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Antiepilépticos: Tratamento e Farmacologia

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Antiepilépticos
Professor Davi Campos La Gatta
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campo Grande
2020
Regulação de redes neurais altamente organizadas...
- ~ 10 bilhões de neurônios
- ~ 1014 conexões sinápticas
- Complexidade elétrica
- Alto nível de regulação
Cérebro humano:
2
Crises epiléticas X Epilepsia 
A crise epilética refere-se à uma alteração transitória no comportamento decorrente de deflagrações rítmicas, sincrônicas e desordenadas (descarga elétrica anormal) de um grupo de neurônios do SNC.
São várias as causas que podem levar à crise epilética, sendo as principais:
- Traumas na cabeça; 
- Tumores no cérebro;
- Neurocisticercose;
- Meningite; 
- Desidratação grave; 
- Intoxicações ou reações a drogas e medicamentos; 
- Hipoglicemia; 
- Convulsão Febril
- Epilepsia é um distúrbio da função cerebral caracterizado pela ocorrência periódica e imprevisível de crises epiléticas
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1- Parcial:
Tipos: 
ausência (pequeno mal), 
-tônico-clônica (grande mal)
Classificação das Crises Epiléticas
Simples
Complexa
2-Generalizada:
4
Classificação das Crises Epiléticas – Parcial simples
Duração: 20-60 segundos
5
Classificação das Crises Epilépticas
 Parcial complexa
Duração: 20-60 segundos
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	 1)Ausência (“pequeno-mal”)
	- Perda abrupta da consciência (5-10s),
	- pequena contração muscular (pálpebras e rosto),
	- sem perda de postura e EEG característico 	 
 - mais frequente na infância
	
Classificação das Crises Epiléticas - Generalizadas
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	2) Tônico-clônica (“grande-mal”)
	- inicio súbito, com perda da consciência, aumento do tônus muscular (fase tônica) e contrações involuntárias (fase clônica).
	- EEG típico e bilateral, contração forte dos músculos mastigatórios (pode ocorrer mordedura de língua e quebra de dentes).
Classificação das Convulsões - Generalizadas
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Terapia antiepiléptica
- Tratamento sintomático – previnir as crises
- Depende do tipo de crise epilética 
- 50%: controle completo
 -25% melhora significativa
- Monoterapia preferível
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Fármacos Antiepilépticos: ações farmacológicas
Potencialização da ação do GABA;
Inibição da função do canal para sódio;
Inibição da função do canal para cálcio;
4. 	Inibição da neurotransmissão glutamatérgica.
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Potencialização da Ação do GABA
GABA-T:
 GABA transaminase
GAT-1:
Recaptador de GABA
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BARBITÚRICOS
-BENZODIAZEPÍNICOS
- TIAGABINA, VIGABATRINA
Potencialização da Ação do GABA
Grupos farmacológicos
Potencialização da Ação do GABA
Receptores GABAA
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Potencialização da Ação do GABA: Barbitúricos
Fenobarbital (Gardenal)
 Diminui a duração e a intensidade dos ataques tônico-clônicos
 Ineficaz no tratamentos dos ataques de ausência
Pouco utilizado atualmente
Barbitúricos
-Potente indutor do Cit. P450
-Tolerância e dependência física
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Potencialização da Ação do GABA
Benzodiazepínicos
15
Potencialização da Ação do GABA
Benzodiazepínicos
Benzodiazepínicos (BDZ): Diazepam (IV)
Muito utilizados na reversão do estado de mal-epilético
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Potencialização da Ação do GABA
 Inibe a recaptação do GABA
 Efeitos Adversos: sonolência e confusão
 Eficácia clínica :
Adjuvante no tratamento de convulsões parciais refratarias em adultos
Tiagabina
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Potencialização da Ação do GABA
 Inibe a GABA transaminase
 Efeitos Adversos: prejuízo na visão periférica
 Indicação: Tratamento de convulsões parciais refratárias em adultos e espasmos infantis
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Inibição da função dos canais para Na
Na: despolarização da membrana, estimulando potencial de ação e impulso nervoso (abertura de canais de Na→ entrada de Na)
K: repolarização da membrana, estimulando o retorno ao potencial de repouso (abertura de canais de K→saída de K)
Potencial de repouso:
Membrana polarizada
Inibe a excitação repetida de neurônios
do foco da crise
Mecanismo de ação
Bloqueiam canais de sódio sensíveis a voltagem
Carbamazepina
Oxcarbazepina
Fenitoína
Lamotrigina
Fenitoína 
Variação individual, ajuste da dose, monitoramento
Bloqueio de canais para Na+ voltagem-dependente
 Toxicidade: vertigens, ataxia, mov. oculares irregulares, confusão
A
B
C
D
E
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Carbamazepina 
 Anticonvulsivante mais amplamente utilizado
Farmacocinética mais previsível 
Efeitos Indesejáveis (baixa incidência): sonolência, tonturas, ataxia, efeitos gastrintestinais e cardiovasculares.
-Potente indutor enzimático
Bloqueio de canais para Na+ voltagem-dependente
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Bloqueadores de canais de Na sensíveis à voltagem
Interação farmacológica
Carbamazepina
Oxcarbazepina
Fenitoína
Lamotrigina
Anestésicos
locais
Potencialização dos efeitos anestésicos
Arritmias cardíacas
Neurotoxicidade
Nefrotoxicidade
Inibição da função dos canais para Ca
Bloqueadores de canais de cálcio
Etossuximida
Inibição da liberação de
neurotransmissores
Etossuximida: crises de ausência
Bloqueio de canais para cálcio
Efeitos adversos: náusea, sonolência
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Mecanismo misto
Potencialização da ação do GABA
Valproato
Inibição do canal para Ca2+
Valproato
Inibição do canal para Na+
Ácido Valpróico 
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Mecanismo misto
 Eficaz contra nas crises parciais e generalizadas
 Baixa toxicidade e pouca sedação: muito utilizado em crianças
 Efeitos Indesejáveis: hepatotoxicidade
Ácido Valpróico 
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Topiramato
-Bloqueia canais de Na
-Bloqueia canais de Ca
-Antagonista de receptores
glutamatérgicos AMPA
Uso clínico: crises parciais e generalizadas
Efeitos adversos
Sonolência, fadiga, tontura,
prejuízo cognitivos
Mecanismo misto
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Outros...
Gabapentina e Pregabalina
 Análogo simples do GABA
 Não age sobre receptores GABA, nem sobre canais de sódio
 Parece agir sobre canais para cálcio  diminui liberação de transmissores
Adjuvante em crises parciais e tônico-clônica refratárias
GABA
Gabapentina
Pregabalina
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Efeitos adversos gerais
Teratogenicidade
Ideação suicida
20% dos casos: refratários
Canabidiol
Devisnkiy et al., 2017
Devisnkiy et al., 2016
Cannabis sativa
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Outros usos clínicos
Transtorno bipolar
Carbamazepina, Ácido Valproico, Topiramato, Lamotrigina
Enxaqueca
Topiramato
Dor neuropática
Carbamazepina, gabapentina
Importância Odontológica
-Interação farmacológica com anestésicos locais
-Carbamazepina, valproato, fenitoína  potentes indutores metabólicos
-Antiepilépticos são sedativos (interação com benzodiazepínicos)

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