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REC JUDICIAL E FALENCIA - CONTEUDO 7 MODULO 4 - UNIP

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01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Recuperação Extrajudicial da Empresa
1 EXTRAJUDICIALIDADE
Indubitavelmente, com a vigência da Lei 11.101/05, a crise econômico-financeira de
empresários ou sociedades empresárias assumiu contornos essencialmente privados,
tornando-se assunto próprio de credores e devedor, menos do que assunto de
Estado. Essa dimensão essencialmente privada da crise econômico-financeira está
muito mais patente na recuperação da empresa do que na falência. Basta comparar
a recuperação com a figura, o procedimento e os fundamentos da concordata, com o
contorno que lhe dava o Decreto-lei 7.661/45. Em fato, a concordata assumia a
condição de intervenção estatal nas relações privadas, que se concluía sem a
participação ou anuência necessária dos credores: era um benefício que o Estado,
por meio do Poder Judiciário, concedia àqueles que preenchessem os requisitos
legais, devendo ser acatado pelos credores atingidos. Em oposição, a ordem legal
vigente compreende a recuperação da empresa em bases diversas, tornando-a não
um simples problema do Estado e do devedor que se resolvia. A crise econômico-
financeira do devedor é tomada, agora, como um problema muito mais de credores e
do devedor, sendo o Estado chamado para (1) aferir se estão presentes os requisitos
legais para a concessão do benefício e (2) chancelar a posição a que chegarem as
partes que, como visto anteriormente, devem concordar com a concessão do
benefício, sem o que a falência se impõe como solução necessária para a solução da
crise da empresa. Com razão, portanto, o empresarialista mineiro Moacyr Lobato
quando destaca que o atual sistema aproxima-se muito mais da ideia de uma
concordata, ou seja, de um procedimento que se constrói a partir da concordância
entre credores e devedores.
Embora a intervenção do Estado, por meio do Poder Judiciário, possa ser medida
otimizadora da reunião de credores para a obtenção de anuência sobre um plano
para a recuperação da empresa, não se trata de via exclusiva, indispensável,
incontornável. Em termos práticos, outros caminhos, extrajudiciais, poderiam ser
percorridos, o que percebeu o legislador, criando para tanto um procedimento
específico, qual seja, a recuperação extrajudicial da empresa em crise econômico--
financeira, prevista nos artigos 161 a 167 da Lei 11.101/05, e que serão aqui
estudados. Trata-se de mais uma expressão da compreensão da recuperação da
empresa como um assunto privado ao qual o Estado é convocado apenas
acessoriamente, para garantir estabilidade e executoriedade ao que for deliberado,
bem como para assegurar que a dimensão coletiva, assemblear, da tomada de
decisão, impeça que a vontade arbitrária, isolada, de um ou alguns possa atuar
contra a dos demais e, principalmente, contra os princípios da preservação da
empresa e de sua função social.
De outra face, importa observar que a aceitação da figura da recuperação judicial
tem por grande mérito afastar a ilicitude da chamada concordata branca, ou seja,
dos procedimentos mantidos pelo empresário ou sociedade empresária em crise
econômico-financeira visando à sua superação pela negociação com os respectivos
credores. Remarque-se, aqui, que o artigo 2º, II, do Decreto-lei 7.661/45, previa
como fato caracterizador da falência convocar o devedor seus credores, todos ou
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alguns, e lhes propor dilação, remissão de crédito ou cessão de bens. Essa previsão
retirava do empresário e da sociedade empresária uma importante e elementar
estratégia de administração patrimonial, qual seja, a negociação com os credores. O
gerenciamento de ativos e passivos é, em todo o mundo, uma realidade da
administração de empresas, permitindo ao próprio mercado e, mais especificamente,
às próprias partes, encontrarem soluções para seus problemas e desafios. Entre nós,
era paradoxalmente um ato falimentar, o que felizmente não mais ocorre.
A afirmação da viabilidade jurídica da recuperação extrajudicial da empresa, mais do
que uma alternativa de solução global da crise econômico-financeira da empresa, a
alcançar toda uma classe de credores, como se estudará neste módulo, é a
afirmação da licitude, da viabilidade e da regularidade dos procedimentos negociais
entre o devedor e seus credores, desde que não se concretize ato definido como
falimentar, segundo a lista inscrita no artigo 94, III, da Lei 11.101/05. Nesta senda,
é preciso ter em destaque a previsão inscrita no artigo 167 da Lei 11.101/05,
segundo o qual as regras que cuidam da recuperação extrajudicial da empresa não
implicam impossibilidade de realização de outras modalidades de acordo privado
entre o devedor e seus credores.
