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Recursos Trabalhistas 1. Parte geral → PECULIARIDADES DOS RECURSOS TRABALHISTAS: Existem diferenças entre os recursos cíveis e os trabalhistas. São elas: • Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: restringe a utilização de recursos, quando a decisão objeto do questionamento, é interlocutória, ou seja, proferida no decorrer do processo. A CLT prevê que a parte prejudicada pela decisão, deve aguardar a decisão final ser proferida, para poder recorrer: Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. Entretanto, existem algumas exceções a esta regra: ▪ Exceção 1: Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. § 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. Prevê o cabimento do Recurso Ordinário em face dessa decisão, já que ela é terminativa em relação à Justiça do Trabalho, e determina a remessa dos autos para outra justiça. Exceção 2: súmula nº 214 - decisão interlocutória. irrecorribilidade Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; Decisão do Trt contrária à súmula ou orientação jurisprudencial do Tst: nesta hipótese, cabe Recurso de Revista para o Trt, para que o mesmo modifique a decisão na medida em que essa se mostra, presumidamente, errada, contrariando o entendimento dos Tribunais Superiores b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; Possibilidade de interposição de recurso interno, ou seja, para o próprio tribunal, já que este princípio tem como objetivo evitar que recursos sejam interpostos para órgãos de hierarquia superior. c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. É mais comum no dia a dia (e nas provas de concurso), cabendo recurso quando o réu alega incompetência territorial e sua alegação é reconhecida, com a determinação da remessa dos autos para a Vara do Trabalho vinculada ao Trt. Cabe Recurso Ordinário, conforme art. 895 da Clt. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. • Inexigibilidade de fundamentação: prevê que os recursos trabalhistas serão interpostos por simples petição. Entretanto, essa expressão foi entendida como ausência de fundamentação. Portanto, à luz da CLT, não se exige a dialeticidade. Contudo, esse princípio foi relativizado pela súmula 422 do TST, que passou a exigir a fundamentação nos recursos interpostos perante o TST. Não havendo a necessidade de fundamentação de Recurso Ordinário de competência do TRT. Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. Súmula 422, TST: RECURSO. APELO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA. NÃO CONHECIMENTO. ART. 514, II, do CPC Não se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta. • Efeito meramente devolutivo: essa regra prevê que os recursos trabalhistas possuem APENAS efeito devolutivo. Não possuem efeito suspensivo, como ocorre no processo civil. A interposição dos recursos não suspende o efeito da sentença. Assim, se uma empresa é condenada a pagar indenização, a interposição de recurso ordinário não impede seu pagamento, podendo ser executada provisoriamente. Recurso sem fundamentação é ≠ de recurso com qualquer fundamento! A própria súmula diz que as alegações da parte não podem ser dissociadas dos fundamentos da sentença. O recurso não possui efeito suspensivo automático, porém, o mesmo pode ser concedido, caso haja pedido recorrente, por meio de ajuizamento de ação cautelar, conforme a súmula 414, I do Tst. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. SÚMULA Nº 414 - MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso → JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E PRESSUPOSTOS RECURSAIS Quando uma das partes (sucumbente) interpõe um recurso, o Poder Judiciário deve fazer duas análises: • Juízo de admissibilidade • Análise dos pressupostos (requisitos) • Juízo de admissibilidade: momento em que são analisados os pressupostos (requisitos) para a interposição do recurso. Essa análise é feita pelos juízos a quo (órgão que proferiu a decisão recorrida. EX: a Vara do Trabalho) e ad quem (órgão responsável pela análise do mérito do recurso, hierarquicamente superior). EX: Juízo a quo (3ª Vara) Fará o juízo de admissibilidade. Se estiverem presentes todos os requisitos (sendo positivo, o 1° juízo), remete os autos para o juízo ad quem. SENTENÇA Prolatada pela 3ª Vara do Trabalho de Vitória / ES (impugnada por R. Ordinário) Juízo ad quem (análise do mérito) Fará (novamente) a análise dos pressupostos recursais. Se entender que são presentes, julga o mérito do recurso, decidindo pela modificação ou manutenção da sentença. SÚMULA N.º 435 - art. 932 do CPC. aplicação subsidiária ao processo do trabalho: Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do Código de Processo Civil. Atenção!!!! O Relator pode proferir decisão monocrática nos Tribunais, inclusive, no juízo de admissibilidade. Art. 932. Incumbe ao relator: I - Dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - Negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiçaem julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - Decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. • Pressupostos Processuais: são requisitos que o Recurso tem de conter, para ser recebido pelo juízo ad quem, são eles: ▪ Cabimento ▪ Legitimidade ▪ Interesse recursal ▪ Tempestividade ▪ Regularidade formal ▪ Preparo ▪ Regularidade de representação a) Cabimento: consiste na análise do cabimento ou não do recurso, se o objeto do recurso é passível de recorribilidade, e se a parte interpôs o recurso adequado. Se a decisão recorrida for a sentença, cabe recorrer através da interposição do Recurso Ordinário. