Buscar

APOSTILA-DE-ACD

Prévia do material em texto

GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 1 
 
GUARDA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO 
 GRUPAMENTO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS 
 
 
 
MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS 
 
SUBINSPETOR ALEX COELHO ABRANTES 
SUBINSPETOR LUIS CLAUDIO AFONSO RIBEIRO 
GM LEANDRO PENNA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 3 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura1-PAC com 08 GMs.................................................................................................................23 
Figura 2- PAC com 10 GMs...............................................................................................................23 
Figura 3- 02 PACs atuando juntas.....................................................................................................24 
Figura 4- Capacete anti tumulto.........................................................................................................25 
Figura 5- Mascara contra gases........................................................................................................25 
Figura 6- Caneleira............................................................................................................................26 
Figura 7- Protetor de braço e cotoveleira..........................................................................................26 
Figura 8- Colete anti tumulto.............................................................................................................26 
Figura 9- Luva anti tumulto................................................................................................................27 
Figura 10- Protetor de coxa...............................................................................................................27 
Figura 11- Colete tático.....................................................................................................................27 
Figura 12- Escudo anti tumulto.........................................................................................................28 
Figura 13- Escudo anti tumulto circular............................................................................................28 
Figura 14- Extintores.........................................................................................................................29 
Figura 15- Mochila de socorro...........................................................................................................29 
Figura 16- Material de corte e arrombamento...................................................................................29 
Figura 17- Mochila de hidratação......................................................................................................30 
Figura 18- Megafone.........................................................................................................................30 
Figura 19- Bastão longo....................................................................................................................30 
Figura 20- Tonfa................................................................................................................................31 
Figura 21- Lançador AM 640 calibre 40 mm......................................................................................31 
Figura 22- Lançador AM 600 calibre 37/38 mm.................................................................................31 
Figura 23- Carabina de ar comprimido FN 303.................................................................................32 
Figura 24- Granada GL – 304............................................................................................................32 
Figura 25- Granada GL – 307............................................................................................................33 
Figura 26- Granada lacrimogênea GL 300TH...................................................................................33 
Figura 27- Granada lacrimogênea GL 300T......................................................................................33 
Figura 28- Granada SS 601...............................................................................................................34 
Figura 29- Munição AM 400...............................................................................................................34 
Figura 30- Munição AM 404 12/E......................................................................................................35 
Figura 31- Munições de FN 303 .......................................................................................................35 
Figura 32- Munição GL 201..............................................................................................................35 
Figura 33- Munição GL 202...............................................................................................................36 
Figura 34- Munição GL 203/L............................................................................................................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 4 
 
LISTA DE FOTOGRAFIAS 
 
 
Fotografia 1- Posição de sentido.......................................................................................................37 
Fotografia 1.1- Posição de sentido....................................................................................................37 
Fotografia 2- Posição de descansar..................................................................................................38 
Fotografia 2.1- Posição de descansar...............................................................................................38 
Fotografia 3 – Posição de ombro armas............................................................................................39 
Fotografia 4 – Posição de descansar armas.....................................................................................39 
Fotografia 5 – Direita ou esquerda volver..........................................................................................40 
Fotografia 6 – Posição de cobrir........................................................................................................40 
Fotografia 7 – Posição de firme.........................................................................................................41 
Fotografia 8 – Passo ordinário...........................................................................................................41 
Fotografia 8.1 – Passo ordinário........................................................................................................42 
Fotografia 9 – Comando de alto........................................................................................................42 
Fotografia 10 – Passos a frente.........................................................................................................43 
Fotografia 11 – Sem cadência...........................................................................................................43 
Fotografia 12 – Correndo curto..........................................................................................................44 
Fotografia 12.1 – Correndo curto.......................................................................................................44 
Fotografia 13 - Treinamento de ACD com o Exército........................................................................45 
Fotografia 14 – Formação em linha...................................................................................................46Fotografia 15 – Formação em coluna................................................................................................46 
Fotografia 16 – Formação em coluna tática......................................................................................47 
Fotografia 17- Formação em cunha...................................................................................................47 
Fotografia 18 –Formação de retração...............................................................................................48 
Fotografia 19 – Posição de Guarda...................................................................................................48 
Fotografia 20 – Posição de Combate................................................................................................49 
Fotografia 21 – Relaxar equipamento................................................................................................49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 5 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
ACD – Ações de Controle de Distúrbios 
GM – Guarda Municipal 
GM RIO – Guarda Municipal da Cidade do Rio de Janeiro 
IMPO – Instrumento de Menor Potencial Ofensivo 
CD – Controle de Distúrbios 
PIDCP - Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos 
PAC – Patrulha Avançada de Controle 
Cmt - Comandante 
GOE – Grupamento de Operações Especiais 
DEC – Dispositivo Elétrico de Controle 
EPI – Equipamento de Proteção Individual 
EVA – Etileno Acetato de Vinila 
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 6 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................9 
 
CAPÍTULO I ..........................................................................................................................9 
1.0 - GENERALIDADES E DOUTRINA DAS OPERAÇÕES DE CHOQUE........................9 
1.1 – ASPECTOS DOUTRINÁRIOS......................................................................................9 
1.2 – GUARDAS DE CHOQUE E AS OPERAÇÕES ESPECIAIS........................................9 
1.3 – OBJETIVO DAS AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS....................................10 
1.4 – AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS, DIREITOS HUMANOS E DIREITO 
INTERCIONAL HUMANITÁRIO PARA FORÇAS POLICIAIS E DE SEGURANÇA..........10 
1.4.1 –Tipos de manifestações públicas..............................................................................11 
1.4.1.1 - Comícios................................................................................................................11 
1.4.1.2 – Manifestações públicas.........................................................................................11 
1.4.1.3 – Passeatas..............................................................................................................11 
1.5 - AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIO CONFORME A LEI 13.022/14.................12 
 
CAPÍTULO II........................................................................................................................13 
2.0 – DISTÚRBIOS..............................................................................................................13 
2.1 – DEFINIÇÕES..............................................................................................................13 
2.1.1 – Aglomeração............................................................................................................13 
2.1.2 – Multidão....................................................................................................................13 
2.1.3 – Insurreição................................................................................................................13 
2.1.4 – Turba........................................................................................................................13 
2.1.5 – Calamidade Pública..................................................................................................13 
2.1.6 – Perturbação da Ordem.............................................................................................13 
2.2 – CAUSAS DOS DISTÚRBIOS.....................................................................................14 
2.2.1 – Sociais......................................................................................................................14 
2.2.2 – Fanatismo religioso..................................................................................................14 
2.2.3 – Econômicas..............................................................................................................14 
2.2.4 - Políticas....................................................................................................................14 
2.2.5 – Calamidades públicas ou catástrofes.......................................................................14 
2.2.6 – Omissão ou falência de autoridade constituída........................................................14 
2.3 – TIPOS DE TURBAS....................................................................................................14 
2.3.1 – Agressiva..................................................................................................................14 
2.3.2 – Em pânico.................................................................................................................14 
2.3.3 – Predatória.................................................................................................................15 
2.4 – FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DOS 
INDIVÍDUO...........................................................................................................................15 
2.4.1 – Número.....................................................................................................................15 
2.4.2 – Sugestão..................................................................................................................15 
2.4.3 – Contágio...................................................................................................................15 
2.4.4 – Anonimato................................................................................................................15 
2.4.5 – Novidade..................................................................................................................15 
2.4.6 – Expansão das emoções reprimidas.........................................................................15 
2.4.7 – Imitação....................................................................................................................15 
2.5 – REUNIÕES PACÍFICAS.............................................................................................16 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 7 
 
