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4 
 
Quando recebi a carteira do CRECI pensei: - “Agora sou um corretor”. 
Legalmente sim, mas de fato ainda não. 
Descobri isso logo no início, quando fui sabatinado pelos clientes com 
perguntas que me deixaram numa “saia justa”: 
 
- “Gostei do terreno. Posso construir a garagem no subsolo, meu comércio no 
térreo e morar no andar de cima?”. 
 
Eu olhava para o cliente e pensava: 
 
- “Esse cidadão não tem o que fazer? Como é que eu vou saber? Ele que 
pergunte na prefeitura! ”. 
 
Outro me perguntou: 
 
- “A garagem faz parte da área útil do apartamento?”. 
 
É óbvio que o problema não era o cliente, era eu, a minha falta de 
informação. 
 
O CRECI fez sua parte: certificou-se de que eu apresentava os requisitos 
para a prática lícita da profissão e me deu a formação básica necessária. 
Estar um passo adiante é responsabilidade de cada um. Quem faz 
faculdade é bacharel; se almeja o título de Mestre ou Doutor precisa ir 
além, abraçar outro nível de informações. 
 
Tentando obtê-las, para me aprimorar, nasceu a ideia deste livro. Uma 
obra de consulta para que os novos corretores sofram menos com 
questões que só os anos e a experiência lapidam, como em qualquer 
profissão. 
 
Daí também a estratégia de apresentá-lo em forma de glossário, pois como 
obra de referência, precisa ser fácil de ser consultada, já que são mais 
1.100 temas, conceitos e práticas contidas nela. 
 
Dessa forma, se a dúvida é saber que documentação é essencial à uma 
transação imobiliária lícita e segura basta procurar por DOCUMENTAÇÃO 
IMOBILIÁRIA. Lá, além do conceito, estão os principais documentos, a 
relevância de cada um, onde são obtidos e o prazo de validade deles. 
 
Quer saber o que é uma carta de adjudicação ou não sabe a diferença 
entre área útil e privativa? Procure por CARTA DE ADJUDICAÇÃO, ÁREA 
ÚTIL e ÁREA PRIVATIVA, respectivamente. Fácil assim. 
 
Alguns temas ou conceitos podem parecer inicialmente tolos, óbvios, mas 
não são; ex.: CLIENTES. Nele abordo posturas e cuidados que o corretor 
deve ter e como atuar junto a cada perfil (pois não são todos iguais) e até 
5 
 
mesmo como atender a clientes com têm necessidades especiais. E mais: 
contrariando a máxima já ultrapassada, o cliente nem sempre têm razão. 
Um mesmo conceito pode estar presente em mais de um ponto desta obra, 
face aos diversos prismas de abordagem. Para facilitar o acesso a todos os 
pontos onde determinado conceito é citado basta pressionar a tecla “Ctrl” 
e, em seguida, a tecla “F”. Na tela aparecerá a caixinha “Localizador”. 
Escreva nela o que busca (ÁREA ÚTIL, p. ex., em minúsculo ou 
maiúsculo) e clique em “Próximo” até achar o tema na ótica desejada. 
 
Alguns conceitos, sobremodo os jurídicos, apresentam, no seu final, a sua 
fundamentação legal, para quem deseje se aprofundar neles. 
 
Apesar do cuidado e carinho com que esta obra foi realizada não espere 
verdadeiras teses sobre cada tema. Tentei ao máximo evitar explicações 
longas e chatas, sem abrir mão de um bom volume de informações, 
escrever de forma objetiva e numa linguagem o mais amigável possível 
para um fácil entendimento. 
 
Outro ponto importante é que esta obra envolve uma ampla gama de 
entidades e legislações (municipais, estaduais e federais). Assim, ela não 
deve ser lida como definitiva e inquestionável, posto que a dinâmica do 
tempo promove mudanças conceituais e legais, além da lacuna que 
sempre haverá entre a data da publicação da obra, ou de sua última 
atualização, e o momento de sua consulta já que, mesmo com o advento 
da informática, é pouco viável atualizar e publicar uma obra diariamente. 
 
Correções e sugestões para o aperfeiçoamento desta obra são bem-vindas. 
Remeta-as para o e-mail paulomota@creci.org.br. 
 
Por fim, agradeço a todos que gentilmente dividiram seus conhecimentos 
comigo e me refinaram profissionalmente. Por isso eu também os divido, 
num gratificante círculo vicioso. Há, contudo, quatro pessoas em especial 
que contribuíram muito para que este livro hoje exista: 
 
Carla Borges Jordão da Mota, minha revisora e linda esposa, o Dr. 
Alexandre Karlay de Castro, amigo cuja competência e saber fazem dele, 
sem dúvida, um dos melhores advogados de nossa área, a quem coube a 
revisão geral dos temas que envolvem os aspectos legais deste trabalho, ao 
amigo e colaborador Dr. Adilson Rodrigues de Barros e ao Dr. José 
Augusto Viana Neto, nosso simpático presidente, que gentilmente me 
abriu as portas do CRECI, abraçando este projeto e sua divulgação. 
 
Vocês ajudaram a transformar um sonho em realidade. 
 
Paulo Henrique Correia Jordão da Mota 
 
CRECISP 50.770 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
O maior sonho de qualquer pessoa em sua vida produtiva é ter sua casa 
própria. O patrimônio subsequente, uma vez concretizado o da casa 
própria, é mais fácil de ser obtido. O mercado imobiliário vive da 
realização desse sonho. 
 
Contudo, a forma de atender essa demanda mudou muito após 1960. 
 
A década de 60 foi o auge da “Guerra Fria” entre a Rússia e os Estados 
Unidos. O governo norte-americano temia que um ataque russo às suas 
bases militares deixasse suas informações sigilosas vulneráveis. Por isso 
criou um modelo compartilhamento de informações, descentralizado. 
Dessa forma se, p. ex., o Pentágono fosse atacado, as informações lá 
armazenadas não seriam perdidas. Essa foi a semente da Internet. 
 
Contudo, a primeira transmissão de um e-mail da história só ocorreu em 
29 de outubro de 1969. Desde então o mundo mudou de forma 
irreversível. Semeada a Internet colheu-se o fruto da globalização. O 
mundo, em menos de 50 anos, teve uma transformação maior do que os 
20 séculos que o precederam. 
 
E o que nossa atividade tem a ver com esses fatos? Tudo. Nossa forma de 
trabalhar, por força deles, mudou, teve de adaptar-se. Alguns exemplos: 
 
 
Principal mídia para venda de 
imóveis: Jornal.
Sites e Portais imobiliários.
Segunda mídia, sobremodo
para venda de casas: plantões
e, depois, as placas. 
Segunda mídia: Placas (baixo
custo e retorno crescente); 
depois os plantões (alto custo 
e retorno decrescente).
Atuação local, regional. Global e compartilhada.
Foco no Comprador.
Antes da Internet Depois da Internet
MERCADO IMOBILIÁRIO
Imagens: www.pixabay.com - Arte: Paulo Henrique C. J. Mota
 Foco no Vendedor: bons imóveis na 
internet, com boas fotos e textos bem 
elaborados são as principais fontes captadoras 
de "leads".
8 
 
Por isso, fico pasmo quando ouço um corretor falar de boca cheia que é 
corretor há muito tempo e que sempre vendeu muito bem sem precisar 
dessa parafernália toda da Internet. É verdade, alguns venderam muito, 
mas também é verdade que quase não vendem mais. Vivem do passado, 
como um museu. Comportam-se como peças de um. 
 
O mundo mudou e com ele o perfil do mercado imobiliário. Os clientes não 
querem mais “apresentadores de imóveis”, querem consultores altamente 
especializados, rápidos, com pleno domínio do mercado imobiliário. 
 
Os clientes não toleram mais informações demoradas, vagas, 
superficiais ou erradas. Quando pedem informações sobre um imóvel 
querem tê-las de imediato e com qualidade. Demorou? Cinco minutos 
depois eles não precisam mais de você: navegaram, foram para 
concorrência, e já as tem. 
 
 
Ilustração: www.pixabay.com 
 
Quase dois mil anos depois de Cristo só uma coisa não mudou na história 
da humanidade: INFORMAÇÃO É PODER. O profissional de hoje não 
vende imóveis; vende informações que motivam a realização de negócios! 
O Google, por exemplo, nunca produziu um único palito de fósforo, mas 
por ter domínio global das informações vale mais do que grandes e 
poderosas multinacionais. 
 
Na era da inteligência artificial, onde a informação é somente um meio,os 
corretores de sucesso são os que não brigam com a tecnologia (usam-na 
para alavancar negócios), planejam o trabalho (fazem acontecer, não 
contam com a sorte para que aconteça), estão atentos às tendências do 
mercado, sabem administrar o tempo e são objetivos. Esses profissionais 
existem. Conheço vários. Pena que sejam, quando muito, 10% do todo. A 
maioria dos demais desparecerá fruto da seleção natural. 
 
Esta é a intenção deste livro: ajudá-lo no tocante às informações 
essenciais de nossa área e à qualidade delas. Contudo, a velocidade da 
resposta que o cliente e o mercado exigem nenhum livro pode dar, 
dependem exclusivamente de você. 
 
Boa leitura. 
Paulo Mota 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
ABÓBADA 
 
Do grego kupellon, significa pequena taça. Também chamada de ogiva, 
cúpula ou domo, é o teto côncavo (como uma taça), cuja forma e 
classificação variam de acordo com o grau do arco: gótica (marca da 
arquitetura árabe), de luneta (no colonial americano) e outras. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
ABREVIAÇÕES, ABREVIATURAS e SIGLAS 
 
Diferentemente do que muitos acreditam, são conceitos distintos. 
 
A abreviação é a forma reduzida de uma palavra ou a omissão fonética de 
parte dela, até o limite que não comprometa seu entendimento. Exemplos: 
 
- Metrô: é abreviação de metropolitano. 
- Moto: é abreviação de motocicleta. 
- Micro: é abreviação de microcomputador. 
- Fone: é abreviação de telefone. 
- Foto: é abreviação de fotografia. 
- Pneu: é abreviação de pneumático. 
 
A abreviatura* é a representação de uma palavra através de suas sílabas 
ou de letras. 
 
Aproveito para apresentar algumas mais comuns para que sejam 
corretamente grafadas nos contatos por escrito com os clientes no dia a 
dia: 
 
* Para abreviatura dos meses use as três primeiras letras do mês e um ponto, exceto para 
o mês de maio, que não admite abreviatura: jan., fev., mar. abr., maio, jun., jul., ago., set., 
out., nov. e dez. . 
11 
 
 
PALAVRA/EXPRESSÃO ABREVIATURA
Administração Adm.
Alameda Al.
Almirante Alm.
Ante Meridiem (antes do meio-dia) A.M. ou a.m.
Aos Cuidados de A/C 
Apartamento Ap. ou Apart.
Assembleia Assemb.
Associação Assoc.
Atenciosamente At.te ou Atte. 
Avenida Av.
Capitão Cap.
Centímetro(s) cm
Código Cód.
Comandante e Comércio Com.
Companhia Cia.
Complemento Compl.
Conselheiro cons. ou conselh.
Conta Corrente C/C
Coronel Cel.
Crédito Créd.
Decreto Dec.
Departamento e Deputado Dep. ou Deps. (plural)
Desembargador Desemb.
Digníssimo DD.
Distrito, Dom e Dona D.
Doutor(es) e Doutora(s) Dr./Drs. ou Dra./Dras.
12 
 
 
PALAVRA/EXPRESSÃO ABREVIATURA
Edifício Ed. ou Edif.
Em Mãos E.M.
Embaixador Emb.
Engenheiro Eng.
Estrada Est.
et cetera (e assim por diante) etc.
Excelentíssimo Exmo.
exempli gratia (por exemplo) e.g.
Exemplo Ex.
Fotografia Fot.
Frei Fr.
General Gal. ou Gen.
Grama (unidade de massa) g
Grau Celsius ºC
Hora(s) h
Idem Id.
Ilustríssimo(a) Il.mo(a)
Júnior Jr.
Jurídico Jur.
Largo L.
Latitude Lat.
Legislação Leg.
Limitada Ltda.
Litro L/l
Longitude Long.
Major Maj. ou maj.
Marechal Mal.
13 
 
 
PALAVRA/EXPRESSÃO ABREVIATURA
Meritíssimo MM.
Metro(s), metro quadrado e cúbico m, m² e m³
Milímetro(s) mm
Minuto(s) min
Monsenhor Mons.
Município(s) mun.
Nacional Nac.
Nordeste N.E.
Noroeste N.O.
Norte N.
Número Num. ou nº
Observação Obs.
Oeste O
Organização Org.
Padre Pe.
Página(s) Pág. ou págs.
Para p/
Personal Computer PC
Polegada(s) Pol.
Por exemplo P. ex.
post meridiem (depois do meio-dia) P.M. ou p.m.
post scriptum (pós-escrito) P.S.
Professor(a) Prof. ou Profa.
Quilograma(s) Kg
Quilômetro(s) e quilômetro(s) quadrado Km e KM²
Referência Ref.
Remetente rem.te ou Remte.
14 
 
 
 
 
PALAVRA/EXPRESSÃO ABREVIATURA
Residência Res.
Rodovia Rod.
Rua R.
Santa/Santo Sta. / Sto.
São S.
Sargento Sarg.
Seção Seç.
Secretaria e Secretária sec. ou secr.
Segundo (medida de tempo) s.
Senhor(a) Sr. ou Sra./Srª.
Sine Die (sem data marcada) s.d ou s/d
Sociedade Anônima S/A ou S.A.
Sudeste S.E.
Sudoeste S.O.
Também tb.
Telefone Tel.
Tenente Ten. ou ten.
Travessa Trav.
Unidade Un.
verbi gratia (por exemplo) v.g.
Versus (contra) Vs. ou vs.
Vila V.
Volt(s) (unidade de tensão elétrica) V ou v
Vossa Excelência V.Exª.
Water-Closet (banheiro) W.C.
Watt(s) (medida de potência) W
15 
 
Já a sigla é um tipo de abreviatura, muito comum nos textos científicos e 
jornalísticos, formada pelo conjunto das letras iniciais de nomes, órgãos, 
empresas, associações, organizações, entidades ou instituições. Ex.: 
 
- ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
- BB: Banco do Brasil. 
- CEF: Caixa Econômica Federal. 
- CEP: Código de Endereçamento Postal. 
- CRECI: Conselho Regional de Corretores de Imóveis. 
- IOF: Imposto sobre Operações Financeiras. 
- ONU: Organização das Nações Unidas. 
- ONG: Organização Não Governamental. 
- RSVP: Répondez S´il Vous Plaît (responda, por favor). 
 
 
ABRIGO 
 
Local para proteger pessoas do sol e das chuvas (pontos de ônibus 
cobertos, p.ex.). Nos prédios com estacionamento no térreo, é a cobertura 
feita para proteger os veículos dessa mesma ação. 
 
 
ACABAMENTO 
 
Conjunto de trabalhos que finalizam uma construção ou reforma (pintura, 
revestimentos, pisos, colocação de metais...). 
 
 
AÇÃO ANULATÓRIA 
 
Ação que objetiva anular uma decisão judicial já julgada (transitada em 
julgado). Sua caducidade é de até dois anos da decisão inicial. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 138; Lei nº 13.105, 
Código de Processo Civil, art. 392, 966, § 4º, 657. 
 
 
AÇÃO DE DESPEJO 
 
Ação judicial impetrada pelo proprietário de um imóvel para obrigar seu 
ocupante a desocupá-lo (o locatário, p. ex., por falta de pagamento). 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245/91, “Lei do Inquilinato”, art. 59; Lei nº 12.112/09. 
 
 
AÇÃO JUDICIAL 
 
Pedido formal encaminhado ao Poder Judiciário para que se resolva uma 
situação de conflito entre duas partes. 
 
16 
 
AÇÃO MONITÓRIA 
 
É a ação utilizada para cobrar cheques ou outros títulos (notas 
promissórias, p.ex.) vencidos, desde que haja prova escrita do negócio que 
originou a dívida. No caso de um cheque a prova pode ser a Nota Fiscal 
emitida, se nela constarem os dados do cheque dado em pagamento. O 
prazo para entrar com essa ação é de até cinco anos contados da data de 
vencimento do cheque ou título. 
 
Fundamentação: Lei nº 9.079/95, Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art.700 a 702. 
 
 
AÇÃO PAULIANA 
 
Ação movida por um credor contra um devedor inadimplente para anular 
a transferêcia ou venda feita de um bem que seria usado para quitar a 
dívida junto a ele numa ação de execução. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.158 a 165. 
 
 
AÇÃO REIPERSECUTÓRIA 
 
Ação que persegue (persecutório) um bem em função de uma obrigação 
não cumprida pelo devedor para recebimento do crédito devido ou tomada 
de bem do devedor, mesmo que em poder já de terceiros. 
 
Fundamentação: Lei nº 6.015/73 inciso 1 do art. 167; Lei nº 10.406/2002 - Código Civil 
Brasileiro, art.158 a 165; Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art. 828. 
 
 
AÇÃO REVISIONAL 
 
Ação que um locador move para que o valor do aluguel seja atualizado 
pelo valor de mercado. Não pode ser impetrada se já houver um prazo 
acertado para a desocupação do imóvel pelo locador. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245, “Lei do Inquilinato”, art. 68 e 69. 
 
 
ACESSÃO 
 
Forma legal do proprietário de uma área, a chamada área principal, 
agregar a ela área acessória à sua, tornando-se seu legítimo proprietário. 
 
Um exemplo são as ilhas formadas por rios, que depositam areia trazida 
por sua correnteza defronte à propriedade de alguém. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código CivilBrasileiro, art.1248 a 1259. 
 
17 
 
ACLIVE -> ver TERRENO. 
 
 
ACORDO DE RECOMPRA (REPO) ou PACTO DE RETROVENDA 
 
Também chamado de REPO (repurchase agreement, acordo de recompra) 
ou Acordo de Reporte, é uma forma de contrato em que o comprador 
assume o compromisso de revender o imóvel ao vendedor, e este o de 
recomprá-lo, por um valor e data pré-especificados. 
 
A diferença entre o valor pago pelo comprador no início do REPO e o valor 
que ele recebe no final é o seu retorno financeiro e pode ser um percentual 
ao ano ou mesmo uma taxa (taxa repo). Um acordo REPO é semelhante a 
um empréstimo com garantias, com a diferença de que a propriedade do 
título fica com o comprador. Ver também CLÁUSULA DE RETROVENDA. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.505 a 508. 
 
 
AD CORPUS -> ver VENDA E COMPRA AD CORPUS. 
 
 
AD MENSURAM -> ver VENDA E COMPRA AD CORPUS. 
 
 
ADEGA 
 
Que adega ou cave, em francês, é o local adequado à guarda e 
conservação de vinhos (e azeites) todos sabem, mas e sua origem? 
 
O registro mais antigo da guarda de vinhos está no Egito. Pinturas 
datadas de 3.000 a.C. já apresentavam o processo de vinificação. 
 
Para os cristãos, a origem está no Gênesis (Velho Testamento), da Bíblia, 
com Noé e o dilúvio. A Bíblia, contudo, não diz isso claramente: 
 
Gênesis 7:1-24 
 
“Disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca... De todos os 
animais tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea... Porque, 
passados sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta 
noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz. ...E 
houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.”. 
 
Gênesis – Capítulo 8:5-17 
 
"E foram as águas indo e minguando...; no décimo mês, no primeiro dia do 
mês, apareceram os cumes dos montes. Então falou Deus a Noé: Sai da 
18 
 
arca, tu com tua mulher, e teus filhos e as mulheres de teus filhos, todo o 
animal que está contigo... Povoem a terra e se multipliquem.”. 
 
Gênesis – Capítulo 9:3-29 
 
...“Tudo quanto se move será para vosso mantimento; assim como a erva 
verde. A carne, porém, com sua vida, com seu sangue, não comereis. ...E 
começou Noé a lavrar a terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho e 
embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o pai de 
Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de 
fora. Então tomaram uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, 
e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai... E viveu Noé 
novecentos e cinquenta anos, e morreu.”. 
 
Não há como afirmar que a longevidade de Noé se deveu ao vinho, 
tampouco que a primeira adega se deva a ele, mas sem dúvida foi dele, 
segundo a própria Bíblia, o primeiro pileque registrado da história. 
 
Certo é que na antiguidade as adegas eram subterrâneas, em cavernas, já 
que elas protegiam os vinhos da luz, ofereciam temperatura menor e 
umidade do ar maior do que as apresentadas na superfície. 
 
Uma adega, para ser legitimamente caracterizada demanda materiais 
adequados, temperatura baixa e constante, controle da umidade do ar e 
garrafas armazenadas com 30 graus de inclinação (para que se possa ver 
o rótulo de cada uma e para cobrir a rolha com o vinho, de forma que não 
resseque e o proteja do ar). Preciosismo? Há vinhos que o merecem. 
 
 
ADIANTAMENTO DA LEGÍTIMA 
 
É o adiantamento que o titular faz, em vida, de parte de seus bens, 
através de doação, a um dos futuros herdeiros. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.538, 541 e 544. 
 
 
ADJUDICAÇÃO 
 
Adjudicar vem do latim adjudicare, fusão de ad (significa “para”, 
preposição que designa orientação, no sentido de) com judicare (juiz). Daí 
adjudicar ser a entrega de algo para alguém por determinação judicial. 
 
A ordem para essa ação judicial é a adjudicação, feita através de um 
documento chamado Carta de Adjudicação. Ex.: um juiz define que a 
propriedade de um imóvel deixa de ser de seu dono original, o 
transmitente, e passa a ser de um credor, o chamado adquirente, para 
quitação de uma dívida que o transmitente tem com ele. 
 
19 
 
O adquirente fica com a posse e o domínio do imóvel e não precisa fazer 
nova escritura, pois essa carta lhe dá o direito de transferir o imóvel, na 
matrícula, diretamente para o seu nome. A adjudicação também cabe no 
caso de herança; motivo: na herança há a partilha dos bens pelos 
herdeiros, contudo, se só há um único herdeiro, não há como se fazer 
uma partilha, razão pela qual a figura jurídica que cabe neste caso é a 
carta de adjudicação. 
 
Fundamentação: Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art. 659, parágrafo 1º, art. 825 e 
art. 876 a 878. 
 
 
ADMINISTRADORA CONDOMINIAL 
 
Empresa prestadora de serviços especializada na administração de 
condomínios e seus aspectos legais, administrativos e operacionais. 
 
 
ADOBE ou ADOBO 
 
Tijolo oriundo da mistura de barro, areia, estrume (por vezes), fibra vegetal 
e água. Típico das construções antigas, ainda é utilizado nos países árabes 
e em algumas regiões pobres no centro e no norte do Brasil. 
 
Essa mistura normalmente é amassada com os pés, colocada em moldes 
de madeira e seca à sombra, para evitar rachaduras. Só após endurecer é 
que é colocada ao sol (não é queimada no forno) para finalizar a secagem. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ADQUIRENTE 
 
Aquele que compra, que adquire, algo. 
 
 
ADRO -> ver ÁTRIO. 
20 
 
ADUELA 
 
Nome da superfície interna ou externa de uma abóbada e às pedras e 
tijolos que compõe superfícies curvas. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
AFASTAMENTO -> ver RECUO. 
 
 
AFORAMENTO 
 
Ato de conceder direitos e obrigações de uma propriedade pública a uma 
pessoa, chamada de enfiteuta, frente ao pagamento de um valor anual; a 
enfiteuse. Para maiores informações busque LAUDÊMIO. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.2.038 e Lei nº 
3.071/1916, art. 678 a 694. 
 
 
AGENTE FINANCEIRO 
 
Instituição autorizada pelo Banco Central a captar, intermediar e aplicar 
recursos financeiros no segmento imobiliário e da construção civil. 
 
Algumas instituições autorizadas para tal: os conglomerados, bancos 
comerciais e múltiplos, a Caixa Econômica, as cooperativas de crédito, os 
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades de 
crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, 
sociedades de arrendamento mercantil, sociedades de investimento, 
agências de fomento, companhias hipotecárias e administradoras de 
consórcios. 
 
 
 
21 
 
AGLOMERADO 
 
Placa de madeira, prensada a quente, composta da mistura de serragem, 
partículas de madeira, aglutinante (cola, resina) e finalizada com duas 
lâminas externas de madeira. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Hoje há outras formas de aglomerado, como o OSB – Oriented Strand 
Board (prancha de fios orientados), utilizado por arquitetos em paredes 
(graças à sua facilidade de uso e de colocação: cola e parafusos) e em 
coberturas (boa base para mantas termoplásticas e para telhas asfálticas). 
Resistente a cupins (por causa da resina que envolve as lascas de 
madeira), tem um custo relativamente baixo. 
 
 
AGRAVO ou AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Recurso apresentado contra a decisão de um juiz que deferiu (concedeu) 
ou indeferiu (não concedeu) algum pedido dentro de um processo. O 
agravo, contudo, só cabe frente a decisões que não tenham extinguido o 
processo. 
 
Fundamentação: Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art. 1.015 a 1.020. 
 
 
AGREGADO LEVE -> ver CINASITA. 
 
 
AGRIMENSURA 
 
Técnica para medir e demarcar terras, obter dados topográficos, 
geodésicos, hidrográficos, fotogramétricos e outros. Seu profissional é o 
agrimensor. 
 
 
 
 
22 
 
ÁGUA ou ÁGUA DE TELHADO 
 
Cada uma das superfícies inclinadas de um telhado. Inicia na cumeeira 
(topo do telhado) e segue até a beirada,onde está a calha para escoamento 
da água das chuvas; daí o termo água. 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
 
ÁGUA-FURTADA 
 
Aresta criada pelo encontro de duas águas, para onde convergem as águas 
das chuvas que caem sobre o telhado. 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
 
 
 
23 
 
ÁGUA-MESTRA 
 
Nome das águas trapezoidais dos telhados. As triangulares são as 
tacaniças. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
AIRBNB -> ver ALUGUEL. 
 
 
ALAMBRADO 
 
Cerca que delimita um terreno. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ALÇADA -> ver VALOR DE ALÇADA. 
 
24 
 
ALÇAPÃO 
 
Abertura horizontal, no piso, para dar acesso ao porão, ou no forro, para 
dar acesso ao sótão, comunicando um pavimento com outro. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ALCOVA 
 
Pequeno quarto de dormir, ou mesmo para servir de depósito, sem 
janelas. Daí, no século XIX, ser chamada do “quarto dos prazeres” já que, 
sem janelas, oferecia maior privacidade. 
 
 
ALDRAVA 
 
Também chamada de batente de porta, é a peça presa à porta de entrada 
da casa, usada pelo visitante para bater com ela na sua base e chamar os 
moradores. Surgiu na idade média para substituir o bater de palmas dos 
visitantes nem sempre ouvido pelos moradores. 
 
 
Imagens: www.pixabay.com 
 
 
ALICERCE -> ver FUNDAÇÃO. 
 
 
25 
 
ALIENAR ou ALIENAÇÃO 
 
É transferir uma propriedade ou direito para alguém, a título oneroso 
(venda de um imóvel) ou não (doação). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 1.275; Lei nº 13.105, 
Código de Processo Civil, art. 879 a 881. 
 
 
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 
 
É a transferência de um bem, de um devedor para seu credor, para 
garantia de um empréstimo feito. O devedor fica com a posse direta do 
imóvel para seu uso e o credor (bancos, consórcios e até particulares) com 
sua posse indireta, com seu domínio. Uma vez quitado o empréstimo, o 
comprador adquire a propriedade definitiva do bem. 
 
Fundamentação: Lei nº 9.514/1997. 
 
 
ALMA 
 
Parte central de uma viga metálica. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ALPENDRE ou TELHEIRO 
 
Cobertura suspensa, por si só ou apoiada em colunas, sobre portas e 
vãos, geralmente na entrada das casas e prédios. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
26 
 
ALQUEIRE (ALQ.) 
 
Alqueire deriva do árabe al-káil: medida de capacidade de um saco. O 
conceito veio para o Brasil com nossos colonizadores: os portugueses 
chamavam de alqueire ao volume de um saco, à área de plantio mínima 
necessária para enchê-lo (chamada “terreno de um alqueire”). 
 
Essa medida de superfície está em desuso face às suas variações pelas 
regiões do Brasil: em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás equivale a 
48.800 m², em São Paulo a 24.200 m² e, na Região Norte, a 27.225 m². 
 
Isso fez com que hoje o hectare, equivalente a 10.000 m², seja a medida 
mais utilizada para medir grandes áreas (fazendas, loteamentos rurais...). 
 
 
ALTERAÇÃO DE LIMITES 
 
Alterar os limites de uma área sem o devido embasamento legal é Crime 
de Usurpação: apropriação ilegal, do todo ou parte, de coisa imóvel alheia. 
 
Fundamentação: Decreto-Lei 2.848, Código Penal, art. 161. 
 
 
ALTO-RELEVO 
 
Saliência que sobressai tridimensionalmente numa superfície plana. 
Comum na arte clássica e nas esculturas (realçando as sombras de acordo 
com o ângulo da iluminação), ainda é usado em fachadas de edificações e 
também na forração e valorização das paredes, inclusive internas. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ALUGUEL 
 
Pagamento feito pelo locatário ao proprietário do imóvel (locador) em 
contrapartida pelo seu uso por determinado período contratual. Suas 
regras estão definidas pela chamada “Lei do Inquilinato” (Lei no 
8.245/91). 
27 
 
Uma dúvida recorrente é: se o locatário sai antes do prazo contratado 
como se calcula a multa pelo descumprimento do prazo pré-estabelecido? 
Resposta: ela é proporcional ao tempo não cumprido do contrato. 
Exemplo: 
 
 
 
Uma novidade no universo da locação, com ampla expansão, é o AIRBNB, 
sigla do inglês Air Bed and Breakfast (cama de ar e café da manhã), que 
chegou ao Brasil em 2012. 
 
É uma forma de aluguel por temporada que permite a uma pessoa alugar 
um imóvel, ou só um espaço dele, diretamente com seu proprietário, o 
anfitrião, em quase todo o mundo, por um período curto ou longo, seja 
um mero sofá para um pernoite, um quarto (compartilhado ou não), uma 
suíte (simples ou luxo), um castelo, uma ilha, um barco ou até um iglu. 
 
A ideia é locar para viajantes um espaço ocioso da casa do anfitrião, ou 
um imóvel dele desocupado, permitindo-lhe auferir uma receita extra. 
Diferentemente da locação, o proprietário continua responsável pelas 
contas (IPTU, condomínio, luz, água, gás, internet...) e pela manutenção 
do imóvel (algo que os usuários levam em conta, já que o Airbnb costuma 
ser algo mais caro que o aluguel convencional. É fazer a análise 
custo/benefício e optar pela melhor saída). 
 
Como Funciona 
 
O espaço é disponibilizado no site da Airbnb e o interessado faz uma 
reserva nele. O anfitrião recebe o hóspede e o Airbnb paga o anfitrião em 
até 24 horas do check-in (entrada) dele eliminando, assim, o risco dele 
“sumir” sem pagar. Embora se baseie na confiança, por segurança, o 
Airbnb checa previamente as informações dos anfitriões e dos hóspedes. 
 
Feito o ckeck-out (saída) do hóspede, ele e anfitrião fazem, no próprio site, 
a avaliação um do outro. O anfitrião avalia se o comportamento do 
hóspede foi adequado às regras da sua casa e o hóspede se o anfitrião o 
recebeu dentro dos parâmetros de higiene, conforto e respeito esperados. 
 
Os números publicados no site do AIRBNB em 2017 já impressionavam: 
mais de 200 milhões de hóspedes catalogados, mais de 191 países 
Valor Mensal R$ 5.000,00 Multa Contratual: 3 aluguéis R$ 15.000,00
Início 01/02/2017 Multa - Valor Mensal R$ 500,00
Término 31/07/2019 Multa - Valor Diário R$ 16,67
Prazo 30 meses Tempo de Ocupação 11 meses e 14 dias
Tempo Não Ocupado 18 meses e 17 dias
Cálculo: 18 meses x R$ 500,00 R$ 9.000,00
Desocupação 14/01/2018 Cálculo: 17 dias x R$ 16,67 R$ 283,39
Valor da Multa R$ 9.283,39
Locação Contratada
Entrega das Chaves
Parâmetros Para o Cálculo da Multa
28 
 
praticantes em mais de 65 mil cidades do mundo. Só castelos, havia mais 
de 1.400 disponíveis para quem puder desfrutar desse luxo. É entrar 
nesse site, escolher a cidade do mundo que quer se hospedar, definir as 
datas de entrada e saída e ver as opções, das mais acessíveis às mais 
luxuosas. 
 
A origem do Airbnb 
 
Joe Gebbia e Brian Chesky, estudantes de design e colegas de classe, 
sonhavam em serem empreendedores. Em 2007 abandonaram seus 
empregos e foram para San Francisco empreender, mas as coisas não 
foram como planejaram, o dinheiro acabou e não tinham mais como pagar 
suas contas, incluindo o aluguel do apartamento que moravam. Havia, 
nesse apartamento, espaços que não eram ocupados por eles. 
 
Ao saberem de uma conferência sobre design na cidade e que todos os 
hotéis estavam lotados, ofereceram aos participantes da conferência uma 
cama de ar para dormirem e também, no pacote, o café da manhã: daí o 
nome Air Bed and Breakfast, ou simplesmente Airbnb. 
 
O Airbnb cresceu tanto que, em 2016, já era considerada uma das 
empresas mais valiosas do mundo, avaliada em 25 bilhões de dólares. 
 
Seu impacto no mercado de locação foi de tal ordem que cidades como 
Barcelona (Espanha), Nova York e San Francisco (EUA), Paris (França) e 
Berlim (Alemanha) têm limitado a ação da AIrbnb por força do impacto 
nas suas redes locatícias e hoteleiras. Outra modalidade, em menor 
escala, é o Couchsurfing (couch = sofá - https://www.couchsurfing.com). 
 
Fundamentação: Lei no 8.245/91, art. 17 a 26, https://www.airbnb.com.br/ 
 
 
ALUGUEL POR TEMPORADA 
 
Contrato de aluguel com prazo máximo de 90 dias para uso durante férias, 
realização de cursos, trabalhos temporários,tratamento de saúde ou 
execução de obras no imóvel do locatário, por exemplo. É a única forma de 
locação que permite a cobrança adiantada do valor acertado. 
 
Fundamentação: Lei no 8.245/91, “Lei do Inquilinato”, art.48, 49 e 50. 
 
 
ALUVIÃO 
 
Depósito de cascalho e areia que se forma junto às margens dos rios, 
trazidos pela correnteza e pela erosão produzida por eles. É uma das 
causas previstas pela Lei para aquisição de propriedade por acessão. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1248 e 1250. 
 
29 
 
ALVARÁ 
 
Alvará é uma autorização judicial ou administrativa (órgão público) 
concedida a um particular para determinada prática. O alvará judicial só 
pode ser concedido por um magistrado (juiz). Exemplos de alvará judicial: 
alvará de soltura (para um preso) ou o alvará para venda de um imóvel. 
Exemplo de alvará administrativo: alvará para execução de uma obra. 
 
 
ALVARÁ DE VENDA ou ALVARÁ PARA VENDA 
 
O alvará judicial de venda e compra é obrigatório, dentre outros motivos, 
para que um imóvel que envolva vendedores incapazes, mesmo que 
relativamente, possa ser vendido. Também pode ser requisitado para a 
venda de um determinado imóvel de uma herança que ainda não foi 
partilhado. 
 
São absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil os menores 
de dezesseis anos, os enfermos ou deficientes mentais sem o necessário 
discernimento para a prática desses atos e os que, mesmo por causa 
transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
São relativamente incapazes os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os que, por deficiência 
mental, tenham o discernimento reduzido, os excepcionais sem 
desenvolvimento mental completo e os pródigos (os que gastam mais do 
que possuem, de forma compulsiva). Os índios têm a capacidade regulada 
por legislação especial. 
 
Trâmite básico para sua emissão: um advogado faz uma petição ao juiz 
para que autorize uma venda, de vendedor total ou parcialmente incapaz 
de assiná-la. O juiz solicita a um promotor público que analise se a pessoa 
incapaz está tendo seus direitos preservados. Em estando, o juiz poderá 
designar um perito judicial para avaliar se a venda está dentro do valor de 
mercado, ou mesmo aceitar pareceres comerciais de imobiliárias para 
então autorizar a venda, definindo um valor mínimo obrigatório para ela. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.3º a 5º. 
 
 
ALVENARIA 
 
Construção feita com tijolos, blocos e/ou pedras, dispostos em fiadas 
horizontais, sobrepostas, unidas com argamassa, formando paredes, 
muros e alicerces. 
 
Quando a alvenaria tem a função de sustentar o peso da construção (p. 
ex., da laje, do telhado) chama-se alvenaria estrutural, ou alvenaria 
autoportante; quando não, de alvenaria de vedação, já que sua função é 
30 
 
separar o ambiente externo do interno e, internamente, cada ambiente e 
cômodo. 
 
 
AMORTIZAÇÂO 
 
Redução de uma dívida através do pagamento periódico de suas parcelas 
(p. ex., de um financiamento) até sua quitação. 
 
 
ANDAIME 
 
Estrutura em forma de plataforma, muito usada na construção civil, 
montada para alcançar e executar serviços nos pavimentos superiores das 
obras. Também pode ser usado para escorar algo. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
Fundamentação: Assossiação Brasileira de Normas técnicas - ABNT 6494 e a NR 18. 
 
 
ANDAR 
 
Espaço entre dois pavimentos consecutivos. 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – Lei nº 
11.228/92 
 
 
ANODIZAÇÃO 
 
Tratamento químico, muito usado na superfície do alumínio, para 
melhorar sua resistência à corrosão e possibilitar sua pintura. 
 
 
 
31 
 
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) 
 
A ART é uma exigência legal frente a uma obra para que seja identificado 
o profissional (devidamente cadastrado no CREA) responsável por ela. 
 
Fundamentação: Lei nº 6.496/77. 
 
 
ANTECÂMARA DE SEGURANÇA ou PULMÃO DE SEGURANÇA 
 
É o espaço entre dois portões paralelos que serve para impedir o acesso de 
pessoas e veículos ao imóvel antes da identificação dos mesmos graças ao 
intertravamento dos portões de acesso. 
 
O primeiro portão á aberto na chegada do morador e, em seguida, 
fechado; só então o segundo portão é aberto, após a identificação do 
veículo e seus ocupantes, evitando assim a entrada de outro veículo “por 
carona”. O ideal é que o primeiro portão seja aberto pela portaria e o 
segundo pelo condômino com sua chave pessoal ou através de leitura 
biométrica evitando, assim, o acesso de carros clonados. 
 
Em se tratando de segurança a regra básica, e inegociável, é: segurança 
não admite exceções. Por isso, na chegada de um veículo, as janelas do 
carro devem ser abertas e, além disso, à noite, as luzes internas devem ser 
acesas e os faróis apagados para perfeita identificação do veículo e dos 
seus ocupantes. Uma senha, palavra, código ou sinal pré-definidos deve 
ser usada para alertar a portaria (física ou virtual) que o morador está 
acompanhado de assaltantes, não de amigos ou parentes. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
32 
 
ANTECESSOR 
 
Aquele que antecede o atual proprietário de um imóvel. Se este adquiriu o 
imóvel num prazo inferior a 10 anos é obrigatória a análise documental 
também dos antecessores para eliminar qualquer risco de ação executiva 
contra os antecessores com reflexo futuro no imóvel transacionado. 
 
A responsabilidade dos antecessores não está na Lei; é jurisprudencial, 
mas o prazo limite de responsabilidade civil está no Código Civil Brasileiro 
vigente e é de dez anos, embora parte do mercado pratique o prazo de 
cinco anos. Se há ação sabida sobre os antecessores ou imóvel, esse prazo 
não caduca. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 205. 
 
 
ANTEPROJETO 
 
Estudo que antecede um projeto de execução, onde são apresentados os 
parâmetros necessários para essa execução, prazo, forma de execução, 
custo e outros necessários à prévia análise e aprovação dos interessados. 
 
 
ANTESSALA 
 
Aposento que antecede a sala principal; sala de espera; antecâmara. 
 
 
ANTICRESE 
 
Do grego antíchresis (contra) e chrêsis (uso), significa uso contrário, 
porque quem recebe os frutos oriundos do bem não é o seu proprietário e 
sim um credor dele. 
 
É uma garantia contratual em que o devedor transfere para o credor a 
posse de um bem para que o credor desfrute dos rendimentos desse bem 
até que a dívida seja quitada. Ex.: Um imóvel locado. O credor é quem 
passa a receber o valor do aluguel, até que a dívida seja quitada. Se esse 
contrato for superior a 30 salários mínimos tem de ser lavrado em 
escritura pública e inscrito no Registro Imobiliário. 
 
A anticrese, a penhora e a hipoteca, embora tenham em comum o direito 
real de garantia, são figuras juridicamente distintas. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, Capítulo IV, art.1.506 a 
1.510. 
 
 
 
 
33 
 
ANÚNCIOS 
 
Anúncio me remete à ideia de jornal impresso, coisa fora de moda e, por 
isso mesmo, com resultados inexpressivos na atual venda de imóveis. 
 
Anunciar é publicar, noticiar. Prefiro o termo divulgar: que é levar algo ao 
conhecimento do maior número de pessoas. Bobagem dialética? Acho que 
não. 
 
O principal canal para divulgar a venda de um imóvel, hoje, é a internet, 
através dos sites imobiliários, portais especializados e redes sociais. Mas é 
preciso cuidados para que a divulgação seja eficaz: 
 
 Informar sempre o local do imóvel 
 
É o primeiro filtro que o cliente usa, incluindo o bairro. Por incrível 
que pareça, o valor é o segundo filtro. Está cada vez mais comum 
informar o endereço do imóvel, sem o número dele no logradouro. 
 
 Informar sempre o valor de venda; salvo esteja acima do mercado. 
 
O cliente sempre filtra o valor limite que gostaria de investir ou que 
entende ser compatível com suaspossibilidades de pagamento ou 
negociação. Imóvel sem o valor de venda não aparece no filtro. 
 
 As fotos devem ser de ótima qualidade e retratar o imóvel com 
fidelidade. Tirar fotos escuras, com ênfase nos móveis e não nos 
espaços e com roupa íntima pendurada no banheiro é o fim da picada. 
 
O primeiro estímulo do ser humano, sobremodo nas compras, é o 
quanto a imagem que vê o atrai. É ela que o impulsiona a pedir mais 
informações sobre o viu e que, a princípio, despertou seu interesse. 
 
 Elaborar um bom texto, com os verdadeiros diferenciais do imóvel: 
 
“Lindo Imóvel”, “Imóvel de Alto Padrão”, “Localização Nobre”, “Não 
Deixe de Visitar” estão longe de qualquer diferencial, são meros e 
cansativos lugares comuns e as pessoas estão cansadas deles. 
 
“Vista permanente para o Parque do Ibirapuera”, “Rua tranquila a 200 
metros do metrô” são diferenciais. Identifique-os e divulgue-os. Todo 
imóvel tem um, basta saber explorar. 
 
 
APARTAMENTO COBERTURA 
 
Aquele situado no último andar de um prédio, com um ou mais pisos, com 
ou sem espaços de lazer ao ar livre (churrasqueira, piscina...). 
 
34 
 
Se tiver dois pisos é uma cobertura duplex; se tiver três, triplex; se tem 
um único piso é uma cobertura penthouse. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
APARTAMENTO DUPLEX 
 
Apartamento que ocupa dois andares do prédio esteja ou não na cobertura 
do prédio. Se estiver, é uma cobertura duplex. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
35 
 
APARTAMENTO FLAT 
 
Flat (apartamento, em inglês) se difere dos demais apartamentos por ser 
habitado predominantemente por hóspedes e minimamente por 
moradores, já que sua vocação é servir de estadia temporária. 
 
Exatamente por ter foco na hospedagem costuma apresentar serviços 
como, p. ex., recepção, restaurante, lavanderia e um conjunto de unidades 
decoradas e mobiliadas, de forma padrão: as unidades do pool, 
reservadas para locação, diária ou não. 
 
A receita auferida pelo pool é rateada entre os proprietários dessas 
unidades. 
 
 
APARTAMENTO GARDEN ou GIARDINO 
 
Garden (jardim, em inglês), ou Giardino (jardim, em italiano) é o 
apartamento que fica no andar térreo do prédio e que possui, 
diferentemente dos demais apartamentos tipo, um jardim, ou quintal. Uns 
poucos, de alto padrão, têm até churrasqueira e piscina. 
 
 
APARTAMENTO LOFT 
 
Loft vem do inglês e significa sótão. Sua origem tem controvérsias: na 
América do Norte, com o aproveitamento dos galpões e indústrias ociosos 
adaptados para espaçosas moradias ou, no sul da França, na década de 
50, com os apartamentos da Cité Radieuse, do arquiteto Le Corbusier. 
 
Como esses espaços tinham pé-direito alto o quarto era construído num 
mezanino, dando-lhe privacidade e preservando, assim, o amplo espaço de 
baixo, onde eram instaladas a sala e cozinha. 
 
Hoje o mercado de lançamentos usa esse termo para traduzir a ideia de 
um imóvel amplo, com planta diferenciada, pé-direito duplo, espaços 
abertos e integrados, cozinha estilo americana e suíte no mezanino. 
 
 
APARTAMENTO PADRÃO -> ver APARTAMENTO TIPO. 
 
 
APARTAMENTO PENTHOUSE 
 
Apartamento na cobertura do prédio, com um único piso, sem divisão de 
andares, ou seja, de uma única laje, normalmente com um terraço 
espaçoso, oferecendo a sensação de uma casa suspensa. 
 
36 
 
O conceito nasceu em 1920, em Nova York, quando arquitetos americanos 
abraçaram o desafio de criar, no topo do Hotel Plaza, um apartamento de 
luxo aproveitando o amplo espaço disponível, equivalente ao de uma casa, 
e com o privilégio da vista para o Central Park. Virou sinônimo de luxo. 
 
Outra famosa penthouse, também em Nova York, concluída em 1925, 
ficava na Park Avenue, 1040 (foto abaixo), propriedade da editora Conde 
Nast, palco de cobiçadas festas da editora e da sociedade local. 
 
 
Imagem: http://sighswhispers.blogspot.com.br/2009/07/conde-nasts-penthouse-at-1040-park.html 
 
 
APARTAMENTO QUITINETE, KITCHENETTE ou KITNET 
 
É um apartamento muito pequeno (algo até 35 m²), com apenas um 
quarto e banheiro. A pequena cozinha é muitas vezes embutida num 
pequeno recuo (daí Kitchenette - cozinha pequena, em inglês). 
 
 
APARTAMENTO STUDIO 
 
Apartamento tipo, com uma única laje (o Loft, confundido com o Studio, 
tem duas), comumente com pé-direito maior que o padrão e com poucas 
paredes internas, basicamente as que delimitam o quarto, a cozinha 
(normalmente “tipo americana”) e o banheiro. 
 
 
APARTAMENTO TIPO 
 
Cada unidade-padrão de um edifício, que não seja de cobertura ou 
Garden, e que não fuja à planta e área básica das demais unidades como 
um todo. Ver imagem de APARTAMENTO COBERTURA. 
 
 
 
 
37 
 
APARTAMENTO TRIPLEX 
 
Apartamento que ocupa três andares do prédio. Se ocupar a cobertura do 
prédio é, então, uma cobertura tríplex. 
 
 
APICOADO 
 
Acabamento rústico, usado normalmente no piso de áreas externas, 
obtido através de batidas de marteletes ou de instrumentos que 
desbastam a superfície pedra, deixando-a rugosa, antiderrapante. 
 
 
APLIQUE 
 
Enfeite, em relevo, aplicado sobre a superfície de paredes ou muros. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
APONTAMENTO 
 
Qualquer informação registrada na matrícula do imóvel e/ou nas 
certidões necessárias à realização do negócio que indique (aponte) a 
existência de ações, pendências, irregularidades ou execuções sobre o 
imóvel e/ou vendedores que possam comprometer a segurança e licitude 
da negociação no presente ou no futuro. 
 
 
APOSENTO 
 
Cada ambiente de um imóvel. Sinônimo também de quarto. 
 
 
APRUMAR 
 
Colocar na vertical, acertar a verticalidade de paredes, colunas e 
esquadrias através do uso de um prumo. 
38 
 
AQUECIMENTO CENTRAL DE ÁGUA 
 
Hoje, por razões ecológicas e de economia, o tipo mais comum é o 
aquecedor a gás, dentre outros tipos e finalidades: 
 
 A gás: pode ser de passagem (a água passa pelo aquecedor que a 
devolve quente para a tubulação) ou por Boiler (caldeira, em inglês), 
que é um sistema de acumulação (a água fica acumulada num cilindro 
metálico e permanece aquecida graças às chamas do gás). 
 
 Elétrico: também é de passagem ou acumulação (boiler). Chuveiros e 
torneiras elétricas são, tecnicamente, aquecedores de passagem. 
 
 Solar: instalado no telhado ou laje das casas, usa a luz solar para 
aquecer a água através de placas de aquecimento com células 
fotovoltaicas ou fotoelétricas ligadas por uma bomba a um cilindro de 
acumulação. Possui uma resistência e funciona como um boiler para 
manter a água quente à noite ou em dias nublados. 
 
 Híbrido: mais moderno, reúne duas ou mais formas de aquecimento, 
usadas conforme a demanda e necessidade do momento. Pode ser 
elétrico e a gás, elétrico e solar e assim por diante. 
 
 Caldeira: basicamente é um grande reservatório de água, comum em 
hotéis e hospitais, com o aquecimento por eletricidade ou gás. 
 
 
AQUESTO 
 
São todas as propriedades e bens materiais adquiridos por um casal na 
vigência do casamento. 
 
 
AR CONDICIONADO 
 
Saber o que é BTU e diferenciar os tipos de ares é essencial, ainda mais 
num país tropical, para esclarecer as dúvidas dos compradores. 
 
BTU, abreviação de BRITISH THERMAL UNIT (Unidade Térmica 
Britânica), é a unidade de potência de resfriamento dos ares-
condicionados e a base de cálculo para resfriar um ambiente é de 600 
BTUs por metro quadrado. 
 
Se um ambiente tem 18 m², 10.800 BTU bastariam; portanto, um 
aparelho de 12.000 BTU seria mais do que suficiente, mas pode não ser: 
faltou considerar se ele tem varanda, seu número de janelas, a insolação 
que sofre e quantas pessoas estão lá habitualmente. Se os 18m² são de 
uma sala com uma varanda, duas janelas, com o sol incidindo das 11 às 
15 horas e com três pessoas habitualmente nele, serão necessários mais 
39 
 
do que 12.000 BTU. O grande problema, normalmente, não é o aparelho 
de ar-condicionado, é seu mau dimensionamento na hora da compra. 
 
Atualmenteo tipo de ar mais vendido é o Split, composto de duas 
unidades: a condensadora (externa ao ambiente) e a evaporadora (que fica 
em cada ambiente para refrigerá-lo). 
 
 
 Condensadora Evaporadora 
 
Outro tipo é o Cassete, instado no teto de ambientes amplos, num forro de 
gesso. 
 
Cassete 
 
 Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Em ambientes com grande demanda de potência como shoppings, 
cinemas, prédios corporativos, bancos, teatros e centros de eventos o 
modelo mais usado é o Fan Coil (do inglês: dispositivo de refrigeração), 
que usa água gelada para o resfriamento, ao invés de gás, e que oferece 
mais de 100 TR (1 TR = 12 mil BTUs = 1.200.000 BTUs). 
 
Dicas: 
 
 A faixa de temperatura ideal para que as pessoas se sintam 
confortáveis num ambiente, sem grande perda da umidificação do ar 
provocada pelo ar-condicionado, está entre 20° e 24 ° (a maioria dos 
homens prefere 20°, as mulheres 24°, por razões metabólicas). 
 
