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QUÍMICA ORGÂNICA Pearson Education EMPRESA. CIDADÃ QUÍMICA ORGÂNICA Organizadora Kelly Cristina S. de A. Pícolo Mestre em tecnologia nuclear, área de aplicações, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (IPEN-USP) Bacharel e licenciada em química pelas Faculdades Oswaldo Cruz PEARSON : 1 1 ' * ,._,. Fmra Resrt!te -. cll~ ""t<>ral © 2014 by Pearson Education do Brasil Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e t ransmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Pearson Education do Brasil. Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer Gerente de produção editorial: Kelly Tavares Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso Coordenação de produção editorial: Sérgio Nascimento Editor: Casa de Ideias Editor assistente: Marcos Guimarães Redação: Ana Claudia Vargas Preparação: Cíntia Leitão Revisão: G abrielle Navarro Projeto gráfico e diagramação: Casa de Ideias Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ( Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Qyímica orgânica/ Biblioteca Universitária Pearson . - São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2014. 1. <2.!,tímica orgânica I. Biblioteca Universitária Pearson. 14-02066 Índice para catálogo sistemático: 1. Qyímica orgânica 547 2014 CDD-547 Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à Pearson Education do Brasil, uma empresa do grupo Pearson Education Rua Nelson Francisco, 26 - Limão CEP: 02712-100, São Paulo - SP Fone: (11) 2178-8686 - Fax: (11) 2178-8688 e-mail: vendas@pearson.com SUMÁRIO Apresentação ........................................................................................... IX Prefácio ....................................................................................................... XI Unidade 1 Química orgânica: origem ............................................. 1 ltd ~, ,. A• 4 n ro uçaoaqu1m1caorgan1ca ........................................................... . Substâncias orgânicas e inorgânicas ................................................ 4 Teoria atômica ............................................................................................. 6 Estrutura do átomo ................................................................................. 6 Distribuição de elétrons em um átomo ......................................... 8 Ligações iônicas, covalentes e polares .......................................... 1 O Ligações iônicas .................................................................................... 11 Ligações covalentes ............................................................................. 12 Ligações covalentes polares ............................................................. 14 Representação da estrutura ............................................................... 16 Estruturas de Lewis .............................................................................. 16 Estruturas de Kekulé ............................................................................ 21 Estruturas condensadas ..................................................................... 21 Hibridização .............................................................................................. 23 Nomenclatura e propriedades de hidrocarbonetos alifáticos .................................................................................................. 26 Nomenclatura de substituintes alquila ....................................... 32 Nomenclatura de alcanos ............................................................. .... .... .... ........... 37 Unidade 2 Isomeria - estados da matéria .................................. 4 7 Tópicos de estereoquímica - alcenos ............................................ 49 Fórmula molecular e grau de instauração ................................... 50 Nomenclatura de alce nos ................................................................. 52 Estrutura dos alcenos .......................................................................... 56 Isomeria cis-trans ................................................................................. 57 Nomenclatura e propriedades de hidrocarbonetos aromáticos ............................................................................................ 60 Nomenclatura ........................................................................................ 61 Fontes de hidrocarbonetos aromáticos ....................................... 64 Toxicidade ............................................................................................... 66 3 ( Química orgânica Estabilidade e reatividade do benzeno ........................................ 67 Outros compostos aromáticos ........................................................ 68 Nomenclatura e propriedades de compostos halogenados .. 70 Os haletos de alquila ........................................................................... 70 Classificação dos átomos de carbono ........................................... 72 Propriedades físicas ............................................................................. 72 Propriedades fisiológicas ................................................................... 74 Estrutura e isomeria em alcanos cíclicos ...................................... 75 Classificação da matéria ....................................................................... 80 Estados da matéria ................................................................................................................................... 81 Substâncias puras ................................................................................ 82 Elementos ............................................................................................... 83 Compostos .............................................................................................. 85 Misturas ................................................................................................... 86 Propriedades da matéria ..................................................................... 88 Mudanças físicas e químicas ............................................................ 90 Separação de misturas - filtração e destilação ......................... 93 Unidade 3 Funções oxigenadas ................................................... 101 Nomenclatura e propriedades de álcoois, fenóis, tiofenóis, éteres e tioéteres .......................................................... 104 , Alcoois .................................................................................................... 104 Nomenclatura ...................................................................................... 111 Tióis ......................................................................................................... 113 Fenóis ...................................................................................................... 116 , Eteres ...................................................................................................... 123 Sulfetos (tioéteres) ............................................................................. 126 Éteres coroa .......................................................................................... 127 Nomenclatura e propriedades de aldeídos e cetonas, ácidos carboxílicos e ésteres ........................................................ 128 Aldeídos e cetonas ............................................................................. 128 Ácidos carboxílicos e ésteres .......................................................... 133 Nomenclatura e propriedades de aminas, tioamidas e amidas ..........................................................................142 Aminas .................................................................................................... 142 Am idas .................................................................................................... 148 Nomenclatura e propriedades de heterocíclicos .................... 149 Nomenclatura - outras questões ................................................. 150 Inversão de amina .............................................................................. 151 Propriedade ácido-base das aminas - outras questões ....... 152 Heterociclos biologicamente importantes ............................... 154 Sumário)E Unidade 4 Conhecimento e pesquisa ........................................ 163 Produção de gêneros textuais específicos contextualizados .............................................................................. 165 Introdução às reações orgânicas .................................................... 169 Reações de substituição ................................................................. 169 Reações de adição .............................................................................. 176 Cromatografia ........................................................................................ 183 A cromatografia líquida (CL) ........................................................... 184 Fatores que afetam a cromatografia líquida ............................. 189 Tipos de cromatografia líquida ..................................................... 192 Sistema de cromatografia líquida e pré-tratamento de amostra - tipos de detectores em cromatografia líqu ida ...... 209 Equipamentos de cromatografia líquida e pré-tratamento de amostra ..................................................... 211 Recristalização do AAS ....................................................................... 212 Escolha do solvente .......................................................................... 