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ANTIEPILÉTICOS/ANTICONVUSIVANTES

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Julia Paris Malaco – farmacologia 
Farmacologia - Antiepiléticos 
 
Epilepsia: Transtorno neurológico crônico 
caracterizado por crises súbitas e espontâneas 
associadas à descarga anormal, excessiva e 
transitória de células nervosas. O sítio de descarga 
e sua extensão são fatores determinantes da 
sintomatologia clínica. Varia desde a perda da 
consciência por poucos segundos até crises 
generalizadas prolongadas. 
 
Convulsão: Crise durante a vida ou uma série de 
crises num certo espaço de tempo que não se 
repetiu mais. - Crises na vigência de processos 
patológicos em atividade (meningite, distúrbios 
metabólicos, fenômenos hipóxicos) e que 
desaparecem após a eliminação dos mesmos. - 
Crises ocasionais em função de certas situações 
específicas (hipoglicemia, convulsões febris). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epilepsia 
 
Fisiológico: potencial de ação, disparos 
sincrônicos no cérebro normal. 
Epilepsia: curto-circuito cerebral, descargas 
exacerbadas. 
 
Neurotransmissores: 
 GABA: neurotransmissor inibitório, principal 
receptor, associado ao canal de Cl. 
 Glutamato: neurotransmissor excitatório, se 
liga à receptores AMPA, NMDA, Cainato. 
 
Na fisiopatologia da epilepsia - pode ocorrer: 
 Aumento do influxo de sódio = aumentar o 
potencial de ação 
 Aumento do influxo de cálcio = exocitose do 
glutamato 
 SV2A: proteína relacionada com a fusão da 
vesícula sináptica = exocitose do glutamato 
 Receptores NMDA e AMPA nos neurônios pós-
sinápticos. 
 
 
Alvo dos medicamentos: 
 Inibição dos canais de sódio = redução do 
potencial de ação e descargas exageradas. 
 Bloqueio dos canais de Ca = redução da 
exocitose do glutamato. 
 Inibição da atividade da proteína SV2A = 
redução da exocitose do glutamato. 
 Inibição da ação dos receptores AMPA e 
NMDA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Inibição da estrutura (GAT1) que recapta o 
GABA = acúmulo de GABA 
 Inibição da GABA-transaminase (enzima que 
degrada GABA) = acúmulo de GABA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de crise 
 
Crise parcial ou focal: 
 Crise parcial simples: sem prejuízo da 
consciência 
 Crise parcial complexa: com prejuízo da 
consciência 
 
 
Julia Paris Malaco – farmacologia 
Crise generalizada: 
Maior propagação 
 Tônico-clônica (CTCG) (grande mal): perda 
da consciência, seguida das fases tônica (de 
contração contínua) e clônica (de contração 
e relaxamento rápidos) 
o Fase tônica: rigidez e espasmos de 
membros (inconsciente), 1 a 2 min 
o Fase clônica: abalos musculares não 
sincronizados (inconsciente), 1 a 2 min. 
Não tem controle sobre esfíncteres 
(evacuação e urina). Salivação e 
movimentação involuntária da língua 
 Ausência (pequeno mal): perda breve, 
abrupta e autolimitante da consciência (3 a 5 
seg) 
 Clônicas e Mioclônicas: episódios curtos de 
contração muscular que podem recorrer por 
vários minutos 
 Tônicas: aumento do tônus nos músculos 
extensores, (<60seg) 
 Atônicas: ataques de queda, essas crises se 
caracterizam pela perda súbita de tônus 
muscular. 
 Espasmos infantis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crises de ausência: 
A crise de ausência (1) é causada por um ciclo 
auto-sustentador de atividade gerada entre as 
células talâmicas e corticais (2). Os agentes 
antiepiléticos impedem esse ciclo tálamo-cortical 
sincrônico (3) através de sua ação sobre dois alvos 
moleculares. O clonazepam, um 
benzodiazepínico, potencializa os canais de 
GABA no núcleo talâmico reticular, diminuindo, 
assim, a ativação dos neurônios reticulares 
inibitórios e a hiperpolarização dos neurônios 
retransmissores talâmicos. Os inibidores dos canais 
de cálcio do tipo T, como a etossuximida e o ácido 
valpróico, impedem a atividade em rajada dos 
neurônios retransmissores talâmicos, que é 
necessária para a ativação sincrônica das células 
corticais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terapia farmacológica 
 