 Preferir aparelhos com tecnologia inverter (ou futuramente similar), 
pois regula o uso e a velocidade do compressor à temperatura 
desejada e reduz consideravelmente o consumo de energia elétrica, 
além de usar gás ecológico (o mundo agradece). 
 
 
ARBITRAMENTO 
 
Avaliação de um bem, normalmente feita um perito (também chamado de 
árbitro), nomeado por um juiz. 
 
 
40 
 
ARCADA 
 
Sequência de arcos sustentados por pilares ou colunas. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ARE 
 
Medida de área, pouco utilizada, correspondente a 100m². Símbolo: ”a”. 
 
 
ÁREA BRUTA LOCÁVEL (ABL) 
 
É a soma de todos os espaços disponíveis para locação de lojas, salas, 
boxes e quiosques num shopping, por exemplo. 
 
 
ÁREA COMUM ou ÁREA DE USO COMUM 
 
Área coberta ou descoberta compartilhada por todos os moradores de um 
prédio ou condomínio, que não seja de uso privativo; a área que não é de 
um único morador. Ex.: a portaria, o lobby de entrada, corredores, áreas 
de circulação, vagas indeterminadas da garagem, jardins e locais de lazer 
(piscina, churrasqueira, quadras, salão de jogos...). 
 
Fundamentação: ABNT - Norma Técnica 12.721. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
ÁREA CONSTRUÍDA (AC) ou ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL 
 
É a soma das áreas cobertas, incluindo as paredes, de todos os 
pavimentos de uma edificação. 
 
Ilustração: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Por esse motivo áreas descobertas como sacadas, ou terraços de 
coberturas, não entram nesse cálculo e sim no cálculo da área construída 
não computável. Veja a diferença de conceitos: 
 
Área Construída Computável 
 
É a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação 
consideradas para o cálculo do COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO e 
da TAXA DE OCUPAÇÃO (para mais informações, ver justos títulos). 
 
Área Construída Não Computável 
 
É a soma das áreas cobertas de uma edificação não consideradas no 
cálculo do coeficiente de aproveitamento. Ex.: o pavimento térreo, o 
apartamento do zelador (até 60 m²), o ático e as áreas de lazer dos 
edifícios, áreas de circulação e estacionamento de veículos, terraços 
abertos de todos os pavimentos e cobertura e floreiras com até 0,4m. 
 
Fundamentação: Lei Municipal nº 13.885/2004, art. 2º, II, III e IV. Lei nº 11.228/92. 
 
 
 
 
 
42 
 
ÁREA DE LAZER 
 
Não carece de explicação, mas é interessante saber que lazer vem do latim 
licere: aquilo que é lícito (permitido); eu complementaria dizendo “lícito, 
legal e socialmente”. O falecido sociólogo francês Dumazedier, estudioso 
do assunto é autor, em minha opinião, de uma ótima definição de lazer: 
 
"... um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre 
vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, entreter-se ou 
ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua 
participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-
se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais." 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Você sabia que Aristóteles e outros filósofos gregos, por volta de 384 anos 
A.C., eram avessos ao trabalho? Para eles o trabalho era obrigação dos 
escravos e degradava os homens livres, presenteados pelos deuses com o 
ócio exatamente para poderem dedicar-se à elevação do espírito, aos 
exercícios físicos e os jogos da inteligência. 
 
 
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) 
 
É toda área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função 
ambiental de preservar os recursos hídricos (rios, nascentes, córregos...), a 
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, a fauna, a flora e o 
solo, para assegurar o bem-estar das populações humanas. 
 
Fundamentação: Lei Federal nº 12.651/12, art. 3º, II. 
 
 
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) 
 
É a Unidade de Conservação de Uso Sustentável com área em geral 
extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos 
abióticos (em que não há vida), bióticos (em que há vida), estéticos ou 
43 
 
culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das 
populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade 
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a 
sustentabilidade do suo dos recursos naturais, podendo conter áreas de 
domínio público e/ou privado. 
 
Fundamentação: Lei Federal nº 12.651, art. 4º, 5º e 6º e Lei nº 10.050, Quadro 1. 
 
 
ÁREA DE SERVIÇO 
 
Área onde fica o tanque, a máquina de lavar roupas, de secar, varal, mesa 
de passar, ou seja, aquela destinada à lavanderia do imóvel e também aos 
aposentos dos empregados da residência. 
 
 
ÁREA DE SERVIDÃO 
 
Servidão vem do latim servitus: o que serve, escravo. 
 
A área de servidão é a faixa de terra de uma propriedade que serve de 
passagem de aquedutos (água e gás, p. ex.), de linhas de transmissão de 
energia, de trânsito de pessoas ou mesmo destinada à preservação da 
vista, ventilação e outros usos que sirvam ao bem coletivo. 
 
Em termos jurídicos significa que um prédio (que em direito não significa 
edifício, e sim imóvel, edificado ou não) passa a ter um benefício (prédio 
dominante) com relação a outro prédio (prédio serviente), o imóvel 
serviente vai servir ao dominante para atender a uma necessidade dele. 
Ex.: os moradores de determinado prédio usam o corredor lateral de outro 
para poderem ter acesso à rua. 
 
Exemplo de servidão para preservação de vista e ventilação: moradores de 
um prédio, de frente para o mar, querem garantir que o único terreno que 
existe entre eles e o mar não sofra uma edificação, para não se privarem 
da vista e da brisa do mar. Para tanto eles se cotizam e oferecem ao dono 
do terreno, contratualmente, um valor para que não possa vendê-lo para 
qualquer construção que comprometa a vista e a ventilação do prédio. 
Pode, por exemplo, vender para fazer uma casa térrea. Feito o acordo e o 
pagamento, eles e o proprietário da área, fazem o registro da servidão de 
vista e ventilação no cartório, condição obrigatória para sua validação. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1378 a 1386. 
 
 
ÁREA DE TERRENO ou ÁREA TOTAL DE TERRENO (AT) 
 
Corresponde às medidas de um terreno, edificado ou não, tanto em metros 
lineares quanto em metros quadrados. Ex.: Terreno com 10m metros de 
44 
 
frente, 20m em cada lateral e fundos com 10m, perfazendo uma área total 
de 200m². Ilustração adiante: 
 
Ilustração: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ÁREA DE VASSOURA - ver ÁREA ÚTIL. 
 
 
ÁREA EDIFICADA 
 
Área total coberta da edificação. 
 
Fundamentação: Lei nº 11.228/92 - Código de Obras e Edificações do Município de São 
Paulo. 
 
 
ÁREA INCORPORADA e ÁREA NÃO INCORPORADA 
 
Essas duas informações estão na Certidão de Dados Cadastrais do 
Imóvel, no Município de São Paulo, e fazem parte do cálculo do IPTU. 
 
A área incorporada é a área total construída no terreno (imagem adiante). 
 
A área não incorporada é a que excedera três vezes a área ocupada pela 
edificação no terreno, no caso de imóvel situado na primeira subdivisão da 
zona urbana; cinco vezes, na segunda subdivisão da zona urbana, e dez 
vezes, além do perímetro desta última. 
 
45 
 
 
Ilustração: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Fundamentação: Lei Municipal nº 10.235/86, art. 9º. 
 
 
ÁREA NON AEDIFICANDI 
 
Do latim non (não) e aedificatione (edificação), é a área onde não é 
permitida nenhuma construção, seja por restrições legais ou contratuais. 
 
Exemplos: as áreas de recuo de um imóvel; na faixa de 15 metros de terra 
contados a partir da linha que define a faixa de domínio das rodovias. 
 
Fundamentação: Lei nº 6.766/79, inciso 3º, art. 4º. 
 
 
ÁREA PRIVATIVA 
 
É a soma das metragens das áreas do imóvel, cobertas ou não, incluindo 
as paredes, vagas de garagem e depósitos (no caso de apartamentos), de 
uso e acesso exclusivo de seu proprietário. Ela subdivide-se em: 
 
Principal: espaço para uso exclusivo de moradia, computadas as paredes 
do imóvel mais sacada/terraço. 
 
Acessória: também de uso exclusivo, mas fora dos limites físicos da área 
de moradia. Ex.: vagas de garagem escrituradas (vagas de garagem 
indeterminadas são área comum), o depósito exclusivo da unidade e o hall 
social (um apartamento por andar). 
 
Fundamentação: ABNT - Norma Técnica 12.721. 
46 
 
ÁREA TOTAL (AT) 
 
A área total dos apartamentos é o resultado da soma da área privativa 
mais a área de uso comum. 
 
Fundamentação: NBR 12.721/2005 e glossário IBAPE 
 
 
ÁREA ÚTIL (AU) 
 
É a soma dos espaços internos de um imóvel usados exclusivamente para 
habitação dos moradores, descontadas as áreas das paredes e pilares. Por 
isso as sacadas, garagens e o depósito, mesmo escriturados e com 
domínio único do morador, não são área útil: são áreas privativas (não se 
habita essas áreas). Há cartórios que, na matrícula, registram a sacada 
como área útil privativa. 
 
Antigamente a área útil era chamada de área da vassoura, pois só era 
área útil o que podia ser varrido no espaço interno da moradia. Como o 
interior das paredes não pode ser varrido, não é área útil. Essa analogia 
até hoje é utilizada em alguns estados brasileiros. 
 
 
ÁREA VERDE URBANA 
 
Espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, 
preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano 
Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, 
indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de 
recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos 
recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens 
e manifestações culturais. 
 
Fundamentação: Lei 12.651, art. 3º, XX 
 
 
ARGAMASSA 
 
Massa usada para unir ou revestir pedras, tijolos ou blocos, resultando na 
chamada alvenaria. É feita com a mistura de areia, cimento, cal e água. 
 
 
ARGILA EXPANDIDA -> ver CINASITA. 
 
 
ARMAZÉM -> ver GALPÃO. 
 
 
 
47 
 
ARQUITETURA 
 
Do grego arkhé (primeiro, principal) e tékhton (construção), é a arte de 
projetar e edificar ambientes observando, dentre outros parâmetros, a 
estética, o conforto e a funcionalidade. 
 
Cabe ao arquiteto, dentre outras atribuições, projetar e/ou coordenar a 
construção e a reforma de edificações. Na poética visão de Goethe (escritor 
e pensador alemão, falecido em 1832): 
 
“Arquitetura é música petrificada”. 
 
 
ARRAS 
 
Do latim arra (pagamento feito antecipadamente). Daí esse termo ser 
comumente utilizado como sinônimo de sinal, de valor de pagamento 
inicial (entrada) num contrato. É também o valor indenizatório que caberá 
a título de multa caso o comprador se arrependa da negociação. 
 
Se o sinal, na celebração de um contrato, é dado como princípio de 
pagamento é chamado de arras confirmatória, ou simplesmente arras. 
 
Se no contrato há cláusula de arrependimento e o sinal serve de multa, de 
pena, compensação pelo arrependimento, chama-se arras penitencial. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.417 a 420. 
 
 
ARRENDAR ou ARRENDAMENTO 
 
Forma de contrato semelhante à locação na qual o locador cede a alguém, 
por prazo, condições e valores pré-definidos, o uso e gozo de um imóvel 
capaz de produzir frutos financeiros; bastante usado no âmbito rural. 
 
Fundamentação: Decreto nº 59.566/66. 
 
 
ARRESTO 
 
Medida judicial cautelar de apreensão de bens patrimoniais de um 
devedor como garantia do pagamento de uma dívida com uma ação em 
andamento ou iminente. Ele é pedido quando há receio de que o devedor 
possa se desfazer de seu patrimônio comprometendo o recebimento da 
dívida. 
 
É a medida cautelar que antecede a penhora e só se extingue com o 
pagamento da dívida ou com a penhora executada. 
 
48 
 
É comum haver confusão entre os conceitos de arresto, sequestro e 
penhora: embora o arresto e o sequestro sejam medidas cautelares de 
apreensão de bens para garantir o recebimento de dívidas, no arresto a 
finalidade é garantir o recebimento do valor devido; no sequestro é 
garantir o recebimento de bens que cubram o valor devido. Ex.: 
 
Paulo emprestou R$ 100 mil para o João seu, agora, ex-amigo, que não 
pagou uma dívida no prazo combinado e sequer deu qualquer satisfação. 
Como se não bastasse Paulo descobre que João, o caloteiro, está vendendo 
seus bens. Se Paulo não fizer algo vai ficar sem o dinheiro e sem ter como 
cobrar o João, que está correndo para não ter mais bens em seu nome. 
 
O advogado de Paulo lhe oferece duas possibilidades, antes que João se 
desfaça de todos seus bens: o arresto ou o sequestro dos bens de João. 
João ainda tem em nome dele um bonito sítio que vale seguramente o 
valor que deve ao Paulo. O advogado explica que: 
 
No arresto o juiz impede que esse sítio seja vendido, para garantia da 
dívida dele para com o Paulo. Aqui o objetivo é receber o dinheiro, não o 
sítio. Se João não pagar a dívida no prazo estabelecido pelo juiz o sítio 
será judicialmente penhorado para quitar a dívida em dinheiro. Assim, no 
arresto é objetivo é o recebimento do valor devido, não o sítio do João. 
 
No sequestro Paulo, através de seu advogado, pede ao juiz o sítio do João 
como garantia do pagamento. Se João não o pagar na forma e prazo 
definidos pelo juiz, Paulo, que não confia na capacidade e intenção de 
pagamento do João, fica com o sítio e ponto final, ou seja, o foco é o bem 
do devedor, gerando uma ação para entrega de bens em garantia. 
 
Fundamentação: Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art. 813 a 821. 
 
 
ARRIMO 
 
O mesmo que amparo, escora. Ver MURO DE ARRIMO. 
 
 
ART DÉCO -> ver ESTILO ART DÉCO. 
 
 
ART NOUVEAU -> ver ESTILO ART NOUVEAU. 
 
 
ARTE MUSIVA -> ver MOSAICO 
 
 
ASNA -> ver TESOURA. 
 
 
49 
 
ASSEMBLEIA DE INSTALAÇÃO DO CONDOMÍNIO 
 
Reunião inaugural entre os condôminos, representantes da incorporadora 
e/ou construtora do empreendimento e da futura administradora do 
condomínio para eleição de seu síndico, subsíndico e conselheiros. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591, art. 9º. 
 
 
ASSEMBLEIA GERAL 
 
Reunião entre condôminos e administradora (quando há), com pauta - a 
chamada ordem do dia - previamente definida para análise e aprovação 
de assuntos de interesse do condomínio. As decisões aprovadas na 
assembleia, registradas em ata, são obrigatórias para todos os moradores. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591, art. 24. 
 
 
ASSENTAR 
 
Colocar e ajustar tijolos, blocos, pisos, pastilhas e outros acabamentos. 
 
 
ASSINAR A ROGO 
 
Rogar é pedir. A assinatura a rogo é a condição legal para que uma 
pessoa impossibilitada de assinar (por não saber escrever ou por estar 
com a mão machucada, p. ex.) peça (rogue) a outra, capaz, que assine (a 
rogo) um documento por ela (ex.: assinatura de um contrato de venda e 
compra ou de uma escritura). 
 
Para tanto é necessária a presença e assinatura de três testemunhas que 
confirmem a legitimidade dessa assinatura. 
 
Fundamentação: Leinº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.215, § 2o. 
 
 
ASSOALHO 
 
Denominação de todo piso, feito com diversos tipos de materiais; mais 
comumente, de madeiras ou tábuas. 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) 
 
A ABNT, fundada em 1940, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, 
responsável pela publicação das Normas Brasileiras (ABNT - NBR) e pelos 
programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. 
 
50 
 
ATA NOTARIAL 
 
Instrumento público pelo qual o tabelião de notas narra um fato 
presenciado ou verificado por ele, descrito e registrado nessa ata, 
comprovando-o como verdadeiro para todos os efeitos legais. Ela serve de 
prova num eventual processo judicial. 
 
 
ATENDIMENTO A CLIENTES 
 
Os clientes não são todos iguais e nem sempre têm razão, como diz a 
máxima ultrapassada. 
 
O comprador quer o melhor imóvel pelo menor valor, mas quando está 
vendendo quer o maior valor, mesmo que seu imóvel eventualmente não 
valha o que pede. 
 
O vendedor quer o maior valor, mesmo que seu imóvel eventualmente não 
valha o que pede, mas quando está comprando quer pagar o menor valor 
pelo melhor imóvel. 
 
Conciliar necessidades e expectativas diferentes exige de nós posturas, 
abordagens e estratégias distintas. 
 
Primeiro passo para o bom atendimento 
 
Estar preparado atendê-lo. Parece óbvio, mas não é. Sempre perguntei a 
cada corretor, em todas as equipes de gerenciei, sua microrregião de 
atuação e qual o tipo de imóvel que domina. É impossível alguém 
conhecer todas as casas comerciais e residenciais, apartamentos, 
condomínios, galpões, flats, salas, lojas, terrenos e conjuntos da zona sul, 
mesmo residindo e atuando nela. Quem tenta fazer isso não tem foco; por 
isso não acerta o alvo. Por isso falo em microrregião, dentro da zona. 
 
Feito isso, tabulo as respostas numa planilha e quando um cliente “sem 
dono” aparece vejo quem domina a região e o produto que o cliente almeja, 
para dirigi-lo a quem possa atendê-lo com maior assertividade. Para mim, 
o corretor que não consegue se especializar em pelo menos uma 
microrregião é ruim em muitas. 
 
Suponhamos que na minha equipe eu tivesse oito corretores e que dois 
clientes chegassem à recepção, simultaneamente. Um querendo ver casas 
no Alto da Boa Vista e outro na Chácara Santo Antônio. A tabela de focos 
de atuação que tenho mostra que: 
 
51 
 
 
 
 Tenho cinco corretores especializados em casas no Alto da Boa Vista e 
um na Chácara Santo Antônio 
 
 Tenho bairros com atendimento fragilizado, vulnerável: um corretor 
para Campo Belo, um para a Chácara Santo Antônio, um para o Itaim, 
um para o Jardim Petrópolis e um para Moema. Se um deles adoece, 
tira férias ou sai da equipe, não tenho ninguém para atender os 
clientes dessa região de atuação. 
 
Mas como isso é foco de análise e ações gerenciais vou voltar à 
necessidade de especialização dos corretores. 
 
O corretor, para estar preparado para o atendimento, precisa se 
especializar numa área geográfica, para poder dominá-la, e que lhe 
permita um rápido deslocamento por ela. Isso poupa desculpas para o 
cliente pelo atraso, poupa gasolina e permite apresentar ao cliente as 
respostas desejadas, no tempo desejado, com a qualidade desejada. 
 
Se ele souber planejar o trabalho e administrar o tempo pode desenvolver, 
ainda, o que chamo de foco especializado: conhecer todos os imóveis de 
sua microrregião e conseguir, ainda, se especializar, p. ex., nos 
condomínios de casas da região: quantos são, quantos tem três, quatro ou 
mais dormitórios, qual a faixa de valores de cada um, suas idades, 
construtoras, quais tem maior área de terreno, qual o nome e telefone de 
cada zelador deles, quais tem elevador, piscina, área gourmet, etc. 
 
Bairros (17) Artur Berenice Caetano Durval Evelin George Ilza Joana Totais
Alto da Boa Vista 1 1 1 1 1 5
Brooklin (Monções) 1 1 2
Brooklin Velho 1 1 2
Campo Belo 1 1
Campo Grande 1 1 2
Chácara Flora 1 1 1 1 4
Chácara Monte Alegre 1 1 1 3
Chácara Santo Antônio 1 1
Granja Julieta 1 1 2
Interlagos 1 1 2
Itaim 1 1
Jardim dos Estados 1 1 2
Jardim Cordeiro 1 1 2
Jardim Marajoara 1 1 1 3
Jardim Petrópolis 1 1
Jardim Prudência 1 1 2
Moema 1 1
5 8 2 3 3 6 6 3
CASAS
52 
 
Conheço quem o faça, com sucesso. Se os bairros são contíguos e 
pequenos dá para se especializar neles todos, basta não abraçar um 
campo de ação maior do que o tamanho dos braços. Eu mesmo, quando 
iniciei na corretagem, fiz três bairros contíguos, mas que representavam 
70 ruas residenciais no todo. Mapeei, vi que era possível, e foi: 
 
 
 
Primeiro contato com o cliente 
 
Busque sempre o contato pessoal com ele. Peça para ele vir à imobiliária 
para que conheça sua estrutura de trabalho e para falarem de negócios ou, 
se não for possível, proponha ir até ele, seja na sua residência ou no seu 
escritório. Vá até ele, evite o e-mail antes de conhecê-lo pessoalmente. O 
corpo fala, e o do cliente ainda mais, se estimulado de forma correta e 
pessoalmente. 
Creci 50 .770 Creci 50 .770
Alto da Boa Vista Jardim dos Estados
Acarituba, Rua Agostino Corona, Rua
Alberto Hodge, Rua Alabarda, Rua
Alexandre Dumas, Rua Alfredo Bonino, Rua
Amauri Tadeu Uesugi, Rua Ânfora, Rua
Américo Brasiliense, Rua Aurélia Peres Alvares, Rua
Angêlo Cirello, Rua² Barcas, Rua¹
Arthur Orlando da Silva, Dr, Rua Canumá, Rua
Báculo, Rua Carlo Rainaldi, Rua
Bela Vista², Rua Duarte Moniz Barreto, Rua
Calman de Moritz Tecso, Rua Cap.² Duque de Caxias, Rua*
Conde D´Eu, Rua Luís Martins de Araújo, Rua
Conde de Itú, Rua² Maria Maturano Batista, Rua
Elias Zarzur, Rua Com.² Philipp Lohbauer, Rua
Felipe Figliolini, Rua Dr. Regina Badra, Rua
Francisco Meireles dos Santos, Rua Des. Vigário João de Pontes, Rua*
Fraternidade, Rua da² Vinhedos, Rua dos¹
Friedrich Stoeber, Trav. Visconde de Porto Seguro, Rua
Grahan Bell, Rua² Total: 17 logradouros.
Irineu Marinho, Rua²
Joaquim José Esteves, Rua² Jardim Cordeiro
José Geraldo Rodrigues Alkmin, Rua Min.
José Morales Lopes, Rua Acanga, Rua
Mangabal, Rua Antônio Gontijo de Carvalho, Rua Dr.
Manuel Christi Manzini, Trav. Aziz Nader, Rua
Marechal Deodoro, Rua² Baru, Rua
Mariano da Costa, Rua Cassiano Ricardo, Rua
Marinaú, Rua Evangelina de Toledo Piza Wodianer, Rua
Nove de Julho, Rua² Francisco Malta Cardoso, Rua Dr.
Particular, Rua Gabriel Sylvestre Teixeira de Carvalho, Rua
Paz, Rua da Heron Domingues, Rua
Roberto Cardoso Alves, Rua Min.² Maria Luiza Andrade Martins Roque, Rua
São Benedito, Rua² Raul Polilo, Rua
São José, Rua² Rubens Gomes de Souza, Av. Prof.
São Sebastião, Rua² Sinfônio Silva, Rua
Senador Vergueiro, Rua² Sylos Cintra, Rua Des.
Teixeira de Freitas Urias de Figueiredo, Rua
Versalhes, Rua Total: 15 logradouros.
Total: 38 logradouros.
Borderline Físico de Atuação - Bairros
53 
 
Nunca chegue atrasado. Não conte com a sorte e muito menos com o 
trânsito. É preferível chegar cedo, porque o trânsito estava ótimo, ir tomar 
um café na região ou dar uma volta a pé no quarteirão para prospectar 
oportunidades imobiliárias do que chegar um único minuto atrasado. 
Lembre-se sempre que, seja no local da visita, seja na imobiliária, alguns 
clientes, com medo de chegarem atrasados, chegam antes da hora. Tenha 
o mesmo cuidado. 
 
Feito isso, a primeira impressão que o cliente terá de você, além da sua 
apresentação pessoal, é quanto à sua postura: receba-o com o corpo 
naturalmente ereto, olhe-o nos olhos, sorria espontaneamente para ele, 
tome a iniciativa de estender a mão para cumprimentá-lo (sem quebrá-la) 
e chame-o pelo nome. Esse é o único contato físico que se deve ter com o 
cliente. 
 
 
Ilustração: www.pixabay.com 
 
Abraço, tapinha no braço, apoiar a mão no ombro do cliente, apertar a 
mão dele com força ou com suas duas mãos, chamá-lo por diminutivos ou 
aumentativos (“E aí Paulão, no que eu posso ajudar?” – Deus do céu...!), 
querido, amigão,campeão..., nem pensar. O cliente não veio atrás de 
intimidades, ele só quer um imóvel. A maioria das clientes não fica feliz ao 
ver a corretora, logo no primeiro contato, beijar seu marido, nem o marido 
vendo o corretor beijar a mulher dele. Qualquer coisa nesse sentido tem 
de partir do cliente, única e exclusivamente. 
 
Mesmo assim, cuidado: já atendi clientes mulheres que me 
cumprimentaram com um beijo na saída do primeiro contato e que 
quando voltaram, com o marido, me estenderam a mão. Por isso, mesmo 
voltando sozinhas, nunca tome essa iniciativa. 
 
Ligações para clientes 
 
Independentemente de a voz parecer jovem (a voz engana) opte sempre, 
desde o primeiro contato telefônico, pelo tratamento formal: senhor(ª), 
doutor(ª). Iniciar a ligação chamando o cliente de senhor e acabá-la 
chamando-o de você pode dar a impressão de que você é um profissional 
"espaçoso" e gerar, de cara, uma má impressão, ainda mais se essa 
54 
 
pessoa, que você nunca viu é, por exemplo, uma pessoa idosa, um juiz, 
um médico ou um desembargador, habituados ao tratamento formal. 
 
Prospecção das necessidades do comprador (vendedor, ver CAPTAÇÃO 
DE IMÓVEIS). 
 
“Entender Para Atender”: esse é o lema de uma empresa líder no segmento 
de logística no Brasil. Para entender é preciso ouvir. 
 
O problema é que a maioria dos corretores não sabe ouvir. Corta a fala do 
cliente ou atende o celular durante a conversa. Deixa de ouvir o que ele ia 
informar, restringindo a chance de ser assertivo ao lhe oferecer imóveis. 
 
Se há algo que compromete um bom levantamento ou mesmo uma 
negociação é a ansiedade. Controle-a e ouça. Nunca corte a fala do cliente 
e nem tente completar a frase dele. Corretor ansioso: problema. Gerente e 
corretor ansiosos: catástrofe. O bom corretor ouve o cliente sem o 
interromper, pelo tempo que for necessário, para obter o retrato possível 
do que ele deseja. 
 
Faça as perguntas certas 
 
Ouviu com atenção? Então, agora, pergunte sobre tudo que seja relevante 
e que ficou sem resposta durante a fala do cliente, assim você não repetirá 
o refrão de muitos corretores: “Agora é que ele me diz isso?”. Alguns 
exemplos: 
 
 “Que tipo de imóvel o senhor deseja (apartamento, casa, residencial, 
comercial...) e quais são os bairros de interesse?” 
 
 “O senhor iniciou a busca por esse imóvel agora ou já o está procurando 
há mais tempo?” (você pode descobrir que ele já conhece todos os 
imóveis à venda na região ou que quer uma “galinha morta”). 
 
 “Que limite financeiro devo observar na indicação dos imóveis?”, ou, 
 
 “Que valor o senhor pretende investir nessa aquisição?” 
 
Não pergunte quanto ele quer gastar. Ele quer gastar o mínimo 
possível e obter o melhor possível. A resposta para esta forma de 
pergunta é, quase sempre, abaixo do que realmente acaba praticando 
na compra. 
 
 “A forma de pagamento será à vista (cash) ou haverá financiamento”? 
 
 “O senhor depende da venda de seu imóvel ou de permuta para que a 
negociação se concretize”? 
 
55 
 
 “O senhor está sendo atendido por outras imobiliárias ou corretores”? 
 
Resposta positiva: 
 
 “Que imóveis o senhor já visitou? Quais gostou, quais não gostou e, 
neles, quais foram os pontos positivos e quais os negativos que 
observou?” 
 
Faça perguntas de forma aberta, pois são mais assertivas. Evite as 
fechadas, as que ensejem um simples “sim” ou “não”. Ex.: 
 
Fechada: - “O senhor moraria numa casa”? 
Aberta: - “Que tal morar numa casa com a segurança de um prédio...”? 
 
Fechada: - “O senhor moraria num apartamento”? 
Aberta: - “Que tal um apartamento que mais parece uma casa suspensa”? 
 
Outro erro é fazer perguntas negativas: 
 
Negativa: - “O senhor não gostou do apartamento”? 
Certo: - “O que o senhor achou do apartamento”? 
 
Não pergunte provocando respostas que não quer ouvir. Anote tudo, não 
confie na memória. O ideal é você ter um checklist com todas as perguntas 
que não podem ser esquecidas. 
 
Conversando com os clientes – compradores ou vendedores 
 
Seja no telefone, seja pessoalmente, a sinceridade é a alma de qualquer 
relação e sinceridade emana da verdade e da transparência. Ponto. 
 
Quem mente ou omite informações, de qualquer espécie, perde a 
confiança da outra parte e dai adeus relação, profissional ou não. Agora 
que ficou claro que você é um profissional correto, por favor: 
 
 Não fale palavrões: - “O senhor vai ver, é uma puta casa...”. 
 
 Fuja dos vícios de linguagem. Ex.: “né, né, né”. O cliente ter de ouvir 
você repetir sempre a mesma palavra em cada frase é irritante. Outro 
exemplo é começar cada frase com “na verdade...”. Isso significa que 
tudo o que disser que não comece por esse cacoete da linguagem é 
mentira... 
 
 Fuja das gírias: - “Vou abrir o jogo com o senhor: hoje não temos nada 
com esse perfil, mas se pintá algo eu aviso” ou “O senhor vai ver, a casa 
é trilegal, show de bola”, “cara, o tempo de venda depende do valor de 
venda que você está querendo” ou ainda “A casa é maravilhosa e só 
custa 1.400 paus”. As duas últimas, em minha opinião, são altamente 
deselegantes. 
56 
 
 Evite palavras estrangeiras para dar um ar de sofisticação ao 
atendimento. Você usa alguns termos em inglês, o cliente acha que 
você domina o idioma, passa a falar com você em inglês. Se você não 
domina o idioma vai se arrepender muito da pretensa sofisticação... 
 
 Não use diminutivos: - “Tenho uma casinha igual à sua à venda por 
menos”. Catástrofe! Chamou a casa dele de “casinha” e ainda por 
cima, falou que é cara, ou, “Remeti um link para o senhor de uma 
casinha que entrou em nosso cadastro”, ou seja, bem pequenininha, 
como a disponibilidade financeira dele. É isso? Ele pode interpretar 
assim e não gostar; afinal, é tudo que juntou na vida. 
 
Antes de conduzir os clientes para visitas aos imóveis. 
 
Estude o trajeto que fará com eles, por dois motivos: 
 
1º - A compra começa pelo trajeto para chegar ao imóvel. Se ele tiver 
muito trânsito, vizinhança feia (favelas, imóveis abandonados, pouca 
arborização...) os compradores podem não querer nem entrar nele. 
 
2º - Chegando ao imóvel os compradores podem perguntar sobre imóveis 
com placas ou plantões que estavam no trajeto (preço, dormitórios...). 
Você tem de estar preparado para responder, mesmo sendo de 
congêneres. Se não souber, eles vão contatar o detentor da placa/plantão 
e obter a informação que você não soube dar. Esse cuidado com o entorno 
vale mesmo que o ponto de encontro seja no próprio imóvel. 
 
IMPORTANTÍSSIMO: só leve o cliente para ver um imóvel que o tiver 
conhecido pessoal e previamente. Não se fie só nas fotos dele: você pode 
descobrir na prática que eram de dez anos atrás e que o imóvel está 
detonado. Se você fosse o cliente ficaria motivado a continuar sendo 
atendido por esse corretor? Vai dar crédito e atenção às fotos e indicações 
que ele passar? 
 
Ainda: no contato para conhecer previamente o imóvel, se o proprietário 
vier com a conversa de que prefere que ela já seja feita com o comprador 
junto responda diga que então vai falar com ele para ver em que datas 
estará disponível. Espere umas duas horas e então volte a ligar para ele. 
Diga que o cliente quer ter certeza sobre o estado de conservação do 
imóvel e de como são seus acabamentos e que, por isso, quer que você o 
visite primeiro e forneça essas respostas para então se decidir pela data da 
visita. 
 
Ao ligar para marcar sua visita para conhecer o imóvel não se esqueça de 
perguntar se o preço da ficha está correto, se ele já contempla a comissão 
imobiliária e se foi considerada alguma margem de negociação nesse valor. 
 
Quando em trânsito para conhecer imóveis, acompanhar clientes ou 
dirigindo dentro da sua área de atuação, anote o endereço dos imóveis 
57 
 
desocupados ou com placas/plantões de congêneres que não constem do 
seu cadastro. Há como identificar os proprietários. Fale com sua gerência. 
 
Ordem de apresentação dos imóveis.Não há uma ordem tecnicamente certa de apresentação dos imóveis. 
 
Minha sugestão, quando sair para, p. ex., apresentar três imóveis, é que 
se mostre primeiro o que tem uma relação custo/beneficio média 
(considerando-se os parâmetros que o cliente forneceu), depois o imóvel 
com a melhor relação e, por fim, o mais “fraco”. Os anos me sinalizaram 
que quando deixamos o melhor para o final o cliente diz que quer ver mais 
alternativas antes de decidir (como o último foi o melhor, os próximos 
também podem ser...). Não posso afirmar que há um aparato psicológico 
nessa estratégia que traduza sucesso, mas costuma dar certo. 
 
Seleção de imóveis para o cliente 
 
 
Ilustração: www.pixabay.com 
 
Agora que você entendeu o que o cliente quer e conhece claramente as 
condições para a compra, saia e mostre para ele, de imediato, as boas 
opções de que você dispõe. Se você é daqueles que diz “vou fazer uma 
pesquisa e passo para o senhor as opções que selecionei”, você é forte 
candidato a perder o cliente para o corretor da concorrente que conduz o 
cliente para visitas logo no primeiro contato. 
 
Caso ainda não as tenha - o que é uma pena - selecione-as com brevidade, 
mas cuidado, não extrapole. Não queira decidir, com base em parâmetros 
e inferências pessoais, que imóveis irá ou não oferecer. Totalmente errado. 
O comprador não quer ser você; ele quer manter a identidade dele. 
 
Observados os parâmetros apresentados por ele, ofereça todos os imóveis 
selecionados. Já vi compradores adquirirem, através de outras 
imobiliárias, exatamente os imóveis que o corretor decidiu não oferecer. 
 
Por isso a máxima “CORRETOR NÃO TEM GOSTO” é absolutamente 
correta. 
 
58 
 
Uma exceção é o cliente de alto padrão (como o conceito de alto padrão é 
relativo vamos considerar, para exemplificar este caso, que sejam os 
imóveis com custo igual ou superior a US$ 1 milhão, meramente por ser 
um valor/moeda que se atualiza sempre). 
 
Esse tipo de cliente, mais do que uma casa, busca status, um estilo de 
vida. Por isso valoriza muito aspectos como localização, vizinhança, 
segurança, o projeto arquitetônico do imóvel, acabamentos, privacidade e 
área verde, principalmente. Oferecer para ele uma casa “maravilhosa” 
num local não nobre, p. ex., é meio caminho para que o cliente desapareça 
por achar que você não tem os predicados para buscar o imóvel que ele 
almeja. Essa é uma das razões pela qual os gerentes ouvem de uns poucos 
corretores “eu ligo, mas ele não me retorna mais!”. 
 
Mesmo assim não se fixe só no que ele definiu, desde que com bom-senso: 
o cliente quer um apartamento de até R$ 5 milhões nos Jardins, perto da 
Paulista? Ofereça também o do Paraíso com vista para o Parque do 
Ibirapuera. Até R$ 10 milhões? Ofereça também o da Vila Nova Conceição 
de frente para o Parque Ibirapuera e a três minutos da Paulista. Acredite, 
essa “sutileza” pode fazer toda a diferença. 
 
Indicando imóveis via e-mail 
 
Indicar imóveis por e-mail remete a dois cuidados: 
 
1º - Ao remeter o primeiro e-mail indicando imóveis para o cliente inicie-o 
com um texto que deixe claro que ele não precisa ser “incomodado” por 
vários corretores e imobiliárias para ter a informação ou o imóvel que 
deseja. Tudo o que ele precisa pode ser obtido com você. Ex.: 
 
“Bom dia Sr(ª). 
 
Anexo os links de alguns imóveis que selecionei para seu pré-filtro evitando, 
assim, seu deslocamento desnecessário (ver algo que não lhe interessa). 
 
Ao passar por um imóvel que lhe agrade, pareça interessante, basta me 
ligar, passar e-mail, Whatsapp..., e informar o seu endereço que remeterei 
os dados, imagens e valores dele, mesmo que esteja com placa ou plantão 
de outra imobiliária, pois dispomos do cadastro de todos imóveis à venda 
na região; assim o senhor evita o incômodo do assédio constante de vários 
corretores e imobiliárias para o mesmo fim. 
 
Atenciosamente, Paulo Mota”. 
 
2º - Selecionados os imóveis que o comprador quer ver, antes de conduzir 
o cliente para visitá-los, documente sua intermediação na aproximação 
das partes, esteja o imóvel habitado ou não. Como alguns clientes são 
refratários a assinar a Ficha de Visitas a Imóveis a estratégia é remeter, 
59 
 
antes da visita, dois e-mails (tenha modelos padronizados, isso torna essa 
rotina simples e rápida): 
 
 
Para o vendedor 
 
“Bom dia Senhor.., 
 
Nosso cliente, Sr.ª (nome e sobrenome do comprador), deseja conhecer seu 
imóvel, da (logradouro, número, andar, apto, bloco...)”, no dia “tal”, às “xx” 
horas e pede que o senhor informe sobre sua disponibilidade para essa 
data e horário. Para a confirmação basta devolver este e-mail com o seu “de 
acordo”. 
 
Atenciosamente, Paulo Mota”. 
 
 
Para o comprador 
 
“Bom dia Senhor..., 
 
O Sr.ª (nome e sobrenome do vendedor), proprietário do imóvel que indiquei 
ao senhor na (logradouro, número, andar, apto, bloco...), confirmou sua 
disponibilidade para apresentá-lo ao senhor no dia tal, às “xx” horas. Pede 
somente que seja feita a confirmação da sua presença nessa data e horário. 
Para tal basta devolver este e-mail com o seu “de acordo”. 
 
Atenciosamente, Paulo Mota”. 
 
 
Independentemente desse cuidado, peça sempre que o cliente assine a 
“Ficha de Imóveis Visitados” (ou o nome que tiver) explicando que é para 
ter o controle do que já foi apresentado em função do volume de clientes 
sendo atendidos por você e por ser uma exigência da imobiliária que, 
assim, acompanha o trabalho de seus corretores. 
 
 
Visitando imóveis com os clientes 
 
Um ponto importante na visita a um imóvel com o cliente: deixe-o à 
vontade e fique de boca fechada; só responda se for perguntado. 
 
Se há algo que o cliente detesta é o corretor o seguindo como uma sombra. 
 
Se a visita for de um casal, pior ainda: eles querem liberdade para 
comentar sobre o imóvel sem a sua presença. Pergunte o que acharam do 
imóvel na saída. 
 
60 
 
Pior ainda é o corretor que tem a coragem de entrar com o cliente na sala 
e falar para ele “Esta é a sala”... O cliente não enxerga, é isso? Se for isso 
a colocação correta é “Agora você está na sala da casa.”. 
 
Somente se perguntado, ou numa clara oportunidade, ao perceber o 
interesse dele no imóvel, você pode interagir para ressaltar pontos que não 
estejam aparentes e que podem fortalecer a atratividade do imóvel. Ex.: “A 
casa tem também aquecimento híbrido, solar e a gás, um poço artesiano e 
um pequeno gerador. Luz e água quente, nela, nunca faltam”. 
 
Aproveite para observar os sinais de interesse do comprador durante cada 
visita. Alguns comportamentos, perguntas ou comentários durante a visita 
ao imóvel, ou logo após sair dele, podem indicar se esse imóvel tem 
atrativos para o cliente ou mesmo auxiliá-lo na indicação de outros 
imóveis que atendam à expectativa do cliente. Ex.: 
 
 Ele vê o todo imóvel e retorna mais de uma vez a determinado 
ambiente para observá-lo novamente. 
 
 Faz comentários com a esposa do tipo “Se tirarmos esta parede fica 
bom.”. 
 
 Pergunta ao corretor se determinada parede é estrutural. 
 
 Informa que quer marcar nova visita, desta vez com os filhos, pais... 
 
 Perguntar se o proprietário aceita permuta e/ou financiamento e/ou 
se no valor pedido há uma margem de negociação. 
 
 Comenta que o imóvel é bom, mas acha o valor um pouco caro. 
 
Tem visitado muitos imóveis com o cliente e nada dele se manifestar 
positivamente sobre um dos imóveis visitados? Aborde-o provocando sua 
resposta. Ex.: - “Sr. Paulo, dos imóveis que visitamos nesse período quais 
são os que o senhor mais gostou?”. 
 
Se ele disser que tem um que gostou, mas que tem um ponto restritivo, 
analise se esse ponto não é passível de solução. Ex.: “Gostei da casa que 
vimos ontem, mas falta um pouco de área verde atrás...”. Como a casa tem 
um quarto e um banheiro de empregada nos fundos, além da lavanderia, e 
ele não tem empregada fixa, se você sugerir que essa área seja demolida, 
essa ação pode atender à demandade “um pouco de área verde atrás...”. 
 
Propostas 
 
Finda a visita de cada imóvel pergunte o que o cliente achou dele. Não 
tenha medo de perguntar. Se a resposta for positiva diga delicadamente: 
 
- “Ótimo. Faça a proposta para a apresentarmos ao vendedor”. 
61 
 
A forma é muito importante: não pergunte se ele gostaria de fazê-la. Ele, 
quase certo, vai dizer que quer ver mais alternativas. Evite perguntas que 
ensejem sim ou não como resposta. Sugira, positivamente, como acima. 
 
Se ele disser que não lhe desagradou, mas prefere ver mais alternativas, é 
óbvio que há algum aspecto restritivo suficientemente forte para que não a 
faça. Não insista e tente descobrir qual é para avaliar se ele tem solução e 
mesmo para evitá-lo em outras indicações. 
 
Resposta positiva: pegue o formulário de proposta, que deve estar sempre 
com você e peça que a preencha com o valor, forma e fluxo de pagamento 
(quanto de sinal, na documentação e na escritura). 
 
Se o cliente, nesse momento, perguntar “Você acha que ele vende por 
R$...?”, responda única e educadamente: “Não sei, mas fazendo a proposta 
nosso gerente, com ela, vai poder explorar o limite do vendedor”. 
 
É PROIBIDO DIZER 
 
- “Acho que sai por tanto...”. 
 
- “Faça uma proposta: o proprietário está louco para vender”. 
 
- “O proprietário quer “R$xx” nas mãos”. 
 
Ou outra resposta qualquer que não siga a ideia do “faça a proposta para 
podermos prospectar junto ao vendedor”. 
 
Existem propostas comercialmente viáveis, outras de baixíssima 
probabilidade de sucesso, as absolutamente certas para fechamento que 
acabam não se concretizando, as indecentes, as ousadas e até mesmo as 
que mais parecem brincadeira. Para cada uma há uma estratégia 
gerencial e comercial para se tentar o sucesso. Como este livro não é para 
treinar gerentes, não irei discorrer sobre essas estratégias, mas elas 
existem. Explore-as com sua gerência. De qualquer sorte, minha equipe e 
eu sempre seguimos o lema “O não, nós já temos. Vamos tentar o sim”. 
 
Não abandone os clientes 
 
Lembra-se do cliente que quer vender o imóvel por valor acima do que vale 
e que inicialmente não quis ceder um centavo? Aquele que você sugeriu 
 
“Vamos fazer o seguinte: cadastramos seu imóvel pelo valor que o senhor 
almeja e acompanhamos, mês-a-mês, o senhor e nós, a resposta do 
mercado. Se ela não for satisfatória, poderemos rever a estratégia de venda 
e o valor, se for o caso, ok”? 
 
Pois bem, não cometa o erro da maioria dos corretores: fazer todo esse 
discurso e depois simplesmente sumir! Falha gravíssima. Se há algo que 
62 
 
impede qualquer fidelização e aborrece a um cliente (vendedor ou 
comprador) é fazer isso. 
 
Mantenha contato mensal com o cliente. Conte ao vendedor o que foi feito 
até então, fale dos clientes para quem indicou o imóvel, quais foram suas 
respostas e sobre os aspectos que possam justificar a ausência de visitas. 
Ex.: “Passei as fotos de seu imóvel para meus clientes com esse perfil, mas 
embora a maioria tenha gostado dele acham que o valor está acima dos 
análogos e marcam visitas nesses...”. Seja sincero e esteja presente. 
 
Para o comprador ligue sempre e ofereça as alternativas que diariamente 
entram nos cadastros imobiliários. Não tem? Vá atrás. Bata nas portas, 
nas portarias, pesquise na internet junto aos concorrentes e portais; você 
vai achar alguma unidade à venda que você não tem. CAPTE! 
 
Seja um cliente vendedor, comprador ou ex-cliente o corretor experiente 
impõe sempre sua presença junto a ele a cada oportunidade. Há duas por 
ano, para todos eles, para o resto da vida, que não podem falhar: no Natal 
(para os católicos, é claro), através de do mero desejo de “Boas Festas e 
Um Feliz Ano Novo” e também no “Feliz Aniversário”. Já fui procurado, 
mais de uma vez, por pessoas indicadas através de ex-clientes (se é que 
isso existe) logo após remeter esses votos. Você tem feito isso? 
 
Atendimento fora de foco 
 
Se você tiver de atender um cliente ou produto fora do seu foco, passe-o 
para os colegas que tenha essa expertise, mas faça-o rápido, para não 
perder o cliente e dinheiro. Proponha aos colegas um fifty (do inglês, 
significa 50 ou seja, 50% da comissão para cada um) ou outra forma que 
seja justa para o caso (indicação para você e a promoção para ele, p. ex.). 
 
Finalmente, isso tudo de nada adianta se você não estiver preparado para 
atender os clientes: você conhece todos os prédios que há na sua região de 
atuação? Sabe dizer quais deles têm quatro dormitórios e quatro vagas de 
garagem? Quais têm quadra de tênis? Quais têm gerador? Qual o valor do 
condomínio e IPTU vigentes? Se já foram trocadas as colunas hidráulicas 
do prédio? Sabe que casas tem mais jardim do que área construída? 
Quais tem piscina? Quais tem elevador? Quais os sobrados com uma suíte 
no térreo para os pais idosos dos compradores? Quais estão em ruas 
fechadas? Quais aceitam permutas? 
 
Quando souber todas as respostas demandadas pelo cliente você estará 
preparado para bem atender; não antes. 
 
 
 
 
 
 
63 
 
ATENDIMENTO A CLIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS 
 
A maioria das pessoas tem a capacidade de ver, ouvir e se locomover 
autonomamente sem depender de nada ou de ninguém, mas, infelizmente, 
nem todos são abençoadas com essas capacidades. As pessoas que não as 
têm demandam cuidados e ações adicionais, especiais. 
 
Oferecer ou apresentar um imóvel a clientes com necessidades especiais 
sem entender quais são essas necessidades é amador e o resultado é tão 
ruim quando o profissional que o ofereceu. 
 
Pontos básicos, essenciais, a serem observados para esses clientes: 
 
1º - A acessibilidade que o imóvel oferece. 
 
Um imóvel com acesso através de degraus e/ou desníveis compromete a 
acessibilidade e é rejeitado por eles (juto com o corretor que o indicou). 
Deficientes visuais, idosos e pessoas com limitações de locomoção 
demandam casas térreas ou apartamentos sem desníveis. 
 
2º - Área de circulação interna do imóvel 
 
Supondo que o acesso ao imóvel seja adequado, os espaços internos dele 
devem permitir a circulação de uma pessoa em cadeira de rodas, livres de 
barreiras ou obstáculos, ou de duas pessoas passando simultaneamente 
pelo mesmo corredor ou porta (idoso mais cuidador). 
 
As medidas mínimas necessárias para tal são: 
 
 0,80m para corredores e portas. 
 
 1,20m para circulação simultânea de uma pessoa e de uma cadeira de 
rodas. 
 
Se formos considerar manobras de rotação de uma cadeira de rodas, as 
medidas são: 
 
 1,20 x 1,20, para rotação de 90º. 
 
 1,50 x 1,20, para rotação de 180º. 
 
 1,50 de diâmetro para rotação de 360º. 
 
3º - Banheiros e salas do imóvel 
 
Banheiros precisam instalações sanitárias (piso, pia, chuveiro e vaso 
sanitário) adaptadas (ou que permitam adaptação) para a segurança do 
idoso ou pessoa com mobilidade reduzida e um espaço livre mínimo de 
1,50 de diâmetro para que um cadeirante possa fazer a rotação de 360º. 
64 
 
Outros aspectos relevantes no atendimento desse tipo de cliente: 
 
- Se ele estiver acompanhado dirija-se sempre a ele; não ao seu 
acompanhante. Ele é o cliente. Ele é que vai decidir se o imóvel lhe 
interessa. As necessidades especiais dele não o impedem de tomar 
decisões. Não o trate como um incapaz; ele não é. 
 
- Ajude-o só se ele solicitar. Você pode, contudo, perguntar se ele gostaria 
de sua ajuda. Se responder que sim, pergunte qual a melhor forma de 
fazê-lo. Se disser que não, aceite com naturalidade. Nem todas as 
pessoas com necessidades especiais precisam de ajuda. 
 
Atendimento a um cliente com deficiência visual 
 
- Sempre que encontrá-lo identifique-se e caso ele dirija a mão para você, 
retribua com um aperto de mão. Se for se afastar dele, informe-o para 
que a conversação seja interrompida e ele não descubra que ficou 
falando sozinho. 
 
- Se você ofereceu ajuda e ele a aceitou avise que você vai pegar na mão 
dele e conduzi-la até seu braço,para que ele a apoie sobre ele. Assim ele 
poderá perceber seus movimentos e deslocamentos pelos ambientes e 
acompanhá-lo. Atenção: o cliente deve ser conduzido através do braço e 
não puxado por ele. 
 
- Caso ele esteja acompanhado de um cão-guia não toque no cão e nem 
chame a atenção dele, para que ele não perca o foco de sua função. 
 
- Descreva o percurso e os ambientes com os detalhes relevantes de cada 
um para que ele possa se orientar e avaliar sua localização e facilidade 
de deslocamento. Se ele quiser sentar-se, conduza-o até a cadeira e 
oriente-o sobre a localização do braço ou do encosto dela. 
 
- Durante o percurso evite dizer palavras como “veja” ou “olhe”, por razões 
óbvias, mas se acontecer, não tente o suicídio; o cliente sabe que sua 
intenção não foi ser inconveniente e que essas expressões são meros 
vícios de linguagem, embora devam ser evitadas. Evite também qualquer 
linguagem corporal (“falar com as mãos”, apontar para o ponto foco da 
conversa...) ou usar expressões totalmente abstratas para ele, tais como 
“ali”, “daquele lado”. Use indicativos concretos, que possam ser 
abstraídos pelo cliente: Ex.: ao invés de dizer que “ali tem uma piscina e 
churrasqueira” diga “a piscina é retangular, mede 8 x 4 metros, e o lado 
menor está um metro à nossa frente. À esquerda dela há uma área 
coberta, com colunas de sustentação em alvenaria, onde ficam a 
churrasqueira, uma pia, e uma bancada de apoio. Já a direita da piscina 
é ladeada por um gramado e no centro dele há uma pequena árvore.”. 
 
