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Apostila de COPC - PMSC

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1 
 
 
 
APOSTILA DO CURSO DE 
OPERAÇÕES DE CHOQUE 
 
POLÍCIA MILITAR 
DE SANTA CATARINA 
 
 
 
 
2 
 
 
 
CONTRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
GESTOR DO PROCESSO ELABORATIVO 
Tenente Coronel PMSC Maurício Silveira 
 
IDEALIZADOR E SUPERVISOR TÉCNICO 
1º Tenente PMSC Felipe Oppenheimer Torres 
 
ELABORAÇÃO 
1º Tenente PMSC Felipe Oppenheimer Torres 
3º Sargento PMSC Thiago Vieira 
Cabo PMSC Samuel Leonor 
Cabo PMSC Felipe Lino Rossini 
Cabo PMSC Leonardo Campiolo 
Soldado PMSC Frederico Almeida de Castro 
Soldado PMSC Sandro Regis Barbosa 
 
APOIO 
Batalhão de Aviação da Polícia Militar de Santa Catarina – BAPM 
1º Tenente PMSC Victor Bomfim Monteiro 
 
FOTOS 
Fabricia Pinho Silveira 
 
3 
 
 
 
PORTARIA N° 589 de 22 maio de 2012. 
 
Cria o brasão de armas, a insígnia de comando e o estandarte do Grupamento 
de Polícia de Choque da Polícia Militar. 
 
 
O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA, no uso de 
suas atribuições legais, Fundamentado nos artigos 24 e 25, do Regulamento de 
cores heráldicas, brasões de armas, insígnias de comando e estandartes da PMSC, 
aprovado pelo Decreto nº 28.441, de 14 de fevereiro de 1986, RESOLVE: 
 
Art. 1º - Criar o brasão de armas do Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque, 
composto por uma estrela de cinco pontas em metal-ouro encimando o escudo, 
debruada de filete estreito de preto (sable), carregada do barrete phrygio, de 
vermelho (goles), representando as forças republicanas que nos regem. Por um 
escudo português ou arredondado, cortado em chefe, sobre o campo de vermelho 
(goles), representando a coragem, a valentia, o sangue derramado a serviço do 
Estado. Representa também a intrepidez a fortaleza o valor e a vitória. No cantão 
(dextro) do chefe, as duas pistolas cruzadas em metal-ouro, símbolo universal de 
Polícia. No cantão (sinextro) do chefe, encruzadas uma chave, que lembra ser Santa 
Catarina ponto estratégico de primeira ordem, e uma âncora, representando que o 
Estado é marítimo, ambas em metal-ouro. O campo ocupado pela faixa e campanha 
será verde (sinople), que representa a esperança, a fé, o respeito e a amizade. 
Representa também a ilhaneza, que significa o empenho de não permitir o 
esmorecimento da moral censora da categoria, indispensável à administração da 
justiça, guardiã da dignidade da pessoa humana entre outras tantas lutas. No centro, 
um elmo em prata, voltado para o flanco (dextro), de matiz cinza, representando as 
constantes batalhas e o envelhecimento pelo uso, guarnecido nos bordos por virola 
negro (sable), representando a astúcia e a prudência, qualidades indispensáveis do 
guerreiro. O Timbre, plumas sobre o Elmo, será em vermelho (goles), e branco, 
representando a força e coragem associado a inteligência e a honra. A viseira 
cerrada sugere posição de combate, defesa ou proteção. O Elmo é símbolo das 
atividades de Polícia de Choque, da segurança nas ações e espírito de corpo, da 
temperança, da perseverança e da força, fatores essenciais a intervenção e o 
controle social, à pacificação urbana, a manutenção e à restauração da Paz e da 
Ordem Pública. Sobreposto obliquamente, partindo do flanco sinistro até encontrar o 
cantão (dextro) da ponta, um raio bidirecional em amarelo, jalne, representando a 
surpresa, a rapidez, a precisão nas ações e o pronto emprego da Tropa em todos os 
lugares, atributos necessários para assegurar, à sociedade, a igualdade, a liberdade 
e a justiça social. O raio é reconhecidamente o símbolo das forças policiais militares 
de ações rápidas. A espada será composta em metal-prata, detalhado em preto 
(sable), representa o instrumento de defesa da sociedade, dos necessitados e dos 
oprimidos, com as virtudes da lealdade, da justiça, da renovação e do compromisso 
ético de preservar a vida e cumprir a lei, valores invioláveis das unidades 
especializadas. Os louros, em ouro, circundando os elementos centrais sem se 
fecharem representam a grandeza de fatos que marcaram os grandes feitos de 
bravos homens e nações que se destacavam por sua coragem, força, determinação, 
bravura e vitórias. A cor de ouro que significa riqueza, constância, fé e pureza. Sob o 
escudo, um listel de pontas partidas de vermelho (goles), com a inscrição 
Grupamento de Polícia de Choque em branco, representando a determinação e ao 
compromisso de bem executar as suas missões, de alto risco, mesmo com o 
sacrifício da própria vida. 
4 
 