Objetivos: 
 Controle das crise 
 Garantir adesão ao tratamento 
 Qualidade de vida 
 Preferencialmente: monoterapia 
 
 Bloqueadoras dos canais de sódio (Na+) 
 Fenitoína 
 Carbamazepina 
 Lacosamida 
 Lamotrigina* 
 Topiramato* * → Mecanismos mistos 
 Valproato* 
Inibem a geração de potenciais de ação 
rapidamente repetitivos (descarga elétrica 
exacerbada). 
 
 Fenitoína 
 Indicações: CTCG (crises tônico-clônicas 
generalizadas), crises parciais 
 Anticonvulsivante não sedativo mais 
antigo (1938) 
 Variabilidade farmacocinética: análise da 
concentração plasmática pode ser 
necessária 
 Dose inicial 300 mg/dia → se necessário 
aumentar 25 a 30mg → 400 mg/dia = 
toxicidade 
 Potente indutor enzimático (interação 
com vários medicamentos) 
 OBS: não deve ser prescrita em crises de 
ausência → pode exacerbar 
 Efeitos adversos: 
o Hiperplasia gengival 
o Hirsutismo 
o Traços faciais grosseiros 
o Diplopia e ataxia - diminuir dose 
o Osteomalácia (vit D) 
o Teratogênese 
o Sedação 
 
 Carbamazepina 
 Indicações: CTCG, crises parciais 
 Indutor enzimático (interação) 
Julia Paris Malaco – farmacologia 
 OBS: não deve ser prescrita em crises de 
ausência pode exacerbar 
 Efeitos adversos: 
o Diplopia 
o Ataxia 
o Hiponatremia 
o Teratogênese 
o Anemia aplásica e agranulocitose 
(casos fatais) 
 Intoxicação aguda: 
o Coma 
o Irritabilidade exacerbada 
o Convulsões 
o Depressão respiratória 
 
 Lacosamida 
 Indicação: adjuvante no tratamento de 
crises parciais com ou sem generalização 
secundária > 16 anos 
 Efeitos adversos: 
o Tontura 
o Cefaleia 
o Náuseas 
o Diplopia 
o Teratogenicidade: não há estudos 
adequados em mulheres 
 
 Bloqueadores dos canais de Ca2+ 
 Etossuximida 
 Gabapentina 
 Pregabalina 
 Lamotrigina* *  mecanismos mistos 
 Topiramato* 
Bloqueando canais de Ca = diminuição do 
glutamato. 
 
 Etossuximida 
 Indicação: Específico para Crises de 
Ausência 
 Efeitos adversos: 
o Distúrbios do TGI (dor, náuseas e 
vômito) 
o Sedação 
o Erupções cutâneas. 
 
 Gabapentina e pregabalina 
 Indicações: 
o Gabapentina: CTCG, crises parciais, 
crises generalizadas 
o Pregabalina: crises parciais 
 Mecanismo de ação: 
o Diminui a entrada de Ca+2 = diminui 
glutamato pré-sináptico 
o Análogo estrutural do GABA: não atua 
em GABA 
 Efeitos adversos: 
o Sonolência 
o Tontura 
o Ataxia 
 
 Lamotrigina 
 Indicações: CTCG, crises generalizadas, 
crises parciais, crises de ausência 
 Mecanismo de ação: 
o Inativação de canais de Na+ 
o Bloqueio de canais de Ca+2 
o Diminuição do glutamato 
 Efeitos adversos: 
o Tontura 
o Cefaleia 
o Diplopia 
o Náuseas 
o Sonolência 
o Exantema cutâneo (reduzido com a 
introdução lenta do fármaco) 
Diminuição da dose se adicionar 
valproato. Risco de urticária, que pode 
evoluir para reação grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fármaco que altera sv2a 
 