2 REQUISITOS
Para que o empresário ou sociedade empresária possam obter a homologação da
recuperação extrajudicial, será necessário preencher os requisitos do artigo 48 da Lei
11.101/05, como estipulado pelo seu artigo 161, caput. O texto da norma é
equivocado, pois, ao dizer que o devedor que preencher aqueles requisitos poderá
propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial, pode dar a
impressão de que a negociação de débitos com credores somente é lícita para
aqueles que preencham os requisitos para o pedido recuperatório. Assim não é. A
limitação inscrita na expressão poderá propor e negociar com credores está
diretamente relacionada ao plano de recuperação extrajudicial. Quem não preencha
os requisitos para a recuperação ainda poderá propor e negociar com credores
formas alternativas para a solução de seus débitos, incluindo dilação (aumento dos
prazos para pagamento), reparcelamento, descontos etc.
Os citados requisitos do artigo 48 da Lei 11.101/05 são aqueles exigidos para o
pedido de recuperação judicial. Assim, a possibilidade jurídica, lembrando-se tratar
de medida que só se defere a favor de empresas, ou seja, que somente pode ser
requerida por empresários ou sociedades empresárias, excetuados os inscritos no
artigo 2º da Lei 11.101/05. Ademais, como se trata de medida excepcional,
considerados seu conteúdo e seus efeitos, será preciso atender a outros requisitos
subjetivos, a limitar, igualmente, a possibilidade jurídica do pedido; fazem-se ainda
necessários:
1. exercício regular da atividade empresária há mais de dois anos;
2. não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
3. não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial com
base no plano especial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; e
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4. não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei de Falência e
Recuperação de Empresas.
Tratam-se, todos esses requisitos, de condições da ação que traduzem elementos de
possibilidade jurídica do pedido. Destaque-se que o citado artigo 48 lista como
requisito não ter obtido concessão de recuperação judicial há menos de cinco anos.
No entanto, o artigo 161, § 3º, da mesma Lei 11.101/05 traz norma específica: o
devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver
pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou
homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de dois anos, por
força do § 3º do seu artigo 161.
Para além da possibilidade jurídica do pedido de recuperação extrajudicial de
empresa, o § 1º do artigo 161 da Lei 11.101/05 limita aqueles que podem ser
submetidos a tal procedimento. Assim, não se aplicam as regras da recuperação
extrajudicial da empresa a titulares de créditos de natureza tributária, derivadosda
legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho. Também não serão
alcançados os credores titulares das posições de proprietário fiduciário de bens
móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor
de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em
contrato de venda com reserva de domínio. Seus créditos não se submeterão aos
efeitos da recuperação extrajudicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a
coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva. Não é só. A
recuperação extrajudicial também não atinge a importância entregue ao devedor, em
moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para
exportação, na forma do artigo 75, §§ 3º e 4º, da Lei 4.728/65, desde que o prazo
total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas
normas específicas da autoridade competente.
3 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ORDINÁRIA
Embora o legislador não tenha utilizado a nomenclatura recuperação extrajudicial
ordinária e recuperação extrajudicial extraordinária, o contraste entre o artigo 161 e
o artigo 163 da Lei 11.101/05 recomenda esta distinção. Prevista nos artigos 161 e
162, a recuperação extrajudicial ordinária é medida que traduz adesão voluntária de
todos os credores, produzindo efeito apenas entre os seus signatários. Já a
recuperação extrajudicial extraordinária, de que cuida o artigo 163, como se verá a
seguir, é medida que merece a adesão de, no mínimo, 3/5 de credores de uma
mesma espécie, mas vinculando a minoria que a ele não aderiu. Passo, de imediato,
ao estudo da recuperação extrajudicial ordinária.
Havendo negociado com seus credores uma alternativa para a solução da crise
econômico-financeira que enfrenta, o devedor deverá elaborar um plano de
recuperação extrajudicial, nele apondo a sua assinatura, bem como a assinatura de
todos os credores que com ele anuíram. Esse plano, todavia, não poderá contemplar
o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a
ele não estejam sujeitos. Se o fizer, não poderá ser homologado; se o for, a sentença
homologatória não terá validade perante terceiros que, não tendo sido cientificados
do procedimento judicial, não podem ser atingidos por seus efeitos.
