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TCC Ensino Religioso

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FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
 PÓS GRADUAÇÃO EM ENSINO RELIGIOSO
MARCELO NUNES PEREIRA 
A IMPORTANCIA DA DISCIPLINA ENSINO RELIGIOSO NA CONSTRUÇÃO SOCIO- CULTURAL DO ALUNO BRASILEIRO
CAMPO VERDE- MT
2020
A IMPORTANCIA DA DISCIPLINA ENSINO RELIGIOSO NA CONSTRUÇÃO SOCIO- CULTURAL DO ALUNO BRASILEIRO
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais. 
RESUMO- O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão a respeito da importância do ensino religioso na construção social do aluno brasileiro, mostrará o ensino religioso como um caminho a ser seguido parara estabelecer o convivo pacíficos entre as pessoas. Em um primeiro momento Será analisado o caminho histórico da disciplina ensino religioso ao longo dos anos no brasil e suas várias formas de atuar todos esses anos. No segundo momento apresentará a diversidade religiosa brasileira a partir de dados de pesquisas de órgãos competentes comprovando assim as várias religiões existentes no Brasil. No terceiro momento buscará apresentar um caminho da tolerância religiosa a partir da efetivação da disciplina ensino religioso nas escolas. A metodologia utilizada se apresenta como uma revisão bibliográficas buscando apresentar a importância e a eficácia da disciplina ensino religioso nas instituições de ensino de todo o Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Religioso. Diversidade religiosa. Tolerância.
INTRODUÇÃO
 	O Brasil é um pais considerado plurirreligioso, pois é constituído de várias identidades culturais e religiosas, cada região do país apresenta suas particularidades e suas identidades únicas. 
Antes mesmo da colonização portuguesa, essas terras já possuía uma gama de religiões e culturas, todas de matriz indígenas. Porém com passar do tempo foram perdendo influencia por outras religiões que chegaram com o estrangeiros no território brasileiro.
Cada religião possui seu modo particular de transmitir e ensinar seus preceitos religiosos, suas tradições orais e escritas. Como o Brasil possui várias religiões e modos de compreender o mundo, uma disciplina ministrada nas escolas entra nessa questão de ensino, chama-se de Ensino religiosos para compreender e administrar todos esses modos religiosos da sociedade. 
Essa disciplina chamada de ensino religioso possuiu várias formas de atuar ao longo da história do Brasil colocando assim sua credibilidade muitas vezes em risco.
Nesse sentido o trabalho apresentado buscará mostrar uma possível importância da disciplina ensino religioso na construção sócio cultural do indivíduo brasileiro, ou seja, apresentará um possível caminho onde a disciplina tenha a capacidade de estruturar o conhecimento sócio religioso de cada indivíduo.
O presente trabalho é de extrema importância, pois tratará de um tema polêmico referente a importância ou não do ensino religioso nas escolas. Nos últimos anos tem se acirrado os debates relacionado da presença o não do ensino religioso nas escolas brasileiras. Esse trabalho buscará apresentar essa importância da necessidade da educação religiosa nas escolas.
Referente ao tema abordado em questão foi feita uma pesquisa bibliográfica tendo como objeto de estudo a relação entre as várias formas que foi utilizada a disciplina ensino religioso ao longo dos anos com sua importância nos dias de hoje. Nesta análise foram utilizados periódicos disponibilizados na plataforma Scielo (Scientific Eletronic Lybrary Online), e periódicos disponibilizados na plataforma CAPES (coordenação de aperfeiçoamento de pessoas de nível superior).
1 DESENVOLVIMENTO 
1.1 Percurso histórico
O ensino religioso no brasil teve ao longo dos anos várias formas e interfaces, em determinados momentos era considerado a disciplina mais importante da grade curricular, em outros, sequer aparecia como disciplina escolar. Neste sentido para uma melhor compreensão do leitor abordar-se-á em um primeiro momento um breve histórico da disciplina no brasil e sua construção até os dias de hoje.
 	Segundo JUNQUEIRA (2015), A disciplina Ensino Religioso tem como ponto de partida no Brasil, a colonização portuguesa. Neste período a disciplina teve duas formas de atuar, primeiro como um elemento do projeto político da época, e segundo uma forma de doutrinação dos povos ali existentes, ou seja, os indígenas de várias etnias. Nesse sentido a dominação territorial a partir do império, buscava com a pratica da doutrinação religiosa homogeneizar a cultura brasileira.
