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1 APOSTILA DO CURSO DE OPERAÇÕES DE CHOQUE POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA 2 CONTRIBUIÇÕES GESTOR DO PROCESSO ELABORATIVO Tenente Coronel PMSC Maurício Silveira IDEALIZADOR E SUPERVISOR TÉCNICO 1º Tenente PMSC Felipe Oppenheimer Torres ELABORAÇÃO 1º Tenente PMSC Felipe Oppenheimer Torres 3º Sargento PMSC Thiago Vieira Cabo PMSC Samuel Leonor Cabo PMSC Felipe Lino Rossini Cabo PMSC Leonardo Campiolo Soldado PMSC Frederico Almeida de Castro Soldado PMSC Sandro Regis Barbosa APOIO Batalhão de Aviação da Polícia Militar de Santa Catarina – BAPM 1º Tenente PMSC Victor Bomfim Monteiro FOTOS Fabricia Pinho Silveira 3 PORTARIA N° 589 de 22 maio de 2012. Cria o brasão de armas, a insígnia de comando e o estandarte do Grupamento de Polícia de Choque da Polícia Militar. O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA, no uso de suas atribuições legais, Fundamentado nos artigos 24 e 25, do Regulamento de cores heráldicas, brasões de armas, insígnias de comando e estandartes da PMSC, aprovado pelo Decreto nº 28.441, de 14 de fevereiro de 1986, RESOLVE: Art. 1º - Criar o brasão de armas do Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque, composto por uma estrela de cinco pontas em metal-ouro encimando o escudo, debruada de filete estreito de preto (sable), carregada do barrete phrygio, de vermelho (goles), representando as forças republicanas que nos regem. Por um escudo português ou arredondado, cortado em chefe, sobre o campo de vermelho (goles), representando a coragem, a valentia, o sangue derramado a serviço do Estado. Representa também a intrepidez a fortaleza o valor e a vitória. No cantão (dextro) do chefe, as duas pistolas cruzadas em metal-ouro, símbolo universal de Polícia. No cantão (sinextro) do chefe, encruzadas uma chave, que lembra ser Santa Catarina ponto estratégico de primeira ordem, e uma âncora, representando que o Estado é marítimo, ambas em metal-ouro. O campo ocupado pela faixa e campanha será verde (sinople), que representa a esperança, a fé, o respeito e a amizade. Representa também a ilhaneza, que significa o empenho de não permitir o esmorecimento da moral censora da categoria, indispensável à administração da justiça, guardiã da dignidade da pessoa humana entre outras tantas lutas. No centro, um elmo em prata, voltado para o flanco (dextro), de matiz cinza, representando as constantes batalhas e o envelhecimento pelo uso, guarnecido nos bordos por virola negro (sable), representando a astúcia e a prudência, qualidades indispensáveis do guerreiro. O Timbre, plumas sobre o Elmo, será em vermelho (goles), e branco, representando a força e coragem associado a inteligência e a honra. A viseira cerrada sugere posição de combate, defesa ou proteção. O Elmo é símbolo das atividades de Polícia de Choque, da segurança nas ações e espírito de corpo, da temperança, da perseverança e da força, fatores essenciais a intervenção e o controle social, à pacificação urbana, a manutenção e à restauração da Paz e da Ordem Pública. Sobreposto obliquamente, partindo do flanco sinistro até encontrar o cantão (dextro) da ponta, um raio bidirecional em amarelo, jalne, representando a surpresa, a rapidez, a precisão nas ações e o pronto emprego da Tropa em todos os lugares, atributos necessários para assegurar, à sociedade, a igualdade, a liberdade e a justiça social. O raio é reconhecidamente o símbolo das forças policiais militares de ações rápidas. A espada será composta em metal-prata, detalhado em preto (sable), representa o instrumento de defesa da sociedade, dos necessitados e dos oprimidos, com as virtudes da lealdade, da justiça, da renovação e do compromisso ético de preservar a vida e cumprir a lei, valores invioláveis das unidades especializadas. Os louros, em ouro, circundando os elementos centrais sem se fecharem representam a grandeza de fatos que marcaram os grandes feitos de bravos homens e nações que se destacavam por sua coragem, força, determinação, bravura e vitórias. A cor de ouro que significa riqueza, constância, fé e pureza. Sob o escudo, um listel de pontas partidas de vermelho (goles), com a inscrição Grupamento de Polícia de Choque em branco, representando a determinação e ao compromisso de bem executar as suas missões, de alto risco, mesmo com o sacrifício da própria vida. 4 Art. 2º - Criar o estandarte do Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque, composto por três campos iguais divididos verticalmente, o primeiro na cor verde, o segundo na cor branca e o terceiro na cor vermelha. Sobre o centro do campo branco, o brasão de armas do GPChoque. Art. 3° Criar a Insígnia de Comando do Grupamento de Polícia de Choque composta no modelo padrão de bandeira universal, talhada por dois campos separados por um filete diagonal de branco. O primeiro será de verde e o segundo de vermelho, terá no cantão superior direito o símbolo da função de Subcomandante-Geral, formado por dois ramos de carvalho, símbolo do valor militar, em forma de coroa aberta unidos na base sob a cruzeta de um sabre apontado para cima, símbolo da autoridade e de comando, em branco filetados em preto. No cantão inferior esquerdo, o símbolo que representa o Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque. Art. 4º - A confecção do brasão de armas, da insígnia de comando e do estandarte do GPChoque obedecerá às normas previstas no Decreto n° 28.441, de 14 de fevereiro de 1986, que instituiu o regulamento de cores heráldicas, brasões de armas, insígnias de comando e estandartes da PMSC. NAZARENO MARCINERO Coronel PM Comandante-Geral da PMSC DOE Nº 19.339 DE 24/05/2012 5 ANEXOS Anexo I – Brasão de Armas do GPChoque 6 Anexo II – Estandarte do GPChoque Anexo III – Insígnia do Comando do GPChoque 7 DO BREVÊ DO CURSO DE OPERAÇÕES DE CHOQUE – COPC O breve do Curso de Operações de Choque é composto nos seguintes termos: I - ELMO - No centro, um elmo espartano (coríntio), frontal, o qual simboliza as raízes históricas das unidades de Choque, esculpido nas duas faces com raios, que simbolizam a prontidão, a rapidez e a presteza da Unidade no cumprimento das missões policiais. O Timbre, plumas sobre o Elmo, significa a força, a coragem, a inteligência e a altivez dos milicianos. O Elmo é símbolo das atividades de Polícia de Choque, da segurança nas ações e espírito de corpo, da temperança, da perseverança e da força, fatores essenciais a intervenção e o controle social, à pacificaçãourbana, a preservação e à restauração da Paz e da Ordem Pública. II - FUZIL - Sobreposto obliquamente, partindo do flanco sinistro até encontrar o cantão dextro da ponta, simboliza as atividades de patrulhamento tático móvel, também as ações de choque ligeiro, desenvolvidas pela Unidade. III - ESPADA – A espada, modelo espartana, de único punho e uma face, composta em metal. A espada singular usada pelos soldados espartanos na Grécia antiga caracterizava a índole austera, a disciplina, o treinamento e a honra militar. Simboliza o instrumento de defesa da sociedade, dos necessitados e dos oprimidos, também 8 os valores e virtudes tais como a lealdade, a honra, a integridade e a justiça, em suma, o compromisso ético-moral necessários na preservação da vida e cumprimento da lei, objetivos invioláveis das unidades especializadas. IV - LEMA DA UNIDADE - Paz e Ordem, Pax et Ordinem, representa o lema do Batalhão de Polícia de Choque. Significa a busca perene pela preservação da Ordem Pública e da paz social, respeitando-se os valores ético-morais, a lei e os princípios doutrinários do controle de distúrbios civis. V - LOUROS – Os louros, láurea, circundando os elementos centrais. Representa a vitória sobre as adversidades em qualquer ação ou operação policial, representam também os feitos marcantes e heroicos de homens e nações que se destacavam por sua coragem, força, determinação, bravura e vitórias. 9 Índice de imagens Figura 1: Formação em coluna por três...................................................................................................... 34 Figura 2: Mudança da formação coluna por três para formação coluna por dois ................................ 35 Figura 3: Formação em coluna por dois ..................................................................................................... 36 Figura 4: Formação em coluna por dois de combate ............................................................................... 37 Figura 5: Formação em linha ....................................................................................................................... 38 Figura 6: Formação em linha espaçada (sem apoio da Cavalaria ou Canil) ........................................ 39 Figura 7: Formação em cunha ..................................................................................................................... 