212 Dissolução ............................................................................................. 213 Filtração a quente ............................................................................... 214 Cristalização ......................................................................................... 214 Filtração a frio ..................................................................................... 215 Secagem dos cristais ........................................................................ 215 Síntese e recristalização do ácido acetilsalicílico (AAS) - prática ................................................................................. 216 Referências ............................................................ .... .... .... .... ...................................... .... .... ........ 225 APRESENTAÇÃO Nos catálogos de livros universitários, há vários títulos cuja pri- meira edição saiu há 40, 50 anos, ou mais. São livros que, graças à identificação da edição na capa ( e so1nente a ela), têm sua idade reve- lada. E, ao contrário do que muitos podem imaginar, isso não é um problema. Pelo contrário, são obras conhecidas, adotadas em diversas instituições de ensino, usadas por estudantes dos mais diferentes per- fis e reverenciadas pelo que representam para o ensino. Qual o segredo de sucesso desses livros? O que eles têm de diferente de vários outros que, embora tenham tido boa aceitação em um primeiro momento, não foram tão longe? Em poucas pala- vras, esses livros se adaptaram às novas realidades ao longo do tempo, entendendo as mudanças pelas quais a sociedade - e, con- sequentemente, as pessoas - passava e as novas necessidades que se apresentavam. Para que isso fique mais claro, vamos pensar no seguinte: a maneira como as pessoas aprendiam matemática na década de 1990 é igual ao modo como elas aprendem hoje? Embora os ali- cerces da disciplina permaneçam os mesmos, a resposta é: não! Nesse intervalo de tempo, ocorreram mudanças significativas - a Internet se consolidou, os celulares se popularizaram, as redes sociais surgiram etc. E todas essas mudanças repercutiram no modo de vida das pessoas, que se tomou mais rápido e desafiador, mudando os fundamentos do processo de ensino/aprendizagem. Foi com base nisso que nasceu a Bibliografia Universitária Pear- son (BUP). Concisos sem serem rasos e simples sem serem sim- plistas, os livros que compõem esta série são baseados na premissa de que, para atender sob medida às necessidades tanto dos alunos de graduação como das instituições de ensino - independente- mente de eles estarem envolvidos com ensino presencial ou a dis- tância -, é preciso um processo amplo e flexível de construção do saber, que leve em conta a realidade e1n que vive1nos. Assim, as obras apresentam de maneira clara os principais conceitos dos temas propostos, trazendo exatamente aquilo que o estudante precisa saber, complementado com aprofundamentos e =3 ( Química orgânica discussões para reflexão. Além disso, possuem uma estrutura didática que propõe uma dinâ- mica única, a qual convida o leitor a levar para seu dia a dia os aspectos teóricos apresenta- dos. Veja como isso funciona na prática: A seção "Panorama" aprofunda os tópicos abordados ao mostrar como eles funcionam na prática, promovendo interessantes reflexões. Viagem ao país dos"nanos" Os nanotubos de carbono, conhecidos pelo mu n- do científico há apenas 1 S anos, inserem-se na li- nha de descobertas que podem revolucionar o setor tecnológico. Os nanotubos de carbono são produzidos pelo Laboratório de Nanomateriais do Saiba mais Exemplo Fique atento Link Introdução -------------- Talvezvocé já tenha ouvido seu professor de química dizendo que "há química em tudo'. certo? Isso é uma grande verdade. Estudar química é entender grande parte das milhares de reações e transformações que existem em tudo que nos rodeia. Você acha que estou exagerando? Observe: em seu próprio cor- po, neste exato momento, esteio ocorrendo transformações quí- micas relacionadas, por exemplo, a sua alimentação. ao xampu F1.l.\ c,_ 11-'i,;r111p,..u.t,'1lotlo ~~d!) e n "f'<ftl•PMI prodwa =it111•,pc •p1ta cllc,ct..'t lio,c . t. .... ~tnocl: 16 c.:iflJo & ,ibtia:.,, ap.-, c<d.:<•h~ c.ca, e p>Vl>•"d ).b, o q.:c- u .. o corb."ftlO 11) O(l«ul' J>,:c (f,li: h, """• ~-q,,; oc'"i=" A•C!lp.'d-1 c1t1 .. p."A,-loddc no'- bela rrn,ôi:11 O<lrl>.."ftJ "'~ l)H'Cl'.#'0'1) '"'\St.rd>f"'nd> chi d•ini..-.. 0,o·a~lllUIC~tdit(lill,ot~ni:•docb• clri;. •<n\)•"'IC<e,'tl •!llll•dMi:UlÔlll •l~ll 6,: tO.(!»b• Cca:, o .,..b.,D,) °'"' n.o • e». clli nlo lh:n - atOll tk4rm.1 & r_..,, ~ • upodi: w..,.mhx d:aom - ~•~•,;a •'-•.tlc-c-.:..-xdt f.-.1r •h&1tde~ ilrw:i•e1"'wuc,.•v101.la>prop-wda.b..p:,r•»&.:,:-r-- lllble.cJ1lt> de c-h.w e .. ._ P." - o,p,i~de deu llp O>M de _.,.e...._ b-.Ml. WQ .. OljW C.,_C- de .-d:,-,; ,..,_, Xoc:lal>Cb41 c:piu• ..,S..:1, anl -n ••(l>d;. ah;. il,-;••.,·lhr,:i. Ql.,o®u.a Mb .. 1'11:U .. lllfilC. MI~ CM bg-,1& W\C,gll W quch-,o C' U H IIO'fll W f«'i=A Lw-f&~ '°".,1c,,..,. ,.. t,,.,..111 q.and> dlo1i w =,,. l&..em Cl<eput>- :hoe ckl"ffl~c ..,ION:lf'<Dtp.,cbalo uq,z tihc. Atai,~ dodi: t<e.11u:u=o '""''"ºlri: f«e:100 ~ ~cd:pc~ ,;e pirb:~l,. d:n. c~r- ff->: 411 o,,,q,urttho..-b.. !VI,), Jk!C &oo ~o. &p:,m; d.~ e ktrica 4'~ c>&l.) O)~"I n,)-.; -:a«- A.., 11Cl. s~nQO,ul.ÜI q.DQNO.,.li)11,;11 (TCUC-"8c<c.«ir11 pittr 41c11n,ll,)u cb :a.-o CJl~ .. ckuo ... c'k p>"l'.ll.>IC ~ c1'1o,1tu.d'$ • • .. ~ ... J J Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas OCEx) da Universidade de Minas Gerais (UFMG) desde 2000, mas, até agora, a produção atendia apenas, e com restrição, a necessidades da comunidade científica que desenvolve pesquisas com o material. Ao longo do livro, o leitor se depara com vários hipertextos. Classificados como "Saiba mais" "Exemplo" "Fique atento" e "Link" ' ' ' esses hipertextos permitem ao aluno ir além em suas pesquisas, oferecendo-lheamplas possibi- lidades de aprofundamento. A linguagem dialógica aproxima o estu- dante dos temas abordados , eliminando qual- quer obstáculo para seu entendimento e incentivando o estudo. A diagramação contribui para que o estu- dante registre ideias e faça anotações, intera- gindo com o conteúdo. Todas essas características deixam claro que os livros da Bibliografia Universitária Pearson constituem um importante aliado para estudantes conectados e professores ob- jetivos - ou seja, para o mundo de hoje - e certamente serão lembrados ( e usados) por muito tempo. Boa leitura! PREFÁCIO Você já parou para pensar que transformações ocorrem em nossa vida a todo instante? Pois é, sabia que muitas delas são transformações químicas? As reações quünicas acontecem a todo instante e em todo lugar, inclusive em você! No ato de respirar, no próprio metabolismo, na renovação celular, mas essas reações também estão presentes em vários outros setores, que de certa for- ma influenciam nosso dia a dia. Por exemplo, no conforto do nos- so lar, no cozimento dos nossos alimentos, ao tirar uma mancha da sua camisa favorita, ao aquecer um alimento no forno micro-on- das, ou ainda ao fazer uma ligação por meio de um celular. Esses são poucos exemplos de como as reações estão presentes em tudo. Os compostos orgânicos presentes na natureza e fabricados pelo homem somam milhões, com aplicações em todos os setores, daí a importância de conhecer e estar familiarizado com alguns fundamentos da química orgânica, que estuda compostos consti- tuídos principalmente de carbono. E sua apresentação neste livro ocorre em quatro unidades. Na primeira unidade, vamos estudar um pouco sobre a história da química orgânica, que é relativamente recente se comparada com outras ciências, como a matemática. Também vamos apren- der, ou relembrar, os fundamentos da teoria atômica, os tipos de ligações químicas, a hibridização e o mais importante para come- çar a identificar os compostos orgânicos: a no1nenclatura e as pro- priedades dos hidrocarbonetos alifáticos. A Unidade 2 apresenta tópicos de estereoquímica dos alcenos e a continuação do estudo de nomenclatura e propriedades, só que agora de hidrocarbonetos aromáticos e de compostos halogena- dos, terminando com o estudo da classificação da matéria. Já na Unidade 3, fecharemos os estudos sobre nomenclatura e propriedades destas duas categorias : compostas de álcoois, fenóis, tiof enóis, é teres e tioéteres, ácidos carboxílicos e seus derivados. Esses compostos têm em comum a presença do heteroátomo oxi- gênio. Além disso, veremos a última categoria que tem como he- teroátomo o nitrogênio - as aminas, tioamidas e amidas. 