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PLANEJAMENTO FAMILIAR AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Conjunto de métodos físicos ou químicos que visam evitar, de modo reversível e temporário, a fecundação de um óvulo por um espermatozoide, ou, quando há fecundação, evitar que ocorra nidação do ovo. · Por esse conceito, aborto não é planejamento familiar - Planejamento familiar, ou anticoncepção, é a possibilidade do indivíduo ou casal de ter a oportunidade de escolha do número desejado de filhos, do momento que desejam tê-los e do espaçamento das gravidezes, utilizando métodos anticoncepcionais. · Vide que Planejamento familiar e anticoncepção são sinônimos aqui - Isso envolve os direitos sexuais e reprodutivos da mulher - Métodos modernos – tabela do livro - Métodos não-modernos – abordagens de conscientização da fertilidade como tabelinha, muco cervical, temperatura basal, sintotérmico, coito interrompido, amenorreia lactacional e abstinência sexual. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE - É preciso dividir em categoriais e avaliar se para aquela categoria existe uma recomendação p/ uso de AC. - Em geral se utiliza o método AC, exceto se a paciente tiver uma condição que representa um risco de saúde inaceitável - A classificação 3 exige um juízo clínico especializado MÚLTIPOS RISCOS E CONDIÇÕES ESPECIAIS - Indivíduos c/ deficiência física e incapacidade de discernimento e cognição ou gravidade da condição de saúde c/ risco de agravo ou morte – decisões compartilhadas c/ o cuidador ou representante legal · Semelhante para adolescentes c/ idade inferior a 14 anos. - Condições especiais · Idade >35 anos e tabagismo; · Tabagismo; · HAS; · Obesidade (IMC>30); · HIV+ ou risco de aquisição; · Em uso de antiretroviral; · DM c/ ou s/ doença vascular periférica · Enxaqueca; · Depressão; · LES c/ ou s/ anticorpofosfolípide; · outros; MÉTODOS COMPORTAMENTAIS - São baseados na identificação do período fértil da mulher e abstenção das relações sexuais ou coito interrompido. - Duração do ciclo menstrual se inicia desde o 1º dia até o dia anterior ao seu próximo período, e tem em média 28 dias. · Ovulação ocorre em torno de 10 a 16 dias antes do início do próximo período · 4 hormônios – estrogênio, progesterona, LH e FSH - Fase I – começa no primeiro dia do sangramento menstrual e normalmente inclui alguns dias inférteis logo após a menstruação - Fase II – começa com o inicio dos sinais de fertilidade e dura alguns dias após a ovulação. Em uma mulher normal e saudável, essa fase tem no máximo 12 dias - Fase III – é o período pós-ovulatório, e é um momento infértil, é o último terço do ciclo menstrual normal. - No geral, o período fértil de uma mulher tem cerca de 8-9 dias em cada ciclo menstrual, o óvulo tem vida média de até 24 horas. - O espermatozoide pode viver no TGF por até 7 dias, isso significa que a relação sexual desprotegida nos dias que antecedem a ovulação pode resultar numa gravidez inesperada. - São cinco principais métodos comportamentais: método de Ogino-Knaus (ritmo, calendário ou tabelinha), temperatura basal, monitoramento do muco cervical, método sintotérmico e amenorreia lactacional. - Amenorreia lactacional – limitado a mulheres que estão com amamentação exclusiva, durante os primeiros seis meses pós-parto, e aplica-se somente se não tiver menstruado nesse período. · Sucção frequente por parte do lactente envia impulsos nervosos ao hipotálamo alterando a produção hormonal – anovulação - Temperatura basal – aumento de pelo menos 0,2ºC acima da temperatura de base registrada no início da manhã (momento da ovulação). · O aumento é monitorado ao longo de três dias consecutivos · Casais que querem evitar a gravidez devem restringir a relação sexual desprotegida na fase lútea do ciclo. · Usar sempre o mesmo termômetro, verificar diariamente a partir do 1º dia do ciclo antes de qualquer atv física ou após 5hrs de repouso. · Escolher