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Fisiologia da visão Introdução A visão é um dos sentidos mais importantes; O sistema visual interpreta estímulos luminosos cujas ondas eletromagnéticas estão entre 400-750 nm; O olho interpreta o brilho (luminosidade) e o comprimento de onda (cor); Depende de fotorreceptores. Estrutura do olho ● Primeira camada: córnea, conjuntiva e esclera; ● Segunda camada: íris (músculo liso) e coroide; ● Terceira camada: retina (contém os fotorreceptores). O feixe luminoso do objeto adentra a córnea, o humor aquoso, sofre refração no cristalino e a imagem invertida chega até a retina, onde os fotorreceptores vão ser ativados e a informação vai ser transmitida ao SNC. O cérebro é treinado para considerar a imagem invertida como normal. Obs: importante que os meios sejam transparentes. Mecanismo de acomodação: o cristalino É uma modificação do cristalino para que seja possível enxergar objetos próximos; ● O cristalino: depois da câmara anterior (humor aquoso) → Formado por uma cápsula elástica preenchida por líquido proteináceo, transparente e ancorada por ligamentos suspensores, em íntima relação com o músculo ciliar; → Funciona como uma lente convergente; ● A acomodação se dá por meio da contração do músculo ciliar e relaxamento dos ligamentos suspensores, deixando o cristalino mais esférico O processo inverso permite que objetos mais distantes sejam observados ● Esse mecanismo é controlado pela inervação parassimpática. Presbiopia ● Há perda progressiva da capacidade de acomodação do cristalino (cápsula mais endurecida, líquido menos transparente); ● O olho permanece focalizado permanentemente a distância quase constante; ● A partir dos 70 anos, o cristalino é quase incapaz de sofrer acomodação. Diâmetro pupilar ● Íris: controla a quantidade de luz que entra no olho, que é proporcional à área da pupila; ● De 1,5 a 8mm; ● Variação de até 30 vezes na quantidade de luz; ● Importante também para a profundidade de foco. Pupila aberta: O ponto focal (encontro dos raios) é único, então, em olhos mais curtos ou mais longos, a imagem não estará focalizada; Pupila fechada: O ponto é multifocal, então a variação dos olhos ainda permite a visão focalizada. Ou seja, quanto menor a pupila, maior a profundidade de foco. Erros de refração A medicação que dilata a pupila paralisa também o músculo ciliar, não permitindo que ele aja sobre o cristalino. ● Emetropia: visão normal com o músculo ciliar relaxado; ● Hipermetropia: olho curto demais, o ponto focal se encontra depois da retina. Pode ser parcialmente corrigida pela acomodação (motivo de relatos de cansaço/perda da qualidade visual ao final do dia, músculo ciliar fatigado) e totalmente por lente convexa; ● Miopia: olho longo demais ou excesso de poder de refração do cristalino, o ponto focal é anterior à retina. Correção por lente côncava (divergente). Aperto do olho com a pálpebra causa um encurtamento do olho, causando melhora na visão. ● Astigmatismo: a curvatura da córnea é grande demais em um dos planos (assimetria). Não há foco nítido pois existem vários pontos de encontro dos feixes. Lentes corretivas ● Miopia: lente côncava; ● Hipermetropia: lente convexa; ● Astigmatismo: lente cilíndrica. É aplicada na posição exata em que a córnea precisa ter a curvatura corrigida. ● Lentes de contato: substituem a córnea na refração. → A lágrima faz uma lâmina entre a lente e a córnea; → Podem ser gelatinosas ou rígidas (pessoas com astigmatismo grave ou ceratocone, que é a deformação da córnea em formato de cone). Cataratas ● Opacificação do cristalino; ● Áreas enevoadas ou opacas no cristalino por desnaturação protéica das fibras da lente; ● Começa de forma focal, mas a junção desses pontos leva a perda da nitidez, de diferenciação de cor, etc. Acuidade visual ● Fóvea: parte central da retina onde a visão é mais altamente desenvolvida; ● A fóvea é composta por cones, que dá qualidade de imagem melhor e em cores; ● O fotorreceptor que captou a melhor imagem é hiperpolarizado, células horizontais inibem os fotorreceptores que estão em volta. Isso mostra que nosso olho é capaz de distinguir dois pontos distantes 1mm entre eles e 10m longe do olho, pois nessas medidas, as células horizontais não inibiu os receptores para cada ponto. ● Inibição pelas células horizontais: serve para que não haja sobreposição de imagens Percepção de profundidade 1) Tamanho da imagem de objetos conhecidos sobre a retina. Ex: pessoa maior que árvore, você logo percebe que é porque a pessoa está mais perto. 