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________________________________________________________________________________ DANIELA KAZUMA SUGUIMOTO LORENA DIVA BONIFACIO DOS SANTOS SIMULAÇÃO DE RUPTURA DA BARRAGEM III DO LAGO IGAPÓ DO MUNICÍPIO DE LONDRINA ________________________________________________________________________________ Londrina 2020 DANIELA KAZUMA SUGUIMOTO LORENA DIVA BONIFACIO DOS SANTOS SIMULAÇÃO DE RUPTURA DA BARRAGEM III DO LAGO IGAPÓ DO MUNICÍPIO DE LONDRINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia Civil, do Centro Universitário Filadélfia de Londrina, Orientador: Professor Me. Júlio César Filla Londrina 2020 3 SUMÁRIO 1. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ............................................................................... 6 2. OBJETIVO DO PROJETO .................................................................................. 11 3. PÚBLICO ALVO – USUÁRIOS ........................................................................... 11 4. DISCIPLINAS ENVOLVIDAS NO PROJETO ..................................................... 11 5. NORMAS OU DOCUMENTOS TÉCNICOS CONSULTADOS ........................... 12 6. MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ......................................... 12 6.1. MÉTODO HEC-RAS ........................................................................................... 12 6.1.1. Estudo do Canal a Jusante da Barragem ..................................................... 13 6.1.1.1. Curvas de Nível ........................................................................................ 13 6.1.1.2. Configuração Geométrica do Canal (Modelagem ArcGIS) ....................... 14 6.1.2. Estudo da Bacia a Montante da Barragem ................................................... 15 6.1.2.1. Hidrograma de Ruptura............................................................................. 15 6.1.3. MODELAGEM NO HEC-RAS ...................................................................... 18 6.1.3.1. Definição da Geometria da Brecha ........................................................... 22 6.1.4. ZONEAMENTO DE RISCO .......................................................................... 22 7. RESULTADOS ................................................................................................... 25 7.1. ESTUDO DO CANAL A JUSANTE DA BARRAGEM ......................................... 25 7.1.1. Modelagem ArcGIS ...................................................................................... 25 7.2. ESTUDO DO CANAL A MONTANTE DA BARAGEM ........................................ 27 7.2.1. Hidrograma de Ruptura ................................................................................ 27 7.3. MODELAGEM NO HEC-RAS ............................................................................. 30 7.3.1. ZONEAMENTO DE RISCO .......................................................................... 32 8. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fase de construção da Barragem III ...................................................................... 6 Figura 2 – Vista parcial do Lago Igapó e a ausência da ocupação urbana em seu entorno 20/08/1959 .............................................................................................................................. 7 Figura 3 – Barragem III do Lago Igapó, anos 1960 ................................................................. 7 Figura 4 – Imagem de satélite dos lagos do Ribeirão Cambé no perímetro urbano de Londrina (Data da imagem: 26/04/202) .................................................................................................. 8 Figura 5 – Lago Igapó I e Barragem III .................................................................................... 9 Figura 6 – Fluxograma da metodologia ................................................................................. 13 Figura 7 – Hidrograma de decaimento parabólico ................................................................. 16 Figura 8 – Fotografias para coeficientes de Manning típicos ................................................ 19 Figura 9 – Projeto da Barragem III do Lago Igapó ................................................................. 20 Figura 10 – Projeto da Barragem II do Lago Igapó (seção da barragem) ............................. 21 Figura 11 – Batimetria mais curvas de nível .......................................................................... 25 Figura 12 – Modelo de elevação digital (MDE) da região onde ocorrerá a simulação .......... 26 Figura 13 – Vetorização do Rio à jusante da barragem ........................................................ 27 Figura 14 – Hidrograma de Ruptura ...................................................................................... 29 Figura 15 – Seções topobatimétricas .................................................................................... 30 Figura 16 – Seção transversal da barragem ......................................................................... 31 Figura 17 – Geometria da Brecha .......................................................................................... 31 Figura 18 – Geometria do vertedor ........................................................................................ 32 Figura 19 –Hidrograma de cheia nas seções ......................................................................... 33 Figura 20 – Altura da onda de cheia nas seções ................................................................... 33 Figura 21 – Velocidade da água nas seções ......................................................................... 34 Figura 22 – Risco hidrodinâmico nas seções ........................................................................ 