 
 
Art. 2º - Criar o estandarte do Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque, 
composto por três campos iguais divididos verticalmente, o primeiro na cor verde, o 
segundo na cor branca e o terceiro na cor vermelha. Sobre o centro do campo 
branco, o brasão de armas do GPChoque. 
Art. 3° Criar a Insígnia de Comando do Grupamento de Polícia de Choque composta 
no modelo padrão de bandeira universal, talhada por dois campos separados por um 
filete diagonal de branco. O primeiro será de verde e o segundo de vermelho, terá no 
cantão superior direito o símbolo da função de Subcomandante-Geral, formado por 
dois ramos de carvalho, símbolo do valor militar, em forma de coroa aberta unidos na 
base sob a cruzeta de um sabre apontado para cima, símbolo da autoridade e de 
comando, em branco filetados em preto. No cantão inferior esquerdo, o símbolo que 
representa o Grupamento de Polícia de Choque - GPChoque. 
Art. 4º - A confecção do brasão de armas, da insígnia de comando e do estandarte 
do GPChoque obedecerá às normas previstas no Decreto n° 28.441, de 14 de 
fevereiro de 1986, que instituiu o regulamento de cores heráldicas, brasões de 
armas, insígnias de comando e estandartes da PMSC. 
 
NAZARENO MARCINERO 
Coronel PM Comandante-Geral da PMSC 
DOE Nº 19.339 DE 24/05/2012 
5 
 
 
 
ANEXOS 
Anexo I – Brasão de Armas do GPChoque 
 
 
6 
 
 
 
Anexo II – Estandarte do GPChoque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo III – Insígnia do Comando do GPChoque 
 
 
7 
 
 
 
DO BREVÊ DO CURSO DE OPERAÇÕES DE CHOQUE – COPC 
 
 
O breve do Curso de Operações de Choque é composto nos seguintes termos: 
 
I - ELMO - No centro, um elmo espartano (coríntio), frontal, o qual simboliza as raízes 
históricas das unidades de Choque, esculpido nas duas faces com raios, que 
simbolizam a prontidão, a rapidez e a presteza da Unidade no cumprimento das 
missões policiais. O Timbre, plumas sobre o Elmo, significa a força, a coragem, a 
inteligência e a altivez dos milicianos. O Elmo é símbolo das atividades de Polícia de 
Choque, da segurança nas ações e espírito de corpo, da temperança, da 
perseverança e da força, fatores essenciais a intervenção e o controle social, à 
pacificaçãourbana, a preservação e à restauração da Paz e da Ordem Pública. 
 
II - FUZIL - Sobreposto obliquamente, partindo do flanco sinistro até encontrar o 
cantão dextro da ponta, simboliza as atividades de patrulhamento tático móvel, 
também as ações de choque ligeiro, desenvolvidas pela Unidade. 
 
III - ESPADA – A espada, modelo espartana, de único punho e uma face, composta 
em metal. A espada singular usada pelos soldados espartanos na Grécia antiga 
caracterizava a índole austera, a disciplina, o treinamento e a honra militar. Simboliza 
o instrumento de defesa da sociedade, dos necessitados e dos oprimidos, também 
8 
 
 
 
os valores e virtudes tais como a lealdade, a honra, a integridade e a justiça, em 
suma, o compromisso ético-moral necessários na preservação da vida e 
cumprimento da lei, objetivos invioláveis das unidades especializadas. 
 
IV - LEMA DA UNIDADE - Paz e Ordem, Pax et Ordinem, representa o lema do 
Batalhão de Polícia de Choque. Significa a busca perene pela preservação da Ordem 
Pública e da paz social, respeitando-se os valores ético-morais, a lei e os princípios 
doutrinários do controle de distúrbios civis. 
 
