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Princípios Gerais da Função Gastrointestinal - Guyton

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1 Fisiologia II Lis Yumi 
Princípios Gerais da Função Gastrointestinal 
Este material é um resumo do capítulo 62 do Guyton (9ª edição), acrescido de outras informações. 
 
Elementos necessários para o tubo digestivo 
desempenhar suas funções: 
1. O movimento do alimento ao longo do tubo 
digestivo; 
2. A secreção de sucos digestivos e a digestão do 
alimento; 
3. A absorção dos produtos digestivos, da água e 
dos vários eletrólitos; 
4. A circulação do sangue pelos órgãos 
gastrointestinais para transportar as 
substâncias absorvidas; 
5. O controle de todas essas funções pelo 
sistema nervoso e pelo sistema hormonal. 
• PRINCÍPIOS GERAIS DA MOTILIDADE 
GASTROINTESTINAL 
 ∟ Características da Parede Intestinal 
 
• O MÚSCULO LISO GASTROINTESTINAL 
Ele exerce função de sincício, pois no interior de cada 
feixe, as fibras musculares estão eletricamente 
conectadas umas às outras através de um número 
grande de junções abertas, que permitem o 
movimento de íons de uma célula para outra com 
baixa resistência. 
Por conta disso, os sinais elétricos podem passar 
rapidamente de uma fibra para outra (isso acontece 
mais rápido ao longo de seu comprimento do que 
lateralmente). 
Obs: Na camada muscular longitudinal, os feixes se 
estendem longitudinalmente pelo tubo intestinal e, na 
camada muscular circular, eles se estendem ao redor 
desse tubo. 
 ∟ Atividade elétrica 
Quase contínua, porém lenta. Ela tende a exibir dois 
tipos básicos de ondas elétricas: 
1. Ondas lentas; 
Não são potenciais de ação, e sim alterações lentas e 
ondulantes no potencial de membrana em repouso. 
Em geral, as ondas lentas em si não produzem 
contração muscular na maior parte do trato 
gastrointestinal (à exceção do estômago), pois elas 
não estão associadas à entrada de íons de cálcio na 
fibra muscular, somente de íons de sódio. 
A maioria das contrações ocorre de maneira rítmica, e 
esse ritmo é determinado principalmente pelas ondas 
lentas, uma vez que elas controlam o aparecimento 
de potenciais intermitentes em ponta. 
Células intersticiais de Cajal: atuam como marca-
passo, podendo desencadear as ondas lentas. 
2. Pontas. 
São verdadeiros potenciais de ação. 
Ocorrem automaticamente quando o potencial de 
membrana em repouso do músculo liso 
gastrointestinal se torna mais positivo do que cerca de 
40mV. Quando isso acontece, eles surgem 
temporariamente sobre as ondas lentas. 
Quanto maior a elevação do potencial das ondas 
lentas, maior a frequência dos potenciais em ponta. 
 