3 ( Química orgânica O foco de estudo da última unidade será a produção de gêne- ros textuais específicos, importante para que você possa enten- der a dinâmica de um artigo científico. Estudaremos também os principais tipos de reações orgânicas, essencial para compreen- dermos alguns processos químicos. Por fim, vamos conhecer um pouco sobre técnicas de identificação de substâncias orgânicas, entre elas, a cromatografia, e aprender sobre a recristalização da aspirina, processos fundamentais nos laboratórios de análise " . organ1ca. Este livro reúne de forma simples e direta alguns assuntos im- portantes para o entendimento da química orgânica, com tópicos objetivos e linguagem acessível, para que você tenha um e1nbasa- mento teórico que lhe possibilite aprofundar seus conhecimentos. Bons estudos! Kelly Cristina S. de A. Pícolo -------------- UNI D A D E Química orgânica: origem Objetivos de aprendizagem • Compreender a origem da química orgânica e a diferença entre compostos orgânicos e não orgânicos, além de entender a impor- tância do carbono para a manutenção da vida no planeta. • Entender questões relacionadas ao átomo: estrutura, números - atô- mico e de massa - peso, diferenças e distribuição das partículas que estão contidas nele (prótons, nêutrons e elétrons). Entender conceitos relacionados a ligações - iônica, covalente e po- lar - e representar a estrutura atômica por meio de equações. • Compreender e desenhar as estruturas de Lewis, Kekulé e condensadas; a regra do octeto e representar essas estruturas por meio de equações. • Entender como são nomeadas as substâncias - seguindo as normas da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC - lnterna- tional Union of Pure and Applied Chemistry) - que pertencem ao grupo dos hidrocarbonetos e quais são os aspectos que as diferen- ciam ou igualam. ---------------- Temas • 1 - Introdução à química orgânica Começamos nosso aprendizado conhecendo um pouco sobre a his- tória dessa ciência fundamental para nossa vida. Descobertas impor- tantes para o avanço da Química como a conhecemos hoje - a teoria da força vital, a diferença entre substâncias orgânicas e inorgânicas, o carbono e sua importância para a indústria atual, entre outros as- suntos, serão tratados nesta parte. • 2 - Teoria atômica Neste tópico, você entenderá conceitos relacionados ao átomo: a me- nor unidade da matéria. Atomos estão presentes em tudo que existe no planeta: em seu corpo, nas roupas que você usa, nos móveis de sua =3 ( Química orgânica casa etc. São formados por prótons, elétrons e nêutrons, estão sempre se movendo, compartilhando energia, e é por meio des- sas trocas que ocorrem as ligações: nosso próximo tema. • 3 - Ligações iônicas, covalentes e polares Neste tópico, você vai saber mais sobre ligações químicas que, como o nome indica, são forças de atração que existem entre dois ou mais átomos. Uma delas é a iônica, caracterizada pela doação de elétrons e ocorre entre metais e não metais. A outra é a ligação covalente, na qual, diferentemente da primeira, há com- partilhamento de elétrons e ocorre somente entre não metais. • 4 - Representação da estrutura Neste tópico, veremos as diferentes representações das estru- turas, mais especificamente as estruturas de Lewis, de Kekulé e as condensadas. • 5- Hibridização Neste tópico, estudaremos o conceito de hibridização, que é o resultado da combinação de orbitais misturados. Esta teoria foi criada pelo cientista norte-americano Linus Paul ing, em 1931, e é essencial para o estudo da química. • 6 - Nomenclatura e propriedades de hidrocarbonetos alifáticos Fechando a Unidade 1, no último tópico, aprenderemos a nomear as substâncias químicas. Sim, conforme se aprende como é criada uma substância, o próximo passo é dar um nome a ela. Para isso, existem regras que são baseadas no sistema IUPAC. Substâncias químicas também pertencem a famíl ias de elementos e seus no- mes derivam de aspectos relacionados a suas origens. Introdução Talvez você já tenha ouvido seu professor de química dizendo que "há química em tudo'; certo? Isso é uma grande verdade. Estudar química é entender a maior parte das milhares de reações e transformações que existem em tudo que nos rodeia. Você acha que estou exagerando? Observe: em seu próprio corpo, neste exato momento, estão ocorren- do transformações químicas relacionadas, por exemplo, a sua alimen- tação, ao xampu que você usou para lavar os cabelos ou ao analgésico que você teve que tomar por causa daquela dor de cabeça chata de ontem à noite. Agora, pense: as células do nosso corpo estão o tempo todo produ- zindo milhões de transformações em um ritmo veloz para que nos mantenhamos vivos. Essas transformações químicas acontecem a cada segundo e você nem se dá conta. Imagine agora o seu dia a dia: você acordou, tomou seu café da manhã e nele havia pão, queijo, leite e café e um iogurte ou uma fruta. Cada um desses alimentos está ali devido à química. Afinal, quantas trocas, compartilhamentos e ligações químicas foram feitas para que o leite fosse pasteurizado, para que o café fosse produzido, e para que o pão ficasse com aquele aspecto tão saboroso? Incrível, não é mesmo? A frutaque chegou a sua mesa, tão saudável e apeti- tosa, também tem esse aspecto por obra e graça da química! Pois, embora seja um alimento "natural", o processo de plantio, sua forma perfeita e, o mais importante, seu sabor, envolvem, sim, variadas rea- ções químicas. Este mesmo raciocínio você deve aplicar ao vestuário - o algodão de sua camiseta e o couro do seu sapato e de sua jaqueta, a lã sintética de seu cachecol: em tudo há química. E se você é um ser humano, como todos os outros bilhões do planeta que dividem a existência com você, sabe que é praticamente impos- sível viver sem tomar remédios de vez em quando. Analgésicos, laxan- tes, remédios que controlam a pressão ou a depressão, que previnem o avanço da gripe ou de um câncer, que funcionam como anticon- cepcionais, ou o contrário, que provocam a fertilidade, tudo isso existe por causa dela: da química. E se para chegar à escola você teve que pegar um ônibus ou trem, metrô ou se ganhou uma carona, não importa, em cada uma dessas atividades a química teve papel fundamental: ou você pensa que mo- tores funcionam porque sentem um incontrolável desejo de saírem por aí? Pois é, tente se interessar e aprender química com prazer e até se di- vertindo - você verá que isso é possível, sim! - pois ela não deixará de fazer parte da sua vida tão cedo. Assim, nos tópicos da Unidade 1, você começará uma viagem à histó- ria dessa ciência tão fascinante. Vamos lá? Química orgânica: origem) e � ( Química orgânica Introdução à química orgâni1ca S b A ii .A • • A, • u stanc1as organ1cas e 1nor,gan1cas Desde s,empre a capacidade de diferenciar dois tipos de rnate riais - organicos I inorganicos - 1nante a ida htunana. Mas um dia� algué1n de e ter le ·_ antado ssa questão da difer, nça. Durante o século X · III os cientistas pensaram ter entendido a fundo essa diferença, e em 1807 Jõns Jacob Berzelius nomeou esses dois tipos de materiais. Acredita a-se que substancias originadas de organismo� vivos tinham uma incalculável força i ai, que seriamn a essên ia da · da. Essas for 111 chru.11adas orgânicas '. Já , quelas que se origina am de minerais e não tinham essa força foram cha madas "inorgânícas - . om. os q1ímicos não podia1n riar a id .· 110 lab r tório pensaram que não poderia1n produzir substâncias orgânicas com força ··ital). Imagine então como eles ficara1n surpresos em 1828 quando Friedr · eh Wõhler e ,nseguiu, atra é do aque cimento de cianato de amônia - u1n 1ni11eral inoigânico - produ zir a iU! ia Uina sub, tâ,n ia que e, ,1no sa' -in ,s� é eh1ninada pelos ma1n:íferos. NH4 0 cianato de amônio ,calorr ) o li .,.......e, H2N NH ure·a Pe 1 a primeira · ez uma substancia organi · tinha . ido pro d 1zi da de algo diferente de um organis1no ívo e sem a ajuda de algu- ma torça ital. E claro que os quím,·co precisa am de uma no a definição para ,essas sub tâncias organ ·cas que fora1n então cha madas substânczas que contêni átomos de carbono. Os quí11: ·cos tem adquirido conheciment para sint tizar milhares de substâncias orgânicas que não são encontradas na natureza. Entre elas estã,o tecidos, medicamentos plásticos sin téticos, borracha sint ;tica e até objetos como filme fotográficos e supercolas. Muitas substâncias orgânicas previnem a falta de produtos natura.is. Esti .na-se que, se não existissem materiais s1n tétic s na pr, duçã , de roupas t das a terra cultivá ei dos EUA seriam usadas na produção de algodão e lã apenas para produzir matéria-prima para este setor. Hoje, há em torno de 16 milhões de substâncias orgânicas conhecidas, mas é possível . . criar mais. Mas o que torna o carbono tão especial? Por que há tantas substâncias que o contêm? A resposta está na posição dele na ta- bela periódica. O carbono está no centro do segundo período dos eleinentos. Os átoinos a sua esquerda têin a tendência de doar elé- trons, já os átomos a sua direita têm a tendência de recebê-los. Como o carbono está no meio, ele não libera nem aceita elétrons de forma rápida, mas pode compartilhar elétrons com outros átomos. Assim, ele é capaz de formar milhões de subs- tâncias estáveis com variadas propriedades, por meio do compar- tilhamento de elétrons e também por sua capacidade de se ligar com ele mesmo, formando, assim, o que chamamos de cadeias carbônicas. No estudo da química orgânica, avaliamos a reação das subs- tâncias orgânicas. Quando uma substância orgânica reage, algu- ma ligação antiga se quebra e uma nova se forma. Ligações covalentes se formam quando dois ou mais átomos comparti- lham elétrons e se rompem quando não compartilham. A facili- dade com que uma ligação se forma ou se rompe depende, em particular, dos elétrons que são compartilhados. Isso, por sua vez, depende dos elétrons que estão contidos nos átomos. As- sim, se vamos estudar química orgânica, precisamos começar a partir da estrutura do átomo: quais elétrons ele possui e onde estão situados. Exemplo Moléculas orgânicas naturais também são chamadas de biomoléculas. Prote- ínas, açúcares, lipídios e proteínas são substâncias orgânicas encontradas em tecidos vivos. Já glicose, frutose, sacarose e lactose são substâncias usadas pela indústria alimentícia para fabricar diversos tipos de doces, como chocola- tes, balas, bolos e biscoitos. Substâncias orgânicas de origem animal e vegetal também são usadas na fabricação de xampus, loções, cremes, sabonetes etc. Química orgânica: origem) e =3 ( Química orgânica Fique atento Diamante, grafite e fulereno são substâncias que contêm apenas átomos de carbono O diamante é a mais dura de todas as substâncias. O grafite é um sólido mais macio. Os dois, apesar de terem propriedades físicas diferentes, con- têm