CAPÍTULO III.......................................................................................................................16 
3.0 – CONCEPÇÃO DA OPERAÇÃO.................................................................................16 
3.1 – FATORES DA DECISÃO............................................................................................16 
3.2 – MISSÕES ATRIBUÍDAS A UMA FORÇA DE ACD....................................................16 
3.3 – EMPREGO DE UMA TROPA DE ACD.......................................................................17 
3.3.1 – Preventivo.................................................................................................................17 
3.3.2 – Operativo..................................................................................................................17 
3.4 – CONDICIONANTES....................................................................................................173.5 – PRINCÍNPIOS BÁSICOS PARA A EXECUÇÃO DAS ACD......................................17 
3.5.1 – Controle de Massa...................................................................................................17 
3.5.2 – Objetivo....................................................................................................................18 
3.5.3 – Unidade de comando...............................................................................................18 
3.5.4 – Segurança................................................................................................................18 
3.5.5 – Manobra...................................................................................................................18 
3.6 – ATIVIDADES A REALIZAR........................................................................................18 
3.6.1 – Inteligência...............................................................................................................19 
3.6.2 – Isolamento da área de operações............................................................................19 
3.6.3 – Demonstração de força............................................................................................19 
3.6.4 – Negociação...............................................................................................................19 
3.6.5 – Investimento.............................................................................................................19 
 
CAPÍTULO IV.......................................................................................................................20 
4.0 – PLANEJAMENTO E INSTRUÇÃO.............................................................................20 
4.1 – Planejamento...............................................................................................................20 
4.2 – Instrução......................................................................................................................20 
4.3 – Atributos......................................................................................................................20 
4.3.1 – Físico........................................................................................................................20 
4.3.2 – Emocional.................................................................................................................20 
 
CAPÍTULO V........................................................................................................................20 
5.0 – COMPOSIÇÃO DA PAC.............................................................................................20 
5.1 – PATRULHA AVANÇADA DE CONTROLE................................................................21 
5.2 – FUNÇÕES...................................................................................................................21 
5.2.1 – Comandante de Turma.............................................................................................21 
5.2.2 – Líder Operacional.....................................................................................................21 
5.2.3 – Auxiliar de PAC........................................................................................................22 
5.2.4 – Escudeiros................................................................................................................22 
5.2.5 – Bombeiro..................................................................................................................22 
5.2.6 – Socorrista.................................................................................................................22 
5.2.7 – Motorista...................................................................................................................22 
5.2.8 – PAC com 08 GMs.....................................................................................................23 
5.2.9 – PAC com 10 GMs.....................................................................................................23 
5.2.10 – 02 PACs atuando juntas.........................................................................................24 
5.3 – FUNÇÕES ESPECIAIS...............................................................................................24 
5.3.1 – Capturadores...........................................................................................................24 
5.3.2 – Segurança de Autoridades......................................................................................24 
 
CAPÍTULO VI......................................................................................................................24 
6.0 - EQUIPAMENTOS ESPECÍFICOS...............................................................................24 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 8 
 
6.1- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL........................................................25 
6.1.1 – Capacete anti tumulto com viseira...........................................................................25 
6.1.2 – Mascara contra gases..............................................................................................25 
6.1.3 – Caneleira..................................................................................................................25 
6.1.4 – Protetor de braço e Cotoveleira................................................................................26 
6.1.5 – Colete anti tumulto....................................................................................................26 
6.1.6 – Luva anti tumulto......................................................................................................27 
6.1.7 – Protetor de coxa.......................................................................................................27 
6.1.8 – Colete Tático............................................................................................................27 
6.2 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA.........................................................28 
6.2.1 – Escudo anti tumulto..................................................................................................28 
6.2.2 – Escudo anti tumulto circular.....................................................................................28 
6.2.3 – Extintores..................................................................................................................29 
6.2.3 – Mochila de socorro...................................................................................................29 
6.3 – ACESSÓRIOS.............................................................................................................29 
6.3.1 – Material de corte e arrombamento...........................................................................29 
6.3.2 – Mochila de hidratação..............................................................................................30 
6.3.3 – Megafone..................................................................................................................30 
6.4 – INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO..........................................30 
6.4.1 – Bastão longo.............................................................................................................30 
6.4.2 – Tonfa........................................................................................................................31 
6.4.3 – Lançador AM 640 calibre 40mm...............................................................................31 
6.4.4 – Lançador AM 600 calibre 37/38mm..........................................................................31 
6.4.5- Carabina de ar comprimido FN 303...........................................................................32 
6.5 – GRANADAS EXPLOSIVAS........................................................................................32 
6.5.1– Granada outdoor efeito moral GL – 304/I-REF........................................................32 
6.5.2 – Granada outdoor luz e som GL-307/I-REF..............................................................33 
6.6 – GRANADAS LACRIMOGÊNEAS E GRANADA FUMÍGENA...................................33 
6.6.1 – Granada lacrimogênea tríplice hiper GL 300 TH/I-REF...........................................33 
6.6.2 - Granada lacrimogênea tríplice GL 300 T/I-REF.......................................................33 
6.6.3 – Granada fumígena colorida SS- 601 /I-REF.............................................................34 
 
6.7 – MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO...............................................................34 
6.7.1 – Munição AM 404 Trimpact Super.............................................................................34 
6.7.2 – Munição AM 404 12/E Multimpact Super.................................................................34 
6.7.3 – Munições de impacto com glicol, pó de CS e pó de OC..........................................35 
6.8 – MUNIÇÕES LACRIMÔGENEAS................................................................................35 
6.8.1 – Projétil de médio alcance lacrimogêneo GL 201......................................................35 
6.8.2 – Projétil de longo alcance lacrimogêneo GL 202.......................................................35 
6.8.3 – Projétil de carga múltipla lacrimogênea GL 203/L....................................................36 
 
CAPÍTULO VII......................................................................................................................36 
7.0 – ORDEMUNIDA............................................................................................................36 
7.1 – MOVIMENTOS A PÉ FIRME......................................................................................36 
7.1.1 – Posição de sentido...................................................................................................36 
7.1.2 – Posição de descansar..............................................................................................37 
7.1.3 – Posição de ombro armas..........................................................................................38 
7.1.4 – Posição de descansar armas...................................................................................39 
7.1.5 – Direita ou esquerda volver........................................................................................40 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 9 
 
7.1.6 – Cobrir........................................................................................................................40 
7.1.7 – Firme........................................................................................................................41 
7.2 – DESLOCAMENTOS....................................................................................................41 
7.2.1 – Passo ordinário.........................................................................................................41 
7.2.2 – Alto...........................................................................................................................42 
7.2.3 – Passos a frente.........................................................................................................42 
7.2.4 – Sem cadência...........................................................................................................43 
7.2.5 – Correndo curto..........................................................................................................44 
 
CAPÍTULO VIII.....................................................................................................................45 
8.0 – FORMAÇÕES.............................................................................................................45 
8.1 – Formação em Linha.....................................................................................................46 
8.2 – Formação em Coluna..................................................................................................46 
8.3 – Formação em Coluna Tática.......................................................................................47 
8.4 – Formação em Cunha...................................................................................................47 
8.5 – Formação de Retração................................................................................................48 
8.6 –COMANDOS DE EXECUÇÃO.....................................................................................48 
8.6.1 – Posição de Guarda...................................................................................................48 
8.6.2 – Posição de Combate................................................................................................49 
8.6.3 – Relaxar equipamento...............................................................................................49 
8.7 – COMANDOS DE VOZ.................................................................................................50 
8.7.1 – Grupamento ATENÇÃO!..........................................................................................50 
8.7.2 – DIREÇÃO!................................................................................................................50 
8.7.3 – FORMAÇÃO!............................................................................................................50 
8.8 – DESLOCAMENTOS....................................................................................................50 
8.8.1 – EM FRENTE ! MARCHE MARCHE !........................................................................50 
8.8.2 – MARCHE!.................................................................................................................50 
8.8.3 – EM FRENTE ! MARCHE !........................................................................................50 
8.9 – ALTO...........................................................................................................................51 
8.9.1 – ALTO do MARCHE MARCHE !................................................................................51 
8.9.2 – ALTO do EM FRENTE MARCHE !...........................................................................51 
 
CAPÍTULO IX ......................................................................................................................51 
9.0 – TÁTICAS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS....................................................51 
9.1 – Táticas.........................................................................................................................51 
9.2 – Procedimentos.............................................................................................................52 
9.3 – Termômetro de conflitos..............................................................................................52 
9.3.1 – Manutenção do solo.................................................................................................53 
9.3.2 – Tomada do solo........................................................................................................53 
9.3.3 – Movimentos de aglutinação......................................................................................53 
9.3.4 – Movimentos provocativos.........................................................................................53 
9.4 – AÇÕES EM CONFLITOS............................................................................................53 
9.4.1 – Promover vias de fuga..............................................................................................53 
9.4.2 – Demonstração de força............................................................................................53 
9.4.3 – Ações isoladas.........................................................................................................539.4.4 – Desestimular os movimentos...................................................................................54 
 
