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MÓDULO NEURO PROBLEMA 3 – OLHO DE SOGRA ESTUDAR A ANATOMIA E HISTOLOGIA DO OLHO E ESTRUTURAS RELACIONADAS. ESTRUTURAS ACESSÓRIAS DO OLHO PÁLPEBRAS As pálpebras superiores e inferiores cobrem os olhos durante o sono, protegem os olhos da luz excessiva e de objetos estranhos, além de espalhar secreções lubrificantes pelo bulbo do olho. A pálpebra superior é mais móvel e contém o musculo levantador de pálpebra superior. O espaço entre as pálpebras é a fissura palpebral. Seus ângulos são conhecidos como comissura medial (mais larga e próxima ao osso nasal) e comissura lateral (estreita e próximo ao temporal). Na comissura medial encontra-se uma elevação avermelhada chamada de carúncula lacrimal que contem glândulas sebáceas e sudoríferas. Cada pálpebra consiste em epiderme, derme, tela subcutânea, musculo orbicular do olho, tarso, glândulas tarsais e túnica conjuntiva. O tarso é uma prega de tecido conjuntivo que da forma e sustentação as pálpebras. Contém as glândulas tarsais ou glândulas de Meibomio que secreta um liquido que ajuda manter as pálpebras aderidas uma a outra. A túnica conjuntiva é dividida em Túnica Conjuntiva da pálpebra que reveste a face interna da pálpebra e túnica conjuntiva do bulbo que passa da pálpebra a superfície do bulbo do olho, cobrindo a esclera. CÍLIOS E SOBRANCELHA Os cílios e sobrancelha ajudam a proteger o bulbo do olho de objetos estranhos, de transpiração e da incidência direta dos raios solares. Glândulas sebáceas na base dos folículos pilosos dos cílios, chamadas de Glândulas Ciliares sebáceas liberam um liquido lubrificante para os folículos. Uma infecção nessa glândula é chamado de Terçol. APARELHO LACRIMAL É um grupo de estruturas que produzem e drenam o liquido lacrimal, no processo de lacrimação. As glândulas lacrimais secretam um liquido lacrimal que é drenado em 6 a 12 ductos excretores, que removem as lagrimas da superfície conjuntiva. A partir dali, as lagrimas passam medialmente no olho e entram em duas aberturas chamadas de pontos lacrimais. As lagrimas passam em dois ductos: os canalículos lacrimais superior e inferior que levam para o saco lacrimal e então para o ducto lacrimo nasal. Este ducto conduz o liquido lacrimal para a cavidade nasal, onde ele se mistura com o muco. As glândulas lacrimais são inervadas por fibras parassimpáticas dos nervos faciais. E esse liquido contem sais, um pouco de muco e lisozima. E protege, limpa, lubrifica e umedece o bulbo do olho. MUSCULOS EXTRINSECOS DO OLHO Os olhos se encontram em depressões ósseas do crânio chamadas de orbitas. Os músculos extrínsecos do olho são capazes de mover os olhos em quase todas as direções, são eles: reto superior, reto inferior, reto lateral, reto medial, oblíquo superior e obliquo inferior. Eles são inervados pelos nervos Oculomotor (III), Troclear (IV) e abducente (VI). ANATOMIA DO BULBO DO OLHO Anatomicamente, a parede do bulbo do olho é formada por 3 camadas: túnica fibrosa, túnica vascular e túnica interna (retina). TUNICA FIBROSA É a camada superficial do bulbo do olho, consiste na córnea e esclera. A córnea é um revestimento transparente que cobre a íris colorida, sendo curva, o que ajuda a focar a luz na retina. A esclera cobre todo o bulbo do olho, exceto a córnea. Ela que é o branco do olho e dá formato ao bulbo do olho, tornando-o mais rígido, protege suas partes internas e age como local de fixação dos músculos extrínsecos do olho. Na junção entre a esclera e a córnea encontra-se o seio venoso da esclera (Canal de Shlemm), no qual drena o humor aquoso. TUNICA VASCULAR A túnica vascular ou úvea é a camada média do bulbo. É composta por 3 partes: a coroide, o corpo ciliar e a íris. A coroide é altamente vascularizada, e compõe a parte posterior da retina. Ela contém melanócitos que produzem a melanina, o que faz que com que essa camada tenha um cor marrom escura. Na parte anterior da túnica vascular, a coroide se torna o corpo ciliar, formada pelos músculos ciliares que por meio da contração ou relaxamento altera o formato da lente, adaptando a visão para longe ou perto. A íris é a parte colorida do olho, formada por melanócitos que contem melanina que irá dar cor aos olhos. Sua principal função é regular a quantidade de luz que entra no olho através da pupila, por meio de 2 músculos que regula o diâmetro da pupila em resposta aos níveis de luminosidade. Quando uma luz estimula os olhos, as fibras parassimpáticas do nervo oculomotor promovem a constrição da pupila. Na luz fraca, neurônios simpáticos promovem a dilatação da pupila. A pupila é a abertura que permite que a luz entre no olho e alcance a retina. Ela aparece escura devido aos pigmentos que absorvem luz na retina. O cristalino é considerada a lente do olho, sendo uma estrutura transparente localizada atrás da íris. Ele é suspenso por ligamentos que se liga, aos músculos ciliares, os quais conectam-se à esclera. Mudanças no formato do cristalino permitem que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distancias visuais. O cristalino divide o interior do olho em 2 compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes. O Humor aquoso se situa entre a córnea e o cristalino, promove a nutrição da córnea e do cristalino. Ele é filtrado continuamente, sendo reposto a cada 90 minutos. Já o Humor Vítreo, situa-se entre o cristalino e a retina, possuindo um aspecto mais gelatinoso. Ele não é reposto, sendo formado na vida embrionária consiste principalmente de agua, fibras colágenas e ácido hialuronico. A pressão do humor vítreo que mantem esférico o globo ocular. RETINA É a terceira camada do bulbo do olho, sendo a mais interna. A superfície da retina é o único local do corpo em que os vasos podem ser observados diretamente. O disco optico ou papila optica é o local em que o nervo optico (II) deixa o bulbo do olho. Acompanhando esse nervo, encontra-se a artéria