39 Figura 8: Formação escalão a esquerda .................................................................................................... 40 Figura 9: Formação escalão a direita ......................................................................................................... 40 Figura 10: Formação guarda baixa ............................................................................................................. 41 Figura 11: Formação guarda baixa emassada .......................................................................................... 42 Figura 12: Formação em “U” ........................................................................................................................ 42 Figura 13: Formação guarda alta................................................................................................................. 43 Figura 14: Formação guarda alta emassada ............................................................................................. 44 Figura 15: Companhia de Choque formada por três pelotões ................................................................ 48 Figura 16: Formação apoio lateral com dois pelotões .............................................................................. 49 Figura 17: Formação apoio cerrado com dois pelotões ........................................................................... 50 Figura 18: Formação apoio central com dois pelotões ............................................................................. 51 Figura 19: Formação apoio complementar com dois pelotões ............................................................... 51 Figura 20: Exemplo de comando direcionado ............................................................................................ 54 Figura 21: Disposição das funções por viatura. Na possibilidade do Motorista poder ser empregado na formação, ele exercerá a função secundária. ..................................................................................... 59 Figura 22: Formação em linha no Choque Ligeiro Reduzido utilizando seis Policiais, permanecendo os 02 Motoristas embarcados. .................................................................................................................... 60 Figura 23: Formação em linha no Choque Ligeiro Reduzido utilizando oito Policiais, sem o apoio das viaturas. .................................................................................................................................................. 60 Figura 24: Formação meia lua ou semicírculo ........................................................................................... 62 Figura 25: Formação “Nike” com um Lançador Automático (função de Atirador), dois Lançadores Manuais e quatro Atiradores, com celas do lado direito do Pelotão. .................................................... 62 Figura 26: Formação em losango ................................................................................................................ 82 Figura 27: Formação em círculo .................................................................................................................. 83 10 Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 14 2. HISTÓRICO ........................................................................................................................................... 14 3. ATRIBUIÇÕES DO GPCHOQUE ....................................................................................................... 16 4. PERFIL PSICOGRÁFICO DO CHOQUEANO ................................................................................. 17 5. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO PELOTÃO DE CHOQUE ...................................................... 17 6. PRIORIDADE DE EMPREGO DE MEIOS ........................................................................................ 19 6.1 Vias de fuga ........................................................................................................................................ 19 6.2 Demonstração de força ..................................................................................................................... 19 6.3 Ordem de dispersão .......................................................................................................................... 19 6.4 Recolhimento de provas ................................................................................................................... 20 6.5 Emprego de água ............................................................................................................................... 20 6.6 Emprego de agentes químicos e artefatos de menor potencial ofensivo diversos .................. 20 6.7 Carga de cassetete ............................................................................................................................20 6.8 Emprego do Canil............................................................................................................................... 21 6.9 Carga de Cavalaria ............................................................................................................................ 21 6.10 Detenção de líderes ........................................................................................................................ 21 6.11 Atiradores de elite ............................................................................................................................ 21 6.12 Emprego de arma de fogo .............................................................................................................. 22 7. SITUAÇÃO DA TROPA ....................................................................................................................... 22 7.1 Situação normal ................................................................................................................................. 22 7.2 Sobreaviso .......................................................................................................................................... 22 7.3 Prontidão ............................................................................................................................................. 22 7.4 Determinação da situação ................................................................................................................ 23 8. CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS ............................................................................................... 23 8.1 Conceitos de Choque ........................................................................................................................ 23 8.1.1 Força policial de Choque ........................................................................................................... 23 8.1.2 Ação de Choque ........................................................................................................................ 23 8.1.3 Operações de Choque ............................................................................................................... 23 8.1.4 Gestão ética de multidões ......................................................................................................... 24 8.2 Tipos de massas ................................................................................................................................ 24 8.2.1 Aglomeração ............................................................................................................................... 24 8.2.2 Manifestação ............................................................................................................................... 24 8.2.3 Reunião ou multidão .................................................................................................................. 24 8.2.4 Tumulto......................................................................................................................................... 25 8.2.5 Turba............................................................................................................................................. 25 8.3 Fatores que influenciam o comportamento das pessoas ............................................................ 26 8.3.1 Número ......................................................................................................................................... 26 8.3.2 Sugestão ...................................................................................................................................... 26 8.3.3 Contágio ....................................................................................................................................... 26 8.3.4 Anonimato .................................................................................................................................... 