V - LOUROS – Os louros, láurea, circundando os elementos centrais. Representa a 
vitória sobre as adversidades em qualquer ação ou operação policial, representam 
também os feitos marcantes e heroicos de homens e nações que se destacavam por 
sua coragem, força, determinação, bravura e vitórias. 
9 
 
 
 
Índice de imagens 
 
Figura 1: Formação em coluna por três...................................................................................................... 34 
Figura 2: Mudança da formação coluna por três para formação coluna por dois ................................ 35 
Figura 3: Formação em coluna por dois ..................................................................................................... 36 
Figura 4: Formação em coluna por dois de combate ............................................................................... 37 
Figura 5: Formação em linha ....................................................................................................................... 38 
Figura 6: Formação em linha espaçada (sem apoio da Cavalaria ou Canil) ........................................ 39 
Figura 7: Formação em cunha ..................................................................................................................... 39 
Figura 8: Formação escalão a esquerda .................................................................................................... 40 
Figura 9: Formação escalão a direita ......................................................................................................... 40 
Figura 10: Formação guarda baixa ............................................................................................................. 41 
Figura 11: Formação guarda baixa emassada .......................................................................................... 42 
Figura 12: Formação em “U” ........................................................................................................................ 42 
Figura 13: Formação guarda alta................................................................................................................. 43 
Figura 14: Formação guarda alta emassada ............................................................................................. 44 
Figura 15: Companhia de Choque formada por três pelotões ................................................................ 48 
Figura 16: Formação apoio lateral com dois pelotões .............................................................................. 49 
Figura 17: Formação apoio cerrado com dois pelotões ........................................................................... 50 
Figura 18: Formação apoio central com dois pelotões ............................................................................. 51 
Figura 19: Formação apoio complementar com dois pelotões ............................................................... 51 
Figura 20: Exemplo de comando direcionado ............................................................................................ 54 
Figura 21: Disposição das funções por viatura. Na possibilidade do Motorista poder ser empregado 
na formação, ele exercerá a função secundária. ..................................................................................... 59 
Figura 22: Formação em linha no Choque Ligeiro Reduzido utilizando seis Policiais, permanecendo 
os 02 Motoristas embarcados. .................................................................................................................... 60 
Figura 23: Formação em linha no Choque Ligeiro Reduzido utilizando oito Policiais, sem o apoio 
das viaturas. .................................................................................................................................................. 60 
Figura 24: Formação meia lua ou semicírculo ........................................................................................... 62 
Figura 25: Formação “Nike” com um Lançador Automático (função de Atirador), dois Lançadores 
Manuais e quatro Atiradores, com celas do lado direito do Pelotão. .................................................... 62 
Figura 26: Formação em losango ................................................................................................................ 82 
Figura 27: Formação em círculo .................................................................................................................. 83 
 
10 
 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 14 
2. HISTÓRICO ........................................................................................................................................... 14 
3. ATRIBUIÇÕES DO GPCHOQUE ....................................................................................................... 16 
4. PERFIL PSICOGRÁFICO DO CHOQUEANO ................................................................................. 17 
5. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO PELOTÃO DE CHOQUE ...................................................... 17 
6. PRIORIDADE DE EMPREGO DE MEIOS ........................................................................................ 19 
6.1 Vias de fuga ........................................................................................................................................ 19 
6.2 Demonstração de força ..................................................................................................................... 19 
6.3 Ordem de dispersão .......................................................................................................................... 19 
6.4 Recolhimento de provas ................................................................................................................... 20 
6.5 Emprego de água ............................................................................................................................... 20 
6.6 Emprego de agentes químicos e artefatos de menor potencial ofensivo diversos .................. 20 
6.7 Carga de cassetete ............................................................................................................................20 
6.8 Emprego do Canil............................................................................................................................... 21 
6.9 Carga de Cavalaria ............................................................................................................................ 21 
6.10 Detenção de líderes ........................................................................................................................ 21 
6.11 Atiradores de elite ............................................................................................................................ 21 
6.12 Emprego de arma de fogo .............................................................................................................. 22 
7. SITUAÇÃO DA TROPA ....................................................................................................................... 22 
7.1 Situação normal ................................................................................................................................. 22 
7.2 Sobreaviso .......................................................................................................................................... 22 
7.3 Prontidão ............................................................................................................................................. 22 
7.4 Determinação da situação ................................................................................................................ 23 
8. CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS ............................................................................................... 23 
8.1 Conceitos de Choque ........................................................................................................................ 23 
8.1.1 Força policial de Choque ........................................................................................................... 23 
8.1.2 Ação de Choque ........................................................................................................................ 23 
8.1.3 Operações de Choque ............................................................................................................... 23 
8.1.4 Gestão ética de multidões ......................................................................................................... 24 
8.2 Tipos de massas ................................................................................................................................ 24 
8.2.1 Aglomeração ............................................................................................................................... 24 
8.2.2 Manifestação ............................................................................................................................... 24 
8.2.3 Reunião ou multidão .................................................................................................................. 24 
8.2.4 Tumulto......................................................................................................................................... 25 
8.2.5 Turba............................................................................................................................................. 25 
8.3 Fatores que influenciam o comportamento das pessoas ............................................................ 26 
8.3.1 Número ......................................................................................................................................... 26 
8.3.2 Sugestão ...................................................................................................................................... 26 
8.3.3 Contágio ....................................................................................................................................... 26 
8.3.4 Anonimato .................................................................................................................................... 26 
8.3.5 Novidade ...................................................................................................................................... 26 
11 
 
