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Modulo4 Gestão Escolar

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A AUTORA 
TATIANA DE MEDEIROS SANTOS 
Olá. Meu nome é Tatiana de Medeiros Santos. Sou formada em Pedagogia, 
com uma experiência técnico-profissional na área de educação, portanto sou 
especialista em Educação Infantil e também em Gestão Educacional. Sou mestre em 
Educação Popular e Doutora em Educação, sou professora do Ensino Fundamental e 
Ensino Superior há mais de 10 anos. Passei por empresas corno a Universidade 
Federal da Paraíba como professora substituta do curso Pedagogia. Sou professora da 
rede municipal de ensino Prefeitura Municipal de João Pessoa, sou Professora da 
UNAVIDA — UVA, Sou Professora da UNINASSAU e tutora à distância do curso à 
distância Pedagogia da UFPB. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo 
SUMÁRIO 
A escola e o Projeto Político Pedagógico 10 
Conceitos e finalidades do Projeto Político Pedagógico 21 
O projeto Político Pedagógico da escola na perspectiva de uma Educação para 
a Cidadania 32 
A Gestão Escolar Democrática e o Projeto Político Pedagógico na perspectiva 
de um educação para a cidadania 38 
A Gestão da Escola básica e o princípio da autonomia Administrativa, 
Financeira e Pedagógica 43 
Administrativa 47 
Financeira 48 
Jurídica 51 
Pedagógica 51 
8 (Gestão Educacional 
INTRODUÇÃO 
Você sabia que a área da Gestão Educacional é uma das mais demandadas na 
área educacional, está garantida para acontecer nas escolas públicas pela Lei de 
Diretrizes e Bases da. Educação Nacional N.9394/96. É responsável pela elaboração 
e execução do Projeto Político Pedagógico de forma democrática. Por isso, instituiu 
na escola pública a importância do diálogo e participação efetiva de todos nas 
decisões da escola. Também é responsável por institucionalizar o Conselho de 
Escola, como forma de organizar os representantes de uma escola. Vamos ver como 
isso acontece na prática? Isso mesmo. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você 
vai mergulhar neste universo! 
 
Gestão Educacional (9 
OBJETIVOS 
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa. Unidade 4. Nesta unidade, o nosso 
objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências profissionais: 
1 Reconhecer os mecanismos de participação no processo de gestão nas 
instituições escolares; 
2 Entender o que é e como funciona um Projeto Político Pedagógico; 
3 Perceber o processo de cidadania que acontece no interior da gestão 
democrática; 
4 Compreender como é a gestão na educação básica que deve garantir o 
princípio da autonomia administrativa, financeira e pedagógica. 
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
 
io (Gestão EducacionalJ 
A ESCOLA E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 
OBJETIVO 
Ao término deste capítulo você será capaz de reconhecer os mecanismos de 
participação no processo de gestão nas instituições escolares. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. A gestão deve garantir que o Projeto Político 
Pedagógico seja construído de forma democrática. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 
Na atualidade, temos nas escolas públicas acontecendo o modelo de gestão 
escolar democrática. Conforme já foi visto em capítulos anteriores, esta é uma 
prática que está assegurada por Lei, e se baseia na gestão de tudo que acontece no 
interior das escolas, respeitando as particularidades de cada uma e suas ações 
envolvem tanto as pessoas no contexto escolar, como recursos materiais e 
financeiros, sobre questões que envolvem o ensinar e aprender. O foco do gestor 
deve estar principalmente na proposta pedagógica da escola, que deve ser construída 
a partir da construção coletiva e este documento, numa escola, representa o que 
orientará as atividades deste processo. 
EXPLICANDO DIFERENTE 
Como já foi informado aqui, nos capítulos anteriores, a prática do gestor 
escolar, deve acontecer através de um ambiente acolhedor e que as decisões 
tomadas na escola devem acontecer focadas na melhoria da qualidade do ensino. Na 
escola pública, é preciso que se abra espaço para dialogai; expor opiniões, trocar 
experiências, sempre na busca de buscar soluções para as problemáticas cotidianas 
da escola, para tanto se faz necessário a construção de uma proposta educativa e 
que esta seja de conhecimento de todos. 
Veiga (1995) defende que o projeto pedagógico construído na escola seja 
político e deve estar ligada diretamente com o modelo de cidadão que quero formar 
para a sociedade, essa preocupação deve atender aos interesses coletivos da 
população. Trabalhar com educação é um ato que deve ser político, na intenção de 
sabermos em qual modelo de sociedade vivemos e precisamos estar atentos para 
questionar qual perfil de aluno queremos formar? 
IMPORTANTE 
Para tanto, é preciso estarmos atentos para as transformações da sociedade 
e a gestão deve estar atenta para nos orientar a repensar as diversas formas de 
estrutura de poder da escola. A autora acima orienta que a construção do Projeto 
Político Pedagógico é algo muito importante de uma escola e não podemos cair no 
erro de produzi-lo e guardá-lo. 
É preciso que o gestor e os profissionais que fazem parte da escola, busquem 
caminhos para colocar em prática o que foi pensado para acontecer na escola e foi 
registrado neste documento que chamamos que é a identidade da escola pública. No 
PPP, é preciso que nele esteja registrado a concepção teórica que desejamos 
trabalhar, o contexto histórico destas escolas, as necessidades e problemas 
enfrentados e propor soluções para que a mesma busque a mudança da realidade para 
a situação e que a escola se encontra no momento. Para a construção do Projeto 
Político Pedagógico de uma escola é preciso entender que a escola pública trabalha 
com gestão democrática e que esta deve definir a sua prática político-pedagógica e 
administrativa, que o mesmo, deve estar fundamentado na participação da 
comunidade escolar. Esses representantes juntos devem ter claro o tipo de escola que 
pretendem alcançar e propor a construção de um Projeto Político Pedagógico 
condizente com a realidade escolar local. (DOURADO, 2001, p.18). 
Quando uma escola se propõe a construir um projeto, a ideia primordial é a de 
realizar um planejamento, que não fique só no âmbito do registro no papel, mas que 
este esteja apto para propor ações para o futuro dos que fazem a escola acontecer e 
para isso acontecer, precisamos que os que fazem parte desta escola tenha 
consciência do presente. Por isso, devemos construir os projetos planejando com as 
intencionalidades do que deve acontecer na escola. (VEIGA, 1995, p.13) A 
necessidade na hora da elaboração deste documento, é que todos os segmentos da 
escola estejam presentes. Sabemos que, reunir representantes de todos os 
seguimentos da escola, num determinado horário não é uma tarefa fácil. Mas, o ideal 
seria poder contar e ouvir todos da escola de uma só vez. Outra dificuldade é que 
para a construção do PPP, será preciso mais de uma reunião, e isso requer tempo e 
disponibilidade em colaborar dos representantes de cada segmento escolar, e podem 
acontecer uma não, mas diversas reuniões com a intencionalidade de ouvir os 
profissionais que ali trabalham. 
Como foi visto neste conteúdo, ternos a necessidade que o Projeto Político 
Pedagógico não seja construído pela visão de poucos e para que isso não aconteça, é 
preciso que o gestor articule um dia e horário para conseguir a maior quantidade 
possível de participantes. 