Os primeiros responsáveis pelos ensinamentos das aulas de religião, foi a companhia de jesus, popularmente conhecidos como jesuítas, eles neste primeiro momento de colonização tinham uma importante tarefa: “promover, por meio dos ensinamentos religiosos, a concordância aos costumes e à cultura dos colonizadores portugueses” (BORIM, 2018).
Neste sentido é importante analisar um fato a respeito da educação ministrada pelos jesuítas. Naquele período a Igreja Católica estava vinculada ao estado, isso significava que, as aulas de religião naquele momento privilegiavam uma elite, tornando assim um sonho para a camada social dominante: “A educação religiosa, neste momento, liga-se ao pensamento ideológico do Estado, que privilegia uma elite, passando a ser pensada com um ideal das classes dominantes, baseadas em seus valores e interesses” (BORIM, 2018).
Somente com o advento da república brasileira (1890), o ensino religioso passa a ter um novo aspecto perante o cenário nacional, pois agora o estado se encontrava separado da Igreja Católica, favorecendo assim a demais culturas e religiões existentes no pais, nesse sentido a disciplina deixa de fazer parte da grade curricular das escolas mantidas pelo estado, passando apenas ser ministradas em escolas confessionais: 
De fato, foi com a implantação do regime republicano, a partir de 1890, que o contexto educacional religioso assumiu uma nova perspectiva, quando a organização política do Brasil sofreu uma forte influência das ideias positivistas, as quais interferiam em diferentes aspectos da vida, especificamente no campo da escolarização, sendo um país declarado laico, o aspecto cultural ganha relevância no país, considerando-se que a população nacional é constituída por uma cultura heterogênea, o que permite compreender a diversidade com base no pluralismo cultural religioso (JUNQUEIRA, 2015, p. 6).
	Entretanto, mesmo a primeira constituição republicana declarando o estado brasileiro como laico não se conseguiu muito definir essa laicidade, pois a Igreja católica era ainda muito influente nesse período como afirma (BORIM, 2018):
A laicidade proposta pela primeira Constituição Republicana não teve total êxito na “República Velha”, período compreendido entre 1889 e 1930. O catolicismo ainda exercia muitas influências no Brasil, fazendo com que o Ensino Religioso retornasse aos “bancos” escolares. A intenção católica era travar um embate para que o tema da religiosidade não fosse retirado dos espaços públicos. Um exemplo concreto aconteceu no estado de Minas Gerais, no qual, por meio da Lei nº 1.092, de 12 de outubro de 1929, foi permitida a instrução religiosa nas escolas públicas mineiras no horário das aulas.
Em 1937 com uma nova constituição federal o estado brasileiro rompe radicalmente os laços entre igreja e estado esse rompimento é expresso no art. 133: “O ensino religioso porá ser comtemplado como matéria do curso ordinário das escolas primarias, normais e secundarias. Não poderá, porém, constituir objetode obrigação dos mestres e professores, nem de frequência compulsória por parte dos alunos”. Nesse sentido percebe-se um certo desinteresse do estado pelas aulas de religião naquele período (GISELA, 2012).
Esta lei orgânica é alterada com a nova constituinte de 1946 na qual previa em seu art.168, item 5, que “o ensino religioso constitui disciplina de escolas oficiais, é de matricula facultativa e será ministrado de acordo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável” (GISELA, 2012).
Em 1964 o estado brasileiro sofre um duro golpe militar, e mesmo com os problemas educacionais naquele período, o ensino religioso é mantido pelos militares como sendo uma disciplina dos horários normais escolar, entretanto houve a inserção de outras disciplinas nas grades curriculares, sendo elas área de estudos de moral e cívica, artes e educação física. Com isso os militares procuravam fomentar nos alunos o respeito pela moral imposta, pela pátria e pela forma de governo estabelecida (JUNQUEIRA 2015).
Em 1988 com uma nova constituição federal e a volta a democracia, segundo BORIM (2015), a disciplina ensino religioso passa por uma transformação gigantesca, pois até aquele período a disciplina era ministrada de forma doutrinária catequética. Entretanto com um novo texto, a Lei de Diretrizes e Base (LDB), mudou completamente a forma pedagógica de se trabalhar o ensino religioso dentro da sala de aula:
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997).
Este novo caminho a divido da recuperação da democracia brasileira e da mudança de texto da LDB relacionado com o ensino religioso possibilitou a criação do Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso, que buscava mostrar a problemática do ensino religioso de forma pedagógica e não religiosa:
No ano de 1995, um marco importante na história do ensino religioso foi a fundação do FONAPER, que ocorreu no dia 26 de setembro, na cidade de Florianópolis (SC). Esse fórum caracterizou-se como espaço supra institucional composto por profissionais da disciplina, que compartilhavam da firme convicção de que a problemática principal a ser discutida concernia a aspectos pedagógicos e não religiosos (JUNQUEIRA, 2015, p.7).
