Buscar

Assistência do Enfermeiro na Emergência


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

1
Assistência do Enfermeiro na Emergência: Paciente com AVC
									
RESUMO
Esta pesquisa traz como tema o Acidente Vascular Cerebral, comumente chamado por AVC. Este acidente se refere ao entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos do cérebro, pode ser prevenido, mas quando a prevenção não ocorre e o ser humano sofre um AVC é preciso ser tratado com urgência, pois as sequelas são graves. Visto que os primeiros socorros são importantes para garantir a integridade na saúde do paciente com AVC, esta pesquisa teve como questionamento a importância do profissional da enfermagem no atendimento emergencial ao paciente com AVC. O enfermeiro é um profissional da saúde que está apto a atuar em qualquer setor das unidades de saúde, sejam em hospitais ou pronto atendimento. Em especial nos casos de pacientes que chegam ao atendimento de emergência com suspeita de AVC, os enfermeiros devem seguir protocolos para que sejam detectados sinais e sintomas nos pacientes e que sejam aplicados os procedimentos corretos para que não haja consequências mais sérias. O principal objetivo desta pesquisa está em compreender qual a importância da assistência do enfermeiro no atendimento de emergência aos pacientes com AVC através de pesquisas bibliográficas.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro; Emergência; AVC
ABSTRACT
This research brings as a theme the Cerebral Vascular Accident, commonly called stroke. This accident refers to the clogging or rupture of blood vessels in the brain, it can be prevented, but when prevention does not occur and the human being suffers a stroke it is necessary to be treated urgently, because the sequelae are serious. Since first aid is important to ensure the integrity of the stroke patient's health, this research questioned the importance of the nursing professional in emergency care for stroke patients. The nurse is a health professional who is able to work in any sector of the health units, either in hospitals or ready care. In particular, in cases of patients arriving at emergency care with suspected stroke, nurses must follow protocols to detect signs and symptoms in patients and that the correct procedures are applied so that there are no more serious consequences. The main objective of this research is to understand the importance of the nurse's assistance in emergency care to patients with stroke through bibliographic research.
KEYWORDS: Nurse; Emergency; AVC
 INTRODUÇÃO
AVC é a sigla usada para se referir ao acidente vascular cerebral ou derrame cerebral, isto significa o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada (BVSMS, 2006).
O AVC é um rápido desenvolvimento dos sinais clínicos de distúrbios focais ou globais da função cerebral, esses sinais têm origem vascular, provocam alterações nos planos cognitivos e sensório-motor, podem durar 24 horas ou mais (BRASIL, 2013).
Segundo o Ministério da Saúde, de 2004 a 2014, 3,5 milhões de mortes foram provocadas por problemas no coração e na circulação sanguínea, sendo que as ocorrências mais comuns são de AVC.
O Acidente Vascular Cerebral pode ser evitado, há diversos meios de prevenção e esse é o melhor caminho para que não acarrete problemas mais sérios ao indivíduo e sua família, pois a família se torna responsável pelos cuidados do paciente com sequelas deixadas pelo AVC. Mas as pessoas não estão preparadas para as atitudes saudáveis que previnem a doença, muitas vezes chegam ao hospital em momentos de urgência, precisando de atendimento emergencial. 
O enfermeiro é o profissional habilitado aos cuidados emergenciais com o paciente com AVC, tanto os cuidados individuais como o familiar devem ser despendidos pelo enfermeiro.
Brito (2018) aborda a prática de enfermagem em emergência decretada pela Associação Americana de Enfermagem (1983), essas práticas se classificam em três níveis de competência, sendo o atendimento ao paciente, a formação específica e a especialidade em área bem delimitada. 
Os enfermeiros, possuidores das competências citadas por Brito, tem um importante papel em uma equipe de saúde responsável pelo paciente que apresenta sinais de AVC, o profissional tem o dever de planejar e implementar os cuidados necessários ao paciente, inclusive para sua reabilitação. A intenção do enfermeiro ao paciente deve ser integral e interdisciplinar.