central da retina, um ramo da artéria oftálmica e a veia central da retina. Ramos da artéria central da retina se espalham para nutrir a face anterior da retina e a veia central drena o sangue da retina através do disco do nervo optico. No centro de cada retina, há uma região mais escura com um aspecto amarelado, que é a mácula lútea, região dedicada a visão central. Além de sua cor, a mácula distingue-se pela sua relativa ausência de grandes vasos. Outra especialização que pode ser percebida pelo oftalmoscópio é a fóvea, um ponto escuro com cerca de 2 mm, que forma uma depressão na região, marcando o centro da retina, sendo nela o local mais delgado de toda a retina. Além disso, a fóvea não contem bastonetes, somente cones. Assim, a parte da retina que se situa próximo ao nariz com relação á fóvea é a retina nasal e a parte mais próxima ás temporas são chamadas de retina temporal. A retina é formada por um estrato pigmentoso e um estrato nervoso. O estrato pigmentoso é uma lamina de células epiteliais contendo melanina localizada entre a coroide e a parte neural da retina. Já o estrato nervoso (sensorial) processa os dados visuais antes de enviar impulsos nervoso para os axônios que formam o nervo optico. ESTRUTRA MICROSCÓPICA DA RETINA A retina apresenta uma organização laminar, no qual as células estão organizadas em camadas. Aparentemente as camadas estão ordenadas ao contrário, pois a luz deve atravessar o humor vítreo, as células ganglionares e bipolares antes de atingir os fotorreceptores. Essas células que ficam no percurso da luz são transparentes, reduzindo ao mínimo a distorção da luz. Essa disposição das células é fundamental pois o epitélio pigmentar situado logo abaixo dos fotorreceptores possui um papel na manutenção dessas células e dos fotopigmentos, além de absorver qualquer luz que atravesse completamente a retina. Camada de células ganglionares: é a camada mais interna, que contém os corposcelulares das células ganglionares. Camada plexiforme interna, na qual se estabelecem contatos sinápticos entre células bipolares, amácrinas e ganglionares Camada nuclear interna: que contém os corpos celulares das células bipolares, as células horizontais e amácrinas. Camada plexiforme externa: onde os fotorreceptores estabelecem contatos sinápticos com células bipolares e horizontais Camada nuclear externa: que contém os corpos celulares dos fotorreceptores. Camada dos segmentos externos dos fotorreceptores: que contém os elementos sensíveis à luz da retina. As células fotorreceptoras são as únicas células sensíveis à luz na retina, que converte radiação eletromagnética em sinais neurais. Existem 2 tipos de fotorreceptores: os bastonetes (120 milhões) e cones (6 milhões). Os bastonetes nos permite enxergar em ambientes com pouca luminosidade, enxergando apenas preto e branco. Já os cones produzem a visão colorida, dividindo-se ainda em 3 tipos: cones azuis (sensível a luz azul), cones verdes (sensível a luz verde), cones vermelhos (sensível a luz vermelha). O indivíduo que perde a visão dos cones, constitui em uma cegueira. Enquanto o que perde a visão dos bastonetes apresenta uma dificuldade em enxergar em ambientes com pouca luminosidade. Cada fotorreceptor apresenta quatro regiões: um segmento externo, um segmento interno, um corpo celular e um terminal sináptico. O segmento externo contém uma pilha de discos membranosos contendo foto pigmentos sensíveis à luz. Os bastonetes apresenta um segmento externo longo, cilíndrico contendo muitos discos. Enquanto que os cones apresenta esse segmento externo mais curto, que diminui gradualmente contendo menor número de discos. As células bipolares possuem seus corpos celulares na parte central e possui 2 prolongamentos, conectando os fotorreceptores com as células ganglionares. Já as células ganglionares são a única fonte de sinais de saída da retina. Ela emite seu axônio em direção ao canal óptico, agrupando-se e formando a camada de fibras ópticas. Quando essas fibras emergem do olho em direção ao encéfalo elas passam a constituir o nervo óptico (II). O ponto da retina onde emergem as fibras para formar o nervo óptico é o disco óptico, sendo o ponto cego da retina. Além dessas células, ainda estão presentes as Células Horizontais que recebem aferentes dos fotorreceptores e projetam neuritos lateralmente para influenciar as células bipolares vizinhas e os fotorreceptores. E as Células Amácrinas que recebem aferentes das células bipolares e projetam lateralmente para influencias células ganglionares vizinhas, células bipolares e outras células amácrinas. 1- COMPREENDER O MECANISMO DE FORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM. PROPRIEDADES DA LUZ O sistema visual utiliza a luz para formar imagens do mundo ao nosso redor. A luz é a radiação eletromagnética que é visível para nossos olhos. Apenas uma pequena parte do espectro eletromagnético é detectável por nosso sistema visual. No vácuo, uma onda de radiação eletromagnética viaja em linha reta. Raios de luz em nosso ambiente também viajam em linhas retas, até o momento em que interagem com átomos e moléculas da atmosfera ou objetos no solo. A reflexão é causada pela luz que incide sobre uma superfície e retorna dentro do mesmo meio. A maior parte do que vemos é luz refletida a partir de objetos em nosso ambiente. A absorção é a transferência de energia da luz para uma partícula ou superfície. Percebemos essa transferência de energia na pele em um dia ensolarado, enquanto a luz visível vai sendo absorvida e nos aquece. Superfícies de cor preta absorvem a energia de todos os comprimentos de onda da luz visível. Como veremos, células fotorreceptoras sensíveis a luz na retina conte pigmentos que utilizam a energia absorvida da luz para gerar mudança nos potenciais de membrana. As imagens formam-se no olho por refração, isto é, a modificação que pode ocorrer na direção de raios de luz