34 Figura 23 - Mapa de inundação do rompimento da Barragem III do Lago Igapó I ................. 37 Figura 24 - Mapa de inundação próximo as seções 1 e 2 ...................................................... 38 Figura 25 - Mapa de inundação próximo a seção 3 ............................................................... 39 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Coeficientes de rugosidade de Manning conforme a Figura 8 ............................. 20 Tabela 2 - Parâmetros de ruptura .......................................................................................... 22 Tabela 3 – Número esperado de vítimas em função do tempo de alerta ............................... 23 Tabela 4– Consequências do Risco Hidrodinâmico ............................................................... 24 Tabela 5 – Nível de perigo para seres humanos ................................................................... 24 Tabela 6 – Nível de perigo para edificações .......................................................................... 24 Tabela 7 – Dados de entrada (Barragem III do Lago Igapó) .................................................. 28 Tabela 8 – Obtenção da vazão de pico pelas equações da Tabela 1 .................................... 28 Tabela 9 – Elementos da Equação 1 ..................................................................................... 28 Tabela 10 – Cálculo das vazões e áreas parciais .................................................................. 29 6 1. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO A Barragem III do Lago Igapó foi uma obra realizada com o intuito de solucionar um problema de drenagem do ribeirão Cambé, a existência de uma barragemnatural de pedra dificultava o escoamento da água e provocava alagamento nas propriedades rurais localizadas no seu entorno. No entanto, ao invés de remover o obstáculo geológico, optou-se por, a partir dele, construir uma barragem artificial e, em consequência, criar o Lago Igapó I. Sua criação representou parte da comemoração do Jubileu de Prata de Londrina. A represa foi idealizada em 1957, pelo então prefeito Antônio Fernandes Sobrinho, e inaugurada em 10 de dezembro de 1959. Os responsáveis pelo projeto e execução da barragem foram os engenheiros e técnicos da prefeitura, Amílcar Neves Ribas e José Augusto de Queiróz. A Figura 1 mostra a barragem ainda em construção, que foi realizada com as contribuições dos proprietários das terras no entorno do córrego juntamente com os órgãos públicos. A barragem é composta por comportas para seu esvaziamento e o controle de nível, transformando em uma passarela a uma altura de 6,60 metros 105 metros de comprimento, com 750.000 m³ de água ocupando uma área de 250.000 m². Os 25 vertedouros da barragem correspondiam aos 25 anos de municipalidade de Londrina. Figura 1 – Fase de construção da Barragem III Fonte: Museu Histórico de Londrina. As figuras a seguir mostram o Lago Igapó I após a construção da Barragem III. 7 Figura 2 – Vista parcial do Lago Igapó e a ausência da ocupação urbana em seu entorno 20/08/1959 Fonte: Museu Histórico de Londrina. Figura 3 – Barragem III do Lago Igapó, anos 1960 Fonte: Augusto Galante, [196-] (Museu Histórico de Londrina) O Lago Igapó I, localizado no município de Londrina, é resultado do primeiro represamento de um trecho do ribeirão Cambé. Posteriormente, foram represados mais trechos, resultando nos lagos Igapó II, III e IV (Figura 4). O ribeirão Cambé tem sua nascente localizada no município de Cambé, e atravessa o município de Londrina 8 no sentido noroeste-sudeste por uma extensão de aproximadamente 21 km, até atingir o ribeirão Três Bocas e finalmente desaguar no rio Tibagi (MAEDA, 2008, p. 83). Figura 4 – Imagem de satélite dos lagos do Ribeirão Cambé no perímetro urbano de Londrina (Data da imagem: 26/04/2020) Fonte: Adaptado do Google Earth, 2020. O Igapó I têm suas margens bastante distintas, parte é de acesso público, enquanto a outra é ocupada exclusivamente por residências de alto padrão, acomodadas em grandes lotes. Posteriormente, foram construídos alguns edifícios de alto padrão localizados na margem de acesso ao público (Figura 5), porém, tratando-se de uma área urbana já consolidada, esses empreendimentos não são tão numerosos quanto os que tem surgido na margem direita do Igapó II. 9 Figura 5 – Lago Igapó I e Barragem III Fonte: Wilson Vieira (2015). As barragens são, de modo geral, estruturas associadas a um elevado potencial de risco devido à possibilidade de ruptura, com consequências catastróficas para as próprias estruturas, para o meio ambiente, com destruição de fauna e flora, e principalmente pelas perdas de vidas humanas e econômicas. Posto isto, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (PARANÁ, 2019) elaborou um relatório de auditoria, com o objetivo de avaliar a fiscalização da segurança das barragens nos órgãos responsáveis no estado do Paraná. Entre as estruturas analisadas, está a Barragem Igapó III. O relatório apresenta seus pontos irregulares e a categoriza com Dano Potencial Associado (DPA) alto, e ainda aponta que em 20 de dezembro de 2018 o Instituto das Águas do Paraná emitiu Ofício à Prefeitura Municipal de Londrina (na condição de empreendedor dessas barragens) a fim de que apresentasse os seguintes documentos no prazo de 24 (vinte e quatro) meses: Plano de Segurança de Barragem, Inspeção de Segurança Regular, Revisão Periódica de Segurança de Barragem e Plano de Ação de Emergência (PAE), visto que, barragens com DPA alto, enquadram-se na Lei Nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Conforme o art. 12 da Lei nº 12.334, o PAE deve conter no mínimo quatro requisitos básicos, sendo