A partir desse novo texto, percebe-se o quanto que a disciplina ensino religioso estava fora dos padrões culturais e religiosos do brasil, pois como foi apresentado, mostra que a respectiva disciplina possuía uma metodologia e uma pedagogia voltada quase que exclusivamente para as religiões mais poderosas e com o número expressivo de fieis, esquecendo totalmente assim outras religiões como as de matrizes africanas. Através desse raciocino percebe-se também que o aluno até então não tinha uma matéria escolar que abordasse com propriedade a riqueza presente na diversidade religiosa e cultural do brasil. Enfraquecendo assim o seu aspecto cultural e sua identidade enquanto brasileiro.
1.2 Brasil: Um pais laico plurirreligioso
Até o início do regime republicano, o brasil era considerado um estado confessional, ou seja, possuía uma religião como oficial. Neste sentido o estado acabava propositalmente elevando a religião católica como legitima perante a lei e menosprezando religiões que vieram também de outras culturas como as de matrizes orientais e africanas principalmente. Com o advento da republica o estado passa a ser laico e permanece até hoje, com esse direito garantido na constituição vigente de 1985, que em seu artigo 5º inciso VI diz: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Constituição, Brasil (1988) p.13.
Neste sentido percebe se que nesse contexto o estado se distinguem da religião podendo agora ser imparcial em questões religiosas e deixando assim esse espaço para divergências e pluralidades de todas as manifestações sociais, podendo o indivíduo ou comunidade expressar sua fé garantida na constituição federal. 
A partir dessa contextualização é possível retirar algumas considerações. Ao analisar o cenário da laicidade nacional, percebe-se algumas problemáticas que precisam ser trabalhadas e possivelmente resolvidas.
Quando um estado adota um sistema de laicidade imparcial, ele precisa necessariamente proporcionar condições equitativas para que os diferentes grupos religiosos possam se manifestarem igualmente. Infelizmente essa realidade está distante do estado brasileiro, pois mesmo se declarando um estado laico ele possui uma certa precariedade em sua laicidade, por vários motivos, como permitir quase que somente crucifixos ou bíblia em espaços públicos, favorecer isenção de impostos a religiões já consolidadas, enquanto fies de outras lutam para conseguirem abrir seus locais de cultos, etc...
Esses exemplos citados são apenas uma pequena parcela de todos os problemas relacionados as desigualdades religiosas no brasil, que vem sendo acarretados desde o descobrimento do brasil.
Figura 1 Religiões no Brasil
Fonte: IBGE (2010)
No censo realizado em 2010, mesmo a religião católica apresentando um decréscimo nos últimos anos, ainda continua como a religião com maior número de adeptos atualmente, cerca de 64%da população. Em segundo lugar estão os evangélicos pentecostais e neopentecostais que teve o valor de adeptos elevado com 22% da população. Em terceiro lugar estão os que não são adeptos a uma religião cerca de 8%. Por fim estão os que fazem parte de outras religiões como as de matrizes orientais, matrizes africanas e espiritas.
É importante salientar algumas perspectivas referente a análise do censo de 2010, quando se analisa os 8% da população que não pertencem a uma instituição religiosa, percebe-se que não pertencer a uma religião não significa necessariamente ser ateu, a maiorias dessas pessoas (8%) acreditam em uma divindade, em uma entidade superior que rege todo o universo, mas, ao contrário dos fies de uma determinada religião, não participa de nenhuma religião “institucionalizada”. A outra perspectiva é referente a diminuição dos números de fies das religiões de matrizes africana. Esse dado mostra uma peculiaridade da religiosidade brasileira. Muitos que participam de terreiros de umbanda e centros espiritas se dizem também ser católicos ou evangélicos. Mostrando assim que existem no brasil tanto a pluralidade religiosa comunitária quanto a individual. (SCHULTZ, 2009, p. 26 apud GISELA, 2012, p. 270).
1.3 Caminho para a tolerância religiosa a partir da disciplina Ensino religioso
A descoberta do brasil foi brutalmente marcada pela intolerância religiosa moderna, como pode-se observa no começo desse estudo. Essa intolerância é denominada como moderna pois, está fundamentada na procura por uma verdade única e universal tendo como centro a racionalidade. Essa procura e o desenvolvimento dessa verdade gerou automaticamente a exclusão do diferente, pois esses estudos eram produzidos com a intenção de destruir o diferente, aqui pode-se denominar o diferente como os povos não europeu.