A atuação do enfermeiro acontece no cuidado com o paciente e se estende a família que está presente na prevenção, atendimento pré-hospitalar, intra-hospitalar e nos cuidados de reabilitação. O processo de enfermagem tem o objetivo de identificar os problemas e elaborar ações eficazes para a melhora do paciente e da família através do cuidado humanizado.
Diante dos deveres dos enfermeiros e das necessidades dos pacientes com AVC, esta pesquisa foi realizada com o intuito de compreender a importância do profissional da enfermagem nos setores emergenciais, principalmente quando o atendimento é ao paciente com AVC.
O principal objetivo deste artigo é compreender qual a importância da assistência do enfermeiro no atendimento de emergência aos pacientes com AVC. Outros objetivos foram analisar o que é AVC, suas sequelas, os sinais e sintomas, o tratamento e a prevenção. Identificar a atuação do enfermeiro em uma unidade de saúde emergencial. 
Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizou estudos e informações do Ministério da Saúde, Scientific Electronic Library Online (scielo), Repositório da Universidade de Santa Catarina e Bibliotecas Online de Universidades como Pontifícia Universidade Católica e Universidade de São Paulo. O objetivo da revisão bibliográfica é analisar os conhecimentos descritos nas literaturas relacionadas com enfermagem na emergência em pacientes com AVC.
1 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como AVC, são distúrbios da função cerebral, sejam distúrbios focais ou globais e com duração acima de 24 horas. Esses distúrbios provocam alterações cognitivas e sensório-motoras (BRASIL, 2003).
AVC também é conhecido por AVE - Acidente Cerebral Encefálico, Infarto Cerebral, Isquemia Cerebral, Trombose Cerebral ou mesmo Derrame Cerebral. Esses nomes estão relacionados aos conceitos básicos:
- Trombo: É um coágulo de sangue que se localiza dentro dos vasos sanguíneos, aderido a parede do mesmo, obstruindo a passagem de sangue. A obstrução pode ser parcial ou total. Quando o vaso é obstruído por um trombo o nome dado é trombose. - Êmbolo: É quando um trombo se solta e viaja pela corrente sanguínea até encontrar um vaso com calibre menor do que o próprio êmbolo, ficando preso e obstruindo a circulação do sangue. Quando um vaso é obstruído por um êmbolo se dá a embolia. - Isquemia: É a falta de suprimento de sangue para algum tecido orgânico. Toda vez que a circulação de sangue não é suficiente para o funcionamento das células ocorre a isquemia. É um processo reversível se tratado a tempo. - Infarto: É a morte das células por uma isquemia prolongada. Ocorre em geral por obstrução da artéria por um trombo ou por um êmbolo. O infarto mais conhecido é o do miocárdio (músculo do coração), mas ele pode ocorrer em qualquer tecido ou órgão (PINHEIRO, 2018, p. 1).
O Ministério da Saúde atenta para os sinais do AVC, que ocorrem na maioria das vezes em adultos, que são fraqueza e dormência na face, nos braços e nas pernas, além de confusão mental, alteração cognitiva, dificuldade para falar ou compreender, engolir, enxergar com um ou ambos os olhos e caminhar, distúrbios auditivos, tontura, perda de equilíbrio e/ou coordenação, dor de cabeça intensa, sem causa conhecida e diminuição ou perda de consciência. 
Há dois tipos de AVC:
- AVC Isquêmico: obstrução de vaso sanguíneo, bloqueia o fluxo sanguíneo para as células cerebrais. O AVC Isquêmico pode ser causado por embolia ou trombose arterial, de acordo com a duração dos sintomas ele pode ser classificado em: 
Ataque isquêmico transitório (AIT): apresenta quadro agudo com perda dafunção de uma região encefálica ou retiniana, regredindo em menos de 24 horas, atribuindo ao suprimento sanguíneo inadequado em território carotídeo; Déficit neurológico isquêmico reversível: ocorre quando a reversão do quadro neurológico se dá em tempo superior a 24 horas e inferior a três semanas; AVE em progressão: este se dá quando o déficit focal piora ou melhora, em um determinado período de tempo. Logo, neste caso, torna-se necessária uma reavaliação periódica do paciente em 30 a 60 minutos; Infarto cerebral ou AVE completo: ocorre quando o déficit neurológico persiste por mais de três semanas (CARVALHO, 2013, p. 05).