 
 
8.3.6 Expansão das emoções reprimidas ......................................................................................... 26 
8.3.7 Imitação ........................................................................................................................................ 27 
8.3.8 Influência das redes sociais ...................................................................................................... 27 
8.4 Considerações iniciais ....................................................................................................................... 27 
8.5 O Pelotão de Choque ......................................................................................................................... 30 
8.5.1 Funções do Pelotão de Choque ............................................................................................... 30 
8.5.2 Armamentos e equipamentos do Pelotão de Choque .......................................................... 32 
8.6 Formações de Pelotão de Choque .................................................................................................. 33 
8.6.1 Formações básicas ..................................................................................................................... 34 
8.6.2 Formações ofensivas ................................................................................................................. 37 
8.6.3 Formações defensivas ............................................................................................................... 41 
8.6.4 Formação de ataque .................................................................................................................. 45 
8.7 Deslocamentos ................................................................................................................................... 46 
8.8 Companhia de Choque ...................................................................................................................... 48 
9. COMANDOS DO PELOTÃO DE CHOQUE ...................................................................................... 52 
9.1 Comandos verbais ............................................................................................................................. 52 
9.2 Comando direcionado por indução ................................................................................................. 53 
9.3 Comandos por gestos ....................................................................................................................... 54 
10. CHOQUE LIGEIRO ......................................................................................................................... 58 
10.1 Funções básicas dos componentes do Choque Ligeiro ............................................................ 58 
11. OPERAÇÕES DE CHOQUE EM ESTABELECIMENTOS PENAIS ......................................... 60 
11.1 Técnicas para emprego da Tropa de Choque em estabelecimento penal ............................. 61 
11.1.1 Composição do Pelotão em estabelecimento penal ........................................................... 61 
11.1.2 Formações da Tropa de Choque em estabelecimento penal ............................................ 61 
11.2 Procedimentos da Tropa de Choque em estabelecimento penal........................................... 63 
11.2.1 Revista em estabelecimento penal ........................................................................................ 63 
11.2.2 Rebelião em estabelecimento penal ......................................................................................65 
11.3 Alternativas táticas para atuação em estabelecimento penal..................................................... 66 
11.4 Procedimentos específicos para atuação em estabelecimento penal ..................................... 67 
11.4.1 Resistência passiva de preso em cela .................................................................................. 67 
11.4.2. Resistência ativa de preso em cela...................................................................................... 67 
11.4.3 Resistência passiva de preso na área de contenção .......................................................... 68 
11.4.4 Resistência ativa de preso em área de contenção .............................................................. 68 
11.5 Recomendações diversas para o emprego da Tropa de Choque em estabelecimentos 
penais ......................................................................................................................................................... 68 
12. REINTEGRAÇÃO DE POSSE ....................................................................................................... 70 
12.1 Fases da operação .......................................................................................................................... 71 
12.1.1 Planejamento............................................................................................................................. 71 
12.1.2 Preparação do terreno ............................................................................................................. 73 
12.1.3 Negociação ................................................................................................................................ 74 
12.1.4 Ocupação ................................................................................................................................... 74 
12.1.5 Retirada dos invasores ............................................................................................................ 74 
12.1.6 Rescaldo .................................................................................................................................... 75 
12 
 