sempre a mesma via de mensuração - Método de Ogino-Knaus (ritmo, calendário ou tabelinha) – abstenção entre o 1º e o último dia fértil calculado pelo método estatístico de Ogino-Knaus. - Método Billings (muco cervical) – consiste no casal se abster no período em que o muco cervical observado permaneça filante. · Estimulação estrogênica crescente na 1ª fase do ciclo – muco se aproxima do período ovulatório, tornando-se abundante, aquoso, semelhante à clara de ovos. · Muco fluido e filante – período muito fértil · Muco espesso e não filante – período pouco fértil - Método sintotérmico – cálculos do calendário, ascensão da temperatura basal na fase lútea e monitoramento do muco cervical. · Test Sticks – coletam hormônios da primeira urina do dia e processam-nos em informações que o monitor pode ler e dá informações uteis sobre fertilidade. - Métodos comportamentais tem benefícios únicos e limitações importantes · Benefício – compreensão aprimorada do processo reprodutivo · Limitações – necessidade de abstinência periódica MÉTODOS DE BARREIRA - São métodos que impedem a ascensão dos espermatozoides do trato genital inferior p/ cavidade uterina por meio de ações mecânicas e/ou químicas. - Preservativo masculino – ou “camisinha”, texturas e modelos, lubrificantes ou não. · Lubrificação vaginal durante a penetração com “camisinha” – diminui o risco de rotura por atrito, porém a adição de lubrificantes vaginais pode interagir quimicamente c/ látex provocando microrroturas. · Taxa de falha dos preservativos masculinos varia de 2%-15% no primeiro ano · Muito relacionado à não utilização correta pelo usurário, e em menor parte, à resistência ao tipo de material usado. · O preservativo masculino deve ser colocado c/ o pênis ereto e seco antes da penetração vaginal · Deve-se ter o cuidado de comprimir o reservatório situado na sua extremidade fechada, com a ponta dos dedos – não entrar ar (risco de rotura por trauma) · Deve-se dar um nó na base p/ aprisionar o conteúdo – descarte · Observar tamanho e o tipo adequado p/ o caso, conferir integridade da embalagem, data de validade e presença do selo Inmetro · Contraindicados – homens que apresentam perda de ereção durante o intercuso sexual e não deve ser usados simultaneamente c/ outro preservativo masculino ou feminino - Preservativo feminino – inserido na vagina antes do coito c/ a finalidade de impedir o pênis e o sêmen entrem em contato direto c/ mucosa genital feminina. - Diafragma – é um dispositivo vaginal de anticoncepção que consiste em um capaz macio de borracha, côncavo, c/ borda flexível, que cobre parte da parede vaginal anterior e o colo uterino. · Barreira cervical à ascensão do espermatozoide da vagina p/ a cavidade uterina · Tem tamanho individual p/ cada paciente e deve ser medido pelo médico · Inserido antes da ejaculação vaginal e retirado após 6 horas – não deve exceder 24horas por risco de infecções vaginais · Não protege contra IST · Diminuir incidência de cervicite e DIP por gonococos e clamídia - Espermicidas – são introduzidas antes da penetração vaginal, funcionando como método de barreira química à ascensão do espermatozoide p/ cavidade uterina. · Colocado no máximo 1 hora de antecedência da ejaculação vaginal · Pouco usados de forma isolada · Taxa de gravidez de 18-29% · Não deve ser usado em pacientes c/ alto risco ou portadores de IST – microlesões nas mucosas - Esponjas – são dispositivos pequenos, macios e circulares colocados no fundo da vagina, recobrindo o colo uterino. · Método anticoncepcional de barreira cervical impedindo a ascensão do espermatozoide da vagina p/ a cavidade uterina. · Permanece eficaz por 24 horas após a inserção · Deve permanecer por no mínimo 6 horas, não ultrapassando 24-30 horas. · Taxa de gravidez de 9-16% nulíparas e de 20-32% em multíparas - Capuz cervical – método de barreira cervical, menor que o diafragma, côncavo que recobre e adere o colo do útero · Usado com espermicidas · Permanece