- Contratos, documentos e formulários: leia-os, em bom som, para que ele 
possa ter ciência e expressar suas dúvidas e considerações sobre cada 
65 
 
ponto. No caso dos formulários, se solicitado, se ofereça para preenchê-
los e, em seguida, faça a leitura para conferência dele. 
 
Atendimento a um cliente com deficiência auditiva 
 
- Para se comunicar fique de frente para o cliente e, se necessário, chame 
sua atenção gesticulando ou tocando, delicadamente, o braço dele. 
 
- Ficar de frente para ele permite que ele possa ver sua boca e, assim, 
fazer uma leitura labial. Fale normalmente, mas não rápido, e articule 
bem cada palavra. O cliente precisa ver sua boca o tempo todo da 
conversação; se você, por um motivo qualquer, virar o rosto, ele pode 
achar que a conversa terminou. 
 
- Evite ficar contra a luz, isso dificulta a visão dele e, assim, de sua boca. 
 
- Para o deficiente auditivo a visão é tudo. Por isso, cuidado com suas 
expressões faciais, gestos e com sua comunicação corporal, pois ele as 
percebe facilmente e as traduz em impressões de sentimentos (ex.: 
sinceridade, insatisfação, impaciência, surpresa...) com base no que você 
está transmitindo, mesmo que inconscientemente. 
 
- Uma pessoa com deficiência auditiva pode eventualmente falar, apesar 
dessa deficiência. Contudo, tem dificuldade em controlar o volume da voz 
e de pronunciar as palavras de forma sempre inteligível, já que não ouve 
o som da própria voz. Se você não entender o que ele disse peça, de 
forma calma e educada, que repita. Se perseverar a dificuldade do 
entendimento, exponha sua dúvida e solicite que ela escreva seu 
comentário para que você possa contemplá-lo e respondê-lo. 
 
O deficiente auditivo e a pessoa que sofreu um AVC (Acidente Vascular 
Cerebral, ou “derrame”), com comprometimento da capacidade de 
comunicação (no caso do AVC, eventualmente, provisória), além da 
dificuldade de comunicação verbal, normalmente falam bem lentamente. 
Se você demonstrar impaciência a dificuldade dele se agravará, pois sua 
ansiedade vai fazer a dele piorar ainda mais. Seja paciente e deixe a 
pessoa falar como consegue. Não a interrompa tentando adivinhar o que 
quer dizer. Isso, além de ineficaz, é deselegante. 
 
Atendimento ao cliente surdocego 
 
Há quem agregue duas deficiências importantes: surdez e cegueira; é a 
surdocegueira. Mesmo havendo essa limitação de comunicação e de 
contato com o mundo exterior não há, obrigatoriamente, 
comprometimento da capacidade cognitiva do surdocego. 
A comunicação com esse cliente é feita, normalmente, através de 
acompanhantes especializados, da comunicação em Brille ou da leitura 
labial pelo tato. Não estranhe se o cliente surdocego levar a mão dele até 
66 
 
seu rosto para achar seus lábios: ele só está tentando estabelecer um 
canal de comunicação. 
 
Uma forma de comunicação também utilizada com esse cliente é escrever 
na palma da mão dele, em letras maiúsculas, usando seu dedo indicador, 
para desenhar, letra a letra, o que se deseja transmitir. 
 
Atendimento ao cliente com deficiência física ou motora 
 
Quer seja uma limitação de origem física ou mesmo uma limitação de 
mobilidade fruto da idade ou de acidente recente (perna quebrada, p. ex.), 
a locomoção desse tipo de cliente depende normalmente do apoio de uma 
pessoa, bengala, prótese, andador ou cadeira de rodas. 
 
Ao atendê-lo nunca se apoie ou toque no elemento de locomoção dele. 
 
Parece absurdo, mas acontece. Esses elementos, com o tempo, assumem a 
importância de uma extensão da pessoa; apoiar-se neles ou manuseá-los 
sem a autorização do seu detentor é no mínimo grosseiro. 
 
Ao conduzir esse cliente na visita a um imóvel, caso ele não esteja 
acompanhado, ofereça seu braço para que ele se apoie durante a visita. Se 
ele não aceitar respeite, mas procure andar ao lado ou próximo dele, sem 
parecer sua sombra e sem contato físico, pois se usam uma bengala ou 
outro elemento de apoio à locomoção é porque teme se desequilibrar e 
cair. Se for descer uma escada ou rampa com esse cliente fique logo à sua 
frente, assim, se ele perder o equilíbrio, poderá se apoiar em você. 
 
Quando tratamos especificamente de um cadeirante, a maioria prefere 
movimentar-se sozinha. Se você perceber que há alguma situação em que 
ele está tendo dificuldade ofereça sua ajuda. Se ele a aceitar, pergunte 
como você pode ajudá-lo, pois ele conhece suas limitações e da sua 
cadeira e, assim, só ele pode indicar a melhor maneira para a situação. 
 
Caso peça que conduza sua cadeira de rodas durante a visita tome 
cuidado para não bater em nada e faça a locomoção com movimentos 
lentos para que a cadeira não vire. 
 
Para subir rampas conduzindo a cadeira do cliente peça que se apoie nas 
costas dela e suba conduzindo-a de frente para a rampa (não suba de 
costas, puxando-a). Para descer, peça que o cliente se apoie nas costas da 
cadeira, levante levemente as rodas da frente no sentido da descida, 
tirando-as do contato com o chão e desça lentamente, segurando com 
firmeza suas alças. 
 
Para todos os casos com restrições locomotivas o importante é lembrar 
que o ritmo da locomoção é ditado pelo cliente e não pelo corretor. 
 
 
67 
 
Atendimento a clientes idosos 
 
Eles, seguidas as dicas aqui apresentadas, estarão bem atendidos, já que 
a idade compromete a visão, a audição, a locomoção e assim por diante. 
Lembre-se que o idoso tem seu ritmo próprio para falar e para se 
locomover. Não o trate como criança, ele não é. Trate-o com respeito, 
paciência e carinho; ele é você amanhã. Como você pretende ser tratado? 
 
 
ATERRAMENTO 
 
Técnica usada, através da ligação da parte elétrica do imóvel a uma barra 
de cobre enterrada no solo, para transferir descargas elétricas para ele, 
protegendo as pessoas (durante o banho num chuveiro elétrico, p. ex.) e os 
equipamentos do imóvel contra essas descargas (raios, sobrecargas...). 
 
 
ATERRO SANITÁRIO 
 
Área licenciada, por órgãos ambientais, destinada ao depósito final, de 
forma planejada, de resíduos domésticos, comerciais, de serviços de saúde 
e da indústria. Nele o lixo é compactado e coberto por terra, formando 
diversas camadas. Toda decomposição de lixo produz gases (metano, 
carbônico e outros) que poluem e intensificam o aquecimento global. O 
aterro sanitário reduz essa poluição, a emissão de gases de efeito estufa, 
evita odores desagradáveis, gera energia e créditos de carbono.Fundamentação: Lei nº 16.050/14 (plano diretor de São Paulo) e Lei nº 12.305/2010. 
 
 
ÁTICO 
 
Parte superior de uma edificação destinada a abrigar a casa de máquinas 
dos elevadores e as caixas d’água. É também o último andar de uma 
edificação em estilo ateniense para ornar ou dissimular o telhado. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Fundamentação: Lei nº 11.228/92 (Código de Obras e Edificações do Município de SP) 
68 
 
ATO VOLITIVO 
 
Volitivo tem origem no latim volo (quero, em português). Por isso, um ato 
volitivo é aquele que depende unicamente do querer, da vontade, das 
partes e não meramente de aspectos jurídicos. 
 
 
ÁTRIO ou ADRO 
 
Pátio central de casas e área de entrada de edificações de maior porte. É 
também a área de distribuição de circulação, como nos shoppings e a área 
externa, descoberta, contígua às igrejas. Nas mais antigas era a área onde 
eram enterrados os moradores da localidade. 
 
 
 Imagem: www.pixabay.com Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ou COMERCIAL 
 
É o uso da tecnologia para automatizar tarefas que normalmente ficariam 
a cargo de uma pessoa. Permite controlar, de forma presencial ou remota, 
a abertura de portas, portões, visualizar ambientes internos e externos via 
câmeras, controlar a iluminação dos ambientes, ativar o aquecimento da 
piscina, controlar sistemas de áudio e vídeo, acionar o funcionamento do 
ar condicionado, das persianas, da banheira, os sistemas de aquecimento, 
a irrigação do jardim e assim por diante. O corretor deve conhecer esses 
sistemas, pois numa avaliação esses elementos agregam valor ao imóvel. 
 
 
AUTORIZAÇÃO DE VENDA 
 
Essa autorização nada mais é, à luz da Lei, do que um Contrato de 
Intermediação. É ela inclusive que garante a remuneração do corretor 
frente à conclusão da negociação. 
 
A remuneração, contudo, só é devida se atingido o resultado previsto no 
contrato de mediação - entenda-se com a escritura concretizando o 
negócio – ou, caso ele não se concretize por haver arrependimento de uma 
das partes. Há também o direito à comissão quando há a intermediação 
autorizada por escrito e concomitante prova da aproximação entre as 
69 
 
partes, mesmo que e o negócio se realize sem a sua mediação, salvo 
comprovada sua inércia ou ociosidade na negociação. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 722 a 729. 
 
 
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS 
 
Avaliar um imóvel é estabelecer o valor que viabilize, de forma justa, sua 
comercialização em determinado momento mercado. 
 
A avaliação deve se pautar unicamente por fatores racionais, técnicos: 
localização, andar (para apartamentos), custo do m² dos terrenos do 
entorno, custo do m² praticado pela construção civil para o padrão do 
imóvel, o valor das transações realizadas com similares e outros tantos. 
 
Infelizmente, e não raramente, o valor da avaliação sofre influência de 
fatores emocionais do vendedor, dificultando a venda. Ex.: quem reforma o 
imóvel o faz para si, norteado pelo que aprecia, mas esse gosto pode não 
atender ao do comprador. 
 
Avaliar é tarefa complexa. Num mesmo edifício os valores das unidades 
variam em função, p. ex., do andar (alto, baixo), da conservação (original, 
reformado), da vista (boa, ruim, permanente ou não), do posicionamento 
(frente, fundo), do acabamento (simples, luxo), da insolação, da oferta e da 
demanda. Avaliar fora desse contexto é especular. 
 
Por isso uma avaliação, ou um Parecer Técnico de Avaliação 
Mercadológica (PTAM), judicial ou não, só pode ser elaborada por um 
Perito Avaliador devidamente registrado no Cadastro Nacional de 
Avaliadores Imobiliários (CNAI). Para uma avaliação judicial o Perito 
precisa, inclusive, ser designado por um juiz. 
 
Essas exigências atingem também o corretor. Se não as atender pode 
apresentar, única e exclusivamente (sugiro que sempre de forma verbal, 
para não ser indevidamente usado como uma avaliação, já que não é), um 
parecer com o valor de venda referencial para o momento do mercado. 
 
Composição do Valor de Venda 
 
Uma boa forma de não ter surpresas quanto ao valor de venda na hora da 
negociação é perguntar explicitamente ao vendedor, antes de cadastrar o 
imóvel dele, que valor líquido ele pleiteia “na mão”, ou seja, livre de 
comissão e de margem negocial. 
 
Se esse valor for acima do praticado no mercado, exponha essa realidade, 
apresentando outras unidades à venda no mesmo empreendimento ou 
similares, com as mesmas medidas e características, com valores 
menores. 
70 
 
Se mesmo assim o vendedor não ceder, não litigie: proponha o 
cadastramento pelo valor almejado, mais comissão e, se for o caso, 
margem de manobra, para que se observe a resposta do mercado. Ajustes, 
então, poderão ser feitos com o tempo frente a essa resposta. 
 
Se ele não sabe por quanto vender, componha para ele o valor comercial 
de venda. Acho estratégico considerar sempre, além da nossa comissão, 
uma margem negocial (compradores costumam negociar descontos, ainda 
mais se a compra é a vista). Mas cuidado: o valor com essa margem e com 
a comissão não pode ficar acima do valor divulgado pelos concorrentes. 
 
Cálculo do Valor Venda 
 
Muitos corretores fazem essa conta de forma matematicamente errada. 
 
Exemplo: se o vendedor quer R$ 1.000.000 livres (“na mão”) e forem 
praticados 10% de margem de negociação, temos: 
 
Cálculo errado: R$ 1 milhão + 10% + 6% (comissão) = R$ 1.166.000,00 
Resultado errado: R$ 1.166.000,00 – 10% - 6% = R$ 986.436,00 na mão! 
 
Cálculo correto: R$ 1 milhão / 0,9 / 0,94 = R$ 1.182.033,10 
Resultado correto: R$ 1.182.033,10 – 10% - 6% = R$ 1 milhão na mão. 
 
Bons corretores atualizam-se também quanto aos custos e características 
de acabamentos (revistas especializadas, lojas de materiais de construção, 
de pisos, etc.). Com sua formação e mais esses parâmetros será cada vez 
mais fácil elaborar pareceres/avaliações e transmitir ao proprietário do 
imóvel a segurança necessária para conquistar sua confiança. 
 
O futuro da avaliação de imóveis 
 
A avaliação de imóveis estará, num futuro muito próximo, fora da análise 
e intervenção humana, salvo os casos judiciais que demandem peritagem 
muito específica. Avaliadores (corretores, engenheiros e outros legalmente 
habilitados) já estão sendo substituídos pela inteligência artificial, embora 
ainda de forma incipiente, inicial, pelos portais imobiliários. 
 
Neles os proprietários de imóveis respondem a uma série de perguntas 
sobre seu imóvel (parâmetros para avaliação) e o site opina sobre o valor 
para venda no momento imobiliário da pesquisa, ou quanto custa um 
imóvel com os mesmos parâmetros apresentados (tamanho, localização, 
dormitórios, piscina e assim por diante), seja casa ou apartamento. 
 
A inteligência artificial também vai substituir as imobiliárias e corretores 
em várias das atribuições atuais (avaliações, prospecção de imóveis com 
as mesmas características demandadas, suporte jurídico e assim por 
diante). Sobreviverão somente as imobiliárias e os corretores com pleno 
71 
 
domínio das tecnologias e informações dominantes. Preparem-se: a 
inteligência artificial se aprimora exponencial, rápida e globalmente. 
 
Fundamentação: Resolução-COFECI nº 1.066; ABNT - NBR 14.653, partes 1, 2 e 3; Lei nº 
6.530, Corretagem de Imóveis, art. 3º; Lei 8.078 (Código de Defesa do Consumidor), art. 39. 
 
 
AVERBAÇÃO 
 
Anotação feita na matrícula do imóvel, pelo Cartório de Registro de 
Imóveis, para documentar e tornar pública as alterações ocorridas quanto 
ao proprietário do imóvel (ex.: alterações do nome dele por casamento ou 
por divórcio ou correção do número de um de seus documentos) ou do 
imóvel (indicar o número do contribuinte do imóvel; mudança do nome ou 
do número do endereço do imóvel; construções e demolições; indicar 
penhoras, arrestos, sequestros, indisponibilidades; desmembramento da 
área do imóvel; incluircláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade ou 
incomunicabilidade imposta ao imóvel, etc.). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406 (Código Civil Brasileiro), art. 10, 51, 1.032, 1.057, 1.083, 
1.084. 1.485 e 1.500; Lei nº 13.105 (Código de Processo Civil), art. 799, 828, 844 e 868. 
 
 
AVULSÃO 
 
É a sobreposição de uma porção de terra à outra, arrancada de seu lugar 
de origem em função de força natural violenta. É uma das causas 
previstas pela Lei para aquisição de propriedade por acessão. Ex.: uma 
enxurrada desprende parte do terreno de uma propriedade e conduz essa 
porção de terra para as margens de outra propriedade. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1248 e 1251. 
 
 
AZULEJO -> ver LADRILHO. 
 
 
BAIXO-RELEVO 
 
Trabalho cujas gravações ficam abaixo da superfície do material utilizado. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BALANÇO -> ver ESTRUTURA EM BALANÇO. 
72 
 
BANCADA 
 
Denominação de uma mesa de trabalho e também do tampo onde fica 
instalada a cuba da cozinha ou dos banheiros. 
 
 
BANGALÔ 
 
Com origem no hindi banglã, é a casa no estilo de Bengala, na Índia: uma 
casa pequena, de um andar, e com uma varanda coberta. Na atual 
arquitetura é mais espaçoso e pode apresentar mais de um andar. 
 
 
Imagens: www.pixabay.com 
 
 
BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM 
 
Banheira equipada com sistema de movimentação da água para 
relaxamento e massagem. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BARRACÃO 
 
Abrigo, geralmente de madeira, ou casa muito simples, para guardar 
utensílios ou depositar materiais de construção de um canteiro de obras. 
73 
 
BARRADO 
 
Revestimento de madeira ou gesso, comum nas casas de estilo alemão, 
colocado na parte inferior das paredes. 
 
 
Imagens: Paulo henrique C. J. Mota 
 
 
BARRILETE 
 
Tubulações, ramais, que saem do reservatório de água para alimentar a 
rede hidráulica da edificação pelas colunas de distribuição. Se o registro 
dos barriletes for fechado, todo o abastecimento de água é interrompido. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BARROCO -> ver ESTILO BARROCO. 
 
 
BARROTE ou GRANZEPE 
 
Peça estreita de madeira, chumbada no contrapiso, usada para fixar, 
através de pregos, o piso de tábuas corridas que é apoiado nele. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
74 
 
BATENTE ou MARCO DE PORTA 
 
Perfis laterais rebaixados onde a porta e a janela se encaixam ao fechar. 
 
 
BAY-WINDOW -> ver JANELA. 
 
 
BEIRAL, BEIRADA ou BEIRADO 
 
Parte avançada do telhado, para além da parede externa, que protege a 
edificação da ação das chuvas. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BUILT TO SUIT -> ver CONTRATO BUILT TO SUIT. 
 
 
BEM 
 
Coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de 
direito e que integra um patrimônio. Há várias conceituações atreladas: 
 
Bem De Referência 
 
Bem que serve de modelo comparativo; outro bem do mercado que 
apresente características equivalentes e comparáveis às do bem avaliado. 
 
Bem Gravado 
 
Gravar, em termos jurídicos, é registrar (gravar) na documentação 
imobiliária que determinado imóvel tem uma restrição. 
 
Um bem gravado é aquele que apresenta uma limitação registrada na 
matrícula, ou sobre o qual há uma garantia ou ônus, em razão de 
disposição legal ou da vontade das partes. Ex.: o bem está alienado 
(financiamento), com penhora registrada ou com caução averbada. 
 
75 
 
Bem Intangível 
 
Intangível é tudo o que não se consegue tocar, que não existe 
materialmente como, p.ex., patentes, marcas e softwares. 
 
Bem Tangível 
 
Tangível é tudo o que existe materialmente e que, portanto, pode ser 
avaliado e trocado. Por isso, imóveis, máquinas, equipamentos, matérias-
primas, p. ex., são bens tangíveis. 
 
Fundamentação: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 14653-1; Lei nº 
10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.79 a 103. 
 
 
BEM DE FAMÍLIA -> ver PENHORA 
 
 
BENCHMARK 
 
Do inglês, significa referência. Benchmark é o processo de observação das 
melhores práticas do mercado – as referências – para, a partir delas, 
buscar melhorias para a obtenção de resultados operacionais, 
administrativos e financeiros ainda melhores. 
 
 
BENEFÍCIO DE ORDEM 
 
É o direito que o fiador de uma locação tem, ao ser acionado para pagar 
uma dívida do locador para com o imóvel locado, de exigir que sejam 
executados, primeiro, os bens do locador, o devedor. Para tanto o fiador 
tem de nomear bens do locador, livres e desembargados, que estejam no 
mesmo município e que sejam suficientes para solver o débito. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 827, 835, 837 e 838. 
 
 
BENFEITORIA 
 
Obra realizada num imóvel ou condomínio destinada à sua conservação 
ou melhoria. A benfeitoria pode ser de três tipos: 
 
Benfeitoria necessária 
 
Para conservar o imóvel ou para evitar sua deterioração. Ex.: a reforma do 
telhado, a substituição do sistema elétrico ou hidráulico danificado. 
 
 
 
 
76 
 
Benfeitoria útil 
 
A que torna o imóvel mais confortável, seguro ou valorizado. Ex.: construir 
mais uma vaga de garagem ou cobrir as vagas descobertas, instalar grade 
protetora nas janelas e o fechamento de uma varanda. 
 
Benfeitoria voluptuária 
 
Aquela feita com o objetivo de embelezamento do imóvel ou para maior 
lazer dos moradores. Ex.: a construção de uma piscina ou mesmo um 
novo projeto paisagístico com gazebo e um belo lago artificial. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 96 e 97. 
 
 
BETUME -> ver PICHE. 
 
 
BISOTADO 
 
Bisotado vem do francês biseauter que, em português, significa bisel (corte 
enviesado na aresta de uma peça). Essa técnica é mais utilizada em vidros 
e espelhos para melhor acabamento. 
 
O mesmo que chanfradura. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
 
 
 
77 
 
BLOCO 
 
Na nossa área bloco tem vários significados: pode ser cada um dos 
edifícios que compõe um condomínio, ou cada divisão de um mesmo 
prédio, com acesso e elevadores distintos para cada final de apartamento 
e, também, o material semelhante ao tijolo, com a mesma utilidade, mas 
com maior volume e peso. Os mais comuns são os de argila, concreto e de 
vidro (veda e ajuda a iluminar o ambiente). 
 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BOA-FÉ 
 
Norma de conduta, não definida em lei, que norteia o comportamento 
humano com base em princípios socialmente honestos, corretos e morais. 
 
Fundamentação: mais do que uma Lei, é um princípio, mas tem previsão legal na Lei nº 
10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.113. 
 
 
BOCEL 
 
É a parte do piso que sobressai, se projeta, nos degraus das escadas, além 
da face do espelho, formando um dente, normalmente de 2 centímetros. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
78 
 
BOILER -> ver AQUECIMENTO CENTRAL DE ÁGUA. 
 
 
BOLEADO 
 
Acabamento abaulado, arredondado, feito na borda de pias, bancadas e 
degraus, comum no mármore e no granito. Pode ser simples, duplo ou 
triplo. O boleio de 180 graus é chamado de meia-cana. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BOLSÃO RESIDENCIAL 
 
A Lei municipal, em São Paulo, define bolsão como “uma área 
reurbanizada de forma a estabelecer-se uma hierarquização de suas vias 
de circulação, destinando-as preferencialmente ao trânsito local, respeitado 
o determinado no Plano Diretor do Município de São Paulo e assegurada a 
plena utilização, do sistema viário principal e secundário e da rede 
estrutural de transportes definidos em lei”. 
 
É uma área de moradia com convenção própria, aprovada por pelo menos 
50% de seus moradores, quanto ao seu uso e ocupação e com poderes 
para impedir o desdobramento dos lotes dela ou a implantação de 
comércio, pensões, clubes nela, para implantar redutores de velocidade, 
bloqueio ao trânsito de veículos, desde que sejam obedecidas as normas 
técnicas de planejamento viário e de trânsito e de que seja assegurada a 
livre circulaçãode veículos e pedestres no interior do perímetro definido, 
ficando vedada a instalação de portões, correntes, cercas, ou qualquer 
outro dispositivo que impeça o livre acesso dos munícipes ao bolsão. 
 
Fundamentação: Lei Municipal nº 11.322, de São Paulo, art. 1º, § único. 
 
 
BOQUETA -> ver PASSA-PRATOS. 
 
 
BORDA INFINITA -> ver PISCINA COM BORDA INFINITA. 
79 
 
BOULEVARD 
 
Palavra francesa (avenida, em português) que designa toda via larga de 
trânsito, com várias pistas de tráfego em cada sentido, projetada com foco 
viário e também paisagístico, diferenciando-se de uma mera avenida. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com.br 
 
No Brasil as avenidas com características de boulevard estão nas cidades 
com influência do Art Nouveau, como observado em São Paulo (avenidas 
Rio Branco, São João, Ipiranga, São Luís, Duque de Caxias, Paulista), no 
Rio de Janeiro (Boulevard 28 de Setembro), em Belém (Boulevard 
Castilhos França) e em Manaus (Boulevard Álvaro Maia), dentre outras. 
 
 
BOW-WINDOW -> ver JANELA. 
 
 
BRISE 
 
Forma abreviada do francês brise-soleil (brisa-sol), é um quebra-sol, 
normalmente de treliça, de diversos materiais, fixo ou móvel, instalado em 
fachadas para atenuar a ação direta do sol sem comprometer a ventilação. 
 
 
80 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
BRITA ou BRITA CORRIDA 
 
Pedra fragmentada, de várias dimensões, muito usada na concretagem. 
 
 
CABOCHÃO -> ver TOSETO. 
 
 
CADASTRO DE IMÓVEIS TOMBADOS (CIT) 
 
Todo imóvel está sujeito à legislação de preservação e, assim, a ser 
tombamento. Por isso, antes da assinatura da compra de um imóvel é 
essencial pesquisar se ele está tombado ou em processo de. Essa pesquisa 
deve ser feita no âmbito municipal, estadual e federal (IPHAN). 
 
No município de São Paulo pode-se fazer a consulta, sem ir à 
subprefeitura do bairro, através do Cadastro de Imóveis Tombados. É só 
entrar num site de busca e escrever Cadastro de Imóveis Tombados que o 
link aparecerá. 
 
Fundamentação: Lei 10.247/68; Constituição Federal/1988, art. 216. 
 
 
CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS (CPF) 
 
O CPF é o registro que identifica cada pessoa na Receita Federal do Brasil. 
 
Ele é utilizado para a Declaração Anual de Imposto de Renda, pelos 
bancos, órgãos do governo e empresas para pesquisar se uma pessoa está 
regular junto ao mercado e à Receita Federal ou se há apontamentos que 
a envolvem, restringindo seu crédito. Para a pessoa jurídica é emitido o 
Cadastro Nacional De Pessoas Jurídicas (CNPJ). 
 
 
81 
 
Onde Tirar o CPF 
 
Pode ser tirado independentemente de idade (pode-se tirar até de um 
recém-nascido) ou de nacionalidade. Basta ir a uma agência do Banco do 
Brasil, Caixa Econômica Federal ou dos Correios, pagar a taxa de emissão 
e apresentar a documentação necessária: para menores de 16 anos, sua 
carteira de identidade ou certidão de nascimento; entre 16 e 18 anos, a 
carteira de identidade; maiores de 18, a identidade e o Título de Eleitor. 
Hoje também pode ser tirado pela internet através do site da Receita 
Federal, desde que a pessoa já tenha Título de Eleitor. 
 
Quem Pode Tirar o CPF 
 
 Menores de 16 anos: tem de ser solicitado pelos pais, tutores, 
curadores ou guardiões do menor. 
 
 Maiores de 16 anos: pode ser solicitado pela própria pessoa física ou 
seu representante legal. 
 
 Incapaz ou interditado: através de seu tutor ou curador. 
 
 Pessoa falecida com bens a inventariar: o inventariante, o cônjuge, o 
ex-convivente ou o sucessor (herdeiro ou legatário). 
 
 Brasileiro residente no exterior: através do consulado brasileiro do país 
em que esteja residindo. 
 
Quem é Obrigado a Tirar o CPF 
 
 Pessoas sujeitas à apresentação da Declaração de Ajuste Anual do 
Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF). 
 
 Inventariantes, cônjuges ou conviventes, sucessores (herdeiro ou 
legatário) ou representantes do falecido que tenham a obrigação de 
apresentar a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da 
Pessoa Física (DIRPF) em nome do espólio ou do contribuinte falecido. 
 
 Pessoas cujos rendimentos estejam sujeitos à retenção do imposto de 
renda na fonte, ou que estejam obrigadas ao pagamento desse imposto. 
 
 Os profissionais liberais. 
 
 Locadoras de bens imóveis. 
 
 Participantes de operações imobiliárias. 
 
 Titulares de contas bancárias, de contas de poupança ou de aplicações 
financeiras. 
 
82 
 
 Quem opera em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e 
assemelhadas. 
 
 Inscritos como contribuintes individuais ou requerentes de benefícios 
de qualquer espécie junto ao Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS). 
 
 Pessoas com mais de dezoito anos que constem como dependentes em 
Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda e Pessoa Física; 
 
 Residentes no exterior que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos 
a registro público, inclusive imóveis, veículos, embarcações, aeronaves, 
participações societárias, contas-correntes bancárias, aplicações no 
mercado financeiro e aplicações no mercado de capitais. 
 
Dicas Sobre o CPF 
 
Ele é composto por nove dígitos. Os dois finais, separados por um hífen, 
servem exclusivamente para verificar se o número está corretamente 
digitado, caso contrário, será gerada a informação “CPF Inválido”. 
 
Você sabia que o nono dígito serve para identificar o Estado onde foi 
emitido? 
 
 
 
 
 
O CPF não vale como documento de identidade, por não ter foto e 
assinatura do portador. Assim, deve ser apresentado em conjunto com o 
RG, RNE, CNH ou documento funcional de carreira (OAB, CRM, CRECI, 
etc.). 
 
6 9 5 . 3 1 3 . 2 7 8 - 4 9
Estado emissor
Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
Ceará, Maranhão e Piauí.
Bahia e Sergipe.
Minas Gerais.
Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
5
6
7
4
São Paulo.
Paraná e Santa Catarina.
8
9
2
3
Estado Emissor
Rio Grande do Sul (RS)
Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
9º dígito
0
1
83 
 
CADUCAR ou CADUCIDADE 
 
Do latim cadere (cair) é a perda de um direito por término do prazo de 
validade. 
 
 
CAIAR 
 
Pintar com cal (óxido de cálcio) diluída em água, dando uma cor branca à 
área pintada. Cal é um substantivo feminino. Assim, é a cal e não o cal. 
 
 
CAIBROS 
 
Peças de madeira que, junto com as ripas, fazem a sustentação direta do 
telhado convencional. As ripas (imagem na outra página) ficam sobre os 
caibros que, por sua vez, ficam sobre as terças. 
 
 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
84 
 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
 
CAIXA DE FOGO -> ver CÂMARA DE COMBUSTÃO. 
 
 
CAIXA DE GORDURA e CAIXA DE INSPEÇÃO 
 
Ambas são componentes do sistema de esgoto de uma edificação e tem a 
finalidade de permitir a limpeza e desentupimento dos canos. Tudo o que 
sai dos encanamentos passa por elas antes de ser lançado no sistema 
coletor de água e esgoto da rua. Contudo, elas têm funções diferentes: 
 
A caixa de gordura: é um reservatório para retenção e retirada da gordura 
vinda da pia a da máquina de lavar louças. A gordura quando esfria vira 
um bloco sólido que se fixaria nos canos, entupindo-os, se ela não 
existisse. 
 
A caixa de inspeção: é o reservatório para a retenção dos escoamentos 
dos banheiros e da área de serviço (praticamente sem gordura). É a partir 
dela que se faz qualquer manutenção da rede. 
 
 
CAIXA DE PASSAGEM 
 
Caixa destinada a passar, emendar e/ou terminar as linhas de rede, 
sejam de dados, de elétrica, de esgoto, de telefone e outras, facilitando a 
instalação e a manutenção delas. 
 
 
 
 
 
85 
 
CAIXILHO 
 
Armação (esquadria) onde são encaixados e sustentados os vidros das 
janelas e portas. Seu conjunto é a caixilharia. 
 
 
CAL -> ver CAIAR. 
 
 
CALAFETAR 
 
Vedar pequenas trincas ou fendas, surgidas durante a obra aplicando pó 
de serragem fina com, p. ex., cola, resina, verniz ou poliuretano. 
 
 
CALCETARExecutar o assentamento de pedras, comum nas calçadas, sobre uma 
base de cimento e areia. 
 
 
CÁLCULO DE ÁREAS PLANAS 
 
Não é raro lermos uma matrícula cujas dimensões de cada face do terreno 
estejam devidamente indicadas sem, contudo, apresentar a totalização da 
área em metros quadrados. Como saber se a área de terreno que consta 
na prefeitura está condizente com a da matrícula? Calculando-a para, 
então, compará-la. Por isso, saber calcular essas áreas é útil. Alguns 
exemplos (as variações e fórmulas são muitas; pesquise na internet): 
 
 
Área de um Quadrado 
 
Área = lado horizontal x lado vertical, ou, Área = lado². Ex.: 
 
Área do Quadrado = 20 m x 20 m = 400 m², ou, Área = 20² = 400 m². 
 
 
 
 
 
 
86 
 
Área de um Retângulo 
 
Área = base x altura. Ex.: área do retângulo = 40 m x 20 m = 800 m². 
 
 
 
 
Área de um Triângulo 
 
Um triângulo pode ser de três tipos: equilátero, isósceles e escaleno. 
Fórmula = (base * altura)/2. Exemplo do equilátero (três lados iguais). 
 
 
Se a base tem com 80 m e a altura de 60 m: (80*60)/2 = 2.400 m². Caso 
não se saiba a altura deve ser calculada através do Teorema de Pitágoras. 
 
 
Área de um Trapézio 
 
 
 
Ex.: suponhamos que a base maior tenha 100 metros, a menor 50 metros 
e a altura 90 metros. Com esses parâmetros obteríamos a seguinte área: 
 
 
 
 
base maior + base menor
2
Área do Trapézio = x altura
100 m + 50 m
2
Área do Trapézio = x 90 m = 6750,00 m²
87 
 
CÁLCULO ESTRUTURAL 
 
Cálculo que analisa e define a dimensão e a capacidade de sustentação de 
uma estrutura necessária para suportar a demanda de cada construção. 
 
 
CALEFAÇÃO 
 
Sistema de aquecimento para interiores. Normalmente radiadores, 
comuns em cidades frias, que propagam o calor em cada ambiente. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CALHA 
 
Duto, fixado junto ao beiral do telhado, para captação e escoamento das 
águas das chuvas. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
88 
 
CÂMARA DE COMBUSTÃO 
 
Local da lareira onde o fogo é aceso e que projeta o calor para o ambiente. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CÂMARA DE FUMAÇA ou CÂMARA DE FUMO 
 
Parte da lareira que serve de transição entre a caixa de fogo e a chaminé, 
conduzindo a fumaça. 
 
 
CANTEIRO DE OBRAS 
 
Local da obra onde são realizados os serviços de preparação da 
argamassa, dobragem de ferro, armazenamento de materiais e também 
onde fica o alojamento dos operários responsáveis pela execução da obra. 
 
 
CAPITAL 
 
Do latim capitālis, deriva de caput, cabeça (parte principal), em português. 
Daí o capital também ser chamado de principal ou valor principal. 
 
Tem vários sentidos: no cristianismo os sete pecados capitais são os 
principais pecados, responsáveis pelos demais: luxúria, gula, preguiça, 
avareza, ira, inveja e vaidade; na legislação, a pena capital é a principal 
pena que alguém pode sofrer: pena de morte; num Estado ou País, capital 
é a principal cidade, que o representa; em economia, é todo bem com 
capacidade de produzir outros bens ou serviços, o total de dinheiro que 
uma pessoa dispõe e, também, a quantia de dinheiro sobre a qual recaem 
os juros num financiamento, ou seja, sobre o valor original emprestado 
(cabeça do empréstimo). 
89 
 
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS 
 
Acréscimo dos juros cobrados ao capital inicial e ao saldo devedor, o 
chamado juro sobre juro ou juro composto. 
 
 
CAPITEL -> ver COLUNA. 
 
 
CAPTAÇÃO DE IMÓVEIS 
 
A palavra captar vem do latim CAPTUS, particípio passado de CAPERE, 
que significa agarrar, pegar, tomar posse. 
 
Captar é agir para identificar e, assim, ter em seu cadastro, os imóveis 
disponíveis para negociação em número suficiente para atender uma 
carteira de compradores; além de ser a melhor maneira de conquistar 
novos compradores, ciclicamente. Com a internet irreversivelmente em 
nossas vidas, e como a maioria dos negócios nasce através dela, ter boas 
captações e expô-las com fotos e textos de qualidade é passaporte para 
um bom horizonte de vendas. 
 
Como captar imóveis 
 
De duas formas: uma é a chamada “on page”, ou seja, utilizando as 
páginas da internet, e a outra é a “off page”, fora da internet. 
 
1. On Page 
 
Comprando fichas de imóveis disponíveis no mercado, captadas por 
empresas especializadas nesse tipo de trabalho. Há várias dessas 
empresas: basta entrar num site de busca e digitar “fichas de imóveis”. 
 
Outra forma de captação “on page” é contratar sites especializados em 
localizar pessoas pois servem, no nosso caso, para buscar os proprietários 
dos imóveis que nos interessam. Há várias empresas especializadas para 
tal (www.previnity.com.br; www.fenyx.com.br e www.zipcode.com.br, por 
exemplo). Como empresas abrem e fecham, procure as que estiverem 
ativas e com boa referência de mercado na ocasião. Essas empresas têm 
serviços proporcionais ao tamanho do bolso de cada um. Por isso, 
pesquise para não pagar mais do que sua demanda. 
 
Essas empresas são úteis para quando você passa por uma rua e vê uma 
placa de venda, p. ex., num imóvel que você tem no seu cadastro ou para 
um imóvel que, mesmo sem placa, você soube que está à venda. 
 
Na maioria desses sites basta informar o CEP do logradouro e o número 
do imóvel para ter acesso às pessoas ligadas direta ou indiretamente a 
esse imóvel e a seus telefones. Alguns permitem, ainda, que se indique e 
90 
 
localize uma casa específica num condomínio ou um apartamento 
específico num prédio ou condomínio vertical. 
 
É possível fazer captações “on page” também através da navegação em 
portais especializados (ZAP, ImovelWeb, 123i, vivareal, etc.). Preste 
atenção: há uma clara distinção dos anúncios feitos pelas empresas 
daqueles feitos pelos próprios proprietários dos imóveis anunciados. 
Identificado que o anúncio é do proprietário remeta um e-mail para ele (a 
maioria apresenta e-mail para contato) e ofereça uma parceria. Exemplo 
de como abordar e sugeri-la: 
 
“Prezado Senhor. 
 
Vi a divulgação de seu imóvel e me interesso por ele. Sou profissional do 
mercado imobiliário e atuo na região onde seu imóvel está à venda. 
 
Detenho uma carteira de clientes com perfil adequado ao seu imóvel, 
havendo nela alguns que possam se interessar por ele. 
 
Por isso gostaria de divulgá-lo junto aos meus clientes bastando, para tal, 
que me autorize a fazê-lo. 
 
Se essa oportunidade de ampliar o leque de venda de seu imóvel lhe 
interessa, por favor, entre em contato comigo através do e-mail ou do 
telefone abaixo. Atenciosamente, 
 
Paulo Mota. 
Creci 50.770” 
 
Outra boa fonte é navegar nos sites dos principais concorrentes. Ao fazê-lo 
fique atento à numeração mais alta das referências: os números mais 
altos são de captações recentes, novas no mercado, os baixos de captações 
mais antigas (há mais tempo no mercado). 
 
Navegue também em cada referência do congênere que lhe interessa e veja 
suas fotos. Analise se elas permitem a identificação da rua, do prédio ou 
de outro detalhe que o conduza ao imóvel para captá-lo. 
 
Como se não bastasse, a maioria dos sites hoje traz o mapa com a 
localização do imóvel. Aproxime-o o máximo possível e identifique a rua 
em que está. Conseguiu? Então sequer precisará ir lá pessoalmente: entre 
no Google, depois no Google Maps, digite o nome da rua e “ande” por ela 
através do Street View. Mais fácil do que se imagina. 
 
As redes sociais também são cada vez mais utilizadas para captações: 
divulgue sua atuação no mercado imobiliário junto aos seus amigos e 
contatos e deixe claro que você tem expertise na venda e compra de 
imóveis. O resultado tem crescido com o decorrer do tempo. 
 
91 
 
2. Off Page 
 
Fora da internet também se capta. As formas também são diversas e 
seguem sempre a mesma lógica: manter contato com quem esteja 
vendendo ou comprando imóveis ou que possa indicar alguém com 
intenção de vender ou comprar ou mesmo ambas as coisas. 
 
Contate também os amigos, vizinhos, porteiros, síndicosconhecidos, 
guardas de rua, fique atento à visualização de um caminhão de mudança 
em frente a um imóvel de sua região e assim por diante. 
 
Quando atuava como corretor, já liguei para todos os apartamentos de um 
prédio me identificando e informando que tinha um cliente interessado 
nele, mas que não tinha nenhuma unidade disponível para venda em 
nosso cadastro, razão pela qual agradeceria a gentileza de me informar se 
negociaria seu imóvel ou se sabia de alguém que tivesse a intenção de 
fazê-lo. 
 
Finalmente, ande a pé pelas ruas de usa área de atuação. Além de fazer 
bem à saúde, permite que você observe se há imóveis desocupados (vazios, 
sem cortinas, etc...). De carro essa observação é mais difícil. 
 
Captando o imóvel junto a seus vendedores 
 
Já recebi propostas e na hora de tratá-las descobri que o valor de venda 
registrado na ficha era, na verdade, o valor que o vendedor deseja nas 
mãos, livre de comissão e de margem de negociação. 
 
Outras vieram dentro dos parâmetros negociais e por isso evoluíram para 
a minuta quando, então, se descobre que o imóvel está em inventário e 
que envolve menores, ou seja, a venda exigirá que o comprador não tenha 
pressa para a aquisição e o corretor tem de torcer para que ele não se 
encante por outro imóvel no decorrer do tempo. 
 
Por isso, sem dúvida, o sucesso na venda de um imóvel começa com a 
qualidade de sua captação, das informações decorrentes dela. 
 
A conversa do corretor com os vendedores é tão importante quanto a 
entrevista (anamnese) que o médico faz com o paciente para ter o máximo 
de informações relevantes para um diagnóstico correto. 
 
Após conhecer o imóvel, é essencial que o corretor colha dos vendedores o 
maior número possível de informações, de forma objetiva, para não ser 
cansativo. 
 
Algumas perguntas essenciais na captação: 
 
 “Há quanto tempo e por que razões o senhor está vendendo o imóvel”? 
 
92 
 
 “Que valor de venda almeja, livres de comissão e de margem de 
negociação”? 
 
 “O senhor contemplaria outro imóvel, de menor valor, como parte 
integrante do pagamento/permuta”? 
 
Resposta positiva: “Que tipo de imóvel, até que valor e em que 
localidades/bairros: pode ser na praia ou em outro município”? 
 
 “Qual a premência da venda (mudança para o exterior, liquidez...)”? 
 
 “Em quanto tempo, frente à venda, o senhor entrega o imóvel livre de 
coisas e pessoas? O senhor tem outro imóvel para habitar frente à 
venda deste”? 
 
 “O imóvel está em nome de quem? Está quitado ou há saldo de 
financiamento”? 
 
 “A documentação está em perfeita ordem jurídica ou há alguma 
pendência para concretização da venda (inventário em andamento, por 
exemplo; se sim, perguntar se há menores envolvidos)”? 
 
Resposta positiva: - “Que bom. O senhor pode nos fornecer uma cópia 
da matrícula do imóvel (ou seu número e cartório)”? 
 
Resposta negativa: “Qual a pendência e em que fase resolutiva está”? 
 
 “Qual a idade das instalações hidráulicas e elétricas, da reforma, se 
houve, e que abrangência teve”? 
 
 “O senhor tem outros imóveis à venda?” 
 
A forma de fazer as perguntas é muito importante e deve seguir a lógica já 
apresentada em ATENDIMENTO A CLIENTES. 
 
O importante é não interromper a resposta dos vendedores. Anote as 
dúvidas que apareçam e pergunte ao final. 
 
Pode parecer absurda a analogia que vou fazer, mas o cliente deve ser 
ouvido também com os olhos. O corpo do cliente fala, para quem sabe 
prestar atenção e interpretar essa fala. 
 
O ideal, para não confiar na memória, é levar sempre consigo uma ficha 
roteiro de captação de imóveis. Exemplo: Frente da Ficha 
 
93 
 
 
 
Verso 
 
 
94 
 
No item 3 acima, no campo “R$ Venda – Pp NM”, anota-se o valor mínimo 
negociável, livre de comissão (NM = na mão), que o proprietário do imóvel 
(Pp) deseja. Já no campo “R$ Venda – Imob.”, à frente, anota-se o valor de 
venda avaliado pela imobiliária para sua comercialização, com a comissão 
e/ou margem de negociação. 
 
Valor de venda 
 
Para os que têm bem claro o valor que almejam, prospecte até que ponto 
esse valor é negociável. A estratégia é descobrir o valor mínimo que 
querem na mão, livre de comissão. 
 
Para os que não têm cabe ao corretor ajudá-los a compô-lo, de forma a 
viabilizar, de forma justa, a venda do imóvel face ao momento do mercado. 
 
Deixe claro que a comissão é de 6% e que o mercado costuma praticar 
uma margem de negociação/manobra. É essencial explorar, além do valor 
mínimo negociável, se eles estão “maduros” para a venda. 
 
Essa composição deveria se pautar unicamente em fatores racionais e 
técnicos. O problema é que o vendedor, não raramente, supervaloriza seu 
imóvel. Quando isso acontece o valor da avaliação sofre influência de 
fatores emocionais do vendedor, dificultando a venda. Ele normalmente 
começa falando da reforma que fez ao comprar o imóvel. Ocorre que quem 
reforma o faz para si, norteado pelo que aprecia e esse gosto pode não 
atender ao do comprador. Deixe isso claro para ele, mas se não houver 
acordo – o imóvel vale R$ 1 milhão e ele diz que não vende por menos de 
R$1,5 milhão – não litigie com ele, simplesmente proponha: 
 
“Vamos divulgar seu imóvel pelo valor que o senhor deseja e acompanhar 
mês-a-mês, o senhor e nós, a resposta do mercado. Se com o tempo não 
tivermos marcações de visitas por parte dos compradores significa que eles 
compararam seu imóvel com outros similares e observaram uma relação 
custo/benefício melhor nos outros. Se isto ocorrer entramos em contato com 
o senhor para revermos a estratégia e valor de venda dele, pode ser assim?” 
 
A resposta, na maioria absoluta das vezes, é positiva. 
 
IMPORTANTE: não se compõe valores por telefone; nunca. Conheça o 
imóvel pessoalmente, sempre. 
 
Autorização de Venda 
 
Feito isso tudo pegue, nessa mesma oportunidade, a “Autorização De 
Venda” e de fotos assinada pelo cliente. Já vi corretores suarem para obter 
a autorização posteriormente porque não estavam com o formulário em 
mãos na primeira visita. Falha GRAVE. 
 
95 
 
Se o cliente questionar a necessidade de assinar a Autorização De Venda 
argumentando que outras imobiliárias fotografaram seu imóvel e o 
divulgaram na internet sem solicitar nenhuma autorização, explique que a 
legislação exige essa autorização: 
 
Decreto - nº 81871/78 
 
Art. 5º Somente poderá anunciar publicamente o Corretor de Imóveis, 
pessoa física ou jurídica, que tiver contrato escrito de mediação ou 
autorização escrita para alienação do imóvel anunciado. 
 
Lei nº 6.530/78 
Art. 20. Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscritos nos órgãos de 
que trata a presente lei é vedado: 
III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja 
autorizado através de documento escrito. 
Se necessário, complemente: sabemos que infelizmente alguns 
concorrentes não o fazem; o que é preocupante, pois se agem assim com 
uma exigência legal básica, simples, como agirão com outras exigências 
legais complexas e importantes como a análise da documentação 
imobiliária e com a elaboração do contrato de venda e compra? Que 
cuidados terão na elaboração de um contrato que seja lícito e seguro para 
os vendedores e compradores? 
 
A linha básica – e verdadeira - é essa. Cada um coloca da forma que for 
mais oportuna frente a cada caso, a cada cliente, a cada situação. 
 
E não se esqueça: tente sempre a exclusividade da venda. Não tenha medo 
de tentar, O “não” você já tem; tente o “sim”. 
 
Como achar o proprietário de um imóvel 
 
Sabe aquela casa desabitada com placa de venda de outra imobiliária? 
Você também quer tê-la em seu cadastro e vendê-la. Mas como saber 
quem é o proprietário para pegar as informações todas e a autorização de 
venda? Há vários caminhos para se tentar. Alguns deles: 
 
 Se for um apartamento pergunte ao zelador/porteiro, do prédio. Se for 
uma casa, ao guarda/segurança da rua. 
 
 Não deu certo? Tente os vizinhos. Se for um prédio liguepara os 
demais apartamentos, identifique-se e diga que você soube que há um 
apartamento à venda e se por acaso é o da pessoa com quem está 
falando. Não é? Pergunte se sabe qual é o apartamento e se tem o 
nome e telefone do seu proprietário. Não sabe? Agradeça. A pessoa diz 
que não está autorizada a fornecer essas informações? Pergunte se 
96 
 
pode, então, deixar seu nome e telefone para que sejam fornecidos a 
quem esteja vendendo. A pessoa não recebe bem essa solicitação? Seja 
gentil, diga que entende, agradeça e parta para outro vizinho. Este 
processo, em específico, tem de ser feito com cautela e sem se tornar 
inconveniente. A experiência lapida essa ação. 
 
 Use os sites de localização de pessoas para descobrir o proprietário 
que deseja. Eles não são gratuitos, mas é uma ferramenta muito útil. 
(ex.: www.fenyx.com.br, www.previnity.com.br e www.procob.com). 
 
 Ligue para seus colegas de mercado e veja se algum sabe quem é e 
componha com ele. 
 
 Fale com seu gerente: alguns sabem os caminhos, via cruzamento de 
informações e de recursos que, combinados, levam ao proprietário do 
imóvel. Esse é um dos diferenciais gerenciais; conhecer esses 
“macetes”. Obviamente não vou apresentá-los aqui, pois se o fizesse 
acabaria com esse diferencial dos gerentes que investiram tempo e 
dinheiro para detê-lo. 
 
 
CARAMANCHÃO -> ver PÉRGOLA. 
 
 
CARPINTEIRO 
 
Profissional essencial à indústria da construção é ele quem confecciona as 
formas em madeira para concretagem e quem faz os escoramentos da obra. 
Atua também na construção e instalação de telhados, portas, janelas, 
decks, escadas, esquadrias e na construção de casas de madeira. Não 
confundir carpinteiro com MARCENEIRO (ver título específico). 
 
 
CARTA DE ADJUDICAÇÂO -> ver ADJUDICAÇÃO. 
 
 
CARTA DE CRÉDITO 
 
Carta-documento emitida por instituição financeira, após análise dos 
documentos e da pesquisa sobre o pretendente ao financiamento, que 
atesta a aceitação da instituição para o crédito solicitado. 
 
Para que o financiamento se concretize o solicitante tem de apresentar o 
compromisso de venda e compra assinado juntamente com a 
documentação do imóvel e do vendedor, preencher os formulários 
pertinentes e entregar tudo à instituição financeira. 
 
Essa carta tem validade pré-definida: normalmente de 30 dias (para que o 
interessado apresente o contrato de venda e compra, a matrícula 
97 
 
atualizada do imóvel, seu número do contribuinte e os documentos 
pessoais dos vendedores e compradores). Pode ser renovada por igual 
período a critério de cada instituição. 
 
 
CARTA DE SENTENÇA 
 
É o instrumento jurídico extraído de um processo judicial com sentença 
transitada em julgado que contêm as principais peças do processo. 
 
Ela se destina à averbação e/ou registro de transferência de bens em 
ações de divórcio com partilha de bens, inventários, arrolamentos, 
adjudicações e arrematações, dentre outros. 
 
 
CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH) 
 
Linha de crédito imobiliário disponível para pessoas físicas e jurídicas 
praticada por grande parte dos bancos privados e com negociação livre 
entre o banco e a pessoa. Cada banco define o valor mínimo e máximo de 
financiamento e a taxa de juros a ser praticada. 
 