Destaco que é preciso ter o cuidado, para evitar que se faça a cópia de um 
projeto de outra escola, pois jamais podemos tê-lo igual ao de outra escola, haja vista 
que, cadaescola possui a sua elaboração conjunta, no qual, o foco deve levar em 
conta a realidade de cada escola e afirmo que, por mais que urna escola tenha as 
mesmas características físicas, ela são diferentes e o importante é que cada escola 
possa junto a sua equipe escolar pensar ou repensar seus métodos, fins pedagógicos 
baseados na realidade de sua comunidade escolar. 
A determinação para a construção do Projeto político-pedagógico, nas escolas 
públicas, está assegurado ao modelo de Gestão Democrática, que está determinado 
através da LDB 9394/96, através dos seguintes artigos: Artigo 12, inciso I: "os 
estabelecimentos de ensino, respeitados as normas comuns e as do seu sistema de 
ensino, terão a incumbência de elaborar e executar a sua proposta pedagógica." 
Artigo 14 defende que nas escolas deverá haver "I - a participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola" e ainda garante a "II - 
participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes". 
Portanto, fica claro que a elaboração deste documento, deve acontecer em 
conjunto, nunca só na visão de uma pessoa, mas com a finalidade de ouvir a todos e 
ao final, a intencionalidade é de a escola nele, registar as necessidades reais da escola 
e justos os profissionais dessas escolas devem colocar em prática, de forma coesa o 
projeto tão sonhado pela escola. (GRACINDO, 2007). 
Dourado (2001, p. 28) destaca que este documento não pode ser algo que vai 
ser escrito e depois guardado em uma gaveta, é preciso que este sirva de base para 
movimentar a escola na busca por melhores resultados da escola, por isso chama este 
processo de dinâmico, por que além de ser uma exigência legal, precisa que todos da 
escola caminhem juntos cotidianamente na escola, no sentido de colocá-lo em prática 
e refletir sobre ele constantemente. 
Após termos entendido a importância de que o PPP é um documento muito 
importante, informar que o mesmo deve servir de base para orientar o trabalho 
docente. De acordo com Veiga (2003, p.18-19) o PPP está ligado diretamente a 
autonomia pedagógica, pois quando a escola também reúne seus professores e 
demais profissionais, ela também se organiza para traçar seu caminho pedagógico e 
educativo a partir da realidade da escola. Dessa forma, a "[...] autonomia e liberdade 
fazem parte da própria natureza do ato pedagógico". 
Recapitulando, na construção do Projeto Político Pedagógico, mais conhecido 
como o PPP, deve-se levar em contar com a colaboração dos representantes que 
fazem parte da comunidade escolar. Nesta construção, é preciso realizar o 
diagnóstico da realidade, favorecendo assim o diálogo e a cooperação de todos. 
Libâneo (2004) destaca algumas questões que não podem faltar na 
formulação do Projeto Político Pedagógico. Trata-se de documento muito importante 
para a escola, para a construção do mesmo, é preciso contemplar os seguintes pontos: 
contextualizar e caracterizar a escola, a concepção de educação que a escola quer 
seguir, e na sequência também se deve escrever sobre as práticas escolares, realizar o 
diagnóstico da situação atual da escola, deve-se traçar os objetivos gerais, estruturar 
a organização e gestão da escola, definir como as propostas curriculares serão 
trabalhadas, a da formação continuada de professores, dos pais de alunos, com a 
comunidade e se haverá integração com escolas próximas a sua escola, e finalmente 
como serão as avaliações do projeto. 
REFLITA 
Este é um documento muito importante da escola, pois no mesmo se tem o 
registrado a identidade da escola, os princípios que vai esclarecer, a forma como o 
professor vai ensinar e aluno vai aprender e como será entendida as avaliações que 
os professores deverão realizar. 
O Projeto Político Pedagógico nas escolas públicas, como um planejamento 
maior, que reflete o projeto educativo e envolve todos os que fazem parte da escola. 
Nele, há a identidade da escola, um conjunto de princípios que explicita a maneira 
que o aluno deve aprender como o professor deve ensinar e como é avaliada a 
aprendizagem do aluno. Sendo assim, Libâneo (2004, p.72) define o PPP como "[...] 
um instrumento de avaliação entre fins e meios que faz o ordenamento de todas as 
atividades pedagógicas, curriculares e organizativas da escola, tendo em vista os 
objetivos educacionais". 
Deste modo, na ótica de Veiga o Projeto Político Pedagógico é um meio de 
unir a comunidade escolar para integrar com diversas ações, propostas e: 
[...] soluções alternativas para diferentes momentos do trabalho 
pedagógico-administrativo, desenvolver o sentimento de pertença, 
mobilizar os protagonistas para a explicitação de objetivos comuns 
definindo o norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção 
de uma coerência comum, mas indispensável, para que a ação coletiva 
produza seus efeitos. (VEIGA,2003, p.2'75). 
De acordo com Gadotti (1994) para o Projeto Político Pedagógico ser 
colocado em prática, este não depende, apenas da direção da escola, mas de todos 
que fazem parte dela. Deve ser um elo de aproximação de professor e alunos, em 
busca de melhores aprendizagens, tendo o aluno sujeito do processo do aprender. 
Este documento tem de maneira resumida, as características do fazer 
educativo para um grupo, que se faz presente em determinado espaço e tempo. Nele 
deve conter as intencionalidades da escola e o planejamento dos caminhos em que a 
escola quer seguir. 
Ferreira (2007) enfatiza o caráter político que deve estar explícito no Projeto 
Político Pedagógico, pois deve estar claro as intencionalidades do grupo, como serão 
as interações e intencionalidades, como a escola irá agir, com objetivos e desejos. 
Por isso, esta atividade educacional requer planejamento. 
As etapas necessárias para a organização do PPP exigem construção coletiva 
e planejamento participativo uma vez que é um esboço das competências esperadas 
do educador e das ações escolares. 
Para realizar a construção de um PPP, é preciso se organizar com muita 
antecedência e ter a clareza, pois não é algo que se resolve com, uma duas ou três 
reuniões, demanda tempo e planejamento. 
Tudo isso deve acontecer na tentativa de contemplar a realidade da escola, 
com as suas aspirações e interesses locais. 
No entanto, trata-se de um documento que é burocrático, tem estrutura formal 
para ser seguida e deve ser realizado com bases no modelo de gestão democrática. 
Ferreira nos apresenta algumas características que o Projeto Político Pedagógico 
deve ter: 
a. Singularidade: por representar as características daquela comunidade, seus 
anseios e suas perspectivas. Portanto, uma percepção diferenciada da educação, da 
escola, do conhecimento, porque própria daquele ambiente cultural, não se aplicando 
a nenhum outro; 
b. Intencionalidade: não há ingenuidades nas escolhas dos sujeitos da escola. 