no canal vaginal por mais tempo que o diafragma, até 48-72 horas · Taxa de gravidez de 9-16% nulíparas, 26-32% em multíparas. MÉTODOS CIRÚRGICOS - Esterilização cirúrgica voluntária – artigo 10º · Homens e mulheres c/ capacidade civilplena e maiores de 25 anos OU pelo menos 2 filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o até cirúrgico. · Risco à vida OU à saúde da mulher OU do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por 2 Médicos. - Laqueadura tubária cirúrgica – é o método de esterilização definitiva mais utilizado, por via laparotômica, laparoscópica, vaginal ou histeroscópica. · Laparotômica – incisão transversal suprapúbica de 3 cm, técnica de Pomeroy e Parkland são as mais usadas, raramente se usa Irving e Uchida (maior dissecção, maior tempo cirúrgico e maior chance de lesão do mesossalpinge). · Laparoscópica – eletrocoagulação, oclusão tubária mecânica c/ clipes ou anel e salpingectomia bilateral · Via vagina – Cavidade abdominal abordada através de incisão no fundo de saco posterior (colpotomia), usadas raramente. · Via histeroscópica – dispositivo flexível e espiralado de aço inoxidável, de aproximadamente 4 cm, envolto em fibras de polietileno tereftalato e cobertas por uma liga de níquel e titânio. - Aconselhamento pré-procedimento – enfatizado o caráter irreversível de tais métodos - Vasectomia – método de esterilização masculina definitiva c/ secção e ligadura ou oclusão dos ductos deferentes. · Definitivo e irreversível, não diminui libido, não interfere na atividade sexual ou ereção nem diminui o volume do ejaculado MÉTODO ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO - Quatro grupos de administração · Anticoncepcionais hormonais combinados injetáveis – 5mg de valerato de estradiol e 50mg de enantato de norestisterona, outro contendo 5mg de cipionato de estradiol 25mg de acetato de medroxiprogesterona. · Anel vaginal contraceptivo – anel vaginal flexível e composto por silicone inerte que libera esteroides quando em contato com a vagina · Libera etonogestrel (120ug/d) e etinilestradiol (EE, 15ug/d) · Via transdérmica – EE (20ug/d) e norelgestromina (150ug/d), aplicado 1 vez p/semana · Via oral · Utilizado inicialmente em regime de 24/7, uso contínuo e estendido. As pausas acontecem de 3-4x/ano · Utiliza-se o EE 50ug, mas há opções de 30, 20 e 15ug · Levonorgestrel e noretisterona – 2º geração · Gestodeno, norgestimato e acetato de ciproterona – 3º geração - Progestagênos e seus efeitos não contraceptivos - Mecanismos de ação · ACC agem inibindo a secreção de gonadotrofinas, e o progestagênio é o principal responsável pelos efeitos contraceptivos observados. · Progestagênio · Inibição do pico pré-ovulatório do LH, evitando a ovulação; · Espessa o muco cervical – dificulta a ascensão dos espermatozoides; · Efeito antiproliferativo no endométrio, tornando-o não receptivo à implantação; · Altera a secreção e peristalse das trompas de falópio. · Estrogênico · Inibe o pico do hormônio folículo-estimulante (FSH); · Evita a seleção e o crescimento do folículo dominante; · Estabiliza o endométrio e potencializa a ação do componente progestagênio – aumento dos receptores de progesterona intracelular. · Possibilita reduzir o progestagênio das formulações combinadas. - Eficácia · Índice de Pearl – número de gestações por 100 mulheres por ano de exposição ao método contraceptivo · Análise da tabela de vida – fornece uma taxa de falha p/ cada mês de uso do método e pode fornecer uma taxa cumulativa p/ um determinado período de tempo - Efeitos adversos · Gerais · A maioria das usuárias não altera o seu peso, porém uma pequena parcela (5-12%) pode ter aumento no peso corporal em uso de qualquer ACC. · Sistema hemostático – risco de TVP · Efeito pró-coagulante do EE sobre os fatores de coagulação é dose-dependente · EE induz alterações no sistema de coagulação ao aumentar a síntese de alguns fatores de coagulação, reduzir alguns anticoagulantes