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. b) Legitimidade: o recurso pode ser interposto pela parte vencida, por 3° prejudicado e pelo MP (como parte ou fiscal da lei) Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. c) Interesse recursal: atrelado à sucumbência, ou seja, a uma situação desvantajosa para a parte, criada pela decisão. d) Tempestividade: o prazo para interpor o recurso é de 8 dias, para interpor ou contrarrazoar, marcado pela regra da uniformidade, regulamentado pela Lei n° 5.584/70. Em situações excepcionais, o prazo recursal pode sofrer suspeição ou interrupção. Na suspeição, o prazo do recurso volta a ser contado do ponto onde parou. Na hipótese de interrupção, é zerado e contado novamente do início Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Exceto para Embargos de declaração, cujo prazo é de 5 dias! e) Regularidade formal: está atrelada ao preenchimento dos requisitos, de forma, do recurso, destacando-se a OJ n° 120 da SDI- do TST que fala da falta de assinatura, como um impeditivo para a admissibilidade do recurso. No caso de as duas petições (interposição e as razões) não estiverem assinadas, o recurso não será admitido. Se somente uma delas estiver assinada, não haverá a presença de qualquer vício. f) Preparo: quantia exigida a título de pagamento de custas processuais e depósito recursal, dependendo do recorrente. O não pagamento do preparo enseja em deserção e a inadmissibilidade do recurso. ▪ Empregado: realiza apenas o pagamento das custas processuais fixadas na sentença. ▪ Empregador: realiza o pagamento das custas + depósito recursal, sendo fixado o valor pelo TST, havendo limite por recurso. Atenção!!!! Quando se fala em preparo, é preciso ficar atento às decisões do TST, em súmulas e OJ, são elas: ▪ SÚMULA Nº 161 - DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA: e não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT. O depósito recursal só será necessário quando o recurso tiver por objeto, decisão que tenha condenado a pagamento de quantia, ou seja, condenação pecuniária. Com a alteração da OJ, o juiz deverá conceder o prazo de 5 dias, para sanar o vício, antes de declarar a não admissão do recurso ▪ SÚMULA Nº 128 - DEPÓSITO RECURSAL I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. Trata dos limites do depósito recursal, que são dois: o valor da condenação e o valor máximo, fixado pelo TST, para o recurso. Não há a necessidade da parte depositar valor maior que o teto. ▪ SÚMULA Nº 245 - DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO: O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. Geralmente, os recursos são interpostos no último dia, oportunidade em que se comprova a realização do depósito recursal. Mas, se houver a interposição antecipada do recurso, não precisa haver a comprovação do depósito recursal de forma antecipada, também, ou seja, a parte tem até o último dia para comprovar a realização do reparo. ▪ SÚMULA 426, TST: DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA GUIA GFIP. OBRIGATORIEDADE: Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado mediante a utilização da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 899 da CLT, admitido o depósito judicial, realizado na sede do juízo e à disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não submetida ao regime do FGTS. O depósito recursal deve ser realizado por meio da Guia GFIP, que é uma guia do FGTS, contendo informações da previdência. Só não será utilizada essa guia, se a lide não se submeter ao regime do FGTS, oportunidade em que o depósito recursal deve ser feito com guia bancária comum. ▪ ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 140/TST-SDI-I - - RECURSO. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. OCORRÊNCIA. CLT, art. 789 e CLT, art. 899. CPC/1973, art. 1.007, § 2º. Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC/2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido. O depósito recursal deve ser feito na sua integralidade, sem qualquer diferença, a maior ou menor (mesmo que a diferença seja mínima), sob pena de deserção. Nesse caso, admite-se a complementação do valor, mas não do depósito. g) Regularidade de representação: orecurso deve ser interposto por advogado, com procuração nos autos, caso a parte não tenha se valido do princípio do jus postulandi. Se a parte optou por advogado, o mandato deve constar nos autos, exceto na hipótese de mandato tácito, oportunidade em que o advogado deve comprovar sua representação em ata de audiência, constando o seu nome e número da OAB. Excepcionalmente, admite-se a interposição de recurso sem a procuração, para evitar prescrição e decadência, devendo o instrumento ser juntado em 5 dias, prorrogável por mais 5 dias. Se a norma não for cumprida, o recurso não será admitido ou as contrarrazões serão desentranhadas dos autos. https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943-789 https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943-899 https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00058691973-1007 SÚMULA Nº 383 - MANDATO. ARTS. 