2 
 
No músculo liso gastrointestinal, os canais 
responsáveis pelos potenciais de ação permitem a 
entrada de quantidades especialmente grandes de 
íons de cálcio, juntamente com quantidades menores 
de íons sódio. Portanto, eles são chamados de canais 
de cálcio-sódio. 
A abertura e o fechamento deles são muito mais 
lentos do que os canais rápidos de sódio, por isso a 
maior duração dos potenciais de ação. 
 ∟ Alterações na voltagem do potencial de 
membrana em repouso 
Além das ondas lentas e dos potenciais em ponta, os 
níveis da voltagem do potencial de membrana em 
repouso também podem variar, e isso pode exercer 
importantes efeitos no controle da atividade motora 
do trato gastrointestinal. 
Em condições normais, o potencial de membrana em 
repouso atinge, em média, cerca de 56mV. Contudo, 
esse nível pode ser modificado por diversos fatores. 
∙ Despolarização da membrana 
Quando o potencial se torna mais positivo; a fibra 
muscular se torna mais excitável. 
Os fatores que despolarizam a membrana são: 
1. Estiramento do músculo; 
2. Estimulação pela acetilcolina; 
3. Estimulação pelos nervos parassimpáticos que 
secretam acetilcolina em suas terminações; 
4. Estimulação por vários hormônios 
gastrointestinais específicos. 
∙ Hiperpolarização 
Quando o potencial se torna mais negativo; a fibra 
muscular se torna menos excitável. 
Os fatores importantes que tornam o potencial de 
membrana mais negativo são: 
1. o efeito da norepinefrina ou da epinefrina 
sobre a membrana muscular; 
2. a estimulação dos nervos simpáticos que 
secretam norepinefrina em suas terminações. 
 ∟ Íons cálcio e contração muscular 
A contração muscular ocorre em resposta à entrada 
de cálcio na fibra muscular. 
Os íons de cálcio, ao atuarem através do mecanismo 
se controle da calmodulina, ativam os filamentos de 
miosina na fibra, gerando forças de atração entre 
esses filamentos e os de actina, ocasionando a 
contração do músculo. 
É durante os potenciais em ponta gerados nos picos 
das ondas lentas que grande quantidade de íons de 
cálcio penetra nas fibras, causando grande parte de 
sua contração. 
 ∟ Contração tônica 
Alguns músculos exibem contrações tônicas e/ou 
contrações rítmicas. 
A contração tônica é contínua e não está associada ao 
ritmo elétrico básico das ondas lentas. 
Algumas vezes, ela é causada por séries repetitivas de 
potenciais em ponta, sendo que quanto maior a 
frequência, maior o grau de contração. Já em outras 
vezes, ela é produzida por hormônios ou outros 
fatores que desencadeiam a despolarização contínua 
da membrana muscular lisa, sem causar potenciais de 
ação. 
Uma terceira causa da contração tônica consiste na 
entrada contínua de cálcio no interior da célula, 
determinada por processos que não estão associados 
a alterações do potencial de membrana. 
• CONTROLE NEURAL DA FUNÇÃO 
GASTROINTESTINAL 
O trato gastrointestinal possui um sistema nervoso 
próprio, denominado Sistema Nervoso Entérico. Ele se 
encontra totalmente na parede intestinal, sendo que 
começa no esôfago e se estende até o ânus. 
O número de neurônios nesse sistema entérico é de 
cerca de 100 milhões (número quase exatamente 
igual ao existente em toda a medula espinhal). 
Ele é formado principalmente por dois plexos: 
 
3 
 
1. Plexo Mioentérico (ou plexo de Auerbach); 
É um plexo externo, situado entre as camadas 
musculares longitudinal e circular, e consiste em 
cadeias lineares de numerosos neurônios 
interconectados que se estendem por todo o 
comprimento do trato gastrointestinal. 
Obs: cadeias semelhantes localizam-se paralelamente 
entre si, ao redor de toda a parede intestinal. As 
cadeias distintas também possuem conexões por 
fibras laterais entre si, bem como conexões com o 
plexo submucoso mais profundo. 
Esse plexo controla principalmente os movimentos 
gastrointestinais, provocando esses efeitos: 
1.1 Aumento da contração tônica (tônus) da 
parede intestinal; 
1.2 Maior intensidade das contrações 
rítmicas; 
1.3 Ligeiro aumento na frequência do ritmo 
de contração; 
1.4 Maior velocidade de condução das ondas 
excitatórias ao longo da parede intestinal, 
resultando em movimento mais rápido 
das ondas peristálticas. 
O plexo mioentérico não deve ser considerado 
totalmente excitatório, já que alguns neurônios são 
inibitórios (pois as terminações nervosas secretam um 
transmissor inibitório). 
Os sinais inibitórios resultantes são especialmente 
úteis para inibir alguns dos músculos esfincterianos 
intestinais que impedem o movimento do alimento 
entre sucessivos segmentos do trato gastrointestinal, 
como: o esfíncter pilórico (que controla o 
esvaziamento do estômago) e o esfíncter da válvula 
ileocecal (que controla o esvaziamento do intestino 
delgado no ceco). 
2. Plexo Submucoso (ou plexo de Meissner). 
Localizado na submucosa. Ele controla, sobretudo, a 
secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. 
Além disso, está principalmente relacionado com o 
controle da função no interior da parede de cada 
segmento do intestino. 
 