2) Fenômeno da paralaxe em movimento → Movimento do olho capta que objetos próximos se movem enquanto distantes parecem permanecer imóveis. 3) Fenômeno da estereopsia: visão binocular. Somação das informações dá origem a imagem tridimensional. Obs: É inútil se o objeto estiver entre 30 e 60m de distância. Obs: Quando a imagem de um só olho está com boa qualidade, essa imagem será priorizada. Oftalmoscopia Cada olho emetrópico reage na acomodação, causando aumento de +2 dioptrias na força do cristalino de cada olho (lente -4 dioptrias para corrigir). ● Um espelho reflete a luz para o olho do paciente, possibilitando enxergar o fundo do olho (retina). Sistema líquido ● Humor aquoso: formados e reabsorvidos continuamente pelos processos ciliares e células de Schlemm, respectivamente, indo para as veias aquosas. Está localizado entre a córnea e o cristalino. ● Humor vítreo: massa gelatinosa com fibras alongadas proteoglicanos. Fica depois do cristalino até a retina. Formação do humor aquoso → Secreção ativa de sódio e passiva de cloreto e bicarbonato para os espaços intercelulares dos processos ciliares; → Água sai por osmose; → Transporte ativo ou difusão facilitada pelas células epiteliais de aminoácidos, glicose, ácido ascórbico. Obs: pacientes diabéticos descompensados têm mais glicose no humor aquoso, o que aumenta a pressão osmótica, levando a um aumento da câmera anterior, mudando a refração. Anatomia do ângulo iridocorneano Humor aquoso produzido na parte posterior da íris, nos processos ciliares, vai para a câmara anterior e é reabsorvido pelo canal de Schlemm; Trabéculas podem tampar a saída do humor aquoso pelo canal de Schlemm, isso leva a um aumento da pressão. Isso pode acontecer também por uma superprodução dos processos ciliares ● Medição da pressão ocular → Aparelho “sopra” o olho; → O ar empurra a córnea, causa uma deformação que é inversamente proporcional à pressão ocular; → Glaucoma É o aumento da pressão intraocular, podendo levar a cegueira. Isso ocorre devido à baixa nutrição neuronal, que é causada pela compressão da artéria retiniana devido à alta pressão. As células nervosas morrem, causando a cegueira. ● Ângulo aberto: trabécula e canal de Schelemm funcionam o defeito é na superprodução; ● Ângulo fechado: Trabéculas impedem a drenagem, causando o aumento da pressão. ● Tratamento: abertura do canal de Schlemm para aumentar a drenagem e uso de colírios que diminuem a atividade dos processos ciliares, diminuindo a produção. Fundoscopia normal Todo fluxo sanguíneo chega e sai aonde vê-se o encontro dos vasos. Fundoscopia anormal ● Êmbolo de colesterol → Pontinhos brancos na fundoscopia, isso dificulta a vascularização nas áreas mais distais. ● Microangiopatia diabética (Retinopatia) → Observa-se o aumento do número de vasos no fundo de olho. Isso ocorre pois a nutrição não está sendo adequada, sendo uma resposta do organismo. (Proliferativa). → Em fase avançada, os vasos diminuem de quantidade e de calibre, ocorrendo a morte de tecidos nervosos. (Não proliferativa) ● Glaucoma → Observam-se células mortas, com coloração anormal, pouca vascularização; → O disco óptico aumenta de tamanho. ● Retinite pigmentosa: doença genética → Depósito de melanina na retina, leva a cegueira; → Pouca vascularização, células mortas. ● Papiledema e atrofia de papila → Edemas (água) e hemorragias (pressão intracraniana aumentada), isso leva à morte celular. → A atrofia de papila é observada quando o disco óptico está branco na fundoscopia.A retina ● Dividida em camadas celulares: → Células fotorreceptoras fazem sinapse com células bipolares, que ligam as