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O DIREITO INTERNACIONAL DO TRABALHO O Direito Internacional do Trabalho (DIT) não é ramo jurídico autônomo, integra o Direito Internacional Público. Os fundamentos do Direito Internacional do Trabalho são basicamente sociais e econômicos, estes últimos os de maior importância. O DIT persegue a uniformização das questões trabalhistas, visando à Justiça Social, tentando evitar que razões econômicas suplantem em importância a adoção de normas que tenham como fim a dignificação do trabalho humano. Também é certo que os motivos econômicos são de grande relevância no campo das relações internacionais de trabalho: devem ser criados padrões tutelares para os trabalhadores de um modo geral, possibilitando contratações uniformes, afastando, conseqüentemente, concorrências desleais no cenário mundial, equilibrando as relações de trabalho internas, nos Estados, e externas, dos Estados entre si, mas sempre tendo em vista seu principal fundamento, que é o social. O Direito do Trabalho na Organização Internacional do Trabalho (OIT) Histórico Logo após o término da Primeira Guerra Mundial, foi realizada em Paris a Conferência da Paz, tendo como um dos pontos de discussão a universalização das normas de proteção ao trabalho. Foi aprovada pela Conferência da Paz a criação da Organização Internacional do Trabalho - OIT, organismo internacional permanente com a finalidade de assegurar condições eqüitativas e humanitárias para os trabalhadores, fossem homens, mulheres ou crianças. A sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes. Em 1944, pouco tempo antes do término da Segunda Grande Guerra, a OIT realizou Conferência na cidade de Filadélfia nos Estados Unidos da América. Durante essa Conferência foi aprovada uma declaração, conhecida como “Declaração de Filadélfia”, que ampliou e introduziu novos preceitos no Tratado de Versalhes. A “Declaração de Filadélfia” revisou os princípios norteadores da atuação da OIT, sob a ótica dos efeitos da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. A Declaração foi anexada à Constituição da OIT e serviu de modelo para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1969, em seu 50.° aniversário, a Organização foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. Na atualidade, o trabalho da OIT tem cada vez maior importância, especialmente sua atuação visando a promover a continuidade do processo de globalização, mediante uma ação eficaz no plano nacional e internacional, compreendendo medidas para garantir equilíbrio entre objetivos de desenvolvimento econômico e de bem-estar social. Organização. Membros. Normas Internacionais da OIT A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um organismo internacional criado pelo Tratado de Versalhes em 1919, com sede em Genebra, ao qual podem filiar-se todos os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). A OIT é composta por três órgãos: a Conferência ou Assembléia Geral, o Conselho de Administração e a Repartição Internacional do Trabalho. A Conferência Geral é o órgão de deliberação da OIT, em que são traçadas as diretrizes básicas a serem observadas no âmbito dessa Organização. É também na Conferência Geral que são elaboradas as convenções e recomendações internacionais da OIT. A Conferência é composta por representantes dos Estados-membros e realiza sessões pelo menos uma vez por ano, às quais comparecem as delegações de cada Estado, compostas segundo o princípio do tripartismo, isto é, integradas tanto por membros do Govemo como por trabalhadores e empregadores. O Conselho de Administração exerce função executiva, administrando a OIT. É composto de representantes dos empregados, dos empregadores e do Govemo, oriundos dos países de maior importância industrial, e reúne-se três vezes por ano em Genebra. A Repartição Internacional do Trabalho é a secretaria da OIT, dedicando-se a documentar e divulgar suas atividades, publicando as convenções e recomendações adotadas pela OIT. Os dois atos normativos internacionais básicos emanados da OIT são as convenções internacionais e as recomendações internacionais. A OIT tem aprovado inúmeros desse atos, dispondo sobre matérias concernentes a direito individual do trabalho, direito coletivo do trabalho etc. As convenções da OIT são normas jurídicas provenientes da Conferência da OIT, que têm por objetivo determinar regras gerais obrigatórias para os Estados que as ratificarem. O fato de uma convenção ter vigência internacional não significa que ela possa imediatamente produzir efeitos no Brasil. É necessária a aprovação da convenção pelo Congresso Nacional, efetuada por meio da edição de um decreto legislativo, e a promulgação interna da convenção, efetuada por decreto do Presidente da República. Após esses atos, a convenção incorpora-se ao nosso ordenamento jurídico e passa a ser norma de observância obrigatória no plano interno. Deve-se observar que os Estados não são obrigados a ratificar uma convenção, nem há prazo para que o façam. O Professor Sergio Pinto Martins menciona como exemplos de importantes Convenções da OIT as de n.° 87, que tratou da liberdade sindical (não ratificada pelo Brasil), e 98, que versou sobre negociação coletiva. As recomendações são normas da OIT que não lograram número suficiente de adesões para transformarem-se numa convenção. Como seu próprio nome indica, a recomendação não possui força obrigatória, consistindo assim em sugestão aos Estados-membros. As recomendações, como normas facultativas que são, independem de ratificação pelos Estados-membros. As recomendações comumente são utilizadas para complementar as regras de uma convenção da OIT. Além desses instrumentos internacionais, existem as resoluções que, comparadas às demais normas, têm menor amplitude. As resoluções são editadas para estabelecer regras de procedimento a serem adotadas pelos Estados-membros, como, por exemplo, a exigência de que estes ratifiquem determinadas convenções.
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