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De posse do plano, devidamente assinado pelos acordantes, o devedor (empresário
ou sociedade empresária) ajuizará o pedido de homologação do plano de
recuperação extrajudicial. É o artigo 162 da Lei de Falência e Recuperação de
Empresas que lhe faculta esse requerimento, afirmando que deverá juntar sua
justificativa e o documento que contenha seus termos e condições com as
assinaturas dos credores que a ele aderiram. O seu ajuizamento e, mesmo, o
deferimento de seu processamento não acarretarão suspensão de direitos, ações ou
execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores
não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial, por força do artigo 161, § 4º, da
Lei 11.101/05. Mas, em relação aos direitos, ações ou execuções por parte dos
credores que estejam sujeitos, serão, sim, suspensos, da mesma forma que tais
credores não poderão pedir a decretação da falência do devedor.
Uma vez distribuído o pedido de homologação, veda o § 5º do mesmo artigo 161 que
os credores desistam da adesão ao plano. Somente se houver a anuência expressa
dos demais signatários, incluindo o devedor e todos os demais credores, essa
desistência será possível, caracterizando, portanto, um distrato ajustado entre todas
as partes do acordo. Não há falar em contestação. O juiz receberá os autos e,
verificando estarem presentes todos os requisitos, homologará a recuperação
judicial. Poderá, igualmente, mandar emendar a inicial, caso haja nela algum defeito
sanável, bem como requisitar a apresentação de documentos necessários para
demonstrar a atenção aos requisitos legais. A sentença de homologação do plano de
recuperação extrajudicial constituirá título executivo judicial.
O mais curioso no estudo da recuperação extrajudicial ordinária é observar tratar-se
apenas de uma transação coletiva que merece, ao final, homologação judicial para,
assim, permitir execução como título judicial, bem como recurso a meios
excepcionais para superação da crise econômico-financeira, superando a simples
concessão de descontos ou de dilação nos prazos ou termos de vencimento das
obrigações.
4 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL EXTRAORDINÁRIA
Uma pequena variação ao mecanismo de recuperação extrajudicial de créditos é
prevista no artigo 163 da Lei 11.101/05: faculta-se ao empresário ou sociedade
empresária requerer plano de recuperação extrajudicial assinado por credores que
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos,
hipótese na qual a homologação do plano, se atendidos todos os requisitos para
tanto, obrigará a todos os credores por ele abrangidos, mesmo aqueles que não
tenham aderido ao acordo, apondo sua assinatura ao documento. Essa vinculação
dos credores não aderentes traduz, uma vez mais, a valorização das deliberações
coletivas sobre o arbítrio individual, impedindo que a recalcitrância de poucos possa
impossibilitar a superação da crise econômico-financeira da empresa, com a qual a
maioria absoluta anuiu. A essa modalidade chamo de recuperação extrajudicial
extraordinária, destacando que não se trata de mera transação coletiva, mas de
procedimento que transcende a homologação daquilo com que todos os signatários
acordaram, alcançando mesmo terceiros, desde que atendidos os requisitos para
tanto.
Fala o dispositivo em adesão voluntária de 3/5 de todos os créditos, de cada espécie,
abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial. Esclarece o § 1º do artigo 163 da
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Lei 11.101/05 que por espécie tem as classes previstas nos incisos II, IV, V, VI e VIII
do seu artigo 83, ou seja: (1) créditos com garantia real até o limite do valor do bem
gravado; (2) créditos com privilégio especial; (3) créditos com privilégio geral; (4)
créditos quirografários; e (5) créditos subordinados. Para a compreensão dessas
categorias, no qual todas essas classes serão devidamente estudadas, uma a uma.
Portanto, para que o crédito vincule os credores não aderentes, será preciso haver
adesão de 3/5 dos credores daquela classe, na dicção do artigo 83, ou daquela
espécie, usada a terminologia do artigo 163. Isso, ainda que se trate de uma única
pessoa.