naturais, promover resistência à proteína C ativada. · Carboidratos – EE reduz sensibilidade à insulina, entretando não há diferença importante no metabolismo de carboidrato entre mulheres sem diabetes em uso de ACC. · Lipídeos – ACC podem aumentar HDL e TG (+30-80%), por aumento da síntese hepático pelo EE. · Mulheres c/ hipertrigliceridemia devem preferir os métodos não hormonais ou aqueles c/ apenas progestagênio. · Pressão arterial – EE aumenta síntese hepática de angiotensinogênio, o que eleva a PA pelo SRAA. · É um efeito mais intenso em mulheres hipertensas – o uso combinado deve ser suspenso · Mulheres saudáveis normotensas – alteração sem repercussões clínicas - Contraindicações · Absolutas · Antecedente de TVP/EP · Trombofilia conhecida · Doença valvular não complicada · LES · IAM e AVC · Tabagista c/ 35 anos ou mais · Enxaqueca c/ aura · Níveis de PA elevados (>140/90mmHg) · Puerpério · Câncer de mama · Tumor hepático benigno, hiperplasia nodular focal · Relativo · Tabagista c/ menos de 35 anos · HAS controlado ou c/ histórico, mas não se pode avaliar a PA · Amamentando - Uso não contraceptivo dos ACC · Regulação dos ciclos menstruais como efeito indireto promoviam a anovulação · Melhoram sintomas da síndrome da tensão pré-menstrual (mastalgia, irritabilidade, cefaleia), da dismenorreia primária ou secundária, dos sintomas da endometriose e do volume da perda sanguínea. · Redução e desaparecimento de cistos ovarianos simples · Afecções benignas da mama e miomas tendem a não evoluir ou mesmo desaparecer · Efeitos dos estrogênicos · Efeitos dos progestagênios - Uso clínico e modo de prescrição · O ACC deve ser iniciado até o 5º dia do ciclo menstrual, e pode ser via oral, IM, vaginal ou transdérmica · As formulações orais são administradas a cada 24horas · As formulações injetáveis são a cada 30 dias, em preferência nas nádegas · Anel vaginal (EE+Etonogestrel) é usado por 21 dias, seguido de pausa de 7 dias. · O adesivo transdérmico é aplicado nos braços, costas ou região abdominopélvica anterior ou posterior – colado por 7 dias, e precisa totalizar 21 dias de uso, seguidos por 7 dias de pausa. - Interação medicamentosa – poucas drogas tem esse efeito · Medicações anticonvulsivantes – fenitoína, carbamazepina, barbitúricos, a primidona, topiramato, oxcarbazepina, lamotrigina e rifampicina · Antifúngicos, ATB e antiparasitários não tem interação medicamentosa c/ os ACC - O que considerar p/ prescrever · Via de administração seja de escolha – as vias orais não são as melhores, as injetáveis são as melhores pois poupam metabolismo hepático de 1ª passagem, diminuem tx de esquecimento ou atraso da tomada. · Categorias 1 e 2 de julgamento clínico – a mulher escolhe ANTICONCEPCIONAL HORMONAL SOMENTE DE PROGESTAGÊNIO - O uso do método só com progestagênio apresenta qualidades indicações de um método AC, tendo como vantagem a conveniência, praticidade e alta eficácia. - Progesterona – progestagênio natural produzido após a ovulação pelo corpo lúteo, durante a gestação pela placenta, pelas adrenais e pelo SN. - Classificação dos progestagênios - Os derivados da progesterona - Mecanismo de ação – inibição da ovulação resultante do bloqueio na liberação cíclica das gonadotrofinas pela hipófise, impedindo o pico pré-ovulatório do LH. · Efeitos periféricos – muco cervical “hostil” à espermomigração no endométrio e a diminuição na motilidade tubária. - Anticoncepção oral – ACO apenas c/ componente progestagênio, levonorgestrel, noretisterona ou linistrenol. · Desogestrel (75mcg) maior eficácia quando comparado c/ outros · Resultado inibitória depende do progestenio e da dose · Levonorgestrel ou linestrenol tem maior eficácia durante o aleitamento materno · Indicações · Qualquer faixa etária durante menacme, da menarca a menopausa, em nulíparas ou multíparas. · Opção p/ pacientes c/ contraindicação ao uso de estrógeno – HAS, DM, DV, LES, cardiopatia, enxaqueca e outras. · Não aumenta risco de