apenas átomos de carbono. As duas substâncias são diferentes so- mente na natureza da ligação carbono-carbono que as une. O diamante é formado por uma rede tridimensional de átomos, com cada carbono liga- do a quatro outros através de orbitais sp3. Já no grafite, os átomos de carbo- no são hibridizados em sp2, então, cada um se liga a apenas três outros átomos de carbono. Há uma terceira substância encontrada na natureza que contém apenas átomos de carbono: o fulereno. Assim como o grafite, este contém apenas carbonos hibridizados em sp2, que formam uma estru- tura esférica. Link Até aqui, você já deve ter percebido o quanto o carbono é importante para a manutenção de nossa vida. Seu uso é amplo e os cientistas continuam a es- tudar novas formas de aplicação desse elemento. Por isso, vale a pena desco- brir mais sobre esse elemento, você não acha? Aqu i vai uma dica de link onde você pode navegar e saber mais sobre o fantástico mundo do carbono: <www.institutocarbonobrasil.org.br/>. Teoria atômica Estrutura do átomo Um átomo é formado por um núcleo pequeno e denso, rodeado por elétrons que ficam em um volume espacial grande ao redor do núcleo. O núcleo contém prótons de cargas positivas e nêutrons neutros, então, é carregado de forma positiva. Como a carga posi- tiva de próton é igual à carga negativa de elétron, um átomo neutro , tem número igual de prótons e elétrons. Atomos podem ganhar elétrons e tomarem-se negativos - e serão chamados de ânions - e podem perder elétrons e ficarem positivos - e serão chamados de cátions. Mas, o número de prótons em um átomo não muda, pois ele é a identidade do átomo. Quando há alteração no número de prótons de um átomo, que só ocorre, por exemplo, por decai- mento radioativo ou reações nucleares, o átomo passa a ter a iden- tidade do número de prótons resultante. Por exemplo, prótons e nêutrons têm mais ou menos a mesma massa e são aproximada- 1nente 1. 800 vezes mais pesados que um elétron. Isso significa que grande parte da massa de um átomo está em seu núcleo. Porém, a maior parte de seu volume é ocupada por elétrons. São eles que nos importam porque formam as ligações químicas. Onúmero atômico de um átomo, representado pela letra Z, é igual ao número de prótons do seu núcleo. O número atômico é também o número de elétrons que rodeia o núcleo de um átomo neutro. Por exemplo, o número atômico do carbono é 6, o que significa que um carbono neutro tem seis prótons e seis elétrons. Como você já sabe que o número de prótons não muda (o número atômico de um elemento específico é sempre igual) todos os car- bonos têm o número atômico 6. O número de massa de um átomo, representado pela letra A, é a soma de seus prótons (p) e nêutrons (n), logo (A = p + n). Nem todos os carbonos têm o mesmo número de massa porque, apesar de terem o mesmo número de prótons, eles não têm o mesmo nú- mero de nêutrons. Por exemplo: 98,89% dos carbonos naturais têm seis nêutrons - o que dá a eles nú1nero de massa 12 - e 1, 11 ºlo tem sete nêutrons - o que dá a eles número de massa 13. Esses dois tipos diferentes de átomo de carbono (12C e 13C) são chamados de isótopos. Isótopos tê1n o mesmo número atô1nico, isto é, mes- mo número de prótons, mas número de massa e número de nêu- trons diferentes. As propriedades químicas dos isótopos de certo elemento são quase iguais. Carbonos naturais também contêm quantidades mínimas de l 4C, que têm seis prótons e oito nêutrons. Esse isótopo de carbono é ra- dioativo, decrescendo com meia-vida de 5.720 anos. (Meia-vida é o tempo que a metade de um núcleo leva para decair - veja a seguir). Enquanto uma planta ou animal que estão vivos, absorvem mais l 4C do que é eliminado ou exalado. Quando morre1n, deixam de absor- vê-lo e ele diminui lentamente. Por isso, a idade de uma substância orgânica tem a ver com a quantidade de 14C que possui. Química orgânica: origem) e =3 ( Química orgânica O peso atômico de um elemento natural é a média da massa atômica de seus átomos. Como uma unidade de massa atômica (uma) é definida como exatamente l /12 da massa de l 2C, a massa atômica de 12C é 12,0000 uma e a massa atômica do 13C é 13,0034 uma. Assim, o peso atômico do carbono é 12,011 uma (0,9889 x 12,0000 x 0,0111 x 13,0034=12,011). O peso molecu- lar é a soma dos pesos atômicos de todos os átomos da 1nolécula. Exemplo A cada 5.720 anos a quantidade de C-14 cai pela metade (tempo de meia-vida do C-14). Por exemplo, considerando uma massa inicial de 100g, depois de 5.720 a nos, essa massa cai para 50g, mais 5.720 anos, e cai para 25g e assim por diante. 100g C-14--> T ..!_ 50g C-14 • T 2_ 25g C-14 • T 2_ 12,5g C-14 • e assim 2 2 2 por diante. Fonte: Maia e Biancli (2007, p. 329). Distribuição de elétrons em um átomo Os elétrons estão sempre em movimento. Como tudo que se move, eles têm energia cinética que repele a força atrativa da car- ga positiva dos prótons. Do contrário, eles puxariam a carga ne- gativa do elétron para dentro do núcleo. Por muito tempo, os elétrons foram considerados partículas ("planetas" minúsculos em torno do núcleo de um átomo). No entanto, em 1924, o físico francês Louis de Broglie mostrou que os elétrons também tinham propriedades como as ondas. Ele fez isso ao combinar a fórmula desenvolvida por Albert Einstein (que relaciona massa à energia) com a fórmula de Planck (que relaciona frequência à energia). A verificação de que os elétrons tinham essas propriedades levou os físicos a sugerirem um conceito 1natemático, que ficou conhecido como mecânica quântica. Fique atento Um orbital indica a energia do elétron e a região do espaço, em torno do núcleo, onde é mais provável que ele seja encontrado. Um ponto importante para se lembrar é que: quanto mais perto o orbital atômico está do núcleo, menor será sua energia A distribuição dos elétrons acontece da seguinte maneira: • A primeira camada consiste apenas em um orbital atômico s. • A segunda é formada pelos orbitais atômicos se p. A terceira é composta dos orbitais atômicos s, p e d. • A quarta e outras camadas maiores são formadas pelos orbitais atômicos s, p, d e f (Tabela 1.1 ). Química orgânica: origem) e Tabela 1. 1 Distribuiçâo dos elétrons nas quatro primeiras camadas que rodeiam o núcleo. Primeira camada Seg unda camada Terceira camada Orbitais atômicos s s, p s,p, d Número de orbitais atômicos 1 1, 3 1, 3, 5 Número máximo de elétrons 2 8 18 Fonte: Bruice (2006a, p. 5). • Cada camada contém um orbital atômico s. • A segunda e as camadas maiores - em adição aos seus orbitais s - contêm cada uma três orbitais atômicos p degenerados ( orbitais degenerados são os que têm a mesma energia). • A terceira e a quarta camadas - em adição aos seus orbitais atômicos s e p - também contêm cinco orbitais atômicos d degenerados. • A quarta e as demais camadas maiores contêm sete orbitais atômicos f degenerados. Como podem existir, no máximo, dois elétrons em um orbital atômico, as regras são : • A primeira camada, com apenas um orbital atômico, não pode ter mais que dois elétrons. • A segunda, com quatro orbitais atômicos - um s e três p - pode ter um total de oito elétrons. • Na terceira camada, 18 elétrons podem ocupar os nove orbitais atômicos: ums, três p e cinco d. • Na quarta camada, 32 elétrons podem ocupar os 16 orbitais atômicos. Quarta camada s,p,d,f 1,3,5,7 32 3 ( Química orgânica No estudo da química orgânica, vamos nos preocupar, priineiro, com os átomos que têm elétrons apenas na primeira e na segunda ca1nadas. Fique atento Orbitais degenerados são aqueles que possuem mesmo conteúdo energéti- co. "Por exemplo, para excitar um elétron do átomo neutro de hidrogênio do estado fundamental para o orbital 3s gasta-se a mesma energia para excitá- -lo para o orbital 3d. Logo, são degenerados, ou seja, possuem a mesma ener- gia" (ATKINS e JONES, 2001, p. 26). Ligações iônicas, covalentes e polares Ao explicar por que os átomos formam ligações, Lewis afir- mou em sua teoria que: Um átomo é mais estável se sua camada de valência for completa. • Se contiver oito elétrons. • Se não tiver elétrons de maior energia. De acordo com Lewis, um átomo libera, aceita ou co1npartilha elétrons para alcançar a camada de valência completa, ou uma se- melhante, que contenha oito elétrons. Essa teoria foi chamada regra do octeto. Segundo essa regra, os átomos tende1n a fazer ligações químicas para ficarem com a configuração eletrônica dos átomos da família dos gases nobres (8A), pois eles apresentam oito elétrons na sua última camada - exceto o Hélio, que tem dois elétrons - e todos são encontrados na natureza sem estare1n ligados a outro átomo. Fique atento A covalência exigida por um átomo para alcançar o octeto não deve, necessa- riamente, ser atingida apenas por meio de ligações simples. Átomos podem se unir também por meio de ligações duplas e tríplices. Por exemplo, as quatro ligações covalentes do carbono podem ser realizadas da seguinte forma: H 1 H- C- H 1 H 4 simples H H ' c = c / / ' H H 2 simples e 1 dupla H- c = c - H 1 simples e 1 tríplice Ligações iônicas H H ' * # * .I' C= C= C / ' H H # 2 duplas * 2 simples e 1 dupla H-C = N: 1 simples e 1 tríplice São ligações que ocorrem entre metais e ametais, por meio de forças eletrostáticas. Os compostos iônicos são, na sua maioria, sólidos em temperatura ambiente, apresentam elevados pontos de fusão e de ebulição, são quebradiços e, quando dissolv idos em água, conduzem corrente elétrica, por formarem cargas quando dissociados. Como exemplo, temos o sódio que libera e o cloro que recebe um elétron facilmente. Quando sódio metálico e gás cloro são misturados, cada átomo de sódio doa um elétron para o , átomo de cloro. E dessa forma que o cloreto de sódio cristalino - sal de cozinha - é