No entanto, não serão considerados para fins de apuração desse percentual, estatui
o § 2º do artigo 163, os créditos não incluídos no plano de recuperação extrajudicial,
os quais não poderão ter seu valor ou condições originais de pagamento alteradas. A
norma inspira algum cuidado. Em primeiro lugar, pela necessidade de reafirmação do
óbvio: nunca é demais recordar que, por força do artigo 161, § 1º, da Lei de Falência
e Recuperação de Empresas, os créditos trabalhistas e os tributários estão excluídos
dos planos de recuperação extrajudicial. Em segundo lugar, por não se permitir
arbítrio na definição de quais sejam, ou não, os créditos incluídos no plano de
recuperação extrajudicial. Seria muito fácil o comportamento de má-fé daquele
devedor que faz, arbitrariamente, a definição dos créditos incluídos para alcançar o
percentual de 3/5 de adesão e, assim, forçar a vinculação dos outros 2/5, ou menos,
que foram listados no plano. Um tal comportamento, todavia, caracterizaria fraude à
lei, não podendo ser acatado pelo Judiciário, em hipótese alguma. A inclusão ou
exclusão do plano se faz por classe e por natureza do crédito, não se admitindo, em
hipótese alguma, tratamento diferenciado,discriminatório, não isonômico. Deve-se
obrigatoriamente partir da totalidade dos créditos de uma classe (espécie), para, ali,
aferir-se se se atingiu, ou não, a adesão voluntária por uma maioria de 3/5, no
mínimo, única hipótese para homologação do plano de recuperação extrajudicial.
Não é só. Para fins exclusivos de apuração do percentual mínimo de 3/5 de adesão
voluntária ao plano de recuperação extrajudicial, o § 3º, também do artigo 163,
prevê que, havendo crédito em moeda estrangeira, será convertido para moeda
nacional pelo câmbio da véspera da data de assinatura do plano; obviamente, o
percentual será calculado levando-se em conta essa data de assinatura, sendo que
posteriores desvalorizações cambiais, a implicar redução da expressão monetária
nacional daquela obrigação, não poderão ser invocadas pelos não aderentes para
pretender novo cálculo e, destarte, evitar a homologação do acordo. O Judiciário, no
entanto, não deve chancelar a má-fé, não sendo razoável admitir seja o plano
assinado em dia no qual a moeda estrangeira experimentou cotação muito acima da
média; um tal artificialismo monetário não atende à mens legis do artigo 163, § 3º,
I, da Lei 11.101/05. Por outro lado, o mesmo § 3º, em seu inciso II, exclui os
créditos detidos por sócios do devedor, sociedades coligadas, controladoras,
controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% do
capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham
participação superior a 10% do capital social, bem como cônjuge ou parente,
consanguíneo ou afim, colateral até o segundo grau, ascendente ou descendente do
devedor, de administrador, do sócio controlador, de membro dos conselhos
consultivo, fiscal ou semelhantes da sociedade devedora e a sociedade em que
quaisquer dessas pessoas exerçam essas funções.
4.1 Plano de recuperação extrajudicial extraordinária
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O plano poderá abranger a totalidade de uma ou mais espécies de créditos, diz o
artigo 163, § 1º, ou grupo de credores de mesma natureza e sujeito a semelhantes
condições de pagamento, e, uma vez homologado, obriga a todos os credores das
espécies por ele abrangidas, exclusivamente em relação aos créditos constituídos até
a data do pedido de homologação. Em hipótese alguma, todavia, poderá dar
tratamento desigual a iguais, onerando a alguns ou beneficiando a outros de forma
abusiva; não pode ser homologado, em hipótese alguma, o plano construído de
forma dolosa, com o intuito fraudatório, de má-fé.
Não são apenas essas as limitações legais. Para que o plano de recuperação judicial
possa, validamente, prever a alienação de bem objeto de garantia real, a supressão
da garantia ou sua substituição somente será admitida mediante a aprovação
expressa do credor titular da respectiva garantia, segundo previsão do § 4º do artigo
163 da Lei 11.101/05. Já o § 5º estatui que, nos créditos em moeda estrangeira, a
variação cambial só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito
aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial. Por
fim, se o plano de recuperação extrajudicial homologado envolver alienação judicial
de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, sua efetivação observará,
por estipulação do artigo 166, uma das modalidades de realização do ativo do
devedor previstas no artigo 142 da mesma Lei de Falência e Recuperação de
Empresas, ou seja, (1) leilão, por lances orais, (2) propostas fechadas ou (3) pregão.
O pedido de recuperação extrajudicial extraordinária deverá apresentar a justificação
do devedor para o deferimento da medida, além de documento que contenha seus
termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram. Ademais,
para que o plano seja homologado pelo Judiciário, exige o § 6º do artigo 163 que o
devedor também junte:
1. exposição da sua situação patrimonial;
2. as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as levantadas
especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do artigo 51 da Lei
11.101/05; e
3. os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou
transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de
cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando
sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros
contábeis de cada transação pendente.