A busca por uma verdade centralizada na razão e na objetividade promoveu na modernidade a produção de um conhecimento cientifico que forneceu fundamentos parra a destruição do outro, sendo esse outro o diferente, o não europeu. Assim essa é uma questão pertinente de se discutir, na medida em que se relaciona diretamente com o problema da tolerância/intolerância. (OLIVEIRA,2012. P. 220).
 Segundo Oliveira (2012), percebe- se que claramente a intolerância surge por essa dificuldade dos povos europeus não aceitarem a diferença dos outros povos seja na raça na cultura ou na religião. Além de não aceitarem, eles se julgam superiores as outras raças, impondoassim suas crenças e infelizmente dizimando boa parte da cultura dos povos que aqui moravam antes da “descoberta”.
	Apesar desse fato sobre a intolerância religiosa na colonização do Brasil fazer mais de 500 anos, ainda hoje há um grande resquício dessa triste realidade. Mesmo o estado sendo considerado laico, muitas religiões principalmente de origem africana vem sofrendo inúmeras agressões por parte de outras religiões que se julgam detentoras da verdade (JUNQUEIRA, 2015).
Nesse sentido se faz necessário a importância dos estudos sobre as religiões serem tratadas nas escolas de modo permanente e eficaz. Se hoje em dia ainda acontece disputas e violências religiosas no Brasil, é pelo simples fato do ensino religioso não ser trabalhado de um modo amplo e sim na maioria das vezes ser trabalhado de modo restrito favorecendo apenas uma religião, que na maioria das vezes se intitula como cristã. Muitos estudiosos afirmam que o problema de se trabalhar ensino religioso nas escolas não está no ensino religioso de fato e sim na metodologia que ele é aplicado nas escolas. Como mencionado anteriormente favorecendo apenas religiões cristãs e excluindo religiões de origem africanas e indígenas (SIMÕES, 2017).
	Mesmo sendo garantido na forma da lei a vedação de qualquer forma de proselitismo na ministração de aulas de ensino religioso. Existem lugares ainda que em escolas públicas são apresentados um ensino religioso confessional, abalando assim qualquer expressão religiosa que não seja aquela trabalhada (SIMÕES, 2017).
Como já foi mencionado anteriormente, o Brasil é um pais que possui várias identidades religiosas. O que leva compreender cada um dos brasileiros fora das igrejas e liturgias. Porém essa difícil missão de ensinar a compreender e respeitar a religião do próximo fica ao encargo do professor de Ensino religioso.
As sala de aula precisam se tornar um espaço de compressão desvelada do mundo em que os sujeitos sociais estão integrados, a fim de que estes possam compreender bem quais são as diferentes percepções de mundo que se ocultam sob cada uma delas os principais problemas da sociedade a que pertence. Na sala de aula o professor pode até estimular entre as diferenças, com o objetivo de ajudar os alunos a manter uma convivência saudável (MILANI, 2013, p.620).
	Nesse sentido, o professor de ensino religioso precisa a partir de uma formação especifica saber mediar e articular os objetivos a serem trabalhados em sala de aula sempre procurando ensinar a tolerância e o respeito como base de uma sociedade civilizada. O professor precisa também colocar “um parênteses” em suas verdades de fé para que essas questões pessoais não interfiram não funcionalidades da disciplina, sempre salvaguardando o respeito e a tolerância entre os alunos.
	Segundo Simões (2017), é preciso ter um cuidado para que não ocorra episódios de intolerância religiosa dentro da sala de aula. Tanto a escola quantos os educadores precisam proporcionar para o alunos dois pontos, o primeiro seria um aprofundamento em suas vertentes religiosas, o segundo seria o interesse de conhecer, respeitar e valorizar outros tipos de crenças.
Educar para a tolerância, adultos que atiram uns aos outros por motivos étnicos e religiosos é tempo perdido. Tarde demais. A intolerância selvagem deve ser portanto, combatida em suas raízes, através de uma educação constante que tem início na mais tenra infância, antes que possa ser escrita em um livro, e antes que se torne uma casca comportamental espessa e dura demais (ECO, 2001, p. 117).
	Por fim, a intolerância afeta a sociedade, desumaniza o ser humano, mata e destrói tudo que é diferente da ignorância. Por isso para que haja uma sociedade mais justa e livre de preconceitos a educação religiosa precisa ser efetivada na infância dos cidadãos, de forma imparcial privilegiando assim a liberdade religiosa de cada indivíduo. Por tanto, a matéria ensino religiosos tem como finalidade última, despertar nos alunos a curiosidade pelo conhecimento de outros povos, outras culturas e principalmente outras crenças que não seja as suas. Somente assim a sociedade poderá caminhar no sentido da paz, onde cada um pratica a tolerância o respeito e o diálogo.