formado. A carga positiva dos íons sódio e a negativa dos íons cloro são espécies separadas que se juntam pela atração das cargas opostas (Figura 1.1). Química orgânica: origem) E Figura 1.1 (a) Cloreto de sódio cristalino. (b) Os íons cloretoricos em elétrons são vermelhos e os íons sódio pobres em elétrons são azuis. Cada íon cloreto é rodeado por seis íons sódio, e cada íon sódio é rodeado por seis íons cloreto. Ignore as "ligações" que mantêm as bolas unidas; estão lá apenas para manter o modelo sem destruí-lo. a. b . . . - .. :c l: Na+ :c l: • • • • •• Na+ :Cl: Na+ •• • • •• :Cl: Na+ :Cl: • • • • Fonte: Bruice (2006a, p. 8). cloreto de sódio 3 ( Química orgânica Saiba mais Você já parou para pensar na quantidade de sais que existem no nosso cotidiano? Vejamos: o mais comum de todos é o cloreto de sódio (NaCI), nosso velho conhecido sal de cozinha. Este, além do uso doméstico, tam- bém é usado na indústria para conservação de alimentos, na composição do soro fisiológico, como matéria-prima na produção do cloro (Cl 2 ), entre outras aplicações. Mas os sais também são usados na produção de antiáci- dos, antidepressivos, diuréticos, expectorantes, germicidas, gesso, laxantes e em outros produtos. Ligações covalentes Em vez de doar ou receber um elétron, um átomo pode al- cançar uma camada completa pelo compartilhamento de elé- trons. Por exemplo, dois átomos de flúor podem, individualmente, completar sua camada de oito elétrons pelo co1npartilhamento de elétrons de valência desemparelhados. A ligação formada como resultado do compartilhamento de elétrons é covalente, pois ocorre entre ametais, como v isto no exemplo anterior. Di- ferentemente dos compostos iônicos, as substâncias provenien- tes de ligações covalentes estão presentes nos três estados físicos da matéria, apresentam baixos pontos de fusão e ebuli- ção ( dependendo do tamanho de suas moléculas) e não condu- zem corrente elétrica. • • • • :F• + •F: • • • • ligação covalente •••• .F.F" • • • • ••• Dois átomos de hidrogênio podem formar uma ligação cova- lente pelo compartilhamento de elétrons, assim cada um deles fica estável e completa sua última camada ( com dois elétrons). H· + ·H Da mesma f or1na, hidrogênio e cloro podem f or1nar u1na liga- ção cov alente compartilhando elétrons. Assim, o hidrogênio completa sua única camada com dois elétrons e o cloro atinge uma camada de valência de oito elétrons . •• •• H• + •Cl: H:Cl: •• •• Saiba mais Elétrons desemparelhados: está aí mais um termo estranho do universo da química, não é mesmo? Nada disso. Dizer que um elétron possui valência emparelhada ou desempa- relhada é algo simples de entender: quando um elétron está emparelhado significa que está em "companhia" de outro no orbital; quando está desem- parelhado, claro, ele está sozinho. Um átomo de hidrogênio pode alcançar uma camada vazia ao perder um elétron. Essa perda produz um íon hidrogênio carrega- do positivamente, que se chamará próton. Isso ocorre porque o átomo de hidrogênio, ao perder seu elétron de valência, mantém apenas o núcleo do hidrogênio, que possui um único próton. Um átomo de hidrogênio alcança sua última camada completa ga- nhando um elétron e forma, assim, um íon hidrogênio de carga negativa, chamado de íon hidreto. H· um átomo de hidrogênio H· + e um átomo de hidrogênio H+ + e um próton H:- um íon hidreto Estudando um pouco sobre como os principais átomos podem se ligar com o carbono e fazer suas ligações, temos as seguintes informações relacionadas na Tabela 1. 2: Tabela 1.2 Família IA VA VIA VIIA Elemento H NeP Se O F eCI Número de elétrons na camada de valência 1 5 6 7 Número de ligações covalentes 1 3 2 1 Química orgânica: origem) E 3 ( Química orgânica Observe, a seguir, algumas substâncias representando a estru- tura eletrônica de Lewis, em que cada átomo, após as ligações, apresenta oito ou dois elétrons ( caso do hidrogênio) . •• •• 2H· + -o: ) H :o : • •• H água •• •• 3H· + ·N • H:N :H • •• H amônia H • •• 4H• + •C· H :C:H • •• H metano Ligações covalentes polares São ligações covalentes cujas substâncias são compostas por átomos com diferentes eletronegatividades, por sua vez, eletrone- gatividade é a tendência que um átomo tem de atrair elétrons que estão sendo compartilhados, por isso os elétrons são atraídos para a espécie mais eletronegativa, formando um polo. Nas ligações covalentes F- F e H- H, mostradas antes, os átomos que compartilham elétrons que se ligam são iguais. Mas, perceba: eles compartilham elétrons igualmente; isto é, cada elé- tron passa tanto tempo na vizinhança de um átomo quanto na do outro. Isso produz uma distribuição regular de cargas, que se cha- mará de apolar. As eletronegatividades de alguns elementos são 1nostradas na Tabela 1.2. Observe que a eletronegatividade aumenta quando se vai da esquerda para a direita, por um período da tabela periódica, ou de baixo para cima, em uma coluna. Fique atento Um átomo será estável apenas quando sua últ ima camada possu ir oito elétrons (ou dois, no caso da camada K). Átomos não estáveis se ligam uns aos outros para ficarem estáveis. Essa união entre os átomos é chamada de ligação química. Uma ligação covalente polar tem pequena carga positiva de um lado e pequena carga negativa de outro. Polaridade em uma ligação covalente é representada pelos símbolos + o e - o que in- dicam carga parcial positiva e negativa, respectivamente. A extre- midade negativa de uma ligação é a que tem o átomo mais eletronegativo. Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos ligados, mais polar será a ligação. õ+ o- H-ci: •• õ+ o- H-0: 1 H õ+ o- õ+ H-N-H 1 H õ+ õ+ A direção da ligação pode ser indicada por uma seta. Estabele- ceu-se que a seta aponta na direção em que os elétrons são atraídos: a cabeça da seta está na extremidade negativa da ligação. Uma pequena linha que se cruza no final da seta marca a extremidade positiva da ligação. •• H- Cl : •• Veja outros lembretes • Ligações C-H são relativamente apolares porque carbono e hidrogênio têm eletronegatividades semelhantes (diferença de eletronegatividade = 0,4~ ver Tabela 1.3). Tabela 1.3 Eletronegatividades de elementos selecionados. IA 1 IIA 1 18 1 118 1 IIIA 1 IVA 1 VA 1 VIA 1 VIIA H 2,1 Li Be B e N o F 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 Na Mg AI Si p s CI 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 3,0 K Ca Br 0,8 1,0 2,8 I eletronegatividade crescente 2,5 Fonte:adaptada de Bruice (2006a, p. 10). Química orgânica: origem) E (IJ ..... e (IJ u V> (IJ .... u (IJ "'O <O :2 > ·.-:; <O O'I (IJ e o .... ..... (IJ (IJ 3 ( Química orgânica • Ligações N- H são relativamente polares ( diferença de eletro- negatividade = 0,9), mas não tanto quanto ligações 0-H ( di- ferença de eletronegatividade = 1,4). • A ligação entre íons sódio e cloreto está perto do final iônico da sequência ( diferença de eletronegatividade = 2, 1 ), porém o cloreto de sódio não é tão iônico quanto o fluoreto de potássio ( diferença de eletronegatividade = 3 ,2). sequência de tipos de ligações ligação iônica K+p- Na+c1- 1 igação covalente polar 0-H N-H Representação da estrutura Estruturas de Lewis 1 igação covalente apoiar c-H e-e Os símbolos químicos que temos usado, nos quais os elétrons de valência são representados por pontos, são chamados estruturas de Lewis. Essas estruturas são úteis: • Porque ve1nos que átomos são ligados juntos. • Porque sabemos que qualquer átomo possui pares de elétrons livres, ou carga formal ( que é a diferença entre o número de elétrons de valência, que um átomo tem quando não está liga- do a nenhum outro átomo, e o número de elétrons que "possui,, quando está ligado). A carga formal pode ser calculada através da fórmula C1= V - (L + ½S) Onde: V = número de elétrons de valência livre do átomo. L = número de elétrons presentes nos pares isolados. S = número de elétrons compartilhados. Para ilustrar o cálculo da carga formal, considere os casos do cloreto de amônio (NH4Cl) e do íon hidrônio (H30 +), representa- dosna Tabela 1.4: Química orgânica: origem) E Tabela 1.4 N!!. de elétrons de Átomo N2 de elétrons N2 de e létrons Fórmula valência do átomo livre não I igantes das ligações H H 1 o I + ··-H- N- H :CI: N 5 o 1 •• H CI 7 8 .. + H-0-H H 1 o 1 o 6 2 H Fonte: adaptada de Barbosa (2011, p. 5). As estruturas de Lewis para H 2 0 , H 3 0 +, HO- e H 2 0 2 são mos- tradas a seguir: par de elétrons livres H •• H ••+ •• • ••• H:o : H:O:H H:o:- H:o:o:H •• •• •• • ••• água íon hidrônio íon hidróxido peróxido de hidrogênio Ao desenhar uma estrutura de Lewis, lembre-se das seguintes informações : • Tenha certeza de que os átomos de hidrogênio estão rodeados por apenas dois elétrons. • C, O, N e átomos de halogênio (F, Cl, Br, I) devem estar ro- deados por até oito elétrons: a regra do octeto deve ser obedecida. • Elétrons de valência não utilizados em ligações são chamados de elétrons não compartilhados, ou pares de elétrons livres . Sabendo que o nitrogênio tem cinco elétrons de valência, cer- tifique-se de que a carga formal adequada foi dada ao átomo de nitrogênio, nas estruturas de Lewis a seguir: H • • ••+ •• - • • •• H:N:H H:N:H H:N: H:N:N:H • • • • •• • ••• H H H HH amônia íon amônio ânion amideto hidrazina 2 8 o 2 6 Carga formal o + 1 -1 o + 1 3 ( Química orgânica w H:- íon íon hidrogênio hidreto O carbono tem quatro elétrons de valência. Pense por que o átomo de carbono nas estruturas de Lewis, a seguir, tem a carga formal indicada: H H H H HH •• H:C" •• • • •••• H:C:H H:c :- H:C· H:c :c :H •• •• • • • • •••• H H H H HH metano cátion metila ânion metila radical metila etano (um carbocátion) (um carbânion) Uma espécie que contém átomos de carbono carregados posi- tivamente é chamada de carbocátion. Uma espécie que