O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial,
prevê o artigo 165 da Lei 11.101/05; todavia, é lícito que estabeleça a produção de
efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à
modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários. Nesta
hipótese, caso o plano seja posteriormente rejeitado pelo juiz, devolve-se aos
credores signatários o direito de exigir seus créditos nas condições originais,
deduzidos os valores efetivamente pagos.
5 HOMOLOGAÇÃO
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Distribuído o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial, ordinário
(artigos 161 e 162) ou extraordinário (artigo 163), o juiz que o receber ordenará a
publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das
localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do
devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação
extrajudicial. Não bastará essa cientificação ficta, por meio do edital. Deverá o
devedor comprovar, ainda, o envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano,
domiciliados ou sediados no país, no prazo do edital, informando a distribuição do
pedido, as condições do plano e prazo para impugnação. Essa comprovação,
demandada pelo § 1º do artigo 164, também da Lei 11.101/05, traduz-se na
expedição de carta registrada com aviso de recebimento (AR), documento fornecido
pela Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que será juntado aos autos.
Os credores terão, segundo previsão do § 2º do artigo 164, prazo de 30 dias,
contado da publicação do edital, para objetarem-se ao plano, juntando a prova de
seu crédito. Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os
credores somente poderão alegar:
1. não preenchimento do percentual mínimo previsto de 3/5 de todos os créditos de
cada espécie abrangidos pelo plano de recuperação;
2. prática de quaisquer atos de falência, previstos no artigo 94, III, da Lei
11.101/05, bem como prática de atos praticados com a intenção de prejudicar
credores, em conluio fraudulento com terceiro que contrata com o devedor; e
3. descumprimento de qualquer outra exigência legal, incluindo os requisitos acima
listados, além de requisitos processuais.
Se for apresentada alguma objeção, será aberta vista de cinco dias para que o
devedor sobre ela se manifeste, findo o que os autos serão conclusos imediatamente
ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no prazo de cinco dias,
assinalado pelo § 5º do artigo 164, acerca do plano de recuperação extrajudicial,
homologando-o por sentença se entender que não implica prática de atos com a
intenção de prejudicar credores, em conluio fraudulento com os devedores que
aderiram ao plano, bem como que não há outras irregularidades que recomendem
sua rejeição. Obviamente, fazendo-se necessária a instrução probatória, em lugar
dessa pronta sentença, no prazo de cinco dias, o juiz dará início à instrução,
deferindo as provas que julgar necessárias para a solução do litígio. Havendo prova
de simulação de créditos ou vício de representação dos credores que subscreverem o
plano, a sua homologação será indeferida.
Da sentença que homologa, bem como daquela que indefere o pedido de
homologação do plano de recuperação extrajudicial, cabe apelação sem efeito
suspensivo,como prevê o artigo 164, § 7º, da Lei 11.101/05. De qualquer sorte, é
preciso estar atento para o fato de que o indeferimento do pedido de homologação
de plano de recuperação extrajudicial não tem por consequência necessária a
falência do empresário ou sociedade empresária, ao contrário do que se passa com a
ação de recuperação judicial, nos termos do artigo 56, § 4º, da mesma lei. Aliás,
segundo o § 8º do seu artigo 164, na hipótese de não homologação do plano o
devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de
homologação de plano de recuperação extrajudicial.
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Exceção a essa regra será a defesa fundada na prática de atos falimentares, na
forma do artigo 164, § 3º, II, da Lei 11.101/05. Reconhecido que foram praticados
atos falimentares – previstos, reitero, no artigo 94, III, da Lei 11.101/05, a decisão
que indefere a homologação da recuperação judicial deverá decretar a falência do
devedor, sendo de todo inadmissível haver decisão, transitada em julgado, de que
tenha sido praticado ato capitulado como presunção iure et de iuris de falência, sem
que a quebra seja decretada como decorrência necessária.
 
Exercício 1:
Madeireira Juína Ltda. requereu a homologação de plano de recuperação extrajudicial
em Juara/MT, lugar de seu principal estabelecimento. Após o pedido de homologação
e antes da publicação do edital para apresentação de impugnação ao plano, um dos
credores com privilégio geral que haviam assinado o plano pretende desistir
unilateralmente da adesão. Tal credor possui um terço dos créditos de sua classe
submetidos ao plano.
Com relação ao credor com privilégio geral, após a distribuição do pedido de
homologação, assinale a afirmativa correta.