2. CONCLUSÃO
A disciplina ensino religioso foi e continua sendo um assunto de bastante polemicas e debates por várias questões explicitadas nesse estudo, foi visto que por muitos anos essa disciplina foi utilizada como uma forma de aniquilação de outras religiões e culturas. Em outros tempos buscou dar voz a expressões religiosas de todo o Brasil.
Porém, ficou claro a partir desse estudo a grande importância dessa disciplina no meio educacional. Pois a partir dela as pessoas começam a ter uma visão mais ampla da realidade, se permitem conhecer e respeitar as outras religiões que não sejam as suas.
 Foi apresentado também que não existe nenhum problema em um estado com a mesma laicidade brasileira desenvolver o ensino religioso nas escolas. Pois a forma de laicidade adotada pelo brasil permite todos expressarem suas formas de crenças e religiosidade, porém isso quase não ocorre.
Percebeu-se também uma grande dificuldade na aplicação metodológica do ensino religioso nas escolas, onde a maiorias das vezes esse estudo é aplicado com muito proselitismo e doutrinação muitas vezes condenado assim pela lei. O problema não está na disciplinar ensino religioso em si, mas na forma que ela é trabalhada nas escolas.
Por isso a disciplina precisa ser trabalhada por parte dos educadores de forma livre, o educador precisa estar preparado e livres de intolerância e preconceitos para atuar nesse ramo. Cabe ao educador apresentar as inúmeras possiblidades de crenças espalhadas pelo mundo, ao estudante para que este veja a importância de praticar a empatia e o respeito com todas as pessoas.
A intolerância é cruel, destrói nações aniquila povos, culturas, o diferente. O ensino religioso busca reverter essa situação, a partir do ensino do respeito tolerância, dialogo e o incentivo por parte dos educadores para que os estudantes procurem conhecer mais outras religião, e formar dentro de sim uma empatia por outros povos e culturas. Assim quando ficarem adultos multiplicarão esses ensinamentos na sociedade. Tornando assim uma sociedade mais justa onde todos posam expressar suas religiosidades com tranquilidade e paz.
Por fim, esse trabalho propôs fazer uma análise a respeito da disciplina ensino religioso e sua importância na construção de uma sociedade mais justa onde prevaleça o respeito e a tolerância.                                          
 Partindo para eventuais pesquisas é válido perceber que, no presente trabalho, não se encerra a discussão sobre as problemáticas referente a disciplina ensino religioso. Nota-se, assim, que ele apenas abre um horizonte para novas possíveis pesquisas recorrentes nessa temática, fornecendo-lhes uma base e um ponto de partida.
REFERENCIAS
BORIM, Luiz Claudio. Historia do ensino religioso no brasil. Santa Maria: Ufsm/ Nte, 2018. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/ sites/358/2020/02/hist%C3%B3ria-do-ensino-religioso-no-brasil-diagrama%C3%A7%C3%A3o-FINAL-1.pdf
Brasil. [Constituição (1988)] Constituição da República Federativa do Brasil : texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle /id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf
ECO, Umberto. Cinco escritos morais, Rio de Janeiro: recorde, 200.
GISELA, Waechter Streck. Ensino religioso e a diversidade religiosa no brasil. Pitis e Praxes: Teologia e Pastoral, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 261-276, jun. 2012.
IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Censo demográfico, resultados preliminares. São Paulo, Rio de Janeiro,2010.
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e históriado ensino religioso. Pensar A Educação em Revista, Curitiba/ Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-25, 2015. Disponível em: http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
MILANI, Noeli zanatta. A Escola a Favor da Diversidade Religiosa: Importância dessa abordagem em sala de aula. IX Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba. 23-26 de Setembro de 2013, p. 18615 – 18626.
OLIVEIRA, Aurenéa Maria de. Preconceito, estigma e intolerância religiosa: a pratica da tolerância em sociedades plurais e em estados muticulturais. Programa de Pós Graduação em Sociologia, Pernambuco, v. 13, n. 1, p. 239-264, jul. 2012.
SIMÕES, Tatiane Pereira Salorine/ Anélia dos Santos Marvila. Educar para a tolerância religiosa nas escolas públicas. Revista Electrônica de Teologia e Ciências da Religião, Vitoria, v. 5, n. 2, p. 351-368, dez. 2017.