contém carbono carregado negativamente é chamada de carbânion. Vale lembrar que: • C átion é um íon carregado positivamente. • Ânion é um íon carregado negativamente. Antigamente, carbocátions eram chamados de íons carbônios. Uma espécie que contém um átomo com apenas um elétron de- semparelhado é chamada de radical, ou radical livre. Como o hi- drogênio tem um elétron de valência e cada halogênio (F, Cl, Br, I) tem sete elétrons de valência, as espécies a seguir ( com as car- gas formais indicadas) ficam assim: •• • • •• • • •• • • H· :Br:- :Br· ·B ·B · . r. r. :c1:c1: •• •• •• •• •• • • átomo de íon átomo bromo cloro hidrogênio brometo de bromo Estudando as moléculas nesta seção, vemos que quando os átomos não carregam carga formal ou elétron desemparelhado, ocorre o seguinte: • O hidrogênio e os halogênios têm uma ligação covalente. • O oxigênio sempre tem duas ligações covalentes. • O nitrogênio sempre tem três ligações covalentes. • O carbono sempre tem quatro ligações covalentes. Note ainda que (exceto pelo hidrogênio): • A soma do número de ligações e pares livres é quatro. • Os halogênios com uma ligação têm três pares livres. • O oxigênio com duas ligações tem dois pares livres. • O nitrogênio com três ligações tem apenas um par livre. , Atomos que têm mais ou menos ligações que o número necessário para um átomo neutro terão carga formal ou um elétron , desemparelhado. E importante lembrar desses números quando você estiver desenhando estruturas de substâncias orgânicas, pois a partir deles é possível criar um método rápido para saber se es- tamos no caminho certo. •• •• H- :F- :a - •• •• •• :o- •• •• : r- :Br- i •• •• •• -N- 1 1 - c- 1 Química orgânica: origem) E uma ligação uma ligação duas ligações três ligações quatro ligações Nas estruturas de Lewis, para C~O2, HNO3, C~O, coJ- e N2, veja que cada átomo tem o octeto completo - menos o hidrogênio, que tem a última camada completa - e a carga formal apropriada. Vale lembrar: ao desenhar a estrutura de Lewis para a substância que tem dois ou mais átomos de oxigênio, evite ligações simples oxigê- nio- oxigênio. Essas ligações são fracas e poucas substâncias as têm . •• • • :o :o •• .. . . . •• •• •• •• H:c:o:H •• H:Q:N:o:-•• + •• •• :o •• •• H:C:H • • :o • • • ••••• -·o·c ·o·-• • • • • • • • "N º" N• . :: . Um par de elétrons compartilhados pode ser mostrado também como uma linha entre dois átomos. Compare as estruturas anterio- res com as seguintes: •• :o •• :o li •• H-C-0-H •• • • li •• - H-0-N-O: •• + •• Exemplo •• :o li H-C-H •• :o -·· li •• -:o-e-o: • • • • ºN= N· . - . Suponha que você tenha que desenhar uma estrutura de Lewis. Aqui vamos usar HN02: 1. Encontre o número total dos elétrons de valência (1 para H, 5 para N e 6 para cada O= 1 + 5 + 12 = 18). 2. Use o número de elétrons de valência para formar ligações e completar o octeto com elétrons livres. 3. Se, depois que todos os elétrons tiverem sido designados, algum átomo - menos o hidrogênio - não tiver o octeto completo, use o elétron livre para formar dupla ligação. 3 ( Química orgânica 4. Marque a carga formal para qualquer átomo que tenha número de elé- trons de valência diferente do número de seus elétrons livres, mais a metade de seus elétrons em ligação (nenhum dos átomos em HN02 tem carga formal). N e O não tem um octeto completo •• •• • • • • H-O-N.-0: H-0-N=O: • • • • • • • • • • • • 18 elétrons fora m designados 5. Desenhe a estrutura de Lewis para cada um dos itens seguintes: a. NO; d_ col g. CH3NH; j. NaOH b. NO; e. HCO; h. -c2HS I_ NH4CI e. N02 f N2 i. CH3 m. Na2C03 Resolução para S(a): O único jeito de arranjar um N e três O, evitando liga- ções simples 0-0, é colocar os três O em volta de N. O número total de elé- trons de valência é 23 (cinco para N e seis para cada um dos três O). Como as espécies têm carga negativa, precisamos adicionar 1 ao número de elétrons de valência, para um total de 24. Depois, usamos os 24 elétrons para formar ligações e completar o octeto com pares de elétrons livres . •• ·o· • • 1 N ••/ , .. :o o: • • • • Quando todos os elétrons forem designados, vemos que N não tem o octeto completo. Concluímos o octeto de N utilizando elétrons livres para formar li- gações duplas. (Não faz nenhuma diferença qual átomo de oxigênio vamos escolher.) Quando checamos cada átomo para ver quando há carga formal, descobrimos que os O estão carregados negativamente e o N, positivamen- te, para uma carga formal total 1. ·o· • • li N - • • / + ......... -:o o: •• •• Resolução para S{b): O número total de elétrons de valência é 17 (cinco para N e seis para cada O). Como a espécie tem carga positiva, precisamos subtrair 1 do número de elétrons de valência, para um total de 16. Os 16 elétrons são usados para formar ligações e completar o octeto com pares de elétrons livres. • • • • :O- N- 0 : • • • • Duas ligações duplas são necessárias para completar o octeto de N. N tem carga formal 1. Estruturas de Kekulé + :O = N= O: •• •• Nas estruturas de Kekulé, os elétrons em ligação são desenha- dos como linhas e os pares de elétrons livres não são, em geral, mostrados. Eles aparecerão somente se forem necessários para chamar a atenção de alguma propriedade química da molécula. Vale lembrar: ainda que os pares de elétrons livres não sejam mos- trados, os átomos neutros de nitrogênio, oxigênio e halogênio sempre os têm nessa quantidade: • Um par no caso do nitrogênio. • Dois no oxigênio. • Três no halogênio. o li H-C-0-H H-C==N Estruturas condensadas H-0-N=O H 1 H-C-H 1 H Quase sempre estruturas se tornam simples porque algumas ( ou todas) das ligações covalentes e a lista dos átomos ligados a um carbono particular - ou nitrogênio, ou oxigênio - próximos a este (com a indicação do número dos átomos) não são mostra- das. Esse tipo de estrutura é chamada condensada. Compare as estruturas anteriores com as seguintes: HCN Química orgânica: origem) E H 1 H-C-N-H 1 1 H H CH3NH2 3 ( Química orgânica Mais exemplos deestruturas condensadas e das convenções mais utiliz.adas para criá-las são encontrados no Quadro 1.1. Obser- ve que, desde que nenhuma das moléculas tenha carga formal ou pares de elétrons livres, cada C tem quatro ligações; cada N tem três; cada O tem duas; e cada H ou halogênio tem uma ligação. Quadro 1.1 Estruturas de Kekulé e estruturas condensadas. Estrutura de Kekulé Os átomos ligados a um carbono são mostrados à direita do carbono. Átomos diferentes de H podem ser mostrados pendurados no carbono. H H H H H H H-6-6-6-6-6-6-H CH3CHBrCH2CH2CHCICH3 ou CH3CHCH2CH2CHCH3 1 1 1 1 61 1 ér 61 H Br H H H Grupos CH2 repetidos podem ser mostrados entre parênteses. H H H H H H H-6-6-6-6-6-6-H CH3CH2CH2CH2CH2CH3 ou CH3(CH2)4CH3 1 1 1 1 1 1 H H H H H H Os grupos ligados a um carbono são mostrados (entre parênteses) à direita do carbono, ou pendurados nos carbonos. H H H H H H H-6-6-6-6-d-6-H CH3CH2CH(CH3)CH2CH(OH)CH3 ou CH3CH2CHCH2CHCH3 1 1 1 1 1 1 1 1 H H CH3 H OH H CH3 OH Grupos ligados ao carbono da extrema direita não são colocados entre parênteses. H H CH3 H H CH3 H-6-6-6-6-6-H 1 CH3CH2C(CH3}zCH2CH2OH ou CH3CH2CCH2CH2OH 1 1 1 1 1 1 H H CH3 H OH CH3 Dois ou mais grupos idênticos considerados ligados ao "primeiro" átomo do lado esquerdo podem ser mostrados (entre parênteses) à esquerda daquele átomo, ou pendurados no átomo. H H H H 1 1 1 1 H-C N c-c-c-H (CHJ)2NCH2CH2CH3 ou CH3NCH2CH2CH3 1 1 1 1 1 1 H H- C- H H H H CH3 1 H Química orgânica: origem) E H H H H H 1 1 1 1 1 H-C e C-C-C-H (CH3}2CHCH2CH2CH3 ou CH3CHCH2CH2CH3 1 1 1 1 1 1 H H-C-H H H H CH3 1 H Um oxigênio duplamente ligado a um carbono pode ser mostrado pendurado no carbono ou à direita dele. o li CH3CH2CCH3 ou CH3CH2COCH3 ou CH3CH2C{=O)CH3 o li CH3CH2CH2CH ou CH3CH2CH2CHO ou CH3CH2CH2CH=O o li CH3CH2COH ou CH3CH2C02H ou CH3CH2COOH o li CH3CH2COCH3 ou CH3CH2C02CH3 ou CH3CH2COOCH3 "-- Fonte: adaptado de Bruice (2006a, p. 16). Hibridização Orbitais híbridos são orbitais mistos que resultaram da combi- nação de orbitais. O conceito de orbitais combinantes ou hibridização de orbitais foi sugerido pela primeira vez, em 1931, por Pauling. Segundo sua teoria: • Se Uin orbital se três orbitais p da segunda ca1nada são combi- nados e depois distribuídos em quatro orbitais iguais, cada UITI dos quatro orbitais resultantes será uma parte s e três partes p. • Esse tipo de orbital misto é chamado orbital sp3 (lê-se "s-p três", e não "s-p ao cubo"). • O sobrescrito 3 significa que três orbitais p são combinados com um orbital s para formar o orbital híbrido. • Cada orbital sp3 tem 25% de caráter se 75% de caráter p. • Os quatro orbitais sp3 são degenerados, têm a mesma energia. .J 3 ( Química orgânica Figura 1.2 i i p i p i p hibridização i sp3 i sp 3 i sp 3 i sp 3 s orbitais híbridos 4 orbita is são hibridizados Fonte: Bruice (2006a, p. 26). Como um orbital p, um orbital sp3 tem dois lobos. Os lobos diferem em tamanho, apesar disso, o orbital s adiciona-se a um lobo do orbital p e reduz o outro lobo do orbital p (Figura 1.3). A estabilidade de um orbital sp3 mostra sua composição; ele é mais estável que um orbital p, mas não tanto quanto um orbital s (Figu- ra 1.4). O lobo maior do orbital sp3 é usado na formação da ligação covalente. Figura 1.3 O orbital s adiciona-se a um lobo do orbital p e reduz o outro lobo orbital p. o orbital s adiciona-se ao lobo do orbital p o orbital s reduz o lobo do orbitalp Os quatro orbitais sp 3 arranjam-se no espaço de forma que fiquem o mais distante possível uns dos outros (Figura 1.5a). Isso ocorre porque os elétrons se repelem e a distância diminui a repulsão. Quando os quatro orbitais espalham-se no espaço, distantes uns dos outros, eles apontam para o canto de um te- traedro regular (uma pirâmide com quatro faces de um