Dr. Pinheiro (2018) explica que o AIT tem os sintomas do AVC que desaparecem em 24 horas, é um derrame incompleto, reversível espontaneamente antes do infarto. O AIT não elimina o risco de um futuro AVC, o paciente deve buscar um acompanhamento neurológico.
- AVC Hemorrágico: é a ruptura de um vaso sanguíneo, ocorre sangramento intraparenuimatoso ou subaracnóideo.
Acidente vascular encefálico hemorrágico (AVCH): Hemorragia intracerebral: corresponde a presença de lesões parenquimatosas (hematoma) levando a sinais e sintomas neurológicos secundários; Hemorragias subaracnóideas: neste caso não se observa os sinais de sofrimento cerebral intraparenquimatoso, somente se houver complicações posteriores. No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia local, com outros fatores complicadores, tais como aumento da pressão intracraniana, edema cerebral, entre outros, levando sinais nem sempre focais (CARVALHO, 2013, p. 06).
Figura 2: AVC hemorrágico
Figura 1: AVC Isquêmico
Fonte: http://www.sbdcv.org.br/publica_avc.asp. Acesso em abril/ 2018
Em 2017, o Ministério da Saúde publicou que 10% dos óbitos adultos, no Brasil, são causados por AVC. 85% dos casos de AVC são isquêmicos. Todos os casos de AVC devem ser socorridos, mesmo em casos de Ataque Isquêmico Transitório - AIT. 
1.1 Fatores de Risco e Prevenção
O Ministério da Saúde afirma:
As ações para a prevenção do Acidente Vascular Cerebral caracterizam-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção de hábitos saudáveis, a prevenção de agravos relacionados às doenças cardiovasculares, objetivando a proteção da saúde (BRASIL, 2017, p. 02).
As ações preventivas individuais podem ser complexas, como cita Carvalho (2013), um profissional consegue verificar através de exames, casos na família, estudo do coração e artérias, arritmias e sopros. O tratamento de doenças como hipertensão, obesidade, tabagismo, alcoolismo e diabetes também diminuem o risco do AVC, além dos riscos trazidos pela hereditariedade, raça e sedentarismo.
 Os fatores de risco são diferenciados pelo Ministério da Saúde como (BRASIL, 2013, p. 12):
Não-modificáveis: são as pessoas beneficiadas com maior atenção nos cuidados básicos de saúde: Idosos; Sexo masculino; Baixo peso ao nascimento; Negros (por associação com hipertensão arterial maligna); História familiar de ocorrência de AVC; História pregressa de AIT; Condições genéticas como anemia falciforme.
Modificáveis: precisa de incentivo e apoio para mudança de estilo de vida: Hipertensão arterial sistêmica; Tabagismo; Diabetes Mellitus; Dislipidemia; Fibrilação atrial; Outras doenças cardiovasculares.
Risco potencial: o desafio é não permitir que estes se tornem um risco efetivo: Sedentarismo; Obesidade; Uso de contraceptivo oral; Terapia de reposição hormonal pós-menopausa; Alcoolismo; Aumento da homocisteína plasmática; Síndrome metabólica por aumento da gordura abdominal; Uso de cocaína e anfetaminas.
As pessoas devem estar conscientes dos fatores que levam a um AVC e a gravidade da doença, assim é possível prevenir ou socorrer a tempo. Não importa o grupo de risco em que se encontra, o cuidado com a saúde é muito importante para uma vida de qualidade.
Cada ser humano deve ser responsável pelo reconhecimento dos sinais do seu corpo. Pessoas que já possuem histórico de hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e fibrilação atrial devem ficar mais atentas aos sintomas do AVC. A atividade física, uma dieta saudável, o baixo consumo de álcool e a abstinência ao tabagismo são ações que colaboram na prevenção do AVC (SBDCV, 2018).
1.2 Diagnóstico
A partir dos primeiros sintomas é necessário o paciente procurar ajuda especializada. 