26 8.3.5 Novidade ...................................................................................................................................... 26 11 8.3.6 Expansão das emoções reprimidas ......................................................................................... 26 8.3.7 Imitação ........................................................................................................................................ 27 8.3.8 Influência das redes sociais ...................................................................................................... 27 8.4 Considerações iniciais ....................................................................................................................... 27 8.5 O Pelotão de Choque ......................................................................................................................... 30 8.5.1 Funções do Pelotão de Choque ............................................................................................... 30 8.5.2 Armamentos e equipamentos do Pelotão de Choque .......................................................... 32 8.6 Formações de Pelotão de Choque .................................................................................................. 33 8.6.1 Formações básicas ..................................................................................................................... 34 8.6.2 Formações ofensivas ................................................................................................................. 37 8.6.3 Formações defensivas ............................................................................................................... 41 8.6.4 Formação de ataque .................................................................................................................. 45 8.7 Deslocamentos ................................................................................................................................... 46 8.8 Companhia de Choque ...................................................................................................................... 48 9. COMANDOS DO PELOTÃO DE CHOQUE ...................................................................................... 52 9.1 Comandos verbais ............................................................................................................................. 52 9.2 Comando direcionado por indução ................................................................................................. 53 9.3 Comandos por gestos ....................................................................................................................... 54 10. CHOQUE LIGEIRO ......................................................................................................................... 58 10.1 Funções básicas dos componentes do Choque Ligeiro ............................................................ 58 11. OPERAÇÕES DE CHOQUE EM ESTABELECIMENTOS PENAIS ......................................... 60 11.1 Técnicas para emprego da Tropa de Choque em estabelecimento penal ............................. 61 11.1.1 Composição do Pelotão em estabelecimento penal ........................................................... 61 11.1.2 Formações da Tropa de Choque em estabelecimento penal ............................................ 61 11.2 Procedimentos da Tropa de Choque em estabelecimento penal........................................... 63 11.2.1 Revista em estabelecimento penal ........................................................................................ 63 11.2.2 Rebelião em estabelecimento penal ......................................................................................65 11.3 Alternativas táticas para atuação em estabelecimento penal..................................................... 66 11.4 Procedimentos específicos para atuação em estabelecimento penal ..................................... 67 11.4.1 Resistência passiva de preso em cela .................................................................................. 67 11.4.2. Resistência ativa de preso em cela...................................................................................... 67 11.4.3 Resistência passiva de preso na área de contenção .......................................................... 68 11.4.4 Resistência ativa de preso em área de contenção .............................................................. 68 11.5 Recomendações diversas para o emprego da Tropa de Choque em estabelecimentos penais ......................................................................................................................................................... 68 12. REINTEGRAÇÃO DE POSSE ....................................................................................................... 70 12.1 Fases da operação .......................................................................................................................... 71 12.1.1 Planejamento............................................................................................................................. 71 12.1.2 Preparação do terreno ............................................................................................................. 73 12.1.3 Negociação ................................................................................................................................ 74 12.1.4 Ocupação ................................................................................................................................... 74 12.1.5 Retirada dos invasores ............................................................................................................ 74 12.1.6 Rescaldo .................................................................................................................................... 75 12 12.1.7 Entrega ao proprietário ............................................................................................................ 75 12.2 Demais orientações ......................................................................................................................... 75 12.2.1 Ao Comandante da Operação ................................................................................................ 75 12.2.2 Ao Comandante do Pelotão de Patrulhamento Tático ........................................................ 76 12.2.3 Observações g erais ................................................................................................................ 76 13. ATUAÇÃO EM PRAÇA DESPORTIVA ........................................................................................ 78 13.1 Prioridade de emprego de meios em arquibancada:.................................................................. 79 13.1.1 Vias de fuga ............................................................................................................................... 79 13.1.2 Demonstração de força ........................................................................................................... 79 13.1.3 Ordem de dispersão ................................................................................................................. 79 13.1.4 Recolhimento de provas .......................................................................................................... 80 13.1.5 Carga de cassetete .................................................................................................................. 80 13.1.6 Detenção de líderes ................................................................................................................. 80 13.2 Equipamentos ................................................................................................................................... 80 13.3 Procedimento em caso de invasão de campo por poucos torcedores .................................... 81 13.4 Ações a ser desenvolvidas pela Tropa de Choque .................................................................... 81 13.5 Formação para a proteção dos árbitros na hipótese de agressão por parte de jogadores ou poucos torcedores .................................................................................................................................... 82 13.6 Controle de tumultos ....................................................................................................................... 83 13.7 Atuação da Tropa de Choque na hipótese de invasão do campo generalizada .................... 84 13.8 Níveis de policiamento e emprego do efetivo do Choque em praça desportiva .................... 84 13.9 Escolta ............................................................................................................................................... 86 13.9.1 Procedimentos para realização de escolta de torcida organizada com o Choque apoiando no embarque: ....................................................................................................................... 