10.0 – REFERÊNCIAS.........................................................................................................55 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 10 
 
APRESENTAÇÃO 
 
AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS 
 
As Ações de Controle de Distúrbios (ACD) é uma doutrina desenvolvida baseada na 
prática adquirida através de vários enfrentamentos e conflitos na Cidade do Rio de Janeiro 
e seus subúrbios, que aconteceram e acontecem no processo de ordenamento publico. A 
partir dessas adversidades o Grupamento de Operações Especiais estabeleceu 
parâmetros mais atualizados visando cada vez mais assegurar a integridade física e moral 
dos integrantes da GM RIO e outros orgãos que atuam neste setor. Foram adquiridos 
equipamentos especiais de proteção individual, IMPO (instrumentos de menor potencial 
ofensivo), comunicação e transportes necessários para o bom desempenho das 
atribuições funcionais, conforme as determinações da lei. 
 Este manual tem como objetivo criar no âmbito da GM Rio um documento que regule e 
possa servir de guia para as questões de doutrina, de instrução e emprego das unidades 
ou frações que tenham por missão operações de choque. 
 
CAPÍTULO I 
 
1.0 GENERALIDADES E DOUTRINA DAS OPERAÇÕES DE CHOQUE 
 
1.1 - ASPECTOS DOUTRINÁRIOS 
 
Em todo o mundo são correntes as ações de choque, principalmente as de controle e 
repressão de distúrbios oriundos de diversas causas, cabendo às organizações se 
aparelharem para o gerenciamento destes tipos de ocorrências, traçando princípios, 
doutrinas, rotinas de treinamento e emprego do efetivo. 
Para efeito deste manual iremos considerar operações de choque todas as operações 
desenvolvidas com o intuito de manter ou restabelecer a ordem nos casos de ocorrências 
que fujam ao controle da tropa convencional ordinário e que exijam para a sua 
concretização o uso de doutrina específica de atuação especializada, equipamentos 
especiais e efetivos especialmente treinados para tais eventos designado tropa de choque. 
 
1.2 - GUARDAS DE CHOQUE E AS OPERAÇÕES ESPECIAIS 
 
Para entender as operações especiais e traçar um paralelo com os Guardas Municipais de 
choque é interessante esclarecer o conceito da superioridade relativa, usado 
constantemente nas operações desencadeadas pela tropa de choque. 
 Basicamente a superioridade relativa é uma condição que se instala quando uma força de 
ataque, geralmente em menor número do que a defesa obtém uma vantagem decisiva 
sobre um inimigo mais bem posicionado na defensiva. 
O conceito de superioridade relativa se encaixa perfeitamente nas operações de choque, 
considerando que em todas as ações de controle de distúrbios há sempre a superioridade 
absoluta de oponentes em relação ao número de Guardas. No entanto, nesses casos a 
visão da GM Rio se diferencia da militar, pois se baseia na manutenção da ordem pública e 
no cumprimento do ordenamento jurídico, tendo como objetivos a preservação da vida, da 
integridade física, da dignidade de todas as pessoas e do patrimônio público. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 11 
 
Outras características marcantes das operações especiais são: o treinamento rigoroso e 
constante, equipamento e armamento não convencionais, técnicas não convencionais e 
atuação em situações politicamente sensíveis. 
 
Todas as características e peculiaridades acima mencionadas são encontradas nas tropas 
de choque, responsáveis no Brasil pelas atuações de controle de distúrbios (CD), fato que 
somado aos já considerados leva a conclusão de que este tipo de atuação caracteriza as 
tropas que executam as operações de choque como de missões especiais. 
 
1.3 - OBJETIVO DAS AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚBIOS 
 
A tropa de choque tem como objetivo principal a preservação da ordem pública, proteção 
aos próprios municipais, reintegração de áreas publicas e atuação em casos de grave 
perturbação da ordem onde se esgotem os meios e capacidade operativa da tropa 
ordinária local. 
 
1.4 - AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS, DIREITOS HUMANOS E DIREITO 
INTERNACIONAL HUMANITÁRIO PARA FORÇAS DE SEGURANÇA 
 
Quanto às responsabilidades básicas na aplicação da lei e manutenção da ordem pública, 
segundo Rover (2005): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De fato, a missão do GM nestes casos não é algo de fácil realização, pois vai demandar 
uma interpretação específica daquele GM responsável pelo comandamento no local, além 
do conhecimento da legislação vigente, para que o mesmo siga ou dê ordem aos seus 
subordinados sobre o estrito cumprimento do dever legal para o caso. 
No tocante às reuniões e manifestações, o mesmo autor assevera ainda que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Policiar ocorrências de vulto, inclusive reuniões e manifestações, requer 
mais do que a compreensão das responsabilidades legais dos participantes 
de tais eventos. Requer também a compreensão simultânea dos direitos, 
obrigações e liberdades perante a lei daquelas pessoas que deles não 
participam. Uma das descrições da essência da manutenção da ordem 
pública é permitir a reunião de um grupo de pessoas, que estejam a 
exercitar seus direitos e liberdades legais sem infringir os direitos de outros, 
enquanto, ao mesmo tempo, assegurar a observância da lei por todas as 
partes. 
 
O fenômeno pelo qual as pessoas saem às ruas para expressar suas 
opiniões e sentimentos publicamente, sobre qualquer tema que considerem 
importante, é bastante comum na maioria dos países do mundo. Tais 
eventos, passeatas, manifestações ou qualquer que seja sua designação, 
são vistos como uma consequência lógica da democracia e liberdade, bem 
como da liberdade individual e coletiva. Infelizmente, as ocasiões que 
tendem a sobressair e serem lembradas são as caracterizadas pela 
confrontação física, entre os próprios manifestantes, e entre manifestantes e 
os encarregados da aplicação da lei (ROVER, 2005). 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 12 
 
O GM que está no comando em tais situações precisa lembrar que nesses casos as 
pessoas estão exaltadas e geralmente sob o efeito de fatores psicológicos que regem o 
comportamento de grandes massas humanas. Esses fatores causam comportamentos e 
reações que fogem à normalidade do comportamento individual e por vezes geram 
respostas inusitadas, dando vazão a sentimentos reprimidos. É preciso assim que haja 
uma análise criteriosa para que a cada caso a condução da tropa seja estritamente 
direcionada para a resposta necessária naquela situação. 
 
1.4.1 - Tipos de manifestações públicas 
Quanto ao direito de reunião é necessário distinguir as principais espécies de 
reuniões públicas, tais como comícios, manifestações públicas e passeatas: 
 
1.4.1.1 – Comícios 
 Agrupamentos formados com o objetivo comum de ouvir a pregação de uma ou mais 
pessoas voltadas à exposição de ideias de cunho político eleitoral. 
Em geral ocorre com o auxílio de meios mecânicos ou eletrônicos (megafones, alto-
falantes, carro de som, etc.) para que a divulgação da palavra atinja o maior número 
possível de pessoas; 
 
1.4.1.2 - Manifestações públicas 
Reuniões menores nas quais as ideias são propagadas de pessoa a pessoa, verbalmente 
ou por escrito, neste caso, por meio de panfletos, folhetins ou similares, sendo disponível a 
utilização de meios mecânicos ou eletrônicos para a divulgação; e 
 
1.4.1.3 - Passeatas 
Ajuntamentos móveis de pessoas, podendo ter os mais variados objetivos, inclusive 
políticos. Nas passeatas manifesta-se um protesto, uma reivindicação ou a comemoração 
de alguma conquista. 
 