Escolhem porque acreditam ser necessárias estas escolhas e não outras. Em 
decorrência, é necessário apresentar objetivos sem ambiguidades, revelar as teorias 
que embasadoras, enfim, estar em acordo com um rumo pensado pela comunidade 
escolar; 
c. É democrático e democratizante: muitas experiências têm demonstrado que 
o PPP ao ser elaborado em gabinetes fica restrito a poucas pessoas. O processo de 
planejamento é uma excelente oportunidade para a prática democrática, não só na 
discussão, mas no assumir responsabilidades e contribuir. Por isso, o PPP é político, 
porque compromete a partir das escolhas feitas. 
d. Sistematização: além de organizar o trabalho pedagógico, relacionando os 
espaços e os tempos educativos a que se propõe a instituição, o PPP prevê os rumos 
da instituição. 
e. Coerência: o PPP deverá estar embasado em um referencial teórico que 
contenha as definições dos elementos que, para aquela realidade, faz-se necessário 
conhecer e considere os elementos próprios da cultura institucional e de seu contexto.f. Inclusão: através de uma proposta educacional centrada nos sujeitos, o PPP 
pretende a inclusão das diversidades. (FERREIRA,2007, p.42-43). 
Este documento ainda deve contemplar os princípios éticos da autonomia, da 
responsabilidade, da solidariedade e o respeito, de formar o cidadão apto a atuar e ser 
crítico em sociedade, de forma democrática. 
Para a construção do Projeto Político Pedagógico o planejamento inicial, 
muitas vezes modificado em reuniões e por sugestão das equipes, previa, em acordo 
com minhas crenças, as seguintes etapas: 
■ constituição de espaços-tempos para diálogo em todos os níveis da 
instituição e envolvendo os diferentes sujeitos; 
■ estímulo à circulação da palavra, como possibilidade de reinventar a 
dialogicidade nos espaços instituídos e instituintes da escola; 
■ reconstituição da historicidade dos sujeitos da práxis pedagógica; 
■ reflexão sobre a pesquisa, buscando torná-la fundamento pedagógico; 
■ reflexão sobre a profissionalidade dos sujeitos da práxis pedagógica; 
■ revisão da práxis pedagógica, em suas crenças e fazeres; 
■ sistematização da historicidade, crenças, propostas e perspectivas da 
instituição; 
■ aprovação do texto em plenária, envolvendo o máximo da população 
integrante dessa comunidade escolar; 
■ implementação da proposta; 
■ acompanhamento, avaliação e revitalização contínua dos princípios 
orientadores: pesquisa, dialogicidade, historicidade e reflexão. (FERREIRA, 2007, p. 
43-44). 
Como podemos ver, a questão do espaço tempo, historicidade da escola, 
reflexão sobre a importância da pesquisa, estímulo ao diálogo, a práxis pedagógicas, 
aprovação do texto em plenária, implementação da proposta devem acontecer como 
manda os trâmites para a elaboração do Projeto Político Pedagógico. 
SAIBA MAIS 
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de 
consulta e aprofundamento: LOPES, Noêmia. Artigo: O que é o Projeto Político 
Pedagógico. acessível pelo link: https://bit.ly/3c3z9Mm. 
RESUMINDO 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, 
só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o Projeto 
Político Pedagógico é um documento importante da escola e que nele deve conter 
todos os aspectos da escola administrativo, pedagógico e financeiro o qual deve 
estar baseado na lei. O PPP não deve ser construído em apenas um dia, deve haver 
várias reuniões para que possam discutir o tema e vir a bater o martelo em relação 
ao tema abordado. Esse documento deve ser construído na escola com a 
participação de todos que compõem o contexto escolar interno e externo em busca 
de melhorias na qualidade de ensino. É importante que tenhamos a consciência da 
importância da participação dos membros da escola em prol de soluções. O PPP 
deve contemplar os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da 
solidariedade e o respeito, na busca de formar cidadãos críticos e reflexivos para 
viver em sociedade, de forma democrática. 
CONCEITOS E FINALIDADES DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 
OBJETIVO 
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é e como 
funciona um Projeto Político Pedagógico. Isto será fundamental para o exercício de 
sua profissão. Nesta aula você vai compreender o significado do Projeto Político 
Pedagógico e o porquê de sua existência na escola pública. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 
O Projeto Político Pedagógico trata-se de um documento que tem muito 
importância para a escola. Nele constam dados que o consideramos como a 
https://bit.ly/3c3z9Mm
identidade da escola, pois foi construído a partir de um esforço coletivo, na busca de 
retratar a realidade em que a escola se encontra, e propor soluções, em busca de 
atingir a qualidade da educação. No entanto, a sua construção, mas escola não tem 
acontecido na prática como deveria. Vamos, ver teoricamente como o mesmo deve 
acontecer de fato nas escolas públicas? 
Conforme a Constituição Brasileira, na sequência a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, temos garantidos que os objetivos da educação deve ser 
provida com base nos princípios de igualdade, liberdade de aprender, respeito à 
pluralidade de ideias, gestão democrática do ensino público e valorização das 
experiências extraescolares (BRASIL, 1996). Estes são objetivos educacionais que a 
escola democrática deve garantir que aconteça no seu interior. 
Quando falamos em construir um Projeto Político Pedagógico Veiga (1995) 
realiza a explicação sobre projeto, projeto pedagógico e porque deve ser político: 
O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um 
sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo 
projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente 
articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da 
população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do 
cidadão para um tipo de sociedade. [...] Pedagógico, no sentido de definir as ações 
educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e 
sua intencionalidade. (VEIGA, 1995, p. 13). 
Ainda sobre o projeto pedagógico da escola. Vasconcellos (1995, p.143) 
destaca que se trata de tun ser "[...] um instrumento teórico-metodológico que visa 
ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, 
consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa." 
CURIOSIDADE 
Sobre estas questões Araújo (2000, p.155) explica que na dimensão política, 
é preciso que haja transparência "[...] sua existência pressupõe a construção de um 
espaço público vigoroso e aberto à diversidade de opiniões e concepções de mundo, 
contemplando a participação de todos os que estão envolvidos com a escola." 
Marques (1990) explica que é através da ampla participação dos diversos 
segmentos da escola, que na hora de decidir se garante a transparências das coisas 
discutidas e "[...] fortalece as pressões para que elas sejam legítimas, garante o 
controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam 
contempladas questões que de outra forma não entrariam em cogitação". 
Segundo Dourado , a gestão democrática configura-se em descentralização de 
poderes, a participação e a transparência: 
■ Descentralização: a administração, as decisões e as ações devem ser 
elaboradas, tomadas e executadas de forma não hierarquizada; 
■ Participação: todos os envolvidos no dia a dia escolar devem participar da 
gestão, ou seja, professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas 
que participam de projetos escolares e toda a comunidade ao redor da escola; 
■ Transparência: qualquer decisão e ação tomada/decidida ou implantada na 
escola deverá ser de conhecimento de todos.(DOURADO; DUARTE,2001) 
É preciso destacar que o sistema educacional brasileiro, lança normas gerais 
sobre as instituições escolares, que devem funcionar como um caminho que orienta o 
ensino escolar. 
Na Construção do Projeto Político Pedagógico, é importante que o gestor o 
perfil de ser um gestor democrático e participativo. Acredita-se que apenas com a 
participação, de modo ativo, por meio do diálogo, opiniões, escuta do outro, tão 
comum no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, que a gestão se tornará de 
fato democrática. 
