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Princípios Gerais da Função Gastrointestinal (GI) ANATOMIA FISIOLÓGICA DA PAREDE GASTROINTESTINAL -Contração do músculo Liso. -Músculo Liso Gastrointestinal funciona como um Sincício (célula multinucleada/ sofreu fusão de núcleos ou divisão celular incompleta). *No interior de cada feixe, as fibras se conectam por meio das Junções Comunicantes (GAP), que permitem a passagem rápida do sinal elétrico entre as células. *Em alguns pontos os feixes se fundem, tornando a camada muscular uma rede de feixes musculares lisos e formando o sincício. *Potencial de Ação disparado em qualquer ponto atinge toda a camada rapidamente, assim como entre as camadas longitudinal e circular. -Atividade elétrica do m. liso GI (é excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta nas membranas das fibras musculares): *Ondas Lentas: São variações lentas e ondulantes do potencial de repouso, não são potenciais de ação. Ditam o ritmo e a frequência das contrações GI. Ocorrem provavelmente devido às Células Intersticiais de Cajal (“marca- passos” elétricos das cél. m. liso, fazem descargas elétricas periódicas). Elas estimulam os potenciais em espícula, que, de fato, fazem a contração muscular. *Potenciais em Espícula: são verdadeiros potenciais de ação e ocorrem quando o pot. repouso da membrana fica mais positivo que -40 milivolts (o pot. repouso normal é entre -50 e -60 milivolts). Quanto maior o pot. onda lenta, maior a frequência dos pot. em espícula. Obs. Diferenças entre Potenciais de Ação do m. liso GI e das fibras nervosas: -Tempo de duração: 10 a 40X maior no m. GI (dura até 10 a 20 milissegundos) Modo como são gerados: nas fibras nervosas é pela entrada de íons sódio nos canais de sódio. Já no m. GI é pelos canais para cálcio- sódio, com grande quant. íons Ca e peq. quant. íons Na. -Mudanças na voltagem do Potencial de Repouso da Membrana: Sob condições normais: -56 milivolts Despolarização(pot. fica menos negativo): fibras musc. ficam mais excitáveis. *Fatores: estiramento do músculo, acetilcolina (liberada pelos nervos parassimpáticos) e horm. GI específicos. Hiperpolarização(pot. fica mais negativo): fibras musc. ficam menos excitáveis. *Fatores: norepinefrina/epinefrina(secretada pelos nervos simpáticos). Ana Luiza Basso – ATM 2026/B -Contração Tônica: é contínua (não se associa às ondas lentas), pode variar sua intensidade. É causada por: potenciais em espícula repetidos ininterruptamente, hormônios ou entrada contínua de íons cálcio. Controle neural da função GI (SN Entérico) -SN entérico é próprio do trato GI, localizado na parede intestinal (vai do esôfago até o ânus) e bem desenvolvido (cerca de 100 milhões neurônios) e controla movimentos e secreções. -Composto por 2 plexos: mioentérico e submucoso. -Plexo Mioentérico(de Auerbach): externo, circular, entre as camadas musc. longitudinal e circular. Controla quase todos os mov. GI *cadeia linear de neurônios interconectados por todo o TGI. *Quando é estimulado, gera: aumento do tônus intestinal e aum. da intensidade e do ritmo das contrações (aum. velocidade de condução das ondas). *Quando é inibido (pelo polipeptídeo intestinal vasoativo), impede a movimentação do alimento pelo trato (atua nos músculos dos esfíncteres intestinais, como o pilórico (estômago/duodeno) e o da valva ileocecal (int. delgado/ceco). -Plexo Submucoso(de Meissner): interno, na submucosa. Controla a secreção GI e o fluxo sanguíneo local. -Neurotransmissores secretados pelos neurônios entéricos: *Acetilcolina(excitatório) *Norepinefrina(inibitório) *Trifosfato de adenosina *Serotonina *Dopamina *Colecistocinina *Substância P *Polipeptídeo intestinal vasoativo *Somatostatina *Leuencefalina *Metencefalina *Bombesina -Controle autônomo do TGI: *Estímulos parassimpáticos aumentam a atividade do SN Entérico. Obs. Inervação parassimpática do intestino divide-se em: divisões cranianas (esôfago, estômago e pâncreas), divisões sacrais (metade distal do intestino grosso até o ânus) e os neurônios pós-ganglionares atuam nos plexos Auerbach e Meissner. *Estímulos simpáticos inibem a atividade GI em dois níveis: efeito direto, em pequeno grau, da norepinefrina, que inibe a musculatura lisa do TGI (exceto músculo mucoso, que é excitado), e em grau maior, com a norepinefrina inibindo todos os neurônios do SN entérico. -Reflexos Gastrointestinais: *Completamente integrados na parede intestinal do SNE: controlam a maioria dos mov. peristaltismo e