 
 
12.1.7 Entrega ao proprietário ............................................................................................................ 75 
12.2 Demais orientações ......................................................................................................................... 75 
12.2.1 Ao Comandante da Operação ................................................................................................ 75 
12.2.2 Ao Comandante do Pelotão de Patrulhamento Tático ........................................................ 76 
12.2.3 Observações g erais ................................................................................................................ 76 
13. ATUAÇÃO EM PRAÇA DESPORTIVA ........................................................................................ 78 
13.1 Prioridade de emprego de meios em arquibancada:.................................................................. 79 
13.1.1 Vias de fuga ............................................................................................................................... 79 
13.1.2 Demonstração de força ........................................................................................................... 79 
13.1.3 Ordem de dispersão ................................................................................................................. 79 
13.1.4 Recolhimento de provas .......................................................................................................... 80 
13.1.5 Carga de cassetete .................................................................................................................. 80 
13.1.6 Detenção de líderes ................................................................................................................. 80 
13.2 Equipamentos ................................................................................................................................... 80 
13.3 Procedimento em caso de invasão de campo por poucos torcedores .................................... 81 
13.4 Ações a ser desenvolvidas pela Tropa de Choque .................................................................... 81 
13.5 Formação para a proteção dos árbitros na hipótese de agressão por parte de jogadores ou 
poucos torcedores .................................................................................................................................... 82 
13.6 Controle de tumultos ....................................................................................................................... 83 
13.7 Atuação da Tropa de Choque na hipótese de invasão do campo generalizada .................... 84 
13.8 Níveis de policiamento e emprego do efetivo do Choque em praça desportiva .................... 84 
13.9 Escolta ............................................................................................................................................... 86 
13.9.1 Procedimentos para realização de escolta de torcida organizada com o Choque 
apoiando no embarque: ....................................................................................................................... 86 
13.9.2 Procedimentos para realização de escolta de torcida organizada com o comboio já 
formado: ................................................................................................................................................. 87 
14. POLICIAMENTO EM GRANDES EVENTOS .............................................................................. 89 
14.1 Atividades desempenhadas em grandes eventos pelo GPChoque ......................................... 90 
14.1.1 Tipos de deslocamento ............................................................................................................ 90 
14.1.2 Intervenção ................................................................................................................................ 93 
14.1.3 Posto de observação ............................................................................................................... 94 
15. HELITRANSPORTE EM OPERAÇÕES DE CHOQUE ............................................................. 94 
15.1 Procedimentos para embarque ..................................................................................................... 95 
15.2 Procedimentos para desembarque ............................................................................................... 96 
15.3 Observações importantes ............................................................................................................... 97 
16. PATRULHAMENTO TÁTICO MÓVEL.......................................................................................... 98 
16.1 Equipamentos de carga obrigatória de cada policial .................................................................. 99 
16.2 Equipamentos básicos viatura Choque – carga da viatura ....................................................... 99 
16.3 Equipamentos básicos viatura Choque – a serem acautelados ............................................... 99 
17. ORDEM UNIDA DE CHOQUE ...................................................................................................... 99 
18. INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ...................................................... 102 
18.1 Conceitos básicos .......................................................................................................................... 102 
18.1.1 Menor potencial ofensivo.......................................................................................................102 
13 
 
 
 