Sobre a organização das escolas públicas que trabalham no modelo de gestão 
democrática, afirma-se que o Conselho escolar é o local em que há o direito a fala, a 
realizar debates e votações sobre questões particulares da escola. Fazem parte do 
Conselho Escolar: representantes dos docentes, dos funcionários, da direção escolar, 
dos alunos, dos pais e da comunidade interna e externa a escola. 
A escolha, dos membros do Conselho Escolardeve acontecer de forma 
democrática, através da eleição dos candidatos representantes de cada segmento da 
escola, com a votação sobre a escolha dos mesmos. 
O candidato, que poderá ser um representante eleito, no momento de sua 
candidatura, deve estar consciente que é uma pessoa, que tenha tempo e se 
disponibilize a participação efetiva e responsável dos processos decisórios da escola. 
O mesmo, deve se comprometer com o bem comum, a dialogar e expor os 
desejos e opiniões do grupo que representa. Também é preciso que tenha o perfil de 
saber realizar a escuta do outro, e respeitar as decisões tomadas em grupo. Vale 
salientar que todas as propostas e decisões devem ser tomadas dentro do que permite 
as leis brasileiras, e que sejam propostas em prol da qualidade do ensino. 
Navarro (2004) explica que o Conselho escolar tem responsabilidades e criar 
o seu Regimento interno, tais como realizar o seu calendário de reuniões e como 
acontecerá o processo de tomada de decisões, e assim por diante. 
Assim, precisamos entender que o Conselho Escolar, é um dos sustentáculos 
do Projeto Político Pedagógico da escola, pois os membros têm importante 
participação da elaboração deste documento da escola, pois deve acompanhar o que 
está acontecendo no interior da escola e de que o que foi prometido, neste 
documento, está sendo colocado em prática ou não. 
Também destaco a sua importância em zelar para manter as relações 
pedagógicas, respeitar a diversidade, cuidando para valorizar a cultura da 
comunidade escolar e da escola. Todo o trabalho do Conselho Escolar deve acontecer 
em um ambiente agradável, com discussões organizadas em assembleias, com seus 
representantes, onde os mesmo deve se sentir a vontade para opinar, saber ouvir e 
dialogai; na busca de tomadas de decisões em prol da qualidade do ensino. 
A escola deve ter noção, de que o Conselho Escolar, deve acompanhar o que 
está de fato acontecendo dentro e fora da escola, e para que isto aconteça é preciso 
que o Projeto Político Pedagógico não esteja apenas no papel. 
É função do Conselho Escolar fiscalizar, através de seus membros, se o PPP 
saiu das gavetas da escola, para ser aplicado na prática. Os seus membros devem 
estar atentos às mudanças que ocorrem constantemente dentro e fora do contexto 
escolar, para saber registrá-las no PPP, aperfeiçoando de tal modo o procedimento de 
aprendizagem de acordo com a história, proporcionando informações aos discentes e 
comunidade que necessitam ter conhecimento dos fatos ocorridos. 
Veiga (1995) explica que o Projeto político-pedagógico trilha a uma 
determinada direção. É uma ação propositada, com um sentido explícito, em relação 
ao acordado definido coletivamente. 
O Projeto Político Pedagógico, após sua produção serve para termos 
conhecimento sobre a realidade da escola, em que estamos inseridos. Para que este 
documento se encontre pronto, é preciso que [...] a participação dos profissionais da 
educação deve ser assegurada e incentivada na preparação do projeto pedagógico da 
escola, assim como das comunidades escolar e local nos órgãos de decisão colegiada. 
(DOURADO, 2001, p. 28). 
O Conselho Escolar tem a responsabilidade de realizar procedimentos 
avaliativos e acompanhar o Projeto Político Pedagógico das escolas. Em meios a 
estas responsabilidades, podemos destacar a importância de manter as relações 
pedagógicas que vise, além de respeitar o saber do discente, que busque valorizar a 
cultura histórica tanto da comunidade escolar quanto da escola. 
Este órgão colegiado tem função de aprovar o plano anual, que é construído 
pela direção escolar relacionado à parte dos recursos financeiros. Sobre a parte 
pedagógica, o Conselho deve acompanhar desenvolvimento dos indicadores 
educacionais, a exemplo da aprendizagem dos alunos, o abandono escolar, a 
aprovação, buscando sugerir intervenções e/ou medidas socioeducativas na busca 
pela qualidade da educação nas escolas. 
O processo de democratização da gestão permite que os membros do 
Conselho Escolar, que devem estar presentes juntos na Construção do Projeto 
Político Pedagógico, para tanto é preciso que os mesmos, discutam em relação ao 
conteúdo curricular exposto, possam trocar informações, experiências, a fim de 
chegarem a soluções que possam resolver os problemas oriundos do contexto escolar 
e isso amplia nossos saberes e esses espaços se tornam aliados na luta para que de 
fato ocorra a democratização. 
Ao longo dos anos, houve um avanço significativo na aceitação da gestão 
democrática, por parte de alguns gestores que estão compreendendo que a 
participação democrática ajudará na melhoria do processo escolar. Mas, sabe-se que 
ainda há muito a percorrer para que de fato a mesma não fique apenas no papel. Os 
membros da comunidade escolar (pais, professores, alunos, gestores, funcionário, 
comunidade, entre outros) devem ter consciência da importância de suaparticipação 
nesse processo, para que de fato a gestão democrática não fique apenas no papel, 
mas, que vá para a prática. 
IMPORTANTE 
Não podemos esquecer que a teoria e a prática devem andar de mãos dadas, 
pois os termos conhecimento da teoria podem refletir no que foi melhor para que 
busquemos evitar os erros do passado, ou seja, a escola deve fornecer 
conhecimentos e buscar o apoio e a participação ativa da comunidade escolar, 
através de uma ação política, e isso só ocorre se tivermos conhecimento, e 
competência técnica ligada ao compromisso político da transformação da 
sociedade. 
Na construção do Projeto Político Pedagógico é preciso que tenhamos como 
uma das principais medidas e democratização, que deve ocorrer dentro do espaço da 
sala de aula, deve se tornar ativo, crítico e reflexivo. Esse alunos deve ter consciência 
que é um cidadão, com direitos e deveres. O mesmo, precisa estar consciente que 
pode emitir suas opiniões e propor soluções. 
Chegando até aqui é preciso compreender que ainda há um distanciamento na 
gestão democrática em relação à teoria e prática. Nesse contexto, o Conselho Escolar 
surge para conhecer a realidade da escola e trabalhar em prol de melhorias de 
qualidade no processo ensino e aprendizagem. 
A escola democrática proporciona aos seus representantes um momento de 
fundamental importância, no sentido de facilitar para que haja reuniões em um 
ambiente favorável e propício ao diálogo, troca de conhecimentos, da escuta do 
outro, de respeitar a opinião da maioria, da reflexão, avaliação e reconstrução do 
Projeto Político Pedagógico. 
Schneckenenberg (2009, p. 118) afirma que "[...] o gestor escolar se torna 
porta voz de propostas, de intenções que nem sempre se concretizam, já que a 
transformação da realidade depende da reflexão crítica do trabalho coletivo para fins 
específicos [...]". 