Carvalho (2013) atenta para que o paciente e quem o acompanha, verifique todos os sintomas, pois eles variam conforme a localização da lesão, o tamanho da área afetada, a quantidade do fluxo sanguíneo colateral e a perfusão inadequada. 
Essas ocorrências podem ocasionar inúmeros sintomas, como já citados anteriormente. Carvalho (2013) afirma alguns sintomas que devem ser levados em consideração na decisão da busca por um profissional da área médica:
Cefaléia súbita e de forte intensidade, em 50% acompanhada de perda momentânea da consciência; Hipertensão arterial; Dormência ou fraqueza da face, braço, ou perna, principalmente em um lado do corpo; Náuseas e vômitos; Confusão ou alteração do estado mental; Lombalgia; Cervicalgia; Distúrbios visuais; Crises convulsivas; Paralisia de nervos cranianos; Dificuldade em caminhar, tonteira ou perda do equilíbrio e da coordenação; Vertigens e fadiga (CARVALHO, 2013, p. 7).
Verificado os sintomas e o paciente levado a um pronto socorro, o diagnóstico clínico deve ter início imediato. Há muitas doenças com sintomas similares ao AVC, portanto é necessário uma anamnese que confirme um déficit neurológico focal, isto é, a perda de movimento ou sensação em um local do corpo, isso inclui visão, audição e fala. No diagnóstico clínico também é analisado distúrbio de consciência, se os sintomas tiveram início súbito, agudo ou progressivo (BRASIL, 2013).
Segundo Yew (2009), o diagnóstico clínico é capaz de comprovar a veracidade do AVC e classificar o subtipo, o diagnóstico clínico deve ser seguido dos exames complementares.
As Diretrizes do Ministério da Saúde (2013) afirmam que a neuroimagem é a melhor forma de confirmar o diagnóstico clínico, pode ser através da tomografia computadorizada do crânio, ou a angiografia, ou a angioressonância ou ainda a angiotomografia. Há exames mais rápidos que também contribuem para o diagnóstico do AVC, esses exames podem ser o eletrocardiograma, hemograma, glicemia, tipagem sanguínea e outros. 
Há diversos protocolos que determinam como proceder no atendimento do paciente suspeito de AVC, não só os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde, mas também protocolos internacionais, escalas e orientações a todos os profissionais da saúde que atuam em hospitais, unidades de pronto atendimento e outros socorros. Assim é possível os hospitais realizarem procedimentos certeiros, ágeis e com menores riscos ao paciente.
1.3 Tratamento
Como visto em tópicos anteriores, o AVC são coágulos que se formam nas veias cerebrais impedindo a circulação do sangue, portanto, em um primeiro momento, é necessário administrar uma medicação para que esses coágulos, chamados trombos ou êmbolos, sejam dissolvidos e a circulação sanguínea cerebral volte à normalidade. Essa medicação pode ser chamada de trombolíticos.
O paciente que chega a uma unidade de atendimento de urgência tem como prioridade sua estabilização hemodinâmica, a ser realizada pela equipe de atendimento imediato. A verificação de que o evento é recidivante ou primário, o resultado do grau da Escala de AVC do NIH , o tempo para se conseguir a estabilidade clínica e as complicações associadas predizem o prognóstico funcional desse paciente. Durante a internação hospitalar, os atendimentos especializados por equipe de reabilitação já podem ser iniciados, sendo o objetivo principal incentivar a desospitalização o mais precoce possível e evitar ou minimizar possíveis complicações decorrentes do evento. Preconiza-se que o paciente na alta hospitalar receba relatório de sua condição clínica, encaminhamentos para a equipe de reabilitação, além de orientações para cuidados domiciliares (BRASIL, 2013, p. 17).
Segundoo Ministério da Saúde (2017), o uso do trombolítico deve ser aplicado ao paciente diagnosticado com AVC isquêmico agudo, também há outros fármacos que contribuem para a redução do tempo de recuperação da capacidade de deambular, a redução de pacientes com complicações e morte associadas ao AVC, entre outros.
Além dos cuidados medicamentosos, há cuidados com outros profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, enfermeiros, etc. Para determinar as necessidades do paciente e os métodos que serão utilizados para a recuperação é preciso avaliações que detectam o nível de comprometimento. Essas avaliações são periódicas e envolve toda a família, pois também recebem orientações para contribuírem na reabilitação do paciente (BRASIL, 2013).