18.1.2 Técnicas de menor potencial ofensivo ................................................................................ 103 
18.1.3 Tecnologias de menor potencial ofensivo ........................................................................... 103 
18.1.4 Equipamentos de menor potencial ofensivo ....................................................................... 103 
18.1.5 Armas de menor potencial ofensivo .................................................................................... 103 
18.1.6 Munições de menor potencial ofensivo ............................................................................... 103 
18.2 Agente químico .............................................................................................................................. 103 
18.2.1 Níveis de concentração do agente químico ....................................................................... 103 
18.2.2 Classificação dos agentes químicos .................................................................................... 104 
18.3 Agentes químicos utilizados em ações de Choque .................................................................. 106 
18.3.1 Ortoclorobenzilmalononitrilo (CS) ........................................................................................ 106 
18.3.2 Oleoresina de Capsaicina (OC) ............................................................................................ 108 
18.3.3 Ácido Pelargônico Vanilamida (PAVA) ................................................................................ 110 
18.3.4 Cloracetofenona (CN) ............................................................................................................ 110 
18.3.5 Hexacloroetano (HC) ............................................................................................................. 111 
18.3.6 Misturas de gases .................................................................................................................. 111 
18.4 Métodos de dispersão dos agentes químicos no ambiente .................................................... 111 
19. REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A atuação de uma Tropa de Choque é a última esperança do Estado 
Democrático de Direito, pois esta Tropa especializada só atuará em último caso, 
quando não houver mais argumentos e/ou negociação e a resolução do problema 
exigir a utilização de uma força superior. O presente manual tem por objetivo 
padronizar e direcionar as ações desenvolvidas pelo Grupamento de Polícia de 
Choque da Polícia Militar de Santa Catarina, nos seguimentos de sua 
competência, conforme estabelecido na Diretriz de Procedimento Permanente n° 
041/2015/CMDOG e Portaria do Comando Geral nº 205, de 29 de fevereiro de 
2016, quais sejam: atuação em manifestações sociais, controle de distúrbios 
civis, desobstrução de vias públicas, policiamento em grandes eventos e praças 
desportivas, atuação em estabelecimentos penais rebelados sem reféns, 
cumprimento de mandados de reintegração de posse rural e urbana e realização 
de patrulhamento tático motorizado (PATAMO) em áreas de alto risco. 
Pretende-se com o presente documento sedimentar a doutrina de 
Operações de Choque no estado de Santa Catarina, servindo de consulta e 
embasamento para todos os Policiais Militares do estado, bem como para 
oferecer um serviço de alto nível, eficaz e eficiente para a população catarinense. 
Importante ressaltar que apenas a leitura deste manual não fornece ao 
leitor o conhecimento suficiente para utilizar as técnicas aqui presentes, devendo 
o Policial ser formado por meio de curso especifico na área de Choque. 
 
2. HISTÓRICO 
O Grupamento de Polícia de Choque foi criado pela Portaria nº 156, de 03 
de Fevereiro de 2011, assinada pelo Exmo. Senhor Comandante Geral da Polícia 
Militar de Santa Catarina. No entanto, pode-se considerar a edição dessa portaria 
como uma espécie de “retomada e reestruturação”, uma vez que as atividades de 
Polícia de Choque na PMSC possuem origens remotas, na década de 1970, com 
base no antigo Pelotão de Operações Especiais (PELOPES), à época 
subordinado ao 4° Batalhão de Polícia Militar da Capital. Esse Pelotão especial 
sofreu certa reformulação e transformação na década de 1980, período em que 
foi criada a Companhia de Choque, também sediada onde hoje se encontra 
estabelecido o 4° BPM. 
15 
 
 
 
A Companhia de Choque naquela década alçou real importância técnica e 
simbólica na área da Segurança Pública no estado, especialmente com o 
intercâmbio técnico-profissional efetivado por alguns Oficiais da PMSC com a 
Polícia Militar do Estado de São Paulo, obtendo-se novos conhecimentos na 
emergente área de especialidade voltada ao controle de movimentos sociais e 
distúrbios civis. Ressalta-se que naquela fase, em todo o Brasil, e também em 
Santa Catarina, associado a questões políticas e trabalhistas, emergiam 
inúmeros problemas e graves eventos e conflitos que afetavam a ordem e a paz 
social, dentre eles: a greve de mineiros em Criciúma e as manifestações políticas 
na Capital do Estado, que exigiam a atuação da nova Unidade Policial. 
Verifica-se ao longo da história que a Companhia de Choque ampliou o rol 
de atividades desenvolvidas pelo antigo PELOPES, direcionando a aplicação 
técnica e tática com foco no controle de distúrbios civis, agindo em operações 
repressivas e preventivas ligadas aos inúmeros movimentos sociais emergentes 
no estado. 
Nesse mesmo período histórico um evento fatídico, conhecido como “Caso 
Montanha”, ocorrido no bar Barulho Urbano, na Capital, culminou na extinção da 
briosa Companhia de Choque, criando-se então uma lacuna que só foi 
preenchida na década de 1990, com a criação de uma nova OPM, denominada 
de Batalhão de Operações Especiais (BOE). 
Em meados de 2005, em face da evolução doutrinária e necessidades 
institucionais no campo da Segurança Pública, houve radical alteração na 
estrutura orgânica do BOE, qual seja, a divisão da estrutura orgânica existente, 
decompondo as frações operacionais existentes e até então centralizadas 
(Companhia de Operações Especiais, Canil e Cavalaria). Assim, cada qual 
passou a constituir unidade independente respaldadas na Portaria nº 501 de 25 
de outubro de 2005/CMDO-G, alterando-se também o nome da OPM de Batalhão 
de Operações Especiais (BOE) para Batalhão de Operações Policiais Especiais 
(BOPE). 
Em 2011, frente às crescentes demandas no campo da Segurança 
Pública, notoriamente aquelas vinculadas aos movimentos sociais, greves, 
manifestações e passeatas, bem como o recrudescimento da criminalidade 
violenta foi extraída do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) as 
atribuições voltadas ao controle de distúrbios civis, erigindo-se a nova Unidade 
16 
 