A)
Não poderá desistir da adesão ao plano, mesmo com a anuência expressa dos
demais signatários.
B)
Poderá desistir da adesão em razão da natureza contratual do plano, que permite, a
qualquer tempo, sua denúncia.
C)
Não poderá desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais
signatários.
D)
Poderá desistir da adesão ao plano, desde que seja titular de mais de 1/4 do total
dos créditos de sua classe.
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Exercício 2:
Você participou da elaboração, apresentação e negociação do plano de recuperação
extrajudicial de devedor sociedade empresária. Tendo sido o plano assinado por
todos os credores por ele atingidos, seu cliente o contratou para requerer a
homologação judicial.
Assinale a opção que indica o juízo em que deverá ser apresentado o pedido de
homologação do plano de recuperação extrajudicial.
A)
O juízo da sede do devedor.
B)
O juízo do principal estabelecimento do devedor.
C)
O juízo da sede ou de qualquer filial do devedor.
D)
O juízo do principal estabelecimento ou da sede do devedor.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 3:
Indústria de Celulose Três Rios Ltda. requereu homologação de plano de recuperação
extrajudicial no lugar do seu principal estabelecimento. No plano de recuperação
apresentado há um crédito quirografário em moeda estrangeira, com pagamento
segundo a variação cambial do euro. Foi prevista ainda pelo devedor a supressão da
variação cambial pela substituição da moeda euro pelo real. O plano foi aprovado por
credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada classe, mas
Licínio, o credor titular deste crédito, não o assinou. 
De acordo com as disposições legais para homologação da recuperação extrajudicial,
assinale a afirmativa correta.
A)
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O plano pode ser homologado porque, mesmo sem a assinatura de Licínio, houve
aprovação por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada
classe.
B)
O plano não pode ser homologado porque, diante da supressão da variação cambial,
o credor Licínio pode vetar sua aprovação, qualquer que seja o quórum de
aprovação.
C)
O plano pode ser homologado porque o consentimento expresso de Licínio só é
exigido para os créditos com garantia real, não se aplicando a exigência aos créditos
quirografários.
D)
O plano não pode ser homologado por não ter atingido o quórum mínimo de
aprovação, independentemente da supressão da cláusula de variação cambial.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 4:
A sociedade empresária Monte Santo Embalagens Ltda. EPP requereu homologação
de plano de recuperação extrajudicial, que continha, dentre outras, as seguintes
disposições:
i) estabelecia a produção de efeitos a partir da data de sua assinatura,
exclusivamente em relação à modificação do valor de créditos dos credores
signatários;
ii) o pagamento antecipado de dívidas em relação aos credores com privilégio
especial, justificando a necessidade em razão do fluxo de caixa;
iii) a inclusão de credores enquadrados como microempresas e empresas de
pequeno porte;
v) previa, como meio de recuperação, o trespasse de duas filiais.
O devedor enviou carta a todos os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou
sediados no país, informando a distribuição do pedido, as condições do plano e o
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prazo para impugnação. Você, como advogado(a) de um desse credores, pretende
impugnar a homologação porque o plano a ser homologado
A)
só deve incluir, como meio de recuperação, o parcelamento ou abatimento de
dívidas, com a incidência de juros fixos à taxa de 12% (doze por cento) ao ano.
B)
não pode contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento
desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos.
C)
não pode prever a produção de efeitos anteriores à sua homologação, ainda que
exclusivamente em relação à modificação do valor de créditos dos credores
signatários.
D)
não pode incluir credores enquadrados como empresas de pequeno porte, porque
está limitado às classes de credores com garantia real, com privilégio geral,
quirografários e sub-quirografários.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 5:
Em relação aos institutos da recuperação judicial e extrajudicial das empresas,
dispõe a Lei Falimentar:
A)
O plano de recuperação extrajudicial não poderá contemplar o pagamento
antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não
estejam sujeitos, e, após a distribuição do pedido de homologação, os credores não
poderão desistir da adesão ao plano, salvo se ainda não publicado o edital de
convocação de todos os credores do devedor, para apresentação de suas
impugnações ao plano de recuperação extrajudicial.
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B)
Na recuperação extrajudicial, no prazo do edital, deverá o devedor comprovar o
envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano, que terão prazo de 30 (trinta)
dias, contado da publicação do edital de convocação dos credores do devedor, para
impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito, cuja impugnação, uma vez
apresentada, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para que o devedor sobre ela se
manifeste.