86 13.9.2 Procedimentos para realização de escolta de torcida organizada com o comboio já formado: ................................................................................................................................................. 87 14. POLICIAMENTO EM GRANDES EVENTOS .............................................................................. 89 14.1 Atividades desempenhadas em grandes eventos pelo GPChoque ......................................... 90 14.1.1 Tipos de deslocamento ............................................................................................................ 90 14.1.2 Intervenção ................................................................................................................................ 93 14.1.3 Posto de observação ............................................................................................................... 94 15. HELITRANSPORTE EM OPERAÇÕES DE CHOQUE ............................................................. 94 15.1 Procedimentos para embarque ..................................................................................................... 95 15.2 Procedimentos para desembarque ............................................................................................... 96 15.3 Observações importantes ............................................................................................................... 97 16. PATRULHAMENTO TÁTICO MÓVEL.......................................................................................... 98 16.1 Equipamentos de carga obrigatória de cada policial .................................................................. 99 16.2 Equipamentos básicos viatura Choque – carga da viatura ....................................................... 99 16.3 Equipamentos básicos viatura Choque – a serem acautelados ............................................... 99 17. ORDEM UNIDA DE CHOQUE ...................................................................................................... 99 18. INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ...................................................... 102 18.1 Conceitos básicos .......................................................................................................................... 102 18.1.1 Menor potencial ofensivo.......................................................................................................102 13 18.1.2 Técnicas de menor potencial ofensivo ................................................................................ 103 18.1.3 Tecnologias de menor potencial ofensivo ........................................................................... 103 18.1.4 Equipamentos de menor potencial ofensivo ....................................................................... 103 18.1.5 Armas de menor potencial ofensivo .................................................................................... 103 18.1.6 Munições de menor potencial ofensivo ............................................................................... 103 18.2 Agente químico .............................................................................................................................. 103 18.2.1 Níveis de concentração do agente químico ....................................................................... 103 18.2.2 Classificação dos agentes químicos .................................................................................... 104 18.3 Agentes químicos utilizados em ações de Choque .................................................................. 106 18.3.1 Ortoclorobenzilmalononitrilo (CS) ........................................................................................ 106 18.3.2 Oleoresina de Capsaicina (OC) ............................................................................................ 108 18.3.3 Ácido Pelargônico Vanilamida (PAVA) ................................................................................ 110 18.3.4 Cloracetofenona (CN) ............................................................................................................ 110 18.3.5 Hexacloroetano (HC) ............................................................................................................. 111 18.3.6 Misturas de gases .................................................................................................................. 111 18.4 Métodos de dispersão dos agentes químicos no ambiente .................................................... 111 19. REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 113 14 1. INTRODUÇÃO A atuação de uma Tropa de Choque é a última esperança do Estado Democrático de Direito, pois esta Tropa especializada só atuará em último caso, quando não houver mais argumentos e/ou negociação e a resolução do problema exigir a utilização de uma força superior. O presente manual tem por objetivo padronizar e direcionar as ações desenvolvidas pelo Grupamento de Polícia de Choque da Polícia Militar de Santa Catarina, nos seguimentos de sua competência, conforme estabelecido na Diretriz de Procedimento Permanente n° 041/2015/CMDOG e Portaria do Comando Geral nº 205, de 29 de fevereiro de 2016, quais sejam: atuação em manifestações sociais, controle de distúrbios civis, desobstrução de vias públicas, policiamento em grandes eventos e praças desportivas, atuação em estabelecimentos penais rebelados sem reféns, cumprimento de mandados de reintegração de posse rural e urbana e realização de patrulhamento tático motorizado (PATAMO) em áreas de alto risco. Pretende-se com o presente documento sedimentar a doutrina de Operações de Choque no estado de Santa Catarina, servindo de consulta e embasamento para todos os Policiais Militares do estado, bem como para oferecer um serviço de alto nível, eficaz e eficiente para a população catarinense. Importante ressaltar que apenas a leitura deste manual não fornece ao leitor o conhecimento suficiente para utilizar as técnicas aqui presentes, devendo o Policial ser formado por meio de curso especifico na área de Choque. 2. HISTÓRICO O Grupamento de Polícia de Choque foi criado pela Portaria nº 156, de 03 de Fevereiro de 2011, assinada pelo Exmo. Senhor Comandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina. No entanto, pode-se considerar a edição dessa portaria como uma espécie de “retomada e reestruturação”, uma vez que as atividades de Polícia de Choque na PMSC possuem origens remotas, na década de 1970, com base no antigo Pelotão de Operações Especiais (PELOPES), à época subordinado ao 4° Batalhão de Polícia Militar da Capital. Esse Pelotão especial sofreu certa reformulação e transformação na década de 1980, período em que foi criada a Companhia de Choque, também sediada onde hoje se encontra estabelecido o 4° BPM. 15 A Companhia de Choque naquela década alçou real importância técnica e simbólica na área da Segurança Pública no estado, especialmente com o intercâmbio técnico-profissional efetivado por alguns Oficiais da PMSC com a Polícia Militar do Estado de São Paulo, obtendo-se novos conhecimentos na emergente área de especialidade voltada ao controle de movimentos sociais e distúrbios civis. Ressalta-se que naquela fase, em todo o Brasil, e também em Santa Catarina, associado a questões políticas e trabalhistas, emergiam inúmeros problemas e graves eventos e conflitos que afetavam a ordem e a paz social, dentre eles: a greve de mineiros em Criciúma e as manifestações políticas na Capital do Estado, que exigiam a atuação da nova Unidade Policial. Verifica-se ao longo da história que a Companhia de Choque ampliou o rol de atividades desenvolvidas pelo antigo PELOPES, direcionando a aplicação técnica e tática com foco no controle de distúrbios civis, agindo em operações repressivas e preventivas ligadas aos inúmeros movimentos sociais emergentes no estado. Nesse mesmo período histórico um evento fatídico, conhecido como “Caso Montanha”, ocorrido no bar Barulho Urbano, na Capital, culminou na extinção da briosa Companhia de Choque, criando-se então uma lacuna que só foi preenchida na década de 1990, com a criação de uma nova OPM, denominada de Batalhão de Operações Especiais (BOE). Em meados de 2005, em face da evolução doutrinária e necessidades institucionais no campo da Segurança Pública, houve radical alteração na estrutura orgânica do BOE, qual seja, a divisão da estrutura orgânica existente, decompondo as frações operacionais existentes e até então centralizadas (Companhia de Operações Especiais, Canil e Cavalaria). Assim, cada qual passou a constituir unidade independente respaldadas na Portaria nº 501 de 25 de outubro de 2005/CMDO-G, alterando-se também o nome da OPM de Batalhão de Operações Especiais (BOE) para Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Em 2011, frente às crescentes demandas no campo da Segurança Pública, notoriamente aquelas vinculadas aos movimentos sociais, greves, manifestações e passeatas, bem como o recrudescimento da criminalidade violenta foi extraída do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) as atribuições voltadas ao controle de distúrbios civis, erigindo-se a nova Unidade 16 Policial Militar designada de Grupamento de Polícia de Choque (GPChoque), com a edição da Portaria nº 156, de 03 de Fevereiro de 2012. Na atualidade a Unidade operacionalé referenciada nos meios de comunicação em massa, tornando-se uma das mais conceituadas Unidades do Estado, congregando indiscutível referencial na disseminação doutrinária e operacional nas áreas de: Operações de Choque; Tecnologias de Menor Potencial Ofensivo; Agentes Químicos, dentre outras, contribuindo assim, sobremaneira, com o sistema de Defesa Social em Santa Catarina, o que lhe assegurou, para além da designação formal descrita na Portaria n. 156, o reconhecimento interno e social valendo-lhe a alcunha de BPCHOQUE, dada a dimensão e alcance dos serviços prestados junto à comunidade catarinense, ratificando o lema que lhe dirige as atividades: “Pela paz e pela ordem, Choque!”