quando esses passam deum meio transparente para outro. Essa mudança na direção do raio ocorre porque a velocidade da luz é diferente nos dois meios. FORMAÇÃO DA IMAGEM O olho coleta raios de luz emitidos ou refletidos por objetos no ambiente e os focaliza sobre a retina para formar imagens. A focalização do objeto envolve os poderes de refração combinados da córnea e do cristalino. REFRAÇÃO PELA CÓRNEA A medida que a luz atravessa um meio onde sua velocidade é diminuída, sua direção será desviada, aproximando-se da normal. Isso é o que ocorre quando a luz atinge a córnea e passa do ar para o humor aquoso. Os raios de luz atinge a superfície curvada da córnea, mudam de direção de forma a convergir na parte posterior do olho. Somente os raios que cruzam pelo centro do olho passam diretamente para a retina, sem qualquer mudança de direção. A distância da superfície refratora até o ponto onde os raios de luz convergem é chamado de distância focal. Quanto menor o raio de curvatura, menor a distância focal. O poder de refração da córnea é chamado de dioptria. Quando estamos debaixo da agua, as imagens se tornam borradas devido ao poder refrator da córnea ser eliminado, visto que a luz atravessa com a mesma velocidade da agua para o humor liquido. ACOMODAÇÃO PELO CRISTALINO Embora a córnea realize a maior parte da refração do olho, o cristalino contribui para a formação de imagens claras e nítidas de objetos próximos, localizados a uma distância menor do que 9 metros em relação ao olho. A medida em que os objetos se aproximam, os raios de luz oriundos de um determinado ponto não podem ser considerados paralelos. Esses raios divergem e um poder de refração maior é necessário para focaliza-los na retina. Esse poder é fornecido pela mudança no formato do cristalino, num processo chamado de acomodação. Durante a acomodação, os músculos ciliares se contraem, diminuindo a tensão nos ligamentos superiores, deixando o cristalino mais arredondado, o que aumenta seu poder de refração, necessário para objetos mais próximos. Por sua vez, o relaxamento dos músculos ciliares aumenta a tensão dos ligamentos suspensores, que torna o cristalino mais achatado, necessário para a visualização de um ponto distante. Essa capacidade de acomodação modifica-se com a idade. REFLEXO PUPILAR A pupila também contribui para as qualidades ópticas do olho por meio do ajuste continuo a diferentes intensidades de luz no ambiente. Esse reflexo pupilar da luz direta envolve conexões entre a retina e os neurônios do tronco encefálico que controlam os músculos que contraem a pupila. Esse reflexo é consensual, ao atingir apenas um olho causa a constrição das duas pupilas. Essa constrição aumenta a profundidade do foco. CAMPO VISUAL O campo visual é o espaço total que pode ser visto pela retina quando o olhar está fixo em um ponto à frente. Os pontos que você não enxerga mais marca o limite dom seu campo visual; FOTOTRANSDUÇÃO Os fotorreceptores convertem, ou transduzem, energia luminosa em alterações do potencial de membrana. O primeiro passo na transdução visual é a absorção de luz por um fotopigmento, que é uma proteína colorida que sofre mudanças estruturais quando absorve luz. O único tipo de fotopigmento nos bastonetes é a rodopsina, que possui 2 partes: uma glicoproteína conhecida como opsina e um derivado da Vitamina A chamado de retinal. É o retinal a parte que absorve a luz. No escuro, os fotorreceptores estão tendo um influxo constante de Na+ através de canais no segmento externo da membrana, esse movimento de cargas positivas é chamado de corrente do escuro, o que leva a uma despolarização. Os canais de sódio tem a sua abertura estimulada, ou seja, são ativados por um segundo mensageiro intracelular que é o GMPc (monofosfato de guanosina cíclico). Esse GMPc é produzido no fotorreceptor pela enzima guanilato-ciclase.Ao ser estimulado pelo luz, o GMPc reduz a sua quantidade, o que determina o fechamento dos canais de Na+. A luz leva uma ativação de uma enzima que destrói o GMPc provocando o fechamento dos canais de Na+ e levando a uma hiperpolarização da célula. A resposta hiperpolarizante à luz é iniciada pela absorção da radiação eletromagnética pelo fotopigmento localizado nos discos. Nos bastonetes, esse pigmento é a rodpsina, que contém uma proteína receptora (opsina) ligada a um agonista (retinal). A absorção de luz determina uma alteração da conformação do retinal, de cis-retinal para trans-retinal, o que leva a uma ativação da opsina. Esse processo que é denominado desbotamento (pois altera o comprimento de luz que a rodopsina absorve) estimula uma proteína G (transducina), que por sua vez, ativa a enzima efetora fosfodiesterase (PDE). A PDE hidrolisa o GMPc a GMP cancelando a corrente no escuro ao fechar os canais de sódio. O processo de fototransdução nos cones é praticamente o mesmo que ocorre nos bastonetes, sendo a única diferença o tipo e opsinas dos discos membranosos dos cones. Cada cone na nossa retina contém uma das 3 opsinas que conferem aos fotopigmentos diferentes sensibilidades espectrais. De acordo com a Teoria tricomática de Young-Helmholtz, cada cor do arco íris, incluindo o branco é criada pela mistura de uma proporção adequada de luz vermelha, verde e azul. Nos bastonetes, os discos são renovados a cada hora, ao contrário dos cones que se regenera rapidamente. ADAPTAÇÃO AO ESCURO E À CLARIDADE A transição da visão diurna, com base nos cones, para a visão noturna, com base nos bastonetes, não é instantânea. A adaptação ao escuro explica- se por diversos fatores, seja pela dilatação das pupilas, que permite que mais luz penetre no olho ou pela regeneração da rodopsina. Já a adaptação à claridade é mais rápida, havendo também a regeneração dos pigmentos. Essa capacidade do olho de se adaptar as mudanças na intensidade da luz depende também de alterações na concentração de cálcio dentro dos cones. Isso porque, os