O tratamento tem a intenção de prevenir e reduzir as internações e reinternações por AVC, portanto o Ministério da Saúde (2013) propõe algumas medidas:
• Educação permanente de recursos humanos a fim de identificar precocemente pessoas com os fatores de risco para o AVC e garantir acompanhamento nas UBS, além da identificação de sinais e sintomas iniciais, favorecendo o pronto atendimento imediato; • Formação das equipes de Saúde da Família pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), com o propósito de capacitar os agentes comunitários de Saúde e demais membros da Estratégia Saúde da Família (ESF), identificar pessoas com AVC e fornecer orientações e os primeiros cuidados de reabilitação territorial; • Encaminhamento para o profissional capacitado para que seja feita prescrição de recursos em tecnologia assistiva, tais como: órteses, cadeiras de rodas e cadeiras de rodas para banho, além de adequação do ambiente físico, quando necessário, por meio de critérios seguros e que auxiliem nos primeiros cuidados pós-evento; • Incentivo à formação de programas de Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC); • Promoção de campanhas educativas por variadas mídias, para a população em geral, com uso de linguagem acessível e não alarmante, visando à prevenção com divulgação dos fatores de risco e a sinais precoces do evento, para que a própria população possa reconhecer os grupos de risco e procurar assistência o mais rápido possível, quando necessária; • Estimulação da educação em saúde dos grupos de risco, coordenada por profissionais de Saúde habilitados nas UBS, com o objetivo de promover a discussão acerca de medidas preventivas, tais como mudanças de hábitos alimentares e estímulo à atividade física, além de permitir a troca de experiências; • Ações que facilitem a inclusão escolar, laboral ou social de pessoas com AVC; • Realização de abordagens e práticas grupais e oficinas socioeducativas, focais, operativas, terapêuticas, entre outras; • Integração das ações da reabilitação aos outros equipamentos do território (escolas, igrejas, associações, áreas de esporte e lazer) (BRASIL, 2013, p. 19).
Os pacientes diagnosticados com AVC e tratados precisam de cuidados permanentes, não apenas na internação, pois esta é uma situação temporária, portanto é imprescindível que a família tenha todas as informações para um cuidado que gere a reabilitação do paciente. 
2 ENFERMEIROS NO ATENDIMENTO EMERGENCIAL
Enfermeiro é o profissional da área da saúde que dispensa cuidados ao ser humano, seja na promoção, na reparação ou na reabilitação da saúde ou na prevenção de doenças (CARVALHO, 2013).
Em 1983, a Associação Americana de Enfermagem - ANA estabeleceu os padrões que regularizam a prática da enfermagem nos casos de emergência. Pouco depois, em 1985, foi criada a Sociedade Brasileira dos Enfermeiros do Trauma - SOBET, assim foi possível determinar os passos a serem seguidos pelo enfermeiro em momentos de emergência (BRITO, 2018).
A Constituição Federal do Brasil de 1988 garante no artigo 196 o direito de todos à saúde, além de ser um dever do Estado e a garantia, mediante políticas sociais e econômicas, a redução dos riscos de doenças. 
Logo, o trabalho do enfermeiro condiz com a legislação, pois envolve o tratamento e o diagnóstico de doenças e outros, esse atendimento ocorre em unidades básicas de saúde, hospitais e centros de reabilitação.
Segundo Marx (2004), a profissão de enfermeiro, no Brasil, está envolvida num trabalho que envolve por completo a saúde do ser humano, sempre em parceria com outros profissionais da saúde visando complementar a assistência necessária.
O profissional da área de enfermagem deve estar atualizado e capacitado para sua função, a Política Nacional de Humanização recomenda a capacitação e qualificação dos enfermeiros principalmente para utilizarem o Acolhimento com Classificação de Riscos, isto é um procedimento que colabora com a espera ao atendimento, pois serão atendidos os pacientes em ordem de risco (MOURA, 2014).