A escola, na construção do Projeto Político Pedagógico, deve lutar para que 
haja a participação de todos os representantes nas reuniões com finalidade de 
Construção ou reconstrução dos mesmos, envolvidos nesse processo. Algo que acaba 
fortalecendo a autonomia e a identidade escolar A autonomia de trabalhar dessa 
forma, só é garantida de fato, se as escolas trabalharem com a consciência da 
importância do trabalho coletivo na busca de soluções para as problemáticas oriundas 
do cotidiano escolar. 
Dourado (2001, p.67) explica que "A autonomia da escola se amplia com 
ações de incentivo à participação e, também, com a criação de mecanismos de 
construção coletiva do projeto pedagógico." 
Dessa forma, o autor acima, explica que a reflexão coletiva tem a intenção de 
no coletivo propor ações que façam parte da identidade da escola, propondo novos 
conteúdos, objetivos, avaliação, aos quais devem estar de acordo com a realidade do 
contexto escolar. 
Dourado (2001, p.6'7) ainda adverte que ter autonomia implica conhecer 
diferentes pontos de vista dos seus representados e argumentar a respeito de ideias e 
decisões, parasó assim colocar em prática tuna proposta educativa que seja fruto da 
vontade das comunidades escolar e local. 
Dentro desse processo, o gestor, na gestão democrática tem papel importante, 
o de mediar, observar e direcionar as aspirações das pessoas envolvidas nesse 
processo. A troca de experiências, opiniões, reflexões e divisão de responsabilidades 
através da participação ativa na gestão democrática contribuem na busca de uma 
educação de qualidade. 
SAIBA MAIS 
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de 
consulta e aprofundamento: OLIVEIRA, Emmanuele. Artigo: "Projeto Político 
Pedagógico". Acessível pelo link: https://bit.ly/2ZxIBFn. 
RESUMINDO 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, 
só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
https://bit.ly/2ZxIBFn
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o Projeto 
Político Pedagógico (PPP) é um documento que contém a identidade da escola. 
Após ser construído dentro da escola com os membros da escola serve para termos 
conhecimento em relação à realidade do cotidiano escolar. No PPP da escola, temos 
a participação do Conselho Escolar, que é encarregado de realizar procedimentos 
avaliativos e vir a acompanhar o PPP no contexto escolar. Assim, em meio a 
responsabilidades, merece destaque as relações pedagógicas, que além de respeitar 
o conhecimento do professor deve valorizar a cultura histórica da comunidade e da 
escola. O Conselho Escolar tem a finalidade de aprovar o plano anual da escola, o 
qual é elaborado pela direção escolar ligado à parte dos recursos financeiros. 
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NA PERSPECTIVA 
DE UMA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA 
OBJETIVO 
Ao término deste capítulo você será capaz de perceber o processo de 
cidadania que acontece no interior da gestão democrática. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. A gestão deve garantir que na sua escola aconteça 
a democracia, na hora de tomar decisões, promovendo discussões, garantindo a 
participação de todos, escutando possibilidades de sugestões, resolvendo conflitos 
através do diálogo. A escola deve saber que tipo de cidadão quer formar, 
preparando assim os seus alunos para a vida, exercendo a sua cidadania. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 
A elaboração de um Projeto Político Pedagógico para uma escola existe na 
perspectiva de ter uma sistematização do trabalho pedagógico da escola de uma 
maneira geral. A construção deste documento surge a partir da determinação de sua 
elaboração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N. 9394/96 e serve 
para tomar o espaço interno da escola, por meio de um planejamento que engloba 
toda a escola, para que toda a comunidade interna e externa realizem suas atividades 
de modo dinâmico e participativo. 
É exatamente, na elaboração deste documento global, que estará registrado a 
história da escola desde a sua fundação (principais acontecimentos) até a atualidade, 
como também ali se encontra o currículo da escola, o planejamento, as formas de 
avaliações, como deverá acontecer o funcionamento da escola, profissionais, 
cômodos da escola (estrutura física) e materiais duráveis, haverá o quadro de 
funcionários e no e professores o detalhamento da formação acadêmica dos mesmos 
e assim por diante. Não posso deixar de lembrar que é neste documento que também 
se encontra os princípios educacionais da escola, é lá que está registrado como é 
compreendida a educação e que tipo de cidadão quer formar para atuar futuramente 
na sociedade. Por isso, para a sua elaboração precisamos contar com a gestão, 
professores, especialistas... Enfim, representantes da comunidade interna e externa à 
escola. 
Sobre essas questões, Libâneo adverte que é preciso ficar atento, pois se a 
gestão é democrática e está garantida por lei, não podemos fazer uma opção neste 
documento sobre a concepção funcionalista, conforme vamos ver a seguir: 
As concepções de gestão escolar refletem, portanto, posições 
políticas e concepções de homem e sociedade. O modo como uma escola se 
organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de 
objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou a 
transformação social. A concepção funcionalista, por exemplo, valoriza o 
poder e a autoridade, exercidas unilateralmente. Enfatizando relações de 
subordinação, determinações rígidas de funções, hipervalorizando a 
racionalização do trabalho, tende a retirar ou, ao menos, diminuir nas 
pessoas a faculdade de pensar e decidir sobre seu trabalho. Com isso, o 
grau de envolvimento profissional fica enfraquecido. (LIBANE0,2016, p.3 
- 4). 
Deste modo, este autor ainda recomenda que deve haver a forma coletiva de 
gestão, com decisões tomadas em coletivo e discutidas com público. Após essas 
tomadas de decisões a equipe escolar deve assumir a sua parte no trabalho, com 
coordenação e avaliação sistemática das decisões tomadas em coletivo. 
■ Definição explícita de objetos sócio-políticos e pedagógicos da escola, pela 
equipe escolar. Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e participação 
das pessoas da escola e das que se relacionam com ela. 
■ A gestão é participativa, mas espera-se, também, a gestão da participação. 
■ Qualificação e competência profissional. 
■ Busca de objetividade no trato das questões da organização e gestão, 
mediante coleta de informações reais. 
■ Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica: 
diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação dos rumos e ações, tomada 
de decisões. 
■ Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados. (LIBÂNEO, 
2016, p. 3) 
Reforço que este projeto deve estar atento para atender as diferentes 
presenças que se encontram nas escolas e que isso não é tarefa fácil, haja vista em 
que, os pensamentos não são e nem deve ser homogêneos e dentro da 
heterogeneidade de pensamentos deve-se haver reuniões, nas quais deve haver o 
debate sobre problemas, necessidades e possibilidades de melhorias para a escola, na 
qual após serem problematizados. 
Não espere que tudo seja acordado com todos balançando a cabeça e dando 
um sim sem questionar as discussões problematizadas, é justamente ai que Luck 
(1998) nos explica que nasce o conflito e o grupo só cresce se for maduro para ouvir 
e esgotar as possibilidades de ideias propostas com sim e também com não. 
A seguir segue as especificidades da participação para a construção de um 
Projeto Político Pedagógico: 
Participação, Reflexão, Qualidade da educação, Projeto Político 
Pedagógico, Diagnóstico, Busca soluções dialogadas, Planejamento e avaliação 
O mais importante, nas reuniões com finalidade de construção do Projeto 
Político Pedagógico é que haja o diálogo e cada profissional saia da reunião 
entendendo porque a sua proposta ganhou um sim, ou um não. Por que estou 
explicando isso? 