Já em relação aos direitos e liberdades fundamentais, Rover (2005) afirma que há certo 
número de direitos e liberdades codificados em instrumentos internacionais dos direitoshumanos, sendo que estes se aplicam a reuniões, manifestações, passeatas e eventos 
similares. Esses direitos, inerentes a cada pessoa, são explanados no Pacto Internacional 
sobre os Direitos Civis e Políticos (PIDCP): 
 
o direito de ter opiniões próprias sem interferência (artigo 19.1); 
o direito à liberdade de expressão (artigo 19.2); 
o direito à reunião pacífica (artigo 21); 
o direito à liberdade de associação (artigo 22.1). (BRASIL, 1992) 
 
O autor menciona ainda sobre o PIDCP (BRASIL, 1992), referenciando os artigos 19.3, 21 
e 22.2: 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O mesmo autor cita ainda que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando uma via pública, por exemplo, é interditada por completo, o direito de ir e vir de 
outrem não é respeitado. Além disso, a moral ou integridade de alguém podem ser 
ofendidas pelos manifestantes quando tenta romper o bloqueio e o próprio manifestante 
corre o risco de ter a sua integridade física lesada por pessoas que não concordam com a 
manifestação. 
 
1.5 - AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIO CONFORME A LEI 13.022/14 
A Lei 13.022/14 trouxe corroborada a legitimação das funções anteriormente 
exercidas pelas Guardas Municipais, além de incluí-las, de forma contundente, guiando-se 
através dos parâmetros ditados no Art.144 da Carta Magna no contexto da Segurança 
Pública. A Guarda Municipal, seja pelo simples fato de estar em contato mais próximo aos 
cidadãos, ou por conhecer e participar de acontecimentos pertinentes à cidade em que 
atua, já se portava como uma importante Instituição no trato a segurança urbana. 
Entretanto, à luz da supramencionada Lei, determinadas atribuições e responsabilidades 
passaram a vigorar como novos princípios. Estes princípios têm como objetivo 
proporcionar uma maior segurança e, consequentemente, bem-estar aos munícipes ou 
qualquer cidadão que se fizer presente à cidade de atuação. 
Agindo sob a égide da Lei 13.022/14, observa-se como “novos” princípios, dentre 
outros, o Uso Progressivo da Força, segundo consta em seu Art. 3º, inciso V, e a 
colaboração com a pacificação de conflitos, conforme Art. 5º inciso V da mesma Lei. Tais 
atribuições, por si só, mostram a necessidade de se possuir um efetivo pronto a intervir em 
deliberações conflituosas ocorridas em espaço público, sejam pela ocupação de grupos ou 
indivíduos, através de atos públicos, manifestações em locais não permitidos ou, sendo 
autorizados, transgridam o ordenamento legal. As ações de controle de distúrbio deverão 
 
O exercício desses direitos tem limite. Podem ser impostas restrições a este 
exercício, desde que: as mesmas sejam legítimas; e necessárias: para que 
se respeite o direito à reputação de outrem; ou para a proteção da 
segurança nacional ou da ordem pública, ou da saúde pública e moral 
(ROVER, 2005). 
 
Aqui o dilema da manutenção da ordem pública é apresentado estritamente 
em termos legais. As pessoas têm direito a ter opinião, a expressar esta 
opinião, e têm o direito de reunir-se pacificamente ou associar-se a outrem, 
desde que respeitem suas responsabilidades perante a lei. O respeito aos 
direitos e liberdades de outros, ou a sua reputação, à ordem e segurança 
pública, à segurança nacional e à saúde pública ou à moralidade podem ser 
razões para que se necessite restringir o exercício dos referidos direitos. Os 
encarregados pela aplicação da lei serão chamados a efetivar tais restrições 
em qualquer situação onde for considerado necessário pelas autoridades 
competentes. Esta missão requer que os encarregados pela aplicação da lei 
tenham conhecimento dos direitos e liberdades das pessoas, e que estejam 
capacitados nos aspectos técnicos da manutenção da ordem pública 
(ROVER, 2005). 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 14 
 
estar sempre pautadas no Art. 3º, inciso I da nominada Lei, uma vez que, em seu teor 
aborda-se a proteção dos direitos humanos fundamentais; o exercício da cidadania e das 
liberdades públicas, fatores estes que, além de expostos na Lei 13.022/14 que passa a 
regulamentar as ações das Guardas Municipais em todo o território nacional, estão 
elencados de forma intrínseca no Art.5º da CFRB/88, que trata dos direitos e deveres 
individuais e coletivos. 
CAPÍTULO II 
 
2.0 - DISTÚRBIOS 
 
Os Distúrbios freqüentemente ocorrem, quando um grupo de pessoas, em uma situação 
considerada como desobediência civil, antagoniza se contra atos, ou contra autoridades do 
poder constituído. Em casos extremos os distúrbios decorrem de atos criminosos de 
terrorismo. 
As causas dos distúrbios derivam de uma variedade de fatores sociais, políticos ou 
econômicos. Determinadas condições resultantes de catástrofes podem gerar violentos 
distúrbios entre o povo, pelo temor de novas ações catastróficas. 
 
2.1- DEFINIÇÕES 
 
 2.1.1 - Aglomeração 
 Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Geralmente, os membros de uma 
aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados. 
 
2.1.2 - Multidão 
 Aglomeração psicologicamente unificada por interesses comuns. Em geral a formação da 
multidão caracteriza-se pelo aparecimento do emprego do pronome “nós” entre os 
membros de uma aglomeração, assim: nós estamos aqui para protestar... nós viemos 
prestar nossa solidariedade.... 
 
2.1.3 - Insurreição 
 Consiste num ato de revolta contra o poder civil ou autoridade política, ou contra o 
governo. 
 
2.1.4 - Turba 
 Multidão cujos os membros, sob o estímulo de intensa excitação ou agitação, perdem o 
senso da razão, o respeito a lei, e seguem líderes em atos fora da lei. 
 
 
2.1.5 - Calamidade Pública 
 Situação de emergência, provocada por fatores anormais e adversos que afetam 
gravemente a comunidade, privando-a total ou parcialmente do atendimento de suas 
necessidades ou ameaçando a existência ou integridade dos seus componentes. 
 
2.1.6 - Perturbação da Ordem 
 Abrange todos os tipos de ação, inclusive os decorrentes da calamidade pública que, 
natureza, origem, amplitude e potencial, possam vir a comprometer, nas esferas estaduais, 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 15 
 
o exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem 
pública, ameaçando a população, a propriedade pública e privada. 
 
2.2 - CAUSAS DOS DISTÚRBIOS 
 
Os distúrbios ocorrem motivados por várias causas, conforme se observa a seguir. 
 
 2.2.1 - Sociais 
Poderão ser resultantes de conflitos raciais, da exaltação provocada por uma 
comemoração , por um acontecimento esportivo ou por outras atividades sociais. 
 
2.2.2 - Fanatismo religioso 
Assinala-se por crimes e graves desordens. Desencadeado, encontra na ignorância um 
alimento para o ódio. Não há outro tema onde as polêmicas tenham criado os mais 
trágicos mal entendidos. Cada qual vê em seu adversário o inimigo de sua crença. 
 
 2.2.3 - Econômicas 
Os distúrbios de origem econômica provêm de desnível entre classes sociais, desequilíbrio 
econômico entre regiões, divergências entre empregados e empregadores, ou resultam de 
condições sociais de extrema privação ou pobreza, as quais poderão induzir o povo à 
violência para obter utilidades necessárias à satisfação de suas necessidades essenciais. 
 
 2.2.4 – Políticas 
 Os distúrbios poderão ser originados de lutas político-partidárias, divergências ideológicas, 
estimuladas ou não por países estrangeiros, ou da tentativa para atingir o poder político 
por meios não legais. 
 2.2.5 - Calamidades públicas ou catástrofes 
Determinadas condições resultantes de catástrofes poderão gerar violentos distúrbios 
entre o povo, pelo temor de novas ações catastróficas, pela falta de alimento, de vestuário 
ou de abrigo, ou mesmo em consequência de ações de desordem e pilhagem, levadas a 
efeito por elementos marginais. 
 
 2.2.6 - Omissão ou falência de autoridade constituídaA omissão da autoridade no exercício das suas atribuições poderá originar distúrbios, 
levados a efeito por grupos de indivíduos induzidos pela crença de que poderão violar a lei 
impunemente. 
 