fotorreceptoras com as células ganglionares. → Células horizontais (em baixo) e amácrinas ( em cima) modulam a transmissão dos impulsos nervosos; → Células pigmentosas contém melanina e tem a capacidade de absorver a luz, evitando o reflexo. Contém vitamina A, que é substrato para a substância química responsável pela despolarização; → Coroide é a camada após as células pigmentosas e contém vasos sanguíneos que permitem a nutrição das células sem atrapalhar a passagem da luz. A luz chega pela membrana limitante interna, passa por todas as células envolvidas até chegar às células fotorreceptoras, que transmitem a informação no sentido inverso. ● A fóvea → Só existem cones, proporção de 1 por célula ganglionar; → Axônios das células ganglionares e horizontais estão lateralizados, o que leva a luz a incidir diretamente nos fotorreceptores. Obs: Na região do disco óptico, não existem células fotorreceptoras, região chamada de ponto cego. ● Fotorreceptores → Cones: pouco sensíveis à luz (melhor durante o dia) e são responsáveis pela visão de cores e pela acuidade visual; → Bastonete: baixo limiar para luz (funcionam bem no escuro) e não fornecem imagens bem definidas Ambos possuem membrana celular dobrada diversas vezes (segmento externo), uma região rica em mitocôndrias e bombas de sódio e potássio exportando sódio (segmento interno), e depois da membrana limitante, o núcleo e o corpo sináptico, que libera glutamato. ● Camada pigmentar da retina → Melanina: impede a reflexão da luz por todo o globo ocular; → Armazena vitamina A, importante precussor dos pigmentos fotossensíveis e importante na adaptação claro-escuro; → Cegueira noturna: baixos níveis de vit. A, durante a noite leva a uma concentração de pigmentos que não permite a visão; → Quando uma luz muito forte incide o olho, esses pigmentos podem ser consumidos rapidamente, o que dá a sensação de não conseguir ver até que novos pigmentos sejam produzidos. → Suprimento sanguíneo: artéria central da retina e coróide (entre a retina e a esclera); → Descolamento da retina junto com a coroide ocorre sem morte celular. Fotoquímica da visão Pigmento fotossensível nos bastonetes: rodopsina, formada por escotopsina e 11-cis-retinal (da vit. A); Quando a luz incide, ela muda a afinidade das duas subunidades e altera a conformação da rodopsina, que passa a estados transitórios até chegar à metarrodopsina II, que é a rodopsina ativada. Rodopsina cinase recicla a rodopsina para reiniciar o ciclo. ● Excitação do bastonete 1. A rodopsina ativada ativa a transducina, que ativa a fosfodiesterase, que quebra GMPc em GMP. O GMPc é importante para manter canais de sódio abertos no segmento externo, o que equilibra as bombas do segmento interno. 2. Com a chegada de luz, a rodopsina é ativada e leva a conversão de GMPc em GMP, o que fecha esses canais, levando a uma diminuição da condutância ao sódio para dentro da célula; 3. Ocorre uma hiperpolarização da célula fotorreceptora, parando de liberar glutamato. Obs: essa reação ocorre em cascata. Esse potencial ocorre rapidamente, por isso a visão e dá por meio de fotografias e o cérebro que interpreta as diferenças entre essas ”fotografias” ● Comunicação cones-célula bipolar → Célula centro on: são inibidas pelo glutamato liberado pelos cones quando sem luz. Quando com luz, essa célula on despolariza, transmitindo o impulso para as células ganglionares on; → Células centro o�: estimuladas pelo glutamato, quando em luz, sofre hiperpolarização. Essa via está ativada no escuro. Via on: As células horizontais desativam os fotorreceptores ao redor do que foi melhor estimulado pela luz. Se a iluminação for em anel, ● Absorção de luz → Nos cones existem a mesma porção retinal e fotopsinas (semelhantes a escotopsinas) para azul, verde e vermelho; → A percepção de cores diferentes dessas se dá pela somação dos estímulos. ● Cegueira para cores → Os fotopigmentos são proteínas, então se houver mutação nos genes envolvidos, o pigmento não é formado e a célula não é passível de estimulação. → Pode ocorrer em um ou em todos os tipos de cones. → Protanopia: deficiência no cone vermelho; → Deuteranopia: deficiência total nos cones verdes; → Tritanopia: deficiência nos cones azuis. → Discriminação verde-vermelho Adaptação claro-escuro ● Claridade: redução dos agentes químicos fotossensíveis pelo consumo, ativação do reflexo fotomotor, fechando a pupila; ● Escuro: maior suprimento de opsinas e de retinal pelo estoque de vitamina A. + fotopigmento para deixar a retina mais sensível. → Adaptação 4 vezes mais rápidas nos cones, porém mais potente nos bastonetes; → Aumento do diâmetro pupilar e adaptação neural (modulação dos sinais transmitidos) Circuito neural da retina 1. Fotorreceptores; 2. Células horizontais: inibição lateral; 3. Células bipolares: transmissão vertical; 4. Células amácrinas: modulam a sinapse da célula bipolar com a ganglionar; 5. Células ganglionares: formam o nervo óptico; 6. Informação é levada ao córtex visual na região occipital. Cones X bastonetes ● Cones: neurônios e fibras nervosas maiores e condução mais rápida. Utiliza apenas 3 tipos celulares (azul, vermelho e verde); ● Bastonetes: tipo “antigo” de visão, utiliza 4 tipos celulares. ● Neurotransmissores → Bastonetes e cones: glutamato; → Células amácrinas: GABA, glicina, dopamina, Ach e indolamina podem ser produzidas para interferir na comunicação entre a célula bipolar e a ganglionar. Transmissão eletrotônica Sistema utilizado por todos os neurônios retinianos, exceto células ganglionares; Significa fluxo contínuo de corrente elétrica, sem potencial de ação, o que é bom para as curtas distâncias da retina e também permite captar luzes fracas, que não atingiriam o limiar de um potencial de ação. Células ganglionares 60 bastonetes e 2 cones para cada célula ganglionar Na fóvea, um cone para cada célula ganglionar ● Tipos de células ganglionares → W: recebem sinais de bastonetes, são lentas e detectam escuro e movimento direcional (sentido da imagem em movimento); → X: (55%): imagem visual e cores (cones), detalhes finos; → Y: maior diâmetro, transmissão rápida, detecta movimento rápido. ● Potenciais de ação → Contínuos e espontâneos por ser mais permeável ao sódio; → Despolarizantes ou hiperpolarizantes, dependendo dos neurotransmissores utilizados e as vias on e o�. Cegueira monocular transitória Causada pelo uso prolongado de smartphone Uso de smartphone com um olho tampado por muito tempo; O olho coberto ficou muito tempo inibido e o cérebro quando ele volta a ser utilizado, pode demorar um pouco até o cérebro conseguir interpretas as informações daquele olho. Vias visuais A informação é levada ao SNC pelo nervo óptico; Parte dessa fibras cruzam no quiasma óptico, se unem a fibras retinas temporais opostas e segue até a região occipital, onde está o córtex visual; Nervo óptico → quiasma óptico → trato óptico→ sinapse no núcleo geniculado dorsolateral do tálamo → fibras geniculocalcarianas vão ao córtex visual primário As fibras visuais podem levar informações para outras regiões: ● Sistema antigo: mesencéfalo e áreas prosencefálicas basais (ritmo circadiano, movimentos reflexos para focar objetos, movimentos rápidos, etc); ● Sistema novo: transmissão direta dos sinais visuais para o córtex visual. ● Córtex visual → Neurônios chegam ao córtex visual primário, fazem sinapses com neurônios de terceira ou quarta ordem que fazem o processamento e associação da imagem com emoções, memórias, etc. ● Análise das informações visuais → Na região temporal, essas informações são associadas à linguagem por meio da memória; Campo visual e alterações Reflexo fotomotor Luz hiperpolariza fotorreceptores, que despolariza as células ganglionares centro on, que forma o nervo óptico, que vai até a região dos núcleos pré-tectais (núcleo de Edinger-Westphal), faz sinapse e o estímulo volta até o olho para reduzira pupila pelos nervos parassimpáticos. Reflexo de acomodação Células X da retina → Via visual genicoestriado → Córtex visual → Córtex temporal → mesencéfalo → Núcleo de Edinger-Westphal → Contração do músculo ciliar e constrição pupilar
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