Principais características desse tipo de financiamento: juros maiores, 
proibição do uso do FGTS e desvinculação de regras pré-fixadas em lei. O 
imóvel financiado também fica hipotecado como garantia do banco, a 
chamada garantia hipotecária. 
 
 
CARTÓRIO ou TABELIONATO ou SERVIÇO NOTARIAL E REGISTRAL 
 
Cartório vem do latim charta (carta, em português). É que na terra de 
nossos colonizadores cartório era o local onde se guardava as cartas 
(documentos). A Constituição Federal e a Lei Federal nº 8.935/94 
mudaram esse termo para SERVIÇO NOTARIAL E REGISTRAL, mas o 
hábito da antiga denominação permanece. 
 
Os cartórios são órgãos públicos, delegados a particulares, que tem por 
incumbência garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia 
de atos jurídicos tais como: redigir escrituras (exceto dos contratos de 
financiamento bancário, que tem esse poder legal), procurações, 
testamentos, atas notariais, bem como registrar, organizar e autenticar 
documentos, formalizar e legalizar acordos, negócios e dar fé pública a 
todos esses atos. 
 
O titular de um Cartório de Notas e de Protestos é o Notário ou Tabelião. 
Para os demais cartórios a denominação correta do titular é Oficial ou 
Registrador. Bacharel em Direito (os antigos não sofriam essa exigência), 
compete a ele formalizar juridicamente a vontade das partes, intervir nos 
atos e negócios jurídicos garantindo a formatação legal dos mesmos, 
98 
 
redigir os instrumentos adequados a cada ato, conservar os originais, 
expedir cópias fidedignas de seu conteúdo e autenticar fatos. 
 
Dado Histórico 
 
O pai de Leonardo Da Vinci, Piero da Vinci, era notário, e o pai do filósofo 
francês Voltaire, também. 
 
Tipos de cartórios e principais responsabilidades: 
 
 
CARTÓRIO DE NOTAS 
 
Responsável por lavrar escrituras, testamentos, fazer procurações, fazer 
atas notariais, reconhecer firmas e autenticar cópias de documentos. 
 
 
CARTÓRIO DE PROTESTOS DE TÍTULOS 
 
Responsável por lavrar protestos por títulos não pagos (notas 
promissórias, letras de câmbio, cheques...). 
 
 
CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS 
 
É responsabilidade dele cadastrar todos os imóveis de sua circunscrição 
(região), confeccionar a matrícula dos mesmos e fazer os registros e 
averbações necessárias à atualização das matrículas. 
 
Se na geração da matrícula ou nos seus registros e averbações houver um 
erro do cartório que cause grave transtorno ao vendedor ou comprador do 
imóvel eles não poderão processar o cartório; somente o seu tabelião: 
 
“Cartório de Registros Públicos é mera repartição administrativa, ou 
unidade de serviço, não tem personalidade jurídica nem, consequentemente, 
capacidade de ser parte em processo movido em razão de prática de erro 
gravoso de transcrição. A responsabilidade civil por danos causados a 
terceiros cabe ao oficial titular, pessoa física.” - Fundamentação: TJSP – 2ª 
Câmara Cível; Ap. – Rel. Des. Cézar Peluso – j. em 02.02.88 – RT 630/82. 
 
QUEM NÃO REGISTRA NÃO É DONO. 
 
Quem acha que a escritura já é a garantia da transação e que, portanto, 
não há necessidade do registro da compra na matrícula e que, assim, 
economiza essa despesa, está totalmente errado. Um vendedor de má-fé 
pode vender o mesmo imóvel para várias pessoas e gerar uma escritura 
para cada venda. Diferentemente do registro, que tem de ser feito no 
cartório da circunscrição do imóvel negociado, a escritura pode ser feita 
em qualquer Cartório de Notas do Brasil ou consulado brasileiro no 
99 
 
exterior. Pelo Código Civil Brasileiro o legítimo dono do imóvel é aquele 
que primeiro registrar a compra. Os demais compradores (de boa-fé) terão 
de ir atrás do vendedor e o processar, se o acharem e se ele tiver como 
devolver o dinheiro. 
 
As custas cartoriais são estaduais; assim, variam de um estado para outro. 
 
Fundamentação: Código Civil Brasileiro, art.1.245. 
 
 
CARTÓRIO DE REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E DE 
PESSOAS JURÍDICAS 
 
Responsável pelo registro de contratos que tenham como objeto bens 
móveis: contratos de penhor; venda e compra com ou sem reserva de 
domínio; alienação fiduciária de, p. ex., máquinas e equipamentos; 
contratos de locação; de prestação de serviços; cartas de fiança; registro 
de documentos de origem estrangeira com as respectivas traduções e 
registros de contratos sociais de algumas pessoas jurídicas, já que na 
grande maioria dos casos isso deve se dar na Junta Comercial do local. 
 
Fundamentação: Constituição Da República Federativa Do Brasil, art. 236; Lei nº 6.015 – 
Lei de Registros Públicos; Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.245 a 1.247; 
Lei nº 8.935. 
 
 
CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS 
 
Responsávelpor registrar os nascimentos, casamentos, óbitos e averbar 
reconhecimentos de paternidade, adoções, divórcios e retificações (de 
nomes, p. ex.), principalmente. 
 
 
CASA 
 
Do latim casa, significa morada simples, choupana. 
 
Já domus era a morada de pessoas nobres e com poder sobre os demais 
habitantes dela; era seu senhor. 
 
Daí advir derivações como domínio e dominador, que designam alguém 
com poder para impor sua vontade sobre outros (originalmente parentes e 
servos). 
 
Tal como no latim, há mais de um tipo de casa, segundo suas 
características: 
 
 
 
 
100 
 
CASA GEMINADA (atenção: não é germinada, é geminada mesmo) 
 
Indica duas casas unidas por uma parede central comum, a chamada 
parede de meação (na foto, coberta pela imagem do tronco da árvore. A 
entrada da casa da esquerda é pela escadaria ao centro. A da direita é pelo 
gramado dela, no canto inferior direito da foto). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CASA SOBRADO 
 
É toda casa com mais de um piso. 
 
Eventualmente também é chamada de casa assobradada. Embora alguns 
achem que não, é a mesma coisa: é sobrado mesmo. Assim, a casa térrea 
que tem uma suíte em cima não é assobradada: é um sobrado, da mesma 
forma. 
 
A origem do termo é duvidosa: uns dizem ele surgiu a partir dos sobrados 
construídos nas cidades mineiras que, por terem topografia cheia de 
morros, eram erigidos do ponto mais alto do morro para baixo, com o piso 
principal da casa nivelado ao ponto mais alto; para baixo era concluída a 
obra no espaço sobrado (que sobrou, em declive). Outra possibilidade faz 
referência às construções de nossos colonizadores em Portugal. Eram as 
casas com sobrado (sinônimo de soalho ou assoalho), ou seja, com piso 
em madeira e com mais de uma laje. 
 
 
CASA TÉRREA 
 
Casa com um único piso. 
 
101 
 
CASCATA 
 
Queda d´água provocada por desnível no curso dela. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CASH 
 
Substantivo inglês que significa numerário, dinheiro em espécie, em 
português. 
 
Quando um comprador diz que pretende comprar cash está dizendo que 
pretende fazer a compra à vista, sem financiamento, com um fluxo de 
caixa imediato ou de curto prazo. 
 
 
CASO FORTUITO e CASO DE FORÇA MAIOR 
 
Caso fortuito é uma circunstância proveniente de fatores humanos, 
totalmente imprevisíveis e inevitáveis (uma greve não prevista; o devedor 
adoece; p. ex.) que impedem o cumprimento de uma obrigação, de forma 
alheia à vontade da parte obrigada. 
 
Já a força maior remete a um acontecimento relacionado a fatores 
externos, independentes da vontade humana, que impedem o 
cumprimento das obrigações de uma das partes, tais como: furacões, 
terremotos, ação de raios, inundações, revoluções, etc.. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 393. 
 
 
CAUÇÃO -> ver GARANTIAS LOCATÍCIAS, Caução 
 
 
CAVE -> ver ADEGA. 
 
 
102 
 
CELEIRO 
 
Local onde são guardados os cereais, grãos e sementes colhidos. Conheci 
o da foto abaixo, que mais se assemelha a uma casa colonial (com dois 
pisos, aproveitando a topografia do terreno), quando me hospedei no 
bonito e aprazível Hotel Fazenda Dona Carolina (Itatiba, São Paulo), antiga 
fazenda Jaboticabal. Nele era guardado o café lá colhido e ensacado. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CERÂMICA 
 
Do grego keramikos (substância queimada), é o que é feito a partir da 
argila queimada. Ex.: tijolos, telhas, azulejos, pastilhas e porcelanatos. 
 
 
CERCA VIVA ou SEBE VIVA 
 
Vegetação plantada ao redor de uma edificação ou área, servindo de uma 
cerca, por isso viva, servindo como elemento de limitação e fechamento da 
área interna para a externa do terreno do imóvel. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
103 
 
CERTIDÃO 
 
Documento que legitima determinada informação, ato ou documento 
público. Em nossa área são comuns as expedidas pelos cartórios (ex.: 
matrículas de imóveis e certidões de casamento) e fóruns (ex.: certidões 
trabalhistas). As certidões são instrumentos públicos e por isso podem ser 
solicitadas por qualquer pessoa, salvo estejam sob sigilo de justiça. 
 
Fundamentação: Lei nº 6.216, art. 19. 
 
 
CERTIDÃO DE OBJETO E PÉ 
 
Essa certidão apresenta o objeto (causa) do apontamento e em que pé 
(fase processual) ele se encontra no momento de sua solicitação. Ela é 
emitida pelo cartório da vara onde está o processo. Ela é solicitada quando 
uma certidão (civil, federal, trabalhista) vem positiva, ou seja, com 
apontamento de alguma ação, pendência, irregularidade e/ou execução 
que possa comprometer a segurança da transação, mesmo que no futuro. 
 
Fundamentação: Constituição Da República Federativa Do Brasil/1988, Art. 5º, b. 
 
 
CERTIDÃO DE TRIBUTOS IMOBILIÁRIOS -> ver CERTIDÃO NEGATIVA 
DE DÉBITOS MUNICIPAIS. 
 
 
CERTIDÃO DE TUTELA 
 
Também chamada de certidão de incapacidade civil, certidão de 
curatela ou certidão de interdição, atesta se uma pessoa apresenta 
restrições como Interdição Civil, Tutela e Ausência, impedindo-a 
legalmente de efetuar transações comerciais e jurídicas. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 9º, inciso III. 
 
 
CERTIDÃO NEGATIVA 
 
Documento que atesta se há ações civis, criminais, trabalhistas, 
tributárias e outras sobre um imóvel ou pessoa física ou jurídica. 
 
 
CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA 
 
Atesta que uma pessoa, física ou jurídica, tem débitos tributários (por isso 
é positiva), mas que foi feito um acordo e parcelamento da dívida e que 
esta está sendo paga dentro do acordado (por isso com efeito de negativa). 
 
Fundamentação: Lei nº 5.172/1966, art. 151. 
104 
 
CERTIDÃO VINTENÁRIA -> ver DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA. 
 
 
CERTIFICADO DE POTENCIAL CONSTRUTIVO ADICIONAL (CEPAC) 
 
A Lei 10.257/2001 diz explicitamente em seu artigo 28: 
 
“O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá 
ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, 
mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário”. 
 
Essa contrapartida, com as regras e possibilidades definidas pela 
prefeitura de cada município, é o CEPAC; uma outorga onerosa, ou seja, 
um valor pago à prefeitura, por m², para que se possa construir além do 
básico permitido para o zoneamento (mais andares) ou, p. ex., para 
modificar o uso de um terreno ou projeto. Para tanto as construtoras tem 
de adquirir os CEPAC em leilões, no mercado de ações ou por meio de 
corretoras de valores, já que são títulos mobiliários ao portador. 
 
Os recursos auferidos com essa outorga devem ser aplicados para: 
 
I – regularização fundiária; 
 
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; 
 
III – constituição de reserva fundiária; 
 
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; 
 
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; 
 
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; 
 
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de 
interesse ambiental; 
 
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico; 
 
 
Fundamentação: Lei nº 10.257/2001, art. 26, incisos I a VIII, e art. 34. 
 
 
CESSAÇÃO -> ver RESCISÃO CONTRATURAL. 
 
 
 
 
 
 
105 
 
CHAFARIZ, FONTANÁRIO ou FONTE 
 
Construção em alvenaria, em pedra esculpida ou ambas, com uma ou 
mais bicas por onde a água jorra, com função ornamental, bem como para 
manter a humidade do ar e saciar a sede, quando a água é potável. É 
também uma nascente, por onde brota água do solo. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CHALÉ 
 
Do latim calittum (abrigo). Era a cabana simples, típica dos pastores de 
rebanhos dos Alpes Suíços, com telhado de duas águas e com grande 
inclinação, por causa da neve. Essa simplicidade arquitetônica conquistou 
fronteiras e hoje designa as casas de campo ou praia inspiradas nesse 
estilo. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
106 
 
CHANFRAR 
 
Cortar em diagonal,em chanfros (cortado de forma oblíqua, de meia lua), 
os ângulos retos de uma peça, vidro, piso, etc. Esse processo também é 
chamado de chanfradura ou bisotado (ver BISOTADO). 
 
 
CHAPISCAR 
 
É lançar argamassa nas paredes, revestindo-as e preparando-as para o 
acabamento final (massa, pintura, azulejos, etc.). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CHUMBAR 
 
É fixar algo, utilizando-se cimento ou argamassa. 
 
 
CIMALHA ou CORNIJA 
 
Moldura fixada na parte mais alta da parede externa de uma edificação, 
junto aos beirais do telhado, servindo para ocultá-lo. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C.J. Mota 
 
 
107 
 
CINASITA 
 
Argila expandida, em forma de bolinhas, com uma camada externa rígida, 
resistente e impermeável, usada em obras que requeiram redução no peso 
da estrutura e também na jardinagem, no paisagismo. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C.J. Mota 
 
 
CIRCUNSCRIÇÃO 
 
É a área na qual uma autoridade (um fórum ou um cartório, por exemplo) 
tem competência de atuação e exerce sua autoridade. 
 
 
CISTERNA 
 
Reservatório de águas pluviais (da chuva) situado normalmente, mas não 
obrigatoriamente, abaixo de nível do solo. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
 
108 
 
CLAPBOARD SIDING 
 
Revestimento externo de paredes, feito com tábuas sobrepostas de 
madeira, ou placas de vinil, característico do estilo norte-americano. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CLARABOIA 
 
Abertura no teto, normalmente fechada com vidro ou policarbonato, 
destinada a permitir a entrada de luz ou ventilação natural no ambiente. 
Pode ter vários formatos, sendo o circular o mais comum. Solução ideal 
para ambiente sem janelas, como os sótãos. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CLÁSSICO -> ver ESTILO CLÁSSICO. 
 
109 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS IMÓVEIS URBANOS QUANTO AO: 
 
Uso 
 
Os imóveis urbanos se classificam em residenciais, comerciais, 
industriais, institucionais e mistos. 
 
Tipo 
 
Terreno (lote ou gleba), apartamento, casa, escritório (sala ou andar 
corrido), loja, galpão, vaga de garagem, misto, hotéis e motéis, hospitais, 
escolas, cinemas e teatros, clubes recreativos e prédios industriais. 
 
Agrupamento 
 
Loteamento, condomínio de casas, prédio de apartamentos, conjunto 
habitacional (casas, prédios ou mistos), conjunto de salas comerciais, 
prédio comercial, conjunto de prédios comerciais, conjunto de unidades 
comerciais e complexo Industrial. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2 
 
 
CLÁUSULA CONTRATUAL 
 
É cada uma das condições, disposições, que formam o corpo de um 
contrato e que expressam a vontade das partes, observados preceitos 
legalmente aceitos. 
 
 
CLÁUSULA DE IMPENHORABILIDADE 
 
Quando o proprietário de um imóvel o deixa em testamento ou o doa, 
pode legalmente impor essa condição contratual para garantir que o bem 
doado ou deixado em testamento não seja objeto de penhoras para 
garantir o pagamento de dívidas do herdeiro ou donatário, exceto as 
dívidas fiscais do imóvel. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1911. 
 
 
CLÁUSULA DE INALIENABILIDADE 
 
Quando o proprietário de um imóvel o deixa em testamento ou o doa, 
pode legalmente impor essa condição contratual para garantir que o bem 
doado ou deixado em testamento não saia mais do patrimônio da pessoa 
beneficiada tornando-o, assim, inalienável, ou seja, não pode ser vendido, 
permutado, doado, dado em garantia fiduciária ou hipotecária. 
 
110 
 
Essa condição/cláusula pode ser imposta de forma vitalícia ou 
temporária. Sua extinção ou sub-rogação (transferência dessa cláusula 
para outro imóvel) só se dá judicialmente. A cláusula de inalienabilidade 
já trás em si, intrinsicamente, a condição de impenhorabilidade e de 
incomunicabilidade; o contrário não é verdadeiro, ou seja, essas duas 
outras condições não garantem e inalienabilidade. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1911. 
 
 
CLÁUSULA DE INCOMUNICABILIDADE 
 
Essa cláusula é uma restrição imposta pelo testador ou doador para 
impedir que o bem recebido pelo herdeiro, via doação, integre o patrimônio 
do cônjuge do beneficiado, mesmo que esteja casado no regime de 
comunhão universal de bens; essa cláusula exclui o bem da comunhão. 
 
Quem faz tal imposição quer proteger o beneficiado de um eventual 
casamento de interesses (golpe do baú), de pessoa inidônea ou meramente 
de quem não goste. O Código Civil Brasileiro deixa claro que são excluídos 
da comunhão os bens doados ou herdados com a cláusula de 
incomunicabilidade e os adquiridos anteriormente ao casamento no 
regime de comunhão parcial de bens. Contudo, se o beneficiário falecer o 
cônjuge se torna herdeiro, ou seja, vai receber o bem juntamente com os 
demais herdeiros. Assim, essa cláusula é para regime em vida. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1661, 1668 e 1725. 
 
 
CLÁUSULA DE IRRETRATABILIDADE 
 
Cláusula do contrato que estabelece que este, ao ser assinado, não pode 
ser desfeito, que não pode haver a figura do arrependimento do negócio. 
Essa cláusula é base para as arras indenizatórias. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 1.417. 
 
 
CLÁUSULA DE RETROVENDA 
 
Cláusula contratual – com registro obrigatório no Cartório de Registro de 
Imóveis, pois se um terceiro adquirir o imóvel também fica sujeito à 
retrovenda - pela qual se estabelece que o vendedor, no prazo máximo de 
três anos, tem o direito de recomprar o imóvel vendido, por valor corrigido 
mais as despesas que o comprador tenha tido (ITBI, escritura, registro, 
benfeitorias e outras autorizadas pelo vendedor) no tocante ao imóvel. 
 
Assim, a retrovenda torna a venda original nula, reconduzindo os 
contratantes à situação anterior à assinatura do contrato. Tanto que 
111 
 
sequer é necessário novo contrato de venda e compra e nem novo 
pagamento de imposto de ITBI quando o vendedor exerce esse direito. 
 
A retrovenda só se extingue pelo seu exercício, pela decadência do prazo 
(três anos) ou pela destruição do imóvel (ex.: incêndio, desmoronamento). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.505 a 508. 
 
 
CLÁUSULA RESOLUTIVA, RESOLUTÓRIA, RESCISÓRIA ou PACTO 
COMISSÓRIO 
 
É uma das formas de extinção dos contratos. Basta que o contrato tenha 
essa cláusula especificando que ele pode ser desfeito, extinto, se 
determinada obrigação estabelecida nele não for cumprida, seja do 
pagamento, suas parcelas ou outra qualquer. Essa cláusula, uma vez 
expressa no contrato, tem eficácia plena e imediata. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.474 e 475. 
 
 
CLIENTES -> ver ATENDIMENTO A CLIENTES. 
 
 
CLOSET 
 
Do inglês, significa armário, roupeiro. É o espaço anexo ao dormitório 
onde são guardadas roupas e calçados sendo usado também como quarto 
de vestir. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Em alguns, com ampla área de circulação, há o chamado walk in closet: 
um mobiliário no meio do closet, como se fosse uma ilha (que nesta foto 
estaria no lugar do tapete), que além de servir de apoio para as várias 
112 
 
etapas do vestir, permite a circulação em torno dele, facilitando o acesso 
às peças desejadas. Um exemplo: 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
COBERTURA -> ver APARTAMENTO COBERTURA. 
 
 
COBOGÓ 
 
Elemento vazado, inspirado nos muxarabiês árabes. O nome nasceu da 
junção das duas primeiras letras do sobrenome dos engenheiros 
brasileiros que o criaram - Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August 
Boeckmann e Antônio de Góis. Comum nas construções das décadas de 
40 e 50, inclusive em obras de Niemeyer, nasceu com a função básica de 
dividir ambientes sem inibir a passagem da luz e da ventilação natural. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
113 
 
COBRANÇA EXTRAJUDICIAL 
 
O adjetivo extrajudicial refere-se a tudo o que é obtido sem a participação 
de um juiz. Falar em processo ouexecução extrajudicial é um erro, visto 
que ambos exigem análise e autorização de um juiz. 
 
Trata-se de um procedimento de cobrança realizada diretamente entre as 
partes – por isso extrajudicial - que pode ser intermediado por um 
advogado ou profissional de cobrança na tentativa de uma solução 
amigável para evitar todo o rito judicial. Essa notificação/cobrança 
extrajudicial é feita através do Cartório de Registro de Títulos e 
Documentos e dá ciência ao notificado que se ela não for atendida já 
valerá como documento oficial e legal para a cobrança judicial. 
 
 
CÓDIGO BIC -> Ver CÓDIGO SWIFT. 
 
 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC) 
 
Esse código, cujo objetivo é proteger os direitos do consumidor, define, 
dentre outros pontos, responsabilidades dos prestadores de serviços. Uma 
delas é a obrigação de dar informações exatas, completas, sem omissões. 
 
Informações inexatas (área de terreno, útil ou construída...) e omissão de 
informações que ponham em risco o negócio (ação executiva sobre o 
vendedor...) ou que fossem relevantes e que pudessem influenciar o 
interesse do comprador são passíveis de ação indenizatória contra o 
prestador do serviço (imobiliária/corretor). 
 
O corretor, ao fornecer as informações atinentes ao negócio tem a 
obrigação de se certificar de que estejam completas e corretas. As 
imobiliárias que exigem a matrícula do imóvel e o IPTU para cadastrá-lo 
eliminam os principais problemas de informação sobre ele. O mesmo 
cuidado deve ser tomado na divulgação da venda, de lançamentos ou de 
terceiros. Os veículos de comunicação, as informações publicitárias, se 
não forem 100% corretos, podem ser usados judicialmente contra os 
divulgadores. 
 
Fundamentação: Lei n.º 8.078/90, art.6º - III, 18, 30 e 35. 
 
 
CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES (COE) 
 
Define as regras a serem observadas no projeto, licenciamento, execução, 
manutenção e utilização das obras e edificações em cada município. 
 
Fundamentação: Lei nº 11.228. 
 
 
114 
 
CÓDIGO SWIFT 
 
SWIFT é a sigla de Society for Worldwide Interbank Financial 
Telecommunication (Sociedade para Telecomunicações Financeiras 
Interbancárias Mundiais). 
 
Esse código foi criado para dar segurança às transações interbancárias 
internacionais, como as transferências de valores, identificando os bancos 
envolvidos; daí ser conhecido também como CÓDIGO BIC, sigla de Bank 
Identifier Code (Código de Identificação Bancária). 
 
Numa transação imobiliária, se os vendedores moram no exterior, pode 
haver pagamento dela, total ou parcial, em outro país. 
 
Esse código é composto de 8 ou 11 caracteres, dependendo da transação: 
 
 
 
 
 
Cada banco e agência têm um código Swift específico. Ex.: quero remeter 
dinheiro para o Deutsche Bank, agência 500, de Frankfurt, na Alemanha. 
O código SWIFT correspondente é o DEUTDEFF500. 
 
 
 
Para consultar os códigos Swift: https://www2.swift.com/bsl/index.faces 
 
Fundamentação: Norma ISO 9362:2009. 
 
 
 
 
xxx
Código
do
País
x x
Agência
Código
da
Opcional,
xx
Código
do
Código
da
Cidade
xxxx
Banco
depende da transação.
Agência DestinoDeutsche Bank Alemanha Frankfurt
D E U T D E F F 5 0 0
115 
 
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 
 
Esse coeficiente, que varia em função do município e da Lei municipal 
vigente, é o número que, multiplicado pela área do terreno, indica o 
mínimo e o máximo de metros quadrados que podem ser construídos no 
terreno, somadas as áreas de todos os pavimentos. 
 
É o potencial construtivo do terreno ou, como também é conhecido, o 
índice de aproveitamento dele. Em termos práticos, é o total de m² que 
se pode construir numa área. 
 
Em São Paulo, p. ex., o coeficiente de aproveitamento se divide em três 
categorias: mínimo, básico e máximo. 
 
Se alguém tem, p. ex., um terreno de 500 m², em ZER-2 (área destinada 
exclusivamente ao uso residencial - marcado em vermelho, adiante), o 
mínimo que pode construir são 25 metros (0,05 = 5% do terreno) e o 
máximo 500 m² (1,00 = uma vez a área do terreno). Como ZER-2 tem taxa 
de ocupação máxima de 0,50 (50% do terreno = 250 m²), quem quiser 
construir os 500 m² máximos que o zoneamento permite terá de construir 
um sobrado (250 m² + 250 m²). 
 
 
 
 
COLONIAL -> ver ESTILO ARQUITETÔNICO. 
 
 
COLONIAL AMERICANO -> ver ESTILO ARQUITETÔNICO. 
 
 
COLONIAL BRASILEIRO -> ver ESTILO ARQUITETÔNICO. 
 
 
 
 
 
116 
 
COLUNA 
 
Dependendo de sua função, assume diversos significados: 
 
. Arquitetônica: sua função é meramente decorativa (pode ser estrutural 
também) e é composta de três elementos: base, fuste (parte intermédia 
dela) e capitel (parte superior, em geral esculpida - foto abaixo). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
. Estrutural: nesse caso é o elemento vertical de concreto, madeira, pedra 
ou alvenaria que sustenta uma construção, conhecida também como 
esteio, pilar ou pilastra. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
. Hidráulica: refere-se à canalização vertical existente nos prédios que 
abastece os ramais de distribuição de água. 
 
 
 
117 
 
COLUNATA 
 
Conjunto de colunas enfileiradas de forma simétrica. 
 
 
COMARCA 
 
Circunscrição territorial e administrativa sob a responsabilidade de um ou 
mais juízes de direito de primeiro grau, onde estes exercem sua jurisdição. 
Pode abranger um ou mais municípios, dependendo do número de 
habitantes e de eleitores, do movimento forense e da extensão territorial 
dos municípios do estado, entre outros aspectos. 
 
Fundamentação: Decreto-Lei nº 158/1969 (no Estado de São Paulo). 
 
 
COMINAÇÃO 
 
Pena por descumprimento de uma cláusula contratual. 
 
 
COMISSÃO IMOBILIÁRIA 
 
Refere-se aos honorários - expressão conceitualmente mais correta - pagos 
à imobiliária/corretor pela intermediação numa transação imobiliária, 
cabendo ao CRECI de cada região definir a Tabela de Honorários de 
Corretagem Imobiliária de sua região. 
 
A tabela praticada hoje no município de São Paulo foi aprovada na 
Assembleia do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São 
Paulo (SCIESP) e homologada pelo CRECI/SP na 24ª Reunião Plenária, 
realizada em 27 de janeiro de 2009. 
 
Quando a comissão é devida? 
 
O art. 725 do Código Civil é claro: 
 
“A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o 
resultado previsto no contrato de mediação, mesmo que este não se efetive 
em virtude de arrependimento das partes”. 
 
Mas o que é conseguir o “resultado previsto” no contrato de mediação? E 
que contrato é esse? Essas questões foram respondidas pelo Superior 
Tribunal de Justiça (STJ): 
 
CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CORRETAGEM. COMISSÃO. COMPRA E 
VENDA DE IMÓVEL. DESISTÊNCIA DO COMPRADOR APÓS ASSINATURA 
DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA E PAGAMENTO DE SINAL. 
COMISSÃO DEVIDA. 
 
118 
 
1. Discute-se se é devida a comissão de corretagem quando, após a 
assinatura da promessa de compra e venda e o pagamento de sinal, o 
negócio não se concretiza em razão do inadimplemento do comprador. 
 
2. No regime anterior ao do CC/02, a jurisprudência do STJ se consolidou 
em reputar de resultado a obrigação assumida pelos corretores, de modo 
que a não concretização do negócio jurídico iniciado com sua participação 
não lhe dá direito a remuneração. 
 
3. Após o CC/02, a disposição contida em seu art. 725, segunda parte, dá 
novos contornos à discussão, visto que, nas hipóteses de arrependimento 
das partes, a comissão por corretagem permanece devida. 
 
4. Pelo novo regime, deve-se refletir sobre o que pode ser considerado 
resultado útil, a partir do trabalho de mediação do corretor. 
 
5. A assinatura da promessa de compra e venda e o pagamento do sinal 
demonstram que o resultado útil foi alcançado e, por conseguinte, apesar de 
ter o comprador desistido do negócio posteriormente, é devida a comissão 
por corretagem. 
 
6. Recurso Especial não provido. Recurso Especial nº 1.339.642 – RJ 
(2012/0103683-1). 
 
Assim, a comissão de corretagem é devidafrente à assinatura da 
promessa de compra venda e compra, com o devido pagamento do sinal, 
mesmo que o comprador ou vendedor venha a desistir do negócio 
posteriormente. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.722 a 729, 1.725; 
Resolução COFECI n° 326/92, art.4° e 6º; Lei nº 6.530, Corretagem de Imóveis, art. 17, 
inciso IV; Lei nº 6.530, art. 17. 
 
 
COMODATO -> ver CONTRATO DE COMODATO. 
 
 
COMPROMETIMENTO DE RENDA 
 
Percentual máximo que uma pessoa pode comprometer de sua renda 
mensal comprovada para pagamento das prestações de um financiamento, 
segundo critério adotado pelo agente financiador. 
 
 
COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA -> ver CONTRATOS. 
 
 
 
 
 
119 
 
COMPROVAÇÃO DE RENDA 
 
Exigência feita pelos bancos ao pretendente de um financiamento 
imobiliário através de documentos hábeis como, p. ex., holerite, carteira 
de trabalho e Declaração de Imposto de Renda, que comprovem renda 
suficiente para honrar o pagamento das parcelas do valor pleiteado. 
 
 
COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES SUSPEITAS (COS) 
 
A Lei nº 9.613, desde 1998, impõe o monitoramento de operações 
financeiras que sinalizem “lavagem” de dinheiro, ocultação de bens, 
direitos ou valores, sendo crime ocultar ou dissimular a natureza, origem, 
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou indiretamente, de ações ilícitas. Pena de 3 
a 10 anos de reclusão e multa. 
 
“Lei 9.613, art. 9º - Sujeitam-se às obrigações referidas nos art. 10 e 11 as 
pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, 
como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: 
 
“X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção 
imobiliária ou compra e venda de imóveis;”. 
 
Está sujeito à mesma pena quem fez a negociação. Além da condenação 
criminal os envolvidos perdem, para a União, os bens, direitos e valores 
objeto do crime previsto (cadeia e adeus comissão; com certeza, já gasta...). 
 
Baseado nessa Lei, o COFECI criou a Resolução-Cofeci nº 1.336/2014 que 
obriga as imobiliárias a fazerem a COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES 
SUSPEITAS informando ao Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (COAF), através do site do COFECI, no prazo de até 24 horas 
da data da operação, transações imobiliárias ou propostas suspeitas. 
 
O COFECI exige também que as imobiliárias e corretores, anualmente: 
 
1. Façam a DECLARAÇÃO DE INOCORRÊNCIA/DE NÃO OCORRÊNCIA 
firmando que no ano anterior nenhuma operação ou proposta suspeita 
tenha sido realizada, através do site do COFECI, entre os dias 1º e 31 
de janeiro de cada ano. Descumprimento é multa na certa, pois o 
CRECI não tem poderes para perdoar o descumprimento da Lei. 
 
2. Mantenham em arquivo os dados sobre os clientes e imóveis de todas 
as transações que tenham realizado no ano com valor individual igual 
ou superior a R$100.000,00. 
 
Fundamentação: Lei 9.613/98, art.1º, 2º, 9º, 10º, 11º; Resolução COFECI nº 1.336/2014; 
Resolução-COAF nº 15/2007; Decreto-Lei 2.848/40- Código Penal, art. 14; Lei nº 10.701; 
Lei nº 12.683. 
 
120 
 
CONCENTRAÇÃO NA MATRÍCULA 
 
A Lei Federal nº 13.097/2015, na sua Seção II – Dos Registros na 
Matrícula do Imóvel, instituiu que os atos jurídicos (ações, execuções, 
restrições) que não estiverem averbados ou registrados na matrícula não 
poderão prejudicar a quem, de boa fé, adquirir ou receber imóvel com 
matrícula livre desses registros e averbações, ressalvadas as duas 
hipóteses previstas no seu art. 54: 
 
a) nos casos de alienação que são ineficazes em relação à massa falida 
(arts. 129 e 130 da Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005) e 
 
b) nas hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam 
de registro de título de imóvel. 
 
Assim, excetuadas essas hipóteses, os atos jurídicos que não estiverem 
averbados ou registrados na matrícula, segundo essa Lei, não podem 
atingir a quem adquirir ou receber imóvel de boa fé. 
 
Ela também alterou a redação do art. 1º, § 2º, da Lei nº 7.433/85 ao 
deixar de mencionar a obrigatoriedade de apresentação da certidão de 
feitos ajuizados para lavratura de atos notariais. 
 
A intenção dessa Lei foi dar maior segurança aos negócios imobiliários. 
Contudo, na opinião de vários advogados e tabeliães, para essa segurança 
permanece a necessidade de se verificar a existência de débitos fiscais ou 
de ações cíveis e criminais que atinjam o imóvel, seus vendedores e/ou 
antecessores, porque determinados pontos da Lei nº 13.097 conflitam com 
outras bases legais, de sorte que o adquirente não tenha no futuro, 
mesmo agindo de boa-fé, sérios problemas que o obrigarão a fazer sua 
defesa através da contratação de um advogado. 
 
Isso porque mesmo com a concentração dos atos na matrícula há 
situações que podem trazer riscos para o negócio imobiliário como, por 
exemplo, a existência de débito com a Fazenda Pública, inscrito em dívida 
ativa, que, como determina o Código Tributário Nacional, leva à presunção 
de ser fraudulenta a alienação: 
 
“Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou 
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda 
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem 
sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total 
pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)”. 
 
Além disso, o novo Código de Processo Civil, em seu art. 792, IV, também 
trata como fraude a simples existência de demanda capaz de reduzir o 
121 
 
devedor à insolvência, independentemente de registro ou averbação na 
matrícula do bem. 
 
Por isso a certidão de inexistência de débitos inscritos em dívida ativa e as 
certidões cíveis são de suma importância para a segurança jurídica que 
toda negociação imobiliária enseja. 
 
Fundamentação: Lei Federal nº 13.097/2015, art. 54 a 61; Lei n. 5.869/73, art. 615-A; Lei 
nº 13.105 (Código de Processo Civil), art. 593, inciso 11, e 792, IV; Lei nº 7.433/85, art. 1º, 
§ 2º; Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional), art. 185. 
 
 
CONDOMÍNIO 
 
Empreendimento composto por várias unidades autônomas, cujos 
proprietários - condôminos - fazem uso de áreas comuns e equipamentos, 
dividindo as despesas decorrentes delas. Assim, um condomínio é uma 
copropriedade, comum a duas ou mais pessoas, aprovado pela prefeitura 
e registrado no Cartório de Registro de Imóveis do município. 
 
É também a forma popular com que as pessoas se referem à taxa de 
condomínio (valor do rateio das despesas comuns). 
 
O condomínio só de casas é chamado, genericamente, de condomínio 
horizontal e o só de apartamentos de condomínio vertical. 
 
Juridicamente, ambos são designados de CONDOMÍNIO EDILÍCIO, para 
distingui-los do civil, pois este é a copropriedade de um determinado bem 
(ex.: um imóvel com mais de um proprietário). 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591/1964; Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.331 
a 1.357. 
 
 
CONDÔMINO ANTISSOCIAL -> ver CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO. 
 
 
CONGÊNERE 
 
No dicionário esse adjetivo se refere ao que tem características ou que tem 
o mesmo gênero, espécie, variedade, classe. Para nossa área são os 
demais corretores e imobiliárias, nossos concorrentes diretos. 
 
 
CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS (COFECI) 
 
Órgão federal, subordinado ao Ministério do Trabalho, responsável por 
normatizar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de corretor de 
imóveis em todo o território nacional. 
 
122 
 
CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS (CRECI) 
 
Órgão com função pública que disciplina e fiscaliza o exercício da 
profissão de Corretor de Imóveis em cada região brasileira. Por ser uma 
autarquia federal, todo CRECI é sujeito à fiscalização da União e também 
à prestação de contas junto ao Tribunal de Contas da União. 
 
Fundamentação:Lei 6530/78 e Constituição Federal/1988, art. 22, XVI. 
 
 
CONSTRUÇÃO SECA 
 
Esse tipo de construção, também chamada de Sistema CES - Construção 
Energitérmica Sustentável, tem essa designação basicamente porque 
quase não usa água na sua edificação. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Esse tipo de obra, indicado para edificações com até cinco pavimentos, é 
muito utilizado nos Estados Unidos e no Canadá. Sua principal 
característica é o uso de uma estrutura de perfis de aço - Steel Frame - 
ou madeira - Wood Frame – cobertas com placas estruturais que 
permitem a construção de edificações leves e bem resistentes. Por que 
Construção Energitérmica Sustentável (CES): 
 
Energitérmica: face ao bom desempenho térmico e pela economia de 
energia decorrente do tipo construtivo. 
 
Sustentável: pelo uso de materiais ecológicos, melhor eficiência energética, 
redução do desperdício de materiais, menor geração de resíduos, redução 
de consumo de água e baixa emissão de CO². 
 
 
CONSULTOR IMOBILIÁRIO -> Ver CORRETOR DE IMÓVEIS. 
123 
 
CONTRAPISO 
 
Camada de argamassa usada para nivelar os pisos para que possam 
receber o revestimento definitivo (carpete, madeira, porcelanato, 
mármore...). 
 
 
CONTRATOS 
 
Os contratos podem ser tácitos (verbais) ou expressos (escritos). 
 
Um contrato é um acordo escrito (os formais) entre pessoas físicas e/ou 
jurídicas, com vistas a determinado fim, em que cada parte se 
compromete a cumprir etapas e obrigações, especificadas através de 
cláusulas, para sua concretização. Todo contrato tem força de Lei, desde 
que não contrarie Lei maior. Os principais, atrelados à nossa atuação, são: 
 
 
CONTRATO BUILT TO SUIT (BTS) ou CONTRATO DE PRESTAÇÃO 
AJUSTADA 
 
Do inglês Built (construir) e To Suit (para servir). 
 
Em tese são construções feitas por investidores para servir às demandas 
específicas de um futuro locatário, pré-definidas em contrato; alguns até o 
definem como uma nova modalidade de contrato locatício. 
 
Nesse contrato um investidor se compromete a construir um imóvel, em 
determinado prazo, a atender rigidamente aos interesses, normas e 
especificações do contratante locatário (localização, tamanho, layout...). 
Obviamente ele estabelece, também, o prazo mínimo de utilização pelo 
locatário: normalmente de 10 anos a 20 anos. O prazo é calculado de 
forma que a receita auferida pelo uso do imóvel cubra, no mínimo, os 
custos do empreendimento de longo prazo. 
 
A vantagem desse contrato para a empresa contratante – futuro locatário - 
é não imobilizar capital nesse tipo de ativo, preservando o capital para seu 
core business (atividade-fim, negócio principal). 
 
O investidor, por sua vez, se acautela contratualmente no tocante à 
garantia/exigibilidade da permanência do usuário no prazo contratado, na 
segurança jurídica do processo e nas garantias em caso de rescisão antes 
do prazo acordado pelo locatário. 
 
O Novo Código Civil Brasileiro estabelece que a rescisão somente pode ser 
efetivada pelo locatário, antes do prazo, quando transcorrido o período 
equivalente à natureza e vulto dos investimentos realizados. 
 
Fundamentação: Lei 8.245/91, “Lei do Inquilinato”; Lei 12.744/12 e Lei nº 10.406/02; 
Código Civil Brasileiro, art. 473, § único. 
124 
 
CONTRATO DE AFORAMENTO 
 
Contrato no qual é concedido o direito do domínio útil, da posse direta, do 
uso, gozo e o direito de disposição (venda) do contrato de uma propriedade 
a uma pessoa física ou jurídica – enfiteuta – frente ao pagamento de um 
foro anual; o mesmo que enfiteuse. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.2.038; art. 678 a 694 do 
antigo código civil, de 1916; Decreto-Lei nº 9.760/46. 
 
 
CONTRATO DE ALUGUEL POR TEMPORADA -> ver ALUGUEL POR 
TEMPORADA. 
 
 
CONTRATO DE CESSÃO E VENDA 
 
Todo contrato é um bem (jurídico), já que possui um valor que integra o 
patrimônio do contratante. Como tal, pode ser objeto de uma negociação. 
 
Fazer a cessão de um contrato é meramente transferir o conjunto de 
direitos e obrigações de uma pessoa, que tem um contrato ainda não 
concluído (está financiado, p. ex.) para outra pessoa. 
 
É o caso da pessoa que faz um contrato de venda e compra, com uma 
construtora, de um apartamento na planta que deve ficar pronto em dois 
anos. Passado primeiro ano essa pessoa quer se desfazer desse futuro 
apartamento já que mudará de país por força de sua atividade profissional 
e, portanto, não vai mais morar nele. O próprio contrato padrão de venda 
e compra celebrado pelas construtoras já prevê essa possibilidade, de 
cessão e venda, e os termos para sua concretização. 
 
Esse tipo de contrato envolve sempre três participantes: 
o cedente (aquele que vai abrir mão do contrato transferindo-o para 
outra pessoa), o cessionário (aquele que vai receber a transferência e 
assumir as obrigações do cedente) e o cedido (a construtora; o outro 
contraente, que tem de consentir na cessão feita pelo cedente). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.286 a 298. 
 
 
CONTRATO DE COMODATO 
 
É um contrato bilateral, não oneroso, ou seja, gratuito (se assim não fosse 
caracterizaria um contrato de locação), no qual o proprietário de um 
imóvel – comodante - o empresta a outra pessoa – comodatário - para 
uso temporário (posse temporária) e posterior devolução com data limite 
normalmente pré-definida. 
 
125 
 
O comodatário é obrigado a conservar o imóvel como se fosse seu, 
ocupando-o e usando-o rigidamente dentro do estabelecido no contrato, 
sob pena de responder por perdas e danos. 
 
Mesmo sendo um empréstimo, gratuito, se o imóvel não for devolvido no 
prazo acordado, o comodatário fica sujeito a uma multa diária, 
multiplicada pelos dias de atraso. O valor da multa também é pré-definido 
nesse contrato, embora não seja obrigatório. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.579 a 585. 
 
 
CONTRATO DE VENDA E COMPRA 
 
O Instrumento Particular de Compromisso de Venda e Compra, ou 
Compromisso/Contrato de Venda e Compra (ou Compra e Venda), é o 
contrato-padrão utilizado para formalizar os negócios imobiliários. Nele, o 
vendedor se compromete a vender seu imóvel - promitente vendedor - e o 
comprador a comprá-lo - promissário comprador - dentro de condições 
pré-acordadas (valor da venda, forma, fluxo e prazo de pagamento, 
documentação necessária, posse e demais condições ajustadas nesse 
instrumento). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.462 a 466, 1.417 a 
1.418. 
 
 
CONTRATO DE INTERMEDIAÇÃO -> ver AUTORIZAÇÃO DE VENDA. 
 
 
CONTRATO DE LOCAÇÃO ou LOCATÍCIO 
 
Contrato entre o locador (proprietário do imóvel) e o locatário (quem o 
quer alugar) que, pela cessão do uso do imóvel, se compromete a pagar 
um valor mensal, o aluguel, e a cumprir outras determinações ajustadas 
entre as partes, como por, por exemplo, conservar o bem, pagar o IPTU, a 
taxa de condomínio e outras relativas ao período de sua permanência no 
imóvel. Suas regras estão definidas na chamada “Lei do Inquilinato”. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245, “Lei do Inquilinato”. 
 
 
CONTRATO DE LOCAÇÃO COM OPÇÃO DE COMPRA 
 
O contrato de aluguel com opção de compra é uma das formas de 
proposta de aquisição apresentada por clientes com intenção de compra. 
 
Este contrato estabelece que, findo o prazo do contrato de locação, o 
locador/inquilino terá a opção prioritária de compra do imóvel frente a 
126 
 
outros compradores. Até aqui, esses direitos já são contemplados pela Lei 
nº 8.245, a chamada “Lei do Inquilinato”. 
 
Esta forma de contrato é, na verdade, atípica e apresenta vantagens e 
desvantagens para ambas as partes: o vendedor terá uma renda mensal 
garantida no curso do contrato, ao invés de ter imóvel parado, sem 
rendimentos, afora as despesas que teria (manutenção, condomínio, IPTU) 
enquanto não fizesse a venda, além de não ter mais de se preocupar em 
achar um comprador; o locadorterá tempo e oportunidade de avaliar se 
esse imóvel e localização realmente atendem a seus anseios iniciais. 
 
Mas não há só vantagens: o inquilino, mesmo com esse tipo de contrato, 
não é obrigado a comprar o imóvel (ex.: não é, na prática, o que almejava) 
e nem a cumprir integralmente o período de aluguel estipulado. O 
proprietário do imóvel, finalizado o prazo do aluguel, não pode se negar a 
vender o imóvel, desde que essa condição esteja clara no contrato, mas se 
falece os herdeiros podem se negar a vendê-lo e criar problemas. Outra 
desvantagem é que o valor de venda futuro tem de estar declarado nesse 
contrato e, finda sua vigência, pode ser que as variações do mercado e da 
inflação tornem o negócio desinteressante para uma das partes. 
 
 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO AJUSTADA -> ver CONTRATO “BUILT TO 
SUIT” 
 
 
CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA 
 
Embora alguns achem que há diferença entre esse tipo de contrato e o 
Instrumento Particular de Venda e Compra, dizendo que o contrato de 
promessa seria um contrato preliminar, como na compra de um imóvel na 
planta, essa nomenclatura é mero sinônimo do Instrumento Particular. 
 
 
CONTRAVERGA -> ver VERGA. 
 
 
CONVENÇÃO ANTENUPCIAL -> ver PACTO ANTENUPCIAL. 
 
 
CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO 
 
É o conjunto de decisões que regem as normas de convivência entre os 
condôminos e a forma de administrar o patrimônio comum. Ela pode ser 
instituída por escritura pública, instrumento particular ou por assembleia 
com aprovação de pelo menos dois terços dos condôminos. 
 
O condômino que não cumpre as regras do condomínio – o condômino 
antissocial - pode sofrer desde uma advertência verbal até multas que 
127 
 
podem chegar a dez vezes o valor mensal do condomínio. Persistindo o 
problema, explorados os procedimentos extrajudiciais recorre-se, então, 
ao judiciário que, numa última e rara decisão, pode até expulsar o 
condômino em questão. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591, art. 9. 
 
 
CORETO -> ver QUIOSQUE 
 
 
CORNIJA -> ver CIMALHA. 
 
 
CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
Atualização do valor da moeda (do seu poder de compra) considerando a 
inflação apurada no período. Nos contratos de venda e compra esse índice, 
quando existe, é previamente definido entre as partes. 
 
Fundamentação: Decreto-Lei nº 857/69, Decreto nº 24.038/34, Lei nº 7.801/89, Lei nº 
8.880/94, Lei nº 9.069/95 e Lei nº 10.192. 
 
 
CORRETAGEM -> ver COMISSÃO IMOBILIÁRIA. 
 
 
CORRETOR DE IMÓVEIS 
 
Corretor vem do latim corrector, junção de “co” (junto) com “rector” (reitor, 
aquele que dirige). É o profissional responsável por assessorar 
compradores e vendedores no tocante ao mercado imobiliário, dirigindo-os 
para o caminho certo de seus anseios e aproximando as partes com vistas 
a uma transação imobiliária também bem dirigida. 
 
Só é corretor o profissional inscrito no CRECI e com habilitação revalidada 
anualmente. 
 
Alguns se apresentam como consultores imobiliários. Não deixam de ser, 
considerando que consultor é quem detêm experiência em determinado 
assunto e que por isso é contratado para orientar e/ou dar parecer sobre 
ele, com base em sua expertise. 
 
O símbolo da corretagem de imóveis, aprovado em 1981 pelo Conselho 
Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) é o colibri, por intermediar uma 
importante demanda da vida: manter a natureza e transformar flor em 
fruto, graças à polinização gerada por sua presença à procura do néctar. 
Já o anel símbolo de nossa categoria é de metal amarelo com um pedra 
verde (turmalina ou esmeralda) incrustada com o desenho do colibri. 
 
128 
 
Responsabilidade Civil do Corretor de Imóveis 
 
O corretor de imóveis pode ser objeto de ação judicial se a forma de sua 
intermediação na negociação entre vendedores e compradores for 
considerada indevida. Por isso, muita atenção aos seguintes pontos: 
 
1. Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002) 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
 
“Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e 
prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações 
sobre o andamento do negócio”. (Lei nº 12.236/2010) 
 
 “§ único - Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará 
ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do 
negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir 
nos resultados da incumbência”. (Lei nº 12.236/2010) 
 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo”. 
 
2. Resolução COFECI 326/92 
 
“Art. 4º. Cumpre ao corretor de imóveis, em relação aos seus clientes: 
 
I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo; 
 
II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca 
omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente dos riscos e 
demais circunstâncias que possam comprometer o negócio; 
 
III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral; 
 
Art. 5º. O corretor de imóveis responde civil e penalmente por atos 
profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, 
imprudência, negligência ou infrações éticas”. 
 
Ex.: o corretor sabe do projeto de desapropriação da área do imóvel, omite 
essa informação do comprador e o imóvel é desapropriado após a venda. 
 
3. Resolução COFECI 1.336/14 
 
“Art. 4º. As imobiliárias e os corretores devem avaliar a existência de 
suspeição nas propostas e/ou operações de seus clientes, dispensando 
especial atenção àquelas incomuns ou que, por suas características, no que 
se refere às partes envolvidas, aos valores, à forma de realização, à 
129 
 
finalidade, à complexidade, aos instrumentos utilizados ou pela falta de 
fundamento econômico ou legal, possam configurar sérios indícios dos 
crimes previstos na Lei nº 9.613/98¹, ou com eles se relacionem”. 
 
Ex.: o interessado num imóvel de R$ 10 milhões oferece ao vendedor, 
através do corretor, os R$ 10 milhões pedidos, com pagamento integral em 
dinheiro e com escrituração por R$ 5 milhões. 
 
Art. 15. Àqueles que deixarem de cumprir as obrigações desta Resolução, 
serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelo sistema COFECI/CRECI, as 
sansões previstas no art. 12 da Lei 9.613/98..., sem o prejuízo da aplicação 
cumulativa das penas previstas na Lei nº 6.530/78² por infração ao Código 
de Ética Profissional... 
 
¹ A Lei nº 9.613/98 dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e 
valores e sobre a prevenção da utilização do sistema financeiro para ilícitos previstos. As 
sansões vão de multas, pesadas, à cassação do direito do exercício da profissão. 
 
² A Lei nº 6.530/78, que regulamentou e disciplinou nossa profissão apresenta, em seu art. 
21, essas sansões: da advertência ao cancelamento da inscrição da carteira profissional. 
 