2.3 - TIPOS DE TURBAS 
 
2.3.1 - Agressiva 
 É aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem e realiza atos de violência, 
tal como acontecer em distúrbios resultantes de conflitos políticos ou raciais, nos 
linchamentos ou levantes de detentos em penitenciárias, caracteriza-se por um estado de 
perturbação da ordem, realizando ações ofensivas contra a força legal; 
 
2.3.2 - Em pânico 
 É aquela que procura fugir na tentativa de garantir sua segurança pela fuga. Os seus 
elementos poderão perder o senso da razão e tal circunstância poderá induzi-los a 
destruição. O pânico poderá originar-se de boatos, incêndios, explosões, calamidades etc. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 16 
 
Nessa situação, o maior problema é o de convergência de massas humanas para vias de 
escoamento( rotas de fuga) de capacidade limitada. 
 
2.3.3 - Predatória 
 É aquela impulsionada pelo desejo de destruir ou apoderar - se de bens materiais 
(Públicos ou privados), como é o caso dos distúrbios para obtenção de alimentos. 
 
 2.4 - FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DO 
INDIVÍDUOS 
Os conceitos abaixo tratados têm como referência o manual “Distúrbios Civis e 
Calamidades Públicas” do Exército Brasileiro. 
 
 2.4.1 - Número 
A consciência que os integrantes de um agrupamento humano têm do valor numérico da 
massa que a constitui influindo-lhes uma sensação de poder em segurança. 
 
 2.4.2 - Sugestão 
Nos agrupamentos humanos, por sugestão, as ideias se propagam despercebidas, sem 
que os indivíduos influenciados raciocinem ou possam contestá-las. Os componentes da 
turba aceitam sem discutir as propostas de um líder influente. 
 
2.4.3 - Contágio 
Pelo contágio, as ideias difundem-se e a influência transmite-se de indivíduo para indivíduo 
nos agrupamentos humanos. Assim eles tendem sempre a atrair novos manifestantes. 
 
 
2.4.4 - Anonimato 
Dissolvido em um agrupamento humano, acobertado pelo anonimato, o indivíduo poderá 
perder o respeito próprio e, consequentemente, sentir-se-á irresponsável por seus atos, 
quaisquer que sejam. 
 
2.4.5 - Novidade 
Diante de circunstâncias novas e desconhecidas, nem sempre o indivíduo reage conforme 
suas normas de ações habituais. Não encontrando estímulos específicos, que de ordinário 
controlavam seus atos, deixará de aplicar sua experiência anterior que costumava guiá-lo 
na solução dos problemas cotidianos; seu subconsciente poderá até bendizer a quebra da 
rotina normal e acolher com satisfação as novas circunstâncias. 
 
2.4.6 - Expansão das emoções reprimidas 
Preconceitos e desejos insatisfeitos, normalmente contidos, expandem-se logo nos 
agrupamentos humanos, concorrendo como poderoso incentivo à prática de desordens, 
pela oportunidade que têm os indivíduos de realizarem, afinal, o que sempre almejaram, 
mas nunca tinham ousado. 
 
2.4.7 - Imitação 
O desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo poderá levar o indivíduo a 
tornar-se parte integrante de uma turba. 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 17 
 
2.5- REUNIÕES PACÍFICAS 
 
As reuniões pacíficas, legais e autorizadas, inclusive as que tenham a possibilidade de 
uma transformação devido a diversos fatores, como por exemplo, a exaltação, não devem 
ser acompanhadas preventivamente no local da ocorrência pela tropa especializada em 
ACD. A perda de um impacto psicológico favorável para a chegada repentina de um efetivo 
de ACD acarretará em maiores dificuldades na dispersão das pessoas. 
O acompanhamento da manifestação, enquanto não necessário ou não decidido pelas 
autoridades competentes o emprego da tropa de ACD e consequente dispersão dos 
envolvidos, deve ser executado pelo efetivo convencional da área, ou seja, a tropa 
ordinária. 
A tropa ordinária é o efetivo responsável pela área onde está ocorrendo a manifestação. 
Esse efetivo permanecerá a postos até que, por falta de treinamento especializado, falta de 
meios, equipamentos e armamentos adequados, efetivo ou outras razões, não possa mais 
executar o controle da situação. 
Caso ocorra a perda do controle da situação o efetivo da área deve abandonar o local, por 
determinação superior, dando campo de ação à tropa encarregada da dispersão. 
Na retirada do quadro tático quando da dispersão, a tropa ordinária deve ficar a postos 
para pronta ocupação da área física do conflito, bem como deve proceder ao auxílio para 
detenção de líderes, enquanto a tropa de ACD se reorganiza para outra possível 
necessidade de emprego. 
 
 
CAPÍTULO III 
 
3.0 - CONCEPÇÃO DA OPERAÇÃO 
 
3.1- FATORES DA DECISÃO. 
O comandante da tropa de ACD responsável pela missão e restabelecer a ordem numa 
situação de distúrbios deve decidir como conduzir taticamente sua operação com base nos 
seguintes fatores: 
- MISSÃO; 
- REGIÃO DE OPERAÇÃO; 
- FORÇA ADVERSA; 
- POPULAÇÃO; 
- MEIOS; 
- PRAZOS. 
 
3.2 - MISSÕES ATRIBUÍDAS A UMA FORÇA DE ACD 
 
Os tipos de missões atribuídas ao um grupamento empregado em ACD,são: 
 
-Interdição de uma área publica para prevenir a ação de grupos de manifestantes e 
execução de ações de outros órgãos públicos; 
- Evacuação de área publica ; 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 18 
 
- Restabelecer a ordem pública em situação de vandalismo; 
- Evacuar prédios ou instalações municipais ocupados por manifestantes; 
- Garantira a integridade do patrimônio público; 
- Proteção de instalações publica municipais; 
- Desobstruir vias de circulação. 
 
3.3 - EMPREGO DE UMA TROPA DE ACD 
 
Normalmente as tropas de ACD são empregadas: 
3.3.1- Em caráter PREVENTIVO, quando se visualiza , pelo tipo de manifestação, a 
incapacidade das unidades locais de restabelecerem a ordem; 
 
3.3.2- Em caráter OPERATIVO, quando o conflito se agrava a ponto de exigir uma força 
mais potente para restabelecer a ordem. 
 
3.4 - CONDICIONANTES 
 
O comandante, deverá cumprir a sua missão, atendendo às seguintes condicionantes: 
 
- Uso legal da força, necessidade e proporcionalidade; 
- Mínimo de danos à população e ao patrimônio; 
- Mínimo de perdas em sua tropa; 
- Rapidez no cumprimento da missão; Preservação da imagem da tropa junta a opinião 
pública; 
- Ordens específicas emanada do escalão superior. 
 
3.5 - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA A EXECUÇÃO DAS ACD 
 
Para o emprego da tropa nas ACD devem-se observar princípios básicos : 
- MASSA; 
- OBJETIVO; 
- UNIDADE DE COMANDO; 
- SEGURANÇA; 
- MANOBRA; 
 
 3.5.1- Controle de Massa 
O controle de uma massa requer uma técnica adequada e constantemente treinada, 
preparando o homem para enfrentar com sucesso uma missão de controle de distúrbios 
onde constantemente a tropa é superada em efetivo. 
A tática de emprego, aliada a uma técnica refinada, com o apoio de fatores 
psicológicos favoráveis, permitirá o cumprimento da missão. 
 
Deve-se ter sempre em mente que o objetivo principal de uma tropa de ACD em 
ocorrências de manifestações públicas é a dispersão da multidão, não sua detenção ou 
confinamento. A dispersão deve ser calculada de tal forma que dificulte ou desanime os 
manifestantes a outra reunião imediata. 
O emprego da tropa de choque deve ser o último nível de força utilizado pelo comandante 
(Cmt) da operação, pois se considera que já foram esgotadas as possibilidades de 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 19 
 
negociação, de controle por parte da tropa ordinária e outros meios persuasivos e 
dissuasivos. Assim sendo, a tropa de choque em casos de manifestações não negocia e 
sim estipula um prazo de desocupação e/ou dispersão, que em caso de não cumprimento 
por parte dos manifestantes serão utilizadas as técnicase tecnologias para efetivar o uso 
escalonado da força na ação de dispersão. 
A ação conjunta em operação de choque é fator de primordial importância e por esta razão 
não se admite a divisão da tropa em fração menor que 01 (um) PAC para tal mister. É 
importante frisar que cordões de isolamento não devem ser executados pela tropa de 
choque. 
Como o objetivo principal de uma operação de ACD é a dispersão da turba, o comandante 
da fração de tropa de choque empregada deve se utilizar de tática adequada ao local e 
atentar para o número de participantes e grau de agressividade da massa. São um auxilio 
valioso as informações processadas pelos órgãos , municiando o comando da operação de 
itens importantes para a decisão. 
 