canais de sódio dependentes de GMPc também admitem cálcio. No escuro, o Ca+2 entra nos cones e promove um efeito inibitório da enzima que sintetiza o GMPc. Quando os canais de sódio se fecham, o fluxo de cálcio é reduzido, permitindo mais formação do GMPc fazendo com que os canais dependentes de GMPc se reabre. PROCESSAMENTO NA RETINA Os fotorreceptores liberam o neurotransmissor glutamato. Nas células que estão no escuro, ocorrem uma despolarização que leva a liberação do neurotransmissor glutamato, que irá inibir a célula bipolar. Já na célula exposta a luz, ocorre uma hiperpolarização e por conta disso a liberação do glutamato é diminuída, o que excita a célula bipolar. Na camada plexiforme externa, cada fotorreceptor mantem contato sináptico com as células bipolares (via direta para as cél. Ganglionares) e com as células horizontais (influenciam a atividade de células bipolares vizinhas e fotorreceptores). As células bipolares são divididas em 2 classes de acordo com a sua resposta ao glutamato. Células bipolares do tipo OFF (quando há mais glutamato) apresentam canais de sódio ativados por glutamato, que despolariza a membrana no escuro. Já as células bipolares ON (quando há menos glutamato) possuem receptor de glutamato do tipo metabotrópico, denominado mGluR6, que hiperpolariza a célula quando o glutamato se liga ao receptor no escuro. Quando esse receptor não está ativado, ou seja, no claro, a célula bipolar despolariza. Portanto, as células ON são ativadas na luz quando a secreção de glutamato pelos fotorreceptores diminui. E no escuro, as células ON estão inibidas pela liberação de glutamato. Já as células bipolares OFF são excitadas pela liberação de glutamato no escuro, e na luz, com menos glutamato as células OFF são inativadas. Cada célula bipolar recebe aferências sinápticas diretas dos fotorreceptores (via direta). E estão conectadas pelas células horizontais (via indireta) a um anel de fotorreceptores. O campo receptivo de uma célula bipolar é a área da retina onde, em resposta à estimulação pela luz, ocorre uma alteração do potencial de membrana da célula. Esse campo possui duas porções: uma área central no qual recebe aferências direta dos fotorreceptores e uma área periférica que recebe aferências pelas células horizontais. A resposta do potencial de membrana de uma célula bipolar à luz no centro do campo receptivo é oposta àquela promovida pela luz na periferia. A organização dos campos receptivos em centro- periferia passa das células bipolares para as ganglionares por meio das sinapses na camada plexiforme interna. CÉLULAS GANGLIONARES A única fonte de sinais de saída da retina para o resto do encéfalo são os potenciais de ação provenientes das células ganglionares. A maior parte das células ganglionares da retina apresenta a organização concentria dos seus campos receptivos em centro-periferia. Células ganglionares com centro ON e com centro OFF recebem aferencias dos tipos correspondentes das células bipolares. Existem dois tipos principais de células ganglionares: Células ganglionares do tipo M (grandes – 90%) e Células ganglionares do tipo P (pequenas – 5%). Além dessas ainda existe as células ganglionares do tipo não-M-não-P. As células do tipo tem maiores campos receptivos, conduzem potenciais de ação mais rapidamente no nervo óptico e são mais sensíveis a estímulos de baixo contraste. 2- CONHECER AS VIAS SENSORIAIS A PARTIR DA RETINA QUE NÃO TEM A FUNÇÃO DA VISÃO E ÁREAS DO CÉREBRO RESPONSÁVEIS PELA VISÃO. A via neural que sai do olho, começando pelo nervo optico é chamado de projeção retinofugal. Os axônios das células ganglionares que partem da retina passam através de três estruturas antes de estabelecerem suas sinapses no tronco encefálico. Os nervos opticos deixam tanto o olho direito quanto o esquerdo a partir do disco optico e viajam por trás dos olhos em suas cavidades chamadas de orbitas e passam através de forames na base do crânio. Os nervos ópticos de ambos os olhos combinam-se para formar o quiasma optico, que se localiza na base do encéfalo, à frente da hipófise. No quiasma óptico, os axônios originados a porção nasal da retina cruzam de um lado para o outro. Esse cruzamento é chamado de decussação, ocorrendo uma decussação parcial da projeção retinofugal no quiasma optico. Após essa decussação, os axônios das projeções retinofugais formam os tratos ópticos, que correm ao longo do diencéfalo. HEMICAMPOS VISUAIS O campo visual completo é toda a região do espaço que pode ser vista com ambos os olhos olhando diretamente para frente. O campo visual é dividido em hemicampo visual esquerdo e direito. A porção medial de ambos os hemicampos visuais é vista por ambas as retinas, essa região é chamada de campo visual binocular. Dessa forma, objetos na região binocular do hemicampo esquerdo serão vistos na retina nasal do olho esquerdo e na retina temporal do olho direito. Portanto, fibras de nervo optico cruzam no quiasma de forma que o hemicampo visual esquerdo é visualizado pelo hemisfério direito e o hemicampo visual diretio é visualizado pelo hemisfério esquerdo. ALVOS DO TRACTO OPTICO Um pequeno número de axônios do trato óptico estabelece conexões sinápticas com células do hipotálamo. A maior parte deles, entretanto, inerva o núcleo geniculado lateral (NGL) do tálamo dorsal. Os neurônios do NGL originam axônios que se projetam para o córtex visual primário, sendo essa projeção chamada de radiação óptica, e é ela que medeia a percepção visual consciente. Quando ocorre uma lesão no nervo óptico do lado esquerdo, o olho esquerdo perderá completamente a visão, e o olho direito ainda verá uma parte do campo visual esquerdo. Se o trato óptico for cortado dolado esquerdo, a visão do campo visual direito de cada olho será perdida. Se o quiasma óptico for cortado ao meio, apenas as fibras que cruzam serão lesionadas, e ambos os olhos perderão a visão periférica. As