“O verdadeiro corretor de imóveis é aquele que viabiliza negócios 
respaldados na Lei, na ética, e que faz, dessa combinação, 
a marca de seu trabalho”. 
 
Paulo Henrique C. J. Mota. 
 
 
CORRIMÃO 
 
Apoio para a mão instalado nas laterais das escadas. 
 
 
CONSULTOR IMOBILIÁRIO -> ver CORRETOR DE IMÓVEIS. 
 
 
COWORKING (CO-WORKING) 
 
Esse termo, inglês, significa “trabalho compartilhado”. 
 
Nada mais é que um empreendimento imobiliário onde um espaço físico, 
estruturalmente preparado para servir como escritório ou sala(s) de 
reunião, de trabalho, é utilizado, compartilhado, por empresas e 
profissionais em determinadas situações e por determinados períodos. 
 
O interessado aluga, nesse espaço, desde uma mesa para trabalhar até 
uma ou mais salas de diferentes tamanhos, com toda a estrutura de 
informática, internet, copa, recepção bilíngue, etc., para fazer frente às 
suas demandas de trabalho, de atendimento de clientes e assim por 
diante. 
130 
 
Esse tipo de empreendimentoé normalmente utilizado por profissionais 
autônomos (alguns de nossa área, inclusive) ou liberais (arquitetos, 
designers, jornalistas, profissionais de marketing, p. ex.), permitindo-lhes 
atuar num ambiente profissional e bem montado sem o ônus dos custos 
fixos e mensais que teriam se não fosse compartilhado. 
 
 
COZINHA AMERICANA 
 
Semiaberta para sala de estar ou jantar, delimitada por uma meia-parede 
ou por um passa-pratos, oferecendo amplitude e integração dos ambientes. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
CRÉDITO HABITACIONAL ou IMOBILIÁRIO 
 
Tipo de empréstimo concedido pelos bancos/Sistema Financeiro de 
Habitação, específico para compra, construção ou reforma de um imóvel. 
 
 
CREDOR 
 
Aquele que concede um crédito, um empréstimo, a alguém. 
 
 
CRIME DE USURPAÇÃO -> ver ALTERAÇÃO ILEGAL DE LIMITES. 
 
 
CRISE 
 
O mercado imobiliário no Brasil nos últimos anos não foi nada atrativo. 
Inflação, desemprego e corrupção foram temas recorrentes nos noticiários. 
 
Uma época, sem dúvida, de crise. Mas o que é crise? 
 
131 
 
Crise vem do grego krísis: separar, decidir, julgar. Para mim, é exatamente 
isso que a crise faz: seleciona e separa os verdadeiros profissionais, que 
buscam oportunidades nela, dos que só sofrem com ela. Sem meio-termo. 
 
Enquanto alguns corretores ligam para seus clientes e investidores e 
oferecem oportunidades (imóveis que, por força da crise, estão à venda 
com valor abaixo do mercado), e vários vendem com essa ação, os que não 
fazem isso continuam, até hoje, reclamando da situação. 
 
Hipócrates (Grécia, 460 a.C. - † 370 a.C.), o “pai da medicina”, chamava 
de krísis o momento crítico de uma doença: o momento em que o quadro 
do paciente se agravava, culminando com seu óbito, ou reagia, e ele 
sobrevivia. Reagir ou sucumbir depende da atitude de cada profissional. 
 
 
CROQUIS (francês) ou CROQUI (aportuguesado) 
 
Do francês, significa esboço. É o rascunho, desenho inicial de um projeto. 
 
 
CUMEEIRA 
 
Parte mais alta do telhado, de onde inicia e cai cada água (cada superfície 
inclinada). 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
 
CÚPULA -> ver ABÓBADA. 
 
 
CURA 
 
Parece contraditório, mas o endurecimento do concreto ocorre pelo 
processo de hidratação. A cura é a série de procedimentos adotados para 
132 
 
controlar essa hidratação para que ele endureça corretamente e apresente 
o desempenho esperado. Ela é necessária para evitar que o concreto perca 
água para o ambiente e se retraia abruptamente, criando fissuras. 
 
 
CURATELA 
 
Esse termo provém do latim curare (cuidar, zelar) e explica, assim, em 
essência, o que é. 
 
Ter a curatela é ter a incumbência de cuidar dos interesses e bens de 
outra pessoa que esteja, ou seja, incapaz de fazê-lo. A nomeação do 
curador e de suas atribuições só pode ser designada por um juiz. 
 
Estão sujeitos à curatela os que, por causa duradoura, não puderem 
exprimir a sua vontade; os deficientes mentais; os ébrios habituais; os 
viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento 
mental e os pródigos, de acordo com laudo pericial elaborado por 
profissional devidamente habilitado e designado por um juiz. 
 
Alguns confundem curatela com tutela, já que ambos têm caráter 
assistencial, atrelados ao Direito de Família, porém são coisas distintas: 
 
 
 
Não se nomeia curador para pessoas cegas, sem cultura, de reduzidíssima 
inteligência ou incapazes de entender de negócios, já que poderiam ser 
suscetíveis de se deixarem envolver pelas “habilidades” e “argumentações” 
de terceiros. Quem cuida dos interesses delas pessoas é um advogado, a 
defensoria pública do Estado (para pessoas sem condições de contratar 
um advogado), através do Ministério Público ou pessoa nomeada por juiz. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.3º, 4º e 1767 a 1783. 
 
CURATELA TUTELA
Pode ser testamentária, com nomeação do 
tutor pelos pais, ratificada por um juiz.
Sempre deferida por um juiz.
Destinada a maiores de 18 anos de idade 
(há exceções).
Destinada a menores de 18 anos de idade.
Pode compreender somente a 
administração dos bens do incapaz.
Abrange a pessoa e os bens do menor.
Não tem prazo, subsistindo enquanto 
perdurar a causa da interdição.
Subsiste até a maior idade ou até a 
emancipação do tutelado.
CURATELA versus TUTELA
Os poderes do curador são mais restritos do que os do tutor.
133 
 
CUSTO 
 
Falar em custo é falar de valor, mas há vários tipos de custos. Os três 
adiante devem estar claros para arrazoamentos negociais: 
 
Custo Direto: todo custo mensurável e diretamente ligado ao negócio 
envolvido. Ex.: os custos das matérias-primas e da folha de pagamentos. 
 
Custo Fixo: custos que permaneces presentes, independentemente do 
volume de produção/vendas da empresa. Ex.: venda ou não, a imobiliária 
tem de honrar os custos de aluguel. 
 
Custo Indireto: é cada custo não identificado diretamente nos produtos e 
serviços. Ex.: um custo não previsto de manutenção (servidor quebra). 
 
 
CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB) 
 
Calculado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil 
(SINDUSCON) de todo o país, apresenta o custo por metro quadrado de 
construção de um projeto-padrão sendo, por isso, um forte indicador do 
setor da construção. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591, art. 54 e NBR 12.721/2006. 
 
 
DAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
É dar a um credor um bem para pagamento total ou parcial de uma dívida. 
Ex.: dar um imóvel seu como parte, ou todo, de uma dívida. 
 
Dação em Pagamento e Permuta é a mesma coisa? 
 
Não há Lei que diferencie de forma inequívoca essas duas formas 
negociais. Os Cartórios entendem e aceitam como “Dação em Pagamento” 
os imóveis que entram como parte integrante do negócio com valor de até 
50% da transação. Acima de 50% seria uma permuta com torna. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 356 a 359, 533. 
 
 
DE CUJOS -> ver HERANÇA. 
 
 
DEAL BREAKER 
 
Essa expressão do inglês significa quebrar (breaker) um acordo (deal). 
 
Trata-se da pessoa que faz um acordo, verbal ou escrito, e o quebra, 
impedindo a realização do negócio. Normalmente essa pessoa se pauta 
134 
 
numa questão da qual não abre mão, mesmo que o negócio seja vantajoso 
para todos, inviabilizando sua concretização. 
 
Não raramente se caracteriza por colocações do tipo “Não é pelo valor, é 
uma questão de honra, de princípios...” ou “Pode até parecer que não é tão 
relevante, mas se não for dessa maneira, sou franco, não assino”. 
 
Negociadores experientes conseguem observar e identificar, eventualmente 
logo no primeiro contato, quando uma das partes sinaliza ser um possível 
deal breaker. Feito isso, há que se explorar até que ponto ele está disposto 
a negociar e de quais aspetos não abre mão. Isso evita desgastes futuros. 
 
 
DECADÊNCIA e PRESCRIÇÃO 
 
Decadência é a perda de um direito potestativo (ver justo título) por não 
ter sido exercido dentro do prazo legal. Ex.: a Receita Federal tem um 
prazo legal de até cinco anos para executar uma dívida tributária. Se não 
o fizer nesse prazo, não pode mais fazê-lo. Por isso a guarda de toda a 
documentação de cada declaração do IR deve ser de cinco anos. 
 
Prescrição é a perda da capacidade legal de reivindicar esse direito, 
também por não ter sido exercitada no prazo legal. É a perda, p. ex., do 
direito de entrar com uma ação para recorrer de uma decisão judicial por 
ter perdido o prazo legal limite para poder fazê-lo. 
 
Embora ambas as formas se assemelhem, guardam diferençasquanto ao: 
 
 Tipo de Direito: a prescrição acarreta a extinção do direito potestativo, 
enquanto a decadência gera a extinção do direito subjetivo. 
 
 Prazo: na prescrição os prazos podem ser suspensos e interrompidos, 
enquanto os prazos decadenciais legais não podem, salvo o titular de 
direito seja absolutamente incapaz, situação na qual não corre nem 
prazo prescricional nem decadencial.Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 189 a 206. 
 
 
DECK 
 
Do inglês, significa convés (que é pavimento descoberto de um navio) e 
também tablado, ou plataforma, normalmente de madeira ripada, que 
circunda, p. ex., piscinas, espelhos d’água e ofurôs, para embelezar essas 
áreas. Os decks também são usados para formar trilhas entre o verde dos 
jardins e para delimitar áreas de solarium. 
 
Há dois tipos de decks junto às piscinas: os secos, fora da água (foto 
adiante), e os molhados, dentro da área, a chamada “prainha” da piscina. 
135 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 
(DIMOB) 
 
A DIMOB é uma declaração anual, obrigatória, feita pelas imobiliárias à 
Receita Federal até o último dia útil de fevereiro subsequente ao exercício 
declarado, informando todas as transações imobiliárias feitas por elas. 
 
A Receita Federal, por sua vez, cruza esses dados com os informados pelos 
cartórios, através da Declaração Sobre Operação Imobiliária (DOI). Se o 
valor das operações não coincidirem a declaração é retida na malha fina. 
 
 
DECLIVE -> ver TERRENO. 
 
 
DECURSO DE PRAZO 
 
Perda do prazo legal para a prática de um ato, ou seja, algo que tinha 
prazo limite para ser feito, não foi feito, perdendo o direito até então 
assegurado. Ex.: a Lei estabelece o prazo limite para que um advogado 
entre com um determinado recurso sobre uma decisão judicial. Se ele 
perde esse prazo processual não pode mais fazê-lo tendo, assim, de acatar 
a decisão que antes queria contestar. 
 
 
DEGRADAÇÃO -> ver DETERIORAÇÃO. 
 
 
DEMÃO 
 
Cada uma das camadas de tinta ou verniz aplicadas sobre uma superfície. 
 
136 
 
DEMOLIÇÃO 
 
Derrubada total de uma edificação; se a derrubada for parcial (ou total de 
um bloco de um conjunto de edificações) caracteriza-se como reforma. 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – Lei nº 
11.228/92. 
 
 
DENÚNCIA CHEIA 
 
Nome dado ao rompimento (denúncia) de um contrato de locação por 
iniciativa do locador em face de: mútuo acordo; infração legal ou 
contratual; falta de pagamento do aluguel/encargos; necessidade de 
realização de reparos urgentes, exigidos pelo Poder Público, que não 
possam ser executados com a permanência do locatário, ou se ele se 
recusar a consenti–las; pela extinção do contrato de trabalho (se a locação 
estava relacionada com o seu emprego); para uso próprio, de seu cônjuge, 
companheiro, de ascendente ou descendente que não disponham de 
imóvel residencial próprio; para demolição e edificação licenciada, para 
realizar obras aprovadas pelo Poder Público que aumentem a área 
construída e se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245/91, “Lei do Inquilinato”. 
 
 
DENÚNCIA VAZIA 
 
Nome popular do rompimento (denúncia) de um contrato de locação, por 
iniciativa do locador, com possibilidade de pedido de despejo do inquilino 
(locatário) sem necessidade de apresentar motivos que justifiquem o 
pedido de retomada do imóvel; por isso, “denúncia vazia”. Feita, o 
inquilino tem de desocupar o imóvel em até 30 dias do seu recebimento. 
 
Fundamentação: Lei 8.245/91, “Lei do Inquilinato”. 
 
 
DEPÓSITO 
 
Na nossa área é o espaço nos prédios para uso de seus condôminos, 
normalmente junto à garagem, para guarda de objetos diversos (malas, 
cadeiras de praia, bicicletas, etc.). Ele é área privativa, não útil. 
 
 
DEPRECIAÇÃO ou DEPRECIAÇÃO FÍSICA 
 
Perda de valor de um bem móvel ou imóvel em função do seu desgaste, 
deterioração, idade, mau uso e/ou falta de conservação. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2 
137 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
 
Ato pelo qual o Poder Público, fundamentado em necessidade, utilidade 
pública ou interesse social transfere para si, de forma unilateral e 
compulsória, a propriedade de um bem mediante indenização (salvo 
imóveis urbanos ou rurais que estejam em desacordo com as funções 
sociais e legal caracterizadas para eles. Ex.: se a propriedade está servindo 
para cultivo ilegal de plantas psicotrópicas). 
 
Fundamentação: Decreto-Lei nº 3.365/1941. 
 
 
DESMEMBRAMENTO DE LOTE 
 
É a subdivisão de uma gleba em lotes destinados à edificação, com 
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na 
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, 
modificação ou ampliação dos já existentes. 
 
Fundamentação: Lei 6.766/79, art. 2º, § 2º. 
 
 
DESPEJO -> ver ORDEM DE DESPEJO. 
 
 
DESVÃO 
 
Espaço entre a última laje e o telhado e, também, o espaço sob as 
escadas. 
 
 
DETERIORAÇÃO 
 
Desgaste de uma edificação fruto da sua idade e das interferências do 
meio (maresia, p. ex., numa casa de praia). 
 
 
DIFERENÇA DE ÁREAS 
 
Se na negociação de um imóvel se observa diferença de áreas entre a 
matrícula e as registradas na prefeitura, seja de terreno ou de área 
construída, o comprador pode condicionar o negócio à regularização delas 
ou mesmo reaver o valor da negociação por força dos custos de 
regularização dessa diferença junto à Prefeitura; quando ela é possível. 
 
Se a diferença estiver na área construída, sendo maior na realidade do que 
a constante na matrícula, mas estiver dentro do potencial construtivo 
legalmente admitido para o zoneamento do imóvel, ela é regularizável 
junto à prefeitura e, posteriormente, junto à matrícula. Se estiver acima 
do potencial constritivo ou se faz a demolição da área a maior ou se 
138 
 
aguarda uma anistia municipal para tentar a regularização, o que pode, 
dependendo do perfil de comprador, inviabilizar o negócio. No caso da 
anistia, repito, trata-se de tentar obtê-la, pois o fato dela ser aberta pela 
prefeitura aos interessados não significa a certeza de obtê-la. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 500, §1º a 3º. 
 
 
DICAS DE PORTUGUÊS 
 
1. Escreva corretamente: 
 
Errado: - Cosinha com ampla dispensa. 
Certo: - Cozinha com ampla despensa. 
 
Errado: - O senhor pode vizitar o imóvel agora? 
Certo: - O senhor pode visitar o imóvel agora? 
 
Errado: - Por que o senhor não faz uma contra-proposta? 
Certo: - Por que o senhor não faz uma contraproposta? (sem hífen) 
 
Errado: - É a casa visinha àquela que fomos semana passada. 
Certo: - É a casa vizinha àquela que fomos semana passada. 
 
Errado: - Corremão da escada. 
Certo: - Corrimão da escada. 
 
Errado: - Vou lhe mostrar uma linda casa germinada. 
Certo: - Vou lhe mostrar uma linda casa geminada. 
 
Errado: - Suítes e living com aparelhos de ar condicionado. 
Certo: - Suítes e living com aparelhos de ar-condicionado. 
 
Se nos referimos especificamente ao aparelho que condiciona o ar, é 
com hífen: - Vou ligar o ar-condicionado, pois o calor está insuportável. 
 
Se nos referimos ao ar em si, controlado ou não por um aparelho, é sem 
hífen: - Ambientes com o ar condicionado me fazem mal. 
 
 
2. Conjugue os verbos corretamente 
 
Errado: - Caso não seje possível sábado, pode ser no domingo? 
Certo: - Caso não seja possível sábado, pode ser no domingo? 
 
Errado: - Caso não esteje disponível no dia, por favor, me avise. 
Certo: - Caso não esteja disponível no dia, por favor, me avise. 
 
 
139 
 
Errado: - Se o senhor não poder ir, por favor, me avise. 
Certo: - Se o senhor não puder ir, por favor, me avise. 
 
Errado: - Aqui o senhor veve melhor e perto do seu trabalho. 
Certo: - Aqui o senhor vive melhor e perto do seu trabalho. 
 
Errado: - Fazem cinco dias que este imóvel entrou em venda. 
Certo: - Faz cinco dias que este imóvel entrou em venda. 
 
 
3. Fuja dos gerúndios (verbos com terminação “ndo”). 
 
Errado: - Estarei pesquisando em nosso cadastro. 
Certo: - Pesquisarei em nosso castrado. 
 
Errado: - Estarei ligando para ele e estarei marcando a visita. 
Certo: - Ligarei para ele e marcarei a visita. 
 
 
4. Use o substantivo feminino questão da forma correta.Como é 
feminino, trata-se sempre de uma questão: questã não existe, é errado. 
 
Errado: - A questã da documentação já foi resolvida. 
Certo: - A questão da documentação já foi resolvida. 
 
 
5. Use o verbete “menos” corretamente. Ele, além de advérbio, é um 
substantivo masculino: é sempre menos; menas não existe, é errado. 
 
Errado: - Essa casa é muito boa e ainda por cima é menas cara. 
Certo: - Essa casa é muito boa e ainda por cima é menos cara. 
 
 
6. Vende-se Imóveis ou Vendem-se Imóveis? 
 
Vender é o verbo e imóvel, neste caso, é o sujeito. A regra é simples: o 
verbo acompanha o sujeito. Se o sujeito está no singular o verbo 
também deve estar. Se está no plural, verbo no plural. 
 
- Um imóvel: Vende-se Imóvel. 
- Dois ou mais imóveis: Vendem-se Imóveis. 
 
 
7. Onde ou Aonde? 
 
Essa confusão é muito comum, já que ambas as formas indicam lugar, 
mas com finalidades e usos distintos. 
 
Onde, é o advérbio que indica um local, algo estático: 
140 
 
- Onde deixei a chave do meu carro? 
 
- Onde nos encontraremos? 
 
Aonde, (onde + a preposição “a”) indica um destino, um objetivo: 
 
- Você sabe aonde eles foram? 
 
- Não sei aonde o cliente quer chegar com essa proposta. 
 
 
8. Fuja dos pleonasmos. 
 
Pleonasmo é a repetição desnecessária de uma palavra ou ideia, na 
escrita ou na fala. É errado e gera má impressão sobre a pessoa. Ex.: 
 
- “Subir para cima, descer para baixo, sair para fora, entrar para dentro”. 
 
- “No atual panorama geral essa é a melhor opção, com certeza absoluta”. 
 
- “Fechando o negócio o senhor ainda ganha de graça a documentação”. 
 
- “O cliente adiou para depois a ida até a prefeitura municipal”. 
 
- “Todos foram unanimes: há um elo de ligação”. 
 
- “Conforme combinado anexo junto ao e-mail...”. 
 
- “Amanhã eu pessoalmente estarei no imóvel. Ele está no acabamento 
final”. 
 
 
9. Anexo, no anexo ou em anexo? 
 
A forma certa de usar esse adjetivo é anexo e não em anexo. Ex.: “As 
fotos estão anexas”. 
 
 
10. Se não ou senão? 
 
Usa-se “se não” quando se pode substituir essa expressão “caso não” ou 
“quando não”, e também quando a conjunção “se” estiver introduzindo 
uma oração objetiva direta: “Perguntei ao cliente se não seria o caso dele 
ver o imóvel na hora, já que estávamos próximos dele”. 
 
Usa-se “senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro 
modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim” ou “mas 
também”. 
 
141 
 
Exemplos: 
 
- Se não chover, pode marcar a visita, senão desmarque. (caso contrário) 
 
- Se não fosse a pane no carro teríamos chegado a tempo. (caso não) 
 
- Não me resta outra coisa senão pedir perdão pelo atraso. (a não ser) 
 
- Já que o senhor gostou do apartamento faça sua proposta, senão a 
partir de segunda a tabela já estará corrigida. (de outro modo) 
 
 
11. Porcentagem ou Percentagem? 
 
Ambas as formas são aceitas, porém para alguns léxicos e dicionários 
mais modernos o termo porcentagem tem remissão para percentagem, 
denotando preferência por esta forma (percentagem). 
 
 
12. Cuidado com os plurais: 
 
O plural das palavras terminadas por “au” é “aus”. Assim, o plural de 
degrau é degraus, e não degrais. 
 
O plural das palavras terminadas por “al” é “ais”. Assim, o plural de 
animal é animais, e não animaus. 
 
O plural de escrivão é escrivães, e não escrivãos. 
 
 
DILATAÇÃO -> ver JUNTA DE DILATAÇÃO. 
 
 
DILIGÊNCIA 
 
É toda ação judicial feita fora do ambiente do Cartório. Ex.: uma escritura. 
 
 
DIREITO DAS SUCESSÕES 
 
É a parte do Código Civil Brasileiro que define as normas que regulam a 
transferência do patrimônio de uma pessoa para seus sucessores em vida 
ou, em morte, por herança. 
 
Ela pode ser inter vivos, ou seja, entre vivos (ex.: Alexandre compra a casa 
de Paulo e, por isso, sucede Paulo como proprietário da casa) ou mortis 
causa, que é o caso da sucessão patrimonial: alguém morre e seus 
herdeiros assumem seu patrimônio. 
142 
 
Ao patrimônio do falecido dá-se o nome de espólio, que é o conjunto de 
direitos (ativos) e deveres (passivos) dele. Por isso os sucessores assumem, 
além dos direitos, as obrigações que estejam atreladas, até o limite do 
ativo do espólio. 
 
A massa patrimonial do inventário é administrada por um inventariante, 
que representa os demais herdeiros. 
 
Fundamentação: Constituição Federal/1988, art. 5º, XXX; Lei nº 10.406/2002 - Código 
Civil Brasileiro, art.1784 a 1856. 
 
 
DIREITO DE PREEMPÇÃO ou DE PRELAÇÃO 
 
Preempção e prelação são sinônimos de preferência. 
 
É o direito de preferência que o vendedor de um bem tem de recomprá-lo 
se o comprador quiser vendê-lo após a sua aquisição, desde que esse 
direito esteja registrado na escritura de venda e compra; exceto no caso da 
venda de um bem desapropriado pelo poder público, pois nesse caso seu 
antigo proprietário tem o direito legal de preferência para adquiri-lo, pelo 
mesmo preço pago na desapropriação. 
 
Diferentemente da retrovenda, o preço a ser pago será o exigido pelo 
comprador, e não o preço da venda anterior. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.513 a 520. 
 
 
DIREITO DE PREFERÊNCIA 
 
Direito preferencial de compra que a Lei garante ao inquilino, caso o 
locador decida vender o imóvel, observados o mesmo valor de venda, 
forma de pagamento e demais condições contratuais oferecidas a terceiros. 
 
Fundamentação: Lei 8.245/91, “Lei do Inquilinato”, art.27 a 34. 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
É o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um determinado bem e de 
reavê-lo de quem quer que injustamente o esteja possuindo. 
 
O direito de propriedade deixa de ser um direito absoluto se: não atender 
sua função social, se houver supremacia do interesse público sobre o 
particular (desapropriação, p. ex.) e se a propriedade for utilizada para o 
cultivo de plantas psicotrópicas. 
 
Fundamentação: Constituição Federal/1988, art.5º, XXIII; 170, II e III. 
 
143 
 
DIREITO HEREDITÁRIO -> ver DIREITO DAS SUCESSÕES. 
 
 
DIREITO IMOBILIÁRIO 
 
O direito imobiliário é a congregação de vários direitos, tanto que não tem 
um Código próprio. Embora não haja capítulo no Código Civil Brasileiro 
que trate especificamente desse título, sua prática se fundamente quase 
que exclusivamente no Direito de Propriedade, desse Código. 
 
 
DIREITO POTESTATIVO 
 
Potestativo é o adjetivo que designa “quem está revestido de poder” ou 
“que depende da vontade de uma das partes contratantes”. 
 
É um direito legal, inquestionável, sobre o qual não cabe contestação, em 
que uma pessoa impõe sua vontade sobre outra, que deve meramente 
acatá-la, desde que essa vontade não descumpra a Lei e desde que não 
exceda os limites sociais, sob pena de configurar abuso do direito. Ex.: 
 
1. O empregador demite um empregado sem dar maiores explicações (a 
chamada demissão sem justa causa); ao empregado só cabe acatar a 
decisão, sem direito legal de oposição. 
 
2. A esposa pede divórcio para o marido: ele pode não concordar, mas se 
essa realmente é a vontade da esposa, não pode impedi-la; se não aceitar 
deixa meramente de ser amigável para ser litigioso, mas ocorrerá. 
 
3. Os moradores de um prédio encravado (aquele que não tem saída direta 
para uma via pública) tem o direito de usarem a passagem do prédio à 
frente para acessarem a via pública, gostem ou não os moradores do 
prédio da frente. 
 
 
DISJUNTOR 
 
Dispositivo ligado à rede elétrica para desligar, automaticamente, cada 
circuito caso haja sobrecarga da corrente ou curto-circuito. 
 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
144 
 
DISTRATO 
 
É a forma legal de extinguir obrigações estabelecidas em contrato 
celebrado anteriormente e que não tenha sido cumprido em sua 
totalidade. Ele deve seguir as mesmas regras exigidas quando da 
elaboração do contrato original, a ser extinto. Assim se, p. ex., o contrato 
foi objeto de instrumento público, o distrato também deverá ser feito por 
esse mesmoinstrumento. 
 
A extinção do contrato pelo distrato depende, em tese, do consentimento 
de ambas as partes, mas também pode ocorrer por vontade de apenas 
uma delas, mediante notificação à outra. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.472 e 473. 
 
 
DIVISA 
 
É o limite de uma propriedade em relação às demais que a cercam. Para 
sua descrição a posição do observador deve estar claramente definida. 
 
 
DOAÇÃO 
 
Pelo Código Civil Brasileiro a doação é o ato legal, contratual, em que uma 
pessoa, o doador, por liberalidade, transfere bens ou vantagens de seu 
patrimônio para outra, o donatário, que pode aceitá-las ou não. 
 
A doação pode ser feita por escritura pública ou instrumento particular. 
 
A doação feita em vida para o cônjuge ou descendentes é um 
adiantamento da herança, ou, adiantamento da legítima (ver justo título). 
 
É importante saber que: 
 
- O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, 
se o donatário morrer antes do doador; 
 
- É nula a doação de todos os bens de um doador se ela o deixar sem 
renda suficiente para sua subsistência; 
 
- A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice é anulável pelo outro 
cônjuge e seus herdeiros até dois anos depois de finda a sociedade 
conjugal; 
 
- A doação pode ser revogada quando o donatário mata o doador ou 
atenta contra a vida dele, se o agride fisicamente, se o injuria, se o 
calunia gravemente e se negar ao doador, embora os tenha, os alimentos 
de que necessita. 
 
145 
 
O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador; 
salvo no caso do homicídio doloso do donatário contra o doador. 
 
A doação é um ato oneroso: tem um custo, exclusivo do doador. Para que 
a doação seja legal este tem de recolher o ITCMD – Imposto sobre 
Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos que hojé, em São 
Paulo, é de 4% (quatro por cento) sobre o valor do bem doado. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.538 a 564. 
 
 
DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA PARA LOCAÇÃO (locatários e fiadores) 
 
Não basta alugar; é preciso fazê-lo com segurança e licitude. A transação 
só é boa quando todos os cuidados jurídicos são tomados para locador e 
locatário, indistintamente. 
 
Pessoa Física 
 
 Três últimos holerites, originais e cópia. 
 Cópia simples da última declaração do imposto de renda com o 
respectivo protocolo de entrega. 
 Patrimônio do fiador: matrículas atualizadas, originais. 
 Ficha cadastral preenchida e assinada. 
 
Pessoa Jurídica 
 
Além dos já descritos: 
 
 Cópia simples do cartão de inscrição no CNPJ/MF. 
 Cópia simples da última declaração do imposto de renda com o 
respectivo protocolo de entrega. 
 Faturamento dos últimos 12 meses assinado pelo contador e com a 
identificação clara de seu CRC. 
 Último balanço fechado assinado e o acumulado do período não 
fechado, pelo contador, com seu CRC. 
 Ficha cadastral preenchida e assinada. 
 
 
DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA PARA A VENDA DE IMÓVEIS 
 
A ideia aqui se repete: não basta vender; é preciso fazê-lo com segurança e 
licitude. A transação só é boa quando todos os cuidados jurídicos são 
tomados para vendedores e compradores, indistintamente. 
 
Uma empresa séria não abre mão da análise técnica sobre o imóvel, seus 
vendedores e, se for o caso, seus antecessores. Na minha ótica o rol de 
documentos abaixo é essencial para uma boa análise. 
 
146 
 
Qualquer pessoa pode obter toda a documentação a seguir; ela não exige a 
intervenção de um advogado ou despachante. Parte dela está disponível 
na internet. Para o restante, basta ir aos órgãos competentes, pagar as 
taxas e voltar para pegar quando o documento estiver pronto (nem sempre 
são emitidos na hora). Acho esse processo desgastante e com uma relação 
custo/benefício duvidosa; apesar do custo, prefiro a contratação de um 
bom despachante imobiliário. 
 
Um cuidado quando se fala de documentação imobiliária é deixar claro, no 
contrato de venda e compra, o prazo para sua apresentação, através de 
uma cláusula do tipo: 
 
“O prazo limite para a apresentação da documentação supra é de 20 dias a 
contar da assinatura deste contrato. A não entrega de qualquer desses 
documentos, em sua totalidade, no prazo aqui previsto, acarretará a 
suspensão dos pagamentos previstos na Cláusula “X”...” (salvo motivos de 
força maior, é claro). 
 
Há que se considerar, para o estabelecimento dessa data limite, os 
feriados municipais, estaduais e da Lei Federal nº 5.010, de 30 de maio de 
1966, que estipula: 
 
“Art. 62. Além dos fixados em lei, serão feriados na Justiça Federal, 
inclusive nos Tribunais Superiores: 
 
I - os dias compreendidos entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, inclusive; 
 
II - os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o 
Domingo de Páscoa; 
 
III - os dias de segunda e terça-feira de Carnaval; 
 
IV - os dias 11 de agosto, 1º e 2 de novembro e 8 de dezembro”. 
 
 
Documentos Do Imóvel 
 
 
01. ESCRITURA DE VENDA E COMPRA 
 
Também chamada de Título Aquisitivo do Imóvel ela é obrigatória 
para venda, compra, doação, dação em pagamento ou qualquer outro 
meio de transmissão. Para a elaboração do contrato de venda e 
compra ela só é necessária se os vendedores não estiverem devida e 
corretamente identificados na matrícula ou se ela ainda não foi criada. 
Senão, a matrícula basta. 
 
A escritura de venda e compra é o ato jurídico, lavrado pelo Cartório de 
Notas, com a presença obrigatória do escrevente do Tabelionato de 
147 
 
Notas e das partes envolvidas (ou seus procuradores) em que uma 
parte – vendedor - transmite à outra – comprador - a posse e domínio 
de um imóvel por determinado valor. Uma vez feita, precisa, 
obrigatoriamente, ser registrada na matrícula do imóvel através do 
Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição do imóvel. 
 
Ao contrário do que muitos imaginam a escritura pode ser feita mesmo 
que o pagamento do bem não tenha sido totalmente realizado, quitado. 
Basta que o vendedor aceite uma garantia para o saldo vincendo (a 
vencer) registrada na própria escritura. As habituais são a alienação 
fiduciária, a hipoteca e as notas promissórias. Saiba mais lendo os 
respectivos títulos. 
 
Documentos Necessários Para a Escritura 
 
O RG ou CNH original das partes, a matrícula atualizada do imóvel 
com negativa de ônus e alienações e as certidões fiscais do imóvel e 
dos vendedores, além da busca de indisponibilidade feita pelo próprio 
cartório na Central Nacional de Indisponibilidade de Bens. 
 
Ressalvas Numa Escritura 
 
Errar é humano e os tabeliães também erram ou recebem informações 
erradas. O erro pode ser observado na hora da assinatura da escritura 
ou após sua assinatura. Há duas formas de corrigi-lo: 
 
No Ato Da Escritura 
 
Por ressalva final (a forma mais frequente): durante a leitura o tabelião 
observa, ou é alertado por uma das partes, que há um erro ou omissão 
de informação importante. Nesse caso, antes das assinaturas das 
partes, o espaço final da escritura, que está em branco, é usado pelo 
tabelião para anotar as correções - também conhecidas por declaros e 
ressalvos – indicando o local do texto e a natureza do erro; sempre 
antecedendo as assinaturas das partes e do tabelião. 
 
Pela cláusula “em tempo”, também ao final, mas quando o erro ou 
omissão for verificado após as assinaturas das partes, sem que o ato 
tenha sido finalizado pela assinatura do tabelião. Logo abaixo da 
última assinatura, em havendo espaço, ou na página subsequente, ele 
insere a expressão “Em tempo” faz as correções necessárias e as lê em 
viva voz para que as partes as ouçam e aprovem, devendo todos 
assinar novamente no ato, agora abaixo das correções, que se finaliza 
com a assinatura do tabelião. 
 
Não há limite para essas correções, desde que sejam feitas antes da 
assinatura final do tabelião, salvo elas impliquem na alteração da 
natureza do ato ou na substituição das partesou do objeto do negócio. 
 
148 
 
Após o Ato da Escritura 
 
Por aditamento: nesse caso, em ato distinto e subscrito apenas pelo 
tabelião (ou seu substituto), ou seja, sem a necessidade da presença e 
assinatura das partes, os erros e/ou omissões podem ser sanados, por 
solicitação das partes ou pela mera constatação do erro ou omissão, 
pelo próprio tabelião. Quando houver retificação, o ato é um 
aditamento retificativo. Quando se tratar de omissão, é um mero 
aditamento. Contudo, o aditamento impõe restrições: ele tem de se 
restringir a elementos acessórios das partes ou do ato, ou seja, em 
nenhuma hipótese, essas correções poderão alterar a substância do 
ato (isso só pode ser feito com a presença e a assinatura das partes). 
 
Por rerratificação: essa forma é, na prática, uma nova escritura, que 
é a própria de rerratificação, para suprir ou corrigir elemento 
substancial e indispensável à eficácia plena do ato. 
 
Não há limite temporal para a correção por rerratificação, mas é 
indispensável a presença e assinatura de todos que compareceram ao 
ato original, permitida a substituição nos casos legais. 
 
Erros Mais Comuns Nas Escrituras 
 
Quanto às partes: na grafia dos nomes, na qualificação (estado civil 
errado, p. ex.) e do número do CPF e/ou documento de identidade. 
 
Quanto aos imóveis: erro na grafia do nome ou numeração da rua, do 
número da matrícula ou do contribuinte, na digitação das metragens, 
na confrontação e outros descritivos do imóvel. 
 
Custas de Escritura 
 
As custas da escritura tem seu valor calculado com base na “Tabela do 
Tabelionato de Notas” do Colégio Notarial do Brasil, progressiva, por 
faixa de valores. Essa tabela é atualizada anualmente, em janeiro. 
 
Escritura À Menor 
 
Uma escritura feita por valor menor do que o valor da efetiva 
negociação é ilegal, pois caracteriza: 
 
 Falsidade ideológica (Decreto-Lei nº 2.848/1940, Código Penal, art. 
299) 
 
 Crime contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90, art. 1º e 2º) 
 
 Crime de lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98) 
 
149 
 
Além de ilegal, há outros aspectos negativos ensejados por uma 
escritura abaixo do real valor negocial: 
 
 Se a escritura for anulada futuramente, por qualquer motivo, o 
comprador receberá de volta só o valor nela declarado. 
 
 Quando o comprador for vender o imóvel (que foi escriturado abaixo 
do valor real) pagará mais imposto sobre ganho de capital (lucro 
imobiliário), ou seja, o que “economizou”, na hora da venda, 
acarretará um ônus maior do que a falsa “economia”. 
 
Órgão expedidor da escritura: Cartório de Notas. 
Validade a partir da emissão: se não houve mudança de titularidade, indeterminada. 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 108, 481, 482, 521 
a 528; Lei nº 6.766, art. 26; Decreto-Lei 2.375/87, art. 7º; Lei nº 9.514/97, Lei nº 
11.076/2004, art. 22, § único e art. 38; Lei nº 5.049/66, art. 1º; Lei 8.935/94; artigo 
14, do Provimento 39/2014do Conselho Nacional de Justiça; Lei nº 7.433/85. 
 
 
02. MATRÍCULA 
 
Nos contratos ela também é denominada de Certidão Atualizada de 
Propriedade, com Negativa de Ônus e Alienações, Certidão 
Vintenária ou simplesmente Vintenária, porque registra, em ordem 
cronológica, todas as transmissões de propriedade do imóvel e tudo o 
que aconteceu com ele nos últimos vinte anos ininterruptos. 
 
A matrícula é o documento oficial onde são registradas todas as 
operações de compra, venda, alienação, penhora, arrestos, sequestros 
e indisponibilidade que atinjam ou tenham atingido o imóvel, bem 
como quaisquer mudanças de descrição do imóvel e da qualificação de 
seus proprietários. Por isso é tida como o currículo do imóvel, já que 
nela se observa todo seu histórico. 
 
A pessoa que tem a escritura, mas não tem a matrícula do imóvel, tem 
apenas a posse e não a propriedade, não tem o domínio do imóvel. A 
matrícula é o único documento com valor legal para comprovar a 
propriedade de um imóvel. 
 
Para emitir a matrícula do imóvel há de se ter sua escritura, exceto no 
compromisso de venda e compra de imóveis loteados, na venda dos 
imóveis com financiamento (alienação fiduciária, pois o contrato de 
financiamento tem força de escritura) e para os imóveis de valor igual 
ou inferior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
 
Ao se analisar uma matrícula deve-se verificar, sempre: 
 
 Se a área construída e de terreno que consta dela são as mesmas do 
IPTU. Se constar, p. ex., “...um terreno de 500m² e seu prédio...”, 
sem a especificação da área edificada, é aconselhável solicitar o 
150 
 
Certificado de Regularidade emitido pela prefeitura para verificar 
se a construção que foi averbada não foi demolida e edificada outra 
construção. Se houve demolição é necessário o Auto de Conclusão 
de Demolição, mais a Certidão Negativa de Débitos do INSS para a 
área demolida e os mesmo documentos para nova edificação; 
 
 Se houve mudança do nome do logradouro ou do número do imóvel; 
 
 Se houve mudança do número do contribuinte junto à prefeitura; 
 
 Se mudou a qualificação dos proprietários: nome, estado civil; 
 
 Se repousa sobre o imóvel uma alienação, penhora, hipoteca, 
caução, arresto, sequestro ou qualquer indisponibilidade dele; 
 
 Se há usufrutuários: se houver financiamento o usufrutuário tem de 
renunciar ao usufruto por meio de escritura pública e subsequente 
registro no Cartório de Registro de Imóveis. Se a venda for à vista, 
sem financiamento, basta a presença dos vendedores e do 
usufrutuário, e sua assinatura no contrato de venda e compra; e 
 
 Se for apartamento ou condomínio: se as vagas de garagem e o 
depósito fazem parte da matrícula do imóvel ou se têm matrículas 
individualizadas (o imóvel pode ser vendido sem a garagem e/ou 
depósito). Se existem matrículas próprias, individualizadas, estas 
devem ser obrigatoriamente apontadas e qualificadas. 
 
Órgão expedidor: Cartório de Registro de Imóveis. 
Validade a contar da data da expedição: 30 dias. 
Fundamentação: Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. 
 
 
03. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS MUNICIPAIS 
 
Ex-Certidão de Tributos Mobiliários, certifica se o imóvel tem dívidas 
junto à Prefeitura, pois se os tiver o município pode cobrá-las 
judicialmente e executá-las culminando, até, na penhora do imóvel. 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objeto da venda. 
Validade a contar da data da expedição: depende do município. São Paulo: 3 meses. 
Fundamentação: Lei nº 5.172/1966, art. 205 a 208. 
 
 
04. CERTIDÃO DE AFORAMENTO 
 
Para imóveis na orla marítima e de rios. Ela demonstra que o imóvel 
atende à demanda legal exigida para venda desse tipo de imóvel. 
 
Órgão expedidor: Secretaria do Patrimônio da União. 
Validade a contar da data da expedição: 90 dias 
Fundamentação Portaria SPU nº 293/2007. 
151 
 
05. CERTIDÃO DE DESAPROPRIAÇÃO 
 
Certifica que o imóvel objeto do negócio não tem, no momento de sua 
efetivação, nenhuma ação ou projeto nesse sentido. 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objeto da venda. 
Validade a contar da data da expedição: até a data da expedição. 
Fundamentação: Lei nº 3.365/41. 
 
 
06. CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO IMÓVEL 
 
Atesta se sua situação está regular junto à prefeitura, sobremodo se 
há divergências nas áreas de terreno e construída (podem impedir a 
aprovação da prefeitura de um futuro pedido de alvará de reforma ou 
de construção) ou se houve, p. ex., uma demolição sem aprovação da 
prefeitura. 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objeto da venda. 
Validade a contar da data da expedição: até a data da expedição. 
Fundamentação: Depende de cada município. 
 
 
07. COMPROVANTES DO PAGAMENTO DAS TRÊS ÚLTIMAS CONTAS 
DE LUZ, ÁGUA E GÁS 
 
Para saber se há pendências de pagamentos nessas concessionárias. 
Ninguém quer comprar o imóvel e, de repente, ficar no escuro... 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objetoda venda. 
Validade a contar da data da expedição: sempre a última, não vincenda. 
 
Para imóveis no município de São Paulo 
 
Pedir também os COMPROVANTES DE QUITAÇÃO DA TAXA DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (TRSD) de 2003 a 2005 (extinta 
em 01/01/2006). 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objeto da venda. 
Validade: até a data de sua expedição. 
 
 
08. IPTU DO ANO (cópia simples da capa) 
 
O numero do contribuinte identificado nela permite verificar se há 
divergência das áreas (terreno e construída) registradas no IPTU contra 
as registradas na escritura/transcrição/matrícula e, também, levantar 
a situação do imóvel junto à prefeitura (zoneamento, dívidas, etc.). 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel objeto da venda. 
Validade a contar da data da expedição: a do exercício em questão. 
Fundamentação: Norma Municipal. Em São Paulo, Portaria SF08/2004. 
 
152 
 
Se o imóvel é um apartamento, pedir também: 
 
09. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS CONDOMINIAIS 
(com firma reconhecida do síndico em exercício) 
 
Verifica se há débitos do imóvel junto ao condomínio. 
 
10. ATA DA ASSEMBLEIA DE ELEIÇÃO DO SÍNDICO EM EXERCÍCIO 
(cópia autenticada) 
 
Certifica que quem assinou a declaração acima tem poderes para tal. 
 
 
Documentos Dos Vendedores - Pessoa Física 
 
As certidões dos vendedores devem abranger a comarca do imóvel objeto 
da venda e também as do domicílio deles, se estiverem residindo em 
município diferente. 
 
11. CERTIDÃO CONJUNTA DA RECEITA FEDERAL E PROCURADORIA 
GERAL DA FAZENDA NACIONAL 
 
Certifica a regularidade fiscal do contribuinte, inclusive em relação a 
débitos previdenciários. 
 
Órgão expedidor: Secretaria da Receita Federal. 
Validade a contar da data da expedição: seis meses. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
 
 
12. CERTIDÃO DO DISTRIBUIDOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
Certifica se o vendedor tem algum processo trabalhista ativo e 
cobranças dele decorrentes. Se existir, pode comprometer a venda do 
imóvel, pois poderia caracterizar fraude à execução. 
 
Órgão expedidor: Tribunal Regional do Trabalho. 
Validade a contar da data da expedição: depende da seção judiciária em questão. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
 
 
13. CERTIDÃO DO DISTRIBUIDOR DA JUSTIÇA FEDERAL dos últimos 
10 anos 
 
Certifica se o vendedor tem algum processo ativo de competência 
federal (p. ex., execução de tributos federais), já que a venda do imóvel 
feita com cobrança já ativa caracteriza fraude à execução. 
 
Órgão expedidor: Tribunal Regional Federal. 
Validade a contar da data da expedição: depende da seção judiciária competente. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
153 
 
14. CERTIDÃO DOS CARTÓRIOS DE PROTESTOS (todos) do município 
dos últimos 5 anos 
 
Verifica se o vendedor tem dívidas (cheques, notas promissórias, 
duplicatas, letra de câmbio, etc.) e se foi protestado, pois em caso 
positivo há o risco de ser executado e ter seus bens penhorados. 
 
Órgão expedidor: Cartório de Protestos. 
Validade a contar da data da expedição: não há. Mercado: até 60 dias da expedição. 
Fundamentação: Lei nº 9.492/1997. 
 
 
15. CERTIDÃO DOS DISTRIBUIDORES FORENSES CÍVEIS E DA 
FAMÍLIA DA JUSTIÇA ESTADUAL dos últimos 10 anos 
 
Certifica se o vendedor tem ações cíveis (de usucapião, p. ex.) ou de 
família (execução de alimentos, p. ex.) que possam comprometer seus 
bens e a legitimidade da venda. 
 
Órgão expedidor: Tribunal de Justiça do Estado. 
Validade a contar da data da expedição: depende do Estado da Federação. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
 
 
16. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS TRABALHISTAS (CNDT) 
 
Demonstra se os vendedores têm ações trabalhistas que comprometam 
a venda do imóvel, em face de penhora oriunda desse tipo de ação. 
 
Órgão expedidor: Tribunal Superior do Trabalho. 
Validade a contar da data da expedição: 180 dias a partir da expedição. 
Fundamentação: Lei nº 12.440/2011. 
 
 
17. CERTIDÃO DOS DISTRIBUIDORES FORENSES DE EXECUTIVOS 
FISCAIS MUNICIPAIS E ESTADUAL dos últimos 10 anos 
 
Certifica se o vendedor tem execuções de dívidas municipais e/ou 
estaduais, já que ambas podem comprometer a venda do imóvel se 
este foi feita com a cobrança já ativa caracterizando fraude à execução. 
 
Órgão expedidor: Tribunal de Justiça do Estado. 
Validade a contar da data da expedição: depende do Estado da Federação. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
 
 
18. COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA do mês ou do anterior 
 
Conta de luz/água/gás para verificar se o endereço de moradia 
indicado no contrato é do mesmo município do imóvel objeto da venda. 
Se não for, pedir todas as certidões do município onde os vendedores 
habitam (podem não ter dívidas numa praça e ter na outra). 
154 
 
19. PESQUISA NA JUNTA COMERCIAL DO MUNICÍPIO 
 
Pesquisar nela, ou no órgão competente do município, se os 
vendedores têm participação societária em empresas e se tem passivo 
(dívidas) nelas. Se alguma certidão da empresa vier positiva deve ser 
solicitada também a CERTIDÃO DE OBJETO E PÉ. 
 
 
20. RG, CPF e CERTIDÃO DE CASAMENTO ou CERTIDÃO DE 
NASCIMENTO dos vendedores (cópia simples). Na locação: dos 
locatários, fiadores e cônjuges. 
 
Atualizados e com firma reconhecida para ter-se a certeza de que as 
partes elencadas no contrato são as presentes na sua assinatura, de 
que estão ativas no Cadastro de Pessoa Física da Receita Federal e 
também para comprovação do estado civil vigente delas: 
 
Casados: Certidão de Casamento atualizada. No caso de pacto 
antenupcial, cópia simples dele e do registro correspondente. 
 
Solteiros: Certidão de Nascimento atualizada. 
 
Separados judicialmente ou divorciados: Certidão de Casamento com a 
averbação atualizada. Se houve o divórcio, ainda não está averbado na 
certidão de casamento e de nascimento, também a Carta de Sentença, 
assinada pelo juiz. 
 
Viúvos: Certidão de Casamento e do óbito do cônjuge. 
 
Validade dessas certidões: o prazo normalmente aceito é de 60 dias. 
 
 
21. UNIDADE DE AUTO DE INFRAÇÃO (UNAI) 
 
Esse atestado demonstra se há multas não tributárias sobre o imóvel 
junto à prefeitura. 
 
Órgão expedidor: Prefeitura do logradouro do imóvel. 
Validade a contar da data da expedição: depende do município em tela. 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIV, alínea b. 
 
Documentos Dos Vendedores - Pessoa Jurídica 
 
Se o vendedor for uma pessoa jurídica, além das certidões acima, solicita-
se também a razão social da empresa, seu CNPJ, endereço da empresa, 
nome completo do sócio administrador (com poderes para assinar pela 
empresa), seu RG, CPF, estado civil e profissão do administrador. 
 
Alguns documentos são municipais: verificar se no município envolvido há 
certidão, outro documento ou comprovante com a mesma finalidade. 
155 
 
DOMÍNIO 
 
Na antiguidade Domus, do latim, era o nome da casa dos nobres. Por 
serem donos dela, tinham poder sobre os demais moradores da casa. Daí 
advir derivações como domínio e dominador: aquele com poder para impor 
sua vontade sobre outros (os parentes e servos que com ele moravam). 
 
Ter domínio é ter o controle absoluto de uma situação. Na área imobiliária 
não é diferente. Ter o domínio de um imóvel significa ter a propriedade 
legal, absoluta e exclusiva de um imóvel, através do registro dele na 
Matrícula emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis. 
 
O locatário, p. ex., usufrui do imóvel na vigência do contrato e tem sua 
posse temporária, mas não tem seu domínio; este pertence ao 
exclusivamente ao locador, seu proprietário. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 481. 
 
 
DOMO -> ver CÚPULA. 
 
 
DONATÁRIO -> ver DOAÇÃO. 
 
 
DORMENTE 
 
Nome de cada peça retangular colocada no solo para sustentação dos 
trilhos das viasférreas ou em caminhos e projetos paisagísticos. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
DORMER WINDOW -> ver JANELA, Janela de Água Furtada. 
 
 
DRENAGEM 
 
Escoamento de líquidos através de drenos (canos, tubos, ralos...). 
156 
 
DRYWALL 
 
Do inglês wall (parede) + dry (seca), significa parede seca, por não usar 
argamassa e nem água. 
 
São placas de gesso acartonado (papel cartão revestido de gesso) fixadas 
em estruturas metálicas, que substituem de forma rápida e limpa as 
paredes divisórias e os tetos e revestimentos internos. As paredes de 
drywall são mais leves e menos espessas do que as de alvenaria. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Embora o nome e o material sugiram uso em áreas secas a atual 
tecnologia permite o uso também em áreas molhadas, inclusive no box de 
banho, já que as atuais placas são impermeáveis e resistentes até ao fogo. 
 