A qualidade assistencial depende do estudo permanente dos enfermeiros, a qualificação deve ser constante. O setor de urgência e emergência é o mais atingido pela qualidade de atendimento, é um local que proporciona aprendizado através da prática, mas que depende do conhecimento e atenção do enfermeiro (ALMEIDA, PIRES, 2007).
Os setores de emergência, nas unidades de saúde, têm características totalmente diferentes dos outros setores, desde a complexidade nas ações até no trato com pacientes e familiares. Muitas vezes a condição do paciente em emergência é de risco de vida, causando ansiedade, inclusive nos profissionais. Há muitos recursos e a cada dia os avanços tecnológicos proporcionam melhor atendimento no setor emergencial, mas o trabalho dos enfermeiros ainda é essencial, são estes profissionais os responsáveis em aplicar a tecnologia (SOARES et. al., 2012).
 Os profissionais da enfermagem precisam estar atualizados, tanto na teoria quanto na prática, uma não vive sem a outra, quanto mais conhecimento, mais o enfermeiro terá condições de socorrer um paciente em casos emergenciais. Muitos casos que chegam à emergência são problemas que deixam sequelas, como o caso de AVC, portanto profissionais mais instruídos e capacitados auxiliam o paciente e familiares.
2.1 Competências e Habilidades do Enfermeiro
Para o profissional optar por atuar como enfermeiro em um setor emergencial é necessário que tenha competências relacionadas ao pensamento rápido, agilidade e capacidade de resolução de problemas (MARTINS, 2014).
Segundo Martins (2014), o enfermeiro precisa se comprometer com o ser humano de forma criativa e amorosa, desenvolvendo suas potencialidades, além de liderança, trabalho em equipe, tomada de decisões, planejamento, organização e determinação.
Fernandes (2003) afirma que na área de saúde é muito importante ter conhecimento, mas também é necessário desenvolver as habilidades emocionais, interpessoais e organizacionais. Um bom relacionamento, o trabalho em equipe e o companheirismo são pontos importantes no trabalho de emergência.
2.2 Atendimento Emergencial em Casos de AVC
O paciente com sintomas de AVC devem ser bem cuidados, o pré-atendimento nesses casos é imprescindível para que não haja sequelas ou riscos de agravar o problema.
Independente da gravidade, o paciente com AVC deve ser tratado como caso de emergência, segundo Silva, Gomes e Massaro (2005), o exame inicial inclui observação da respiração e do oxigênio arterial, além da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
O Ministério da Saúde (2017) afirma que o AVC é uma emergência e deve ser atendida no hospital, mas até a chegada ao hospital é preciso cuidados. O correto seria, nos primeiros sintomas, mesmo os mais simples e transitórios, acionar o SAMU ou levar o paciente a Unidade de Pronto Atendimento - UPA, depois será feito o encaminhamento ao hospital.
Carvalho (2013) explica que o atendimento pré hospitalar não deve ser demorado, pois o paciente precisa de terapêutica apropriada. Tambara (2006 apud Carvalho, 2013) sugere a escala pré hospitalar AVC de Cincinnati, essa escala determina que a avaliação deve incluir o achado de três sintomas físicos em menos de 1 minuto, esses sintomas são a queda facial, a debilidade dos braços e a fala anormal.
SegundoMartins (2006, p.2), “o paciente que chega ao Serviço de emergência é avaliado pela enfermeira da triagem. Se ocorrer suspeita de AVC isquémico agudo com até 3 horas de evolução, o paciente é rapidamente transferido para a Unidade Vascular e avaliado pelo médico emergencista”.
O enfermeiro responsável por esse atendimento deve ser treinado para tal, o profissional deve ter ciência dos sintomas e sinais que o paciente suspeito de AVC possa apresentar. Também deve estar apto a classificar a prioridade do paciente.
O fluxograma a seguir representa o procedimento a ser feito pelo enfermeiro logo que o paciente chega à emergência:
Figura 3: Fluxograma de Atendimento do Acidente Vascular Cerebral Agudo
Fonte: Brasil, 2013.