 Levetiracetam 
 Indicações: 
o Crises parciais com ou sem 
generalização >16 anos 
o Adjuvante em crises parciais (> 6 anos), 
CTCG (>6 anos), crises mioclônicas 
(>12 anos) 
 Interações medicamentosas mínimas 
 Toxicidade: 
o Nervosismo 
o Tontura 
o Depressão 
Julia Paris Malaco – farmacologia 
o Convulsões 
 
 Bloqueadores dos receptores de glutamato 
 Topiramato 
 Fenobarbital* → AMPA 
 Lamotrigina* 
 Felbamato → NMDA 
 
 Topiramato 
 Indicações: CTCG, crises parciais, crises 
generalizadas, crises de ausência, 
enxaqueca 
 Mecanismo de ação: 
o Antagonista do receptor de glutamato 
o Bloqueador de canal de Na+ 
o Diminuição de correntes de cálcio 
o Potencializa GABA 
 Efeitos adversos: 
o Tontura, parestesias, nervosismo, 
distúrbios cognitivos 
o Miopia aguda e o glaucoma(necessária interrupção) 
o Teratogênico em modelos animais. 
 
 Fármacos de aumentam o GABA 
 Fenobarbital 
 Benzodiazepínicos 
 Vigabatrina 
 Tiagabina 
 Ácido Valpróico e Valproato* 
 
 Fenobarbital 
 Barbitúrico 
 Indicações: CTCG, crises parciais, crises 
mioclônicas, crises generalizadas, 
convulsões neonatais, estado de mal 
epiléptico 
 Mecanismo de ação: 
o Potencializa a ação do GABA 
o Diminuição da excitação mediada 
pelo glutamato 
o Potente indutor enzimático 
o Causa tolerância 
 Efeitos adversos: 
o Sedação, irritabilidade e 
hiperatividade em crianças, agitação 
e confusão em idosos. 
 
 Benzodiazepínicos 
 Indicações: 
o Diazepam e lorazepam: Estado de mal 
epiléptico, crises em salvas 
o Clonazepam: Crises de ausência, crises 
mioclônicas, espasmos infantis 
 Mecanismo de ação: 
o ↑ frequência de abertura do canal de 
Cl- 
o Potencializa a ação do GABA nos seus 
receptores 
o Causam dependência e tolerância. 
 
 Tiagabina 
 Indicação: Coadjuvante em crises parciais 
 Mecanismo de ação: 
o ↓ recaptação do GABA (Bloqueia GAT-
1) 
o ↑ nível de GABA disponível na fenda 
sináptica 
 Efeitos adversos: tontura, astenia, 
sonolência, náusea, nervosismo, tremor, 
dores abdominais. 
 
 Vigabatrina 
 Indicação: Coadjuvante em crises parciais 
complexas refratárias 
 Mecanismo de ação: 
o Inibe GABA-transaminase 
o Aumenta GABA 
 Efeitos adversos: 
o Sonolência 
o Tontura 
o Psicose 
o Perda dos campos visuais 
 
 Ácido valpróico e valproato 
 Indicações: CTCG, crises parciais, crises 
generalizadas, crises de ausência, crises 
mioclônicas 
 Mecanismo de ação: 
o Inibição de canais de Na+ 
o Bloqueio de receptor NMDA 
o Aumento de GABA 
Inibidor enzimático: interação com outros 
anticonvulsivantes. 
 Efeitos adversos: 
o Náuseas, vômito, dor abdominal – 
dose 
o Ganho de peso 
o Queda de cabelos 
o Tremores 
o Teratogênese 
o Hepatotoxicidade 
 
Antiepiléticos e gestação

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