C)
O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 90 (noventa)
dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador,
dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 6 (seis) meses anteriores
ao pedido de recuperação judicial.
D)
No procedimento da recuperação judicial, havendo objeção dequalquer credor ao
plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia geral de credores para
deliberar sobre o plano de recuperação, cuja data não excederá 120 (cento e vinte)
dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial, o qual será
aprovado pelo comitê de credores.
E)
Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, no prazo de
30 (trinta) dias, requerer a convocação de assembleia geral para a constituição do
Comitê de Credores ou substituição de seus membros, não podendo o devedor
desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento,
salvo se obtiver aprovação por unanimidade do Comitê de Credores.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 6:
Em relação à recuperação judicial e extrajudicial, dispõe a Lei nº 11.101/2005:
A)
A petição inicial de recuperação judicial será instruída com as demonstrações
contábeis relativas aos 5 (cinco) últimos exercícios sociais e as levantadas
especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da
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legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de relatório gerencial
relativo ao balanço patrimonial anual.
B)
Estando em termos a documentação exigida que deve instruir a petição inicial, o juiz
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato, determinará ao
devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a
recuperação judicial, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito.
C)
O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial acarretará
suspensão de direitos, ações ou execuções contra o devedor, bem como a
impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores, mesmo que não
sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
D)
Na recuperação extrajudicial, transcorrido um ano da decisão que não homologou o
plano, o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de
homologação de plano de recuperação extrajudicial.
E)
Na recuperação extrajudicial, nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial
só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar
expressamente previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 7:
Dispõe a Lei n. 11.101/2005, sobre a recuperação judicial, que:
A)
o plano de recuperação judicial aprovado e homologado implica novação de todos os
créditos constituídos até a data da homologação.
B)
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o deferimento da recuperação judicial não afasta o devedor ou seu administrador da
posse e da gestão da empresa.
 
C)
a alienação pelo devedor em recuperação de bem objeto de garantia real, a
supressão da garantia ou sua substituição serão admitidas mesmo sem expressa
concordância do respectivo credor.
D)
distribuindo o pedido de recuperação judicial, o devedor não pode alienar ou onerar
bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo
administrador judicial.
E)
o devedor em recuperação deve ostentar em seu nome empresarial a expressão “em
recuperação judicial” desde a propositura da ação até a homologação do plano de
recuperação aprovado pelos credores.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 8:
O devedor poderá requerer a homologação do plano de recuperação extrajudicial que
obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que
representem mais de
A)
3/4 (três quartos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
B)
3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
C)
metade de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
D)
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2/3 (dois terços) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 9:
Acerca do procedimento penal estabelecido na Lei n.º 11.101/2005, que dispõe
sobre a recuperação judicial e extrajudicial e sobre a falência do empresário e da
sociedade empresária, assinale a opção correta.
A)
Por se tratar de legislação especial, as disposições do CPP não são aplicadas
subsidiariamente nas hipóteses de procedimento penal previstas na lei em questão.
B)
As ações penais relativas aos crimes previstos na lei em apreço devem ser
distribuídas por sorteio entre as varas de execuções penais da jurisdição.
C)
As ações penais relativas aos crimes previstos na lei em pauta são de natureza
pública condicionada.
D)
O MP, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto na referida lei, promoverá
a competente ação penal.
E)
Decorrido o prazo legal sem que o representante do MP ofereça denúncia quanto aos
crimes previstos na lei em tela, o procedimento será arquivado.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Exercício 10:
Luiz é sócio da sociedade Papéis Fechados Ltda. que se encontra altamente
endividada. Por essa razão, a referida sociedade terá dificuldades para negociar com
os credores e os seus funcionários.
Com relação à recuperação extrajudicial, considere os créditos a seguir:
I - Quirografário;
II - Com garantia real;
III - Subordinado;
IV - Trabalhista;
V - Tributário.
Os créditos que NÃO podem ser objeto da recuperação extrajudicial da Papéis
Fechados Ltda. são somente:
A)
I e II;
B)
III;
C)
II e III;
D)
III e IV;
E)
IV e V.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 11:
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Acerca da recuperação extrajudicial de empresas, é correto afirmar que
A)
é possível a homologação do plano de recuperação extrajudicial ainda que pendente
pedido de recuperação judicial anterior.
B)
só é admitida nos casos em que não for cabível a recuperação judicial.