eles: I – identificação e análise das possíveis situações de emergência; II – procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições potenciais de ruptura da barragem; 10 III – procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência, com indicação do responsável pela ação; IV – estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente afetadas em situação de emergência. O Manual de Segurança e Inspeção de Barragens (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2002) apresenta um modelo para elaboração de um PAE de acordo com as obrigações constantes na Lei nº 12.334. Segundo o modelo apresentado, é necessária a realização de mapas de inundação, onde serão apresentadas as áreas que serão inundadas e o respectivo tempo de chegada da onda de cheia até essas áreas, de forma a facilitar a execução dos planos de evacuação. Dito isso, um estudo de ruptura hipotética é essencial para a elaboração de um PAE. De acordo com Zhang, Xu e Jia (2007), que analisaram as ocorrências das causas e sub-causas das maiores ocorrências de falhas em barragens em vários países, a insuficiência de vertedores e a vazão superior à de projeto são as principais causas de galgamento nas barragens. O relatório de auditoria (PARANÁ, 2019) aponta a contagem errônea dos vertedouros, havendo uma quantidade inferior à registrada e o não funcionamento nas comportas de fundo do reservatório. Além disso, de acordo com Chang (2016) as inundações urbanas na cidade de Londrina, especificamente na bacia do Ribeirão Cambé, estão acontecendo com maior frequência e intensidade, sejam devido a impermeabilização do solo da bacia, ao sistema de drenagem ineficiente ou ao assoreamento do Lago Igapó. Estes fatores ficam mais evidentes nos eventos de chuvas intensas, quando ocorrem alagamentos e transbordamentos no Lago Igapó I, II, III e IV. Sendo assim, este estudo será realizado tendo como base a ruptura causada por galgamento através de um modelo hidrodinâmico unidimensional utilizando o software HEC-RAS (River Analysis System). O galgamento é o transbordamento da barragem, ou seja, a passagem das águas sobre sua estrutura, resultado da chegada de uma onda de cheia excepcional ou de uma falha operacional do reservatório e as estruturas de descarga da barragem não são suficientes para armazenar e extravasar a quantidade de água. Pode-se citar ainda como situações que levem ao galgamento de uma estrutura de barramento problemas operacionais oriundos do mau funcionamento de comportas e válvulas de 11 descarga e obstrução das mesmas por material de assoreamento (FARIA F. L. F., SILVA M. B., REIS M. M., AMORIM J. C. C.). 2. OBJETIVO DO PROJETO O objetivo deste trabalho é a simulação da ruptura da Barragem III do Lago Igapó, localizada na cidade de Londrina. Entre os objetivos específicos estão a simulação da mancha de inundação, avaliação da cota máxima atingida pela onda de cheia e estimar o seu tempo de dissipação. 3. PÚBLICO ALVO – USUÁRIOS A comunidade do entorno que seria afetada pelo possível rompimento da barragem e o órgão competente, neste caso a Prefeitura Municipal De Londrina, na condição de empreendedor, sendo a responsável legal pela segurança da barragem, e cabendo a ela o desenvolvimento de ações para garanti-la. 4. DISCIPLINAS ENVOLVIDAS NO PROJETO Inicialmente são necessários os fundamentos teóricos de Hidrologia, Hidráulica, Barragens, Topografia, Geodésia, Sensoriamento Remoto, Sistema de Informações Geográficas (SIG), Gestão Ambiental, Geologia e Mecânica dos Solos, assim como a Lei n° 12.334, de 20 de setembro de 2010, que estabeleceu a Política Nacional de Segurança em Barragens e criou o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança deBarragens. Para modelagem morfológica do relevo e definição da geometria da barragem e da bacia, será utilizado ArcGIS juntamente com as extensões HEC-GeoRAS, ArcHydro e HEC-GeoHMS. E, finalmente completar a modelagem de geometria, modelagem do reservatório, simular computacionalmente o rompimento hipotético da barragem e, através dos resultados gráficos analisar o impacto causado nas imediações do canal a jusante da barragem será utilizado o software River Analysis System (HEC-RAS). 12 5. NORMAS OU DOCUMENTOS TÉCNICOS CONSULTADOS Como há a ausência de normas técnicas regulamentando a construção, execução e funcionamento das barragens em geral, exceto à de rejeitos, esse trabalho foi baseado em consultas a outros trabalhos técnicos da área, bem como bibliografias sobre o assunto. 6. MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO O estudo de rompimento de barragem é um problema típico de regime variável com superfície livre. Pode ser desenvolvido baseado em modelagem matemática, física ou numérica. As soluções analíticas, desenvolvidas na modelagem matemática, tem utilização reduzida, mas são úteis para o desenvolvimento de análises preliminares ou aproximadas dos casos de estudo. A aplicação de modelos físicos para um estudo deste tipo é difícil, ou o modelo tem que ter dimensões gigantescas e por isso impraticáveis, ou escolhendo uma escala reduzida, a reprodução da cheia induzida sofre efeitos de escala. Os modelos físicos quando utilizados em conjunto com os modelos numéricos podem trazer grandes benefícios (ANA, 2018). Atualmente, os modelos numéricos são os mais utilizados em análise de casos complexos, pois se aproximam mais das condições reais que estão sendo analisadas. A análise da propagação da onda de cheia decorrente da ruptura hipotética da Barragem III do Lago Igapó será realizada através do software HEC-RAS 5.0.3 (Hydrologic Engineers Corps – River Analysis System). O modelo se baseia na resolução das equações de Saint-Venant uni ou bidimensionais, na versão 5.0.3, considerando regimes não permanentes. 