Moro, Longo e Massaro (2012) afirmam que até o paciente chegar ao hospital é necessário que seja colocado em posição cuja cabeceira esteja a zero graus, verificar os sinais vitais, deixar preparado o acesso venoso, identificar a hora do ictus e aplicar as escalas que a enfermagem esteja preparada. Mas não pode administrar grandes volumes de fluídos ou soro glicosado e o transporte deve ser rápido.
Carvalho (2013) ainda cita como ações importantes nos primeiros momentos de atendimento ao paciente com AVC a colocação de cânula orofaríngea ou nasofaríngea, aspirar orofaringe ou nasofaringe e administrar oxigênio suplementar, se necessário, providenciar ventilação com pressão positiva, pois a hipoxia pode agravar a lesão cerebral. Na avaliação inicial do paciente com AVC, a monitorização do ritmo cardíaco e da pressão arterial vai indicar a escolha do medicamento, lembrando que nesta fase não é recomendado o tratamento hipertensão, pois, esta se normaliza em poucos dias. Com o intuito de melhorar o retorno venoso, a cabeceira deve ser elevada 300.
Para Mattos (2013) a avaliação das funções vitais deve ser prioridade no atendimento, lembrando que as avaliações devem ocorrer no menor tempo possível. Os enfermeiros responsáveis pelo atendimento emergencial do paciente com AVC devem se preocupar com o controle do estado neurológico e na prevenção de complicações.
Tambara (2006 apud Carvalho, 2013, p. 10) afirma:
Serviço Médico de Emergência (SME) ao atender um paciente com AVC agudo tem os seguintes objetivos: rápida identificação dos sinais e sintomas que indicam um AVC, apoio às funções vitais, transporte rápido da vítima a uma instituição apropriada, notificação pré-chegada à instituição que vai receber a vítima.
Além de seguir o fluxograma e utilizar todo o conhecimento, o enfermeiro que atende prioritariamente o suspeito de AVC deve seguir os protocolos e escalas a que foi treinado. Segundo o Ministério da Saúde (2013), há a escala de AVC do National Institute of Health Stroke Scale (NIH), Escala de coma de Glasgow, Escala de Hunt & Hess, Escala de Fisher (para hemorragia subaracnoide), Escala de Rankin (avaliação funcional) e o Índice de Barthel modificado (escore total máximo 100). Essas escalas favorecem o reconhecimento do AVC e possibilita maior índice de diagnóstico correto. O uso é pré hospitalar, faz com que o diagnóstico seja mais rápido.
Há protocolos de atendimento pré-hospitalar determinados pelo Ministério da Saúde, conforme a figura a seguir:
Figura 4: Protocolo de atendimento pré-hospitalar do acidente vascular cerebral
Fonte: Brasil, 2013.
Para um primeiro atendimento, os sinais são extremamente importantes para o diagnóstico do AVC e o trabalho do enfermeiro é imprescindível nesse momento, pois proporcionará ao médico os procedimentos corretos. A anamnese e os exames físicos realizados pelos enfermeiros na emergência são essenciais, os sinais e sintomas ajudam no diagnóstico. 
As figuras 3 e 4 representam os procedimentos de socorro que é decisivo no atendimento e o tempo que é outro fator importante. Tanto o tempo como os procedimentos são fatores que interferem no tratamento e que bem realizados diminuem as eventuais sequelas que o AVC pode causar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo foi escrito através de pesquisas bibliográficas acerca das necessidades do paciente com AVC e o atendimento emergencial realizado pelo enfermeiro.
O enfermeiro é um profissional responsável dar assistência ao paciente em todas as áreas de atendimento à saúde, seja no setor de gestão, emergencial, cirúrgico, acolhimento, enfim o enfermeiro precisa de conhecimento teórico, prático e técnico para prestar serviço ao ser humano.
AVC é um acidente vascular cerebral e na maioria das vezes o paciente só sente o problema no momento que ele ocorre, portanto o atendimento deve ser emergencial, pois as sequelas de um AVC são neurológicas e graves, vão de dificuldades motoras até paralisia, quando não leva o paciente a óbito.
Nos primeiros sinais de um AVC o paciente deve ser encaminhado ao hospital, ou qualquer unidade de pronto atendimento, assim o enfermeiro já realiza os primeiro protocolos de atendimento e encaminha o paciente para os procedimentos seguintes. São os enfermeiros os responsáveis pelo controle dos sinais vitais e a realização dos procedimentos invasivos. 
