, principalmente 
até a 9ª semana, podendo desencadear anomalias 
congênitas ou, até mesmo, doenças mentais. 
Assim, há uma dose limite para gestantes de 2mSv, 
no abdômen, e durante o desenvolvimento do 
intrauterino, não pode passar de 200mSv. 
 
 
 
Revisando... 
• As radiações ionizantes são fatores 
mutagênicos; 
• Os efeitos são deletérios; 
• A ação mutagênica é cumulativa; 
• Os danos crescem linearmente com a dose; 
• Não há limiar abaixo do qual uma dose seja 
inócua; 
Radioproteção 
 Os raios X podem e devem ser utilizados, 
desdeque sejam devidamente controlados e com 
as devidas precauções. Na odontologia, deve-se 
considerar condições satisfatórias para o 
diagnóstico, e erros de técnica e de exposição 
podem expor ainda mais o paciente a radiação. 
A radioproteção se baseia em 4 princípios: 
1. Princípio da justificação da prática: 
nenhuma prática envolvendo exposição 
pode ser adotada, a menos que produza 
benefício suficiente ao indivíduo exposto. 
2. Princípio da otimização da proteção: o 
valor das doses individuais, o número de 
pessoas expostas e a probabilidade de 
ocorrência de exposições, deverão ser 
mantidos baixos quanto razoavelmente 
exequíveis. 
3. Princípio da limitação de doses 
individuais: a exposição de indivíduos, 
resultante da combinação de todas as 
práticas relevantes, deve estar sujeita a 
limites de doses ou, no caso de exposições 
potenciais, sujeita a algum controle de risco. 
4. Princípio da prevenção de acidentes: no 
projeto e operação de equipamentos e de 
instalações se deve minimizar a 
probabilidade de ocorrência de acidentes 
(potenciais exposições). 
Proteção ao paciente: 
• Armazenamento dos filmes radiográficos 
e líquidos processadores: observar o 
prazo de validade, e a sua durabilidade; 
devem ser armazenados na geladeira ou em 
locais de baixa temperatura, protegidos das 
luzes e longe de radiações. 
• Utilizar filmes radiográficos de maior 
sensibilidade: os filmes do tipo E e F, 
precisam de menos tempo de exposição 
para serem sensibilizados, cerca de 40% 
menos. 
• Processamento químico adequado dos 
filmes radiográficos: é no processamento 
em que acontece a maioria dos erros 
radiográficos, precisando de maior atenção; 
levando em consideração todos os fatores 
cruciais para um processamento bem feito, 
considerando, principalmente o método 
temperatura-tempo. 
• Arquivamento dos exames radiográficos: 
a forma de arquivar, também garante que os 
exames não sejam repetidos e que o 
histórico do paciente não se perca. Esses 
exames devem ser impressos em cartelas 
plásticas, datados, e armazenados em 
envelopes. 
Sobre tudo, as quantidades de radiação usadas na 
odontologia, não são capazes de gerar esses efeitos; sendo 
necessário doses entre 1000mSv e 2000mSv, para 
desencadear esses efeitos; embora, possa contribuir para o 
desenvolvimento de cânceres, pelo acumulo de doses. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 1 – 2020.1 
• Aparelhos radiográficos: a calibragem e 
manutenção dos aparelhos devem ser 
periódicas, para evitar vazamento ou 
interrupção no fluxo das radiações liberadas, 
além de precisarem apresentar alguns 
elementos que evitam a dissipação de 
radiação secundária (citados no resumo: 
Raios X e Aparelhos Radiográficos). A 
duração da exposição deve ser a menor 
possível, havendo botão disparador, 
dispositivo sonoro e a lâmpada piloto (que 
deve apagar quando a exposição for 
encerrada). 
OBS.: quanto ao descarte do aparelho, ele deve ser desabilitado, de 
modo que não produza radiação ionizante, todos os indicadores de 
radiação devem ser removidos e as autoridades precisam ser 
comunicadas. 
• Técnicas radiográficas: as técnicas 
dependem do paciente, e do tipo de 
diagnóstico que quer se obter; sempre que 
possível, utilizando posicionadores ou 
mantenedores de filmes; recomenda-se, 
sempre, avaliar a possibilidade de realizar 
uma radiografia panorâmica, que requer 
menos de 10% do tempo de exposição, 
quando comparados as radiografias 
periapicais e interproximais. 
• Avental e colar de chumbo/plumbíferos: 
são de uso obrigatórios durante a execução 
das radiografias, com objetivo de proteger as 
gônadas contra as radiações secundárias, 
protegendo, também, o tecido 
hemocitopoiético do tórax e do abdômen. 
• Esclarecimento do paciente: conversar 
com o paciente sobre a sua colaboração 
durante as tomadas radiográficas é 
essencial. 
• Radiografias digitais: com isso, a 
exposição do paciente aos raios X, diminui 
muito. 
Proteção do operador: 
 O operador de raios X, é a pessoa que está 
mais sujeita a deposição de doses de radiação, por, 
além de estar sempre em contato com a radiação, 
também está vulnerável a radiações secundárias, 
etc... a maioria dos cuidados para os pacientes 
também podem ser aplicados para o profissional. 
 No caso do dentista, este, quando realizar 
uma radiografia, deve se posicionar entre 90º a 
135º do feixe primário, se colocando 2m de 
distância do paciente, caso se coloque atras de 
portas ou biombos, devem ter uma espessura 
mínima de 2mm, e serem revestidos de chumbo. O 
dispositivo de raios X, deve ser acionado de 
maneira remota, ou por meio de um controle ligado 
ao aparelho por um fio de longa distância (min 2m). 
Proteção do meio ambiente: 
 O posicionamento do paciente é crucial para 
evitar a disseminação dos raios X além da sala de 
radiografias. Sendo conveniente que o paciente 
esteja posicionado frente ao feixe primário de 
radiação, em direção a uma parede, e a porta de 
abertura deve dar acesso a um local sem pessoas. 
 As divisórias dos consultórios devem ser de 
material que limite a radiação, podendo ser de 
alvenarias, tendo, no mínimo, 8cm de espessura, 
com revestimento de chumbo ou barita. 
 Ainda é importante lembrar que a quantidade 
de exposição do ambiente depende da 
quilovoltagem, da capacidade de absorção das 
divisórias e da quantidade de radiografias que são 
realizadas. Os líquidos de processamento devem 
ser descartados de maneira correta, não podendo 
ser no lixo/esgoto comum. 
OBS.: O exame radiográfico só poderá ser realizado, com a 
solicitação do médico ou dentista, mediante a justificativa. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
FENYO-PEREIRA, Marlene; CRIVELLO JÚNIOR, 
Oswaldo; LASCALA, César Ângelo; et 
al. Radiologia odontológica e imaginologia. [S.l: 
s.n.], 2013. 
Princípio ALARA: Não há limiar abaixo do qual uma dose 
seja ineficaz como fator de alterações genéticas e neoplasias 
malignas, portanto qualquer dose é potencialmente capaz de 
induzir efeitos.

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