76 E 104 DO CPC. FASE RECURSAL. INAPLICABILIDADE I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 104 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior juntada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente. II - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na forma do art. 76 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. → JUÍZO DE MÉRITO Será alcançado depois do juízo de admissibilidade, onde se constata a presença de todos os requisitos (pressupostos) de admissibilidade pelo juízo a quo e ad quem. No juízo de mérito, o juízo ad quem irá analisar um dos pedidos que podem ser realizado pelo sucumbente: • Reforma da decisão – error in judicando • Anulação da decisão – error in procedendo a) ERROR IN JUDICANDO: mais comum no dia a dia, consiste em erro de julgamento, ocasião em que o magistrado se equivoca ao julgar, ao analisar as provas, então, pede-se a reforma da decisão. Uma vez que o Tribunal reconheça o erro de julgamento, deverá dar provimento ao recurso, proferirá uma nova decisão de mérito, substituindo a anterior b) ERROR IN PROCEDENDO: o Tribunal analisa se houve erro no procedimento, que violem as normas que tratam da realização dos atos processuais, ocasião em que se pede a anulação da decisão. Uma vez reconhecido o erro no procedimento, o Tribunal deverá dar provimento para anular a decisão, determinando a remessa dos autos para o juízo a quo, para que os atos sejam novamente realizados. → EFEITOS DOS RECURSOS Os efeitos são as consequências da interposição dos recursos, são eles: • Devolutivo: o recurso devolve a matéria para apreciação, pelo Poder Judiciário, tendo em vista que o recorrente entende que a decisão não está correta e precisa ser modificada. A devolução pode ser parcial ou total, dependendo da vontade da parte, posto que o efeito devolutivo pode incidir sobre um ou mais capítulos da decisão. • Suspensivo: a interposição de um recurso trabalhista não tem efeito suspensivo. Logo, não suspende os efeitos da decisão, que desde já, pode ser objeto de execução, mesmo antes do trânsito em julgado (execução provisória). • Translativo: esse efeito está atrelado à possibilidade de o Tribunal reconhecer matéria de ordem pública, sem a necessidade de alegação ou requerimento das partes. Uma vez que o recurso seja interposto, o Tribunal abre a possibilidade de • Excepcionalmente, pode haver efeito suspensivo, se houver ajuizamento de uma ação cautelar. Assim, a parte interpõe o recurso e ajuíza uma cautelar, requerendo o efeito suspensivo. alguma matéria de ordem pública de ser reconhecida, que podem ser reconhecidas de ofício e em qualquer grau de jurisdição. • Regressivo: está relacionado à possibilidade de o Magistrado que prolatou a decisão impugnada, de retrata-se (juízo de retratação), ao receber o recurso. O efeito é típico dos recursos de agravo (instrumento, petição, interno), também sendo vislumbrado, em algumas situações, no Recurso Ordinário, como nas sentenças que extinguem o processo sem resolução do mérito, sentença de indeferimento de petição inicial e sentença de improcedência de liminar. • Substitutivo: decorre do julgamento de mérito do recurso, gerando a substituição da decisão recorrida, pela decisão proferida no recurso. Assim, o acórdão que julga o recurso ordinário substituiu a sentença, o acordão proferido no Recurso de Revista substitui o acordão do TRT, etc... Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso. Litispendência, coisa julgada, perempção, ausência de condições da ação, dentre outros vícios. Recursos em Espécie 1. Embargos de declaração É utilizado quando a decisão apresenta algum vício. Caso o juiz seja omisso na análise de algum fundamento formulado pela parte esta deverá opor os embargos de declaração, para que assim, o vício seja suprimido. São espécies de vícios: Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Prazo para interposição: 5 dias. Julgamento na primeira sessão ou audiência. Não há, via de regra, a expedição de intimação para apresentação de contrarrazões. Entretanto, o mesmo artigo traz a hipótese em que a intimação para a apresentação . omissão . obscuridade . contradição . manifesto equívoco Na análise dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade. das contrarrazões é obrigatória: quando houver efeito modificativo (também chamado de infringente). § 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias O efeito modificativo é uma situação excepcional. Ocorre quando, no julgamento dos embargos de declaração - onde deveria haver apenas a complementação ou esclarecimento da decisão - acontece a sua total modificação. Pode ser que a correção de uma decisão acarrete a sua modificação completamente, diferentemente da situação existente no processo, até então. EX: saindo de procedência para improcedência. Nesse caso, a parte contrária deve ser intimada, obrigatoriamente, para apresentar as suas contrarrazões, no prazo de 5 dias. Após o exercício do contraditório, o julgamento dos embargos prossegue normalmente. Uma coisa que se deve observar, é que a interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo do próximo recurso, ou seja, depois da interposição dos embargos, o prazo do próximo recurso é contado do zero. Ocorre que existem três situações em que não há interrupção. Nesses casos, apresentadas alguma das três hipóteses, os embargos não serão admitidos e o prazo não será interrompido: são elas: intempestividade, ausência de representação e falta de assinatura. § 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. O NCPC/2015 prevê ainda, a possibilidade de multa, caso os embargos tenham caráter meramente protelatório, tendo em vista a sua utilização para a interrupção de prazo dos recursos. Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendorelevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. 2. Recurso Ordinário Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. É o recurso mais utilizado no dia a dia, na justiça do Trabalho. Pode ser utilizado nas seguintes situações: • SENTENÇA – ART. 895, I da CLT: hipótese mais comum de cabimento. A sentença é uma das hipóteses de cabimento do RO, tendo em vista que as decisões são passíveis de impugnação através desse recurso, independentemente de seu conteúdo, ou seja, pode a sentença ser definitiva (que extingue o processo com julgamento de mérito) ou terminativa (que extingue o processo sem julgamento de mérito). • ACÓRDÃO – ART. 895, II da CLT: hipótese bem específica. Para os acórdãos proferidos em ações de competência originária do TRT, cabe RO, ou seja, para os processos que têm início já no TRT (EX: mandado de segurança, dissídios coletivos, ações rescisórias e ações cautelares). Todas essas ações são decididas por acórdãos (decisão de um colegiado), cabendo o RO para sua impugnação. • DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS – ART. 799, §2° da CLT e SÚMULA 214, e, do TST: situações excepcionais em que cabe RO imediato contra das decisões interlocutórias. EX 1: se um juiz do Trabalho reconhece a incompetência absoluta da Justiça doTrabalho e determina a remessa dos autos para outra justiça, cabe RO dessa decisão interlocutória, com o objetivo de manter o processo na Justiça do Trabalho. EX 2: se o juiz do Trabalho, após provocação da parte, reconhece a incompetência territorial e determina a remessa dos autos para outra Vara do Trabalho, vinculada a outro TRT, cabe a interposição de RO em face dessa decisão, para que o processo permaneça na mesma Vara de Trabalho em que se encontra. O prazo para a interposição do recurso é de 8 dias, seguindo a regra da uniformidade dos prazos processuais. Deve ser interposto no juízo a quo, aquele que proferiu a decisão, que deverá fazer o primeiro juízo de admissibilidade ao recebe-lo, analisando os pressupostos processuais (tempestividade, legitimidade, preparo, etc). Sendo positivo este juízo, o magistrado deve intimar a parte contraria, para apresentação de contrarrazões, no prazo de 8 dias. As contrarrazões não são obrigatórias, mas consistem em uma ótima oportunidade para mostrar que a decisão tomada está correta e, portanto, deve ser mantida. Transcorrido o prazo para as contrarrazões, apresentadas ou não, os autos são remetidos ao juízo ad quem, que realiza o segundo juízo de admissibilidade e, considerado positivo, pode ensejar julgamento em colegiado ou de forma monocrática. A decisão em colegiado é a regra geral para os julgamentos nos tribunais, onde os magistrados, em conjunto, tomam a decisão e proferem um acórdão com seu pronunciamento: Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. A decisão monocrática é tomada excepcionalmente, feita por um só magistrado (Relator), nos Tribunais, que assume a função de decidir o mérito da questão (o mérito do mérito), além de realizar o juízo de admissibilidade. Art. 932. Incumbe ao relator: I - Dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - Negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - Decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. SÚMULA N.º 435 - ART. 557 DO CPC. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO: Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 557 do Código de Processo Civil. 3. Recurso de Revista O recurso de revista, em razão de sua complexidade, diante da Justiça do Trabalho, demanda maior acuidade, para análise dos seus requisitos de admissibilidade. Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. § 1o O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo. § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; F u n d a m en to s d o R ecu rso d e R evista http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htmII - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. § 3o (Revogado). § 4o (Revogado). § 5o (Revogado). § 6o (Revogado). § 7o A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. § 8o Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art5 citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados § 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. § 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011. § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. § 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. § 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. § 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12440.htm Cabível para acórdãos do TRT que julgam RO interpostos em dissídios individuais. O Recurso de Revista surge como uma forma de se chegar ao TST, em uma ação trabalhista ajuizada perante uma Vara do Trabalho. EX: João ajuizou uma reclamação perante a Vara do Trabalho de SP, ocasião em que houve decisão de improcedência. Contra essa decisão de improcedência, João interpôs