3.5.2 - Objetivo 
O comandante deve compreender a missão e definir claramente o seu objetivo, bem como 
apreciar à luz deste, cada ação a realizar e fixar coerentemente as missões dos elementos 
subordinados. A restauração da lei e da ordem deve nortear a condução das operações 
em todas as suas fases. 
 
3.5.3 – Unidade de comando 
O emprego tropa exige unidade de comando, o que assegura convergência de esforços, 
por meio da coordenação de todas as forças empenhadas na manutenção da lei e da 
ordem. 
 
3.5.4 – Segurança 
Inclui as medidas necessárias para evitar surpresas, preservar a liberdade de ação e se 
contrapor á tática do inimigo. 
 
3.5.5 – Manobra 
Consiste na adoção dos adequados dispositivos e formações para o enfrentamento de 
força adversa. 
 
3.6 - ATIVIDADES A REALIZAR 
 
Existem algumas ações referidas às ACD, que não se desenvolvem, necessariamente, na 
ordem citada abaixo. Alem disso, algumas ações desencadeadas inicialmente, 
prosseguem ao longo de toda operação, aumentando ou diminuindo de intensidade. 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 20 
 
 3.6.1 – Inteligência 
 
-Esse tipo de atividade deve ser orientada para: 
- Identificação das causas do distúrbio; 
- População, em especial quanto ao seu possível graus de participação (incluindo líderes 
políticos); 
- Região de operação, em especial quanto aos acessos, pontos sensíveis, postos de 
observações, obstáculos, sistemas de comunicação e outros aspectos; são realizadas por 
equipes de reconhecimento e de inteligência ( normalmente velada) que devem infiltrar 
agentes na manifestação. 
 
3.6.2 - Isolamento da área de operações 
 
- O isolamento da área de operações é realizado mediante o estabelecimento de Ponto de 
Controle de Transito e Posições de Bloqueio nos principais acessos, com a finalidade de 
controlar movimentos, evitando o aumento da participação da população, desviando o 
tráfego de veículos e, com isso, evitando prejuízos às operações. 
- O cerco da área conturbada deve ser realizado mediante ocupação de posições de 
bloqueio nos acessos imediatos ou mesmo ao redor da turba; 
- Tem também a finalidade de demonstração de força,para causar forte impacto 
psicológico nos manifestantes; 
 
3.6.3 - Demonstração de Força 
 
- A demonstração de força é caracterizada, em primeira instância, pela própria tomada do 
dispositivo inicial; 
- Deve-se buscar dissuasão pelo efeito de massa; 
 
3.6.4 - Negociação 
 
A negociação deverá ocorrer durante todas as fases da operação, inicialmente pelos 
comandantes e autoridades e posteriormente pelo comandante da força de choque, 
valendo-se para isso, dos recursos de operações psicológicas, da comunicação social e de 
reuniões pessoais com as lideranças. 
- O êxito da negociação depende, em grande parte do efeito dissuasório da demonstração 
de força; 
- Deverá buscar-se, fundamentalmente, a solução pacífica do conflito, evitando-se a ação 
ofensiva; 
- Poderá ser estabelecido um prazo para que seja cumprida a determinação da autoridade 
legal. 
 
3.6.5 Investimento. 
 
O investimento e, a ação decisiva com o objetivo de controlar um distúrbio, quando se 
esgotaram todas as medidas preventivas. 
 
 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 21 
 
CAPÍTULO IV 
 
4.0- PLANEJAMENTO E INSTRUÇÃO 
 
A unidade em preparação para missões de controle de distúrbios passa por duas fases 
gerais, a fase do planejamento e instrução. 
 
4.1 - Planejamento 
As missões de uma tropa de ACD durante os distúrbios serão de restaurar e manter a 
ordem. O planejamento prevê a ação que será realizada antes, durante e após os 
distúrbios. 
 
4.2 - Instrução 
A instrução deverá incluir operações ofensivas e defensivas, diurnas e noturnas. Deverá 
ser encarada como uma continuação da instrução do GM. Há necessidade de uma 
instrução individual visando os aspectos psicológicos dos distúrbios. Esse treinamento visa 
conhecer o procedimento de multidões e turbas, preparando a tropa para o controle de 
suas próprias emoções. Causas das desordens devem ser estudadas para dar à tropa a 
razão porque seus elementos serão empregados. 
 
4.3 - Atributos 
Para a missão de ACD é importante que o efetivo seja selecionado dentro dos parâmetros 
que esses tipos de ocorrências demandam. Assim, atributos físicos, emocionais e 
psicológicos deverão ser avaliados para que haja a possibilidade de minimizar as 
incompatibilidades do GM com a atividade. 
 
4.3.1- Físico 
Recomenda-se que o GM da tropa de choque tenha, qualidades físicas como uma boa 
resistência aeróbica, excelente força dinâmica e estática e boa flexibilidade. 
 
4.3.2- Emocional 
O operador de ACD deve estar bem equilibrado emocionalmente, fator relevante 
demonstrado na segurança e poder de decisão ante as situações adversas vivenciadas 
pela tropa de choque. Outro fator de relevância vivido pela tropa de choque é a constante 
mobilização e desmobilização em prontidões, fato que exige equilíbrio emocional, pois nem 
todos GMs conseguem viver a ansiedade de estar em constante iminência de emprego e 
não operar. Deve ainda estar preparado psicologicamente para vencer todos os 
obstáculos, a fim de aumentar a possibilidade de lograr êxito em um possível confronto. 
Deve ser possuidor de coragem, ser detentor de uma energia moral ante o perigo, a fim de 
combater a ousadia do oponente. Saber impor-se diante de obstáculo enquanto um ser 
humano normal já teria recuado. O GM deve apresentar boa perseverança e paciência. 
 
CAPÍTULO V 
 
 
5.0 - COMPOSIÇÃO DE EQUIPES 
 
O Grupamento de Operações Especiais da Guarda Municipal da Cidade do Rio de Janeiro 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 22 
 
(GOE), criado a partir do DECRETO Nº 37042 de 16 de abril de 2013, com a finalidade de 
formar homens capacitados a enfrentar com ousadia, iniciativa e coragem em situações 
adversas e normalmente incomuns as tipicidades das atividades básicas das atribuições 
funcionais da Guarda Municipal. Entre elas planejar, dirigir, controlar e fiscalizar a 
execução das missões especiais, inibindo manifestações irregulares com perturbação da 
ordem pública e conceitos éticos e morais das regras de convivência em sociedade. Para 
tanto, o GOE, nas missões de ACD se subdivide em Patrulhas Avançadas de Controle 
(PAC). 
Patrulha é um grupo de elementos destacados por uma unidade com a finalidade de 
cumprir uma missão. 
Para uma maior eficácia no desempenho e no cumprimento das missões o Grupamento de 
Operações Especiais adotou este tipo de divisão de patrulhas proporcionando uma maior 
performance no emprego do seu efetivo. 
5.1- PATRULHA AVANÇADA DE CONTROLE - PAC 
 Uma PAC e composta por um efetivo que pode variar de 08 a 10GMs comandada por um 
Líder Operacional ou um Auxiliar. Atuando independentemente ou em conjunto, os 
integrantes das PACs estão equipados com equipamentos de proteção individual anti 
motim, IMPO, 1º socorros, ferramentas de arrombamento, extintores e comunicação. 
5.2 - FUNÇÕES 
Uma PAC é organizada de modo que cada homem tenha sua função definida. Deve ter 
uma flexibilidade tal que lhe permita se adaptaràs mais diversas situações. Ao atuar contra 
uma turba muito agressiva, por exemplo, integrantes como Auxiliares e Socorristas podem 
portar granadas. Ainda há as ocorrências nas quais uma PAC pode assumir uma 
constituição definida, tomando por critério o tipo do emprego, como por exemplo, uma 
ocupação de próprio municipal ou um grupo de intervenção rápida. 
 