Seu desempenho é satisfatório no que tange à resistência e isolamento 
termoacústico (a alvenaria é melhor), mas tem as vantagens do peso 
menor do que a alvenaria, a facilidade da fixação das instalações elétricas 
e hidráulicas, a rapidez e a limpeza da obra. 
 
 
DUPLEX -> ver APARTAMENTO DUPLEX. 
 
 
DUTO 
 
Tubos (canos) que conduzem líquidos, fios ou ar. 
 
 
E-MAIL e WHATSAPP 
 
Essas importantes ferramentas da era digital são das mais utilizadas no 
mundo. Por isso mesmo, tem suas regras e cuidados: 
 
 Use-as de foma objetiva; vá direto ao asunto, educadamente. Escreva 
sobre os dados e pontos essenciais ao assunto, deixando-os claros. 
 
157 
 
 Pense sobre os pontos relevantes sobre os quais irá escrever e cuidado 
com as palavras. O e-mail/WhatsApp pode ser usado como documento 
no futuro. Ironias, piadas, assuntos confidenciais, ofensas e opiniões 
difamatórias ficam registradas para sempre por quem as recebe. 
 
 Use sempre o tratamento formal “Senhor(a)” e encerre-o com um 
“Atenciosamente”. Nada de abraço, beijo, saudações corinthianas... 
 
 Nada de “internetês”: é hoje e não “hj”, senhor e não “sr”, 
atenciosamente e não “atte”. 
 
 Trate um assunto por mensagem, senão o e-mail/WhatsApp pode 
empacar num dos conteúdos prejudicando o andamento dos demais. 
 
 Nada de e-mail com cópia oculta. Se por descuido “o oculto” devolve 
com algum comentário inoportuno... Passe o e-mail e, depois, cópia 
para “o oculto”, pois se responder ficará entre vocês. 
 
 Não o remeta sem rever se o texto está objetivo, claro, se há erros de 
digitação, a relação de pessoas endereçadas e as copiadas. Use o 
corretor ortográfico antes de remetê-lo. 
 
 Não passe e-mails repassando o conteúdo que recebeu de outros sem 
ter a certeza de que o remetente e o conteúdo desses e-mails podem e 
devem ser 100% apreciados por quem vai recebê-lo. 
 
 Não escreva textos com os caracteres em maiúsculo. Isso significa, no 
“internetês”, que você está gritando com a pessoa. No WhatsApp 
priorize sempre as mensagens por escrito e não por voz. 
 
 Nada de assinaturas com desenhinhos, Emoticons ou outras bobagens 
que podem ensejar, inclusive, o bloqueio do e-mail (caixa de spam). 
 
 Ao invés de pedir a confirmação de recebimento, prefira os softwares 
que mostram se a mensagem foi recebida, automaticamente. 
 
 Se alguém escreve para você espera uma resposta no mesmo dia ou, 
dependendo do horário, na primeira hora do dia seguinte. Não depois. 
 
O e-mail e o WhatsApp, na empresa, são ferramentas de trabalho e, 
assim, devem ser usados exclusivamente para essa finalidade. 
 
 
EARN-OUT 
 
O termo inglês earn significa “ganhar” e out, “fora”. 
 
É comum uma empresa imobiliária de grande porte incorporar 
imobiliárias menores com participação relevante no mercado onde atuam. 
158 
 
Aquisições desse naipe envolvem mais do que a fixação do valor do ativo 
ou a parcela de participação societária a ser transferida em função da 
rentabilidade vislumbrada. Elas podem condicionar também parte do 
pagamento do valor da aquisição atrelada aos resultados apurados em 
período futuro, fora do valor base estipulado no contrato de 
fusão/aquisição. Assim, o Earn-Out, é uma condição contratual que 
vincula parte do valor negociado ao atingimento de metas de desempenho 
pré-estabelecidas entre as partes, durante determinado período. 
 
São aquisições inicialmente parciais, onde o vendedor permanece no 
negócio, com participação na sociedade e com previsão de venda de sua 
parte do negócio após determinado prazo. No earn-out o vendedor recebe o 
saldo da negociação de forma proporcional ao lucro previamente 
combinado. Lucrou mais do que o combinado? Ganha mais. Lucrou 
menos? Ganha proporcionalmente menos. 
 
 
EDÍCULA 
 
Construção de pequena dimensão, complementar à principal, onde 
geralmente ficam instalados a área de serviços e as dependências dos 
empregados. 
 
 
EDIFICAÇÃO 
 
Obra coberta destinada a abrigar atividade humana, instalações, 
equipamentos e/ou materiais. 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – Lei nº 
11.228/92. 
 
 
EDIFÍCIO ou PRÉDIO 
 
Do latim aedificĭum (construir), é toda a construção feita para uso 
residencial, comercial, de serviços, hospedagem e outros. 
 
 
EDITAL 
 
Edital vem do latim Edictum, “proclamação, ordem legal”, daí ser a 
ferramenta legal para proclamar (anunciar publicamente) uma informação 
oficial de interesse público, por isso veiculada em local e mídia pública de 
grande circulação, exatamente para que chegue ao conhecimento do maior 
número de pessoas interessadas. 
 
Há vários tipos de editais como, p. ex., de concurso público, de exame, de 
licitação, de concorrência, exoneração e, os dois mais comuns: 
 
159 
 
Edital de citação: aquele que convoca o réu de um processo, que esteja 
em lugar incerto, a se apresentar no local determinado no edital para que 
faça sua contestação diante do processo citado. 
 
Edital de proclamas: aquele publicado por um cartório (por 16 dias) 
quando os noivos que solicitaram a realização do casamento civil residem 
em diferentes bairros ou cidades com distintos cartórios de Registro Civil. 
Cumprido o prazo, os noivos devem retornar ao cartório onde foi afixado o 
edital, retirá-lo e entregá-lo no cartório que realizará a cerimônia civil. 
 
 
ELEMENTO VAZADO -> ver COBOGÓ. 
 
 
ELETRODUTO 
 
Duto por onde passam os fios elétricos. 
 
 
EMBARGO 
 
Embargar, em termos jurídicos, é impedir a realização de algo por 
descumprimento da Lei ou por falta de licença de execução. Ex.: embargar 
uma obra (o embargo pode provocar a paralisação total ou parcial dela). 
 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO 
 
Medida judicial de uma terceira pessoa num processo já em curso para 
demonstrar que as consequências do processo influenciarão diretamente 
esse terceiro, que não tem nenhuma relação com o processo e que pode 
ser prejudicado por ordem ou atos judiciais dos quais não é parte. Ex.: 
 
1. Paulo aluga a casa de Fábio. João, credor de Fábio, o executa por uma 
dívida e pede a penhora do imóvel de Fábio, habitado por Paulo. O 
advogado de Paulo entra com uma ação de embargos de terceiro para 
que a penhora não prejudique Paulo, que não deve nada a eles. 
 
2. O pai de Paulo doou legalmente para ele um imóvel com cláusula de 
inalienabilidade e impenhorabilidade. Uma ação contra o pai de Paulo 
acaba penhorando seus bens, incluindo esse imóvel. Como na doação 
feita há cláusula de impenhorabilidade o advogado de Paulo entra com 
uma ação de embargos de terceiro para que a penhora não se concretize. 
 
Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art.674 a 680. 
 
 
 
 
160 
 
EMPENA, EMPENHA CEGA ou PAREDE CEGA 
 
É a face externa de uma edificação, sem abertura para iluminação ou 
ventilação, propositalmente, para ter privacidade, p. ex., com relação ao 
edifício encostado à sua área ou aos futuros lançamentos. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
EMPREENDIMENTO 
 
Empreender é desenvolver e/ou executar um negócio que gere lucro sobre 
o investimentoatravés da comercialização resultante. 
 
Os mais comuns na nossa área são os feitos em loteamentos, prédios 
residenciais e comerciais, galpões, hotéis, shopping centers e, em menor 
escala, parques temáticos. 
 
 
EMPREITADA 
 
Forma de trabalho em que um empreiteiro, seu profissional, executa uma 
obra ou serviço com prazo e valores pré-estabelecidos. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.610 a 626. 
 
 
EMPREITADA INTEGRAL -> ver PREÇO TURN KEY. 
161 
 
ENFITEUSE 
 
É a permissão contratual que o proprietário de uma área dá para que uma 
pessoa – enfiteuta ou foreiro – tenha a posse, o uso e o gozo dela 
podendo até aliená-la ou transmiti-la a outra, por herança, mas com a 
obrigação de pagar uma pensão vitalícia ao legítimo proprietário do bem. 
 
Essa forma de contrato é da época do Brasil Império quando terras sem 
cultivo eram entregues ao enfiteuta para cultivá-las e tirar o proveito, 
beneficiando também seu proprietário. 
 
O atual Código Civil Brasileiro proibiu novas enfiteuses, exceto pra as de 
terras públicas e da marinha, regidas por lei especial. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.2.038 e Lei nº 
3.071/1916, art. 678 a 694. 
 
 
ENTABLAMENTO 
 
Nome das molduras usadas para ornar a parte superior das fachadas. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
ENTRADA -> ver SINAL. 
 
 
EXTRAJUDICAIL -> ver JUDICIAL. 
 
 
 
 
162 
 
ENXAIMEL 
 
Muito presente nos estilos normando e germânico, é o conjunto de caibros 
e estacas que ornam e ficam aparentes na fachada da edificação. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ERROS NA ESCRITURA -> ver DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA -> 
Escritura. 
 
 
ESBULHO ou ESBULHO POSSESSÓRIO 
 
É a retirada de um bem de seu legítimo dono, de forma forçada, violenta 
ou clandestina. Ao legítimo dono, o possuidor esbulhado, cabe o direito 
legal de restituir seu bem através de uma ação de reintegração de posse. 
 
Para caracterizar o esbulho não é necessário que o seu dono fique privado 
do uso da totalidade da propriedade, basta uma parte dela. Ex.: um 
proprietário rural invade parte da propriedade do vizinho com suas 
plantações. Há esbulho também quando o comodatário, findo o prazo 
contratual do empréstimo, não devolve o bem emprestado. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.373, 952, 1.212 e 1.224; 
e Lei nº 13.105, Código de Processo Civil, art.558, 560, 561, 565 e 567. 
 
 
ESCAVAÇÃO 
 
Que escavar é retirar terra, areia ou barro de um local, todos sabem. 
Contudo, dependendo do tipo e do seu volume, só com licença do IBAMA. 
 
Ex.: escavar uma área com vegetação para construir um condomínio. 
 
163 
 
ESCREVENTE -> ver CARTÓRIO. 
 
 
ESCRITURA DE VENDA E COMPRA -> ver DOCUMENTAÇÃO 
IMOBILIÁRIA. 
 
 
ESCRIVÃO -> ver CARTÓRIO. 
 
 
ESPAÇO GOURMET 
 
É o espaço projetado para a prática, com toda a infraestrutura de uma 
cozinha funcional, do bem receber associado à arte da elaboração de bons 
pratos harmonizados com boas bebidas. 
 
O espaço gourmet hoje, com os homens também cozinhando - e bem! – 
exige uma estrutura mais sofisticada; não é mais a mera churrasqueira 
com uma pia e geladeira próxima. 
 
Pede um projeto com piso e móveis apropriados, fácil acesso aos utensílios 
culinários, bancada de apoio, pia, iluminação adequada, mesa e cadeiras 
confortáveis para os convidados, parte elétrica dimensionada para os 
eletrodomésticos e eletroportáteis, freezer, geladeira, fogão sofisticado, 
adega, churrasqueira, forno a lenha e outros tantos recursos quanto 
permita o bolso do gourmet. 
 
Se o comprador cita esse espaço no objeto da compra explore se ele só 
precisa de uma bela churrasqueira ou se é um Chef nas horas vagas; este 
pagará feliz por um espaço e estrutura à altura de suas habilidades e 
convidados. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
164 
 
ESPELHO 
 
Além de ser o vidro com uma camada reflexiva numa das faces é o 
arremate entre a parede e a pia da cozinha, lavatório ou outras bancadas 
(alguns também o chamam de frontão), a face vertical de cada degrau de 
uma escada e, também, a placa que veda e decora os interruptores de luz 
e as tomadas de cada ambiente. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ESPELHO D'ÁGUA 
 
É uma lâmina rasa de água, de caráter paisagístico, arquitetônico, dentro 
ou fora da edificação, que reflete os elementos à sua volta. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
No Brasil, famosos, há os do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. 
 
 
165 
 
ESPIGÃO 
 
Ângulo formado pelo encontro das águas inclinadas do telhado; exceto o 
da água-furtada. 
 
Ilustração: www.fkcomercio.com.br 
 
 
ESPÓLIO ou DE CUJUS -> ver HERANÇA. 
 
 
ESQUADRIA 
 
Esquadrias são os espaços e elementos através dos quais enxergamos e 
chegamos ao mundo exterior: portas, portões, caixilhos, janelas, etc. 
 
Têm esse nome genérico porque para serem fixados precisam estar 
nivelados em relação às paredes e pisos, através de um esquadro 
(instrumento usado para traçar ângulos retos). 
 
 
ESTACA 
 
É cada elemento estrutural de fundação, geralmente de concreto armado, 
cravado no terreno para transmitir o peso da construção para as partes 
subterrâneas da área (mais resistentes). 
 
Há vários tipos de estacas, dependendo do tipo e da finalidade da obra e 
também, como sempre, do bolso do construtor: broca, flutuante, pirulito, 
Strauss (nome do aparelho usado na escavação) e outras. 
 
 
 
 
 
166 
 
ESTADO DE CONSERVAÇÃO 
 
Estado físico de um bem, em determinado momento, frente à utilização e 
manutenção sofridas no curso do tempo. 
 
 
ESTAIAR 
 
Sustentar o peso de uma ponte, viaduto, torre ou outro elemento vertical 
através do uso de estais, ou seja, cabos de aço esticados. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
ESTANQUEIDADE 
 
Propriedade da impermeabilização, garantindo que determinado elemento 
permaneça sempre seco. 
 
 
ESTEIO -> ver COLUNA. 
 
 
ESTILO ARQUITETÔNICO 
 
Estilo adotado para determinado projeto de edificação. Os mais 
conhecidos no Brasil são: 
 
 Art Déco 
 
Abreviação do francês Arts Décoratifs (artes decorativas). 
 
Suas marcas são as linhas geométricas e tons pastel. Seu mais famoso 
representante é o arquiteto franco-suíço Le Corbusier. 
 
167 
 
No Brasil, no Rio de Janeiro, temos a Central do Brasil e, em São Paulo, o 
Edifício Altino Arantes, conhecido como Prédio do Banespa (primeira 
imagem, abaixo), a Biblioteca Mário de Andrade e o Estádio do Pacaembu 
(Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, segunda imagem), dentre 
outros símbolos da influência desse estilo. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Art Nouveau 
 
1854: o alemão Siegfried Bing fixa residência em Paris para dirigir a filial 
da empresa de importação de sua família. Importa cerâmicas, estampas e 
telas do Japão, Índia e China e vende tudo. O sucesso foi tal que mudou o 
nome da loja para Mason de L´Art Nouveau (Casa da Arte Nova), 
influenciando a decoração e arquitetura e substituindo as tradicionais 
linhas retas e simétricas pelas curvas e assimétricas. Nascia o estilo Art 
168 
 
Nouveau. Ex.: o Templo Expiatório da Sagrada Família, em Barcelona, 
Espanha (abaixo), do arquiteto catalão Antonio Gaudi. Um exemplo no 
Brasil é a Confeitaria Colombo, do Rio de Janeiro. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Barroco 
 
Nasceu na Itália, numa reação ao estilo Clássico e sua austeridade. Um 
bom exemplo é a famosa Praça de São Pedro, no Vaticano. Suas 
características são o excesso de detalhes, fortes contrastes, exuberância 
decorativa e construções ricas em ornatos, apliques e pingentes nas 
fachadas e paredes. Seu mais importante representante no Brasil foi o 
mineiro Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa, 1738 - 1814) e seu projeto 
para a Igreja de São Francisco de Assis em São João Del-Rei. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Clássico 
 
Relativo a construçõescom padrão e fachadas simétricos, pouco 
ornamentados e com proporções harmoniosas e pré-estabelecidas. 
Genericamente, designa o que é modelo, padrão, em arquitetura. 
169 
 
Colonial 
 
Arquitetura típica do país de cada colonizador implantada nos países por 
eles ocupados. Daí, p. ex., o colonial português (no Brasil colônia), colonial 
espanhol (nos países da América do Sul, Central e do Norte), colonial 
inglês (na Europa e parte da América do Norte) e colonial francês (na 
América Central, sobretudo na região das Caraíbas). 
 
A foto abaixo é da recepção do bonito e histórico Hotel Fazenda D. 
Carolina, em Itatiba, no interior de São Paulo, onde estive hospedado. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Germânico 
 
Próprio da Germânia, posteriormente Alemanha, faz uso da madeira, 
interna e externamente, e da fachada das edificações com enxaimel 
(conjunto de caibros e estacas que ficam aparentes). 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
170 
 
Neoclássico 
 
Marcado pela simplicidade, numa reação ao barroco, suas principais 
características são os sistemas construtivos simples, o uso de materiais 
nobres, formas regulares (geométricas e simétricas), espaços internos 
também geométricos e racionais, entradas colunadas, frontões e 
valorização e preservação da intimidade nas moradias familiares. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique c. J. Mota 
 
 
ESTRUTURA 
 
Conjunto de elementos que compõe o esqueleto de uma obra dando-lhe 
sustentação (colunas, paredes, lajes...) e estabilidade. 
 
 
ESTRUTURA EM BALANÇO 
 
É a estrutura cuja extremidade não apresenta apoio (pilares, colunas), 
dando a sensação de estar flutuando. É o caso das sacadas de prédios, 
servindo de cobertura da sacada do piso inferior sem a presença de apoios. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
171 
 
ESTUFAMENTO 
 
Perda das funções do revestimento, do piso ou da parede, por falta de 
aderência. 
 
As principais causas são a saturação (imergir o revestimento na água 
antes do assentamento, se o assentamento for feito com argamassa 
colante, ou o oposto, não molhar antes do assentamento, se feito com 
argamassa tradicional), a dosagem ou especificação errada da argamassa 
usada no assentamento, técnica de assentamento errada, o assentamento 
sobre base inadequada (com cura incompleta, com bolor, óleos, graxas, 
fuligens ou poeira) e a umidade provocada por vazamentos e infiltrações. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
ESTUQUE 
 
Massa à base de cal, gesso, areia, cimento e água, usada no passado como 
revestimento de forros. 
 
 
ÉTICA 
 
Ética vem do grego ethos (caráter, costume, modo de ser). 
 
Embora devesse ser um princípio universal, único, varia com o tempo e de 
acordo com o país e seus hábitos. 
 
No Japão, p. ex., onde caráter e costume são fortes parâmetros sociais, 
um político ao saber que será julgado por corrupção se suicida, de 
vergonha. Acho um extremo, mas ainda acontece. Aqui, talvez, deprimido, 
um determinado político faça uma viagem para as Ilhas Malvinas, Paris... 
 
É uma pena. Se ética fosse universal, boa parte das Leis seria 
desnecessária. 
 
Acho muito feliz a etimologia da palavra; ao mesmo tempo, ela emana uma 
clara dificuldade: não existe caráter universal em nada, nem mesmo nas 
religiões. Todas elas traduzem, com certeza, ótimas intenções, mas são 
172 
 
tantas as divergências, postulações e crenças entre elas que se dividiram 
e, com os anos, se multiplicaram; talvez até de forma extrema. 
 
O mesmo ocorre no campo profissional. Há, p. ex., a ética médica, 
jornalística, empresarial e até ética política (ainda pouco conhecida no 
Brasil). Até bandidos têm seu código de ética, ruim como seus caráteres, 
mas têm. 
 
Assim, para mim, a ética, que existe em qualquer campo da relação 
humana, não é garantia de nada; é o mero anseio dos corretos. 
 
Existem, contudo, situações em que sua inobservância é, no mínimo, 
escandalosa. Imagine, p. ex., um padre e um médico. Eles têm acesso a 
informações sigilosas. Somente eles e seus clientes (perdão ao padre) têm 
acesso a elas. O que seria se o padre contasse a todos que ouviu da 
esposa de fulano, em confissão, que está apaixonada por cicrano, com 
quem está tendo um caso, e que não sabe como contar a seu marido. Que 
o João, do açougue, confessou ter matado muita gente em sua terra natal 
e que veio para São Paulo porque quer mudar de vida e se tornar um 
homem bom. E se o médico contasse a seus amigos (com certeza logo 
chegaria à imprensa) que um famoso ator global, seu paciente, está com 
AIDS terminal, sem a autorização dele! O assunto é longo e complexo. 
 
Uma situação absolutamente antiética em nossa área é uma imobiliária 
falar mal de outra para o cliente. Se um cliente me diz que esteve em 
nossa principal concorrente simplesmente comento, desde que verdadeiro: 
“Ótimos profissionais; eles são, por isso, nossos concorrentes diretos” ou, se 
for o caso, “infelizmente não tenho familiaridade com a metodologia de 
trabalho deles”. Ponto. 
 
Falar mal dos outros, mesmo na vida pessoal, é deselegante e pobre. 
 
Ao invés de tentar desqualificar o trabalho dos outros por que não usar 
esse tempo para destacar os pontos bons do seu, da sua empresa? 
 
Ética, na nossa área, para mim, também tem tudo a ver com sinceridade, 
produto da verdade e da transparência no trato com os outros. Quem 
mente ou omite não é sincero e está sujeito a perder a confiança do outro, 
comprometendo qualquer relação, seja ela pessoal ou profissional. 
 
A ideia que a ética traduz é excelente, mas gostaria que fosse entendida 
algo diferente, algo como: 
 
“O conjunto de valores aceitos moral e socialmente que devem nortear, de 
forma única, a maneira de agir do ser humano para a 
plena garantia do respeito ao próximo.” 
 
173 
 
Nós também temos um código de ética, felizmente. Ele é definido pelo 
COFECI através da RESOLUÇÃO COFECE nº 326, de 25 de junho de 
1992. Por fim, entendo que 
 
“O verdadeiro corretor de imóveis é aquele que viabiliza negócios 
respaldados na Lei e na ética, e que faz, dessa combinação, 
a marca de seu trabalho”. 
 
 
EVICÇÃO DE DIREITO 
 
Evicção é a perda total ou parcial de um bem ou direito em favor de um 
terceiro que tem direito anterior a ele, um antecessor, por decisão judicial. 
 
Ex.: João vai a uma galeria e vende uma obra de arte como se fosse dele. 
Maria, sua irmã, e verdadeira dona da obra, descobre, contrata um 
advogado, apresenta ao juiz as provas de que a obra é dela e pede sua 
restituição. A galeria, ou a pessoa que dela comprou a obra, sofre evicção: 
é obrigada, por sentença judicial, a devolvê-la para Maria. À galeria só 
resta exigir judicialmente de João a restituição integral do preço pago e 
uma indenização pelas despesas e prejuízos sofridos (contratação de 
advogado, custas judiciais...). Por isso nos contratos de venda e compra se 
especifica que os vendedores respondem pela evicção da venda. 
 
As partes de uma evicção são o alienante (aquele que vendeu o bem que 
não lhe pertencia e que responde pelas consequências da evicção), o 
evicto (comprador de boa-fé do bem) e o evictor (terceiro, que reivindica o 
bem). 
 
São requisitos da evicção: a onerosidade da aquisição (valor pago por ela); 
a perda da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; a ignorância por 
parte do adquirente da litigiosidade da coisa; o direito do evictor anterior à 
alienação e a denunciação da lide ao alienante. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.447 a 457. 
 
 
EXCLUSIVIDADE 
 
Um imóvel com exclusividade passa ao mercado a imagem de um produto 
cobiçado, diferenciado. 
 
Alguns corretores dizem: - “Eu peço, mas o “pp” não dá!”. Verdade, mas 
isso acontece, boa parte das vezes, pela maneira como foi solicitada. Para 
conquistá-la o corretor precisa: 
 
 
 
 
 
174 
 
Acreditar nos Benefícios da Exclusividade 
 
É melhor 10 boas exclusividades com o corretor do que 100 imóveis nasmãos de todos. Se outro vendê-la, 50% serão dele. Você não perde nunca. 
 
Vender os Benefícios da Exclusividade Para o Dono do Imóvel 
 
 Lembra-se do “Um imóvel com exclusividade passa ao mercado a 
imagem de um produto cobiçado, diferenciado” no início do texto? Você 
disse isso ao vendedor? 
 
 A exclusividade tem prioridade de indicação junto à carteira de 
clientes de sua imobiliária, que capta em torno de “x” novos clientes 
todo mês. Tem ainda: 
 
 Destaque no site da imobiliária, nos portais especializados e redes 
sociais. Explique que hoje a maioria dos clientes compradores é 
oriunda da internet. 
 
 Divulgação da exclusividade do imóvel junto a todas as equipes de 
venda e seus respectivos clientes. 
 
 Fotos do imóvel feitas por profissional especializado, com foco 
comercial, que é o que vende. Lembre ao cliente: a maioria absoluta 
das compras começa pelos olhos, não só na área imobiliária. 
 
 Placa única valorizando o imóvel: um imóvel com placas de diversas 
imobiliárias transmite ao comprador a sensação de ser caro (está com 
todos e ainda não vendeu!?) ou de que os vendedores precisam de 
dinheiro rápido, resultando em propostas muito baixas. 
 
 Know House (conhecer a casa) ou Open House (casa aberta): o 
vendedor marca um dia e o corretor detentor da exclusividade leva 
todos os demais corretores da imobiliária para conhecer o imóvel e 
divulgá-lo junto a seus clientes. Trabalho personalizado. 
 
 Estrutura jurídica que assessora e acompanha o cliente da minuta do 
contrato até a escritura de venda e compra. 
 
 Acompanhamento e feedback das ações. 
 
O último ponto acima é essencial. Se há algo que impede a fidelização é o 
corretor captar uma exclusividade e depois sumir! Falha gravíssima. A 
exclusividade exige do corretor o contato periódico com o proprietário do 
imóvel explicando o que foi feito até então, o status das consultas, das 
visitas, que aspectos foram abordados e o porquê da ausência de 
propostas. Ex.: “Os clientes gostam do imóvel, mas acham o valor de venda 
caro comparativamente a outros análogos na mesma região...”. Seja franco. 
 
175 
 
Por falar em ser franco, deixe claro para o vendedor que não há como 
garantir, com a exclusividade, a venda do imóvel em 90 dias, mas há como 
afirmar que com ela as chances de venda são maiores e melhores. 
 
De resto, cada um vai argumentar de acordo com os recursos de que 
disponha na prática. 
 
Pessoalmente, acho que captar uma exclusividade com valor de venda 
acima do mercado, e com o vendedor deixando claro que não o negocia, é 
perda de tempo e desgastante. É melhor não tê-la, pois ele vai cobrar o 
retorno da exclusividade. 
 
Por fim, fazer parte de uma grande imobiliária, com marca, projeção e 
penetração nacionais podem ser um diferencial, mas 
 
“O verdadeiro diferencial de um corretor é o seu próprio trabalho.” 
 
 
EXECUÇÃO JUDICIAL 
 
Processo judicial para aplicação de penalidades e cobranças, previstas 
num contrato, em função do seu descumprimento. 
 
A execução se fundamenta numa obrigação sob a qual não há dúvida 
jurídica. Cabe ao Estado, nesse caso, face ao seu descumprimento, 
obrigar, àquele que tinha a obrigação de cumprir, a fazê-lo. Quem requer 
a execução judicial é o exequente e aquele que deve cumpri-la é o 
executado. 
 
 
EXTRAVASOR 
 
Cano ou orifício instalado na parte superior de pias e caixas d´água para 
escoamento da água que exceda determinado nível, evitando 
transbordamentos. Popularmente chamado de ladrão. 
 
 
Ilustração: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
 
 
176 
 
FACE NORTE 
 
No texto descritivo de um imóvel é comum a referência de que ele é face 
norte, como um diferencial de venda, como sinônimo de sol e saúde. 
 
Há várias maneiras de se saber se um imóvel é face norte: utilizando uma 
bússola; ficar de braços abertos apontando a mão direita para o lado em 
que o sol nasce (leste) e o esquerdo para o lado em que se põe (oeste): o 
norte ficará exatamente à sua frente; e olhando para um mapa ou guia de 
ruas da região: o norte fica na parte superior dele, por convenção. 
 
Mas, afinal, o ideal é a face norte? Depende. Se considerarmos que 
moramos num país tropical e que, na maioria das regiões do hemisfério 
sul, os imóveis com janelas, portas, varandas voltadas para o norte 
recebem maior incidência do sol ao longo do ano, teremos um imóvel 
quente, abafado; haja ar condicionado... A face norte é realmente uma 
grande vantagem em países com invernos rígidos. Não é nosso caso. 
 
 
 
“Os "leques" representam a trajetória aparente do sol ao longo do dia, no solstício de verão 
e no de inverno, em São Paulo, do ponto de vista de um observador no centro da 
circunferência (o horário de verão foi desconsiderado). No verão, o sol forma um ângulo de 
aproximadamente 89º com plano horizontal ao meio-dia. No inverno, esse ângulo é de 43º, 
o que permite que a luz e o calor penetrem pelas janelas.” 
 
Imagem: http://dtabach.com.br/arquitetura/art./face-norte-mitos-verdades 
 
Ademais há de se considerar que há outros fatores que comprometem esse 
parâmetro já que é difícil um imóvel ser face norte pura, pois cada imóvel 
está voltado para um ângulo dos 360º disponíveis e a topografia, as 
árvores e os prédios do entorno podem comprometer a insolação do 
imóvel, mesmo na face norte. Um exemplo é o caso dos condomínios: cada 
projeto depende da disposição do terreno, sua topografia e do que se 
consegue construir dentro dele; não exatamente da face norte. 
 
Por isso, dependendo do país, da região, e do rigor das estações, o mais 
importante é planejar a direção das aberturas de cada cômodo e 
considerar o tempo de permanência das pessoas neles. No nosso país, ter 
uma ventilação cruzada é um ótimo começo. 
 
Os gregos já sabiam disso há muito tempo: 
177 
 
“Para o bem-estar e saúde, mais uma vez, o domicílio deve ser arejado no 
verão e ter sol no inverno. O domicílio que possui essas qualidades, 
deve ser mais comprido do que largo e sua entrada principal 
deve ser voltada para o sul”. 
 
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) 
 
 
FACHADA 
 
Embora esse termo seja utilizado para designar a fachada principal, onde 
está a entrada social, é cada uma das faces externas de uma edificação. 
 
 
FAIXA DE DOMÍNIO 
 
Cada área determinada, legalmente, por decreto de utilidade pública, para 
uso rodoviário. 
 
Fundamentação: Lei nº 6.766/79, inciso 3, art. 4º. 
 
 
FALSIDADE IDEOLÓGICA 
 
Agir ilegalmente como Corretor de Imóveis é crime de falsidade ideológica, 
com pena de multa e reclusão (prisão) de 1 a 5 anos: “Omitir, em 
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, 
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante.” 
 
Fundamentação: Código Penal – Art. 299, Decreto Lei nº 2.848/40 
 
 
FAN-COIL -> ver AR CONDICIONADO. 
 
 
FECHADURAS 
 
Cada vez mais, por segurança, prédios e condomínios usam fechaduras de 
acionamento biométrico onde ninguém entra sem prévio cadastramento 
da impressão digital, palmar, facial, de íris ou outra qualquer. Não 
observar esse cuidado é sofrer situação constrangedora quando da visita 
com o cliente. Essa realidade o tempo, sem dúvida, só vai fortalecer. 
 
 
 
 
 
 
178 
 
FERROLHO 
 
Nome da tranca em forma de barra que gira em torno de um eixo. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
FIADA 
 
É cada fileira horizontal de tijolos ou pedras que formam uma parede ou 
muro. 
 
 
FIADOR 
 
Pessoa que responde pela fiança (conceito abaixo) de outra pessoa, 
assumindo juridicamente as obrigações dela (ex.: aluguéis, taxas, multas) 
caso ela deixe de cumpri-las. O locador, para aceitá-lo, mune-se de 
informações sobre a idoneidade do fiador e da garantia de que resida no 
mesmo município onde vá ser fiador e de que os bens dele também sejam 
do mesmo município e suficientespara responder por essa obrigação. 
 
 
FIANÇA 
 
Ato ou contrato em que um terceiro – o fiador - se responsabiliza pelo 
pagamento da dívida de uma segunda pessoa, caso esta não venha a fazê-
lo. É a forma de garantia mais tradicional do mercado de locação, dando 
ao credor (locador) a segurança de que as obrigações do locatário terão 
seu cumprimento legalmente amparado. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.818 a 839. 
 
 
FIANÇA LOCATÍCIA -> ver GARANTIAS LOCATÍCIAS. 
 
 
FIBRA ÓTICA 
 
Cada vez mais usada nas empresas e residências é um cabo flexível, com 
mais de uma camada protetora, em cujo núcleo passa um condutor de 
vidro especial ou polímero especialmente desenvolvido para garantir maior 
volume e qualidade na transmissão de dados e voz. Principal meio de 
transmissão física de dados da atual tecnologia. 
 
 
179 
 
FIDEICOMISSO 
 
É a disposição de vontade de uma pessoa física ou jurídica, fiduciário ou 
testador, expressa em testamento, em que deixa um bem imóvel para o 
sucessor do seu herdeiro. 
 
O herdeiro que recebe o imóvel em primeira instância é o fiduciário; é 
dele a obrigação de transmitir a propriedade para o proprietário final do 
bem, o legatário ou fideicomissário. Por isso quando um banco faz um 
empréstimo para financiamento de um imóvel usa da figura jurídica da 
Alienação Fiduciária, ou seja, a venda (alienação) é feita com o domínio do 
próprio banco (agente fiduciário), até que o financiador quite totalmente a 
dívida e assuma seu domínio (legatário). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1951 a 1960. 
 
 
FINANCIADOR 
 
Pessoa que faz uma operação financeira de empréstimo para a aquisição 
de um bem móvel ou imóvel. 
 
 
FINANCIAMENTO 
 
Empréstimo financeiro para aquisição de um bem móvel ou imóvel. 
 
 
FINANCIAMENTO DIRETO 
 
Custeio para aquisição de um bem (móvel ou imóvel), através de 
empréstimo financeiro diretamente com o vendedor ou incorporador. 
 
 
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO 
 
Esse tipo de financiamento é meramente um empréstimo, obtido através 
de um agente financeiro, específico para a aquisição de um imóvel. 
 
São agentes financeiros as caixas econômicas, os bancos comerciais e de 
investimento, os bancos com carteira de crédito imobiliário, as sociedades 
de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as 
companhias hipotecárias e outras entidades autorizadas pelo Conselho 
Monetário Nacional (CMN) a operar nesse segmento de mercado. 
 
As operações de financiamento imobiliário são garantidas pela hipoteca, 
pela cessão fiduciária de direitos creditórios decorrentes de contratos de 
alienação de imóveis, pela a caução de direitos creditórios ou aquisitivos 
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decorrentes de contratos de venda ou promessa de venda de imóveis e 
pela alienação fiduciária do imóvel. 
 
Só as instituições bancárias do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e 
do financiamento rural podem elaborar um instrumento particular de 
compromisso de compra e venda que tem força de escritura pública. 
 
“Art. 38, da Lei 9.514/1997 - Os atos e contratos referidos nesta Lei ou 
resultantes da sua aplicação, mesmo aqueles que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis, 
poderão ser celebrados por escritura pública ou por instrumento 
particular com efeitos de escritura pública”. 
 
Podem ser financiados imóveis residenciais e comerciais. Normalmente 
não são financiados terrenos, reformas, galpões e nem o custeio de 
construções para pessoas físicas. 
 
O limite percentual de financiamento varia em função do tipo de imóvel 
(residencial tem um limite maior do que o comercial), sendo que esse 
percentual é calculado sobre o valor de avaliação do imóvel a ser 
financiado, bem como em função de decisão de cada instituição financeira; 
o mesmo acontece com o valor mínimo de financiamento. 
 
Os prazos de financiamento são de até 30 anos para os imóveis 
residenciais e 20 para os comerciais. Contudo, esse prazo limite tem uma 
regra: a soma do prazo de financiamento mais a idade do comprador não 
pode exceder a 80 anos e 6 meses, considerando-se a idade do cônjuge 
mais velho. 
 
Também como regra geral o valor das parcelas não pode ultrapassar um 
terço da renda bruta mensal do comprador (varia em função também do 
prazo de financiamento e da classificação bancária do comprador). 
 
O interessado no financiamento pode utilizar, além de sua renda, outra 
adicional (alguns bancos permitem até outras duas). É a chamada 
composição de renda para financiamento. Se esse interessado for casado, 
sob o regime de Comunhão Universal de Bens ou de Comunhão Parcial de 
Bens, a composição de renda só pode ser, obrigatoriamente, com o 
cônjuge. Se for casado com Separação Total de Bens, viúvo ou solteiro 
poderá compor renda com qualquer outra pessoa, independentemente de 
parentesco. 
 
A taxa de financiamento varia de acordo com a taxa Selic vigente. 
 
Uma pergunta comum é se pode ser feita a quitação antecipada do 
financiamento: sim, normalmente a partir da segunda parcela, a 
qualquer momento. 
 
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Outra questão comum é sobre poder usar o FGTS junto com o 
financiamento. Sim, pode. -> ver FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE 
SERVIÇO. 
 
Hoje qualquer instituição bancária tem simuladores de financiamento à 
disposição dos interessados, independentemente de serem seus 
correntistas. É só entrar no site de cada banco, buscar por financiamento 
imobiliário e fornecer os dados solicitados. É simples e rápido. Já para a 
análise formal com vistas a uma real intenção de financiamento são 
solicitados o RG, CPF, data de nascimento, profissão, renda, a 
comprovação da renda e valor de financiamento almejado pelo interessado. 
 
Documentos para financiamento aprovado: cópia simples do RG, CPF, 
certidão de casamento, preenchimento e assinatura do Formulário do 
Comprador – Dados Cadastrais e do Formulário do Comprador – 
Declaração de Saúde. Profissionais liberais: os mesmos documentos mais 
a cópia da última declaração do IR e, também, o extrato bancário dos 
últimos três meses. 
 
Prazo Para Emissão do Contrato de Financiamento: apresentada toda a 
documentação e preenchidos os devidos formulários, em média, 30 dias. 
 
Prazo Médio de Liberação do Financiamento: o contrato emitido e 
assinado pelas partes vai para o Cartório de Registro de Imóveis, que pede 
até dez dias úteis para registrá-lo na Matrícula. Atualizada a matrícula e 
apresentada ao banco, este tem até cinco dias úteis para depositar o 
montante do financiamento na conta do vendedor. 
 
Fundamentação: Lei 9.514/1997 
 
 
FISSURA -> ver TRINCA. 
 
 
FITNESS ou FITNESS CENTER 
 
Espaço destinado à prática de exercícios físicos. 
 
 
FLAT -> ver APARTAMENTOS. 
 
 
FLUXO DE CAIXA 
 
É o conjunto de entradas e saídas de dinheiro de uma pessoa física ou 
jurídica num determinado período de tempo. Compradores negociam a 
forma de pagamento dentro do seu fluxo de caixa, cabendo ao vendedor 
analisar se ele atende à sua demanda. 
 
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FOLHA 
 
Cada parte/lado das portas e janelas (com dobradiças para se 
movimentar). 
 
 
FONTANÁRIO -> ver CHAFARIZ. 
 
 
FONTE -> ver CHAFARIZ. 
 
 
FORECAST 
 
Do inglês, significa previsão. Nos relatórios de vendas designa, por isso, a 
previsão/projeção de vendas para um determinado período. 
 
 
FOREIRO -> ver ENFITEUSE. 
 
 
FORMA 
 
Molde, de madeira ou metal, usado para acomodar e dar ao concreto a 
forma e dimensões desejadas à estrutura da construção. 
 
 
FORMAL DE PARTILHA 
 
Documento público, expedido por um juiz, que finaliza um inventário. 
 
É através dele, uma vez transitada em julgado a sentença do juiz, que os 
herdeiros receberão o domínio dos bens que couber a cada um deles, 
ficando livres para fazer o que bem desejarem com eles. 
 
Ele só é feito quando há mais de um herdeiro, por isso é a formalização 
(formal) de uma divisão em partes (partilha).Quando há um único 
herdeiro o documento emitido é a carta de adjudicação. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.991, 2.013 a 2.027; Lei 
13.105 – Código de Processo Civil, art. 610 a 615, 626, 628, 639, 647 a 664. 
 
 
FORO 
 
Foro, ou fórum, vem do latim e significa “mercado”. É que na antiga Roma 
fórum era a praça onde ficavam, além do mercado financeiro local, os 
edifícios dos serviços públicos administrativos e judiciais. 
 
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Genericamente, é a área territorial sobre a qual cada órgão judiciário 
exerce a sua jurisdição. 
 
O foro do STF é todo o território nacional. O foro dos Tribunais de Justiça 
estaduais é o território do respectivo Estado e assim por diante. Foro, 
numa abordagem geral, está associado à comarca, tanto que o próprio 
Código de Processo Civil define que o foro comum é o do domicílio do réu, 
embora existam outros foros especiais. 
 
Quando a palavra foro é pronunciada com a primeira vogal aberta (fóro), é 
sinônimo de fórum, o local onde são tratados os assuntos jurídicos numa 
comarca (competência territorial para se ajuizar uma ação). 
 
Se pronunciada com a primeira vogal fechada (fôro) pode designar alçada 
(ex.: foro eclesiástico) ou âmbito (ex.: essa é uma questão de foro íntimo). 
 
De qualquer forma, foro ou fórum, para nosso caso, é o espaço físico onde 
ficam os tribunais (órgãos do Poder Judiciário) e, assim, onde são 
processados os assuntos da justiça. 
 
Fundamentação: Lei 13.105 - Código de Processo Civil. 
 
 
FORRO 
 
Material que reveste o teto para esconder o telhado e instalações ou 
promover o isolamento térmico e acústico. Não sendo uma laje, o mais 
comum é o de gesso. 
 
 
FORRO DE GAMELA 
 
É a forração do teto, formada por cinco superfícies: quatro inclinadas e 
trapezoidais, entre a parede e o teto, e a quinta, retangular, horizontal, 
que fecha o teto propriamente dito. Comum no colonial mineiro 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
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FOSSA SÉPTICA 
 
É triste, mas em pleno século XXI ainda temos, mesmo em alguns bairros 
nobres, ruas sem coletores de esgoto, razão da existência dessas fossas. 
 
Fossa é uma cavidade profunda no solo e séptica significa que nela há 
agentes causadores de doenças (por isso, em medicina, septicemia é a 
infecção generalizada causada pela presença, na corrente sanguínea, de 
micro-organismos tóxicos ou causadores de doenças). 
 
Sua função é, face à ausência de uma rede coletora de esgotos, tratar, 
ainda que primariamente, os esgotos domiciliares através de filtros. 
 
Antes das fossas sépticas havia as chamadas fossas negras: um buraco na 
terra onde todos os dejetos eram depositados sem qualquer tratamento. 
Essas fossas - que ainda existem - são responsáveis por diversas doenças. 
 
 
FOTOS DE IMÓVEIS 
 
Quem entra na internet e pesquisa sobre cursos gratuitos de fotografia vai 
ser agraciado com diversas opções, inclusive para fotos de imóveis. 
 
As dicas adiante são uma sinopse das regras básicas para boas fotos de 
imóveis. Digo isso porque já vi fotos que parecem feitas para vender 
decoração ou móveis, não o imóvel. Embora aprecie esses elementos, não 
são o foco da nossa atividade. 
 
Boas fotos dependem também de um bom “home staging”, ou seja, de 
um preparo do ambiente para que as fotos sejam atrativas para os 
possíveis compradores. As principais dicas para boas fotos, em ordem 
alfabética, são: 
 
Altura Ideal Da Máquina Fotográfica 
 
Não há uma regra universal. Para mim (aprendi com um profissional e 
concordo com ele) deve ser o ponto médio do pé-direito do ambiente a 
fotografar; usar um plano mais alto só quando o ambiente apresentar 
muita mobília, decoração. 
 
Ângulos das Fotos 
 
Todo ambiente tem quatro ângulos. Fotografe usando cada um deles e, 
depois, escolha, na tela do computador, o que mais valoriza a imagem do 
ambiente exibido. Você poderá ter uma surpresa, pois já escolhi, na tela, 
um que não teria escolhido se não visse a foto nesse ângulo diretamente 
na tela, ou seja, na visão do cliente final. 
 
 
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Enquadramento 
 
Enquadrar é garantir que o ambiente a ser mostrado esteja todo na foto, 
que não foi excluído parte do que se quer mostrar e nem acrescentado 
algo que não integra o ambiente específico. As duas fotos abaixo são da 
mesma casa. A da esquerda mostra parte dos muros dos vizinhos e carros 
estacionados. A da direta enquadrou somente o imóvel, objeto do negócio. 
 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Para um ambiente pequeno como um lavabo, p. ex., basta se posicionar 
na porta dele e se afastar até que os dois batentes aparecerem. Feito isso, 
aproxima-se lentamente a máquina/celular para o lavabo até que esses 
batentes desapareçam. Agora é fotografar em diagonal, na direção da 
bancada da cuba, com a máquina um pouco acima da altura dela. 
 
 
Flash 
 
Sugiro que não seja utilizado, mesmo à noite (salvo seja de preenchimento 
e em situações especiais), pois por estar próximo da objetiva da câmera 
compromete o brilho, as cores e o contraste naturais do ambiente. 
 
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Formato das Fotos 
 
Se sua máquina permitir, tire fotos no formato “16:9” para que ocupem a 
tela toda de quem as vir (equivale à tela cheia do computador). Esse 
formato dá sensação de espaço, amplitude. 
 
Fotografando Os Ambientes 
 
Prepare cada ambiente. Essa é a base do “home staging”: elimine 
bagunças, alinhe as cadeiras da mesa de jantar, abra todas as cortinas, 
janelas, portas de sacadas, acenda todas as luzes do ambiente, retire 
coisas e fotos pessoais dos vendedores e assim por diante. Lembre 
também do que falamos acima sobre ângulos e enquadramento. 
 
Cada foto deve enquadrar só um ambiente. Se o living é retangular ou em 
“L”, conjugando o living à sala de jantar tire fotos distintas, do living e da 
sala de jantar. Enquadre o ambiente todo; não os móveis ou decoração 
dele (salvo seja uma venda ou locação de “porteira fechada”). Mais: 
 
 Portas dos dormitórios e dos boxes dos banheiros: sempre abertas. 
 
 Tampas dos vasos sanitários e portas dos armários: sempre fechados. 
 
 Ambientes com bancadas (cozinha/banheiro/lavabo): alinhar a câmera 
deixando a câmara posicionada um pouco acima da linha da bancada. 
 
 Detalhes: só fotografar se forem diferenciais que valorizarem a venda 
ou locação do imóvel, se não, mais atrapalham do que ajudam. 
 
Fotografando Piscinas 
 
Nivele a câmera próxima ao espelho d´água da piscina com a fachada da 
casa, ou parte dela, na mesma cena. O resultado costuma ser bom. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
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Fotos Contraluz 
 
Quando há muita luz externa o ambiente interno tende a ficar escuro em 
contrapartida ao externo, deixando a foto com má qualidade. Para evitar 
isso feche as cortinas e acenda as luzes do ambiente ou fotografe de 
costas para a janela, a favor da luz. 
 
Fotos de Fachadas 
 
Colocá-las é uma opção de cada um. Alguns evitam por temerem que elas 
facilitem a identificação do imóvel pelos concorrentes. Elas devem ser 
fotografadas num ângulo de 45º, de cima para baixo, câmara na 
horizontal, enquadrando o maior número de andares e sempre com uma 
faixa do céu aparecendo. Evite fotografar frontalmente e não fotografe a 
portaria, postes, fios elétricos, pessoas e carros passando. As duas fotos 
são do mesmo prédio, no mesmo dia e na mesma hora. Veja a diferença. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Fotos Na Horizontal ou Na Vertical? 
 
Sempre na horizontal, inclusive das fachadas, pois os sites imobiliários 
são projetados para exporem fotos na horizontal, pelo melhor ganho do 
campo de imagem. Se for um prédio, a dica está acima; se for uma casa 
enquadre a fachada até o limite de suas laterais (sem vizinhos) e deixe 
uma faixa do céu no alto da foto. Veja como aparece na tela do cliente o 
mesmo imóvel com a máquina na vertical (à esquerda) e na horizontal. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
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Fotos nos Sites ePortais 
 
Defina a ordem de apresentação que deseja e numere as fotos para que a 
apresentação siga essa sequência. A primeira será sempre a capa de 
apresentação e as demais seguem a sequência que você seguiria numa 
visita física ao imóvel acompanhado do cliente. 
 
Fotos boas precisam de bons textos 
 
A função do texto é cativar o comprador, por isso deve ser claro e expor os 
diferenciais do imóvel. Clientes detestam textos longos e lugares comuns: 
 
- “Lazer completo!” Vago. Tem quadra de squash? Não?! Não é completo. 
 
- “Ótimo Negócio/Imóvel” - Os demais do seu site não são tão bons, é isso?! 
 
- “Lindo Imóvel”: Na opinião de quem? Eu não gostei... e assim por diante. 
 
O cliente começa a ler a mesmice de sempre e simplesmente pula para o 
próximo imóvel. “Amplo apartamento com área útil de 500 m² e vista 
permanente para o Parque do Ibirapuera” são diferenciais. Agora você 
pensou: “assim é fácil”. Acredite: todo imóvel tem pelo menos um 
diferencial. Explore-o, ele existe. 
 
Função data 
 
Não use: pode acusar que o imóvel está à venda há muito tempo. 
 
Evite também fotos que retratem a época em que foram tiradas (p. ex.: o 
cliente está em outubro e vê fotos com uma árvore de Natal; sabe Deus de 
que ano). 
 
Iluminação 
 
Mesmo num dia ensolarado, abra todas as janelas, cortinas e acenda as 
luzes de cada ambiente, elas temperam as cores. 
 
Máquina Fotográfica ou Celular? 
 
O avanço tecnológico nos agraciou com celulares que tiram fotos tão boas 
ou melhores que algumas das máquinas historicamente usadas pelos 
corretores. 
 
Se você tem um aparelho com uma câmera de primeira linha, ela pode sim 
substituir a velha máquina fotográfica não profissional, em extinção. 
 
 
 
 
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Mecanismo De Segurança 
 
Insira nas suas fotos, antes de remeter para os clientes ou expor no site, 
uma marca d´água para protegê-las contra cópias de concorrentes 
inescrupulosos. Ela deve ser discreta; não pode aparecer mais do que o 
ambiente da foto (no exemplo aparece no canto superior esquerdo, no 
centro e no canto inferior direito, sem tirar o foco do elemento principal). 
 
 
 
 
Não Fotografe 
 
Pessoas, animais, banheiros com toalhas ou roupas íntimas penduradas 
no box, vaso sanitário com a tampa aberta, caixas no chão dos ambientes, 
cama desarrumada, louça suja sobre a pia da cozinha... 
 
Outros cuidados: havendo espelhos procure um ponto do ambiente em 
que você e o brilho do flash (se usado) não apareçam e peça que desliguem 
TVs, monitores, notebooks e outros equipamentos com imagem ativa. 
 
Programação da Máquina 
 
Opte por Landscap (paisagem). Esse modo ajusta o foco considerando 
todos os planos e ângulos. No “Auto” a ênfase normalmente é no 1º plano. 
 
Qualidade e Tratamento das Fotos 
 
A qualidade das fotos depende do conjunto de pontos relacionados a tema: 
iluminação, enquadramento, ângulos explorados e assim por diante. 
 
 
 
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Uma dica na hora de fotografar é usar o estabilizador de imagens que boa 
parte das câmeras, inclusive de celulares, tem. Se não tiver, apoie a 
câmera numa base na hora de fotografar. 
 