. O lema justifica-se devido ao apoio continuo às demais Unidades de área e, por meio de dezenas de operações, em especial nas rebeliões e fugas em massa de estabelecimentos penais e, ações em movimentos sociais diversos; na retomada de pontos sensíveis, nas recuperações de objetos de roubo; nas apreensões de substância entorpecentes (algumas contando toneladas), armas ilícitas apreendidas; infratores presos em flagrante delito, dentre outras atuações e ações, inclusive no campo pedagógico acadêmico e na difusão doutrinária com treinamentos realizados nas unidades de área, que demonstram o significativo e relevante papel dessa OPM em nossos dias. 3. ATRIBUIÇÕES DO GPCHOQUE Em face das inúmeras atividades desenvolvidas diariamente e as especialidades de seus integrantes, foram atribuídas outras missões no campo da Segurança Pública ao GPChoque, notadamente as que estão vinculadas ao atendimento de ocorrências de alto risco e complexidade, tais como: combate ao tráfico de entorpecentes e ao crime organizado estadual; intervenção e operações em estabelecimentos penais rebelados; patrulhamento tático motorizado em locais de alto risco; policiamento em praças desportivas e grandes eventos; cooperação em atividades de Defesa Civil; efetivação de operações e ações de controle de distúrbios civis; e, ações de desapropriação e reintegração de posse em apoio ao Poder Judiciário. 17 4. PERFIL PSICOGRÁFICO DO CHOQUEANO Pelas exigências da atividade em que será empregado, as principais características do Policial Militar integrante da Tropa de Choque são: 4.1 - DISCIPLINA: o Policial Militar integrante do Choque deve ter conhecimento técnico e doutrinário que lhe permita executar suas missões segundo protocolos pré-estabelecidos e determinações de seus superiores hierárquicos, devendo atuar somente mediante ordem; 4.2 - AUTOCONTROLE: o Policial Militar integrante do Choque deve ter conhecimento técnico e doutrinário que lhe permita suportar condições adversas quando no cumprimento de suas missões, respeitando os direitos individuais e coletivos, atuando segundo preceitos legais, não podendo desta forma admitir que, por exemplo, um Policial Militar pertencente à Tropa de Choque venha a perder a razoabilidade e passe a agir com fúria e emoção por ter sofrido impropério ou se deixar levar pela emoção da operação; 4.3 - RESISTÊNCIA À FADIGA: o Policial Militar integrante do Choque deve ter capacidade física diferenciada que lhe permita operar em condições adversas e intensas; Busca-se também no Policial Militar da Tropa de Choque CORAGEM, FORÇA DE VONTADE, ASTÚCIA, ZELO, DEDICAÇÃO, RUSTICIDADE, COMPANHEIRISMO e ESPÍRITO DE CUMPRIMENTO DE MISSÃO. 5. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO PELOTÃO DE CHOQUE 5.1 - É indivisível O Pelotão de Choque não pode ser dividido, pois cada homem integrante do Pelotão possui uma função primordial, e algumas vezes única, que será fundamental para o sucesso da missão caso a Tropa de Choque venha a ser empregada. 5.2 - Todo policial integrante do Pelotão de Choque é responsável pela segurança do Pelotão e de seu companheiro. 18 5.3 - Todo o policial da Tropa de Choque zela pelo seu equipamento individual e/ou coletivo e o conhece perfeitamente. 5.4 - Escudeiros sempre tem prioridade sobre os demais policiais do Pelotão Por ser a função mais desgastante do Pelotão, os Escudeiros sempre deverão ser os primeiros a comer, os primeiros a beber, sempre terão prioridades para sentar durante o transporte da Tropa, entre outros benefícios. 5.5 - Todos os Policiais integrante da Tropa de Choque devem conhecer os objetivos da missão Na reunião que antecede a operação, o Comandante do Pelotão deverá apontar os objetivos da missão, a técnica a ser empregada e os pontos relevantes. 5.6 - Só desembarca e atua mediante ordem do seu Comandante. 5.7 – A Tropa de Choque só atua quando há visibilidade do terreno e do oponente. 5.8 - Atua estritamente dentro da lei e sempre demonstrando autoridade, deixando as questões sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis. 5.9 - Mantém-se distante do oponente (distância ideal mínima de 30 metros) Entretanto, de acordo com as circunstâncias da atuação da Tropa de Choque, este pode atuar de forma excepcional em distância menor do que a preconizada, podendo haver restrições na sua atuação. 5.10 - O principal objetivo da Tropa de Choque é a dispersão dos manifestantes e não a detenção dos mesmos. 5.11 - Age sempre observando os critérios da prioridade de emprego de meios. 19 6. PRIORIDADE DE EMPREGO DE MEIOS Uma Tropa de Choque sempre deve agir pautada dentro da legalidade, proporcionalidade, necessidade e conveniência. É importante ressaltar que na maioria das vezes a Tropa de Choque não está atuando contra marginais, mas contra pessoas que reivindicam direitos e que podem extrapolar suas emoções. Ademais, toda ação desenvolvida por uma Tropa de Choque sempre tem grande repercussão por ser extremamente traumática, gerando, desta forma, grande interesse na imprensa. Assim sendo, com intuito de evitar maiores danos à imagem da Corporação, deve-se sempre, que possível, atentar para as seguintes prioridades, lembrando que as mesmas devem ser observadas e postas em prática durante todo o desenrolar da operação, desde que possível fazê-las: 6.1 Vias de fuga O reconhecimento prévio do local de atuação é de suma importância para permitir o deslocamento e aproximação da Tropa por vias de acesso adequadas e para que sejam asseguradas aos manifestantes vias de fuga necessárias. Quanto mais caminhos de dispersão forem dados à multidão, mais rapidamente ela se dispersará. A multidão não deve ser encaminhada em direção a veículos, viaturas da Corporação ou em direção a estabelecimentos públicos e/ou privados (pontos sensíveis) a fim de evitar depredação. 6.2 Demonstração de força A Tropa deverá desembarcar em local longe das vistas do oponente, mas próxima o suficiente para agir rapidamente, sem desgastes. Deverá o local ser escolhido de forma a não comprometer a segurança das viaturas. A demonstração de força deve ser feita através da disposição da Tropa em formação disciplinada e no ponto mais próximo do contato. 6.3 Ordem de dispersão Dada pelo Comandante do Pelotão, preferencialmente, através de amplificadores de som (alto-falantes em viaturas ou bons megafones) de modo a assegurar que todos os manifestantes possam ouvir claramente. A proclamação deve ser de modo claro, distinto e em termos positivos. Os manifestantes não devem ser repreendidos,desafiados ou ameaçados. Por exemplo, o Comandante dirá: “Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através de outros 20 meios”, se os agitadores não obedecerem às suas ordens para que se dispersem pacificamente, deverão ser adotadas novas medidas. 6.4 Recolhimento de provas É uma providência que deve ser adotada durante toda a operação, pois consiste em fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos ocorridos para posterior apresentação à Justiça. As provas devem ser reunidas quanto à identidade dos líderes e seus auxiliares e os meios utilizados (cartazes, faixas, armas, intenções etc.). Muitas vezes a simples presença de um fotógrafo atuando junto à Tropa causa um efeito nos manifestantes que temem sua posterior identificação e os que se aproveitam do anonimato procurarão se esconder ou abandonar o local. Esta atribuição é exercida não apenas pela Tropa de Choque, como também pelo serviço de inteligência ou pelas Unidades de área. 6.5 Emprego de água Jatos de água lançados por meio de veículos blindados denominados de veículos lançadores de água (VLA). Tinta inofensiva poderá ser misturada à água, a fim de que as pessoas sejam marcadas para identificação posterior ou mesmo para aumentar o efeito psicológico, bem como ser adicionado à água algum agente químico para dispersar os manifestantes. 