5.2.1- Comandante de Turma 
Geralmente exercida por um Subinspetor podendo ser também por um Líder Operacional. 
Cabe ao Comandante todas as atribuições e responsabilidades atinentes a função. Ele é 
autoridade máxima na PAC, sua decisão deve ser respeitada e cumprida rigorosamente e 
ainda é responsável por toda a comunicação com manifestantes. Em situações de conflito 
porta : 
- EPI completo; 
- Tonfa ou bastão retrátil; 
- Sendo opcional : FN 303 ou AM 640; 
 
5.2.2 - Líder Operacional 
Ao Líder Operacional cabe comandar ou substituir o Comandante de Turma e auxiliá-lo em 
qualquer momento necessário. Deve estar preparado para opinar taticamente e 
operacionalizar a PAC na atuação das ACD. Em situações de conflito porta: 
- EPI completo; 
- Tonfa ou bastão retrátil; 
- Lançador AM 600 ou AM 640; 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 23 
 
- Granadas. 
 
5.2.3 - Auxiliar 
Têm a responsabilidade de corrigir e orientar as funções sob o seu comando e cumprir as 
ordens emanadas pelo Líder Operacional, para que atuem de forma correta e evitar que 
ocorram atos isolados dos GMs durante a ação. Podem atuar completando ou 
complementando qualquer função da PAC. Acumula a função de granadeiro. Em situações 
de conflito porta: 
- EPI completo; 
- Tonfa ou bastão retrátil; 
- Lançador FN 303; 
- Granadas. 
 
5.2.4 - Escudeiros 
 São responsáveis pela proteção da PAC contra arremesso de objetos que possam causar 
lesões ou danos ao efetivo . Em situações de conflito porta: 
- EPI completo; 
- Bastão longo; 
- Escudo de anti tumulto. 
 
5.2.5 - Bombeiro 
 Responsável pela extinção de fogo proveniente de ataques e responsável pelo 
equipamento de arrombamento. Em situações de conflito porta: 
- EPI completo; 
- Bastão longo; 
- Extintor de água pressurizada ou CO2; 
5.2.6 - Socorrista 
 Este GM é responsável pelo pronto atendimento da tropa em caso de ferimentos em ação. 
Pode acumular a função de bombeiro. Em situações de conflito porta: 
- EPI completo; 
- Tonfa ou bastão retrátil; 
- Mochila de socorro. 
 
5.2.7 - Motoristas 
Responsável pela segurança das viaturas durante o transcorrer da missão. Este deve estar 
ciente do objetivo da missão e comportar-se como se estivesse em constante ação. Deve 
estar sempre atento e providenciar contato com o restante da tropa. Em situações de 
conflito porta: 
- EPI completo; 
- Bastão longo. 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 24 
 
 
 5.2.8 - PAC com 08 GMs 
(1)- ( 2)- (3)- 
(4)- 
(1) - Socorrista (2) - Líder Op (3) - Auxiliar (4) - Escudeiros 
Fig. 1 - PAC com 08 GMs. 
 
Composição de uma PAC com 08 GMs, sendo 01 motorista. 
 
5.2.9 - PAC com 10 GMs 
(1)- (2)- (3)- (4)- 
(5)- 
 (1) - Bombeiro (2) - Líder Op. (3) - Auxiliar (4) - Socorrista (5) - Escudeiros. 
Fig. 2 - PAC com 10 GMs. 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 25 
 
Composção de uma PAC com 10 GMs , sendo 01 motorista. 
 
5.2.10 - 02 PACs atuando juntas. 
 
Comandante de Turma 
Auxiliar Líder Op Líder Líder Op Auxiliar 
 
Bombeiro Socorrista Socorrista Bombeiro 
 
 
 
 
 
PAC 01 PAC 02 
 
Fig. 3 - 2 PACs atuando juntas. 
 
5.3 - FUNÇÕES ESPECIAIS 
5.3.1- Capturadores 
 GMs destacados com conhecimento em artes marciais, para efetuarem prisões dos 
líderes das turbas ou elementos mais agressivos; 
5.3.2- Segurança de Autoridades 
 GMs destacados para prover e segurança de autoridades no local da operação; 
CAPÍTULO VI 
 
 
6.0 - EQUIPAMENTOS ESPECÍFICO 
As Ações de Controle de Distúrbios exigem que as unidades possuam entre seus 
armamentos e equipamentos aqueles que permitam ao GM operar com o menor risco de 
lesão ou morte próprio e de terceiros. O importante é que os materiais oferecidos aos 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 26 
 
guardas lhes permitam a confiança necessária para o cumprimento das mais variadas e 
difíceis missões. 
Dentre os equipamentos têm-se aqueles conhecidos como equipamentos de proteção 
individual (EPI), que protegem o GM individualmente, e os equipamentos de proteção 
coletiva (EPC), que protegem um grupo de GMs. A seguir serão listados os principais 
armamentos e equipamentos recomendados a uma tropa de ACD. 
 
6.1- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 
6.1.1- Capacete anti tumulto com viseira 
O capacete anti tumulto, e composto de casco, viseira, carneira, protetor de nuca e jugular. 
Confeccionado em Acetil Butil Estireno (ABS), na cor preta, com elevado grau de absorção 
de energia de impacto, não condutor de calor, tendo devido seu formato, a propriedade de 
reflexão de energia radiante permitindo o uso prolongado debaixo do sol, conservando, 
internamente temperatura normal; 
 
Fig. 4 – Capacete anti tumulto. 
 
6.1.2- Mascara contra gases 
Máscaras contra gases, é um equipamento de proteção individual que permite a 
permanência do homem em atmosfera saturada por presença de gases específicos, 
conforme o tipo de filtro utilizado, sem que inspire ar contaminado. 
 
 
Fig. 5 – Mascara contra gases. 
6.1.3- Caneleira 
Cápsula protetora rígida para o joelho com antideslizante em policarbonato ou polímero de 
alta densidade. Escudo em policarbonato ou polímero rígido de alta densidade para a 
canela e panturrilha 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 27 
 
 
Fig.6 - Caneleira. 
6.1.4- Protetor de braço e Cotoveleira 
 Os protetores braço, cotovelo e antebraço possuem na sua face externa placas 
policarbonato ou polímero rígido de alta densidade moldadas de forma anatômica. 
 
Fig. 7 – Protetor de braço e cotoveleira. 
6.1.5- Colete anti tumulto 
Para a proteção do tórax e costas são fabricadas com placas polímero moldadas de forma 
anatômica a fim de proporcionar ao usuário maior conforto. 
Na face interna, possui revestimento em tecido 3D com propriedades de dispersão de suor 
e diminuição de temperatura corporal. 
 
 
 
Fig. 8 – Colete anti tumulto. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 28 
 
6.1.6- Luva anti tumulto 
Com placas de proteção fabricadas em polímero. 
 
Fig. 9 – Luva anti tumulto. 
6.1.7- Protetor da coxa 
O protetor da coxa e seção do quadril é confeccionado em policarbonato ou Polímero de 
alta densidade, recobrindo toda a parte externa com espuma polietileno para absorção de 
impactos. 
 
Fig. 10 – Protetor de coxa. 
6.1.8 – Colete Tático 
Utilizado nas missões rotineiras dando maior capacidade de carga de acessórios 
individuais. Pode ser inserido no colete proteção balística ou proteção anti tumulto como 
uma placa de EVA. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 29 
 
 
Fig. 11 – Colete tático. 
6.2 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) 
6.2.1- Escudos anti-tumulto 
Sua parte externa é confeccionado em chapa de policarbonato de 8mm de espessura, 
moldada de forma curva. Sua parte interna é de policarbonato injetado. Possui apoio 
anatômico para o antebraço, moldado no próprio material da placa (policarbonato injetado), 
posicionadoem um ângulo de 45º em relação a essa placa interna. 
Para a fixação será utilizado entre a placa externa (escudo) e a placa interna uma borracha 
de 5 mm de espessura, para não causar vibrações.. A placa interna e ambidestra. 
 