Selecionadas as melhores fotos, use um software de tratamento de 
imagens – já há ótimos aplicativos gratuitos inclusive para celulares - para 
fazer correções que melhorem e valorizem a imagem retratada, de forma 
natural, sem exageros. Importante: nem todas as fotos precisam ser 
tratadas. 
 
 
 sem tratamento com tratamento 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Quantidade de fotos 
 
Não faça economia. A máquina é digital, lembra? Tire o máximo de fotos e 
selecione as melhores usando a tela do seu computador para ter a mesma 
visão do comprador. Fotografe também a rua, se for atrativa (arborizada, 
bonita, tranquila) e, sobremodo no caso de condomínios, exiba toda a 
estrutura de lazer oferecida. Boas vagas de garagem (espaçosas e 
próximas aos elevadores) também podem ser mostradas. 
 
Tamanho/Resolução das Fotos 
 
Sugiro um mínimo de 0,9 megapixel (1280 x 720 – formato 16:9) e 
máxima de 2 megapixels (2048 x 1152 – formato 16:9). Menos, há perda 
de qualidade, mais, fica pesada para passar para os clientes. Se precisar 
redimensionar a resolução das suas fotos há vários sites gratuitos na 
internet que ajudam nessa tarefa de forma fácil. Escreva, para busca: 
redimensionar fotos. 
 
Zoom 
 
Evite. Se usar esse recurso opte pelo analógico (da lente; o digital 
compromete a qualidade da foto, “estoura” os pontos da imagem, 
deixando-a granulada). 
 
 
 
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FRAÇÃO AUTÔNOMA 
 
Corresponde a cada uma das diversas partes em que o empreendimento 
ou edifício foi dividido. É cada uma das unidades independentes, ou seja, 
cada um dos apartamentos de um prédio, cada casa de um condomínio, 
cada loja de um shopping, cada garagem escriturada e assim por diante. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591. 
 
 
FRAÇÃO IDEAL 
 
Quota ou percentagem do terreno e das partes comuns da edificação que 
cabe a cada unidade autônoma num condomínio de apartamentos, casas, 
conjuntos ou lojas comerciais. 
 
Os votos num condomínio são proporcionais às frações ideais de cada 
condômino, salvo disposição diversa na conversão do mesmo condomínio. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.331, §3º, e 1.352; Lei 
nº 4.591. 
 
 
FRAUDE 
 
Comportamento desonesto e ardiloso com a intenção de enganar alguém 
ou de não cumprir determinada obrigação ou dever. Na área imobiliária há 
duas formas de fraude para as quais há de se estar sempre atento, de 
sorte a não permitir negociações ilegais: 
 
Fraude À Execução 
 
Ela existe quando um proprietário vende seu imóvel após ter sido citado 
em qualquer processo executivo (trabalhista, bancário, fiscal...), averbado 
ou não no Cartório de Registro de Imóveis competente e também quando, 
no momento da venda, tramitava contra ele ação capaz de torná-lo 
insolvente. 
 
Fraude Contra Credor ou Fraude A Credor 
 
Pelo princípio da responsabilidade patrimonial o patrimônio de um 
devedor responde por suas dívidas. Quando um vendedor, devedor, ignora 
a obrigação assumida com um credor e maliciosamente se desfaz de seu 
patrimônio tornando-se inadimplente, ao se desfazer dos bens que 
garantiam sua solvência, há fraude contra o credor. Se, contudo, seu 
patrimônio remanescente for suficiente para o pagamento das suas 
dívidas, a venda poderá ser realizada e a fraude não se caracteriza. 
 
192 
 
É responsabilidade do intermediador pesquisar essas possibilidades antes 
do fechamento do negócio sob pena de responder, no futuro, por perdas e 
danos do comprador. 
 
Nos dois casos só cabe ao comprador, de boa-fé, uma vez recebendo 
ordem judicial de reintegração de posse para o antigo proprietário, mover 
uma ação contra o vendedor de má-fé pleiteando, além dos valores pagos, 
perdas e danos (boa sorte; vai precisar). 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.158, 171, 178; Lei nº 
13.105/2015 - Código de Processo Civil, art.674, 789 a 796, 828 e 856. 
 
 
FREÁTICO 
 
Adjetivo que se refere às camadas aquíferas subterrâneas. Daí lençol 
freático ser a camada de água situada abaixo do solo. 
 
 
FRENTE 
 
Fachada principal de uma edificação, geralmente voltada para a via 
pública. Sinônimos: frontispício ou testada. 
 
 
FRISO ou LISTELO 
 
Nome das faixas colocadas, coladas, pintadas ou esculpidas ao longo de 
uma parede, com caráter ornamental; muito comum em gesso. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
 
 
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FRONTÃO 
 
Elemento arquitetônico de formato triangular, característico da 
arquitetura clássica greco-romana, usado na parte superior das 
edificações, janelas ou portas. Também é o acabamento triangular que 
separa duas águas do telhado. Sua função é meramente ornamental. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
FRONTISPÍCIO -> ver FRENTE. 
 
 
FULGÊ ou FULGET -> ver PISO. 
 
 
FUNDAÇÃOEstrutura composta de estacas, sapatas e vigas, responsável pela 
sustentação do peso de cada edificação. 
 
 
FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) 
 
Ele pode ser utilizado para aquisição de um imóvel desde que o valor de 
avaliação dele seja de, no máximo, R$ 950 mil em São Paulo, Rio, Minas e 
no DF; nos demais estados o valor máximo é de R$ 800 mil*. 
 
Além do valor da avaliação, há quatro requisitos para o pretendente poder 
usar o FGTS para a compra de um imóvel: 
 
1. Trabalhar ou morar na cidade em que o imóvel pretendido fica 
localizado. 
 
2. Não ter financiamento no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). 
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3. Não ser proprietário de imóvel residencial na cidade em que o imóvel 
pretendido está localizado. 
 
4. Ter ao menos três anos de carteira assinada; período não precisa ser 
contínuo. 
 
Se o pretendente e o imóvel atendem a essas regras e o interessado na 
aquisição do imóvel tem esse valor limite ou mais no FGTS pode usá-lo 
integralmente para a aquisição dele. É o chamado Fundo à Vista. 
 
Se, contudo, o imóvel for de R$ 950 mil (valor máximo para utilização do 
FGTS em São Paulo, por exemplo) e o interessado tiver só R$ 150 mil no 
FGTS terá de pagar a diferença com recursos próprios, financiamento ou 
ambos. 
 
FGTS como entrada da venda: não há, já que o vendedor só receberá 
esse “sinal” na liberação total do FGTS junto com o financiamento ou na 
escritura, se não houver financiamento. Como isso descaracteriza 
juridicamente um sinal os advogados nomeiam, então, esse valor de 
“entrada” (R$ “x’ a título de ENTRADA a ser paga através da liberação do 
FGTS do comprador...”). O problema dessa “entrada” é que se o vendedor 
decidir vender para outro que ofereça um valor maior ele simplesmente 
vende, em detrimento do comprador original, pois na prática não recebeu 
nada de sinal e, assim, mesmo com a cláusula de multa por desistência de 
uma das partes, de 20% por exemplo, 20% de nada é zero. 
 
Utilização do FGTS para compra de terreno: é possível, mas essa compra 
precisa estar comprovadamente vinculada a um financiamento para 
construção do imóvel através de um contrato de empreitada 
devidamente registrado no Cartório de Títulos e Documentos, conforme a 
legislação vigente e regras do FGTS. 
 
* Entrou em vigência dia 20 de fevereiro de 2017, a Resolução nº 4.555 do Banco Central 
do Brasil que regula o novo limite e prazos para que o FGTS possa ser usado como parte 
integrante do valor de aquisição de imóveis. O novo limite – R$ 1.500.000,00 – só é válido 
para aquisição de imóveis novos e desde que a avaliação de cada unidade não exceda a 
esse valor. Essa resolução vale de 20 de fevereiro a 31 de dezembro de 2017. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.036 – FGTS. 
 
 
FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO 
 
São fundos (mercado de ações) que investem em empreendimentos 
imobiliários, administrados pelas instituições financeiras, fiscalizados e 
regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
 
Esse sistema permite que pequenos e médios investidores participem da 
renda líquida de grandes empreendimentos, como shoppings e prédios 
195 
 
comerciais, além de agregar a segurança do mercado imobiliário à 
rentabilidade do mercado financeiro. 
 
A renda gerada pelos fundos é distribuída proporcionalmente aos cotistas 
participantes. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.668 - Fundos de Investimento Imobiliário. 
 
 
FUNDO DE OBRAS -> ver FUNDO DE RESERVA. 
 
 
FUNDO DE RESERVA 
 
Arrecadação mensal feita num condomínio/prédio para garantir a 
continuidade de seu bom funcionamento frente a despesas imprevistas e 
emergenciais. Esse fundo, normalmente fixado na convenção do 
condomínio, gira entre 5% a 10% do valor condominial. 
 
Por ser uma arrecadação de médio e longo prazos pode acumular valores 
expressivos. Por isso é importante que essa arrecadação seja aplicada 
numa instituição financeira para não perder seu valor real. Nunca em 
aplicações de risco, por razões óbvias. 
 
Há outras formas de arrecadação que podem ser criadas por assembleias: 
 
Fundo de obras 
 
Para custear obras necessárias à manutenção do prédio e de sua 
infraestrutura, tais como trocar os canos coletores (colunas), refazer 
impermeabilizações, pintar a fachada do prédio e assim por diante. 
 
Rateios extras 
 
Esses rateios, que também são fundos, servem para um imprevisto, como 
por exemplo, uma sentença judicial contrária ao condomínio. 
 
Fundo de Equipagem 
 
Usado em condomínios novos é específico para a compra de acolchoados 
para os elevadores, carrinhos de compras, lixeiras, tapetes, acessórios 
para banheiros e áreas comuns, mobiliário para o salão de festas, 
equipamentos para a sala de ginástica, instalação de circuito fechado de 
TV, segurança perimetral, etc. 
 
A arrecadação dura só o tempo necessário para sanear as demandas. 
 
 
 
196 
 
FUNGÍVEL 
 
Fungível é tudo o que pode ser substituído por algo da mesma qualidade, 
quantidade e espécie. 
 
Um exemplo são os bens de consumo: um carro, zero quilómetro, que 
apresente um defeito de fabricação é fungível, pois pode ser trocado por 
outro zero quilometro sem defeito; já uma obra de arte única e famosa é 
infungível. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.85. 
 
 
FUSTE -> ver COLUNA. 
 
 
GABARITO DE ALTURA MÁXIMA 
 
É a altura máxima permitida para uma edificação, calculada do térreo até 
a sua cobertura, observados o zoneamento do logradouro e as 
características construtivas do município. Em São Paulo estão excluídos 
desse cálculo o ático, a casa de máquinas e a caixa d’água. Veja a 
ilustração na próxima página. 
 
 
Ilustração: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
 
197 
 
GAFES 
 
Gafe, nos dicionários é a “ação ou palavra contrária às conveniências”, 
“ação ou dito que denota indiscrição” ou “comportamento impensado cujo 
resultado pode ser desastroso”. Para mim, há uma tênue linha entre gafe e 
grosseria. Para não correr nenhum dos dois riscos basta não... 
 
 Tratar o cliente de você ao telefone e ao conhecê-lo pessoalmente 
descobrir que é um senhor de 70 anos, um juiz... 
 
 Apertar a mão do cliente com força. Já vi cliente perguntar ao corretor: 
“Você quer quebrar minha mão? Quase conseguiu!”. 
 
 Trocar o nome do cliente logo no primeiro contato. No segundo, o 
chama pelo nome certo, mas se esquece do nome da esposa, que está 
com ele... 
 
 Atender o celular ou ficar lendo mensagens enquanto o cliente fala. 
 
 Pegar o cartão de visitas que o cliente lhe dá no início contato pessoal 
e guardá-lo no bolso sem o ler. Daí, no curso da conversa, você 
pergunta em que área ele trabalha – está no cartão! - ou pede, no final 
dela, os telefones e demais canais de contato com ele, que também 
estão no cartão! 
 
 Menosprezar, na conversa com o cliente, determinado tipo de imóvel, 
arquitetura ou acabamento. E se é exatamente isso que ele gosta? E se 
a casa onde ele mora hoje é a personalização do que você criticou? 
 
 Falar demais. Quase certo, haverá algum comentário que pode 
desestimular o cliente. Quem fala demais fala o que não deve. 
 
 Falar mal de um concorrente – coisa, no mínimo, absolutamente 
antiética - e descobrir, depois, que a melhor amiga da esposa do 
cliente trabalha nesse concorrente. 
 
 Perguntar ao cliente se a pessoa que o está acompanhando é sua 
esposa. Se for ele falará no curso da conversa. Pode ser a secretária 
dele, a filha, uma amiga (que indicou a imobiliária porque fez uma 
negociação no passado e foi bem atendida) ou sua amante, para quem 
vai comprar o imóvel (essa também é de doer; mais dois com raiva de 
você), não importa, fique na sua. 
 
 
GALINHA MORTA 
 
Expressão que faz referência a imóveis ou bens que apresentem valor de 
venda bem abaixo do valor real de mercado, que sejam oportunidade. 
 
198 
 
GALPÃO 
 
Construção com um ou dois pavimentos e amplo espaço coberto, 
geralmente utilizado para depósito de materiais ou produtos industriais.Alguns apresentam um mezanino para instalação de escritório, vestiário, 
sanitários e outros espaços adicionais demandados. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
GALVANIZAR 
 
Galvanizar é revestir, quimicamente, por eletrólise ou por imersão, uma 
superfície metálica para protegê-la da corrosão. Importante cuidado em 
imóveis localizados no litoral, por exemplo, por causa da maresia. 
 
A galvanização usa diversos metais. Se usa o cromo, p. ex., recebe o nome 
de cromagem ou cromação, se usa o níquel, niquelagem ou niquelação 
e assim por diante. No caso do ferro, a proteção contra corrosão mais 
comum é feita revestindo-o de zinco metálico: é o ferro galvanizado. 
 
A escolha de cada metal depende, além do aspecto estético final, do 
objetivo desejado, já que cada metal tem diferentes propriedades de 
condutividade, de resistência à oxidação e a temperaturas extremas. Ex.: 
as latas de produtos alimentícios são feitas de folhas de flandres - finas 
lâminas de aço revestidas de estanho - por oferecerem maior resistência à 
oxidação fruto do contato com os líquidos presentes nos alimentos. 
 
 
GAMBIARRA 
 
Ação, instalação ou reparo improvisado e (teoricamente) provisório para 
solucionar um problema iminente e emergencial, em detrimento de 
qualquer norma técnica. 
 
 
 
 
199 
 
GAMBREL ROOF (Roof é telhado, em inglês) 
 
Cobertura composta por duas águas pequenas superiores e outras duas 
maiores, contíguas, com grande inclinação. Típica de algumas residências, 
garagens e celeiros norte-americanos. 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
GANHO DE CAPITAL -> ver IMPOSTAO SOBRE LUCRO IMOBILIÀRIO 
 
 
GARAGEM 
 
Desnecessário explicar o que é, mas há pontos que merecem destaque: 
 
1º Uma vaga de garagem é área útil, privativa ou comum? Garagem não é, 
nunca, área útil. Ponto. Contudo, se ela está na matrícula da unidade, ou 
tem uma matrícula própria em nome do proprietário da unidade, ela é 
área privativa; caso contrário (vaga livre ou sorteada de tempo em tempo) 
ela é área comum. 
 
2º A Lei proíbe a venda ou locação de vagas de garagem (aquelas que têm 
matrícula própria) a pessoas estranhas ao condomínio da vaga, salvo 
autorização expressa na convenção de condomínio. 
 
3º O tamanho das garagens depende da legislação de cada município. Em 
São Paulo, p. ex., pela Lei nº 11.228 vigente (Código de Obras e 
Edificações de SP) os tamanhos mínimos são de: 
 
200 
 
 
 
É sempre essencial o corretor conhecer previamente as vagas de garagem, 
suas posições, saber se são fixas ou indeterminadas, se fazem parte da 
matrícula do imóvel ou se têm matrículas próprias, se são livres ou 
“presas”/“em fila” (o carro da frente precisa ser movido para poder entrar 
ou sai da vaga), se tem colunas laterais ou tamanho que dificulte o 
estacionamento de carros de grande porte e assim por diante. 
 
Fundamentação: Lei 4591/64. Lei nº 12.607; Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, 
art.1.331, § 1ª. 
 
 
GARANTIAS LOCATÍCIAS 
 
Garantir significa afiançar, responsabilizar-se por; incumbir-se de. 
 
A garantia locatícia serve para afiançar ao locador que ele não ficará sem 
receber o valor do aluguel caso o locatário não cumpra essa obrigação 
contratual, pois há um responsável por fazê-lo em seu lugar. Para a 
garantia locatícia a Lei vigente só permite a caução, a fiança, o seguro-
fiança e a cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. 
 
Caução 
 
Do latim cautio (cautela, precaução), consiste em deixar um valor 
depositado, com um terceiro de confiança, como garantia para o 
cumprimento de uma obrigação pendente, para a concretização de um ato 
entre as partes ou mesmo como indenização de possível dano. 
 
Essa forma de garantia tem pode ser feita: 
 
 Através de bens imóveis e averbada na matrícula do imóvel. 
 
 Em dinheiro, limitada a três meses de aluguel, depositados numa 
caderneta de poupança cabendo ao locatário, uma vez cumpridas suas 
obrigações, as vantagens dela decorrentes quando do levantamento da 
mesma e a respectiva soma, sendo que na correção do aluguel o 
Altura Largura Comprimento
Pequeno 2,10 2,00 4,20
Médio 2,10 2,10 4,70
Grande 2,30 2,50 5,50
Deficiente Físico 2,30 3,50 5,50
Moto 2,00 1,00 2,00
Tipo de Veículo
Vaga para Estacionamento (em metros)
201 
 
locador pode exigir a diferença da caução. Aqui também cabem os 
títulos de capitalização, por se assemelharem a uma poupança. 
 
 Através de títulos e ações. Em caso de concordata, falência ou 
liquidação das sociedades emissoras ela deve ser substituída no prazo 
de trinta dias. 
 
Fiança 
 
É a forma mais tradicional de garantia nas locações. É uma obrigação 
acessória, face à existência de uma obrigação principal. 
 
Pode ser fiador toda pessoa com histórico idôneo, com livre disposição de 
seus bens e que resida no município do imóvel locado. Se o fiador for 
casado, precisa da autorização do cônjuge também, sob pena de nulidade, 
salvo o regime de casamento seja o da separação total de bens. 
 
Se o contrato de locação evoluir para um contrato por prazo 
indeterminado, o fiador pode pedir sua exoneração da fiança, desde que 
notifique por escrito o locador. Se isso ocorrer, o locador deve notificar o 
locatário para que substitua a garantia em até 30 dias para não haver a 
rescisão do contrato. O mesmo ocorre se o fiador morrer. Numa ação de 
despejo do locatário por falta de pagamento o fiador responde, além dos 
aluguéis e multas, pelas despesas processuais e suas custas. 
 
Seguro-Fiança 
 
A vantagem dessa forma de garantia locatícia é de não submeter o 
locatário ao constrangimento de pedir a alguém para ser seu fiador. 
 
Com ele o locador recebe os aluguéis atrasados durante o período de 
inadimplência, mas há algumas desvantagens: embora o prazo de locação 
seja de 30 meses a apólice do seguro normalmente é de um ano e tem de 
ser renovada anualmente; o locador terá de pagar a franquia na cobertura 
securitária; os prazos para o recebimento da indenização, conforme a 
seguradora, não são motivadores. Por isso parte dos locadores não aceita 
o seguro-fiança. 
 
Cessão Fiduciária de Quotas de Fundo de Investimento 
 
É feita através de fundos de investimento, com a cessão fiduciária de cotas 
de um fundo como garantia da locação imobiliária. 
 
Para tanto deve ser formalizada pelo registro junto ao administrador do 
fundo por meio do termo de cessão fiduciária, juntamente com uma via do 
contrato de locação ficando garantida para o locador, desta forma, a 
propriedade resolúvel das cotas, que ficam indisponíveis, inalienáveis e 
impenhoráveis. 
 
202 
 
Se o locatário incorrer em mora, o locador requer à instituição financeira 
administradora do fundo que lhe transfira as cotas necessárias à quitação 
da dívida, sem prejuízo da ação de despejo e mesmo da cobrança de 
eventual diferença se a garantia não for suficiente. 
 
Toda garantia permanece até a efetiva devolução do imóvel. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245 – “Lei do Inquilinato”, art.37 a 42; Lei 10.406/02 - Código 
Civil Brasileiro, art.818 a 839; Circular n° 1/1992 da SUSEP; Lei nº 11.196/2005, §§ 1º a 
3º, 6º e 7º do art. 88). 
 
 
GARDEN -> ver APARTAMENTO GARDEN. 
 
 
GÁRGULA 
 
Buraco esculpido, comumente em forma de animal ou figura grotesca, por 
onde sai a água de uma fonte ou cascata, ou dos beirais, para escoar as 
águas da chuva para longe das paredes. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
GAZEBO 
 
Cobertura sustentada por colunas, aberta (diferentemente do quiosque, 
embora possa ser fechada com vidros ou treliças), normalmente 
construída no jardim, destinada à convivência social, relaxamento e lazer. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
203 
 
GERADOR CARENADO 
 
É o gerador de energia revestido por uma chapa com espuma 
termoacústica interna para minimizar o barulho do seu funcionamento; 
importante diferencial quando instalado numa residência, para o conforto 
acústico dos moradores, ou em hospitais e ambientes deensino. 
 
 
GESSO 
 
O gesso é um mineral (sulfato de cálcio) produzido a partir do 
aquecimento da gipsita (minério de cálcio), reduzido a pó. Normalmente 
branco, ao ser molhado (com aproximadamente um terço do seu peso), 
transforma-se numa massa que endurece em cerca de dez minutos. Muito 
utilizado no acabamento de tetos e paredes. É a base do DRYWALL. 
 
 
GESSO ACARTONADO -> ver DRYWALL. 
 
 
GLEBA 
 
Designação genérica de uma área que não foi loteada, desmembrada. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2. 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
Forma de dicionário onde são expostos e explicados os termos 
característicos de determinado campo de estudo ou ação. 
 
 
GRADIL 
 
Tipo de guarda-corpo ou barreira, feito basicamente de perfis, comum nas 
fachadas das edificações para proteção ou vedação da entrada. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
204 
 
GRAFIATO -> ver PINTURA TEXTURIZADA. 
 
 
GRANILITE -> ver PISO. 
 
 
GRANITO 
 
Do latim granum (grão), em função de sua textura, os granitos são 
normalmente nominados de acordo com sua cor e/ou local de origem. Por 
ser uma rocha com alto grau de dureza e resistência é muito utilizado em 
pisos e bancadas, sobremodo em área molhadas e de grande circulação. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
GRANZEPE -> ver BARROTE. 
 
 
GRAVAME 
 
Ônus, encargo que pesa (está pendente) sobre um bem. Ele existe, p. ex., 
quando um bem ainda não foi totalmente quitado (gravame financeiro); 
nesse caso está sob o gravame do banco. 
 
 
GRETAGEM 
 
Nome das pequenas trincas observadas nas superfícies de cerâmicas 
esmaltadas, causadas pela diferença de dilatação entre a massa cerâmica 
(sua base) e o esmalte da superfície. Comum em telhas cerâmicas. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
205 
 
GUARDA-CORPO 
 
Elemento de proteção feito de metal, vidro, madeira e/ou alvenaria, usado 
nas bordas de sacadas, terraços, varandas, escadas, rampas, mezaninos, 
mirantes e outros para impedir a projeção do corpo das pessoas para além 
da área por ele delimitada. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
GUARITA 
 
Construção, no nível do solo ou suspensa, para abrigar portarias, vigias 
e/ou seguranças. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
206 
 
GUIA 
 
Também chamada de meio-fio, é a peça de pedra ou concreto que beira a 
calçada delimitando-a. Não confundir com sarjeta. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
HABITAÇÃO 
 
Do latim habitare (habitar, morar, residir). Daí designar o lugar onde se 
habita de morada, casa, residência, vivenda ou domicílio. 
 
 
HABITE-SE 
 
“Habite-se” é o nome genérico que se dá ao Auto de Conclusão de Obra 
ou Auto de Vistoria - o título pode variar conforme o município – 
obrigatório para que um imóvel possa ser ocupado. 
 
Expedido pela Prefeitura ao final da obra, após vistoria de seus fiscais e 
dos dos serviços públicos (bombeiros, companhias de luz, água e gás), 
atesta o cumprimento do projeto construtivo e das exigências legais 
atreladas a ele (como do Código de Obras do município) para que, só então, 
a edificação possa ser ocupada, seja para fins residenciais ou não. 
 
Fundamentação: Depende de cada município. 
 
 
 
 
 
207 
 
HALL 
 
Do inglês, significa salão. 
 
Em tese é primeiro espaço que se encontra, chegando da rua, após a porta 
de entrada de um imóvel. É o espaço que une o exterior do imóvel ao 
interior. Daí a expressão hall de entrada, por ser o local onde 
inicialmente as pessoas são recebidas. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Alguns, residenciais, apresentam um pequeno armário, nicho, para que os 
visitantes guardem seus pertences durante a visita (bolsas, guarda-
chuvas, chaves do carro...) e um espelho para uso deles e dos moradores; 
detalhe elegante, presente em ambientes finos. 
 
Já o hall de distribuição é o corredor de acesso que conduz os visitantes 
e moradores aos demais ambientes da casa, prédio ou hotel (aposentos 
internos e outros ambientes). 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
208 
 
HASTA ou HASTA PÚBLICA 
 
Hasta é sinônimo de leilão, arrematação. 
 
Hasta é a venda de bens penhorados, pelo poder público, através de 
leiloeiro legalmente habilitado, em local e acesso público. Leva esse nome 
porque, na antiguidade, os romanos fincavam uma hasta (sinônimo de 
lança) no local do leilão para identificá-lo. 
 
A aquisição de um bem em hasta pública equivale, juridicamente, a uma 
aquisição original, mas pode ou não deixar relação jurídica entre o 
arrematante (adquirente do bem leiloado) e o antigo proprietário 
(executado). Por isso, muita atenção ao conteúdo do edital: ele é que 
esclarece se o arrematante fica com as dívidas do bem arrematado, além 
do valor pago em leilão ou se elas já estão no valor leiloado (valor 
avençado, ou seja, ajustado, combinado). 
 
A alienação de bens em hasta pública se dá através de duas praças (dois 
leilões): na primeira os bens só podem ser alienados por valor igual ou 
superior ao da avaliação previamente realizada; já na segunda praça a 
alienação pode ser por qualquer valor, desde que ele não seja vil. O novo 
Código de Processo Civil considera vil o preço inferior a cinquenta por 
cento do valor da avaliação. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.447, 497 e 1.237; Lei 
13.105 - Código de Processo Civil, art. 831 a 903. 
 
 
HECTARE (HA) 
 
Unidade de medida agrária equivalente a 10.000m². 
 
 
HERANÇA 
 
Do latim haerentia, significa coesivo (adjetivo: que une, que liga). 
 
É a transmissão do patrimônio de uma pessoa que morreu para seus 
sucessores, dentro dos princípios jurídicos vigentes. É o ponto que, 
juridicamente, liga o falecido a seus sucessores (direito das sucessões). 
 
Os herdeiros recebem também, além dos bens e direitos do falecido, seus 
deveres e obrigações pendentes, ou seja, recebem o saldo remanescente do 
total deixado pelo falecido menos as dívidas e obrigações que tenha 
deixado; o saldo é que é transmitido aos herdeiros. Contudo, cada 
herdeiro responde pelas dívidas do falecido somente até o limite da 
herança que recebeu. Se o valor da herança não for suficiente para cobrir 
as dívidas do falecido não é obrigação dos herdeiros as quitar. Assim, por 
mais irônico que pareça, quem paga as dívidas do falecido é o próprio 
falecido, limitadas ao patrimônio deixado para seus herdeiros. 
209 
 
Essa transmissão é feita através do processo jurídico chamado inventário 
que, finalizado, gera o formal de partilha (ver justo título). 
 
No Brasil o inventário pode ser feito tanto através da Justiça (forma 
obrigatória se houver herdeiros menores ou pessoas incapazes) ou do 
Cartório de Notas, processo muito mais simples e rápido. 
 
Já o espólio, mais do que a herança de um patrimônio, é o conjunto de 
bens, direitos e obrigações deixados por quem faleceu. Quem o recebe 
responde por tudo, ou seja, por todas as dívidas do falecido, por qualquer 
condenação ou ação anterior a sua morte que seja de sua 
responsabilidade civil. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.784 a 1.850. 
 
 
HERDEIRO 
 
Pessoa que recebe uma herança. Alguns acham que herdeiro e legatário 
são sinônimos, não são. Ver LEGATÁRIO. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.784 e 1.845. 
 
 
HERDEIROS NECESSÁRIOS 
 
São os ascendentes, descendentes e cônjuge do falecido. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.845 a 1.850. 
 
 
HIDRÁULICA 
 
Tudo o que diz respeito ao sistema de abastecimento, distribuição e 
escoamento de água numa edificação. 
 
 
HIPOTECA 
 
Colocação de um bem móvel (um carro, p. ex.) ou imóvel (casa, 
apartamento, prédio...) como garantia de pagamento de uma dívida. 
 
Na hipoteca o devedor continua com a propriedade e a posse do imóvel, ou 
seja, elas não são transmitidas ao credor. Se o devedor não pagar a dívida 
no prazo pactuado o credor exerce o direito legal de solicitar avenda 
judicial (execução judicial) do bem oferecido em garantia. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.473. 
 
 
210 
 
HOME OFFICE 
 
Essa expressão, inglesa, significa escritório (office) no lar (home), mas 
também aparece como SOHO, sigla de Small Office and Home Office 
(pequeno escritório no lar, numa tradução livre). 
 
Esse tipo de atuação é cada vez mais comum para profissionais que 
desenvolvem projetos de consultoria, de tecnologia da informação, 
vendedores altamente especializados e alguns profissionais liberais. 
 
Se um cliente diz que atua home office, ótimo. Se ele é o vendedor será, 
teoricamente, mais fácil marcar a visita do comprador, já que está quase 
sempre em casa; se ele é o comprador, ótimo também, pois significa que 
tem mais liberdade de dias e horários para conhecer os imóveis, não só 
nos finais de semana. 
 
 
HOME THEATER 
 
Conjunto de equipamentos de áudio e vídeo domésticos que buscam criar 
e reproduzir as características sonoras e de imagem equivalentes às de um 
cinema. 
 
 
ILUMINAÇÃO ZENITAL 
 
Zênite em astronomia é o ponto em que a vertical de um lugar encontra o 
céu, o zênite. Por isso, iluminação zenital é a que incide verticalmente no 
ambiente, vinda do teto, através de um domo, claraboia. Serve para 
iluminar grandes espaços cobertos onde não haja janelas ou onde elas 
não sejam suficientes, como nos shopping centers. 
 
Para não haver excesso de calor no ambiente que recebe esse tipo de 
iluminação o ideal é que sua abertura não exceda a 10% da área do piso. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
211 
 
IMISSÃO DA POSSE 
 
O verbo imitir, no dicionário, é “fazer com que uma pessoa seja colocada 
no interior de”. 
 
Imitir é fazer entrar, tomar posse, é adquirir poderes para a posse, 
ocupação. Por isso a maioria os contratos de venda e compra, quando 
tratam da posse do imóvel, falam que “Os compradores serão imitidos na 
posse do imóvel objeto deste contrato por ocasião da quitação total do preço 
ajustado, obrigando-se os vendedores a entregar o imóvel completamente 
livre de coisas e pessoas”. 
 
 
IMOBILIÁRIA 
 
Empresa especializada na área de compra, venda, locação e administração 
de imóveis. 
 
 
IMÓVEL 
 
O conceito de imóvel está no Código Civil Brasileiro (livro II – Dos Bens): 
 
“Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua 
unidade, forem removidas para outro local; 
 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem.” 
 
Assim, um terreno, mesmo sem edificação, é um imóvel. 
 
Os imóveis se enquadram em várias categorias jurídicas, das quais 
destaco: 
 
Imóvel Alienado -> ver ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA e HIPOTECA. 
 
 
 
212 
 
Imóvel Alodial 
 
Aquele livre de quaisquer ônus, encargos, foros ou pensões. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2 
 
Imóvel de Referência 
 
Imóvel que apresenta características e parâmetros comparáveis a outro, 
objeto de avaliação. 
 
Imóvel Dominante -> ver SERVIDÃO. 
 
Imóvel na Planta 
 
Nome dado aos imóveis comercializados antes do início de sua construção, 
com base em sua planta. 
 
Imóvel Serviente 
 
Imóvel que sofre restrição imposta por servidão (ver justo título). 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2 
 
Imóvel Urbano 
 
Imóvel situado dentro do perímetro urbano definido em Lei. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 14.653-2 
 
 
IMPENHORABILIDADE -> ver CLÁUSULA DE IMPENHORABILIDADE. 
 
 
IMPERMEABILIZAÇÃO 
 
Conjunto de técnicas utilizadas para garantir estanqueidade, ou seja, para 
impedir a infiltração de água na estrutura construída. 
 
 
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS (ITBI) 
 
Também chamado de Imposto de Transmissão Intervivos e Imposto 
Sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso "Inter Vivos", é o 
imposto municipal cobrado sempre que um imóvel é vendido (é a 
transmissão) para outra pessoa. 
 
É um “Ato Oneroso” por ter custo, cobrado do comprador: em São Paulo 
são 3% calculados sobre o Valor Venal de Referência (do IPTU) ou sobre o 
213 
 
valor de venda (escritura); o que for maior. Os cartórios só procedem à 
escritura e registro de venda do imóvel após o recolhimento do ITBI. 
 
É “Inter Vivos” porque não pode ser cobrado se a transmissão for por 
herança ou por doação (nesses casos cobra-se o ITCMD - Imposto Sobre 
Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos). 
 
Isenção do pagamento do ITBI: varia conforme regra de cada município. 
 
Fundamentação: art. 156, inciso II, da Constituição Federal de 1988; Código Tributário 
Nacional - CTN (Lei 5.172, de 25.10.1966), art.35 a 42; Lei Federal nº 11.977. 
 
 
IMPOSTO PREDIAL TERRITORIAL URBANO (IPTU) 
 
O IPTU é um tributo municipal, daí ter variação de nomes conforme o 
município. 
 
A base de cálculo para sua cobrança é o valor venal estimado do imóvel, 
considerando basicamente suas metragens de terreno, de área construída, 
localização, destinação e tipo do imóvel. 
 
Isenção do pagamento do ITBI: varia conforme regra de cada município. 
No município de São Paulo tem isenção de IPTU o aposentado, pensionista 
ou beneficiário de renda mensal vitalícia, que não possua outro imóvel no 
município, que o utilize como residência, cujo rendimento mensal não 
ultrapasse cinco salários mínimos no exercício a que se refere o pedido, 
que imóvel faça parte do patrimônio do solicitante e que seu valor venal 
seja de até R$ 1.176.311,00, em janeiro de 2017. 
 
Fundamentação: Constituição Federal, art. 156, inciso I e Código Tributário Nacional, Lei nº 
5.172/1966, art. 32. 
 
 
IMPOSTO SOBRE DOAÇÃO -> ver DOAÇÃO. 
 
 
IMPOSTO SOBRE LUCRO IMOBILIÁRIO 
 
Tributo, calculado pela Receita Federal sobre os ganhos de capital, pago 
pelo vendedor de um imóvel. 
 
Para a Receita, ganho de capital é a diferença positiva entre o valor de 
venda do imóvel e o custo de aquisição dele. Integram o custo de 
aquisição, desde que comprovados com documentação hábil e 
discriminados na Declaração de Ajuste Anual do vendedor, os valores 
pagos para: 
 
214 
 
1. A construção, ampliação e reforma do imóvel, desde que os projetos 
tenham sido aprovados pelos órgãos competentes, e com pequenas obras 
de pintura, encanamentos, pisos, paredes..., sempre documentadas; 
 
2. A demolição de prédio construído no terreno, desde que seja condição 
para se efetivar a venda; 
 
3. As despesas da corretagem imobiliária referentes ao imóvel vendido, 
desde que tenha suportado esse ônus; 
 
4. As despesas pagas pelo proprietário com a realização de obras públicas 
(colocação de meio-fio, sarjetas, pavimentação de vias, instalação de redes 
de esgoto e de eletricidade) que tenham beneficiado o imóvel; 
 
5. O valor do imposto de transmissão (ITBI) pago pelo vendedor quando da 
aquisição do imóvel; 
 
6. O valor da contribuição de melhoria; 
 
7. Os juros e demais acréscimos pagos para a aquisição do imóvel; e 
 
8. O valor do laudêmio pago. 
 
Atualmente, desde 1º de janeiro de 2017, a apuração do valor do ganho de 
capital (lucro imobiliário) é calculado da seguinte forma: 
 
 
 
O recolhimento deve ser feito até o último dia útil do mês subsequente à 
percepção dos ganhos. 
 
Permutas tem o cálculo incidente sobre cada imóvel da negociação. 
 
Isenções e Reduções Sobre o Ganho de Capital 
 
Imóveis vendidos com data de aquisição até 31 de dezembro de 1969 estão 
isentos desse imposto. Os vendidos que tenham sido adquiridos dessa 
data até 31 de dezembro de 1988 contam com um percentual fixo de 
Valor do Ganho de Capital (R$) Alíquota
Até 5.000.000,00 15,00%
De 5.000.000,01 até 10.000.000,00 17,50%
De 10.000.000,01 até 30.000.000,00 20,00%
Acima de 30.000.000,0022,50%
Imposto Sobre Lucro Imobiliário
215 
 
redução sobre o ganho de capital, determinado em função do ano de 
aquisição ou incorporação do imóvel, de acordo com a tabela vigente da 
Receita Federal (capítulo Ganhos de Capital) que, nesta publicação, é: 
 
 
 
Imóveis vendidos com data de aquisição a partir de 1º de janeiro de 1989 
não tem isenção e não sofrem nenhuma redução. 
 
Estão isentos também: 
 
 O ganho de capital de pessoa física residente no País na venda de 
imóveis residenciais desde que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias 
contado da celebração do contrato, aplique o valor da venda na 
aquisição de imóveis também residenciais localizados no País. No caso 
de venda de mais de um imóvel esse prazo é contado a partir da data 
do contrato relativo à primeira operação. 
 
A aplicação parcial do valor da venda para aquisição de outro imóvel 
acarretará tributação do valor da venda não utilizado na compra. 
 
Se o vendedor não comprar dentro desse prazo e regras não só terá de 
pagar o imposto sobre o ganho de capital como também multa e juros 
de mora, calculados a partir do segundo mês subsequente ao do 
recebimento do valor da venda do imóvel. 
 
Só se pode usufruir desse benefício uma vez a cada cinco anos. 
 
 Os imóveis vendidos pelo valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do 
único imóvel que o titular possua, individualmente, em condomínio ou 
em comunhão, desde que, nos últimos cinco anos, não tenha efetuado 
alienação de imóvel, a qualquer título, tributada ou não. 
 
 Os imóveis permutados sem torna financeira (troca 100% sem que 
entre qualquer valor complementar em dinheiro). 
 
Fundamentação: Instruções Normativas SRF, nº 118/2000 e nº 84/ 2001, art. 3º, e Lei nº 
11.196/2005 (a chamada “Lei do Bem”), art.38 a 40; Lei nº 13.259/2016, art. 1º a 4º. 
 
 
Ano de
Aquisição
% de
Redução
Ano de
Aquisição
% de
Redução
Ano de
Aquisição
% de
Redução
Ano de
Aquisição
% de
Redução
Até 1969 100% 1974 75% 1979 50% 1984 25%
1970 95% 1975 70% 1980 45% 1985 20%
1971 90% 1976 65% 1981 40% 1986 15%
1972 85% 1977 60% 1982 35% 1987 10%
1973 80% 1978 55% 1983 30% 1988 5%
Percentuais de Redução do Ganho de Capital na Alienação de Bens Imóveis
216 
 
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) 
 
Esse tributo, federal, é cobrado anualmente sobre as propriedades rurais. 
 
Precisa ser pago pelo proprietário da terra, pelo titular do domínio útil ou 
pelo possuidor a qualquer título e seu valor é calculado de acordo com o 
tamanho da propriedade e seu grau de utilização. Quanto maior a terra, 
maior o imposto a ser pago, porém, quanto mais utilizada (com atividades 
de agricultura ou pecuária), menor o imposto. 
 
Fundamentação: art. 153, inciso VI e § 4º, da Constituição Federal; art. 29 a 31 do Código 
Tributário Nacional; Lei nº 9.393/1996. 
 
 
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE 
QUAISQUER BENS OU DIREITOS (ITCMD) 
 
O ITCMD é o imposto estadual devido por toda pessoa física ou jurídica 
que receba bens ou direitos por herança ou em virtude de doação. 
 
Em São Paulo, a Lei Nº 10.705/2000 define que a base de cálculo do 
imposto é o valor venal do bem sendo que até 12.000 UFESPs, incidirá a 
alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) e acima desse limite, 4% (quatro 
por cento) do valor do bem. 
 
Fundamentação: Constituição Da República Federativa Do Brasil/1988, Art. 155, inciso I e 
Lei nº 10.705/2000. 
 
 
IN LOCO (pronuncia-se in lóco) 
 
Expressão latina que significa “no local”. Refere-se ao ato de fazer uma 
constatação ou execução no local objeto do assunto ou da ação. Isso se dá 
muito nas locações; pelo menos nas bem feitas. O corretor/imobiliária não 
pode documentar o contrato com imagens do imóvel que não tenham sido 
tiradas in loco pelo próprio corretor responsável pela locação. 
 
 
INADIMPLÊNCIA ou INADIMPLEMENTO 
 
É a falta de pagamento de uma dívida, compromisso financeiro, até a data 
do vencimento prevista numa transação ou contrato. 
 
 
INALIENABIDADE -> ver CLÁUSULA DE INALIENABIDADE. 
 
 
INCOMUNICABILIDADE -> ver CLÁUSULA DE INCOMUNICABILIDADE. 
 
 
217 
 
INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA 
 
Pela Lei, literalmente, “é a atividade exercida com o intuito de promover e 
realizar a construção, para a venda total ou parcial, de edificações ou 
conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591/1964, Condomínios e Incorporações, art. 28. 
 
 
INCORPORADOR(A) 
 
É a pessoa física ou jurídica que contrata uma empresa para a construção 
de unidades autônomas, sob o regime condominial, objetivando sua venda 
e o retorno financeiro projetado. O incorporador também coordena o 
processo de construção e venda, a qualidade da obra, o prazo de entrega, 
e demais condições atreladas à incorporação. 
 
Fundamentação: Lei nº 4.591/1964, Condomínios e Incorporações, art. 29. 
 
 
INDENIZAÇÃO 
 
O que se paga ou se recebe como compensação por um dano, prejuízo 
e/ou ofensa como forma de reparação, ressarcimento, pelo mal provocado. 
 
 
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS -> ver RESPONSABILIDADE 
CIVIL DO CORRETOR DE IMÓVEIS. 
 
 
INDEXAÇÃO 
 
Percentagem, oriunda de um índice econômico pré-estabelecido - o 
indexador - aplicada periodicamente a um valor, corrigindo-o, para que 
não perca seu poder aquisitivo para fazer frente, no mínimo, à inflação. 
 
 
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO -> ver COEFICIENTE DE 
APROVEITAMENTO. 
 
 
ÍNDICE DE CONVERSÃO 
 
Esse índice, ou taxa, muito usado no mercado imobiliário, revela quantas 
das propostas de compra apresentadas foram convertidas em vendas. O 
ideal é que seja igual ou maior a 40%. 
 
Pode ser utilizado também sobre os clientes atendidos (extraídos os 
vizinhos meramente curiosos, os corretores se passando por clientes...) e 
sobre cada mídia utilizada. Num shopping, p. ex., indica a relação entre o 
218 
 
número de pessoas que entraram no ponto-de-venda “x” e o número de 
notas ou tickets emitidos nesse ponto. 
 
 
ÍNDICE DE REAJUSTE 
 
Índice utilizado para atualizar monetariamente os valores envolvidos num 
contrato ou negociação. 
 
 
ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO (IGP-M) 
 
O IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registra a inflação atrelada 
aos serviços e às matérias-primas agrícolas e industriais. É comumente 
utilizado nos contratos de aluguel e na atualização monetária de contratos 
das construtoras, principalmente após a conclusão das obras. 
 
 
ÍNDICE NACIONAL DE CUSTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL (INCC) 
 
Calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), monitora a 
evolução dos custos das construções sendo, por isso, o índice mais 
praticado nos contratos de compra de imóveis enquanto a obra está em 
execução, já que é o índice que melhor monitora a variação dos preços dos 
materiais, mão-de-obra e matéria prima ao longo da obra. 
 
 
INFILTRAÇÃO 
 
É a penetração indesejável de líquidos no interior de estruturas 
construídas, quer seja de fora para dentro (chuvas, calhas entupidas) ou 
de dentro para fora (vazamentos no sistema hidráulico). 
 
 
INFRAESTRUTURA 
 
Esse conceito é amplo. No que nos afeta, é o conjunto de elementos, na 
construção civil, que suportam uma estrutura. 
 
É também o conjunto de elementos que possibilitam a produção de bens e 
serviços de uma sociedade, a base que assegura seu funcionamento e 
desenvolvimento no que diz respeito, sobremodo, aos serviços públicos 
tais como de água, luz, gás, esgotos, segurança, vias de mobilidade e 
outros. 
 
 
INQUILINO -> ver LOCATÁRIO. 
 
 
219 
 
INSOLAÇÃO 
 
Designa a incidência e ação dos raios solares sobre um imóvel nos 
diversos períodos do dia, meses e estações do ano. 
 
 
INSTÂNCIA 
 
Esse termo corresponde ao grau de jurisdição. Assim, quando se fala em 
primeira instância, p. ex., estamos nos referindo aos órgãos de primeira 
instância onde, através dos juízes de primeira instância, é feito o primeiro 
contato com as partes de um processo e onde há a primeira sentençado 
juiz, chamado de juiz monocrático, por ser um único julgador. 
 
Se uma parte discordar da sentença recebida em primeira instância pode 
recorrer à segunda instância. Nela o processo será analisado por um 
colegiado de desembargadores (título dos juízes de segunda instância). 
 
Em última instância pode-se recorrer aos ministros dos tribunais 
superiores: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça 
(STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Superior Tribunal Militar 
(STM) ou Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS 
NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA) 
 
O IBAMA é um órgão, federal, do Ministério do Meio Ambiente (MMA). 
 
Nasceu fruto da fusão da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), 
Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da Pesca 
(SUDEPE) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). 
 
Suas principais atribuições são a preservação, a melhoria e a recuperação 
da qualidade ambiental, além de assegurar o desenvolvimento econômico, 
com o uso sustentável dos recursos naturais. 
 
É de sua responsabilidade, assim, a execução da Política Nacional do Meio 
Ambiente, a concessão de licenciamentos ambientais de 
empreendimentos, autorizar o uso dos recursos naturais (água, flora, solo, 
etc.), fazer a fiscalização ambiental, aplicar penalidades (tem poder de 
polícia ambiental), gerar e disseminar informações relativas ao meio 
ambiente, monitorar e fazer a prevenção e controle de desmatamentos, 
queimadas e incêndios florestais, apoiar emergências ambientais; executar 
programas de educação ambiental e elaborar o sistema de informação e 
estabelecimento de critérios para a gestão do uso dos recursos faunísticos, 
pesqueiros e florestais; dentre outros. 
 
Fundamentação: Lei nº 7.735/89 e Lei nº 6.938/81 
220 
 
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL 
(IPHAN) 
 
O IPHAN é uma autarquia federal criada para preservar, identificar, 
fiscalizar, revitalizar, restaurar e divulgar os bens culturais do Brasil no 
que diz respeito às formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver; 
às criações científicas, artísticas e tecnológicas; às obras, objetos, 
documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações 
artístico-culturais e aos os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, 
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
Sua criação se deu no governo Getúlio Vargas e o seu projeto de Lei foi 
elaborado por gente de peso na cultura brasileira: Mário de Andrade, 
Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Manuel Bandeira, Lúcio Costa, 
Carlos Drummond de Andrade e Afonso Arinos. 
 
O IPHAN é responsável por mais de 20 mil tombamentos, entre edifícios, 
centros e conjuntos urbanos, pela preservação de mais de um milhão de 
objetos e milhares de volumes bibliográficos. 
 
Fundamentação: Constituição Federal/1988, art. 216. 
 
 
INSTRUMENTO PARTICULAR COM FORÇA DE ESCRITURA -> ver 
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. 
 
 
INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE VENDA E 
COMPRA -> ver CONTRATOS. 
 
 
INTERDIÇÃO 
 
Interditar vem do latim interdictum, proibição. Significa privar, proibir 
alguém de administrar ou de dispor de seus bens como bem lhe aprouver. 
 
No âmbito do Direito Civil é declarar a incapacidade de determinada 
pessoa – dita interdita - de responder pelos seus atos na vida civil. 
 
Estão sujeitos à interdição e, portanto, à curatela (ver título específico): 
 
 As pessoas que não tiverem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil em função de enfermidade ou deficiência mental; 
 
 As pessoas que não puderem exprimir a sua vontade por outra causa 
duradoura; 
 
 Os deficientes mentais; 
 
221 
 
 Os alcoólatras; 
 
 Os viciados em tóxicos; 
 
 Os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; 
 
 Os pródigos (ver PRÓDIGO). 
 
Podem promover a interdição de uma pessoa os seus pais, seu cônjuge, 
seus parentes ou mesmo o Ministério Público. 
 
Mas não basta querer interditar uma pessoa: antes de pronunciar-se 
acerca da interdição o juiz, assistido por especialistas, examinará 
pessoalmente a pessoa objeto do pedido de incapacidade. Mesmo assim, 
se o juiz declara a interdição, embora produza efeitos desde sua 
declaração, fica sujeita a recurso. 
 
O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato é, de 
direito, curador do outro, se esse for interditado. Na falta do cônjuge ou 
companheiro é curador o pai ou a mãe e, na falta destes, o descendente 
que se demonstrar mais apto. Somente na falta dessas pessoas é que 
compete ao juiz a escolha do curador. 
 
Se, contudo, houver meio de recuperar o interdito, o curador promoverá o 
tratamento em estabelecimento apropriado. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.767 a 1.778. 
 
 
INTERVENIENTE QUITANTE (IQ) 
 
Também chamada meramente por “IQ”, é uma modalidade em que um 
terceiro (o interveniente) intervém num contrato para quitar uma dívida. 
 
Ex.: seu cliente quer comprar um imóvel que viu com você e vai financiar 
parte da compra através do Banco Bradesco, porém esse imóvel também 
foi financiado por seu proprietário e está alienado junto ao Banco Itaú, 
que fez o financiamento, como garantia do pagamento. Por isso esse 
imóvel não pode ser vendido se não houver, antes, a quitação da dívida 
com o Itaú. Como fazer? Simples: 
 
No contrato de financiamento que será confeccionado pelo Bradesco 
(banco do comprador), o próprio Itaú figurará como interveniente em 
relação à dívida que o vendedor possui, tornando-se o Bradesco 
responsável por quitá-la, devendo o Itaú conceder a quitação (por isso, 
quitante). Obviamente, o interveniente quitante só é possível se a 
dívida do vendedor perante o Itaú for igual ou menor ao valor financiado 
pelo comprador junto ao Bradesco. 
 
222 
 
Em sendo essa a situação, o Bradesco, que vai financiar para o comprador, 
pagará a dívida do vendedor no Itaú que, por sua vez, tendo recebido o 
pagamento, assinará o contrato de financiamento do Itaú, contendo o 
referido contrato uma autorização para que ocorra o cancelamento da 
alienação fiduciária outrora vigente. 
 