6.6 Emprego de agentes químicos e artefatos de menor potencial ofensivo diversos Dada a grande variedade de instrumentos de menor potencial ofensivo, como por exemplo, munições de impacto controlado e agentes químicos, estes devem ser utilizados de forma técnica e dentro de suas especificações, levando- se em consideração as peculiaridades da atuação, condições do terreno e condições climáticas. Situações fáticas como a direção do vento e a distância entre a Tropa de Choque e a turba são de fundamental importância, apresentando-se como determinantes na maneira e no tipo de instrumento empregado. 6.7 Carga de cassetete O avanço sobre o oponente deve ser realizado através das formações. Seu valor reside no efeito psicológico que provoca. 21 Componentes de um tumulto podem desafiar com sucesso as Tropas equipadas apenas com armas de fogo, pois bem sabem da hesitação normal que precede o emprego de disparos contra a massa humana. Por outro lado, a presença das Tropas empunhando cassetetes ostensivamente incute maior respeito ao oponente, pois eles e os curiosos sabem que os bastões serão usados vigorosamente. 6.8 Emprego do Canil A utilização de cães pode ser eficiente na dispersão da turba, porém deve o comandante atentar para a questão de que os policiais do Canil não utilizam escudos, tornando seu emprego limitado em uma manifestação agressiva e hostil; 6.9 Carga de Cavalaria Massas humanas dispostas a enfrentar e resistir à ação policial podem ser manejadas ou mesmo dispersas por meio do emprego da Cavalaria. Esquadrões de cavalaria equipados com material antitumulto podem representar extrema eficácia para a dispersão de uma turba, bem como sua mobilidade, principalmente em terrenos bastante acidentados, é fundamental para auxiliar o comandante da ação na consecução do objetivo de restabelecimento da ordem, devido ao seu alto valor de impacto psicológico. Contudo, a carga de cavalaria deve ser minuciosamente avaliada antes de seu emprego por conta de seu provável efeito traumático; 6.10 Detenção de líderes Sabemos que os líderes são os primeiros a fugir com o avanço da Tropa. Esta detenção não deverá ser feita pela Tropa de Choque, ficando a responsabilidade por conta dos policiais à paisana ou das Unidades de área. 6.11 Atiradores de elite Durante um distúrbio, os atiradores de elite, dotados de armas de precisão, procurarão, mediante ordem, neutralizar as pessoas que disparem arma de fogo contra a Tropa, desde que haja um bom campo de tiro, pois nunca se deve atirar contra a massa. Estes manifestantes armados poderão atirar contra a Tropa, de posições de franco-atiradores, como, por exemplo, de janelas de edifícios, veículos ou outros pontos estratégicos. 22 6.12 Emprego de arma de fogo Deve ser utilizado como último recurso quando se coloca em risco a integridade física ou a vida dos operadores da Tropa de Choque. Somente devem-se utilizar armas de fogo em legítima defesa. IMPORTANTE: a ordem do emprego dos meios poderá, a critério técnico do Comandante do Pelotão, ser alterada, se assim exigir a situação específica para a qual a Tropa for empregada. 7. SITUAÇÃO DA TROPA Como Tropa reserva de pronto emprego, a Tropa de Choque deve estar preparada para agir como tal. Assim, se faz necessário estabelecer critérios baseados no grau de perturbação da Ordem Pública para que esta Tropa saiba como proceder em situações que possa exigir sua atuação: 7.1 Situação normal • Não há nenhuma alteração nas atividades da Unidade. 7.2 Sobreaviso • Não são suprimidos os serviços normais e nem há recolhimento de Tropa; • Folgas são obrigatoriamente gozadas, mas deve-se ficar em condições de acionamento caso a situação exija; • Em caso de acionamento o Policial Militar deverá estar apto a se apresentar no batalhão com o prazo mínimo de 02 (duas) horas. 7.3 Prontidão • Ficam suprimidas as folgas sem prejuízo do serviço normal; • Mediante ordem do escalão superior poderá haver liberação parcial do efetivo; • Após recebimento da ordem de prontidão todo o efetivo deve ser avisado para comparecer ao batalhão com o prazo mínimo de apresentação de 02 (duas) horas. 23 7.4 Determinação da situação As situações previstas acima são determinadas quando ocorrem os seguintes critérios: Situação normal - Quando a situação é normal, não ocorrendo nada que implique em outras medidas que as usuais. Sobreaviso - Quando há a possibilidade de perturbação grave da Ordem Pública pelos mais diversos fatores. Prontidão - Na ocorrência de fatos graves que exijam o emprego imediato da Tropa com capacidade de resolver rapidamente a situação. 8. CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS Antes de adentrarmos neste assunto, necessário se faz, preliminarmente, conceituar alguns itens imprescindíveis na doutrina de Choque. 8.1 Conceitos de Choque 8.1.1 Força policial de Choque Força Policial Militar que atua na seara do policiamento ostensivo especializado de Choque, visando suplementar a manutenção da ordem pública ou o restabelecimento desta, com ou sem o apoio do policiamento ostensivo especializado com cães e/ou policiamento ostensivo especializado de Choque montado. 8.1.2 Ação de Choque Ato ou efeito de realizar uma tarefa ou conjunto de tarefas que contribuem para a realização de uma determinada operação de Choque, seja de suplementação da manutenção ou de restabelecimento da ordem pública. 8.1.3 Operações de Choque É a conjugação de ações, para gestão e controle de multidões, executada por fração de Tropa de Choque constituída, com ou sem o apoio do policiamento com cães e do policiamento montado, que exige planejamento específico. Seus tipos são: a) Ação de suplementação da manutenção da ordem pública.b) Ação de restabelecimento da ordem pública. 24 8.1.4 Gestão ética de multidões É o processo eficaz de identificar, obter e aplicar, em conformidade com a legislação vigente, as medidas estratégicas adequadas e as alternativas táticas policiais, dentro da doutrina do uso diferenciado da força, para a manutenção ou restabelecimento da ordem pública, a fim de preservar vidas e a integridade física dos envolvidos, proteger patrimônios e de aplicar a lei. Opera em três níveis: emprego do policiamento ostensivo geral, emprego do policiamento ostensivo de controle de massas e o emprego do policiamento ostensivo especializado de Choque. 8.2 Tipos de massas 8.2.1 Aglomeração Conjunto de pessoas alocadas, acidental ou motivadamente, em um determinado espaço físico, onde pensam e agem como personagens isolados e independentes entre si, predominando apenas o sentimento de estar fisicamente dividindo um mesmo espaço físico. Geralmente, os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados. A aglomeração poderá resultar da reunião acidental e transitória de pessoas, tal como acontece na área comercial de uma cidade em seu horário de trabalho ou nas estações ferroviárias / rodoviárias em determinados instantes. 8.2.2 Manifestação Refere-se à liberdade de pensamento, é a face externa da liberdade íntima de consciência e de crença. Pode ser exercida individual ou coletivamente. É a demonstração de sentimento hostil ou simpático a determinada autoridade ou a alguma condição ou movimento político, econômico ou social. Neste ponto diferencia-se da reunião, porque pode ser exercida individualmente. Se houver pluralidade de participantes a manifestação de pensamento exteriorizada poderá denominar-se reunião ou manifestação. 8.2.3 Reunião ou multidão Adesão consciente e/ou inconsciente de duas ou mais pessoas, onde está presente um sentimento de pertencimento e inclusão a um grupo em que os personagens têm pensamentos, ações e comportamentos em confluência a objetivo(s) em comum. Ela poder ser eventual ou temporária, estática ou 25 itinerante, e possui objetivos voltados à discussão de temas de interesse dos indivíduos. Caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós” entre os seus membros. “- Nós estamos aqui para lutar pela cultura!” “- Nós estamos aqui para prestar solidariedade!” “- Nós estamos aqui para protestar!” A análise do fenômeno “nós” não pode limitar-se a uma audição referente à comunicação verbal, e sim, também se recomenda observar a comunicação não verbal, ou seja, o comportamento neurolinguístico, porque o corpo também “fala”, comunicando-se por gestos, atos e posturas. Essas repetições de comportamentos são levadas a cabo pelo mesmo grupo, como por exemplo, em shows musicais aonde o artista algumas vezes conduz a repetição de gestos e refrãos das músicas por parte dos espectadores. 8.2.4 Tumulto Em sentido amplo são todos os eventos que provocam comoção, agitação, convulsão, algazarra, correria e/ou barulheira, desde que sejam de pequena proporção. 