AVC, IAM ou Trombose Venosa. · Uso · Tomar 01 Comp por dia em uso contínuo · Todas mulheres devem ser informadas sobre o padrão de sangramento (irregular e frequente, >6 episódios durante 90 dias). · Se sangramento persistente, após avaliação ginecológica – descontinuar uso - Implante – no Brasil o único disponível é c/ etonogestrel(Implanon NXT) · Anticoncepcional de progestagênio c/ haste de 40 mm x 2 mm c/ 68mg de etonogestrel · O etonogestrel é liberado lentamente por três anos inicialmente em doses de 60-70 mcg/dia · Diminuindo p/ 35-45 mcg/dia no final do primeiro ano, 30-40 mcg/dia no final do 2º e 25-30 mcg/dia no final do 3º. · Alta eficácia teórica e prática – 0,05% · Deve ser retirado após 3(três) anos. · Contraindicações – gravidez e mulheres c/ câncer de mama · Uso – implante no MMSS não dominante · Pode ser inserido em qualquer momento desde que não tenha contraindicação ou não esteja grávida · Complicações – edema, hematoma, infecção local, quebra do implante, inserção profunda (no músculo) ou em local inadequado (axila). · Efeitos adversos – alterações no padrão de sangramento (+ comum) · Orientação · Avaliadas após a inserção + orientação quanto as alterações de sangramento · Dor, inchaço, vermelhidão ou secreção no local – buscar médico · Orientação quanto a eficácia e interação medicamentosa – rifampicina e anticonvulsivantes · Método de barreira é indicado - Sistema intrauterino c/ levonorgestrel – é um endoceptivo de longa ação, reversível e altamente eficaz. · Pequeno dispositivo (32mm) em forma de T inserido dentro do útero c/ reservatório de LNG (52mg) · Liberada 20 mcg durante 24 horas, e após 5 anos, a dose liberada é menor de 10 mcg por dia. · O Levonorgestrel causa atrofia e outras alterações nas células epiteliais, estromais e fagocíticas, com ação sobre o muco tbm. · Um grande número de mulheres ovula – pouca ação no eixo HHO · O efeito contraceptivo é principalmente local · Indicação · Qualquer faixa independente da paridade · 1ª opção p/ adolescentes por alta eficácia, facilidade de uso e tempo prolongado · Contraindicação · CA de colo uterino, endometrial, mioma submucoso ou malformação uterina (septo, útero bicorno) c/ distorção da cavidade, estenose cervical, DIP e infecção puerperal · Não deve ser usado em mulheres na vigência de CA de mama. · Inserção · Qualquer momento do ciclo menstrual desde que tal não esteja grávida · Indicado no período de sangramento · Não há necessidade de prescrição de ATB p/ profilaxia de DIP, mesmo em mulheres sob risco de endocardite. · Benefícios · Redução da duração e intensidade do sangramento uterino, melhora da dismenorreia primária · Reduz dor em mulheres c/ endometriose e adenomiose · Risco – não aumenta risco de DCV, nem interfere no metabolismo lipídico · Efeitos adversos – acne, dores nas mamas, cefaleia e alteração de humor · Orientação – avaliadas cerca de 4-6 semanas após a inserção e devem ser informadas sobre as queixas mais comuns. · Se não achar o fio na vagina – procurar médico · Não é contraindicado qualquer exame de imagem · Placas vibratórias não aumentam risco de expulsão, mas deve ser evitado nas primeiras semanas. - Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona) – via IM ou SC, no Brasil apenas IM, atua principalmente inibindo ovulação, mas c/ efeito no muco cervical. · Necessidade de uso de AC durante 7 dias – iniciar o método após os primeiros 5 dias da menstruação · Boa eficácia – tx de falha perfeita de 0,2% e uso atípico de 6% · Indicação · Não é a primeira escolha p/ adolescentes · Opção p/ mulheres amamentando · E aquelas c/ alguma comorbidade – anemia, epilepsia, HAS e outras. · Contraindicação · Gravidez e CA de mama · Benefícios e risco · Grande número de amenorreia ou sangramento infrequente ou manchas que diminuem c/ o tempo · Redução da dismenorreia ou dores/sintomas de endometriose · Reduz risco de CA endométrio e ovário · Diminuição dos níveis de estradiol e estrona · Pequena perda de massa óssea, é recuperado quando descontinuado · Efeitos adversos – padrão no sangramento, ganho de peso (em obesas), e descritos frequentes de cefaleia, queda de cabelo, depressão e alteração da libido. · Orientações – alterações de sangramento e possível ganho de peso, retorno da fertilidade pode demorar 1 ano. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA - É utilizada após o ato sexual, reduzindo significativamente a tx de gravidez não planejada e abortamento inseguro. - Pode ser usado um medicamento hormonal ou de DIU - É um método que oferece às mulheres uma maneira não arriscada de prevenir gravidez não planejada até 120horas da relação sexual - Método Yuzpe – etinilestradil e levonorgestrel - Levonorgestrel, o acetato de ulipristal, ou menos frequente a mifepristona - Método Yuzpe – pílula combinada de 200mcg de etinilestradiol + 1 mg de levonorgestrel divida em duas doses c/ intervalo de 12horas, que deve ser usada em até 72 horas. - Acetato de ulipristal – é um modulador de receptor da progesterona, usado VO de preferência até 72horas, mas pode até 120hrs. - Mifepristona – potente antiprogestina, esteroide c/ alta afinidade p/ receptores de progesterona (RPs) e glicocorticoides, doses de 25-50 mg usado até 120hrs da relação. - DIU – inserido em até 120horas após relação, podendo fornecer proteção por até 10 anos. - Liberados no Brasil – hormonais combinados e os c/ progestagênio isolado (levonorgestrel). - Mecanismos de ação – os métodos de emergência agem impedindo ou atrasando a ovulação, alterando níveis hormonais e interferindo no desenvolvimento folicular e na maturação do corpo lúteo e inibindo a fertilização. · Método Yuzpe é a forma mais antiga de contracepção de emergência – atrasa ou inibe a ovulação, e é efetivo se os folículos ainda não estiverem desenvolvidos · Levonorgestrel – utilizado antes da elevação do LH, por inibi-lo e interromper a ovulação · O acetato previve a ovulação tanto antes como após o pico de LH, pois atrase a rotura folicular durante pelo menos 5 dias. · DIU – ação desconhecida, presume-se que o cobre tem efeitos espermicidas, por ser tóxico e por induzir uma resposta inflamatória crônica (citocinas e integrinas) - Eficácia · DIU – alta taxa de eficácia, quase 100% da ocorrência de gravidez · Levonorgestrel – previne cerca de 2/3 das gestações e iniciada até 24 horas · O acetato é superior ao levonorgestrel - Os métodos AC de emergência são seguros, sem uma contraindicação absoluta p/ a maioria das mulheres. · Não deve ser prescrito p/ gravidas · Pode ser usado em todas as faixas de idade, da adolescência ao climatério, independente da paridade · Drogas indutoras de enzimas CYP3A4 interferem diminuindo a eficácia – barbitúricos, carbamazepina, felbamato, griseofulvina, oxcarbazepina, fenitoína, rifampicina, erva-de-são-joão e topiramato. · Pode ser prescrito em mulheres que estão amamentando · Tem menor eficácia em mulheres obesas e c/ sobrepeso, mas devem ser continuados em mulheres de todos pesos, benefícios superam os riscos. · Não protegem contra ISTs - Indicações · Todas mulheres após relação sexual desprotegida na presença de suspeita de falha contraceptiva ou quando há intercurso sexual contra a sua vontade. - Eventos adversos – leves, e podem incluir náuseas, vômitos, cefaleia e tontura. · Acetato de ulipristal – sangramentos antes da data prevista · DIU – dor abdominal e dismenorreia - Início do método regular · A contracepção hormonal pode ser iniciada imediatamente após o uso de AE c/ levonorgestrel, mas deve ser adiada por 5 dias se a opção foi o acetato. - Se houver a necessidade de novo uso subsequente de contracepção de emergência, a mulher deve ser orientada a usar novamente o levonorgestrel em dose única – deve ser informada da redução da eficácia. CONTRACEPÇÃO REVERSÍVEL DE LONGA DURAÇÃO (LARC) - São métodos representados pelos dispositivos intrauterinos (DIU) e o implante contraceptivo, além de