Se os financiamentos do vendedor e do comprador forem do mesmo banco 
não haverá necessidade do interveniente quitante: o próprio banco 
realizará a quitação do saldo devedor em aberto por parte do vendedor. 
 
 
INVENTARIANTE -> ver INVENTÁRIO. 
 
 
INVENTÁRIO 
 
A morte de uma pessoa gera, por Lei, a transmissão de seus bens para 
seus herdeiros. O procedimento legal que elenca e descreve os bens e 
direitos que integram o espólio do falecido, ou de cujos, é o inventário. 
 
Finalizado o inventário, o documento que estabelece o que fica, para 
quem, e em que proporções, é o Formal de Partilha (ver título específico). 
 
A pessoa que representa os herdeiros no inventário é o inventariante, 
normalmente um deles. 
 
Inventário Negativo 
 
Esse tipo de inventário é usado quando o de cujus não deixa bem algum, 
mas deixa dívidas. A família adora, já que legalmente os credores do 
falecido podem cobrar as dívidas dos sucessores dele. 
 
Estes, para não terem de pagar por dívidas que não contraíram, já que 
nada receberam e considerando que eles só respondem pelos dívidas até o 
total recebido (que no caso foi zero), entram com um pedido de inventário 
negativo para que um juiz formalize essa situação (zero de herança) para 
que possam demonstrar aos credores que o falecido não tinha bem algum. 
 
Nesse caso os credores não poderão fazer nada, além de falar mal do 
falecido. 
 
O inventário negativo também é usado quando um viúvo ou viúva 
pretendem casar-se novamente, com regime de casamente diferente do da 
separação obrigatório de bens, e tenha tido filhos com o cônjuge falecido. 
 
Ele só poderá se casar novamente após o inventário dos bens do casal e 
da partilha aos herdeiros. 
 
 
223 
 
Objetivo do Inventário eda Partilha 
 
O objetivo do inventário é fazer a descrição detalhada de todos os bens 
que compõem o acervo do falecido. A partilha estabelece o que e o quanto 
caberá a cada herdeiro. Obviamente não há necessidade de partilha 
quando há somente um herdeiro. Neste caso, ao invés do formal de 
partilha, cabe a carta de adjudicação. 
 
Se o bem a ser partilhado não for divisível (um terreno para quatro 
herdeiros, por exemplo), cada herdeiro terá uma fração ideal sobre esse 
bem (neste exemplo, 25% para cada um). Assim, quando esse terreno for 
vendido cada um receberá ¼ do valor apurado com a venda. 
 
Há duas formas de inventário: 
 
Inventário Judicial 
 
Se o falecido deixou testamento, se houver herdeiro menor ou incapaz ou 
se houver desacordo entre os herdeiros quanto ao inventário ele tem de 
ser obrigatoriamente judicial. Nesse caso, só um juiz pode analisar os 
elementos envolvidos e tomar as ações e decisões atinentes ao inventário, 
preservando os interesses, sobremodo, dos menores e dos incapazes. 
 
Inventário Extrajudicial 
 
Caso contrário, ele pode ser feito de forma extrajudicial (sem a 
participação de um juiz), diretamente no Cartório de Notas, através de 
escritura pública com força de título hábil para o registro imobiliário. 
 
O inventário extrajudicial exige a assistência de um advogado dos 
envolvidos que também assina, obrigatoriamente, a escritura. 
 
Prazos 
 
O inventário e a partilha deverão ser requeridos no prazo de sessenta dias 
contados do óbito da pessoa. Se requeridos fora desse prazo incidirá multa 
sobre o imposto a recolher. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.523, inciso I, 1.784, 
1.829. 2.015 e 2.018; Lei 13.105 - Código de Processo Civil, art. 982; Lei nº 6.858/80, 
art.1º e 2º; Súmula 161, do STJ. 
 
 
INVESTIMENTO FINANCEIRO 
 
Valor aplicado na aquisição, substituição e/ou melhoria de bens e direitos 
com vistas à obtenção de resultados financeiros lucrativos. 
 
 
IRRETRATABILIDADE -> ver CLÁUSULA DE IRRETRATABILIDADE. 
224 
 
ISOLAMENTO ACÚSTICO 
 
Técnica e tratamento utilizados para bloquear ou amenizar a propagação 
de som entre ambientes. 
 
 
ISOLAMENTO TÉRMICO 
 
Técnica e tratamento para bloquear ou amenizar a propagação de calor ou 
frio entre ambientes. 
 
 
JANELA 
 
Desnecessário explicar o que é, mas saber diferenciá-las é útil: 
 
Janela Basculante 
Janela que se desloca através de um básculo (tipo ponte levadiça) gerando 
um vão para ventilação. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Janela Bay Window 
 
O conceito nasceu do seu formato de baia (bay, em inglês). É a janela 
(window, em inglês) que sobressai à linha da construção. Seu formato 
mais comum é o de três faces, com diversos ângulos. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
225 
 
Janela Bow Window 
 
Um tipo de bay window, mas com formato em arco, curvo (bow, em inglês). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Janela De Água Furtada, Mansarda, Dormer Window ou Trapeira 
 
É a construída no telhado de uma edificação para iluminar e ventilar seu 
sótão, eventualmente usado como mais um cômodo. Mansarda é a forma 
aportuguesada do nome do arquiteto francês François Mansart que a 
popularizou usando-a no Palácio de Versalhes. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Janela Oriel Windows ou Janela de Sacada 
 
Do inglês oriel (sacada) e window (janela), se assemelha à bay window, 
mas é instalada nos pavimentos superiores do imóvel; não chega ao solo. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
226 
 
Janela Pivotante -> ver PIVOTANTE. 
 
Janela Seteira 
 
Com origem nas fortificações medievais, tinham aberturas 
propositalmente estreitas, para impedir a entrada de invasores e largura 
suficiente para que os arqueiros atirassem suas setas sobre eles – daí 
janelas seteiras – além de manter seus corpos protegidos do contra-
ataque. Tem a vantagem de permitir a entrada de luz, a ventilação e de ser 
segura, já que sua largura impede a entrada de uma pessoa por ela. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
 
JARDIM DE INVERNO 
 
Local anexo à casa, voltado para o jardim, para a leitura, p.ex., 
relaxamento e interação com o ambiente externo, sem sofrer com as 
mudanças climáticas. Alguns, como o da foto abaixo, são suspensos, com 
a fachada em vidro permitindo, da mesma forma, a entrada da luz e a 
integração com a área verde do jardim e do entorno. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
227 
 
JIRAU -> ver PALAFITA. 
 
 
JOINT VENTURE 
 
Associação entre empresas para explorar determinado negócio com fins 
lucrativos, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica, 
razão pela qual não caracteriza uma fusão ou uma incorporação. 
 
 
JUDICIAL 
 
Adjetivo que designa tudo o que se coloca em juízo, ou seja, que exige a 
participação de um juiz, da justiça. 
 
Já a notificação ou medida extrajudicial busca a obtenção de um direito 
de forma amigável, sem a intervenção de um juiz. Se essa tentativa for 
frustrada daí si, cabe uma ação judicial. A extrajudicial demonstra para o 
juiz, inclusive, que a outra parte renunciou a uma solução amigável. 
 
 
JUNTA DE DILATAÇÃO 
 
Espaço que separa dois elementos para permitir que eles se expandam na 
presença de calor sem que rachem ou se danifiquem fruto da pressão que 
exerceriam um sobre o outro. Esse espaço normalmente é preenchido por 
réguas finas de madeira, metal ou plástico que criam o espaço necessário 
para que o concreto, p. ex., se expanda sem trincar sua superfície. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Conjunto das interpretações e decisões judiciais proferidas pelos tribunais 
em julgamentos anteriores sobre uma determinada matéria, que serve de 
base para causas análogas suprindo eventuais deficiências legais. 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil, art.926 e 927. 
 
 
JUROS 
 
No plural ou no singular, é a taxa percentual aplicada mensalmente sobre 
um valor emprestado, correspondente ao lucro do capital empregado (nos 
empréstimos) ou sobre um valor investido. 
 
Algumas formas de juros: 
 
 
 
228 
 
Juros Compostos 
 
São aqueles em que o juros do mês é incorporado ao capital – também 
chamado valor principal - gerando um novo capital a cada mês para o 
cálculo dos juros subsequentes. 
 
Esse tipo de rendimento é muito vantajoso e por isso é utilizado pelo 
sistema financeiro nas aplicações financeiras e nos empréstimos diversos, 
inclusive de financiamentos. 
 
Um exemplo fácil de entender é imaginar que o banco emprestou para 
você R$ 100.000,00, por cinco meses, com juros compostos de 2% ao mês: 
 
 
 
Juros De Mora 
 
Juro que se cobra nos casos de mora (atraso) de pagamento de uma dívida 
a título de indenização pelo valor não pago em dia, pago com atraso. 
 
Quando cobrado por dia de atraso esses juros são chamados de pro-rata 
die (expressão latina), ou seja, os juros acordados no contrato serão 
proporcionais, rateados (pro-rata) por dia (die) de atraso. 
 
 
Juros Simples 
 
É o juro aplicado unicamente sobre o capital (ou valor principal) 
emprestado ou aplicado, ou seja, o juro do mês não é incorporado ao 
capital gerando um novo capital a cada mês para o cálculo dos juros 
subsequentes, tal como ocorre nos juros compostos. Usando o mesmo 
exemplo do Juros Compostos: 
 
Mês Capital (R$) JUROS COMPOSTOS (%)
Total (R$)
capital + juros
1 R$ 100.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 102.000,00
2 R$ 102.000,00 2% de R$ 102.000,00 = R$ 2.040,00 R$ 104.040,00
3 R$ 104.040,00 2% de R$ 104.040,00 = R$ 2.080,00 R$ 106.120,80
4 R$ 106.120,80 2% de R$ 106.120,80 = R$ 2.122,42 R$ 108.243,22
5 R$ 108.243,22 2% de R$ 108.243,22 = R$ 2.164,86 R$ 110.408,08
Juros finais: 10,41%
229 
 
 
 
KITNET ou KITCHENETTE -> ver APARTAMENTO QUITINETE. 
 
 
LADRÃO -> ver EXTRAVASOR 
 
 
LADRILHO ou AZULEJO 
 
Peça quadrada ou retangular, pouco espessa, normalmente feita de 
cerâmica (argila queimada), com uma face esmaltada (a que fica exposta), 
impermeável, brilhante, lisa ou com relevo,usada para revestimento de 
superfícies interiores ou exteriores ou mesmo como elemento decorativo. 
 
Quando é feito artesanalmente, com maior espessura, sem brilho, 
multicolorido, com floreios, mosaicos e com aspecto poroso é chamado de 
Ladrilho Hidráulico. Leva esse nome por passar cerca de oito horas 
debaixo d'água para a cura (melhora da resistência). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
Mês Capital (R$) JUROS SIMPLES (%)
Total (R$)
capital + juros
1 R$ 100.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 102.000,00
2 R$ 102.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 104.000,00
3 R$ 104.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 106.000,00
4 R$ 106.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 108.000,00
5 R$ 108.000,00 2% de R$ 100.000,00 = R$ 2.000,00 R$ 110.000,00
Juros finais: 10,00%
230 
 
LAJE 
 
Elemento plano, estrutural, normalmente de concreto armado, apoiado em 
vigas e pilares, que divide os pavimentos da construção, responsável por 
transmitir as forças que nela atuam para as vigas e colunas que a 
sustentam. Algumas, mais simples, para economizar concreto, são 
construídas com vigotas e preenchidas com blocos cerâmicos. 
 
Fundamentação: ABNT NBR 6118:2003 
 
 
LAMBRI(s) ou LAMBRIL 
 
Revestimento interno de paredes usado como decoração e proteção contra 
o frio, comum nos países de clima frio. Normalmente de madeira, é 
aplicado tanto na parte inferior das paredes como do chão ao teto. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
LAN SPACE 
 
LAN é a sigla inglesa para Local Area Network (área com rede local). 
 
Alguns condomínios oferecem, na sua estrutura de lazer, um local com 
rede de internet à disposição dos moradores, com os custos de uso e 
manutenção rateados na taxa mensal de condomínio. 
 
 
LANÇAMENTO IMOBILIÁRIO 
 
Divulgação ao público, através de eventos, montagem de um estande de 
vendas, anúncios na mídia e outras ações promocionais - após o registro 
de incorporação - de um empreendimento imobiliário. 
 
 
231 
 
LAREIRA 
 
Com a função básica de aquecer o ambiente, utiliza vários materiais 
construtivos (tijolos, concreto, metálicas, de chapa naval, de aço carbono e 
outros materiais) e de queima (lenha, gás, elétrica e biocombustíveis). 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
LATIFÚNDIO 
 
Latifúndio vem do latim latifundium: combinação de lātus (amplo, 
espaçoso, extensivo) e fundus (fazenda). Daí ser o termo para se referir a 
toda propriedade rural de grande extensão, pertencente a uma única 
pessoa, família ou empresa, o latifundiário. 
 
A Lei define latifúndio como sendo o imóvel rural que não exceda a 
seiscentas vezes o módulo médio da propriedade rural e nem a seiscentas 
vezes a área média dos imóveis rurais, na respectiva zona, dentre outros 
critérios. 
 
Fundamentação: Lei nº4504/1964, art.4º, inciso V e art. 46. 
 
 
LAUDÊMIO 
 
O laudêmio advém da enfiteuse (ver justo título), em franca extinção. Já o 
laudêmio não. 
 
É o imposto federal, de 5% sobre o valor do terreno (e não das 
benfeitorias/edificação), pago pelo vendedor de um imóvel que esteja em 
área da União (da Marinha, por exemplo) quando da venda do imóvel. É o 
caso, assim, dos proprietários de imóveis construídos na orla da Baixada 
Santista e demais cidades litorâneas do Brasil. Diz a Lei: 
 
232 
 
“São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 metros, medidos 
horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar 
médio de 1831: 
 
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e 
lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; 
 
b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se façam sentir a 
influência das marés.” 
 
Todo proprietário de imóvel nessa faixa precisa, para vendê-lo, pedir a 
certidão de ocupação ou aforamento (conforme a classificação do terreno) 
à gerencia regional da Secretaria do Patrimônio da União, e comprovar o 
pagamento do laudêmio. Sem essa certidão, os cartórios de notas e de 
registro de imóveis são impedidos, por Lei, de lavrar e registrar a escritura. 
 
Os terrenos da União pagam ainda, além do laudêmio, o foro - taxa anual 
que corresponde a 0,6% do valor do imóvel – e a taxa de ocupação - 2% ou 
5% - cobrada de quem não tem contrato de aforamento com a União. 
 
Os possuidores de imóveis localizados nas áreas de marinha dividem-se 
em dois tipos: 
 
 Ocupantes: tem apenas o direito de ocupação, nada mais; e 
 
 Foreiros: têm contrato de foro com a União e também o domínio útil. 
 
Ambos, durante todo o período de utilização da área da União pagam, 
obrigatoriamente, a Taxa de Ocupação/Foro, anual. 
 
Fundamentação: Decreto nº 4.105/1868, art. 1º, § 1º e 2º; Decreto-Lei nº 9.760/1946, art. 
2º. 
 
 
LAUDO 
 
Relatório emitido por um especialista em determinado assunto ou área, 
designado para avaliar uma situação específica dentro de seus 
conhecimentos. É um dos instrumentos legais dos quais um juiz pode se 
valer para proferir uma sentença 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil, art.473. 
 
 
LAUDO DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEL 
 
Relatório técnico elaborado por profissional legalmente habilitado 
(engenheiro, arquiteto, corretor de imóveis) que esteja registrado no 
Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, o CNAI, validado 
anualmente. 
233 
 
LAVAGEM DE DINHEIRO -> ver COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES 
SUSPEITAS. 
 
 
LAVANDERIA -> ver ÁREA DE SERVIÇO. 
 
 
LAVRAR 
 
Decretar por escrito. 
 
 
LEAD 
 
Lead é uma expressão inglesa com vários significados. Acho o substantivo 
sondagem (já que sondar é averiguar, pesquisar) a tradução adequada já 
que lead é toda pessoa que entra em contato com a imobiliária/corretor 
solicitando informações – é a sondagem - sobre um imóvel. 
 
Em teoria um lead é um potencial cliente, mas só na teoria. Esse “cliente” 
pode ser, p. ex., um corretor se passando por comprador (prática 
antiética), um vizinho que só quer saber (sondar) o valor de venda, já que 
serve de base para avaliar o seu imóvel ou um mero curioso. 
 
É preciso filtrar os leads para ter uma ideia mais concreta dos potenciais 
clientes, a ponto que o mercado separa esses contatos em três categorias: 
 
Lead: pessoa que faz contato para obter informações sobre um imóvel, 
originado por determinada fonte de captação. Ainda não é um cliente. 
 
Prospect (do inglês, pesquisar): pessoa que, feito o contato e o primeiro 
filtro, demonstra ser potencialmente compradora. O corretor passa a 
indicar imóveis para ela. 
 
Cliente: é o prospect no final do processo, quando já saiu com o corretor 
para visitar imóveis indicados por ele e avaliar se atende às suas 
expectativas suficientemente para apresentar uma proposta de compra. 
 
Não há uma relação perfeita, inquestionável, entre leads/prospects/ 
clientes, até porque essa relação depende do momento do mercado e de 
diversas outras variáveis, mas de forma geral uma relação mínima 
desejável para a saúde financeira de nosso negócio seria de, pelo menos: 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
234 
 
Seguindo essa lógica, são necessários 50 leads, em média, para 1 venda. 
 
Você tem uma boa certeira de captações para gerar esse fluxo mensal 
mínimo de leads (se quiser fazer pelo menos uma venda ao mês)? Nunca é 
tarde para começar. 
 
 
LEGADO 
 
Aquilo que uma pessoa deixa em testamento como seu último desejo. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art. 1.912 a 1.940. 
 
 
LEGATÁRIO 
 
Pessoa beneficiada por um testamento não sendo, contudo, sucessor legal 
do falecido. Exemplo: além de seus herdeiros legais o falecido deixa 
determinado bem para sua querida e fiel empregada, quase membro da 
família, que o acompanhou e assistiu por mais de trinta anos. 
 
O legatário recebe algo fruto de um legado (testamento), já o herdeiro 
recebe por herança, por ser seu sucessor legal. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.941 a 1.946. 
 
 
LEI DE INCORPORAÇÕESLei que dispõe sobre condomínios em edificações e incorporações 
imobiliárias. 
 
Fundamentação: Lei federal n° 4.591, de 1964. 
 
 
LEI DE ZONEAMENTO 
 
Nome popular da Lei Municipal que estabelece as normas complementares 
ao Plano Diretor Estratégico e que dispõe sobre as características de 
aproveitamento, dimensionamento e ocupação dos lotes em cada 
município. 
 
 
LEI DO INQUILINATO 
 
Nome popular dado à Lei nº 8.245, de 18/10/1991, que “Dispõe sobre as 
locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes”. 
 
 
 
235 
 
LEILÃO 
 
O leilão ou hasta é uma modalidade de venda de um bem de maneira 
simples, rápida e pública. 
 
Cabe ao leiloeiro, além de especificar as condições e valores da 
negociação, de forma escrita e clara, para acompanhamento dos possíveis 
interessados, promover o leilão em si. 
 
Cada bem, ou conjunto de bens, disponibilizado para venda num leilão 
corresponde a um lote de venda. Quando o lote é anunciado pelo leiloeiro, 
os interessados apresentam seu lance, ficando com o bem o lance de 
maior valor. É a fase do “quem dá mais”. Há, contudo, um lance mínimo 
pré-definido para que o lote seja vendido. Basicamente é isso. 
 
Há duas formas de leilão: 
 
- Judicial: leilão promovido pelo Estado, através de ordem judicial, uma 
vez esgotados todos os recursos possíveis para a não execução do bem. 
 
- Extrajudicial: este não precisa ser oriundo de um processo judicial. São 
habitualmente praticados por instituições financeiras face à falta de 
pagamento dos contratos de financiamento, ou para venda de ativos de 
uma empresa em fase de fechamento, por exemplo. 
 
O leilão exige, em alguns casos, cuidado adicional na análise dos seus 
termos, pois dependendo da forma como foram elaborados, o arrematante 
pode ter de responder pelos débitos fiscais e condominiais vinculados ao 
imóvel arrematado (14ª Turma do TRT da 2ª Região, Processo 
01095005720015020075 / Acórdão nº 20160191607) . 
 
Fundamentação: Lei nº 8.666/93; Decreto-lei n.º 70/6, Lei nº 9.514/97, Decreto nº 
21.981/32. 
 
 
LENÇOL FREÁTICO 
 
É o depósito subterrâneo de água formado pela infiltração da chuva no 
solo através de seus espaços permeáveis (por isso a ideia de lençol, já que 
a água se acomoda no solo tal e qual um lençol o faz sobre nosso corpo; já 
freático é o adjetivo que designa as camadas aquíferas subterrâneas). Daí 
a importância das áreas de permeabilidade obrigatórias no plano de uso e 
ocupação do solo, garantindo essa importante reserva de água. 
 
Os lençóis freáticos também são chamados de aquíferos artesianos livres. 
 
Alguns lençóis freáticos, muito próximos à superfície, simplesmente 
brotam da terra, formando as nascentes. 
 
236 
 
Suas águas são normalmente muito limpas em função da filtragem 
natural que sofrem pelo solo e suas rochas porosas; haja vista as águas 
minerais, que podem ser consumidas sem necessidade de tratamento, 
salvo nas proximidades das grandes cidades, dos campos de plantio 
(devido aos agrotóxicos) e dos lixões e seus entornos, por razões óbvias. 
 
 
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 
 
Refere-se à análise e descrição topográfica de um terreno, suas medidas, 
relevos e demais pormenores que o caracterizem tecnicamente. Esse 
levantamento hoje utiliza o sistema GNSS (Global Navigation Satellite 
System - Sistema de Navegação Global por Satélite) e até de drones. 
 
 
LIDE 
 
É o conflito de interesses levado a juízo para análise e definição de um 
juiz. 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil, art. 141. 
 
 
LINDEIRO 
 
É a linha ou limite de um imóvel com referência a outro(s) do seu entorno 
ou à via pública; que está na divisa de/com. 
 
 
LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA 
 
É a quitação de uma dívida antes do prazo de vencimento fixado em 
contrato, seja através da utilização de recursos próprios ou da 
transferência de recursos obtidos num agente financeiro. 
 
 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 
Ato preliminar da execução de sentença que consiste em apurar o valor 
final da condenação. Pode ser realizado pelo próprio credor, por 
arbitramento, quando determinado pela sentença ou convencionado pelas 
partes, ou por perito com conhecimento técnico. 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil, art. 509 a 512. 
 
 
LIQUIDAÇÃO FORÇADA -> ver VALOR DE LIQUIDAÇÃO FORÇADA. 
 
 
 
237 
 
LIQUIDEZ 
 
É a velocidade e facilidade de se converter um ativo (imóvel, p. ex.) ou 
investimento em dinheiro (ativo circulante). 
 
Imóveis, com raras exceções, não garantem liquidez de curto prazo, salvo 
se reduza significativamente o valor de venda em relação ao mercado. 
 
Investimentos com liquidez são, p. ex., o ouro e o dólar, por serem ativos 
que podem ser vendidos em um único dia. 
 
 
LIVING ou LIVING ROOM -> ver SALA DE ESTAR. 
 
 
LOAN TO VALUE (LTV) 
 
Expressão que pode ser traduzida por valor de empréstimo. 
 
É, na prática, o percentual máximo que uma instituição pratica para 
financiamento de imóveis num determinado momento do mercado. Esse 
percentual varia em função do rating (classificação) do cliente no banco, 
da avaliação do imóvel feita pelo banco (de suma importância, pois o 
imóvel é a garantia real no empréstimo), do prazo de financiamento 
almejado, da taxa de juros praticada no mercado, do sistema de 
amortização pretendido e também do tipo de imóvel (comercial ou 
residencial, pois possuem regras e prazos distintos). 
 
 
LOBBY 
 
Do inglês, significa entrada, portaria, salão de espera. Daí ser a área de 
entrada, o salão de espera do hotel, o local onde os visitantes sentam e 
esperam por um morador ou hóspede (no hotel). 
 
 
LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA -> O mesmo que ALUGUEL (ver justo título). 
 
 
LOCAÇÃO POR TEMPORADA -> ver ALUGUEL POR TEMPORADA. 
 
 
LOCADOR ou SENHORIO 
 
Proprietário de um imóvel que o aluga para auferir um aluguel e transferir 
os custos de IPTU e condomínio, se houver, para o locatário. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245/91, “Lei do Inquilinato”. 
 
238 
 
LOCATÁRIO ou INQUILINO 
 
Pessoa que aluga um imóvel (assume sua posse), por determinado prazo, 
mediante pagamento de um aluguel e das taxas legais pré-estabelecidas 
em contrato (IPTU, condomínio, água, luz...). 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245/91, “Lei do Inquilinato”. 
 
 
LOFT -> ver APARTAMENTO. 
 
 
LOGRADOURO 
 
É todo o espaço público, reconhecido oficialmente pela administração de 
cada município, tais como ruas, avenidas, praças, jardins, etc., destinados 
ao uso comum dos cidadãos e à circulação de veículos. 
 
 
LOJA ÂNCORA 
 
Loja instalada num grande empreendimento (ex.: shopping center), 
normalmente com área superior à das demais lojas (satélites), 
caracterizada por ser geradora de alto tráfego de clientes para o 
empreendimento como um todo. 
 
 
LOJA SATÉLITE 
 
Cada uma das lojas instaladas em empreendimentos como shopping 
centers e centros comerciais, excetuando-se a(s) loja(s) âncora. 
 
 
LOTE 
 
Porção de terreno resultante do parcelamento de uma área. É exigência 
legal que todo lote seja servido de infraestrutura nos loteamentos. 
 
Fundamentação: Lei 6.766/79, art. 2º, § 4º; Lei nº 9.785/99; NBR 14.653-2, da ABNT. 
 
 
LOTEAMENTO 
 
É a subdivisão de uma área/gleba em lotes, para edificação, com abertura 
de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, 
modificação ou ampliação das vias existentes. 
 
Fundamentação: Lei 6.766/79, art. 2º, § 1º. 
 
 
239 
 
LOUNGE 
 
Do inglês, significa salão, descansar. É a sala de espera de visitantes e 
também o espaço destinado ao hóspede para ler, descansar, degustar um 
bom vinho, fazer um lanche, típica dos hotéis. 
 
 
LUCRO IMOBILIÁRIO -> ver IMPOSTO SOBRE LUCRO IMOBILIÁRIO. 
 
 
LUVAS 
 
Quantia estabelecida para assinatura ou transferência de um contrato de 
locação, a título de remuneração do ponto comercial. As luvas só são 
legais se cobradas no início da locação, com prazo de contratação de no 
mínimo cinco anos, não sendo legal acobrança em contrato de prazo 
inferior a esse prazo e nem na renovação contratual. 
 
Fundamentação: Lei nº 8.245/91, “Lei do Inquilinato”, art. 45. 
 
 
MÁ-FÉ 
 
Agir de má-fé é agir conscientemente de forma maldosa, desleal, mal-
intencionada, buscando burlar a Lei ou enganar ou prejudicar alguém. 
 
 
MALL 
 
Do inglês, é sinônimo de shopping center (centro de compras). Fora dos 
shoppings, como nos hipermercados e no térreo de alguns prédios 
comerciais, é o espaço interno (sem acesso veicular) destinado a lojas de 
vendas e de serviços. 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MANDADO 
 
É toda ordem judicial (de um juiz), cumprida por oficiais de justiça (ex.: 
mandado de citação, de penhora) e/ou policiais (ex.: mandado de prisão). 
240 
 
MANDATO -> ver PROCURAÇÃO. 
 
 
MANILHA 
 
Tubo de grandes dimensões, com uma gola adaptadora numa das 
extremidades para ligação ao próximo, para condução de águas ou esgotos. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MANSARDA -> ver JANELA, Janela de Água Furtada. 
 
 
MANUTENÇÃO 
 
Toda ação para preservação das condições ideais de utilização de um bem. 
 
 
MAQUETE 
 
Reprodução miniaturizada de um projeto arquitetônico. Hoje, os atuais 
recursos permitem tê-la também digitalizada e em terceira dimensão. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota - Minimundo, Gramado, Rio Grande do Sul. 
241 
 
MARCENEIRO 
 
Profissional que transforma a madeira em um objeto útil ou decorativo. A 
marcenaria evoluiu da carpintaria, mas sofreu mudanças, pois enquanto 
o carpinteiro trabalha mais com a madeira bruta, o marceneiro trabalha 
principalmente com madeiras mais nobres como o a imbuia, mogno, 
marfim, ipê. A marcenaria é a base da fabricação artesanal de móveis. 
 
 
MARCO ou MARCO DE PORTA 
 
Parte fixa das portas ou janelas que recebe as dobradiças. Ver BATENTE. 
 
 
MARKETING PESSOAL 
 
Estudos demonstram que a primeira impressão sobre uma pessoa se 
fundamenta nos 10 segundos iniciais de contato. Sabe-se também que ela 
não é absolutamente infalível. Todos nós já nos impressionamos no 
primeiro contato com alguém que, na prática, não era o que parecia à 
primeira vista, mas essa é uma exceção, que existe. Essa primeira 
impressão, não raramente, pode facilitar ou dificultar a evolução do 
contato, seja ele pessoal ou profissional. 
 
Os fatores duma primeira impressão são a imagem física, a postura, o tom 
de voz, a forma e conteúdo do que se diz no primeiro contato. 
 
Falar em imagem física, p. ex., remete as pessoas à observação dos 
aspectos físicos notados no primeiro contato com alguém. Já o marketing 
pessoal agrega, além dos estímulos físicos do primeiro contato, outros 
elementos que compõe a primeira impressão: 
 
 Estar bem vestido é básico. Não falo de roupas caras, de grife. Falo de 
bom gosto e discrição, de estar com roupas adequadas ao público alvo. 
 
Para quem trabalha com alto padrão o terno e gravata, para os 
homens, e roupa social, para as mulheres, são o esperado, além da 
barba, cabelo e unhas elegantemente cortados e/ou pintados; do carro 
bem conservado e limpo (quanto mais elevado é o padrão dos imóveis 
melhores devem ser o carro, a caneta, a pasta, etc., adequados ao 
público alvo). Frequentar ambientes sociais de bom nível, feiras de 
negócios e outros locais que sejam nichos do público alvo também são 
ações altamente estratégicas para o marketing pessoal. 
 
 Ter uma postura corporal elegante e natural: receber a pessoa com o 
corpo naturalmente ereto, com um sorriso, olhar nos seus olhos, 
tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentá-lo, chamá-la 
pelo nome e não buscar o contato físico com ela além do aperto de 
mãos é uma postura elegante. 
242 
 
 
 Usar linguagem clara, objetiva, elegante, sem gírias ou palavrões, não 
falar mal de qualquer pessoa ou concorrente, se o assunto não for 
sobre imóveis, falar sobre fatos e coisas atuais e agradáveis e não 
chamar a atenção que não seja a da participação natural, fecha 
positivamente a primeira impressão. 
 
Veja que é a terceira vez neste texto que falo em elegância; ela é a chave de 
tudo. 
 
Há uma máxima, quando se trata de elegância no tocante à imagem que 
passamos, que diz: MENOS É MAIS. Perfeito: 
 
 Menos decote é mais elegante do que muito decote. 
 
 Menos transparência é mais elegante do que muita transparência. 
 
 Uma saia menos curta é mais elegante do que a muito curta. 
 
 Roupa menos justa é mais elegante do que uma muito justa. 
 
 Cores neutras são mais elegantes do que as berrantes. 
 
 Um esmalte discreto, neutro, é mais elegante do que um verde-roxo. 
 
 Menos maquiagem (aquela que realça delicadamente os traços bonitos 
da pessoa) é mais elegante do que muita maquiagem. 
 
A ideia é simples: o foco do cliente tem de ser unicamente a qualidade do 
atendimento que está recebendo, não as qualidades físicas ou as roupas 
de quem o está atendendo. E, por fim, algo absolutamente importante: 
 
Falar menos e ouvir mais é muito elegante e, ao falar, faça-o com calma, 
conteúdo e lembre-se sempre das sábias de George Herbert (País de Gales, 
3abr1593 - 1mar1633), poeta e sacerdote anglo-galês: 
 
 “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores do que o 
teu silêncio e lembre-se que alto deve ser o valor de suas ideias e 
não o volume da tua voz. Falar sem pensar é 
disparar sem apontar”. 
 
 
MÁRMORE 
 
O mármore é uma rocha originada de calcário exposto a altas 
temperaturas e extrema pressão. 
 
Até hoje, dependendo do tipo, é sinônimo de acabamento de alto padrão 
em construções, pois permite um bom polimento, o que lhe proporciona 
243 
 
um bonito acabamento e apresentação sendo, por isso, habitualmente 
empregado em pisos, paredes, bancadas mais nobres e mesmo em 
banheiros, embora não seja o material ideal para áreas molhadas. 
 
Há mármores para todos os tamanhos de bolsos. O corretor deve conhecê-
los e saber seus valores, pois alguns são muito caros e se ele for avaliar 
um imóvel tem de saber onde está pisando. Um dos mais utilizados do 
mundo é o Travertino (p. ex.: o Coliseu, construído em 79 d.C. e a Basílica 
de São Pedro, construída em 1626, ambos na Itália). Outro é o Carrara, 
originário da região de mesmo nome, na Toscana. 
 
Adiante alguns tipos normalmente encontrados em residências de alto 
padrão: 
 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MARQUISE 
 
Laje sustentada por colunas ou chumbada na parede da construção, 
projetando-se para fora, com a finalidade de proteger do sol e das chuvas 
uma entrada ou um espaço público. 
 
Uma das mais famosas no Brasil é a do Parque do Ibirapuera, em São 
Paulo, projeto do renomado arquiteto Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer 
Verde Guatemala
Marrom Imperial
Botticino Carrara Crema Marfil
Rosso Verona Travertino
Nero Marquina Nero Portoro
244 
 
Soares Filho (Rio de Janeiro, 15dez1907 - 5dez2012), com 600 metros de 
extensão, concluída em 1954. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MASSA CORRIDA 
 
Massa aplicada sobre paredes e tetos para nivelar e corrigir imperfeições, 
dando um acabamento uniforme e liso à superfície a ser pintada. 
 
 
MATRÍCULA -> ver DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA. 
 
 
MEAÇÃO 
 
No dicionário meação é o direito de copropriedade entre duas pessoas 
(meio a meio, daí meação) sobre os bens de uma herança ou dos cônjuges. 
 
Na agricultura designa o trabalho rural em que o explorador de uma terra 
dá ao proprietário metade do produto auferido. 
 
O direito à meação, no casamento, depende do regime de bens adotado: no 
da comunhão universal, o cônjuge tem direito à metade de todos os bens 
adquiridos antes ou depois do casamento; na comunhão parcial, só cabe 
para os bens adquiridos durante o casamento. 
 
O bem que não for objeto de meação fará parte do espólio do falecido, para 
a herança a ser transmitido aos sucessores ou testamentários. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.1.846 a1.849. 
 
 
 
 
245 
 
MEDIDA CAUTELAR 
 
Procedimento judicial para conservar ou assegurar um direito. O juiz pode 
autorizar tal medida quando se demonstra a gravidade de um ato, o risco 
de lesão de qualquer natureza ou inexistência de motivo justo para esse 
ato. 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil, art. 294, § único, 301, 303 a 
311. 
 
 
MEDIDAS 
 
 
 
 
 
Ilustrações: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Medida Símbolo Equivalente a
Valor
em
m²
Are a dam² 100
Hectare has hm² 10.000
Alqueire do norte - 2,7225 has 27.250
Alqueire mineiro - 4,84 has 48.400
Alqueire paulista - 2,42 has 24.200
MEDIDAS AGRÁRIAS
Medida Sigla
Relação
sobre o
metro (m)
Valor
da
medida
Quilômetro km m x 1000 1000m
Hectômetro hm m x 100 100m
Decâmetro dec m x 10 10m
Decímetro dm m / 10 10cm
Centímetro cm m / 100 1cm
Milímetro mm m / 1000 1mm
MEDIDAS DE COMPRIMENTO
246 
 
MEIA-ÁGUA ou UMA ÁGUA -> ver TELHADO 
 
Telhado assim chamado por ter a metade de um telhado convencional, ou 
seja, com apenas uma água, um só plano inclinado. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MEIA-PAREDE 
 
Parede que não fecha totalmente o ambiente, usada como divisória, típica 
da cozinha americana. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MEIO-FIO -> ver GUIA. 
 
 
MEMORIAL DE ACABAMENTOS -> ver MEMORIAL DESCRITIVO. 
 
247 
 
MEMORIAL DE INCORPORAÇÃO 
 
É o instrumento, definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), que detalha como será realizado um determinado 
empreendimento. 
 
Todo incorporador é legalmente obrigado a registrar o memorial no 
Cartório de Registro de Imóveis antes do início da publicidade para venda 
das unidades do empreendimento, já que o Registro de Incorporação 
Imobiliária é um compromisso público de realização. 
 
Assim, ele não pode promover a venda de qualquer empreendimento sem 
o prévio registro do memorial da incorporação, pois o comprador ficaria 
impedido de registrar o seu contrato e sem respaldo para poder reclamar 
de alterações do projeto, modificações nas especificações de acabamento 
das diversas partes da edificação ou mesmo de erro ou falha em relação a 
qualquer detalhe que não esteja bem definido no contrato. O ideal é que o 
contrato apresente como parte integrante a planta baixa e o memorial de 
acabamento da unidade negociada. 
 
No memorial deve constar, dentre outros documentos, o título de 
propriedade do terreno, o projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura, a 
certidão negativa de ônus sobre o terreno, as certidões negativas de dívida 
com as Fazendas Nacional, Estadual e Municipal, as certidões dos 
cartórios distribuidores atestando não haver ação judicial contra o 
incorporador, os quadros de informações técnicas do empreendimento e 
de suas unidades, as áreas e os acabamentos básicos das unidades 
imobiliárias, os equipamentos a serem instalados e outras informações. 
 
A prova do registro é feita mediante Matrícula atualizada expedida pelo 
Cartório do Registro Geral de Imóveis da jurisdição do terreno. 
 
Fundamentação: Lei nº 4594/64 e NBR 12.721 (antiga NB 140) 
 
 
MEMORIAL DESCRITIVO DE VENDAS 
 
Documento, devidamente arquivado no Cartório de Registro de Imóveis, 
antes do início da venda das unidades, que especifica o que será vendido, 
suas metragens, quantidade e localização das vagas de garagem, materiais, 
equipamentos e acabamentos que serão aplicados na construção, bem 
como a indicação das marcas, fabricantes e/ou categoria de materiais a 
serem utilizados. 
 
 
MERCADO DE TERCEIROS 
 
Na área imobiliária essa expressão designa a venda de imóveis usados, ou 
seja, imóveis que não são lançamento no mercado; é a revenda de um 
248 
 
imóvel, feita por um terceiro. Interessante observar que do montante 
anual de vendas de imóveis no Brasil o mercado de terceiros responde por 
algo em torno de 60% das negociações concretizadas. 
 
Alguns também denominam esse segmento de Mercado Secundário. Já 
os novos, de lançamento, são imóveis do Mercado Primário, posto ser a 
primeira venda. 
 
 
MERCADO PRIMÁRIO -> ver MERCADO DE TERCEIROS. 
 
 
MERCADO SECUNDÁRIO -> ver MERCADO DE TERCEIROS. 
 
 
MESTRE-DE-OBRAS 
 
Profissional com grande experiência prática em todas as etapas e serviços 
de uma obra e que comanda os operários e o fluxo de execução dela. 
 
 
MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO 
 
É um dos métodos para avaliar imóveis. Usa como amostra os imóveis da 
mesma região com características semelhantes ao do imóvel a ser 
avaliado. 
 
 
METRO CÚBICO (M³) 
 
Unidade de medida equivalente a mil litros ou um cubo com arestas de 1 
metro de comprimento, por 1 metro de altura, por 1 metro de largura. 
 
 
METRO LINEAR 
 
Unidade de medida equivalente 100 centímetros lineares, ou seja, em 
linha reta. É o comprimento de alguma coisa em linha reta. Exemplo: a 
casa apresenta testada de 10 metros. Isso equivale a dizer que sua frente, 
em linha reta, tem 10 metros de comprimento. 
 
 
METRO QUADRADO (M²) 
 
Medida equivalente à área de um quadrado com 1 metro em cada lado. 
 
 
 
 
249 
 
MEZANINO 
 
Pavimento que subdivide parcialmente um andar em dois, com acesso 
interno entre eles, propiciando um pé-direito maior no ambiente inferior. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – Lei nº 
11.228/92 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO (MP) 
 
Órgão de Estado absolutamente independente e autônomo (sem 
vinculação a qualquer dos poderes do Estado, garantia esta 
constitucional), com orçamento, carreira e administração próprios. 
 
É responsável por fiscalizar o cumprimento das Leis no Brasil e por 
defender os interesses sociais e individuais. Daí ser o responsável por 
promover a acusação nos julgamentos, já que prender infratores é um 
interesse público (pode pedir, se for o caso, a absolvição de um réu). Tem 
poderes ainda para defender o povo, o patrimônio público, social, cultural, 
o meio ambiente, os direitos e interesses da coletividade e das 
comunidades indígenas, a família, a criança, o adolescente e o idoso, bem 
como para investigar crimes, requisitar a instauração de inquéritos 
policiais, combater a tortura e os meios ilícitos de provas, dentre outros. 
 
Fundamentação: Constituição da República Federativa do Brasil/1988; Lei Complementar 
n.º 75/1993; Lei n.º 8.625/1993. 
 
250 
 
MITIGAR 
 
Mitigar é abrandar, atenuar. Juridicamente, é minimizar um risco (não o 
elimina). Ex.: um vendedor de imóvel tem um passivo em execução, mas 
também tem bens, registrados em seu nome, de valores superiores ao 
passivo, garantindo a realização da venda por demonstrar que o negócio é 
feito de boa-fé; que o imóvel objeto da negociação não deve ser atingido 
pelas execuções sobre o vendedor, já que este demonstrou solvência. 
 
 
MOBILIÁRIO 
 
Elemento construtivo não enquadrável como edificação ou equipamento. 
Um exemplo é o conjunto de elemento que compõe o mobiliário urbano. 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – Lei nº 
11.228/92 
 
 
MOBILIÁRIO URBANO 
 
São os elementos de uso e utilidade pública, tais como os totens e os 
abrigos de pontos de ônibus/táxi, bancas de jornal, cabines de segurança, 
lixeiras, painéis eletrônicos informativos, placas identificadoras de vias e 
logradouros, protetores de árvores, sanitários públicos e outros. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.257, art. 3º, inciso III. 
 
 
MOLDURA 
 
Moldura, ou rodateto, em arquitetura, é o acabamento para ornamentar o 
ângulo reto formado entre a parede e o teto de um ambiente. 
 
 
Imagens: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
MONTA-CARGA 
 
Elevador para transporte de cargas (bens, materiais, mercadorias...), 
sendo proibido o transporte de pessoas nele; por isso pode ser aberto. 
251 
 
MORA 
 
Mora é quando um devedor atrasa um pagamento devido numa data pré-
estabelecida. Por outro lado, se o credor se negar a receber essepagamento na data, lugar e forma pré-estabelecidos este é que estará em 
mora. 
 
Quando o devedor paga os atrasados, com todos os acréscimos devidos, 
fala-se que houve a purgação da mora; já que o verbo purgar significa 
livrar (algo) de alguém; desembaraçar. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.394 a 401. 
 
 
MOSAICO 
 
Supõe-se que mosaico venha do grego mousaikón, que significa obra das 
musas; por isso também é chamado de arte musiva. É a técnica de colar 
pequenas peças - tesselas – normalmente de pedras ou vidros, numa 
superfície plana formando um desenho artístico, decorativo. Sua chegada 
ao Brasil se deveu aos nossos colonizadores, com o mosaico português. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
Um mosaico famoso é o calçadão de Copacabana. Em 1909 suas curvas 
eram perpendiculares à calçada, mas na década de 70, quando passou 
por uma reforma, Burle Marx, contratado para participar do projeto, optou 
por curvas maiores e paralelas à calçada. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
252 
 
MOVIMENTO DE TERRA 
 
Modificação do perfil do terreno que implicar em alteração topográfica 
superior a um metro de desnível ou a 1.000m³ de volume. 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações de São Paulo – Lei nº 11.228/92. 
 
 
MURO DE ARRIMO ou MURO DE CONTENÇÃO 
 
Muro feito para conter o deslocamento de terra e pedras de uma encosta. 
 
 
Imagem: www.pixabay.com 
 
Fundamentação: Código de Obras e Edificações de São Paulo – Lei nº 11.228/92. 
 
 
MUTUANTE 
 
Pessoa ou instituição que contrai concede um empréstimo financeiro ou 
creditício. 
 
 
MUTUÁRIO 
 
Pessoa ou instituição que recebe um empréstimo financeiro ou creditício. 
 
 
MUXARABI ou MUXARABIÊ 
 
Treliça (ou elemento vazado) utilizada pelos árabes para fechar janelas e 
balcões, de forma a obter ventilação e sombra, além de permitir ver o 
exterior sem ser visto por ele (teria a função, no mundo árabe, e também 
no Brasil colonial, de proteger as mulheres dos olhares masculinos). 
 
253 
 
A origem do termo é incerta. A mais divulgada é a de que o termo nasceu 
do árabe mashrabiya, janela onde eram colocados os jarros com água para 
que fossem resfriados para o consumo. 
 
A solução chegou ao Brasil em 1530 através dos colonizadores 
portugueses de origem árabe. Muito dos artífices coloniais que 
construíram as habitações nas primeiras cidades brasileiras foram 
educados conforme a tradição muçulmana e por isso introduziram traços 
da arquitetura moura na arquitetura colonial. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
NEOCLÁSSICO -> ver ESTILO NEOCLÁSSICO. 
 
 
NICHO 
 
Cavidade ou reentrância projetada nas paredes para colocação de 
armários, prateleiras ou mesmo para exposição e destaque de pequenos 
elementos de decoração, esculturas ou obras de arte. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
 
 
254 
 
NÍVEL 
 
Instrumento usado na construção para verificar se uma superfície está 
plenamente horizontal, sem inclinações. O mais usado, ainda hoje, é o 
nível de bolha: uma bolha de ar fica num tubo com líquido, com um ponto 
de marcação de cada lado da bolha; ela tem de estar dentro dessa 
marcação. 
 
 
Imagem: Paulo Henrique C. J. Mota 
 
 
NOMES DE PRÉDIOS E CONDOMÍNIOS 
 
Como não há Lei que regule o assunto não há impedimento legal para que 
prédios ou condomínios, no mesmo município, tenham o mesmo nome; 
salvo esteja registrado e protegido pela legislação de marcas e patentes. 
 
 
NON AEDIFICANDI -> ver ÁREA NON AEDIFICANDI. 
 
 
NORMA TÉCNICA (NT) 
 
Documento, normalmente elaborado por um órgão oficial credenciado, que 
estabelece regras e diretrizes para um material, produto ou serviço. 
 
Fundamentação: Fonte: ABNT ISO/IEC GUIA 2:2006. 
 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
 
É um título de crédito que constitui uma promessa incondicional de 
pagamento de uma dívida. A Nota Promissória, como os demais títulos de 
crédito, pode ser transferida a um terceiro, através de endosso. 
 
Nela, o devedor – o emitente ou subscritor - compromete-se a pagar a um 
credor - o beneficiário ou tomador - um valor em determinada data. 
 
Se ela não for paga até a data do vencimento pode ser protestada ou ser 
cobrada judicialmente, obrigatoriamente via advogado, salvo tenha valor 
inferior a 20 salários mínimos, pois daí basta ir ao Juizado Especial Cível. 
 
A Promissória, para ter valor legal, tem de ter a denominação NOTA 
PROMISSÓRIA no texto do título, o valor a ser pago, a data limite do 
pagamento, o local do pagamento (na falta, é o domicílio do emitente), o 
nome do beneficiário dela, data e local da emissão da promissória, a 
255 
 
assinatura de quem a emitiu (subscritor) e não pode apresentar qualquer 
forma de rasuras, sob pena de perder o valor de documento hábil. 
 
A Nota Promissória também pode ser utilizada na escritura como garantia 
de pagamento de valores posteriores a ela. Nesse caso ela pode ter caráter 
pro soluto ou pro solvendo, com efeitos totalmente distintos: 
 
Nota Promissória Pro Soluto 
 
Neste caso as promissórias são parte efetiva do pagamento e fazem parte 
da quitação da negociação; valem como dinheiro e, por isso, a negociação 
de venda e compra é irrevogável, irretratável, perfeita e finalizada. Se elas 
não forem pagas o vendedor tem de recorrer à Justiça e executá-las para 
receber o valor devido. 
 
O contrato, todavia, não pode ser desfeito. Quem comprou o bem, mesmo 
não honrando o pagamento das promissórias, permanece como novo dono 
do imóvel. 
 
Nota promissória Pro Solvendo 
 
Nesse caso a situação é completamente diferente, pois o negócio só se 
concretiza real e definitivamente depois de pagas todas as notas 
promissórias. Nessa modalidade, se as notas promissórias não forem 
pagas, o vendedor pode extinguir, desfazer o contrato. 
 
A Nota Promissória no Brasil, quando de liquidez duvidosa tem o apelido 
de "papagaio", numa referência ao personagem Zé Carioca, do estúdio 
Disney, que tipificou o malandro carioca no filme “Alô, amigos”, de 1942. 
 
Fundamentação: Decreto nº 2.044/1908; Lei Uniforme de Genebra; Decreto nº 
57.663/1966, art. 75 em diante. 
 
 
NOTÁRIO -> ver CARTÓRIO. 
 
 
NOVAÇÃO 
 
Consiste na situação em que um devedor contrai com o credor uma nova 
dívida para extinguir e substituir uma anterior. 
 
Fundamentação: Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro, art.360 a 367. 
 
 
NUA-PROPRIEDADE 
 
É a propriedade em que seu legítimo proprietário (aquele que tem o 
domínio do imóvel) não tem o direito de utilizá-la e nem de gozar dos 
frutos dela, por ter transferido esse direito para um terceiro: o 
256 
 
usufrutuário que é, na prática, a pessoa que vendeu ou doou esse bem 
para o atual dono. 
 
Assim, nua-propriedade o vendedor/doador do imóvel reserva para si, 
enquanto for vivo, o direito de continuar residindo nele ou de usufruir dos 
direitos do imóvel (de um aluguel, p. ex.), como se ainda fosse seu dono. A 
nua-propriedade não pode ser vendida ou ter qualquer outra finalidade ou 
uso sem o consentimento, por escrito, do usufrutuário. 
 
Leva esse nome por analogia, visto que “despe” o novo proprietário da 
plenitude do uso e gozo do bem, já que não pode vendê-lo ou dar-lhe 
qualquer finalidade ou uso sem o consentimento escrito do usufrutuário. 
Um exemplo clássico são as doações dos pais para os filhos, 
principalmente após o falecimento do cônjuge, para evitar o inventário 
futuro. 
 
Fundamentação: Código Civil Brasileiro, art.1.390 a 1.411. Ressalva: esses artigos tratam 
do usufruto e, por contrário senso, o que não é usufruto, é nua-propriedade. 
 
 
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
 
Ação em que se pede o embargo, inicialmente extrajudicial, de uma obra a 
ser executada ou em execução que prejudique os direitos de seus vizinhos, 
objetivando evitar o abuso do direito de construir, em observância às 
relações jurídicas administrativas de vizinhança e de condomínio, 
protegendo seus interesses. 
 
Fundamentação: Lei 13.105/2015

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