8.2.5 Turba Reunião (multidão) em desordem e violenta, onde as pessoas estão sob o estímulo de intensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão e o respeito à lei e à ordem. A violência praticada é transitória e normalmente surge de maneira espontânea. A turba pode ser: 8.2.5.1 Turba em pânico Aquela que procura fugir. Na tentativa de garantir sua segurança pela fuga, os seus integrantes poderão perder o senso da razão e tal circunstância poderá conduzi-la à destruição; 8.2.5.2 Turba predatória Aquela que é impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais, como é o caso nos distúrbios para obtenção de alimentos; 26 8.2.5.3 Turba agressiva Aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem com atos de violência, tal como acontece em distúrbios resultantes de conflitos políticos ou raciais, nos linchamentos ou nas rebeliões de detentos. 8.3 Fatores que influenciam o comportamento das pessoas 8.3.1 Número A consciência que os participantes de uma turba têm do seu valor numérico lhes proporciona uma sensação de poder e segurança. 8.3.2 Sugestão As ideias se propagam despercebidas nas turbas sem que os seus participantes raciocinem ou possam contestá-las, assim eles aceitam sem discutir as propostas, escusas ou não, de um líder influente. 8.3.3 Contágio As ideias difundem-se e a influência transmite-se de indivíduo para indivíduo, assim elas tendem a atrair novos partícipes. Isso ocorre com frequência nas turbas. 8.3.4 Anonimato Dissolvido na turba, acobertado pelo anonimato, o indivíduo poderá perder o respeito próprio e os valores sociais aceitos na sociedade, consequentemente, sentir-se-á irresponsável por seus atos, quaisquer que sejam. 8.3.5 Novidade Diante de circunstâncias novas e desconhecidas, nem sempre o indivíduo reage conforme suas ações habituais. Não encontrando estímulos específicos, que de ordinário controlavam seus atos, deixará de aplicar sua experiência anterior, que costumava guiá-lo na solução dos problemas cotidianos; seu subconsciente poderá até quebrar a rotina normal e acolher com satisfação as novas circunstâncias. 8.3.6 Expansão das emoções reprimidas Preconceitos e desejos, normalmente contidos, expandem-se logo nas turbas, aparecendo como um poderoso incentivo à prática de desordens. 27 8.3.7 Imitação É um desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo, assim poderá levar o indivíduo a tornar-se parte integrante de uma turba. 8.3.8 Influência das redes sociais A propagação de ideias nas redes sociais faz com que pessoas, com pensamentos e opiniões em comum, possam reunir-se em prol de uma causa, justa ou ilegal, sem que ocorra a presença física de uma pessoa que os conduza ou lidere. 8.4 Considerações iniciais Preliminarmente importante mencionar que atualmente existem duas grandes Escolas de Choque no mundo: a Escola alemã e a Escola asiática. A Doutrina alemã procura atuar sempre mantendo uma distância de segurança em relação à turba, dispersando os manifestantes através da utilização de instrumentos de menor potencial ofensivo (espargidores, granadas, munições químicas de emissão lacrimogênea, munições de impacto controlado, veículos lançadores de água, dentre outros) que produzam uma demonstração de força e, consequentemente, causem impacto psicológico necessário na turba para persuadi-la a não resistir. Somente em último caso, quando esses instrumentos não geram efeitos, essa escola prega o combate próximo como única forma de controlar os distúrbios. Esta Escola opera sempre com uma pequena quantidade de efetivo. Já a Doutrina asiática mantém uma postura mais defensiva, atuando sempre com grande efetivo e equipamentos de proteção individual e coletivos eficientes para suportar os ataques desferidos pelos manifestantes contra a Tropa. Diferente da Doutrina alemã, a Escola asiática atua de forma muito próxima aos manifestantes. O Brasil segue a Doutrina alemã. A Tropa de Choque tem por objetivo a restauração da ordem pública.As ações desencadeadas pela Tropa de Choque devem ser sempre enérgicas e vigorosas, com o intuito de anular totalmente os objetivos da turba. Não existe “meia investida”, pois se a ação praticada pela Tropa de Choque não dispersar a turba, os manifestantes ficarão mais fortes psicologicamente, aumentando assim a resistência dos mesmos. 28 A quantidade de manifestantes sempre será maior que o número de Policiais Militares integrantes de uma Tropa de Choque. Desta forma, a Tropa de Choque precisa de técnicas e equipamentos adequados para que possa ganhar o embate, mesmo sendo superada, em muito, pelo número de manifestantes. Nesta situação dizemos que a Tropa de Choque possui superioridade relativa, pois o que fará com que a Tropa de Choque tenha o sucesso da missão são as técnicas e o s instrumentos de menor potencial ofensivo empregados. O objetivo principal da Tropa de Choque sempre será a dispersão da multidão, jamais o seu confinamento. Importante ressaltar que a dispersão deve ser realizada de modo que dificulte ou desanime os manifestantes a outra reunião imediata. As manifestações pacificas, legais e autorizadas não devem ser acompanhadas pela Tropa de Choque, pois em uma eventual necessidade de controle de distúrbio civil, a Tropa de Choque não iria dispor do impacto psicológico favorável causado pela repentina chegada, gerando maiores dificuldades na dispersão da turba. Assim, é altamente recomendável que a Tropa de Choque permaneça longe das vistas dos manifestantes, porém em local que permita fácil acesso à turba, permitindo rapidez e forte fator psicológico quando de sua chegada. Outro ponto importante é que a Tropa de Choque não deve ser empregada como cordão de isolamento, uma vez que pela sua característica é considerada Tropa de apoio e tem como missão dispersar a turba. Havendo o erro de se empregar a Tropa de Choque como cordão de isolamento, acarretará o sério problema de não haver distância de segurança para emprego de munições de impacto controlado e granadas explosivas e/ou mistas. É importante ressaltar que antes da chegada e/ou atuação da Tropa de Choque em uma manifestação, o batalhão de área já estará no local para acompanhar, devendo, portanto, a Unidade da área tomar as providências necessárias para que a manifestação ocorra conforme acordado previamente e a mesma não se transforme em uma turba. Ademais, a primeira linha para conter os manifestantes sempre deverá ser formada pelos Policiais Militares integrantes dos batalhões de área. 29 O policiamento ordinário permanecerá a postos até que, por falta de treinamento especializado, falta de meios e armamentos adequados, efetivo ou outras razões, não possa mais executar o controle da situação. Sempre que possível, a Tropa de Choque deverá ser acionada depois de esgotadas as tentativas de negociação ou de contenção inicial realizada pelo policiamento da área ou em caso de esgotamento da capacidade operacional. Na hipótese dos manifestantes começarem a investir contra os Policiais Militares dos batalhões de área, os Policiais, após ordem do Comandante do Policiamento, deverão deixar o local para que a Tropa de Choque disperse a turba. O policiamento de área deve ficar a postos para pronta ocupação da área física do conflito, após os manifestantes serem dispersados, bem como deve realizar a detenção de pessoas que cometeram crimes (utilizando todas as provas recolhidas durante os ilícitos). Durante uma Ação de Controle de Distúrbios Civis, o Comandante do Pelotão de Choque deverá: • Dispersar a multidão rapidamente, sem persegui-los. A ação de dispersão se dará apenas nos locais que deva ser desobstruído; • Impedir o avanço ou o ataque às Tropas; • Não discutir, não desafiar, não ameaçar e não blefar. O Comandante do Pelotão ao dar a ordem de dispersão não estará solicitando e sim determinando. Desta forma, os manifestantes que não acatarem a ordem, estarão incorrendo no crime de desobediência, previsto no artigo 330, do Código Penal; • Evitar, sempre que possível, a aproximação de pessoas junto à Tropa, pois o leque de possibilidade de ação fica reduzido; • Tratar imparcialmente as pessoas para demonstrar o caráter imparcial da ação Policial; • Não usar força mais do que a necessária, respaldando a ação da Tropa, pois demonstrará que sua ação não é voltada especificamente para um grupo de pessoas e sim desobstruir uma via ou cessar as depredações; 30 • Não coibir imprensa e pessoas que não estejam na massa de fotografarem e gravarem, exceto em caso de colocar em risco a Tropa de Choque ou a eles mesmos. 