projeções diretas a uma parte do hipotálamo tem um papel importante na sincronicidade de uma variedade de ritmos biológicos – incluindo sono e vigília – com o ciclo diário de claro-escuro. Já projeções diretas a uma parte do mesencéfalo chamada de área pré-tectal, controlam a pupila e certos tipos de movimentos oculares. Além disso, cerca de 10% das células ganglionares projetam-se para uma parte do tecto do mesencéfalo chamada de colículo superior, sendo essa projeção denominada de projeção retinotectal. Ela está envolvido na orientação dos olhos em resposta a novos estímulos na periferia visual. NÚCLEO GENICULADO LATERAL Os Núcleos geniculados laterais direito e esquerdo localizados no tálamo dorsal são os principais alvos dos dois tratos ópticos. Cada NGL está arranjado em seis camadas distintas de células, numeradas de 1 a 6. Essa separação dos neurônios do NGL em camadas sugere que as informação da retina são separadas. No NGL direito, os axônios temporal do olho direito estabelece sinapses nas camadas 2,3 e 5. E os axônios nasais do olho esquerdo estão nas camadas 1,4 e 6. Além disso, as duas camadas ventrais (1 e 2) são chamadas de camadas magnocelulares do NGL e contém as células ganglionares do tipo M. Enquanto que as quatro camadas mais dorsais (3 a 6) são chamadas de camadas parvocelulares do NGL, estabelecendo conexões com as células ganglionares do tipo P. Além dessas, as células ganglionares do tipo não P e não M localizam-se nas camadas coniocelulares localizado ventralmente em relação a cada camada e também se projetam ao córtex visual. CÓRTEX ESTRIADO O córtex visual primário é a área 17 de Brodmann, pode ser chamada também de área V1 ou córtex estriado. Ele se localiza no lobo occipital do cérebro, senso a sua maior parte localizada na superfície medial do hemisfério ao redor do sulco calcarino. Uma característica geral do sistema visual central é a retinotopia, que é uma organização na qual células vizinhas na retina fornecem informações a locais também vizinhos em suas estruturas alvo, nesse caso, o NGL e o córtex estriado. O córtex estriado possui uma laminação em um esquema de 6 camadas. Nesse caso, apenas um subconjunto de camadas recebe sinais do NGL ou envia aferencias para outra área cortical. Os axônios oriundos do NGL terminam em diversas camadas corticais, mas principalmente na camada IVC, no qual vai estar presente as colunas de camada ocular. Sendo os neurônios do NGL magnocelular projetando-se para a camada IVCalfa e os NGL parvocelulares para a camada IVCbeta. Os campos receptivos dos neurônios na camada IVC são muito semelhantes aos dos neurônios magnocelulares e parvocelulares que lhes fornecem inervação. Isso significa que eles geralmente apresentam campos receptivos pequenos, monoculares, organizados como centro-periferia. Na camada IVCα, os neurônios são insensíveis aos comprimentos de onda da luz, enquanto na camada IVCβ os neurônios exibem oposição de cores centro-periferia. Os axônios que deixam a camada IVC divergem e inervam camadas corticais mais superficiais. Como consequência dessa divergência, há uma mescla de sinais oriundos dos dois olhos, por isso dizem que essas células tem campos receptivos binoculares. VIAS PARALELAS A Via magnocelular começa em células ganglionares do tipo M na retina. Essas células projetam seus axônios para as camadas magnocelulares do NGL. Essas camadas projetam- se para a camada ICVα do córtex estriado, que por sua vez, projeta para a camada IVB. As células piramidais na camada IVB apresentam campos receptivos binoculares. Acredita-se que essa via esteja envolvida na análise de movimento dos objetos e na orientação de ações motoras. A Via parvo-interbolhas originam-se nas células ganglionares do tipo P na retina, que se projetam para as camadas parvocelulares do NGL. Essas camadas enviam axônios para a camada IVCβ do córtex estriado, que se projeta para as camadas II e III das regiões interbolhas. Acredita-se que esta via esteja envolvida na análise fina da forma dos objetos. A Via das bolhas origina-se no subconjunto de células ganglionares que não são do tipo M nem do tipo P. Essas células se projetam para as camadas coniocelulares do NGL, que se projeta diretamente para as bolhas de citocromo nas camadas II e III. Acredita-se que essa via esteja envolvida na análise da cor dos objetos. Além de V1, estão outras duas dúzias de distintas áreas do córtex, cada uma delas contendo uma representação do mundo visual. No entanto, há duas vias principais de processamento visual no córtex, uma estendendo-se dorsalmente do córtex estriado em direção ao lobo parietal, e a outra projetando-se ventralmente em direção ao lobo temporal. 3- DEFINIR ACUIDADE VISUAL Acuidade visual é a capacidade do olho para distinguir detalhes espaciais, ou seja, identificar o contorno e a forma dos objetos. A acuidade visual depende de fatores ópticos e neurais: da nitidez que a imagem chega na retina, da saúde das células retinianas e da capacidade de interpretação do cérebro. A acuidade visual (ou AV) é medida colocando a pessoa a ser testada a uma distância de 6 metros (ou 20 pés) e pedindo para ler optotipos (que podem ser letras, números, símbolos ou figuras) de tamanhos cada vez menores. A acuidade visual normal é chamada de visão 20/20, o que significa que uma pessoa consegue ver detalhes a uma distância de 20 pés (6 metros) igual a uma normal enxerga. São várias as causas de baixa de acuidade visual, ou seja, quando a visão é menor que 20/20: as ametropias (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) estão entre as mais frequentes causas de baixa de visão e podem ser corrigidas com óculos, lentes de contato ou cirurgia; entre outra das causas mais comuns estão a catarata, as doenças da retina, como a degeneração da mácula e do nervo, como o glaucoma. 