triângu- lo equilátero). Cada ligação C- H no metano é formada pela sobreposição de um orbital sp3 do carbono com o orbital s de um hidrogênio (Figura 1.5b ). Isso explica por que as quatro li- gações C- H são iguais. Química orgânica: origem) E Figura 1.4 Um orbital se três orbitais p hibridizam-se para formar quatro orbitais sp3. Um orbital sp3 é mais estável que um orbital p, mas nâo tão estável quanto um orbital s. hibridização p p p sp3 s Figura 1.5 b. H H H H Fonte: Bruice (2006a, p. 27). Saiba mais Li nus Carl Pauling (1901-1994) nasceu em Portland, Oregon (EUA). O laboratório na casa de um amigo despertou o interesse de Pauling pela ciência. Ele tornou-se PhD pela Califórnia lnstitute ofTechnology e passou ali a maior parte de sua carreira. Recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1954, por seu trabalho em estrutura molecular. Como Einstein, Pauling foi um pacifista e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pelo seu trabalho em defesa do desarmamento nuclear. O ângulo formado entre duas ligações de metano é de 109,5°. Esse ângulo de ligação é chamado ângulo de ligação tetraédrico. Um car- bono, como aquele no metano, que forma ligações usando quatro or- bitais sp3 equivalentes, é chamado de carbono tetraédrico. O princípio dos orbitais híbridos pode parecer uma teoria inventada apenas para fazer as coisas adequadas - e é exatamente isso. Apesar disso, é uma teoria que oferece uma boa imagem da ligação e1n química orgânica. sp3 sp3 sp3 3 ( Química orgânica Link O site A Graça da Qufmica <www.agracadaquimica.com.br/index.php> foi eleito um dos dez melhores dedicados ao estudo dessa ciência no Brasil. Se você gosta de química e pensa em seguir carreira na área, encontrará lá ma- terial suficiente para levar ad iante sua ideia. Se você não gosta ou acha difícil, encontrará formas de enxergar a química de um jeito mais simples e até di- vertido. Faça uma visita e comprove! Nomenclatura e propriedades de hidrocarbonetos alifáticos Conforme aprendemos como se sintetiza uma substância, é preciso, depois, nomeá-la, por isso começamos o estudo de quími- ca orgânica aprendendo como nomear as cinco classes de substân- cias. Antes, veja alguns lembretes • Primeiro, nomearemos alcanos porque eles formam a base para os no1nes da maioria das substâncias orgânicas. • Alcanos são formados apenas por átomos de carbono e hidro- gênio e possuem apenas ligações simples. • Substâncias que contêm somente carbono e hidrogênio são chamadas de hidrocarbonetos, de modo que um alcano é um hidrocarboneto que tem somente ligações desse tipo. • Alcanos em que o carbono forma uma cadeia contínua, isto é, se1n ramificações, são chamados de alcanos de cadeia linear. • Os nomes de vários alcanos de cadeia linear serão dados na Tabela 1. 5. • Aprenda, pelo menos, o nome dos dez primeiros. A família dos alcanos, mostrada na Tabela 1. 5, é um exemplo de série homóloga. Uma série homóloga é formada por uma famí- lia de substâncias em que cada membro é diferente do seguinte por causa de um grupo metileno (CH 2 ). Os membros desse tipo são chamados homólogos. Propano (CH 3 CH 2 CH 3 ) e butano (CH 3 CH 2 CH 2 CH 3 ) são homólogos. Se olharmos o número de áto- mos de carbono e de hidrogênio nos alcanos vistos na Tabela 1.5, perceberemos que: • A fórmula molecular geral para um alcano é Cn H 2 n+ 2 ; onde n é qualquer número inteiro. Se u1n alcano tem um átomo de carbono, terá quatro de hidro- gênio; se tiver dois, terá seis de hidrogênio. • Vimos que o carbono faz quatro ligações covalentes e o hidro- gênio, apenas uma. Isso significa que é possível somente uma estrutura para um alcano com fórmula molecular CH 4 (metano) e apenas uma para um alcano com fórmula molecu- lar C 2 H 6 (etano). • Há também apenas uma estrutura para um alcano com a fór- mula molecular C 3 H 8 (propano). Tabe la 1.5 Nomenclatura e propriedades físicas de alcanos lineares. Número de Fórmula Estrutura Ponto de carbonos molecular Nome condensada ebulição (ºC)1 CH4 metano CH4 -167,7 2 C2H6 etano CH3CH3 - 88,6 3 C3Hs propano CH3CH2CH3 - 42,1 4 C4H IO butano CH3CH2CH2CH3 - 0,5 5 CSHl2 pentano CH3(CH)3CH3 36, 1 6 C6Hl4 hexano CHiCH)4CH3 68,7 7 C7Hl6 heptano CH3(CH) 5CH3 98,4 8 C8Hl8 octano CH3(CH)6CH3 127,7 9 C 9 H2() nonano CH 3 (CH)7CH3 150,8 10 CIOH22 decano CH/CH) 8CH3 174,0 1 1 c 11H24 undecano CH3(CH)9CH3 195,8 12 C12H26 dodecano CH3(CH)10CH3 216,3 13 c 13H2s tridecano CH/CH)11CH3 235,4 20 C20H42 eicosano CH3(CH)18CH3 343,0 21 C21 H44 uneicosano CH/CH2\ 9CH3 356.5 30 C30H62 triacontano CH3(CH)28CH3 449,7 Química orgânica: origem) E Ponto de Densidade* fusão (ºC) (g/ml) -182,5 - 183,3 - 187,7 - 138,3 - 129,8 0,5572 -95,3 0,6603 -906 ' 0,6837 - 56,8 0,7026 - 53,5 0,7177 -29,7 0,7299 -256 , 0,7402 -9,6 0,7487 - 5,5 0,7546 36,8 0,7886 40,5 0,7917 65,8 0,8097 * Densidade é dependente da temperatura. As densidades dadas são as determinadas a 20 ºC (d20). Fonte: adaptada de Bruice (2006a, p. 61 ). 3 ( Química orgânica metano etano propano butano 1 estrutura de Kekulé 1 H 1 estrutura condensada 1 1 modelo de bolas e varetas 1 1 H-C-H 1 H H H 1 1 H- C- C- H 1 1 H H H H H 1 1 1 H-C-C-C-H 1 1 1 H H H H H H H 1 1 1 1 H-C-C-C-C-H 1 1 1 1 H H H H Fique atento Certos tipos de alcanos são aplicados de acordo com o número de átomos de carbono que possuem, veja exemplos: Os quatro primeiros alcanos são usados, principalmente, no aquecimento doméstico e, em alguns países, na produção de eletricidade. Etano e me- tano são os principais compostos do gás natural. Propano e butano podem se tornar líquidos em pressões não muito altas. Essa mistura é chamada Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O propano é usado no queimador de gás propano e o butano em isqueiros descartá- veis. Os dois alcanos também são usados como propelentes em sprays aerossóis. Dos pentanos aos octanos, alcanos são líquidos que, quase sempre, podem se transformar em líquido ou vapor. Por isso, são usados como combustíveis em motores de combustão interna, já que vaporizam facilmente na entrada da câmara de combustão e não formam gotas. Alcanos de cadeia ramificada são os preferi- dos, pois, em geral, reagem à combustão somente no momento certo. A tendência que um alcano possui de reagir à combustão é medida pela octanagem do combustível, onde 2 ,2,4-trimetilpenta- no (iso-octano) tem um valor atribuído igual a 100 e o heptano tem valor igual a zero. Para além de seu uso como combustível, os alcanos também são bons solventes para substâncias não polares. Alcanos de até nove carbonos, por exemplo, os de 16 átomos de carbono, são líquidos mais densos e menos adequados para o uso em gasolina. Formam a maior parte do diesel e do querosene. Die- seis são caracterizados pelo número de cetano (nome antigo para hexadecano). Apesar disso, o maior ponto de fusão desses alcanos pode causar problemas em baixas temperaturas e em regiões gela- das, onde o combustível se toma muito denso para o fluxo correto . Alcanos de hexadecano para cima formam o mais importante componente dos óleos combustível e lubrificante. Neste último, eles funcionam ao mesmo tempo como agentes que impedem a corro- são, uma vez que sua repelência à água impede que esta chegue à superfície metálica. Muitos alcanos sólidos são utilizados como cera parafina, por exemplo, nas velas. Isso não deve ser confundido com a verdadeira cera, que é feita, principalmente, de ésteres. Fique atento A polaridade tem a ver com a separação das cargas elétricas que faz com que moléculas ou grupos funcionais formem dipolos elétricos. Moléculas polares interagem através de dipolos-dipolos (força intermolecular) ou de ligações de hidrogênio. A polaridade em uma molécula depende da diferença de eletrone- gatividade entre os átomos. Um exemplo: a molécula de água é polar porque nela existe um compartilhamento desigual dos elétrons entre o átomo de oxi- gênio e os átomos de hidrogênio. Já o metano é considerado apoiar porque o carbono compartilha os elétrons de forma equilibrada com os hidrogênios, pois a diferença de eletronegatividade é pouca. A polaridade influencia várias pro- priedades físicas e químicas como a tensão superficial, a capacidade que uma substância possui de se dissolver ou não; os pontos de fusão e ebulição etc. Química orgânica: origem) E 3 ( Química orgânica Alcanos com uma cadeia de aproximadamente 35 ou mais áto- mos de carbono são encontrados, por exemplo, no betume, mate- rial que é usado no recapeamento do asfalto. Apesar disso, os maiores alcanos têm pouco valor e são geralmente "quebrados" ou divididos em alcanos menores. Alguns polímeros sintéticos, como polietileno e polipropileno são alcanos co1n cadeias que contêm centenas de milhares de áto- mos de carbono. Esses materiais, conhecidos como plásticos, são usados em inúmeras aplicações. Bilhões de quilogramas desses materiais são feitos e utilizados a cada ano. Quando o número de carbonos é maior que três em um alcano, o número de estruturas possíveis também aumenta. Existe1n duas estruturas possíveis para um alcano com fórmula 1nolecular C 4 ~ 0 . Além do butano - alcano de cadeia linear - há outro ramificado chamado isobutano. As duas estruturas são a prova de que todo carbono forma quatro ligações e cada hidrogênio, apenas uma. Substâncias como butano e isobutano, que têm a mesma fórmu- la molecular, mas são diferentes na ordem com que os átomos são ligados, são chamadas de isômeros constitucionais. Neste caso, suas moléculas se organizam de modos diferentes. Na realidade, o isobutano recebeu este nome porque é um "isô"mero do butano. A unidade estrutural - um carbono ligado a um hidro- gênio e dois grupos CH 3 - que existe no isobutano foi chamada "iso" . Assim, o nome isobutano diz que a