6.1. MÉTODO HEC-RAS HEC-RAS, na verdade é uma sigla, que traduzida significa Sistema de Análises de Rios do Corpo de Engenharia do Exército Norte Americano. Neste pode-se realizar análises envolvendo Escoamento Permanente, Não Permanente, Análise da qualidade da água e Movimento de Sedimentos. 13 O HEC-RAS é software gratuito e trabalha com pequenas simplificações na equação de Saint Venant. Por ser um software bastante preciso, é visto pelos profissionais da área como referência no quesito de estudo de escoamento de rios. Além disso, o HEC-RAS permite integração com softwares de análise Sistema de Informação Geográfica (GIS), como o ArcGIS e o AutoCAD Civil 3D, e assim facilita a criação de mapas de inundação. A criação do modelo de simulação hidrodinâmica no HEC-RAS 5.0.3 será realizada de acordo com fluxograma apresentado na figura 6: Figura 6 – Fluxograma da metodologia Fonte: Das autoras, 2020. 6.1.1. Estudo do Canal a Jusante da Barragem 6.1.1.1. Curvas de Nível O modelo de elevação digital (MDE) foi feito com os arquivos obtidos na Prefeitura Municipal de Londrina e do Sistema de Informação Geográfica de Londrina Metodologia HEC-RAS Estudo da bacia a montante da barragem Hidrograma de Ruptura Estudo do canal a jusante da barragem Obtenção das Curvas de nível Configuração geométrica do canal Modelagem no HEC-RAS Parâmetros definidores da brecha Zoneamento de risco Simulação Hidrodinâmica Delimitação da área inundada 14 (SIGLON), contendo a batimetria dos Lagos Igapó I, II, III e IV, e as curvas de nível do perímetro urbano de Londrina. Os dois arquivos estavam no formato DWG, então sua junção foi feita utilizando o software Autodesk AutoCAD Map 3D 2020. 6.1.1.2. Configuração Geométrica do Canal (Modelagem ArcGIS) O ArcGIS, desenvolvido pela empresa americana ESRI (Environmental Systems Research Institute), é um pacote de softwares de elaboração e manipulação de informações vetoriais e matriciais, que disponibiliza ferramentas integradas de fácil utilização (SANTOS, 2009). Dentro desse pacote de softwares, há o ArcMap, que é o software onde serão apresentados objetos de interface gráfica, além de fontes e figuras. Com o arquivo das curvas de nível, foi gerado o modelo vetorial em Triangulation Interpolated Network (TIN) com uso do ArcMap. A configuração geométrica foi feita usando o HEC–GeoRAS. O HEC-GeoRAS é uma extensão para uso com o ArcGIS, foi desenvolvido especificamente como uma ferramenta de auxílio no processo de criação, edição e exportação da geometria para o HEC-RAS. O HEC-GeoRAS permite a vetorização dos elementos importantes a modelagem como rios, as margens de rios, as seções transversais topobatimétricas, pontes, reservatório e estrutura em linha, como barragens. A vetorização consiste no uso de linhas e polígonos para a representação dos elementos. Primeiro, cria-se uma camada para cada um dos itens a serem vetorizados e posteriormente começa a etapa de vetorização. Após a vetorização, os elementos são importados pelo software HEC-RAS. A ferramenta para a geração das camadas se encontra na extensão HECGeoRAS, no Menu RASGeometry e são apresentadas na ordem em que devem ser utilizadas. O Quadro 1 descreve de forma sucinta, as ferramentas que foram utilizadas da extensão HEC-GeoRAS 15 Quadro 1 – Ferramentas do HEC-GeoRAS Ferramenta Descrição Resumida CREATE RAS LAYER Cria as camadas shape da geometria LAYER SETUP Especifica os temas para os ficheiros de importação STREAM CENTERLINE ATTRIBUTES Identifica a topologia e atributos do rio XS CUT LINE ATTRIBUTES Identifica a topologia e atributos das seções transversais EXPORT RAS DATA Cria o arquivo de importação para o HEC-RAS STREAM CENTERLINE Camada de vetorização do rio BANK LINES Camada de vetorização das margens XS CUTLINES Camada de vetorização para as seções transversais FLOWPATH CENTERLINES A partir da intersecção das flowpaths com as seções transversais são definidas as distâncias entre as seções, nas margens esquerda e direita e canal do rio. INLINE STRUCTURE Camada de vetorização para a estrutura em linha (Barragem) STORAGE AREA Camada de vetorização para o reservatório Fonte: Organizado pelas autoras, 2020. 6.1.2. Estudo da Bacia a Montante da Barragem 6.1.2.1. Hidrograma de Ruptura Para simular o evento de ruptura da barragem é necessário primeiramente elaborar o hidrograma da vazão efluente no momento da ruptura. As principais características a serem determinadas referem-se à forma e ao tempo de formação da 16 brecha. O hidrograma de ruptura representa graficamente a variação da vazão efluente da barragem no tempo (Figura 7), sendo que a vazão de pico está caracterizada no topo do hidrograma em um determinado instante, e são construídos a partir dos valores de vazão de pico (𝑄𝑝), do tempo de pico (𝑇𝑝) e da constante (𝑘), conforme a Equação 1. 𝑄(𝑡) = 𝑄𝑝 [( 𝑡 𝑡𝑝 ) . 𝑒 (1− 𝑡 𝑡𝑝 ) ] 𝑘 (1) Figura 7 – Hidrograma de decaimento parabólico Fonte: Revista Militar de Ciência e Tecnologia, 2019. A constante 𝑘 varia de 0,1 a 0,5, sendo calibrado de tal modo que o volume do hidrograma de ruptura seja igual ao volume do reservatório no momento do rompimento. A vazão de pico efluente devido à ruptura pode ser obtida através de expressões matemáticas, estabelecidas por alguns autores. Onde são relacionadas as características da barragem (altura do barramento, comprimento da crista, volume do reservatório, etc.). O Quadro 2 apresenta algumas das equações utilizadas para o cálculo da vazão de pico. 17Quadro 2 – Diferentes formulações matemáticas para a determinação da vazão de pico AUTOR VAZÃO DE PICO CARACTERÍSTICA Lou (1981) apud Mascarenhas (1990) 𝑄𝑝 = 7,683. 𝐻𝑑 1,909 Equação baseada na análise de 19 diferentes casos de ruptura de natureza diversa. Hagen (1982) 𝑄𝑝 = 1,205. (𝐻𝑑 . 