4- DESCREVER OS VÍCIOS DE REFRAÇÃO E EXPLICAR COMO OCORRE A FORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM EM CADA CASO; Em indivíduos normais, a luz sofre refração ao atravessar o olho, formando a imagem na retina. Há erros de refração quando um componente do sistema optico do olho falha na formação da imagem na retina. EMETROPIA O olho é considerado normal ou “emetrópico” se raios de luz paralelos de objetos distantes estiverem em foco nítido na retina, quando o musculo ciliar estiver completamente relaxado. Isso significa que o olho emetrópico pode ver todos os objetos distantes claramente com seus músculos ciliares relaxado. No entanto, para focar em objetos próximos, o olho precisa contrair seu musculo ciliar e assim fornecer graus apropriados de acomodação. AMETROPIA É um estado refrativo no qual o olho é incapaz de formar imagem na retina sem que se utilizem lentes corretivas (refração anormal). Miopia e hipermetropia são ametropias esféricas e astigmatismo cilíndrica. HIPERMETROPIA A hipermetropia ou “visão boa para longe” em geral deve-se a um globo ocular curto ou um sistema de lentes fracas. Nessa condição, os raios de luz paralelos não são curvados o suficiente, pelo sistema de lentes relaxado, formando a imagem atrás da retina. Para superar essa anormalidade, o musculo ciliar precisa se contrair para aumentar a força do cristalino. Pelo uso do mecanismo de acomodação, a pessoa hipermetrope é capaz de focalizar objetos distantes na retina. A hipermetropia pode ser corrigida pela colocação de lentes convergentes de vidro ou de plástico na frente do olho. MIOPIA Ocorre quando o globo ocular apresenta um diâmetro anteroposterior muitolongo, fazendo com que os raios paralelos se convertam em um local antes da retina. Assim, para um olho míope é utilizado a correção com lentes divergentes. ASTIGMATISMO É um problema de visão causado pelo formato irregular da córnea ou do cristalino. Esse distúrbio visual é bastante comum e faz com que o paciente não apresente uma visão adequada dos objetos, que são vistos com pouca clareza (embaçados). O paciente com astigmatismo apresenta dificuldade para enxergar tanto de perto quanto de longe. Em uma pessoa normal, a córnea apresenta-se redonda e lisa; nos pacientes com astigmatismo, entretanto, a córnea apresenta um formato irregular, sendo, geralmente, mais oval. Esse formato irregular da córnea dificulta, principalmente, a formação de um único ponto focal na retina, o que ocasiona a refração da luz para vários pontos. Utiliza-se para correção lentes cilíndricas. PRESBIOPIA Ocorre um enrijecimento do cristalino que acompanha o processo de envelhecimento. Esse enrijecimento prejudica a elasticidade do cristalino, tornando-o incapaz de tornar-se suficientemente arredondado durante a acomodação, ou de tornar-se suficientemente achatado durante o relaxamento, de forma a focalizar tanto objetos próximos quanto distantes. A presbiopia normalmente inicia-se por volta dos 40 anos progredindo com o avançar da idade. A correção se dá pelo uso de lentes bifocais, nos quais são côncavas na parte superior para auxiliar a visão à distância, e convexas na parte inferior, para auxiliar na visão próxima. 5- EXPLICAR OS MECANISMOS DAS LESÕES APRESENTADAS NO PROBLEMA (GLAUCOMA, CATARATA, AMAUROSE E RETINOPATIA) GLAUCOMA O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível e possível de prevenir, em todo o mundo. É considerada uma doença dos mais velhos, com o pico de incidência entre os 55 e os 70 anos e tem como explicação para a menor profundidade da câmara anterior (PCA) é a do aumento da espessura do cristalino e o posicionamento mais anterior deste relacionado com a idade O glaucoma consiste numa neuropatia ótica progressiva caracterizada pela perda de fibras nervosas (axónios das células ganglionares da retina), com alterações características no disco ótico (dano estrutural) e no campo visual (dano funcional). Esta alteração no campo visual só é detectada, no entanto, quando há já uma perda significativa de fibras nervosas. A lesão das fibras nervosas dá-se ao nível do disco ótico, conferindo- lhe um padrão característico – escavação - que permite distinguir o glaucoma de outras neuropatias óticas, e é semelhante no glaucoma de ângulo fechado e no glaucoma de ângulo aberto. Pode ser classificado em Glaucoma de ângulo fechado, que é caracterizado pelo estreitamento ou encerramento do ângulo iridocorneano, que impede a drenagem do humor aquoso e leva ao aumento da PIO e lesão do nervo óptico. Ou https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/visao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-refracao-luz.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-refracao-luz.htm Glaucoma de ângulo aberto que são neuropatias óticas crônicas e progressivas, que tem em comum a alteração morfológica na cabeça do nervo e camada de fibras nervosas retinianas, podendo ou não haver PIO aumentando, e o ângulo iridocorneano normal. O tratamento de um doente com glaucoma crónico de ângulo fechado deve ter em conta que a PIO é o único parâmetro modificável com o tratamento. Perante uma crise de encerramento agudo do ângulo, deve ser iniciado o tratamento medico oara abaixar a PIO, diminuir dor e o edema da córnea, para preparar o paciente para o tratamento definitivo que é o cirúrgico. CATARATA É a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não necessariamente afete a visão. É a maior causa de cegueira tratável nos países em desenvolvimento. As cataratas podem ser classificadas em: congênitas, de aparecimento precoce ou tardio, e adquiridas, onde incluímos todas as demais formas de catarata inclusive a relacionada com a idade. De acordo com sua localização, poderá ser nuclear, cortical ou subcapsular, e de acordo com o grau de opacidade, poderá receber a denominação de incipiente, madura ou hipermadura. Alguns estudos revela associação da catarata com à idade. Assim, estima-se que a prevalência aumenta em 50% no rupo etário