São as fibras simpáticas e parassimpáticas que 
estabelecem conexões com os plexos mioentérico e 
submucoso. 
Embora o sistema nervoso entérico possa funcionar 
por si próprio, independentemente desses nervos 
extrínsecos, a estimulação dos sistemas 
parassimpático e simpático pode ativar ou inibir ainda 
mais as funções gastrointestinais.Na imagem acima, vemos a existência de terminações 
nervosas sensitivas (que se originam no epitélio 
gastrointestinal ou na parede intestinal) que emitem 
fibras aferentes para ambos os plexos, bem como 
para os gânglios pré-vertebrais do sistema nervoso 
simpático. 
Enquanto algumas fibras seguem seu trajeto pelos 
nervos simpáticos até a medula espinhal, outras o 
fazem pelos vagos até o tronco cerebral. 
Esses nervos sensitivos podem desencadear reflexos 
locais no interior do próprio intestino, bem como 
outros reflexos que são transmitidos para o intestino 
a partir dos gânglios pré-vertebrais ou das regiões 
basais do Sistema Nervoso Central. 
 ∟ Tipos de Neurotransmissores secretados pelos 
neurônios entéricos: 
Acetilcolina Norepinefrina 
Adenosina-trifosfato Serotonina 
Dopamina Colecistocinina 
Substância P Somatostatina 
Leu-encefalina Met-encefalina 
Bombesina Polipeptídeo intestinal vasoativo 
Obs: as funções específicas da maioria ainda não são 
conhecidas o suficiente para justificar a exposição 
extensa, mas ainda sim pode-se afirmar o seguinte: 
 
4 
1. Com mais frequência, a acetilcolina excita a 
atividade gastrointestinal; 
2. A norepinefrina sempre inibe a atividade 
gastrointestinal (e a epinefrina também, 
sendo que ela atinge o trato intestinal por 
meio do sangue circulante, após ter sido 
secretada pela medula adrenal na circulação). 
As outras substâncias citadas consistem em uma 
mistura de agentes excitatórios e inibitórios, mas, 
como já mencionado, sua importância e até mesmo 
suas funções ainda não estão muito bem 
determinadas. 
 ∟ Controle autonômico do trato gastrointestinal 
∙ Inervação parassimpática 
É dividida em craniana e sacra. 
As fibras parassimpáticas cranianas são transmitidas 
quase inteiramente pelos nervos vagos (com exceção 
de algumas fibras para a boca e região faríngea do 
tubo alimentar). Elas fornecem extensa inervação 
para o esôfago, estomago, pâncreas e ligeiramente 
menos para o intestino até a primeira metade do 
intestino grosso. 
O parassimpático sacro origina-se no segundo, 
terceiro e quarto segmentos sacros da medula 
espinhal e passa, através dos nervos pélvicos, para a 
metade distal do intestino grosso. 
As regiões sigmoide, anal e retal do intestino grosso 
são consideravelmente mais supridas por fibras 
parassimpáticas do que as outras porções do 
intestino. Essas fibras funcionam especialmente nos 
reflexos de defecação. 
Os neurônios pós-ganglionares do sistema 
parassimpático localizam-se nos plexos mioentérico e 
submucoso, de modo que a estimulação dos nervos 
parassimpáticos produz aumento geral da atividade 
de todo o sistema nervoso entérico. 
Isso intensifica a atividade da maioria das funções 
gastrointestinais, mas não de todas, visto que alguns 
neurônios entéricos são inibitórios e, portando, 
inibem algumas dessas funções. 
∙ Inervação simpática 
As fibras simpáticas para o trato gastrointestinal se 
originam na medula espinhal entre os segmentos T-5 
e L-2. 
Após deixarem a medula espinhal, a maioria das fibras 
pré-ganglionares que inervam o intestino penetram 
nas cadeias simpáticas e passam, através delas, para 
os gânglios situados fora delas, como o gânglio 
cefálico e os vários gânglios mesentéricos. 
Nesses gânglios fica localizada a maioria dos corpos 
dos neurônios pós-ganglionares e, a partir daí, as 
fibras pós-ganglionares disseminam-se através dos 
nervos simpáticos pós-ganglionares para todas as 
partes do intestino, terminando principalmente em 
neurônios do sistema nervoso entérico. 
O simpático inerva praticamente todas as porções do 
trato gastrointestinal, em lugar de suprir mais 
extensamente as porções mais orais e anais, como faz 
o parassimpático. 
As terminações nervosas simpáticas secretam 
norepinefrina. 
Em geral, a estimulação do sistema nervoso simpático 
inibe a atividade no trato gastrointestinal, produzindo 
muitos efeitos opostos aos do sistema parassimpático. 
Esses efeitos são exercidos de duas formas: 
1. Em pequeno grau, através de um efeito direto 
da norepinefrina sobre o músculo liso, 
inibindo-o (exceto a muscular da mucosa, que 
excita); 
2. Em maior grau, através de um efeito inibidor 
da norepinefrina sobre os neurônios do 
sistema nervoso entérico. 
Por conseguinte, a forte estimulação do sistema 
simpático pode bloquear o trânsito do alimento pelo 
trato gastrointestinal. 
 ∟ Fibras nervosas aferentes do intestino 
Muitas fibras nervosas aferentes originam-se no 
intestino e algumas delas têm seus corpos celulares 
localizados no próprio sistema nervoso entérico. Esses 
nervos podem ser estimulados por: 
1. Irritação da mucosa intestinal; 
2. Distensão excessiva do intestino; 
3. Presença de substâncias químicas específicas 
no intestino. 
Os sinais transmitidos por essas fibras podem causar 
excitação ou, em outras condições, inibição dos 
movimentos ou das secreções intestinais. 
Além das fibras que terminam no sistema nervoso 
entérico, outros dois tipos estão associados a esse 
sistema. 
Um deles, apesar de ter seus corpos no sistema 
nervoso entérico, envia os axônios através dos nervos 
autônomos para os gânglios simpáticos pré-
vertebrais, isto é, nos gânglios celíacos, mesentéricos 
e hipogástricos. 
O outro, tem seus corpos celulares localizados nos 
gânglios das raízes dorsais da medula espinhal ou nos 
gânglios dos nervos cranianos. Essas fibras mandam 
 