𝑉) 0,48 Equação baseada em observações de valores relativos a casos já ocorridos de ruptura. Saint-Venant apud U. S. Army Corps of Engineers (1997) 𝑄𝑝 = 8 27 . 𝐵𝑑 . √𝑔. 𝑌 3 2⁄ Equação desenvolvida por Saint-Venant para o caso de remoção instantânea e total do barramento. Schoklistch (1917) apud ICOLD (1998) 𝑄𝑝 = 8 27 . ( 𝐵𝑑 𝐵𝑏 ) 1 2⁄ . 𝐵𝑏 . √𝑔. 𝑌 3 2⁄ Equação considerando a situação em que a ruptura ocorre em parte da crista de uma barragem. Bureau of Reclamation (1982) apud Bureau of Reclamation (1987) 𝑄𝑝 = 19. 𝐻𝑑 1,85 Equação baseada em dados coletados de vazões de pico históricas e da profundidade da lâmina d’água no reservatório no momento da ruptura. Vertedor de Soleira Espessa (Singh, 1996) 𝑄𝑝 = 1,7. 𝐵𝑏 . 𝐻𝑏 3 2⁄ De acordo com Singh, o escoamento que passa pela brecha pode ser assumido como análogo ao escoamento que passa por um vertedor retangular de soleira espessa. Wetmore e Fread (1981) apud French (1985) 𝑄𝑝 = 1,7. 𝐵𝑏 . { 1,94 𝐴𝑠 𝐵𝑏 𝑇𝑝+[ 1,94.𝐴𝑠 (𝐵𝑏.√𝐻𝑑) ] } 3 Equação considerando a formação de uma brecha retangular, desenvolvendo-se em um intervalo de tempo (t). Fonte: USACE, 1980. Onde: 𝑄𝑝 = vazão máxima defluente da barragem em ruptura (m³/s); 𝑉 = volume máximo do reservatório para o nível de água máximo (m³ ); 𝐴𝑠 = área do reservatório para o nível de água máximo (m²); 𝐵𝑑 = largura da barragem (m); 𝐻𝑑 = altura da barragem (m); 𝐵𝑏 = largura final da brecha (m); 𝐻𝑏 = altura final da brecha (m); 𝑌 = profundidade média no reservatório no instante da ruptura (m); e 𝑇𝑝 = tempo para desenvolvimento da brecha (s). 18 O tempo de pico está relacionado ao tempo de evolução da brecha e normalmente é definido a partir de tabelas relacionadas as características das barragens e do tipo da brecha. Para esta simulação será utilizada a metodologia definida no item 6.1.3.1. De posse da vazão de pico e do tempo de pico, pode-se assim elaborar o hidrograma de ruptura. Para tal, será utilizada a metodologia desenvolvida por Faria F. L. F., Silva M. B., Reis M. M. e Amorim J. C. C. (2019), que tem como premissa buscar um parâmetro para obter a vazão de pico de modo que ela esteja relacionada somente ao volume total, ou volume útil do reservatório, e ao tempo de pico. De acordo com o hidrograma de decaimento parabólico, a área do gráfico sob a curva deve ser igual ao volume total do reservatório, ou seja, a integral definida da função Q(t) no intervalo de zero até o final do tempo de base é igual ao volume do reservatório. A função Q(t) é exponencial e tem seu valor máximo quando 𝑡 = 𝑡𝑏, independentemente do valor de 𝑘. 𝑉 = ∫ 𝑄(𝑡) 𝑡𝑏 0 = ∫ 𝑄𝑝 𝑡𝑏 0 [( 𝑡 𝑡𝑝 ) . 𝑒 (1− 𝑡 𝑡𝑝 ) ] 𝑘 (2) Segundo os autores Faria F. L. F., Silva M. B., Reis M. M. e Amorim J. C. C. (2019), alcança-se a maior vazão de pico com k = 0,5, para um mesmo volume de reservatório e mesmo tempo de pico, variando-se apenas a vazão de pico. Sendo assim, para obter a vazão de pico os autores propõem que seja fixado um tempo de pico (𝑇𝑝), e o 𝑘, variando-se apenas a vazão de pico (𝑄𝑝) até que a área do gráfico coincida com o volume do reservatório. 6.1.3. MODELAGEM NO HEC-RAS Na modelagem no HEC-RAS é feita a configuração da geometria (seção da barragem e do reservatório), do regime não permanente e do plano de simulação do sistema. Como a geometria da bacia já está pré-definida no ArcGIS pela extensão HEC- GeoRAS conforme descrito em 6.1.2.1, basta importa-la para o HEC-RAS. Feito esse procedimento, em cada seção, poderemos utilizar uma importante ferramenta do HEC-RAS, que é a Interpolação de seções. Esta ferramenta criar novas seções com 19 base nas características das seções mais próximas. Isto permite ao usuário obter um número maior de seções, aumentando sua precisão e diminuindo a instabilidade da simulação. O próximo passo é definir os coeficientes de Manning nas seções topobatimétricas existentes da Geometria. Os coeficientes de rugosidade foram definidos conforme a Figura 8, que tem seus valores apresentados na Tabela 1. Figura 8 – Fotografias para coeficientes de Manning típicos Fonte: Chaudhry, 1993 20 Tabela 1 – Coeficientes de rugosidade de Manning conforme a Figura 8 Fotografia Valor do coeficiente "n" de Manning a 0,024 b 0,030 c 0,032 d 0,036 e 0,041 f 0,049 g 0,050 h 0,060 i 0,070 j 0,075 Fonte: Chaudhry, 1993. Deve-se analisar a necessidade do uso da ferramenta Levees nas seções, pois esta permite que sejam definidas as elevações que devem ser ultrapassadas pela água para que ocorra uma inundação no terreno, pois o HEC-RAS utiliza o conceito de Vasos Comunicantes, e por isso, imagina que todos os pontos, de mesma elevação de uma seção topobatimétrica devem ser inundados de acordo com o nível d’água atingido. Em seguida, devem ser inseridas as informações geométricas da barragem, tais como: a elevação da crista da barragem e largura. Tais informações, são encontradas no projeto da barragem (Figuras 9 e 10), obtido na Prefeitura Municipal de Londrina. Figura 9 – Projeto da Barragem III do Lago Igapó Fonte: Prefeitura Municipal de Londrina. 21 Figura 10 – Projeto da Barragem II do Lago Igapó (seção da barragem) Fonte: Prefeitura Municipal de Londrina. Com a estrutura da barragem pronta, são definidas as características geométricas da brecha, conforme descritos no item 6.1.3.1 para uma barragem de contrafortes. O HEC-RAS faz uso de modelos matemáticos, para solucionar a equação de Saint Venant, e assim obter os dados referentes à simulação do escoamento. Para que isso seja possível, é necessário que o usuário forneça algumas informações referentes ao escoamento não permanente, que serão utilizados como Condições de Contorno. Estas condições, consideradas como condições iniciais, permitirão ao modelo obter as cotas de inundação, tempo de chegada da onda, e outras informações necessárias para a simulação de rompimento. Apesar de o HEC-RAS possuir inúmeras opções de Condições de Contorno, as mais utilizadas são o Hidrograma e a Declividade da Linha de Energia, utilizadas como condições de montante e jusante respectivamente. Além disso, é necessário definir as condições iniciais da simulação, e assim inserir informações referentes à vazão do canal, no momento do rompimento e o nível d’água no reservatório. 