8.5 O Pelotão de Choque Um Pelotão de Choque é a fração ideal na qual se deve operar em situações de controle de distúrbio civil. Além de ser indivisível e atuar somente mediante ordem de seu Comandante, o Pelotão de Choque é também flexível, ou seja, consegue se adaptar às mais variadas situações, mudando as funções de seus integrantes de acordo com as necessidades da missão. Assim, a flexibilidade é a adequação das funções do Pelotão de Choque de acordo com a missão em que a Tropa está sendo empregada. Portanto, não existe quantidade exata de componentes, tampouco de funções, cabendo ao Comandante do Pelotão definir as funções necessárias para cumprir a missão. A quantidade de componentes do Pelotão é variável, no entanto, um Pelotão ideal será formado por 26 Policiais Militares, sem, contudo, contar com o Motorista, uma vez que tal função não atua de forma ativa nos Controles de Distúrbio Civil, pois o mesmo permanece embarcado o tempo todo cuidando da(s) viatura(s). Deve-se evitar ao máximo ter menos do que 18 Policiais e a quantidade de Escudeiros deverá ser, preferencialmente, em números pares, sendo o número ideal de 12 Escudeiros. 8.5.1 Funções do Pelotão de Choque 8.5.1.1 Comandante do Pelotão (1º ou 2º Tenente especializado na área de Choque) – responsável por comandar efetivamente o Pelotão de Choque nas situações de controle de distúrbios civis. O Pelotão só atuará mediante ordens dele. Deve possuir uma boa voz de comando (firme, audível e forte), com o intuito de provocar uma reação enérgica por parte do Pelotão. Deve-se preocupar com a parte técnica e tática do Pelotão como um todo, não devendo se ater em executar as funções específicas de um componente da Tropa, como por exemplo, lançar granada ou efetuar disparo de elastômero; 8.5.1.2 Auxiliar de Pelotão (1º ou 2º Sargento especializado na área de Choque) - é o auxiliar direto do Comandante do Pelotão. Deve estar pronto para 31 substituí-lo em caso de necessidade. Vai coordenar a atividade dos Sargentos Comandantes de Grupo, retransmitindo aos mesmos as ordens do Comandante de Pelotão. Deve ter o controle sobre o efetivo disponível e indisponível (policiais feridos, aptos, contaminados, etc.); 8.5.1.3 Comandante de Grupo (3º Sargento especializado na área de Choque) - é o responsável pela correção, orientação e alinhamento dos Escudeiros pertencentes à fração sob seu comando. Deve evitar ainda que ocorra o isolamento do Policial durantea ação e se atentar para a agilidade dos movimentos da Tropa. Por fim deve garantir que os Atiradores e Lançadores sob sua responsabilidade executem as funções de forma correta e precisa; 8.5.1.4 Escudeiros (Cabo/Soldado preferencialmente especializado na área de Choque) - são os responsáveis pela proteção do Pelotão contra o arremesso de objetos que possam causar lesões. Devem agir sempre juntos, como um bloco, jamais sozinhos com o intuito de resolver o problema; 8.5.1.5 Lançadores Automáticos ou Atiradores AM600 (Cabo/Soldado especializado na área de Choque) - são os encarregados de lançar automaticamente, por meio dos Lançadores AM600, após ordem do Comandante do Pelotão, as munições químicas em direção à turba, ou ainda, realizar disparos de munições de impacto controlado cal. 38.1 mm; 8.5.1.6 Lançadores Manuais ou Granadeiros (Cabo/Soldado especializado na área de Choque) - são os encarregados de lançar manualmente, após ordem do Comandante do Pelotão, as granadas de explosão ou emissão em direção à turba; 8.5.1.7 Atiradores (Cabo/Soldado especializado na área de Choque) - são os encarregados de realizar os disparos de munição de impacto controlado cal. 12 contra os manifestantes que por ventura estão arremessando objetos em direção ao Pelotão. Atuam mediante determinação do Comandante, no entanto, existe uma exceção a esta regra, quando o atirador visualizar uma ameaça iminente contra o Pelotão que não tenha sido constatada pelo Comandante. Neste caso o atirador 32 poderá efetuar o disparo sem ter recebido a ordem do Comandante do Pelotão para tal ato; 8.5.1.8 Homem manta ou homem extintor (Cabo/Soldado) – tem a finalidade de proteção contra bombas incendiárias arremessadas pela massa; 8.5.1.9 Motorista (Cabo/Soldado) - é o encarregado da condução e segurança da viatura empregada para conduzir a Tropa. 8.5.1.10 Segurança (Cabo/Soldado) - é o encarregado pela segurança do Pelotão. Durante o desembarque ou embarque, ele será o responsável por prover a segurança da Tropa que esta desembarcando ou embarcando. Durante a atuação do Pelotão, ele será o responsável pela proteção da retaguarda da Tropa. Observação: Poderão existir outras funções conforme necessidade, como apoios que portem alicate corta frio, Caixa Choque, entre outros. 8.5.2 Armamentos e equipamentos do Pelotão de Choque O Pelotão de Choque possui técnica, treinamento, material bélico e equipamentos de proteção individual e coletiva diferenciados, o que permite que a Tropa de Choque obtenha sucesso em sua missão. 8.5.2.1 Comandante do Pelotão, Auxiliar do Comandante do Pelotão e Comandante de Grupo - capacete antitumulto/balístico, colete balístico, caneleiras, pistola .40, GL 108 Max, luva, balaclava e máscara contra gases; 8.5.2.2 Escudeiros – capacete antitumulto/balístico, escudos antitumulto/balístico, caneleiras, bastão, colete balístico, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 8.5.2.3 Lançadores Manuais ou Granadeiros - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, bornal com granadas explosivas, mistas e de emissão, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 33 8.5.2.4 Lançadores Automáticos ou Atiradores AM600 - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, lançador AM600, bornal com munições químicas e/ou munições de impacto controlado, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 8.5.2.5 Atiradores - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, espingarda cal. 12, bornal com munições de impacto controlado, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 8.5.2.6 Homem Manta ou Homem Extintor - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, manta molhada ou extintor, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 8.5.2.7 Segurança - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, armamento de proteção coletiva (ex: fuzil 5.56mm ou carabina .30), pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; Obs: Poderão existir outras funções conforme necessidade, como apoios que portem alicate corta frio, Caixa Choque, entre outros, devendo todos esses possuir capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases. 8.6 Formações de Pelotão de Choque Antes de se adentrar nas formações propriamente ditas, necessário se faz explicar como o Pelotão de Choque deverá realizar a numeração de seus integrantes, a fim de que cada policial saiba seu número no Pelotão e, por conseguinte, possa adotar a formação comandada. Numeração – Com a Tropa em forma em coluna por 3, o Comandante do Pelotão dará o seguinte comando: “PELOTÃO DE CHOQUE, ATENÇÃO! POR FUNÇÕES, ENUMERAR!”. Após o comando, o Escudeiro 01, que será o Escudeiro da primeira fileira, da coluna do centro, tomará posição de sentido e com o escudo no centro do corpo levantará o bastão e bradará “ESCUDEIRO 01!”. A numeração ocorrerá sempre da coluna do centro (1º Grupo) para a coluna da direita (2º Grupo) para a coluna da esquerda (3º Grupo), assim, o Escudeiro 02 será o Escudeiro da primeira fileira da coluna da direita, o Escudeiro 34 03 será o da primeira fileira da coluna da esquerda, o Escudeiro 04 será o da segunda fileira da coluna do centro e assim sucessivamente. Ao término dos Escudeiros, os Lançadores Automáticos continuarão com a sequência de numeração adotada pelos Escudeiros. Os Lançadores Automáticos e Lançadores Manuais irão tomar a posição de sentido, erguer o braço direito e informar sua função e número. (Ex. “LANÇADOR AUTOMÁTICO QUATORZE!”). Os Atiradores e Seguranças deverão apenas tomar a posição de sentido e informar sua função. (Ex. “ATIRADOR DEZESSETE!”) Caso o Pelotão venha a possuir outras funções (Caixa-Choque, Apoios, etc.), esses deverão adotar o mesmo procedimento descrito acima. Passada a parte da numeração, adentramos nas formações propriamente ditas. As formações são divididas em formações básicas, ofensivas, defensivas e de ataque. 8.6.1 Formações básicas 8.6.1.1 Em colunas por três ou administrativa - esta formação é utilizada para o controle de efetivo, deslocamentos de Tropa, desfiles e formaturas. Será empregada para que o Comandante do Pelotão possa verificar se existe alguma alteração no efetivo e se as funções do Pelotão estão dispostas de forma correta. Figura 1: Formação em coluna por três 35 8.6.1.2 Em colunas por dois ou tática - é a formação básica do Pelotão de Choque. A partir dela que o Pelotão adotará as formações ofensivas, defensivas ou de ataque. Permite deslocamentos rápidos e a tomada de qualquer formação de controle de distúrbios civis com certa facilidade. Mudança de coluna por três para coluna por dois - ao ser dado o comando de “PELOTÃO DE CHOQUE, ATENÇÃO! FORMAÇÃO COLUNA POR DOIS, MARCHE, MARCHE” os números pares da coluna do centro darão um passo para a direita na diagonal e se infiltrarão na frente do companheiro da coluna da direita, já os números ímpares da coluna do centro darão um passo
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