5 
seus sinais diretamente para a medula ou para o 
tronco, seguindo seu trajeto pelos mesmos troncos 
nervosos por onde passam as fibras nervosas 
simpáticas ou parassimpáticas. 
Obs: 80% das fibras nervosas nos nervos vagos são 
aferentes, e não eferentes. Elas transmitem sinais 
aferentes para o bulbo que, por sua vez, desencadeia 
muitos sinais reflexivos vagais que retornam ao trato 
gastrointestinal para controlar muitas de suas 
funções. 
 ∟ Reflexos gastrointestinais 
Há três tipos de reflexos que são essenciais para o 
controle gastrointestinal, são eles: 
1. Reflexos que ocorrem totalmente no sistema 
nervoso entérico; 
Inclui reflexos que controlam a secreção 
gastrointestinal, o peristaltismo, as contrações de 
mistura, os efeitos inibitórios locais etc. 
2. Reflexos do intestino para os gânglios 
simpáticos pré-vertebrais que retornam para 
o trato gastrointestinal; 
Transmitem sinais por longas distancias no trato 
gastrointestinal, como: 
 Sinais provenientes do estomago que causam a 
evacuação do cólon = reflexo gastrocólico. 
 Sinais provenientes do cólon e intestino delgado para 
inibir a motilidade e a secreção gástrica = reflexos 
enterogástricos. 
E, também, reflexos que têm origem no cólon para 
inibir o esvaziamento do conteúdo ileal dentro do 
cólon (reflexo colonoileal). 
3. Reflexos do intestino para a medula espinhal 
ou para o tronco cerebral que retornam para 
o trato gastrointestinal. 
Incluem especialmente: 
3.1 Reflexos provenientes do estômago e do 
duodeno para o tronco encefálico, que 
retornam ao estômago (através dos 
nervos vagos) para controlar a atividade 
gástrica motora e secretora; 
3.2 Reflexos de dor que causam inibição 
geral de todo o trato gastrointestinal; 
3.3 Reflexos de defecação que chegam à 
medula espinhal e retornam para 
produzir as poderosas contrações 
colônicas, retais e abdominais 
necessárias para a defecação. 
• CONTROLE HORMONAL DA FUNÇÃO 
GASTROINTESTINAL 
 ∟ Colecistocinina 
É secretada pelas células I na mucosa do duodeno e 
jejuno, principalmente em resposta à presença de 
produtos de degradação de lipídios, ácidos graxos e 
monoglicerídeos no conteúdo intestinal. 
Exerce poderoso efeito ao aumentar a contratilidade 
da vesícula biliar, expelindo, assim, a bile para o 
interior do intestino delgado, onde desempenha 
importante papel na emulsificação de substâncias 
gordurosas, permitindo suadigestão e absorção. 
Além disso, ela também inibe moderadamente a 
motilidade gástrica. 
Portanto, ao mesmo tempo que a colecistocinina 
provoca o esvaziamento da vesícula biliar, ela também 
retarda o esvaziamento do alimento do estômago, 
permitindo um tempo adequado para a digestão das 
gorduras no trato intestinal superior. 
Ademais, ela também inibe o apetite. 
 ∟ Secretina 
É secretada pelas células S da mucosa do duodeno em 
resposta ao suco gástrico ácido esvaziado pelo 
estômago através do piloro. 
Exerce ligeiro efeito inibidor sobre a motilidade da 
maior parte do trato gastrointestinal. 
Além disso, ela estimula a secreção de suco 
pancreático de bicarbonato. 
 ∟ Peptídeo gástrico inibidor 
É secretado pela mucosa da parte superior do 
intestino delgado, principalmente em resposta à 
presença de ácidos graxos e aminoácidos e, em menor 
grau, aos carboidratos. 
Exerce efeitos leves ao diminuir a atividade motora do 
estômago e, portanto, ao reduzir a velocidade de 
esvaziamento do conteúdo gástrico no duodeno, 
quando a parte superior do intestino delgado 
provavelmente estará repleta com produtos 
alimentares. 
Além disso, estimula a secreção de insulina. 
 ∟ Gastrina 
É um hormônio peptídeo secretado pelas células G do 
antro do estômago 
Ela estimula a secreção de ácido clorídrico e a 
motilidade do estômago, bem como o crescimento da 
mucosa gástrica. 
 