serem altamente eficazes, c/ duração contraceptiva igual ou superior a 3 anos. - Taxas de gravidez de menos de 1%/ano em uso perfeito e típico, são mais eficazes e bem indicados p/ mulheres c/ fatores de risco de baixa adesão. - LARCs disponíveis no Brasil: Implante subdérmico liberador de etonogestrel (ENG), DIUs medicamentados c/ cobre (TCu380A) e o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG). - Implante – dispositivos plásticos colocados na subderme c/ liberação contínua de progestagênios,no Brasil o único disponível é o Implanon (novo é o NXT). · Inibição consistente da ovulação, especialmente nos dois primeiros anos, c/ ovulações esporádicas no 3º ano. · Alteração do muco cervical, alteração do endométrio – dificulta passagem e nidação · Após remoção – os níveis séricos se tornam indetectáveis e a maioria das mulheres podem ovular e engravidar dentro de poucos dias. · Contraindicações – não tem estrogênio, então são poucas contraindicações · Absoluta – CA de mama e gestação · Relativa – Elegibilidade grau 3 · Distúrbio tromboembólico venoso e/ou arterial ativo · Presença de doença hepática grave · Tumores dependentes de progestagênio · Sangramento vaginal não diagnosticado · Indicações · Mulheres que desejam contracepção de longa duração após orientação · Grupos vulneráveis – existe um conjunto específico na página 2184 do Febrasgo de Ginecologia, é extenso. · Drogas indutoras da enzima CYP450 podem interagir, e reduzir a eficácia do implante. · Eventos adversos – cefaleia, aumento do peso, acne, mastalgia, labilidade emocional, dor abdominal e vaginite. · Sangramento irregular – a principal desistência do método · Manejo? paciência nos primeiros 6 meses, descartas outras causas de sangramentos e tratar sempre que necessário. - Dispositivos intrauterinos usados no Brasil – DIU-CuT380A e DIU-LNG 20 mcg - Dispositivo intrauterino de cobre – desencadeamento pelos sais de cobre e polietileno da reação de corpo estranho pelo endométrio. · Espuma biológica na cavidade uterina – possui efeito tóxico sobre espermatozoides e óvulos, alterando a viabilidade, transporte e capacidade de fertilização deles. · Cobre no muco cervical diminui a mobilidade e viabilidade dos gametas masculinos. · Indicações · Mulheres que procuram métodos reversíveis de longa ação · Contraindicações absolutas · Gravidez; · Doença inflamatória pélvica (DIP) ou DST atual, recorrente ou recente (nos últimos três meses); · Sepse puerperal; · Imediamente pós-aborto séptico; · Cavidade uterina severamente deturpada; · Hemorragia vaginal inexplicada; · CA cervical ou endometrial; · Doença trofoblástica maligna; · Alergia ao Cobre (p/ DIUs-Cu). · Contraindicações relativas · Fator de risco p/ DSTs ou HIV; · Imunodeficiência; · De 48horas a 4 semanas pós-parto; · CA de ovário; · Doença trofoblástica benigna. · Em mulheres saudáveis não se recomenda o uso de ATB durante a inserção · Uso · Pode ser inserido dentro de 12 dias a partir do início da mensuração, ou seja, em dia conveniente p/ a mulher. · Deve-se ter certeza que não há gestação. - SIU liberador de levonorgestrel (SIU-LNG) – reservatório c/ 52mg de LNG c/ 32mm de comprimento que libera 20ug de LNG por dia por meio de uma membrana de controle. · Uso durante 5 anos – tx de eficácia alta, índice de Pearl de 0,1% · Mecanismo de ação · Muco cervical fica espesso e hostil à penetração do espermatozoide; · Alta concentração de LNG no endométrio impede a resposta ao estradiol circulante; · Forte efeito antiproliferativo no endométrio; · Inibição da atividade mitótica do endométrio; · Manutenção da produção estrogênica – lubrificação vaginal. · Atrofia endometrial – amenorreia e/ou oligomenorreia (diferença padrão do DIU convencional) · Benefícios: · 75% das mulheres com SIU-LNG tem ciclos ovulatórios, embora o endométrio seja atrofiado, e tal reduz em até 97% de perda de sangue menstrual após 1 ano de uso.
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