O trabalho do enfermeiro é imprescindível para que o paciente com AVC não tenha o problema agravado, a emergência requer disciplina, conhecimento, paciência e diversas outras habilidades que trazem como recompensa o prazer de salvar vidas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P. J. S.; PIRES, D. E. P. O trabalho em emergência: entre o prazer e o sofrimento. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2007.
BRASIL. Acidente Vascular Cerebral - AVC. Ministério da Saúde, Brasília, 2017. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc. Acesso em abril/ 2018.
BRASIL. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral. Ministério da Saúde. Brasília, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf. Acesso em abril/ 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual de rotinas para atenção ao AVC / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rotinas_para_atencao_avc.pdf. Acesso em abril/ 2018.
BRITO, Marco Paulo Valeriano de. As atividades da Enfermagem na Unidade de Emergência. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://www.hfb.rj.saude.gov.br/artigos/atividades.asp. Acesso em maio/2018.
CARVALHO, Priscila Silva. Assistência de Enfermagem na Emergência. 2013. 14 f. Artigo (Pós graduação em Enfermagem em Emergência. Faculdade de Salvador. Disponível em: http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/EE/EE13/CARVALHO-priscila-silva-de.pdf 2013
FERNANDES, D. J. et al. Competência interpessoal nas práticas em saúde. Texto e Contexto Enferm, 2003.
MARTINS, J. T. et al. Equipe de enfermagem de emergência: riscos ocupacionais e medidas de autoproteção. Revista de Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, 2014.
MOURA, M. A. A. et al. O papel do enfermeiro no atendimento humanizado de urgência e emergência. Revista Cientifica de Enfermagem. São Paulo, 2014.
MARX, L. C. Manual de Gerenciamento de Enfermagem. São Paulo: Associados, 2004.
MORO, Carla Heloísa Cabral; LONGO, Alexandre Luiz; MASSARO, Ayrton Roberto. Trombólise Endovenosa Módulo IV. Programa de Aperfeiçoamento Continuado no Tratamento do Acidente Vascular Cerebral. 2012. Disponível em: http://www.pactoavc.com.br/downloads/mod4.pdf. Acesso em maio/2018.
MARTINS, S.C.O. Protocolo de atendimento do Acidente Vascular Cerebral Isquémico Agudo. Revista da sociedade de cardiologia do Rio Grande do Sul. SINAPS. Ano XV nº7 JAN/FEV/MARC/ABR 2006.
MATTOS L.A.P. Diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência da sociedade brasileira de cardiologia. Rev. Sociedade Brasileira de Cardiologia, volume 101, nº2, Agosto 2013. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf.Acesso em maio/2018.
PINHEIRO, Pedro. AVC - Acidente Vascular Cerebral - Causas e Sintomas. MD. Saúde, 2018. Disponível em: https://www.mdsaude.com/2008/09/ave.html#ixzz1USJTm8y0. Acesso em abril/2018.
SBDCV. Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Acidente Vascular Cerebral. Disponível em: http://www.sbdcv.org.br/publica_avc.asp. Acesso em maio/2018.
SILVA G.S., GOMES D.L., MASSARO A.R. Tratamento da Fase Aguda do Acidente Vascular Cerebral Isquémico. Rev. Neurociências 2005. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2008/RN%2016%2003.pdf. Acesso em maio/2018.
SOARES A. A.; EURÍPEDES C. O.; SHÉLIDA H.A.O.; NILZEMAR R.S. A Humanização do atendimento e a percepção entre profissionais de enfermagem nos serviços de urgência e emergência dos prontos socorros: revisão de literatura. Ciência et Praxis. 2012; Disponível em: http://www.fip.fespmg.edu.br/ojs/idex.php/scientae/article/viewArticle/305. Acesso em maio/2018.
YEW, Kenneth S., CHENG, Eric. Acute Stroke Diagnosis American Family Physician. V. 80, n. 1: 33-40, Julho 2009. Disponível em: www.aafp.org/afp. Acesso em abril/ 2018.