6 
A elevação do pH é o principal fator que estimula sua 
produção, mas a distensão do estômago, alimentos 
ricos em proteínas, níveis séricos de cálcio e o 
peptídeo liberador de gastrina também podem 
desempenhar essa função. 
 ∟ Motilina 
 É secretada pelo duodeno e jejuno, e produzida pelas 
células MO do intestino delgado. 
Sua principal função é estimular a motilidade 
gastrointestinal. 
• TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TRATO 
GASTROINTESTINAL 
Ocorrem dois tipos de movimentos no trato 
gastrointestinal: 
1. Movimentos propulsivos 
O movimento propulsivo básico do trato 
gastrointestinal é o peristaltismo. 
 
Os movimentos peristálticos são involuntários e 
realizados pelos órgãos do tubo digestório, sendo uma 
consequência da contração do músculo liso. 
Eles são muito importantes, pois impelem o alimento 
ao longo do tubo digestivo numa velocidade 
apropriada para que ocorra a digestão e absorção. 
O estímulo habitual para o peristaltismo é a distensão 
do intestino, uma vez que o estiramento da parede 
intestinal estimula o sistema nervoso entérico a 
contrair o intestino de 2 a 3cm, fazendo com que surja 
um anel contrátil que vai desencadeá-lo. 
A irritação do epitélio que reveste o intestino e sinais 
nervosos extrínsecos (particularmente os 
parassimpáticos, que excitam o intestino) também 
podem servir de estímulo para o peristaltismo. 
∙ Função do plexo mioentérico no peristaltismo 
O peristaltismo efetivo é dependente da presença do 
plexo mioentérico ativo. 
Na ausência congênita do plexo, ele se chegar a 
ocorrer, é de maneira fraca. Além disso, caso o 
indivíduo seja tratado com atropina para paralisar as 
terminações nervosas colinérgicas do plexo 
mioentérico, ele se apresenta muito deprimido ou 
totalmente bloqueado. 
∙ Movimento direcional das ondas peristálticas em 
direção ao ânus 
Teoricamente, pode ocorrer peristaltismo em ambas 
as direções a partir do ponto estimulado. Contudo, 
em condições normais, ele desaparece mais rápido 
em direção oral e prossegue por uma distância 
considerável em direção anal. 
Apesar dessa transmissão direcional não ter causa 
exata, ela resulta (provavelmente) no fato do próprio 
plexo mioentérico ser “polarizado” na direção anal. 
Reflexo peristáltico (“lei do intestino”): quando um 
segmento do tubo intestinal é excitado por distensão 
e o peristaltismo inicia, o anel contrátil que o provoca 
normalmente surge no lado oral do segmento 
distendido, e se desloca em direção a ele. Dessa 
forma, ele empurra o conteúdo intestinal para a 
direção anal. 
“Relaxamento receptivo”: quando o intestino se 
relaxa por vários centímetros distalmente, em direção 
ao ânus. Dessa forma, ele permite que o alimento seja 
propelido mais facilmente na direção anal do que oral. 
2. Movimentos de mistura 
São diferentes dependendo da parte do tubo 
alimentar em que estão ocorrendo. 
Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas 
provocam a maior parte da mistura. 
Obs: isso ocorre principalmente quando a progressão 
do conteúdo intestinal é bloqueada por um esfíncter. 
Também podem ocorrer contrações constritivas locas, 
que exercem o mesmo papel. 
• FLUXO SANGUÍNEO GASTROINTESTINAL 
 
