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CISTOS MAXILARES Nasopalatino e ceratocisto orto e paraqueratinizado Lara Araujo Simoes Rosa - Cisto de desenvolvimento não odontogênico mais comum; - Origina-se de de remanescentes do ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal e oral na região incisiva. - Durante o desenvolvimento do palato ocorre a formação dos ductos nasopalatinos, estruturas epiteliais que também se formam por essa fusão e encontram-se dentro dos canais incisivos; - Normalmente, tais ductos regridem nos humanos, mas podem deixar remanescentes epiteliais nos canais incisivos; - Consiste provavelmente na degeneração cística espontânea de remanescentes do ducto nasopalatino. Características clínicas e epidemiológicas: Características radiográficas: - Ocorre em pacientes adultos, de meia idade normalmente - Qualquer idade de acometimento 4° a 6° década de vida; - Tumefação na região anterior do palato (forame incisivo); - Assintomático, flutuante e de crescimento lento - Ocasionalmente desenvolve algum tipo de sintomatologia (afeta o nervo) - Lesão radiolúcida bem circunscrita próximo a linha média, entre os ápices dos incisivos, em formato de pêra invertida ou coração. - Sobreposição da espinha nasal anterior - Tamanho entre 6mm-6cm confere o diagnóstico da lesão como cisto nasopalatino, diferenciando-o do forame incisivo. OBS: Diagnóstico diferencial = forame incisivo grande (até 6 mm) Cisto nasopalatino Características histopatológicas - O epitélio de revestimento dos cistos do ducto nasopalatno é variável, dependendo se o cisto vai estar mais próximo da cavidade oral ou da cavidade nasal; - Pode ser constituído de: epitélio escamoso estratificado ou por epitélio colunar simples ou por epitélio cúbico simples; - O tipo de epitélio pode estar relacionado com a posição vertical do cisto dentro do canal incisivo. Tratamento: Ressecção cirúrgica após biópsia incisional. Classificação do Ceratocisto: Epidemiologia: - cisto odontogênico não inflamatório - Prevalência variável, dependendo do estudo. - Origem desconhecida: qualquer epitélio odontogênico; pode surgir a partir dos restos celulares da lâmina dental; - Crescimento pode estar relacionado a fatores desconhecidos, inerentes ao próprio epitélio ou à atividade enzimática na parede cística. - Faixa etária: adultos jovens (mas podem ser encontrados em pacientes com idade variável) - Predileção pelo sexo masculino (2:1) - Pode mimetizar qualquer cisto ou tumor dos maxilares; Exame radiográfico não confirma o diagnóstico. - Lesões pequenas = assintomáticos - Lesões grandes = associadas a edema, dor ou drenagem, porém alguns ainda podem ser assintomáticos. CISTOS São cavidades patológicas revestidas totalmente ou parcialmente por tecido epitelial, podendo conter no seu interior material fluído, semi-fluído ou gasoso. - Crescimento lento - Deslocamento de dentes e estruturas adjacentes - Geralmente uniloculares; - Raramente de grandes proporções TUMOR São proliferações celulares "anormais" que não cessam quando estímulo inicial termina. Podem crescer em diferentes formas, como em lençóis e massas celulares com possível formação cística. - Crescimento rápido; - Reabsorção de estruturas anexas e invasão local; - Geralmente uniloculares de grandes proporções ou multiloculares ("favo de mel" ou "bolha de sabão"); - Tratamento mais agressivo. - Não é sinônimo de neoplasia maligna Ceratocisto não tem mutação CISTOS VS TUMOR Caracteristicas clínicas e radiográficas: Ceratocisto ortoqueratinizado Histopatológico: Tratamento: - Predileção por acometimento em mandíbula, região posterior; - Crescimento lento, dentro da cavidade medular, sem causar expansão óssea óbvia(mesmo sendo uma lesão grande - diagnóstico diferencial) - Radiograficamente: imagem radiolúcida unilocular, margens escleróticas bem definidas 2/3 das lesões estão associadas a dentes inclusos, não ocorre de forma exclusiva; - Reabsorção radicular = menos comum - Revestimento epitelial com presença de ortoceratina (ausência de núcleos aprisionados na sua camada córnea); - Menor recidiva; - Crescimento lento e não invasivo - Mais frequente em jovens adultos, 2:1 entre homens e mulheres.; - Mais frequente na mandíbula do que na maxila; - Não apresenta características clínicas ou radiográficas que o diferencie dos outros cistos de desenvolvimento ou inflamatórios. - Evolve, principalmente, 3° molar inferior não erupcionado; - Tamanho de 1 a 7 cm. - Não está associado à síndrome do carcinoma nevoide basocelular - O diagnóstico do ceratocisto baseia-se nas características histopatológicas - Cápsula fibrosa fina, friável, que dificulta a enucleação da lesão do osso em um único pedação - Limite epitélio/conjuntivo plano; - Epitélio escamoso estratificado - Camada basal em paliçada (uma ao lado da outra) - Desprendimento de ortoceratina no lúmen - Enucleação (remoção completa da lesão) e curetagem; - Marsupialização e enuclesação com curetagem. - Prognóstico geral = bom - Os pacientes com ceratocistos odontogênico devem ser avaliados para manifestações da síndrome do carcinoma nevoide basocelular Dificultada pela parede cística ser delgada e friável Ceratocisto paraqueratinizado: Epidemiologia: Patogênese: - Revestimento epitelial com predominância de paraceratina; - Maior recidiva; - Capacidade proliferativa aumentada em relação a variante ortoceratinizada; - Associação com síndrome de Gorlin-Goltz; - Antigamente classificado como um tumor odontogênico de origem epitelial; - Assintomático; - Maior frequenca entre a 2° e a 3° década de vida; - Predileção pelo gênero masculino 2:1 - Remanescente da lâmina dentária Caracteristicas clínicas e radiográficas: Histopatológico: - 65% A 83% acometem a mandíbula; - Podem estar associados a dentes impactados, mas podem se desenvolver mesmo sem dentes associados; - Lesões radiolúcidas e uniloculares; - Curiosamente tem crescimento rápido e preferencialmente em osso medular; - Difícil dar o diagnóstico precoce se não for em uma radiografia de rotina; - Revestimento epitelial: epitélio pavimentoso estratificado paraceratinizado; - Camada basal em paliçada; - Superfície corrugada; - Áreas de desprendimento epitélio/conjuntivo; - Presença de cistos "filhotes"/satélites na cápsula. Tratamento: - Enucleaçao + osteotomia / carnoy ou crioterapia - marsupialização + enucleação e osteotomia OBS: Não se faz mais ressecção em bloco, evitando mutilações. Sinonímia: Síndrome do carcinoma nervoide basocelular Sindrome de Gorlin-Goltz (síndrome do carcinoma nevoide basocelular) - Condição hereditária autossômica dominante; - Gene Patched (PTCH) - gene supressor tumoral - Prevalência mundial 1:60.000 - Carcinoma basocelular em pele; - Múltiplos TOC'S (ceratocistos paraceratinizados) - Calcificações intracranianas - Costelas bífidas, hipertelorismo, retardo mental e fibroma ovarianos.
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