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FICHAMENTO O INÍCIO DA PSICOTERAPIA

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA/JF
	
	
	Pró Reitoria
 Acadêmica – Direção Acadêmica
	
	
	Curso: Psicologia
	
	
	Professor: Caroline Levate
Aluno: Simone Bosich Rezende
	
	
CORDIOLI, Aristides Volpato, CEITLIN, Lúcia Helena Freitas et al. O início da psicoterapia, Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artmed, 2008. 3ed. Capítulo 7, p.125-136
	
O INÍCIO DA PSICOTERAPIA
 
O presente trabalho tem como objetivo, explanar a relevância das questões existentes no início da psicoterapia e aborda a temática das avaliações das capacidades e condições pessoais do paciente, o contrato terapêutico, o vínculo terapêutico, a aliança terapêutica e sobre o diagnóstico e a indicação da terapia.
A especificidade no início da psicoterapia, tem uma característica especial que pode nesta fase inicial, despertar uma série de sentimentos, emoções no paciente e pode trazer consigo muitas expectativas, dúvidas, simpatia, esperanças e sentimentos e emoções negativos como rejeição, abandono, ciúmes, rechaço, desesperanças e muitos outros sentimentos no início do tratamento.
Paciente e terapeuta precisam criar um vínculo terapêutico saudável, de confiança, onde ambos possam conhecer o jeito e o estilo de ser um do outro, com implicação no tratamento.
No entanto, o terapeuta também traz seus conteúdos de sentimentos e emoções como fantasias, problemas pessoais e conflitos que possa estar vivendo e expectativas para o atendimento do novo paciente que chega para o tratamento.
Porém, o terapeuta deverá saber controlar seus sentimentos e emoções, trabalhar as questões em sua própria terapia pessoal para que assim, não atrapalhe a aliança terapêutica e o tratamento possa evoluir positivamente.
O terapeuta também deve ser capaz de ter empatia, acolher e compreender o sofrimento e os conflitos que seu paciente traz para a sessão, despertando no paciente uma certa confiabilidade para com ele. Proporcionar um ambiente acolhedor onde não terá críticas, censuras ou julgamentos e com isso propicie ao paciente a segurança e a confiança de relatar seu sofrimento, seus segredos mais íntimos que trazem dor em sua vida.
O paciente, muitas vezes se sente incapaz de lidar com os seus próprios conflitos, se sentir oprimido por angústias e ter percepções distorcidas e crenças irreais de si mesmo e com isso vai apresentar a sua verdade, o seu modo de ser e de estar no mundo, seu modo de amar, de odiar, de sentir ciúmes, querer afeto, validação e reconhecimento.
O paciente poderá identificar o terapeuta como uma figura de autoridade, transferindo para o terapeuta um saber, e não é qualquer saber, é um saber que deduz que o terapeuta sabe sobre ele, que irá tirar todas as suas dores, que irá lhe proteger como os seus pais ou cuidadores, professores e as pessoas que fizeram ou fazem parte da sua vida.
Os autores orientam que o terapeuta no início do tratamento deve tentar conhecer ao máximo o seu novo paciente e proporcionar condições para obter uma relação de confiança.
Quanto ao diagnóstico, as sessões iniciais, nem sempre são suficientes para identificar qual o grau do sofrimento do paciente, quais sintomas poderá indicar ou não algum tipo de transtorno.
 Isso irá depender de cada paciente e o quão disposto ele estará em investir na sua evolução pessoal, no investimento financeiro e no investimento de tempo.
O paciente na fase inicial do tratamento pode ter expectativas de várias naturezas mágicas ou realistas, positiva ou negativas, ou grandiosas e inexistentes, mas isso deverá ser trabalhado nas sessões para o esclarecimento desses pontos, falar para o paciente algumas vezes sobre os motivos que o fizeram buscar a terapia, o que pretende resolver ou mudar em sua vida e se depois destas entrevistas preliminares, o terapeuta achar que deve encaminhá-lo para outro tipo de psicoterapia, deve comunica-lo que isso irá acontecer.
É muito importante também ter a informação se o paciente faz outro tipo de acompanhamento com outro profissional de outras áreas de saber, como por exemplo se faz tratamento psiquiátrico.
A dupla deverá investir na terapia, cada um ao seu modo e com respectivas responsabilidades e implicações no tratamento, pois muitos pacientes são resistentes em admitir a natureza psicológica ou emocional dos seus conflitos conscientes e inconscientes, atribuindo as doenças fisiológicas.
O contrato terapêutico é fundamental para que o tratamento evolua. É acordo entre paciente e terapeuta em que possa definir o que é terapia, para que serve e para que se destina, quais os objetivos, em que lugar será realizada as sessões, o número de sessões, os dias estabelecidos, as responsabilidades da dupla e o que é esperado de cada um.
Alguns pacientes podem levar um tempo prolongado para aprender a desempenhar seu papel de acordo com o modelo proposto e o terapeuta e deve estar atento a isso, ficar atento nas suas atitudes durante as sessões e que deverão ser atitudes consistentes com o processo básico da modalidade da terapia escolhida.
Dentro do contrato terapêutico existem regras e combinações. Essas regras irão ser diferentes, mais flexíveis ou não dependendo do modelo de terapia.
No contrato de psicoterapia de orientação psicanalítica, o objetivo é aumentar o conhecimento que o paciente tem de si mesmo, pelas explorações interpessoais com pessoas significativas da sua vida presente ou do passado e com o terapeuta, pois na transferência o modo que o paciente se coloca no mundo poderá se repetir com o terapeuta nas sessões. No início do tratamento, os pacientes podem apresentar insatisfações, mas também a terapia pode ter um efeito catártico e consequentemente trazer alívio pelo fato do paciente expressar seu sofrimento em palavras.