secreções. *Do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o TGI. *Do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o TGI: reflexos de dor e defecação. Controle Hormonal da Motilidade GI -Hormônios GI são liberados na circulação Porta e atuam em células-alvo -Gastrina, colecistocinina(CCK, inibe a contração do estômago para retardar a saída do alimento dali e garantir que as gorduras sejam digeridas no trato intestinal superior), secretina, Peptídeo Inibidor gástrico(GIP ou peptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e Motilina Tipos Funcionais de Movimentos do TGI -Propulsivos(Peristaltismo): fazem o alimento percorrer o TGI com velocidade adequada. Ocorrem com o surgimento de um anel contráctil, estimulado por uma distensão do TGI(acúmulo de grande quantidade de alimento), irritação do epitélio revestim. do intestino e SN Parassimp. Ana Luiza Basso – ATM 2026/B As ondas peristálticas se movem na direção do ânus com o Relaxamento Receptivo(musc. relaxa antes da passagem do anel contráctil) a Jusante: “Lei do Intestino” Obs. O peristaltismo requer o plexo mioentérico ativo -Movimentos de Mistura: mantém os conteúdos intestinais bem misturados o tempo todo. Circulação Esplâncnica(Fluxo sanguíneo Gastrointestinal) -Inclui o fluxo sanguíneo pelos intestinos, baço, fígado e pâncreas, que flui para o fígado pela Veia Porta. -No fígado, esse sangue passa por milhões de sinusoides hepáticos e sai pelas veias hepáticas, que desembocam na veia cava da circulação geral. -Essa circulação permite que as células reticuloendoteliais (revestem os sinusoides hepáticos) removam bactérias e outros microrganismos que poderiam entrar no TGI e prejudicá-lo. -Os nutrientes não lipídicos e hidrossolúveis (absorvidos no intestino, como carboidratos e proteínas), são transportados no sangue venoso da veia Porta para os mesmos sinusoides hepáticos. As células reticuloendoteliais e as céls. Hepáticas (parênquima fígado) absorvem e armazenam temporariamente grande parte dos nutrientes. Obs. Quase todas as gorduras absorvidas pelo trato intestinal não são transportadas pelo sist. Porta, mas sim pelo sist. linfático intestinal, que as leva para o sangue circulante sistêmico por meio do Ducto Torácico, sem passar pelo fígado. Efeito da Atividade Intestinal e fatores metabólicos no fluxo sanguíneo GI -Sob condições normais, o fluxo sanguíneo varia conforme a atividade do local. Ex. Após uma refeição o fluxo de sangue aumenta e, horas depois, retorna ao seu nível de repouso. -Possíveis causas do aumento do fluxo sanguíneo durante atividade GI: *Liberação de: Substâncias vasodilatadoras durante o processo digestivo pela mucosa intestinal: Colecistocinina, Peptídeo Vasoativo Intestinal, Gastrina e Secretina. Calidina e Bradicinina(duas cininas liberadas por gl. Secretoras junto com outras no lúmen), duas potentes vasodilatadores da mucosa. *Redução da Concentração de Oxigênio na parede intestinal (faz aumentar a concentração do vasodilatador Adenosina) -Fluxo Sanguíneo em “Contracorrente” nas Vilosidades: O Fluxo arterial entra no vilo e o fluxo venoso sai dele (correm em direções opostas), sendo que os vasos são paralelos e próximos. Devido a isso, grande parte do oxigênio se difunde nas vênulas adjacentes, sem passar pelas extremidades dos vilos (não servirá às funções metabólicas locais). Em condições normais, isso não lesa as vilosidades. Porém, em condições patológicas(fluxo de sangue intestinal fica comprometido), pode haver morte isquêmica das vilosidades, diminuindo a capacidade absortiva intestinal. Ana Luiza Basso – ATM 2026/B -Controle Nervoso do Fluxo Sanguíneo GI: *Estimulação parassimpática no estômago e no cólon distal aumentam o fluxo sanguíneo local. *Estimulação Simpática atua em todo o TGI, causando vasoconstrição intensa das arteríolas (diminuindo o fluxo sanguíneo por isquemia). O mecanismo de “Escape autorregulatório” faz o fluxo retornar aos valores normais. -Redução nervosa(Vasoconstrição Simpática) do fluxo sanguíneo GI (e esplâncnico) quando outras partes do corpo necessitam de fluxo sanguíneo extra, por breves períodos de tempo, durante: exercício pesado, choque circulatório (quando todos os tecidos vitais estão em risco de morte celular por ausência de irrigação, principalmente cérebro e coração). Isso ocorre também nas veias intestinais e mesentéricas de grande calibre, fornecendo sangue para a circulação sistêmica em casos de choque hemorrágico, por exemplo. Ana Luiza Basso – ATM 2026/B
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