Para evitar que se crie um clima de só aceitou isso porque foi esse ou aquele 
profissional quem sugeriu e não eu e a vitimização de que eu só recebo não. Isso 
pode alimentar a ideia de não participação e essa tecla do diálogo, foi a mais digitada 
para a construção deste livro. Tudo isso deve estar claro que vai acontecer em prol 
de, cada vez mais, os profissionais das escolas alinharem seus discursos e suas 
práticas em prol da qualidade do ensino das escolas públicas. 
Neste momento, você pode estar aí do outro lado da telinha, se perguntando 
por que é que a prefeitura ou o estado não manda este documento pronto e acaba de 
uma vez por todas essas necessidades de reuniões, elaboração de documento e 
possibilidades de conflitos nas discussões com os profissionais das escolas? 
É por entender que a legislação da educação existe, mas apesar dessa 
existência, temos um Brasil muito grande e cada escolaem seu funcionamento 
interno possui particularidades e necessidades de que precisam ser resolvidas e com a 
construção deste documento, entende-se que ele dá autonomia à escola para resolver 
as coisas mais urgentes em parceria com a Secretaria de Educação do seu Estado ou 
Município. 
Explico isso, porque o Projeto Político Pedagógico deve ser escrito de forma 
responsável, de forma a ter posicionamento de possíveis soluções, em prol da 
qualidade do ensino, mas estas, devem obrigatoriamente estar conforme a legislação 
brasileira. 
Nada, que está escrito nele poderá acontecer de forma ilegal, só porque foi 
sugestão dos profissionais, por isso há a necessidade de não resolver tudo que vai 
para o documento em uma única reunião, e sim, antes deve haver muitas discussões 
até bater o martelo, no que pode e não pode acontecer no interior da escola. Você já 
imaginou se cada decisão em particular, de cada escola brasileira, ter que ser escrita e 
enfrentar a burocracia de mandar para o Ministério da Educação e voltar à decisão 
em forma de lei? Não daria tempo de resolver todas as particularidades de nosso país, 
como já foi justificado aqui, que é enorme. 
Todos devem ser pensados de forma que sejam beneficiados com o projeto, já 
que se espera a qualidade no ensino aprendizagem, que é o objetivo fundamental das 
instituições de ensino. A escola deve possuir autonomia para suas deliberações, 
observando as normas vigentes, as esferas superiores, porém, sempre buscando 
inovar para que se efetive a qualidade do ensino. 
Um bom Projeto Político Pedagógico deve acontecer com representantes de 
toda a comunidade interna e externa à escola. É importante que tudo que for 
acontecer nestas reuniões sejam propostos e decididos de forma democrática, pois se 
trata de decisões importantes que vai buscar formar cidadãos críticos e atuantes em 
nossa sociedade. Também são decisões que busca a qualidade da educação da escola 
pública. 
É por isso que essa reunião não dá para acontecer de qualquer forma e em 
uma única reunião e sim várias e não se encerra na finalização da constituição do 
documento. 
A partir da finalização deste documento a escola deve divulgar o documento 
com todos que fazem parte da escola e começar a colocar o que foi escrito no papel 
em prática. 
Neste momento, você pode estar se perguntando: As reuniões não param a 
partir da materialização das ideias escritas no papel e na execução? Não, pois 
reuniões periódicas devem ser marcadas para avaliação do mesmo, com a finalidade 
discutir se o que foi planejado como possíveis soluções para atingir a qualidade da 
escola. Estas reuniões tem o papel de verificar se o que foi proposto está sendo feito, 
se está como vai indo o andamento, se não estiver tentar entender porque ainda não 
foram colocadas em prática e quem sabe até redimensionar ou redirecionar a equipe 
escolar em prol de cumprir metas que foram propostas a curto, médio e longo prazo. 
A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E O PROJETO POLÍTICO 
PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO PARA A 
CIDADANIA 
Na gestão democrática, é um fator primordial para que ela seja de fato 
democrática é que o gestor conquiste a sua equipe escolar, para que venha para 
dentro do projeto maior da escola que é o educativo. Para tanto, foi preciso para 
acabar com aquela versão histórica hierárquica de autoritarismo e de os funcionários 
trabalharem sob pressão, temos garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional N. 9394/96 o direito da Gestão Democrática e um de seus sustentáculos 
principal é o Projeto Político Pedagógico. Por isso, deve haver urna boa articulação 
entre a gestão e colocar em prática o que foi decidido para acontecer globalmente na 
escola pública, de forma particularidade, através do PPP. 
Conforme já foi descrito nos capítulos anteriores, o PPP é o documento ao 
qual está escrito a identidade da escola, ele dá vida ao que deve acontecer no interior 
das escolas públicas, apontando caminhos para reinar rumo à educação de qualidade. 
Oliveira (2006) defende que o estabelecimento do entendimento do conceito 
de gestão como administração e organização da escola, e junto ao entendimento de 
PPP organizado também de forma democrática esses dois devem caminhar na escola 
de forma entrelaçadas e reconhecer a sua complexidade. Assim, o planejamento 
global da escola, que se materializa neste documento, deve ser subsidiado pela 
realidade escolar. 
CURIOSIDADE 
É por meio do Projeto Político Pedagógico se decide, o modelo de cidadão 
que essa escola quer formar. Sobre esta questão Pimenta (1991, p.'79) acrescenta 
que o que este documento é o que resulta da construção coletiva dos atores da 
educação escolar. "Ele é a tradução que a escola faz de suas finalidades, a partir 
das necessidades que lhe estão colocadas, com o pessoal - professores/alunos/equipe 
pedagógica/pais - e com os recursos de que dispõe. 
Insisto a gestão deve fazer um trabalho de conquista e comprometimento de 
toda a sua comunidade escola e esse vínculo tem que começar com o gestor. 
Você aí, pode estar se perguntando o porquê desta insistência? 
Porque conquistar uma equipe para trabalhar de forma democrática e com 
comprometimento ao que foi definido pela escola, requer primeiro compromisso do 
gestor. Como vou me comprometer com algo, como parte da equipe, se não enxergo 
esse comprometimento junto aos meus gestores. O gestor para realizar esse trabalho, 
é com que tenha o perfil de liderança, que traga a equipe para junto dele, todos 
unidos em prol do projeto educativo da escola. 
A partir deste entendimento, Libâneo (2016) cita como princípios da 
organização escolar, que visa buscar a participação, são: 
■ A autonomia das escolas e da comunidade educativa; 
■ Relação orgânica entre a direção e a participação dos membros escolares; 
■ Envolvimento da comunidade escolar; ■ Planejamento de tarefas; 
■ Formação continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos 
integrantes da comunidade escolar; 
■ Utilização de informações concretas e análise de cada problema em seus 
múltiplos aspectos, com ampla democratização das informações; 
■ Avaliação compartilhada; 
■ Relações humanas produtivas criativas assentadas na busca por objetivos 
comuns. 