22 A janela de simulação do HEC-RAS é o local onde são definidas as informações referentes a simulação de rompimento, o intervalo de tempo analisado, o tipo de escoamento e também a quantidade de informações que se deseja extrair da simulação. 6.1.3.1. Definição da Geometria da Brecha Os parâmetros necessários para a realização da simulação são: a largura da brecha, declividade e o tempo de ruptura. Tais parâmetros, podem ser determinados de acordo a metodologia definida pela Eletrobrás (2003), em função do tipo da barragem. Conforme descritos na Tabela 2. Tabela 2 - Parâmetros de ruptura. TIPO DE BARRAGEM ARCO CONTRAFORTE GRAVIDADE TERRA E ENROCAMENTO Largura da Brecha (B) Comprimento da crista Múltiplos trechos Um ou mais trechos (usualmente menor do que metade do comprimento da crista) Entre 1 e 5 vezes a altura da barragem (normalmente entre 2 e 4 vezes) Declividade da lateral da brecha (1 Horiz: Z Vert) Entre zero e a declividadedo vale Normalmente zero Normalmente zero Entre 0,25 e 1 Tempo para a formação total da brecha (T) em horas Menor do que 0,1h Entre 0,1h e 0,3h Entre 0,1h e 0,3h Entre 0,1h e 1,0h (compactada) entre 0,1h e 0,5h (não compactada) Fonte: Eletrobrás, 2003. 6.1.4. ZONEAMENTO DE RISCO O estudo do zoneamento de risco é descrito por Balbi (2008) como um processo que consiste na divisão do território potencialmente atingido pela onda de cheia, sendo classificado segundo os riscos envolvidos, a magnitude do dano, a vulnerabilidade e os tempos de alerta envolvidos. 23 De acordo com Almeida (2001), as principais características hidrodinâmicas envolvidas em um zoneamento são: • Áreas atingidas (determina quais elementos em risco serão afetadas, população, estruturas, etc.); • Cotas máximas dos níveis d’água ou alturas máximas; • Instante de chegada da onda de cheia; • Instante de chegada da altura máxima; • Grau de perigo em função do risco hidrodinâmico, definido como o produto da velocidade e altura (V x H), em m²/s; • Velocidade máxima do escoamento. A USBR (1999) propõe um critério para estimar a perda de vidas em função do tempo de alerta (Tabela 3). Tabela 3 – Número esperado de vítimas em função do tempo de alerta. Tempo de aviso (min) Perda de vidas Número esperado de vitimas 0 a 15 Significante NEV= 50% do número de pessoas em risco 15 a 90 Potencialmente significante NEV= 6 % do número de pessoas em risco Mais de 90 Perda de vidas virtualmente Eliminada NEV= 0.02% do número de pessoas em risco Fonte: Adaptado de USBR, 1999. Os principais parâmetros para classificar os danos são: a área atingida, a profundidade da cheia (H) e a sua velocidade de propagação (V). A ameaça provocada por esses fatores combinados corresponde ao Risco hidrodinâmico calculado pela Equação 6. Risco hidrodinâmico = H × V (3) Onde: Risco hidrodinâmico = m²/s H = profundidade (m); V = velocidade do fluxo (m/s) 24 Synaven et al., (2000) realizaram simulações com pessoas e modelos físicos de edificações para tentar obter o grau de perigo de uma inundação como mostra a Tabela 4. Tabela 4– Consequências do Risco Hidrodinâmico Risco Hidrodinâmico (m²/s) Consequências <0,5 Crianças e deficientes são arrastados 0,5 – 1 Adultos são arrastados 1 – 3 Danos de submersão em edifícios e estruturais em casas fracas 3 – 7 Danos estruturais em edifícios e possível colapso > 7 Colapso de certos edifícios Fonte: Adaptado de SYNAVEN, 2000. Em função da profundidade e da velocidade, Viseu (2006) estabeleceu critérios para graduação do risco. As Tabelas 5 e 6 mostram essas graduações. Tabela 5 – Nível de perigo para seres humanos Nível Classe Inundação Estática (H) Inundação Dinâmica (HxV) Baixo Verde < 1 m < 0,5 m²/s Moderado Amarelo 1 m – 3 m 0,5 m²/s – 0,75 m²/s Alto Laranja 3 m – 6 m 0,75 m²/s – 1,0 m²/s Muito Alto Vermelho > 6 m > 1,0 m²/s Fonte: Adaptado de VISEU, 1998 Tabela 6 – Nível de perigo para edificações Nível Classe Inundação Dinâmica (HxV) Velocidade (V) Baixo Verde < 3 m²/s < 2 m/s Moderado Amarelo 3 m²/s – 5 m²/s 2 m/s – 4 m/s Alto Laranja 5 m²/s – 7 m²/s 4 m/s – 5,5 m/s Muito Alto Vermelho > 7 m²/s > 5,5 m²/s Fonte: Adaptado de VISEU, 1998 25 7. RESULTADOS 7.1. ESTUDO DO CANAL A JUSANTE DA BARRAGEM 7.1.1. Modelagem ArcGIS Após a junção dos arquivos de batimetria e as curvas de nível (Figura 11), foi gerado um arquivo TIN (Triangulated Irregular Network) no software ArcGis, e feito o recorte de modo que abrangesse somente a região de interesse para o estudo (Figura 12). Após isso, foi então iniciado o processo de vetorização dos elementos notáveis que são basicamente o rio, as margens do rio, as seções transversais topobatimétricas, pontes, reservatório e estrutura em linha (neste caso, a barragem) com a extensão HECGEO-RAS. Na figura 13, é possível observar a vetorização do rio. Com isso, o arquivo está pronto para ser utilizado no Software Hec-RAS onde ocorrerá a simulação do rompimento da barragem. Figura 11 – Junção da batimetria com as curvas de nível Fonte: Prefeitura Municipal de Londrina 26 Figura 12 – Modelo de elevação digital (MDE) da região onde ocorrerá a simulação Fonte: Elaborado pelas autoras, 2020. 27 Figura 13 – Vetorização do Rio à jusante da barragem. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2020. 