substância é um alcano com quatro carbonos numa unidade estrutural iso. CH3CH2CH2CH3 butano CH3CHCH3 1 CH3 isobutano CH3CH- I CH3 uma unidade estrutural "iso" Existem três alcanos com a fórmula molecular C 5 ~ 2 : • Pentano é o alcano de cadeia linear. • Isopentano, como seu nome indica, tem uma unidade estrutu- ral iso e cinco átomos de carbono. • O terceiro isômero é chamado neopentano. • A unidade estrutural, que tem um carbono rodeado por outros quatro, é chamada "neo". Química orgânica: origem) E CH3 1 CH3CH2CH2CH2CH3 pentano CH3CHCH2CH3 1 CH3CCH2- I CH3 CH3 isopentano unidade estrutural "neo" Existem cinco isômeros constitucionais com a fórmula mole- cular C 6 H 14. Agora podemos nomear três deles -hexano, iso-hexano e neo-hexano - , 1nas não podemos nomear os outros dois sem encontrar nomes para novas unidades estruturais. CH3CH2CH2CH2CH2CH3 nome comum: hexano nome sistemático: hexano CH3CH2THCH2CH3 CH3 3-metilpentano CH3CHCH2CH2CH3 1 CH3 iso-hexano 2-meti lpentano CH3CH-CHCH3 1 1 CH3 CH3 2,3-dimetilbutano Existem nove alcanos com fórmula molecular C 7 H 16 . Podemos nomear apenas dois deles (heptano e iso-heptano) sem fixar uma nova unidade estrutural. Veja que neo-heptano não pode ser usado como um nome porque três heptanos diferentes têm um carbono que é ligado a quatro outros carbonos e um nome deve se referir a apenas uma subs- tância. O número de isômeros constitucionais aumenta rapidamente quando a quantidade de carbonos no alcano também aumenta. Por exemplo, existem 75 alcanos com fórmula molecular C 10 H 22 e 4.347 alcanos com a fórmula molecular C15H32. Para que não tenhamos que guardar os nomes de milhares de unidades estruturais, os químicos criaram regras que nomeiam substâncias de acordo com suas estrutu- ras. Assim, basta que as aprendamos. Como o nome é baseado na es- trutura, é possível descobrir a estrutura de uma substância por meio do seu nome. Esse método de nomeação é chamado nomenclatura siste- mática ou nomenclatura IUPAC e foi dado pela comissãoda IUPAC. Desde então, tais regras têm sido revistas sempre por essa co1nissão. N ornes como isobutano e neopentano - não sistemáticos - são chama- dos comuns e estão na cor cinza-escuro, junto às fórmulas abaixo. Já os nomes ordenados conforme a IUPAC estão em cinza-claro. Antes CH3 1 CH3CCH2CH3 1 CH3 neo-hexano 2,2-dimeti lbutano 3 ( Química orgânica de entendermos como um nome sistemático é formado para um alca- no, precisamos aprender como dar nomes aos substituintes alquila. CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH3 nome comum: heptano CH3CHCH2CH2CH2CH3 1 nome sistemático: heptano CH3CH2CHCH2CH2CH3 1 CH3 3-meti 1-hexano CH3CH-CHCH2CH3 1 1 CH3 CH3 2,3-dimetilpentano CH3 CH3 1 1 CH3C-CHCH3 1 CH3 2,2,3-trimetilbutano CH3 iso-heptano 2-metil-hexano CH3CHCH2CHCH3 1 1 CH3 CH3 2,4-dimetilpentano CH3CH2CHCH2CH3 1 CH2CH3 3-etilpentano Nomenclatura de substituintes alquila A retirada de um hidrogênio de um alcano resulta em um subs- tituinte alquila ( ou grupo alquila ). Substituintes alquila são nomea- dos trocando-se o sufixo "ano", do alcano, por " ila". A letra "R" é usada para indicar qualquer grupo alquila. CH3- um grupo metila CH3CH2- um grupo eti la CH3CH2CH2- um grupo propila R- CH3CH2CH2CH2- um grupo butila um grupo pentila qualquer grupo alquila Se um hidrogênio de um alcano é trocado por um OH, a subs- tância se toma um álcool; se for trocado por um NH 2 , a substância se torna uma amina; e se for trocado por um halogênio, se torna um haleto de alquila. R-OH álcool R-NH2 amina R-X haleto de alquila 1 X = F, CI, Br ou 11 Um nome de grupo alquila seguido pelo nome da classe da substância (álcool, amina etc.) produz o nome comum da substân- cia. Os exemplos seguintes mostram como os nomes dos grupos alquila são usados para produzir nomes comuns • Química orgânica: origem) E CH30H álcool metílico CH3CH2NH2 etilamina CH3CH2CH2Br brometo de propila CH3CH2CH2CH2Cl cloreto de butila CH3I iodeto de metila CH3CH20H álcool etílico CH3CH2CH2NH2 propilamina CH3CH2CH2CH20H álcool butílico Observe que há um espaço entre o nome do grupo alquila e o nome da classe da substância, menos no caso de aminas. Dois grupos alquila - um propila e outro isopropila - contêm três áto- mos de carbono. Um grupo propila é formado quando um hidro- gênio é retirado de um carbono primário do propano (aquele ligado somente a um outro carbono). Um grupo isopropila é for- mado quando um hidrogênio é retirado de um carbono secundário ( aquele ligado a dois outros carbonos). Note que um grupo isopro- pila, como o nome indica, tem seus três átomos de carbono arran- jados como uma unidade iso . 1 um carbono primário 1 V CH3CH2CH2- um grupo propila cloreto de propila 1 um carbono secundário 1 V CH3CHCH3 1 um grupo isopropila CH3CHCH3 1 Cl cloreto de isopropila Estruturas moleculares podem ser desenhadas de maneiras dife- rentes. Cloreto de isopropila, por exemplo, é desenhado aqui de duas ' maneiras. As duas representam a mesma substância. A primeira vista, as representações tridimensionais parecem ser diferentes (Figura 1.6). os grupos metila estão um ao lado do outro em uma estrutura e em ângulos retos na outra. Mas as estruturas são idênticas porque• • O carbono é tetraédrico. • Os quatro grupos ligados ao carbono central - um hidrogênio, um cloro e dois grupos metila - apontam para o canto de um tetraedro. • Se rodarmos o modelo tridimensional 90° à direita, no sentido horário, veremos que os dois modelos são iguais. 3 ( Química orgânica um carbono primário um grupo butila Figura 1.6 álcool metílico cloreto de metila metilamina Fonte: Bruice (2006a, p. 64). Existem quatro grupos alquila que contêm quatro átomos de carbono: • Os grupos butila e isobutila têm um hidrogênio retirado de um carbono primário. • Um grupo sec-butila te1n um hidrogênio retirado de um carbo- no secundário (sec- , geralmente abreviado s-, enviado para carbono secundário). • Um grupo terc-butila tem um hidrogênio retirado de UITI carbono terciário (terc-, também abreviado t-, enviado para terciário). • Um carbono terciário é o que está ligado a três outros. Observe que o grupo isobutila é o único grupo com uma unida- de iso. um carbono primário CH3CHCH2- I CH3 um grupo isobutila um carbono secundário um carbono terciário CH3 .., ' 1 CH3C- I CH3 um grupo sec-butila um grupo terc-butila O nome de um grupo alquila linear gerahnente tem prefixo " n" (para "normal"), para mostrar que seus carbonos estão em uma cadeia não ramificada. Se o nome não tem um prefixo como " n" ou "iso", acredita-se que o ramificada. CH 3 CH 2 CH 2 CH 2 Br brometo de butila ou brometo de n-butila carbono esteja em uma cadeia não CH 3 CH 2 CH 2 CH 2 CH 2 F fluoreto de pentila ou fluoreto de n-pentila Assim como os carbonos, os hidrogênios em uma molécula também são chamados primários, secundários e terciários. Hidro- gênios primários estão ligados a carbonos primários~ hidrogênios secundários estão ligados a carbonos secundários; e hidrogênios terciários estão ligados a carbonos terciários. álcool butílico ou álcool n-butílico álcool isobutilico hidrogênios secundários IHOH CH3 álcool sec-butílico ou álcool s-butílico Como o nome químico precisa se referir a apenas uma substân- cia, a única vez que veremos o prefixo "sec" é em sec-butila. O nome "sec-pentila" não pode ser utilizado porque tem dois átomos de carbono secundário diferentes. Isso explica porque existem dois grupos alquila diferentes que são resultado da retirada de um hidrogênio de um carbono secundário do pentano. Como o nome indica duas substâncias diferentes, está errado. Química orgânica: origem) E álcool terc-butílico ou álcool t-butílico Ambos os haletos de alqui la têm cinco átomos de carbono com um cloro ligado a um carbono secundário, então os dois compostos seriam nomeados cloreto de sec-pentila. O prefixo "terc" é encontrado em terc-butila e terc-pentila por- que cada um dos nomes de substituintes apresenta apenas um gru- po alquila. O nome "terc-hexila" não pode ser usado porque apresenta dois grupos alquila diferentes. (Em literatura antiga, talvez seja encontrado "amila" no lugar de "pentila" para indicar grupo alquila com cinco carbonos.) Se examinarmos as estruturas seguintes, veremos que sempre que o prefixo "iso" for usado, uma unidade iso estará em um lado da molécula e qualquer grupo substituindo um hidrogênio estará no outro lado: 3 ( Química orgânica r metila etila propila Q d 1 2 N ua ro • CH3- CH3CH2- CH3CHCH2CH2OH 1 CH3 álcool isopentílico CH3CHCH2Br 1 CH3 brometo de isobutila CH3CHCH2CH2CH2Cl 1 CH3 cloreto de iso-hexila CH3CHCH2CH2OH 1 CH3 álcool isopentílico CH3CHCH2NH2 1 CH3 isobutilamina CH3CHBr 1 CH3 brometo de isopropila Observe que um grupo iso tem uma metila no penúltimo car- bono da cadeia. Veja também que todas as substâncias isoalquila têm um substituinte (OH, Cl, NH 2 etc.) em um carbono primário, menos para o isopropila, que tem um substituinte em um carbono secundário. O grupo isopropila poderia ser chamado grupo sec- -propila. Qualquer um dos dois nomes seria adequado porque este grupo tem uma unidade iso e um hidrogênio foi retirado de um carbono secundário. Apesar disso, os químicos decidiram chamá-lo isopropila, o que significa que "sec" é usado apenas para sec-buti- la. Os nomes de grupos alquila são utilizados de forma tão rotinei- ra que é preciso guardá-los na memória. Alguns dos grupos alquila mais co1nuns estão compilados no Quadro 1.2. ornes e a guns grupos a qu1 a. d 1 1 ·1 " CH3 1 sec-butila CH3CH2CH- neopentila CH3CCH2- 1 1 CH3 CH3 CH3CH2CH2- CH3 1 hexila CH3CH2CH2CH2CH2CH2- isopropila CH3CH- 1 terc-butila CH3C- 1 iso-hexila CH3CHCH2CH2CH2- 1 CH3 CH3 CH3 butila CH3CH2CH2CH2-
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