de 65 a 74 anos, enquanto que pessoas acima de 75 anos a incidência aumenta para 75%. Inúmeros fatores de risco podem provocar ou acelerar o aparecimento da catarata, incluindo medicamentos (esteroides), substancias toxicas (nicotina), doenças metabólicas (diabetes mellitus, galactosemia, doenças renais e hipertireoidismo), trauma, radiações (UV, raio x), doença ocular e fatores nutricionais. Para o diagnóstico, devemos associar a queixa subjetiva do paciente aos sinais objetivos do exame oftalmológico. As queixas mais frequentes são: diminuição da acuidade visual, sensação de visão nublada ou enevoada, sensibilidade maior a luz, alteração da visão de cores, mudança frequente da refração. Os sinais objetivos encontrados no exame oftalmológico de rotina são: perda da acuidade visual, mensurada geralmente pela Tabela de Snellen e alterações da transparência do cristalino, no exame de lâmpada de fenda. O único tratamento curativo da catarata é o cirúrgico e consiste em substituir o cristalino opaco por prótese. AMAUROSE Amaurose é a perda da visão que pode ser de forma parcial ou total. Ou seja, amaurose é o termo técnico para denominar a cegueira. A amaurose pode acometer um olho (unilateral) ou os dois olhos (bilateral). Ela pode se desenvolver de forma progressiva ao longo dos anos, de forma rápida em alguns dias ou de forma súbita em poucas horas. As causas que levam à amaurose podem ser diversas elas incluem: Causas neurológicas: Lesões da retina: descolamento, isquemia, degeneração macular, infecção, consequência da diabetes; Lesão do nervo óptico: neurite óptica, esclerose múltipla, uso de certas medicações, deficiência de vitamina B12 e tiamina, tumor de hipófise, linfoma, sarcoidose; Enxaqueca; Tromboembolismo. Causas não neurológicas: Trauma ou infecção na córnea; Glaucoma; Catarata; Hemorragia ocular; Crise hipertensiva; Infecções por toxoplasmose ou citomegalovírus. RETINOPATIA DIABÉTICA A retinopatia é a 3ª causa de cegueira em adultos no Brasil, sendo uma das complicações mais comuns da Diabetes Mellitus, encontrada em 90% do tipo 1 e em 50% do tipo 2. As lesões da RD ocorrem em progressão cronológica, exceto pelo edema macular. A hiperglicemia crônica desvia o metabolismo de glicose para vias alternativas, formando fatores inflamatórios, trombogênicos e vasoconstritores, além de aumentar a susceptibilidade ao estresse oxidativo do resultando em fragilidade ocular com perda de periquitos. Esse processo de enfraquecimento dos capilares causa a quebra da barreira hematorretiniana, o que possibilita formação de microaneurismas e extravasamento de plasma resultando em hemorragias e edema. A retinopatia diabética pode ser dividida em: proliferativa e não proliferativa. A RD Não Proliferativa é caracterizada pelo aumento da permeabilidade capilar e oclusão capilar e ainda se divide em precoce e avançada. Na forma precoce encontra-se microauneurismas (achados mais preoces e podem romper causando hemorragias intraretinianas) e exsudatos duros. Pode evoluir com surgimento de áreas isquêmicas, com hemorragias em “chama de vela” características da forma avançada. Já a RD Proliferativa se caracteriza pela presença de neovasos. A perda de visão ocorre porque a hemorragia alcança o eixo visual. A principal manifestação clínica da Retinopatia diabética é a baixa acuidade visual que pode ser aguda ou crônica. Na Baixaacuidade visual aguda ocorre hemorragia vítrea e descolamento da retina, na maioria das vezes unilateral. Já a baixa acuidade visual crônica deve-se principalmente ao edema macular, podendo ainda ser provocado pelo glaucoma neovascular. O acometimento é geralmente bilateral e assimétrico. Ao exame clinico além dos achados retinianos podem ocorrer catarata subcapsular posterior, rubeose de íris e déficit de movimentação ocular. O diagnóstico é feito pelo exame de fundo de olho. E o principal diagnostico diferencial é a retinopatia hipertensiva, no qual seu único diferencial é o cruzamento arteriovenoso patológico. As principais complicações são aquelas que levam à deficiência visual aguda. Entre elas estão: Hemorragia, no qual os vasos neoformados são mais frágeis e mais susceptíveis a sangramentos e quando isso surge entre a retina e o vítreo pode causar descolamento da retina. O descolamento tracional da retina acontece quando o tecido fibrovascular tende a crescer em direção a locais com menor resistência, desse modo as trações podem ser transmitidas a retina causando o descolamento. E a Rubeose da íris é a proliferação anterior de neovasos, alcançando a íris, sendo mais comum em pacientes com isquemia severa ou descolamento de retina persistente. O tratamento depende do estágio da doença, no entanto o mais eficaz é o preventivo, no qual há o controle rígido dos níveis glicêmicos. 6- RELACIONAR DIABETES MELITUS, HIPERTENSAO ARTERIAL COM ALTERAÇÕES DE VISÃO (GLAUCOMA, CATARATA, AMAUROSE E RETINOPATIA). DIABETES MELLITUS A diabetes mellitus (DM) é uma alteração metabólica caracterizada por hiperglicemia crônica, cujas complicações são primariamente microvasculares, apesar de acometer vasos maiores De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, as pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma; têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, além do principal problema oftalmológico relacionado ao diabetes que está relacionado à retina. Sendo assim chamada de, retinopatia diabética que pode afetar todas as pessoas que têm diabetes, tanto o diabetes tipo 1 quanto o diabetes tipo 2. Em relação a catarata, a diabetes dobra o risco de desenvolver essa doença. Isso acontece porque os depósitos de glicemia nas paredes do cristalino e as oscilações glicêmicas aumentam a formação de radicais livres que levam ao envelhecimento precoce da lente do olho. Portanto, o controle do diabetes desacelera a formação da catarata. A prevenção dos problemas oculares deve ser feita