O autor ainda detalha: "Autonomia aqui é definida com a faculdade de 
pessoas se autogovernarem-se, de decidir o seu próprio destino". Frente a esta 
responsabilidade de cada um e a gestão da escola, a gestão democrática não pode 
ficar restrita ao discurso da participação, as eleições, as assembleias e as reuniões e 
Libâneo ainda ressalta: "[...] a organização escolar democrática implica não só a 
participação na gestão, mas a gestão da participação". (LIBANEO, 2015, p.118). 
Sobre estes princípios é interessante destacar que o primeiro "[...] conjuga o 
exercício responsável e compartilhado da direção, a forma participativa da gestão e a 
responsabilidade individual de cada uni." (LIBANEO, 2015, p.119). Devo chamar 
atenção também para ter cuidado nas manipulações de desejos, de interesses e que se 
deve zelar para que esse grupo não se torne um jogo de interesses e vire massa de 
manobra para atender os interesses de poucos. 
Enfim, é preciso que a gestão também realize ma boa gestão, se organizando 
para se comprometer com toda equipe escolar e não com alguns deles. Deve envolver 
nas discussões as ideias e propostas sugeridas, de todos e que não se esqueça da 
maior finalidade da escola que é a sua finalidade educativa, o lado pedagógico 
também merece atenção da gestão. 
SAIBA MAIS 
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de 
consulta e aprofundamento: BRUINI, Eliane da Costa. Artigo: "PPP, Escola e 
Cidadania" acessível pelo link https://bit.ly/2X0Yfaz. 
https://bit.ly/2X0Yfaz
RESUMINDO 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, 
só para termos certeza de que vocêrealmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a gestão 
democrática e o Projeto Político Pedagógico na perspectiva de uma educação para 
a cidadania visa que através de sua construção, o Projeto Político Pedagógico, 
dentro do contexto escolar, na gestão democrática deve ter um gestor que tenha 
responsabilidade, liderança, que saiba trazer as pessoas que fazem parte do contexto 
escolar a participarem ativamente de sua construção, saibam ouvir, opinar, dialogar 
e juntos cheguem a uma conclusão sobre determinados temas em busca de soluções 
que abranjam melhorias na qualidade do ensino. A construção do Projeto Político 
Pedagógico surgiu a partir da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional N. 9394/96 com o intuito de que todos os membros da comunidade escolar 
atuem ativamente em suas atividades de forma dinâmica e participativa. Sendo 
assim, é de suma importância que haja uma boa articulação entre a gestão para que 
possam colocar em prática o que foi decidido para ocorrer globalmente na escola 
pública, especificamente, por intermédio do Projeto Político Pedagógico. 
A GESTÃO DA ESCOLA BÁSICA E O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
ADMINISTRATIVA, FINANCEIRA E PEDAGÓGICA 
OBJETIVO 
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender como é a gestão 
na educação básica que deve garantir o princípio da autonomia administrativa, 
financeira e pedagógica. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. A 
gestão deve garantir que o Projeto Político Pedagógico seja construído de forma 
democrática, seja fiscalizado pelo Conselho de Escola e colocar em prática os 
princípios da autonomia administrativa, financeira e pedagógica. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 
Estamos chegando à finalização do nosso livro, e aqui foi discorrido por 
diversas vezes a questão da importância de práticas autônomas na escola pública. De 
preocupações de a escola poder andar com suas próprias pernas, entender seus 
fundamentos, de emancipar-se. Qual será o tipo de aluno que a escola pretende 
formar e assim por diante. Trabalho colaborativo, participação, envolvimento de 
comunidade interna e externa à escola. Práticas estas garantidas por Lei. Enfim, 
vamos aqui detalhar essa autonomia. 
Também foi visto que para garantir essa autonomia da escola é preciso que 
haja a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico nas escolas públicas, com 
questões bem particularizadas de cada unidade escolar brasileira. 
O uso do termo gestão democrática é algo real, e acontece com o intuito de se 
contrapor a concepção centralizadora e burocrática de administração, que por muito 
tempo perdurou em nossa sociedade brasileira. Por isso, é entendida como dinâmica, 
mobilizadora, que faz articulações na escola como intuito de buscar a cooperação e 
participação de todos que fazem parte da escola. Sobre a questão da gestão 
educacional, Ferreira explica que: 
[...] a gestão da educação, enquanto tomada de decisão, 
organização, direção e participação, não se reduz e circunscreve na 
responsabilidade de construção do projeto político-pedagógico. A gestão da 
educação acontece e se desenvolve em todos os âmbitos da escola, 
inclusive e especialmente na sala de aula, onde se objetiva o projeto 8 
político-pedagógico não só como desenvolvimento do planejado, mas 
como fonte privilegiada de novos subsídios para novas tomadas de decisões 
e para o estabelecimento de novas políticas [...](FERREIRA, 2003. p.16). 
Deste modo, é perceptível que a gestão deve se fazer presente dentro dos 
muros da escola de forma democrática. Nisto não tem funcionários maior ou menor, 
deve existir o gestor que é o líder, e vai atuar junto aos especialistas, professores, 
conselheiros, funcionários de modo em geral, alunos, pais de alunos e assim por 
diante. Todo contribuído conforme suas competências. 
Vale salientar aqui, que o professor também é um gestor pedagógico, pois 
media a aprendizagem entre os conhecimentos que se encontram as propostas 
pedagógicas curriculares e a realidade encontrada em relação aos seus alunos. 
Na sala de aula, o professor como gestor de sua turma, deve trabalhar em prol 
da democratização do conhecimento, socializando com todos, tendo claro seus 
objetivos, os critérios avaliativos, com respeito aos combinados para acontecer de 
fato na escola e regulamentos registrados no Regimento da escola. Tudo isso deve 
acontecer na busca do professor se preocupar em melhor gerenciar processo ensino-
aprendizagem. 
Sobre a gestão democrática Veiga explica que: 
Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição 
vigente e abrange as dimensões pedagógica, administrativa e financeira. 
Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o 
enfrentamento das questões de exclusão e reprovação e da não-
permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a 
marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a 
construção coletiva de um projeto político-pedagógico ligado à educação 
das classes populares. A construção do projeto político pedagógico parte 
dos princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e 
valorização do magistério. (VEIGA,1995, p.17). 
Pensando na questão da gestão democrática, na construção do Projeto Político 
Pedagógico e nas questões de garantir a todos que fazem parte da escola, princípios 
de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e valorização do magistério, 
Bastos ainda complementa: 
A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de 
práticas sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a 
participação popular no interior da escola. Esta consciência, esta 
participação, é preciso reconhecer, não tem a virtualidade de transformar a 
escola numa escola de qualidade, mas têm o mérito de implantar uma nova 
cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar, em 
síntese, as condições essenciais para os sujeitos e os coletivos se 
organizarem pela efetividade do direito fundamental: acesso e permanência 
dos filhos das classes populares na escola pública. (BASTOS,2001, p. 22-
23). 
Após entender que, para tudo isso acontecer é preciso criar urna cultura de 
politização dos que fazem parte da escola, em saber aonde querem chegar, podemos 
observar que o Projeto Político-Pedagógico está associado a um documento que 
legitima a gestão democrática, e tem como foco busca pela melhoria da qualidade da 
educação. 