C)
a homologação do plano de recuperação extrajudicial depende da adesão unânime
de todos os credores que a ele estejam sujeitos.
D)
não se aplica a titulares de créditos derivados da legislação do trabalho.
E)
os credores não poderão, após a distribuição do pedido de homologação do plano de
recuperação extrajudicial, em nenhuma hipótese, desistir da sua adesão a ele.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 12:
Acerca da recuperação judicial e da recuperação extrajudicial previstas na nova lei de
Falências, analise as assertivas e assinale a opção correta:
I – Ambos os procedimentos exigem que o devedor apresente plano de recuperação,
o qual somente vinculará os envolvidos se devidamente aprovado em assembleia
geral de credores.
II – Os membros do Comitê de Credores não terão sua remuneração custeada pelo
devedor em recuperação
III – Ambos os procedimentos envolvem a negociação de todos os créditos oponíveis
ao devedor, sendo a recuperação extrajudicial reservada apenas às microempresas e
empresas de pequeno porte.
IV – Não pode ser incluído no plano de recuperação extrajudicial o crédito
trabalhista.
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V – Diferentemente do previsto para a recuperação extrajudicial, o pedido de
recuperação judicial poderá acarretar a suspensão de ações e execuções contra o
devedor antes que o plano de recuperação do empresário seja apresentado aoscredores.
A)
Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
B)
Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras.
C)
Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras.
D)
Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras.
E)
Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 13:
Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça
regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes
requisitos:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada
em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial
com base no plano especial;
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Considerando assertivas acima, é correto afirmar que:
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A)
Todas as assertivas estão corretas e são cumulativas. 
B)
Todas as assertivas estão corretas e não são cumulativas. 
C)
Todas as assertivas estão incorretas e não são cumulativas. 
D)
Todas as assertivas estão incorretas e são cumulativas. 
E)
Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV, inclusive são cumulativas, no entanto,
a III está incorreta, pois o prazo é de 5 (cinco) anos.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 14:
Quanto à recuperação extrajudicial é correto afirmar:
A)
Não se aplica a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação
do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho.
B)
Se aplica a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho.
C)
Se aplica a titulares de créditos de natureza tributária, mas não aos derivados da
legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho.
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D)
Não se aplica a titulares de créditos de natureza tributária, mas se aplica aos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho.
E)
Não se aplica a titulares de créditos de natureza tributária, mas se aplica aos
derivados da legislação do trabalho, todavia não aos decorrentes de acidente de
trabalho.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Exercício 15:
Quanto ao plano de recuperação extrajudicial é incorreto afirmar:
A)
O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento
desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos
B)
O plano poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas e tratamento
desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos
C)
O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver
pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou
homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
D)
O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará
suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de
decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação
extrajudicial.
E)
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Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da
adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 16:
A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá:
A)
Título executivo extrajudicial.
B)
Título executivo extrajudicial ordinário.
C)
Título executivo judicial. 
D)
Título executivo judicial, mas pode ser extrajudicial se o devedor assim desejar. 
E)
Não constituí título executivo extrajudicial ou judicial, é apenas um acordo entre as
partes. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Exercício 17:
A sociedade Lindas. com Comércio de Bolsas e Sapatos LTDA EPP, constítuida em
12/12/2012, com capital integralizado em R$ 100,00, apresentou situação de crise
econômico-financeira, em razão de uma pandemia que assolou o mundo, em 2020.
Diante deste cenário, as sócias. Maria Flor e Maria Bonita, estam avaliando a
possibilidade de uma recuperação extrajudicial. Sendo assim, é correto afirmar que: 
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A)
Poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial,
juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições,
com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
B)
Poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que
obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que
representem mais de 1/5 (um quinto) de todos os créditos de cada espécie por ele
abrangidos.
C)
Não precisa juntar a exposição da situação patrimonial do devedor.
D)
Não precisa juntar as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e
as levantadas especialmente para instruir o pedido
E)
Não precisa juntar os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para
novar ou transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do
endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito,
discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos
registros contábeis de cada transação pendente.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Exercício 18:
O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos:
A)
Antes da sua homologação judicial. É não lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à
homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores
signatários.
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B)
Antes da sua homologação judicial, mas é lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à
homologação.
C)
Após sua homologação judicial. É não é lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à
homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores
signatários.
D)
Antes de sua homologação judicial, por isso é extrajudicial.
E)
Após sua homologação judicial. É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à
homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores
signatários.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)

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