RO (art. 895, CLT), que deverá ser julgado pelo TRT/SP. O TRT/SP deverá proferir um acórdão, que pode ser objeto de Recurso de Revista, desde que o fundamento do recurso esteja previsto no art. 896, a, b, c da CLT: • Divergência jurisprudencial entre TRT’s em relação à lei federal, violação de súmula ou jurisprudência uniforme do TST, violação de súmula vinculante do STF • Divergência jurisprudencial entre TRT’s em relação à lei estadual, convenção ou acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área de mais de um tribunal • Violação à lei federal e afronta direta e literal à CRFB Essa divergência apontada, faz referência ao §7° do art. 896 da CLT, que diz que a divergência entre os tribunais, que enseja a admissibilidade do recurso, tem que ser atual, não cabendo divergência quando a matéria já tiver sido objeto de Súmula do Tst ou do Stf, ou jurisprudência dominante, na medida em que já estaria pacificada. § 7o A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Atenção!!!!! Existem duas situações excepcionais: → § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. – no processo de execução: o Recurso de Revista proferido no processo de execução só poderá versar sobre afronta direta e literal à CRFB. Esse pode ser seu único fundamento. Entendimento também da jurisprudência do STF: SÚMULA Nº 266 - RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. EXECUÇÃO DE SENTENÇA: A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal. → § 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal – procedimento sumaríssimo: se a ação pertencer a esse rito (até 40 salários mínimos), os únicos fundamentos que poderão ser utilizados no recurso são violação `a lei federal, afronta à súmula do TST e Súmula Vinculante do STF. Segundo entendimento sumulado do TST, não cabe violação à Orientação Jurisprudencial do TST, somente em relação às suas súmulas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm SÚMULA N.º 442. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT: Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo,a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT. O Recurso de Revista terá somente efeito devolutivo, sendo interposto perante o Presidente do TRT, a quem cabe a responsabilidade de realizar o juízo de admissibilidade, podendo admitir ou não, a decisão fundamentada. É ônus da parte demonstrar que a matéria está prequestionada, ou seja, decidida efetivamente na decisão recorrida, além de indicar, de maneira explícita e fundamentada, qual é a violação à lei, súmula ou orientação jurisprudencial do TST. O recorrente deve impugnar todos os fundamentos utilizados pelo prolator da decisão, demonstrando que a decisão está equivocada e deve ser modificada pelo TST. → LEI N° 13.015/2014 - INCLUSÃO NA CLT – UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA QUE SERÁ DETERMINADA PELO TST, PARA OS TRT’S, CONFORME O §3° DO ART. 896, CLT: O incidente de uniformização da jurisprudência será realizado a pedido das partes, Ministério Público do Trabalho ou pelo magistrado (de ofício), culminando com o retorno dos autos para o tribunal de origem, para que se proceda a uniformização da jurisprudência, sobre aquele determinado tema, evitando-se a proliferação de julgados conflitantes com a matéria. → DESCONSIDERAÇÃO DE VÍCIOS FORMAIS: § 11 do art. 896 Quando o recurso for tempestivo, pois o mais importante é que se proceda com o julgamento do mérito do recurso. Por ser considerado como extraordinário, o Recurso de Revista depende da demonstração do prequestionamento, para que seja conhecido. Essa demonstração de que a matéria do recurso foi efetivamente decidida pelo órgão prolator da decisão, conforme entendimento sumulado do TST: SÚMULA Nº 297 - PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. 4. Agravo de Petição O agravo de petição tem apenas um único cabimento: é utilizado quando a parte quer impugnar uma decisão proferida no processo de execução. Cabe somente no processo de execução. Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; O prazo para interposição é de 8 dias, sendo o recorrido intimado para apresentar as contrarrazões no mesmo prazo. O constante no §1° desse artigo é um pressuposto de admissibilidade dessa espécie de recurso, que é a necessidade de delimitação, justificada, da matéria e valores objetos de discordância, ou seja, a informação clara dos capítulos da decisão e dos valores que estão sendo questionados por meio do recurso, cabendo a execução da parte que não é objeto do recurso, isto é, da parte considerada incontroversa: SÚMULA Nº 416 - MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. LEI Nº 8.432/1992. ART. 897, § 1º, DA CLT. CABIMENTO Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo. Atenção!!! A principal hipótese de utilização desse recurso está ligada à decisão que julga dos embargos à execução, apresentados conforme a CLT: Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. § 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida. § 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias. § 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo § 4o Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário. § 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. § 6o A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. 