Deste modo, entendo que essa autonomia, veio para dentro dos muros 
escolares, com a ideia de descentralizar certo poder que por muito tempo ficou 
centralizado nas mãos de poucas pessoas, que decidia muito pela escola de forma 
hierarquizada. A partir da década de 1980 as coisas começam a mudar no Brasil e 
junto com essas mudanças vem a democracia, que também é regulamentada para 
acontecer dentro das escolas. É aí, que entra a participação, a colaboração, poder 
sugerir, discutir e chegar a conclusões para possíveis tomadas de decisões. O 
principal foco discutido o tempo todo em relação a estas mudanças é a autonomia, 
que o tempo todo visa trilhar por caminhos que atinja a qualidade, com equidade que 
tente dar conta da diversidade. Deste modo, podemos dividir a autonomia em 4 
dimensões: 
Administrativa 
Esta dimensão visa tomar decisões por meio da elaboração de planos, 
programas e projetos. Para tanto, é preciso que seja elaborado por pessoas que fazem 
parte da escola, porque conhecendo essa realidade escolar, entende-se que este tem 
possibilidades de melhor acertar nas decisões tomadas para o bem de todos que 
fazem parte dela. Sendo assim, é preciso organizar um grupo com esta finalidade. 
Neste caso, é o Conselho Escolar, já discutido em capítulos anteriores. Conforme, já 
explicado e reviso um pouquinho para vocês, o ConselhoEscolar é um órgão 
colegiado. 
Para fazer parte, é preciso que haja candidatura de pessoas que se 
disponibilize a representar a categoria, da qual faz parte na escola. Feita a eleição, 
tem a função que cada um deve desempenhar neste conselho e acontecem reuniões 
periódicas, lideradas pelo presidente do conselho, que devem ser públicas. Aquele da 
comunidade interna ou externa que desejar participar pode frequentar ter momentos 
de fala nos debates sobre questões da pauta do dia, mas quem tem direito ao voto, 
são cada representante, eleito para representar cada categoria. 
O Conselho Escolar também tem a função fiscalizadora de ir atrás se tudo o 
que aconteceu e foi decidido está acontecendo de fato. Se está, ótimo e se, não está 
tentar descobrir o porquê e buscar caminhos de resolvê-los. Portanto, o Conselho 
escolar tem este caráter de contribuir efetivamente para que a comunidade escolar 
participe, por meio de sua representação, de forma democrática, nas tomadas de 
decisões. 
Financeira 
A escola recebe recursos financeiros e esses recursos financeiros não podem 
ser gastos de qualquer forma, ele possui regras e finalidades. Isso quer dizer que eu 
não posso pegar um recurso financeiro que foi destinado para urna determinada coisa 
e colocar em prática para comprar outros gêneros que não foram destinados à verba. 
Também, não se trata do simples fato de destinar o dinheiro para comprar o 
que ela foi destinada precisa que sejam exigidas quais são as necessidades nestas 
área, para ter o cuidado de não comprar o que não está precisando e faltar outras, por 
isso é preciso discutir em grupo e planejar esta compra. Ainda precisa-se analisar se 
tudo o que a escola precisa, o dinheiro que chegou vai dar e se não der promover 
uma discussão também em cima de quais então seriam as prioridades para este gasto. 
Preciso salientar que também, não é só comprar o que precisa de fato ser comprado, é 
preciso que seja emitido uma nota fiscal e cumprir pré-requisitos que vem 
recomendados quando o dinheiro chega na conta da escola. 
Feito isso, chega o momento da prestação de contas e neste momento se faltar 
algum desses pré-requisitos, a sua prestação de contas é rejeitada para que se resolva 
o que faltou ser feito, e enquanto a escola não resolver e finalizar esta prestação de 
contas, não se faz o envio de outra verba para a escola. Desse modo, conforme o 
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, os sistemas de 
legislação e normas de ensino no Brasil, conferem aos conselhos escolares as 
seguintes competências: deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras, com as 
seguintes funções. 
a. Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e 
outros assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de problemas, 
garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento das 
normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o 
funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem 
desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões 
referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, 
administrativo e financeiro. 
b. Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as 
questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e 
apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas 
pelas direções das unidades escolares. 
c. Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanham a 
execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, 
avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a 
qualidade social do cotidiano escolar. 
d. Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, 
dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em 
diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da 
democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da 
educação. (FONTE: BRASIL, 2004, p. 41). 
Desse modo, fica visível que a escola tem que adequar os recursos 
financeiros no caminho para efetivar seus planos e projetos. 
Jurídica 
Cada unidade escolar pode e deve elaborar suas normas escolares, 
respeitando o que rege a legislação de ensino, tais corno: transferências, 
disciplina, avaliações, admissão de professores, entre outros. Essas normas de 
funcionamento fazem parte de um regime interno, elaborado com a 
colaboração dos representantes de cada segmento da escola. Não estou me 
reportando aqui sobre o regimento que pertence a todas as instituições 
escolares. 
Pedagógica 
As questões pedagógicas devem estar definidas de forma bem clara no 
Projeto Político Pedagógico, não esquecendo a condição necessária ao ensino 
e a pesquisa. Nesse sentido, temos a identidade e função social da escola. 
Também é nesta parte, em que a escola decide as atividades pedagógicas 
curriculares. 
Deste modo, quando falamos em autonomia, deve-se lembrar de que 
deve acontecer como uma forma de inserir a comunidade nos processos 
decisórios da escola. Tendo a gestão como democrática, isso passa a ser uma 
prática diária, comum a todos, assumindo assim uma postura de participação 
e emancipação. A autonomia deve acontecer na escola no sentido de buscar 
formas eficazes de trilhar sempre o caminho do ensino de ensino de 
qualidade. Por isso, exige muito diálogo, participação, debates, conflitos e 
resolução de conflitos, amadurecimento da equipe escolar, em prol de buscar 
as melhores decisões que visem o desenvolvimento da aprendizagem dos 
alunos. Por isso, se avalia os seus custos e benefícios políticos, ajustando 
sempre aos interesses da escola. 
SAIBA MAIS 
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte 
fonte de consulta e aprofundamento: SILVA, Gilvanildo da; SANTOS, Inalda 
Maria dos. Artigo: "A autonomia na gestão escolar: um olhar sobre a 
realidade da escola pública em Maceió" disponível no link: 
https://bit.137/3c3Ay5Q. 
RESUMINDO 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido o texto a gestão da escola pública e o princípio da autonomia 
administrativa, financeira e pedagógica nos fez compreender que a gestão 
democrática surge com o intuito de não ser vista como uma gestão que é 
burocrática, centralizadora, rígida em relação a parte administrativa e sim 
como uma gestão que permite a participação, divisão nas tomadas de 
decisões, na construção do PPP nos assuntos que garantem às pessoas da 
comunidade escolar fazer parte da escola, em relação aos princípios de 
igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e que vise valorizar o 
magistério, a mesma deve ser dinâmica, mobilizadora que tenha um gestor 
líder que vise buscar abertura para que a comunidade escolar interna e 
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externa na troca de conhecimentos em relação a busca de soluções de 
problemas que visem a melhorar a qualidade do ensino.

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