 
 
Fig. 12 – Escudo anti tumulto. 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 30 
 
6.2.2 – Escudo anti tumulto circular 
É composto de peça única em policarbonato termoformado com espessura de 4 mm. 
 
Fig. 13 – Escudo anti tumulto circular. 
6.2.3- Extintores 
 Podendo ser de classe A, B ou C, visando atender as necessidades de emergências com 
fogo; 
 
Fig. 14 - Extintores. 
6.2.4- Mochila de socorro 
Composta com equipamento de primeiros socorros. Visa dar assistência primária básica 
em caso de agentes feridos no local ou em caso de remoção até a chegada ao tratamento 
médico; 
 
Fig. 15 – Mochila de socorro. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 31 
 
6.3. - ACESSÓRIOS 
São considerados acessórios os equipamentos e outros objetos não definidos como de 
proteção. 
 
6.3.1 - Material de corte e arrombamento 
Usados para romper portas, correntes, grades e até paredes, possibilitando à tropa de 
choque acessar o interior de prédios invadidos e outras edificações. 
 
Fig. 16 – material de corte e arrombamento. 
6.3.2 - Mochila de hidratação 
Estes equipamentos podem ser o cantil ou a bolsa de hidratação (que é facilmente 
acoplada às capas táticas ou dos coletes anti tumulto). 
 
Fig. 17 – Mochila de hidratação. 
6.3.3 - Megafone 
Dispositivos importantes para comunicação com os manifestantes e para emitir as ordens 
para a tropa de choque e demais GMs. Podem ser substituídos por alto falantes acoplados 
aos sinalizadores sonoros das viaturas. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 32 
 
 
Fig. 18 – Megafone. 
 
6.4. – INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (IMPO) 
6.4.1- Bastão longo 
 Fabricado em polipropileno de alta resistência e leveza; 
 
 
Fig. 19 – Bastão longo. 
 
6.4.2- Tonfa 
 Fabricada em polipropileno, é leve e prática para defesa, ataque e imobilização; 
 
Fig. 20 – Tonfa. 
 
 
6.4.5- Lançador AM 640 calibre 40 mm 
 
O lançador calibre 40 mm AM-640 foi desenvolvido para efetuar o disparo de toda a linha 
de munições de baixa velocidade no calibre 40 mm de fabricação CONDOR ou outros 
fabricantes. 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 33 
 
 
Fig. 21 – Lançador AM 640. 
 
O lançador AM-640/N é dotado de uma chave neutralizadora, que quando removida, trava o mecanismo de 
funcionamento, impossibilitando seu uso, e quando inserida, reativa o armamento. 
 
6.4.6- Lançador AM 600 calibre 37/38 mm 
O lançador AM-600 foi desenvolvido para efetuar o disparo de toda a linha de munições do 
mesmo calibre. 
 
Fig. 22 – Lançador AM 600. 
 
6.4.7- Carabina de ar comprimido FN 303 
A Carabina de ar comprimido semiautomático com carregador de 15 projetis permitindo um 
controle constante da munição restante e com mecanismo de carregamento rápido. 
 
 
Fig. 23 – Carabina de ar comprimido. 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 34 
 
 
 
6.5- GRANADAS EXPLOSIVAS 
São, por definição, artefatos bélicos de uso restrito ou proibido, com tamanho 
relativamente reduzido e peso máximo de um quilograma para facilitar o transporte e o 
arremesso. 
Para efeito de classificação a tropa de choque considera como granadas ofensivas àquelas 
que ao serem lançadas permitem o avanço simultâneo da tropa, pois deflagram uma carga 
explosiva de baixa velocidade e não expelem fragmentos que possam causar mortes ou 
graves lesões. As granadas defensivas são aquelas que ao serem lançadas obrigam o 
operador a estar abrigado, uma vez que possuem cinta de estilhaçamento capaz de 
lesionar gravemente uma pessoa ou mesmo causar sua morte, além de poderem possuir 
carga com alto explosivo (detonação). 
 
 
6.5.1- Granada outdoor efeito moral GL- 304/ I-REF 
 
A granada GL-304/I-REF foi desenvolvida para ser utilizada em operações de controle de 
distúrbios e combate à criminalidade. Possui grande efeito atordoante provocado pela 
detonação da carga explosiva, associado a uma nuvem de um pó branco de efeito moral, 
sem agressividade química. 
 
Fig. 24 – Granada GL- 304. 
 
6.5.2- Granada outdoor luz e som GL-307/I-REF 
A granada GL-307/I-REF foi desenvolvida para ser utilizada em operações de controle de 
distúrbios e combate à criminalidade. Possui grande efeito atordoante provocado pela 
detonação da carga explosiva associado à luminosidade intensa que ofusca a visão dos 
agressores por alguns segundos, permitindo uma eficiente ação. 
 
 
Fig. 25 – Granada GL-307. 
6.6- GRANADAS LACRIMOGÊNEAS E GRANADA FUMÍGENA 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 35 
 
São granadas que quando deflagradas operam por meio de queima e liberam fumaça com 
agente lacrimogêneo ou fumaça colorida. 
 
6.6.1- Granada Lacrimogêa Tríplice Hyper GL 300 TH/I-REF 
 
A granada GL-300/TH/I-REF, foi desenvolvida para ser utilizada em operações de controle 
de distúrbios e combate à criminalidade. Atua através da geração de intenso volume de 
fumaça contendo agente lacrimogêneo emitida por 3 pastilhas que se distribuem no solo, 
dificultando a devolução contra a tropa. 
 
Fig. 26 – Granada lacrimôgenea GL 300TH. 
6.6.2 – Granada Lacrimogênea Tríplice GL 300 T/I-REF 
A granada GL-300/T/I-REF foi desenvolvida para ser utilizada em operações de controle de 
distúrbios e combate à criminalidade. Atua através da geração de intenso volume de 
fumaça contendo agente lacrimogêneo emitida por 3 pastilhas que se distribuem no solo, 
dificultando a devolução contra a tropa. 
 
 
 
 
Fig. 27 – Granada GL 300 T. 
 
6.6.3 - Granada Fumígena colorida SS- 601 /I-REF 
A granada SS-601/I-REF foi desenvolvida para emprego em sinalização diurna colorida 
para salvamento, início e término de operações em selva, áreas rurais e urbanas, com a 
utilização do código de cores. Encontra também aplicação em operações de controle de 
distúrbios e combate à criminalidade. 
 
GOE MANUAL DE AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS Página 36 
 
Fig. 28 – Granada SS 601. 
 
6.7 MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
São, por definição, aquelas munições com as quais o atirador tem a possibilidade de 
controlar os efeitos desejados no oponente, pois poderá direcionar a aplicação das 
mesmas e variar a distância de utilização, nunca desrespeitando o limite mínimo de 
segurança. Dessa forma, empregando as munições de impacto controlado dentro das 
distâncias especificadas pelos fabricantes e aplicando-as nas regiões do corpo humano 
para as quais devem ser de fato direcionadas, os operadores poderão garantir os efeitos 
advindos dentro de um espectro aceitável e previamente elencado por quem desenvolve a 
munição. 
 
6.7.1- Munição AM 404 Trimpact Super 
O cartucho calibre 37/38 mm AM-404 foi desenvolvido para ser utilizado no controle de 
distúrbios e combate à criminalidade com a finalidade de deter ou dispersar infratores da 
lei, em alternativa ao uso de munição convencional. As munições de impacto controlado 
possuem alto poder de intimidação psicológica, provocam hematomas e fortes dores. 
 
Fig. 29 – Munição AM 404. 
6.7.2 Munição AM 404 12/E Multimpact Super 
O cartucho calibre 37/38 mm AM-404/12E foi desenvolvido para ser utilizado no controle 
de distúrbios e combate à criminalidade com a finalidade de deter ou dispersar infratores 
da lei, em alternativa ao uso de munição convencional. As munições de impacto controlado 
possuem alto poder de intimidação psicológica, provocam hematomas e fortes dores. 
 
Fig. 30 – Munição AM 404 12/E. 
6.7.3 Munições de impacto com glicol, pó de CS e pó de OC,calibre

Continue navegando