5. Agravo de Instrumento Diferentemente do que acontece no NCPC, o agravo de instrumento, no processo do trabalho, não é utilizado para impugnar decisões interlocutórias. Sua única hipótese de cabimento está na alínea b, do art. 897 da CLT, nas decisões que não admitem outro recurso. Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. Utilizado para impugnar a decisão que nega a admissibilidade de outro recurso, ou seja, na linguagem trabalhista, para destrancar ou recurso, podendo-se falar ainda que, se for negado seguimento a um recurso, caberá agravo de instrumento. O recurso deverá ser interposto no juízo a quo, sendo os documentos elencados no §5° do mesmo artigo: § 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: Atenção!!!! Havendo inadmissão: . equívoco manifesto do juiz: cabe embargos de declaração . não sendo equívoco do juiz: cabe agravo de instrumento I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; II - Facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida O prazo para interposição é de 8 dias, cabendo as contrarrazões também em 8 dias, havendo uma peculiaridade a respeito da peça de defesa do recorrido: serão oferecidas, dentro desse prazo, duas peças de contrarrazões (ao agravo e ao recurso inadmitido). § 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. Faz-se necessário observar algumas regras no que tange ao depósito recursal: • Até a lei n°12.275/2010: não havia depósito recursal O ideal é que o tribunal passe a julgar o agravo e o recurso que teve seu seguimento denegado juntos, na mesma sessão, com base nos documentos juntados, ou seja, no julgamento “2 em 1. Não sendo possível o julgamento do recurso inadmitido, de imediato, aplica-se o disposto no §7°, que diz que o tribunal deliberará sobre o julgamentodo mesmo, observando-se as regras internas dos tribunais. São 2 contrarrazões para recursos distintos em um único prazo de 8 dias! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art899 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art899 • Após a Lei n°12.275/2010: é instituído o depósito recursal para o agravo de instrumento, com a inclusão do §7° do art. 899 da CLT, que é de 50% do valor que foi depositado no recurso inadmitido. • Após a lei n° 13.015/2014: com a inclusão do §8° do art. 899 da CLT, retirou-se a obrigatoriedade do depósito recursal em uma hipótese, que é o agravo de instrumento da inadmissão do recurso de revista contra decisão que viola súmula ou OJ do TST. § 8o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7o deste artigo. 6. Agravo Interno Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. Interposto em face de decisão monocrática do Relator, proferida nos moldes do art. 932 do NCPC. Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Uma vez proferida uma decisão monocrática, a parte prejudicada pode interpor, no prazo de 8 dias, o recuso de agravo interno. Aplica-se o mesmo prazo para a interposição das contrarrazões. O recurso será dirigido ao Relator, que deverá intimar o recorrido para a apresentação das contrarrazões, podendo reconsiderar a sua decisão (exercer o juízo de retratação), hipótese em que remeterá aos autos do recurso originariamente julgado por ele de forma monocrática, para ser julgado pelo colegiado. Não havendo retratação, o agravo interno seria remetido para o julgamento pelo colegiado, sendo proibido ao Relator, repetir os fundamentos da decisão monocrática para negar o provimento ao recurso, devendo demonstrar, se for o caso, que o agravo interno é inadmissível ou improcedente com fundamentação específica. § 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. Se o Relator entender que o agravo interno é manifestamente inadmissível ou improcedente, condenará o recorrente ao pagamento de multa, que será revertida para a outra parte, no valor que varia de 1% a 5% do valor da causa, devendo ser depositada como pressuposto de admissibilidade de qualquer outro recurso. Somente a Fazenda Pública e o beneficiário da justiça gratuita depositarão a quantia ao final: § 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 7. Embargos no Tst Existem duas espécies de embargos que são julgados pelo TST: Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e b) (VETADO) II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. (Revogado) § 2o A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. § 3o O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos: I - se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá- la; II - nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Msg/VEP-412-07.htm qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade. § 4o Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. • Embargos Infringentes: são julgados pela seção de dissídios coletivos, sendo interpostos de decisões não unanimes em julgamentos de dissídios coletivos de competência originária do TST. Se for instaurado um dissídio coletivo não unânime pela SDC, poderá ser interposto recurso de embargos infringentes para a própria SDC, em 8 dias, visando reverter a decisão de forma a que o voto minoritário passe a vencedor. • Embargos de Divergência: o recurso é julgado pela SDI – Seção de Dissídios Individuais, quando a decisão de turma do TST contrariar acórdão de outra turma do TST, acórdão da SDI, súmula do TST, orientação jurisprudencial do TST ou súmula vinculante do STF. • 8. Recurso Adesivo É uma forma especial de interposição de alguns recursos, não uma espécie recursal diferente. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposiçãolegal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS: O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. • Recurso Ordinário • Recurso de Revista • Agravo de petição • Embargos do TST São as duas formas de interpor esses recursos: • Forma normal: no prazo legal contado da intimação da decisão • Forma diferenciada: no prazo que a parte recorrida possui para apresentar as contrarrazões, hipótese em que o apelo é interposto de forma adesiva. Dessa forma, o recurso adesivo é apresentado no prazo de contrarrazões, pela parte que não quis recorrer da forma normal, por que não tem interesse na reforma da decisão, ou está interessada no trânsito em julgado da decisão. O recurso é chamado de adesivo ou “subordinado”, pois sua admissibilidade fica subordinada à admissibilidade do recurso principal, somente sendo admitido se o principal for admitido. O Prazo é de 8 dias (mesmo prazo das contrarrazões), na hipótese de recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada, esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. Podem ser interpostos de duas formas Atenção!!!! . O Recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho . Só pode ser utilizado nos RO, Recurso de Revista, Recurso de agravo de petição, recurso de embargos no TST . . Não é necessário apresentar contrarrazões para recorrer adesivamente . O fundamento do Recurso Adesivo não precisa estar vinculado ao do recurso principal. . 9. Assunção de Competência Instituto recém criado e previsto no NCPC, será aplicado ao processo do trabalho por determinação da IN n° 39/19 do TST. Resume-se da seguinte forma: em vez do recurso, remessa necessária ou outro processo de competência originária do Tribunal ser julgado por uma turma (órgão fracionário, menor, com um número menor de membros), quem assume o julgamento é um órgão colegiado, com número superior de julgadores, diante da importância da questão. Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. § 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar. § 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência. § 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese. § 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal. Não há a necessidade que a matéria que será objeto da assunção de competência seja também objeto de múltiplos processos. Não há a necessidade que haja divergência ou possibilidade de divergência jurisprudencial nos múltiplos processos que tratam da matéria. A ideia é que a discussão já tenha sido travada e decidida, antes do surgimento dos múltiplos processos, pois atua como uma espécie de prevenção de divergência. Se a situação é importante do ponto de vista social ou jurídico, obviamente já surgirão demandas relacionadas ao assunto, que já terão destino certo, na medida em que já terão sido apreciadas pelo judiciário. O procedimento de assunção pode ser iniciado de diversas formas: • De ofício, pelo Relator • A pedido das partes • A pedido do MP ou da Defensoria pública São objeto de assunção de competência: • Recursos • Remessa necessária • Processos de competência originária dos tribunais No Direito do Trabalho não existe atuação da Defensoria pública, já que a assistência gratuita é prestada pelos sindicatos da categoria. . Mandado de segurança . Ação Cautelar . Ação Rescisória, etc. Quem julgará o incidente de assunção de competência, é o órgão que for determinado pelo Regimento do próprio Tribunal. EX: Tribunal Pleno, tribunais menores ou qualquer outro órgão. A decisão proferida na assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, tendo em vista que não faria sentido permitir que os órgãos do judiciário decidissem de maneira contrária. 10. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas Em razão do grande volume de processos, dia a após dia, na Justiça do Trabalho, e da morosidade de chegar ao fim dessas demandas, foi criado o Incidente de Resolução de Demandas Repetidas – IRDR. Dessa forma, com o intuito de agilizar o julgamento dos processos, o legislador criou o IRDR, aplicando um mesmo pensamento, uma mesma decisão, em várias ações idênticas, evitando o proferimento de decisões diferentes, para casos semelhantes. Decisões contraditórias ou diferentes para a mesma hipótese, atinge o princípio da isonomia e segurança jurídica, fazendo surgir novos recursos que buscam a reversão das decisões, de forma que fiquem iguais a outras decisões proferidas por outros juízos. Técnica criada para decidir uma matéria que vem sendo discutida em vários processos e em que há possibilidade de serem proferidas decisões diferentes, com o objetivo de julgá-las de uma vez só, sem risco de contradições, após o julgamento do IRDR, ou seja, aplicando aquela decisão aos processos, tratando os iguais de maneira igual. Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundada em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. Aplica-se somente ao Tst O IRDR pode ser aplicado em qualquer tribunal, desde que, presentes os requisitos previstos no NCPC, pois antes de julgar a matéria constante no IRDR, o Tribunal analisará se estão presentes esses requisitos: Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Uma vez instaurado um procedimento, a desistência ou abandono do processo não impedirão a análise do mérito do IRDR, pois o julgamento dele é mais importante do que o julgamento do processo em que se baseou, tendo em vista que a unificação de uma tese pode ser aplicada em várias ações e, dentro do processo, só há o interesse das partes. § 1º A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente. § 2ºSe não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono. O Ministério Público pode atuar de duas formas: • Autor do IRDR • Fiscal da lei no incidente • Órgão que assume o IRDR, caso haja desistência ou abandono pelo autor Existe ainda a possibilidade de um novo incidente ser iniciado, caso o primeiro não seja admitido. EX: um Tribunal não admite o IRDR por não identificar processos com demandas repetidas, suficientes. Com o passar do tempo, novo IRDR é proposto e o Tribunal já nota que há quantidade suficiente de processos. Quanto à legitimidade, o IRDR pode ser proposto por: Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: I - Pelo juiz ou relator, por ofício; II - Pelas partes, por petição; III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente. • O julgamento cabe ao órgão definido pelos Regimentos internos. Esse mesmo órgão ficará prevento para o julgamento de recurso, remessa necessária ou outras ações relacionadas ao processo do que se originou o IRDR. • Deverá haver ampla divulgação do IRDR, no registro eletrônico do CNJ para que todos possam saber quais as teses jurídicas que estão sendo discutidas nos tribunais • O IRDR deverá ser julgado no prazo máximo de 1 ano, tendo preferência sobre outros feitos, ressalvados aqueles que envolver réu preso e pedidos de habeas corpus, que seguem tendo prioridade de tramitação. , A legitimidade é de todos aqueles que lidam diretamente com o processo, seja de maneira parcial ou imparcial, pois o maior objetivo é por fim à multiplicação de decisões contraditórias sobre o mesmo assunto, que gera insegurança jurídica e sentimento de injustiça. • A admissão do IRDR suspende os prazos dos processos que tramitam no estado ou região, por ordem do Relator, para que não sejam decididos antes do IRDR. Depois de 1 ano, os prazos desses processos correm normalmente. • O Relator também pode realizar outros procedimentos relacionados à instrução do IRDR • No julgamento do mérito do IRDR poderá haver sustentação oral do autor e do réu do processo originário e do Ministério Público, pelo prazo de 30 minutos, cada. • Criada a tese jurídica, a mesma será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos, que tratem da mesma questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do tribunal julgador do IRDR. • A tese será aplicada também ais casos futuros que tratem da mesma questão. 11. Reclamação Correicional Trata-se de um procedimento e não um recurso. Meio de reclamar a não aplicação dos precedentes judiciais, entendimentos sumulados dos tribunais, bem como de demonstrar que foi proferida uma decisão em confronto com decisões proferidas pelos tribunais. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - Preservar a competência do tribunal; II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV – Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; Há ainda a possibilidade de cabimento da reclamação quando houver aplicação indevida de tese jurídica, que já foi firmada pelo tribunal ou não for aplicada a tese referida, o entendimento existente. Se houver entendimento do tribunal ou aplicação do entendimento quando não era hipótese, cabe o uso da reclamação. § 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. Por não se tratar de um recurso, não pode ser utilizada após o trânsito em julgado da decisão. Como se tratam de dois institutos distintos - recurso e reclamação – uma eventual inadmissão do recurso ou seu julgamento, não prejudica o julgamento da reclamação. Os dois procedimentos podem ser movidos simultaneamente. É necessário observar: • A possibilidade de suspensão do processo ou da decisão objeto da reclamação para se evitar dano irreparável, na hipótese em que o Relator verificar a probabilidade de a decisão estar realmente contrariando os entendimentos do tribunal e a possibilidade de lesão grave à parte prejudicada com a decisão equivocada. • O beneficiário da decisão tem de ser ouvido em 15 dias e pode apresentar contestação no mesmo prazo. Essa norma fundamenta-se no contraditório, na ampla defesa e na segurança jurídica. Na medida em que a parte tem em seu favor uma decisão, que se presume correta, a mesma só pode ser caçada se submetida ao contraditório. • A parte ou o MP podem propor a reclamação, mas qualquer pessoa, que pode ser um terceiro, pode impugnar o pedido do reclamante para desconstituir as afirmações feitas. Caso o MP não tenha proposto a reclamação, atuará como fiscal da lei e da ordem jurídica, devendo ser intimado para ter vista dos autos por 5 dias e apresentando parecer pelo prosseguimento ou arquivamento do feito. • A vista dos autos ocorrerá após as informações da autoridade que realizou o ato e da contestação apresentada pelo beneficiário da decisão ou do ato, que poderá ser apresentada em 15 dias. O MP receberá o processo depois da manifestação de todos os participantes para dizer, após análise completa dos autos, se a parte que formulou o pedido, tem razão ou não.
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