7.2. ESTUDO DO CANAL A MONTANTE DA BARAGEM 7.2.1. Hidrograma de Ruptura Primeiramente, foram feitos os cálculos das vazões de pico utilizando-se as expressões empíricas do Quadro 2, para fins de posterior comparação. Os dados de entrada utilizados para o cálculo de 𝑄𝑝 e seus resultados podem ser observados na Tabela 7 e 8, respectivamente. 28 Tabela 7 – Dados de entrada (Barragem III do Lago Igapó) ENTRADA DE DADOS PARA CÁLCULO DAS VAZÕES DE PICO UNIDADE LARGURA DA BARRAGEM (Bd) 140 m ALTURA DA BARRAGEM (Hd) 7 m VOLUME DO RESERVATÓRIO PARA N.A. MÁXIMA (V) 750000 m³ ÁREA DO RESERVATÓRIO PARA NA MÁXIMA (As) 250000 m² LARGURA FINAL DA BRECHA (Bb) 6 m ALTURA FINAL DA BRECHA (Hb = Hd) 7 m TEMPO PARA DESENVOLVIMENTO TOTAL DA BRECHA (tp) 360 s PROFUNDIDADE MÉDIA NO RESERVATÓRIO (Y = 1/3 x Hd) 2,333333 m ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE (g) 9,81 m/s² Fonte: Elaborado pelas autoras, 2020. Tabela 8 – Obtenção da vazão de pico pelas equações da Tabela 1 EQUAÇÃO VAZÃO DE PICO (m³/s) Lou 315,37 Hagen 2026,11 Saint-Venant 2289,93 Schoklistch 95,87 Boreau of Reclamation 695,32 Singh 188,91 Wetmore e Fread 182,38 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2020. A seguir foi iniciada a aplicação da metodologia proposta pelos autores Faria F. L. F., Silva M. B., Reis M. M. e Amorim J. C. C. (2019), para um pior cenário, onde tem-se a maior vazão com menor tempo de base, foi usado o 𝑘 = 0,5. Na Tabela 9 estão os elementos da Equação 1, e a Tabela 10 mostra o cálculo das áreas e as vazões em tempos determinados para a confecção do hidrograma (Figura 13). Tabela 9 – Elementos da Equação 1 Qp (m³/s) Tp (s) k ÁREA TOTAL DO GRÁFICO VOLUME TOTAL (M³) 546,453 360 0,5 750022 750000 Fonte: Das autoras, 2020. 29 Tabela 10 – Cálculo das vazões e áreas parciais Q (t) t (s) ÁREAS PARCIAIS (m²) 0 0 98362 546 360 182733 469 720 147046 348 1080 106569 244 1440 73661 165 1800 49543 110 2160 32734 72 2520 21358 47 2880 13806 30 3240 8860 19 3600 5654 12 3960 3591 8 4320 2272 5 4680 1432 3 5040 901 2 5400 565 1 5760 354 1 6120 221 0 6480 138 0 6840 86 0 7200 53 0 7560 33 0 7920 21 0 8280 13 Fonte: Das autoras, 2020. Figura 14 – Hidrograma de Ruptura Fonte: Das autoras, 2020. 0 100 200 300 400 500 600 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 V az ão ( m ³/ s) Tempo (h) 30 7.3. MODELAGEM NO HEC-RAS O coeficiente de rugosidade foi adotado 0,030 para o rio e 0,07 para as margens conforme descrito da Tabela 1. A Figura 25 apresenta a seção exportada do ARCGIS para o HEC-RAS, após a definição do coeficiente de rugosidade e a interpolação das seções (15 em 15 metros). Figura 15 – Seções topobatimétricas Fonte: Das autoras, 2020. A Barragem III do Lago Igapó é feita de concreto, tem altura variável em sua seção não ultrapassando a cota 526 metros e 140 metros de comprimento. A Figura 16 mostra a configuração da seção transversal no HEC-RAS. De acordo com ELETROBRÁS (2003) a brecha em uma barragem de contrafortes pode ocorrer múltiplos trechos, sendo assim, a ruptura total do barramento não é um dos modos de falha mais prováveis para a estrutura. Segundo Morris e Galland (2000), a brecha formada pelo colapso de uma barragemde concreto em contraforte deve ser função da distância entre dois pilares de sustentação da estrutura. E afirmam ainda que uma brecha típica deste tipo de barragem, pode ser assumida pelo colapso de um ou dois contrafortes, como consequência da falha dos pilares de sustentação dos mesmos. Neste trabalho, considerou-se uma brecha causada pela ruptura de dois contrafortes. A geometria da brecha, pode ser observada 31 na Figura 17 e seu tempo de formação foi tido como sendo 0,1 horas conforme ELETROBRÁS (2003). Figura 16 – Seção transversal da barragem Fonte: Das autoras, 2020. Figura 17 – Geometria da Brecha Fonte: Das autoras, 2020. Para as condições de escoamento no regime não permanente, foram definidos o hidrograma de ruptura (Figura 14) como condição de montante, e a declividade do rio como condição à jusante obtida automaticamente pelo software HEC-RAS, o reservatório foi considerado, inicialmente, em sua máxima elevação (Cota 526). A 32 vazão inicial do canal a montante (seção da barragem), foi considerada como sendo a soma das vazões dos vertedouros da barragem. A Figura 18 apresenta o perfil típico do vertedor, observa-se que sendo este um vertedor retangular (Vertedor de Bazin), sua vazão pode ser calculada conforme equação de Francis: 𝑄 = 1,838𝐿𝐻 3 2 (4) Sendo: Q = vazão no vertedor, em m³/s; L = largura da soleira, em m; H = carga hidráulica, em m; O resultado obtido para a vazão de um vertedor deve ser multiplicado pelos seus 25 vertedouros. Na janela de simulação, o escoamento foi analisado para um período de 3 horas com nível de detalhamento a cada um minuto neste período. Figura 18 – Geometria do vertedor Fonte: Prefeitura Municipal de Londrina. 7.3.1. ZONEAMENTO DE RISCO Para facilitar a análise do zoneamento de risco, ao fim da simulação, observou- se as áreas de maior abrangência da mancha de inundação, e, portanto, foram definidas 3 seções para o estudo do zoneamento de maneira mais detalhada, considerando sua proximidade às vias urbanas e habitações. Para cada seção, obteve-se a variação da vazão (Figura 19), velocidade (Figura 20), altura da onda (Figura 21) e risco hidrodinâmico (Figura 22) ao longo do período da simulação (3 h). 33 Figura 19 –Hidrograma de cheia nas seções Fonte: Das autoras, 2020. Figura 20 – Velocidade da água nas seções Fonte: Das autoras, 2020. 0 100 200 300 400 500 600 12:00:00 AM 12:30:00 AM 1:00:00 AM 1:30:00 AM 2:00:00 AM 2:30:00 AM 3:00:00 AM V az ão ( m ³/ s) Tempo (h) seção 1 seção 2 seção 3 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 12:00:00 AM 12:30:00 AM 1:00:00 AM 1:30:00 AM 2:00:00 AM 2:30:00 AM 3:00:00 AM V el o ci d ad e (m /s ) Tempo (h) seção 1 seção 2 seção 3 34 Figura 21 – Altura da onda de cheia nas seções Fonte: Das autoras, 2020. Figura 22 – Risco hidrodinâmico nas seções Fonte: Das autoras, 2020. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 12:00:00 AM 12:30:00 AM 1:00:00 AM 1:30:00 AM 2:00:00 AM 2:30:00 AM 3:00:00 AM A lt u ra d a Á gu a (m ) Tempo (h) seção 1 seção 2 seção 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 12:00:00 AM 12:30:00 AM 1:00:00 AM 1:30:00 AM 2:00:00 AM 2:30:00 AM 3:00:00 AM R is co H id ro d in âm ic o ( m ³/ s) Tempo (h) seção 1 seção 2 seção 3 35 Com o risco hidrodinâmico é possível determinar o impacto real da ruptura da barragem. Na seção 1, próximo à rua Almeida Garrete, o maior risco hidrodinâmico foi da ordem de 8,53 m²/s, resultando um nível de perigo muito alto para seres humanos (vermelho) e também danos estruturais muito altos (vermelho) em seus pontos de abrangência. O tempo de chegada da onda de inundação nesta seção foi de 4 minutos, sendo assim pode gerar perdas de vidas significantes. Na seção 2, localizada na rotatória entre rua Bélgica e rua Waldemar Sprager, o maior valor para o risco hidrodinâmico foi de 6,38 m²/s, sendo assim, possui altíssimo nível de perigo para seres humanos (vermelho), e alto nível de perigo para as edificações (laranja). Com um tempo de chegada de 5 minutos, pode gerar um número de vítimas da ordem de 50%. Na seção 3, entre o cruzamento da rua Pedro Antonio da Silva e Av. Dez de Dezembro, o risco hidrodinâmico chegou a 4,71 m²/s, de modo que, como nas outras seções, apresenta um alto nível de perigo para seres humanos (vermelho), já para as edificações possui um médio nível de perigo (verde). Nesta seção, o tempo de chegada da onda de inundação é por volta de 15 minutos, considerado perigoso e com alto número de vítimas. Além do risco hidrodinâmico, uma parte muito importante deste trabalho para a elaboração do zoneamento de risco é o mapa de inundação, que pode ser observado na figura 34 e apresenta a mancha de inundação em sua totalidade para o trecho do Ribeirão Cambé analisado a jusante da Barragem III, além disso, nele pode-se observar a localização das 3 seções em que o risco hidrodinâmico foi analisado. Nas Figuras 35 e 36 foi realizada uma redução de escala de modo que se pudesse observar a mancha de inundação nas seções analisadas com maior clareza. 37 Figura 23 - Mapa de inundação do rompimento da Barragem III do Lago Igapó I Fonte: Das autoras, 2020. 38 Figura 24 - Mapa de inundação próximo as seções 1 e 2 Fonte: Das autoras, 2020. 39 Figura 25 - Mapa de inundação próximo a seção 3 Fonte: Das autoras, 2020. 40 8. CONCLUSÃO O trabalho teve como objetivo simular computacionalmente a ruptura hipotética da Barragem III do Lago Igapó I, do município de Londrina, e através de resultados gráficos como hidrogramas de vazão a jusante da barragem e mapa de inundação, analisar os impactos causados nas imediações do canal à jusante da barragem. O canal, a jusante da Barragem III, foi caracterizado com a criação de seções transversais no HEC-GeoRAS, tendo uma distância de 15 metros entre elas. O início deste canal abrange áreas habitadas e ruas com alto índico de tráfego, sendo de suma importância o estudo da simulação da ruptura da barragem. Além do estudo do canal a jusante da barragem, foi realizado o estudo do canal a montante onde por métodos matemáticos foi obtido o hidrograma de ruptura da barragem, que teve como vazão de pico 546,453 m³/s. Com porte dos dados do canal a jusante da barragem, o hidrograma de ruptura e a seção da barragem, foram feitas várias simulações no HEC-RAS em regime não- permanente, até que se encontrasse a simulação de menor instabilidade e ausência de erros. Com a obtenção dos resultados da simulação, foi feita a análise do risco hidrodinâmico, a fim de avaliar de forma combinada a ameaça da altura da onda de cheia e sua velocidade de propagação. Além disso, elaborou-se o mapa de inundação a jusante da barragem. Com todos os objetivos estabelecidos cumpridos, conclui-se que o rompimento hipotético da Barragem III, sob as condições previstas no trabalho, impacta diretamente vidas humanas, edifícios, e vias de tráfego urbano nas áreas imediatamente a jusante da barragem, por serem regiões habitadas, enquanto que em grande parte do trecho do canal os impactos seriam ínfimos, pois trata-se de áreas desabitadas com inexistência de infraestruturas. 42 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. B. Emergência e gestão do risco. In: Curso de Exploração e Segurança de Barragens. Capítulo 7. Lisboa: Instituto Nacional da Água (INAG), 2001. 104p AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Manual Básico - HEC-RAS 5.0.3 Ruptura de Barragem. Brasília: ANA, 2018. Disponível em: < https://capacitacao.ana.gov.br/conhecerh/handle/ana/892> BALBI, D.A.F. Metodologias para a elaboração de Planos de Ações Emergenciais para inundações induzidas por Barragens. Estudo de Caso: Barragem de Peti – MG. 2008. 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OBJETIVO (10 pontos) Os objetivos para a projeto estão bem definidos e coerentes com o atendimento da demanda? PÚBLICO (10 pontos) O público alvo do projeto está bem delimitado? Quem são os usuários no negócio? DISCIPLINAS (10 pontos) Avaliara apresentação das disciplinas envolvidas no projeto. Quais as necessidades de compatibilização? REDAÇÃO (10 pontos) Verificar se o estilo de redação foi apropriado (formal) e a ocorrência de erros ortográficos. ABNT (10 pontos) O texto segue as normas de formatação, citações e referências? ORIGINALIDADE DO TEXTO (10 pontos) Avaliar se o texto foi produção do aluno ou contém cópias de outros documentos. Centro Universitário Filadélfia de Londrina Graduação em Engenharia Civil ALUNO: NOME DO AVALIADOR: NOTA FINAL N1