 
7 
Os vasos sanguíneos do sistema gastrointestinal 
fazem parte da circulação esplâncnica, que inclui o 
fluxo sanguíneo através do intestino, baço, pâncreas e 
fígado. 
A disposição desse sistema é tal que todo o sangue 
que flui pelo intestino, baço e pâncreas chega 
imediatamente ao fígado pela veia porta. 
No fígado, o sangue flui por milhões de finos 
sinusóides hepáticos e deixa o órgão através de veias 
hepáticas que desaguam na veia cava da circulação 
geral. 
Obs: esse fluxo secundário passando pelo fígado 
permite às células reticuloendoteliais que revestem os 
sinusóides hepáticos remover as bactérias e outros 
materiais particulados. Dessa forma, elas impedem o 
acesso de agentes potencialmente nocivos ao resto do 
organismo. 
A maior parte dos nutrientes hidrossolúveis e não-
gordurosos absorvidos pelo intestino também é 
transportada no sangue venoso porta até os mesmos 
sinusóides hepáticos. 
Neles, tanto as células reticuloendoteliais quanto as 
células parenquimatosas principais do fígado (células 
hepáticas) absorvem do sangue e armazenam 
temporariamente cerca de metade a três quartos de 
todos os nutrientes absorvidos. 
Os nutrientes à base de gordura e insolúveis são 
quase todos absorvidos nos linfáticos intestinais e, a 
seguir, conduzidos até o sangue circulante através do 
ducto torácico. 
 ∟ Anatomia do suprimento sanguíneo gastrintestinal 
 
As artérias mesentéricas superior e inferior irrigam a 
parede do intestino. Apesar artéria cefálica não estar 
na figura, ela fornece um suprimento sanguíneo 
semelhante para o intestino. 
Ao penetrarem a parede intestinal, as artérias se 
ramificam e emitem artérias menores que circundam 
o tubo digestivo em ambas as direções, enquanto as 
pontas desses vasos se unem no lado da parede 
oposto à fixação mesentérica. 
A partir das artérias circundantes, artérias muito 
menores penetram na parede intestinal e propagam-
se ao longo dos feixes musculares, das vilosidades e 
ainda nos vasos da submucosa, sob o epitélio, para 
atender as funções secretoras e absortivas do 
intestino. 
 ∟ Efeito da atividade intestinal e dos fatores 
metabólicos sobre o fluxo sanguíneo gastrointestinal 
Em condições normais, o fluxo sanguíneo em cada 
área do trato gastrointestinal, bem como em cada 
camada da parede intestinal está diretamente 
relacionado com o nível de atividade local. 
De forma semelhante, o fluxo sanguíneo nas camadas 
musculares da parede intestinal aumenta com a maior 
atividade motora. 
Exemplos: durante a absorção ativa de nutrientes, o 
fluxo sanguíneo aumenta nas vilosidades e regiões 
adjacentes da submucosa; 
depois de uma refeição, aumentam as atividades 
motora, secretora e absortiva, então o fluxo 
sanguíneo aumenta na próxima hora ou mais, e 
depois retorna ao nível de retorno. 
 ∟ possíveis causas do aumento de fluxo sanguíneo 
Várias substâncias vasodilatadoras são liberadas na 
mucosa do tudo intestinal durante o processo de 
digestão, sendo que a maior parte consiste em 
hormônios peptídicos. 
Algumas glândulas gastrointestinais liberam na parede 
intestinal duas cininas, a calidina e a bradicinina 
(também vasodilatadores), ao mesmo tempo que 
lançam suas secreções na luz. 
A diminuição da concentração de oxigênio na parede 
intestinal pode aumentar o fluxo sanguíneo em, pelo 
menos,50%. Por conseguinte, o aumento do 
metabolismo durante a atividade intestinal reduz 
provavelmente a concentração de oxigênio o 
suficiente para causar grande parte da vasodilatação. 
A falta de oxigênio também pode resultar em maior 
liberação de adenosina (até 4x o normal), um 
vasodilatador bem conhecido que poderia ser 
responsável por grande parte do fluxo aumentado. 
 