Neste processo, o paciente pode projetar no terapeuta seus próprios conteúdos dolorosos, negativos, punitivos, mas também poderá projetar conteúdos positivos e amorosos de si mesmo.
O terapeuta deverá ajudar o paciente a desenvolver sua auto-observação e que mesmo fora das sessões o paciente assuma está auto-observação sobre suas emoções, falas, comportamentos variados. Para o desenvolvimento desta habilidade de auto-observação, é preciso algumas atitudes que podem ser:
Ficar atento aos sentimentos e emoções mais intensas e desagradáveis, identificar as circunstâncias ou as pessoas que a provocam, identificar os pensamentos e fantasias ou lembranças associadas, observar comportamentos e pensamentos pessoais que pareçam estranhos e contraditórios, registrar sonhos ocorridos nos intervalos das sessões, identificar situações atuais ou passadas que desencadeiam certas atitudes e sentimentos, fazer uma espécie de registro mental todo este material para explorá-lo junto com o terapeuta.
A comunicação verbal é uma habilidade que depende do grau de inteligência, cultura e da própria psicopatologia em curso e o terapeuta deve estar atento ao nível educacional e cultural do paciente.
Silêncios prolongados podem provocar o aumento da ansiedade e o surgimento de sentimentos de desamparo, raiva, hostilidade, competição ou retaliação por parte do paciente ou também uma manifestação contra transferencial por parte do terapeuta que deve compreender e tentar interpretá-las.
Além da comunicação verbal do terapeuta existem outras formas de comunicação como a fisionomia, o olhar, os comportamentos objetivos do paciente como a fala, os atrasos, pouca participação e etc...
 A iniciativa nas sessões é do paciente e o terapeuta deve em cada sessão aguardar um tempo para que o paciente associe livremente e a associação por iniciativa do paciente é fundamental para a psicoterapia. O terapeuta deve dizer algo no início da sessão. Quando o paciente demonstrar muita resistência em falar.
Já na terapia cognitiva comportamental, o contrato terapêutico é um modelo que enfatiza a cognição, sentimentos e comportamentos do paciente. O objetivo é observar como o paciente interpreta a sua existência, suas experiências e como atua no mundo a partir das suas crenças disfuncionais, catastróficos, percepções distorcidas sobre si e as pessoasdo seu entorno familiar, profissional e social, erros de julgamentos e etc...
 A terapia cognitivo comportamental valoriza muito a relação terapêutica, onde o terapeuta guia o paciente e também aplica a psicoeducação.
O paciente com a ajuda do terapeuta, pode identificar quais gatilhos quais gatilhos fazem com que ele percebe e age diante de suas emoções despertadas, erros de pensamentos, sentimentos e comportamentos diante de alguns fatos específicos da sua vida e principalmente se estas questões são recorrentes.
A terapia cognitiva comportamental é uma terapia breve, objetiva e mais focal, exigindo do terapeuta mais atividade.
O sucesso de uma terapia depende da formação de um vínculo saudável, confiável, afetivo para que o paciente possa falar de si com segurança e confiabilidade.
O paciente ao longo do tratamento tende a repetir com o terapeuta o seu jeito de ser com as pessoas que ele convive fora da terapia, ou seja, na relação transferencial. O terapeuta também poderá contra transferir para o paciente conteúdos inconscientes, fantasias e isso pode paralisar se o terapeuta não identificar o fato ou pode ser muito positivo se o terapeuta interpretar e a partir disso trabalhar com o seu paciente, mas para isso o terapeuta deve estar também fazendo sua terapia ou análise pessoal para identificar os conteúdos que são seus e não projetar em demasia no paciente.
O terapeuta pode facilitar o vínculo com disponibilidade de tempo suficiente para que o paciente possa relatar os seus problemas, atenção, curiosidade e interesse em escutar o seu paciente, capacidade de entender e compreender os motivos que fizeram o paciente procurar pelo tratamentos, cuidado em não emitir julgamentos e críticas e tirar conclusões apressadas, empatia, cordialidade e sensibilidade para responder as perguntas do paciente e maturidade o suficiente para não se perturbar por mais assustadoras que sejam as revelações.
A aliança terapêutica é essencial para todas as formas de terapia e existem alguns elementos importantes para a construção da aliança terapêutica como: ser receptivo aos problemas e objetivos do paciente, demonstrar entender e aceitar o paciente, reconhecer quando p paciente faz progressos, ressaltar as experiências positivas da dupla, apoiar o paciente na manutenção das defesas úteis e das atividades construtivas.
O início da psicoterapia tem questões relevantes como o esclarecimento de eventuais dúvidas e inseguranças que restaram na fase inicial em relação aos problemas do paciente e passadas a fase inicial, em geral de entusiasmo, o paciente se vê diante de novas perspectivas para a sua vida, mas também pode voltar o sentimento de medo, fantasias e o terapeuta deve tentar fazer o uso da interpretação de tais sentimentos transferenciais e para isso, é muito importante que o terapeuta tenha sensibilidade de fazer este manejo da transferência.

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