através do controle rigoroso do diabetes. Para tanto, é necessário acompanhamento médico permanente, com controle adequado da taxa de açúcar e acompanhamento oftalmológico periódico. Após 5 anos de doença, toda pessoa portadora de Diabetes deve se submeter a um exame oftalmológico preventivo, mesmo que não manifeste ou perceba qualquer alteração da visão. HIPERTENSÃO ARTERIAL A hipertensão arterial sistêmica acomete grande parte da população mundial, afetando vários sítios orgânicos. No olho, suas alterações atingem o segmento posterior na coroide, na retina e na papila óptica, levando, respectivamente, à coroidopatia, retinopatia e neuropatia hipertensivas, com consequente baixa da acuidade visual. A retinopatia hipertensiva representa uma lesão de órgão-alvo da hipertensão. Clinicamente, pode- se dividi-la em formas crônica (decorrente da elevação persistente da pressão arterial sistêmica) e aguda (secundária à elevação abrupta da pressão arterial). Apesar da nomenclatura, a coroide e o nervo óptico também podem ser acometidos, principalmente na forma aguda. As alterações vasculares da retinopatia hipertensiva são consequências da lesão hipertensiva direta e da arterioesclerose resultante. Inicialmente ocorre vasoconstricção reflexa ao aumento pressórico. Se esse aumento persistir, pode ocorrer perda da barreira hematorretiniana, e esse processo causa extravasamento de plasma e sangue, resultando em exsudatos duros, estrela macular e hemorragia em “chama de vela”. O processo final envolve esclerose e obliteração do vaso por necrose fibrinóide. A maior incidência da RH ocorre em pessoas de raça negra, idade acima de 60 anos e PA não controlada. Não há um tratamento especifico, deve-se normalizar a PA, a fim de evitar a progressão da doença e melhorar as queixas visuais. As medidas terapêuticas incluem mudança do estilo de vida e uso de anti-hipertensivos. 7- COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO MÉDICO REGULAR DA DIABETES E AS CONSEQUÊNCIAS DO PACIENTE QUE NEGLIGENCIA O TRATAMENTO O tratamento do diabetes passa por uma alimentação saudável, pela prática regular de atividades físicas e, acima de tudo, pelo acompanhamento médico constante. São vários os exames solicitados pelo médico durante o tratamento do diabetes. Entre eles estão: Glicemia; Hemoglobina glicada trimestral; Função renal anual; Perfil lipídico anual ou semestral; Exame oftalmológico anual; Avaliação cardiológica. O diabetes, quando não controlado, pode trazer consequências negativas para a visão, rins, coração, nervos e membros inferiores, além de provocar desidratação e complicações respiratórias. 8- DISCUTIR OS IMPACTOS BIOPSICOSSOCIAIS CAUSADOS PELA PERDA DA VISÃO, LEGISLAÇÃO E OS SERVIÇOS OFERECIDOS AOS PORTADORES DE PERDA VISUAL. As dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais sobre a aceitação e adaptação da perda visual, influenciam de forma negativa na sua reabilitação, fazendo deste um processo doloroso, pois o indivíduo se encontra com baixa autoestima e não acredita que pode vencer esta barreira, interferindo também a deficiência visual em habilidades e capacidade. Afeta não somente a vida das pessoas que perdeu a visão, mas também dos membros da família, amigos, professores, e pregadores. Entretanto, com tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significara o fim da vida independente não ameaçara a vida plena e produtiva, sendo o envolvimento da família de fundamental importância a compreensão do luto, participando de forma positiva na reconstrução da identidade e do papel de deficiente visual na sociedade. Com o advento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU de 2006 e da Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146) aprovada em 2015, surgiu necessidade de se construir um modelo de Avaliação da Deficiência para implementação de políticas públicas brasileiras, tais como cotas no serviço público. Sobre questão escolar, a inclusão escolar já é uma realidade. Segundo dados apresentados pela Revista Nova Escola de 2007, 53% de crianças e jovens com necessidades especiais estão matriculados e regulares em salas de aulas. Isso é um grande avanço na educação. No entanto, a realidade é que muitos professores não estão preparados para interagir com esses alunos, promovendo a aprendizagem. O francês Louis Braile criou um sistema de leitura para deficientes visuais, o braile que é um sistema de leitura e escrita tátil para cegos, ou seja, leitura com as mãos. São 63 símbolos em relevo e combinações de até 6 pontos dispostos em uma célula em duas colunas e três linhas. Todo esse recurso criado por Louis Brile possibilitou diversas adaptações para as pessoas com deficiência visual e, principalmente, a inclusão delas para que conquistem seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho. Permitindo assim que elas adquirem conhecimento e possam mostrar de maneira extremamente sensível, como elas sentem o mundo segundo a “visão” delas. Dentre os problemas enfrentados pelos portadores de perda visual podemos listar: preconceito, exclusão social, discriminação, dificuldade no estabelecimento das relações interpessoais, rotulagem verbal e todas as suas outras características passama ser secundárias, e o mais limitante dos deficientes visuais: limitações de movimento, ou seja, locais que não possui braile. Outras perdas também se somam: a da integridade física (o indivíduo sente-se mutilado, diferente do que era anteriormente e de todos que o cercam), dos sentidos remanescentes (há uma desorientação inicial causando diminuição do tato, olfato, memoria, capacidade motora), do contato real com o meio ambiente (perdendo um vínculo com a realidade) e das habilidades básicas (capacidade de andar). O indivíduo pode apresentar sentimentos contraditórios e muitas vezes confusos como raiva, medo, tristeza culpa, depressão.
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