 
8 
 ∟ Mecanismo do fluxo de sanguíneo em 
contracorrente nas vilosidades 
 
Como vemos na figura, o fluxo arterial na vilosidade e 
o fluxo venoso fora dela seguem direções opostas. 
Devido a isso, grande parte do oxigênio do sangue se 
difunde das arteríolas diretamente para as vênulas 
adjacentes, sem ter sido transportado pelo sangue até 
a ponta das vilosidades. 
Em condições normais, essa derivação de oxigênio 
não é prejudicial, mas em algumas condições 
patológicas (como no choque circulatório), déficit de 
oxigênio nas pontas das vilosidades pode ocasionar 
em morte isquêmica e desintegração da ponta oi, até 
mesmo, de toda a vilosidade. 
Por conta disso e de outras razões, em muitas 
doenças gastrointestinais, as vilosidades ficam 
prejudicadas, resultando em redução da capacidade 
absortiva gastrointestinal. 
 ∟ Controle nervoso do fluxo sanguíneo 
gastrointestinal 
A estimulação dos nervos parassimpáticos para o 
estômago e parte inferior do cólon aumenta o fluxo 
sanguíneo local, bem como a secreção glandular. 
Obs: esse aumento de fluxo provavelmente é um 
resultado secundário da atividade glandular, e não 
direto da estimulação nervosa. 
A estimulação simpática tem um efeito direto sobre 
praticamente todo o trato gastrointestinal, causando 
intensa vasoconstrição das arteríolas, com acentuada 
redução do fluxo sanguíneo. 
Mecanismo “escape auto-regulador” = o fluxo voltar 
ao normal depois de uns minutos de vasoconstrição. 
Ou seja, os mecanismos vasodilatadores metabólicos 
locais sobressaem a vasoconstrição simpática e, dessa 
forma, permitem o retorno do fluxo sanguíneo. 
 ∟ Importância do controle nervoso quando outras 
partes do organismo necessitam de maior fluxo 
sanguíneo 
Um dos aspectos mais importantes da vasoconstrição 
simpática no intestino é que ela permite o 
fechamento do fluxo sanguíneo gastrointestinal e 
esplâncnico por curtos períodos durante a realização 
de exercício intenso, quando há necessidade de maior 
fluxo para o musculo esquelético e coração. 
Além disso, no choque circulatório, quando todos os 
tecidos vitais podem sofrer morte celular por falta de 
flux sanguíneo, a estimulação simpática pode 
bloquear quase que por completo fluxo sanguíneo 
esplâncnico por um período de até 1h. 
Ademais, a estimulação simpática também causa 
vasoconstrição acentuada nas veias intestinais e 
mesentéricas. Tal vasoconstrição venosa não 
“escapa”. Na verdade, ela diminui o volume dessas 
veias e, por conseguinte, grandes quantidades de 
sangue são deslocadas para outras partes da 
circulação. 
No choque hemorrágico ou em outros estados de 
baixo volume sanguíneo, este mecanismo pode suprir 
provavelmente 200 a 300ml de sangue adicional para 
manter a circulação geral.

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