 
 
Policial Militar designada de Grupamento de Polícia de Choque (GPChoque), com 
a edição da Portaria nº 156, de 03 de Fevereiro de 2012. 
Na atualidade a Unidade operacionalé referenciada nos meios de 
comunicação em massa, tornando-se uma das mais conceituadas Unidades do 
Estado, congregando indiscutível referencial na disseminação doutrinária e 
operacional nas áreas de: Operações de Choque; Tecnologias de Menor 
Potencial Ofensivo; Agentes Químicos, dentre outras, contribuindo assim, 
sobremaneira, com o sistema de Defesa Social em Santa Catarina, o que lhe 
assegurou, para além da designação formal descrita na Portaria n. 156, o 
reconhecimento interno e social valendo-lhe a alcunha de BPCHOQUE, dada a 
dimensão e alcance dos serviços prestados junto à comunidade catarinense, 
ratificando o lema que lhe dirige as atividades: “Pela paz e pela ordem, Choque!”. 
O lema justifica-se devido ao apoio continuo às demais Unidades de área 
e, por meio de dezenas de operações, em especial nas rebeliões e fugas em 
massa de estabelecimentos penais e, ações em movimentos sociais diversos; na 
retomada de pontos sensíveis, nas recuperações de objetos de roubo; nas 
apreensões de substância entorpecentes (algumas contando toneladas), armas 
ilícitas apreendidas; infratores presos em flagrante delito, dentre outras atuações 
e ações, inclusive no campo pedagógico acadêmico e na difusão doutrinária com 
treinamentos realizados nas unidades de área, que demonstram o significativo e 
relevante papel dessa OPM em nossos dias. 
 
3. ATRIBUIÇÕES DO GPCHOQUE 
Em face das inúmeras atividades desenvolvidas diariamente e as 
especialidades de seus integrantes, foram atribuídas outras missões no campo 
da Segurança Pública ao GPChoque, notadamente as que estão vinculadas ao 
atendimento de ocorrências de alto risco e complexidade, tais como: combate ao 
tráfico de entorpecentes e ao crime organizado estadual; intervenção e 
operações em estabelecimentos penais rebelados; patrulhamento tático 
motorizado em locais de alto risco; policiamento em praças desportivas e grandes 
eventos; cooperação em atividades de Defesa Civil; efetivação de operações e 
ações de controle de distúrbios civis; e, ações de desapropriação e reintegração 
de posse em apoio ao Poder Judiciário. 
17 
 
 
 
4. PERFIL PSICOGRÁFICO DO CHOQUEANO 
Pelas exigências da atividade em que será empregado, as principais 
características do Policial Militar integrante da Tropa de Choque são: 
4.1 - DISCIPLINA: o Policial Militar integrante do Choque deve ter 
conhecimento técnico e doutrinário que lhe permita executar suas missões 
segundo protocolos pré-estabelecidos e determinações de seus superiores 
hierárquicos, devendo atuar somente mediante ordem; 
 
4.2 - AUTOCONTROLE: o Policial Militar integrante do Choque deve ter 
conhecimento técnico e doutrinário que lhe permita suportar condições adversas 
quando no cumprimento de suas missões, respeitando os direitos individuais e 
coletivos, atuando segundo preceitos legais, não podendo desta forma admitir 
que, por exemplo, um Policial Militar pertencente à Tropa de Choque venha a 
perder a razoabilidade e passe a agir com fúria e emoção por ter sofrido 
impropério ou se deixar levar pela emoção da operação; 
 
4.3 - RESISTÊNCIA À FADIGA: o Policial Militar integrante do Choque 
deve ter capacidade física diferenciada que lhe permita operar em condições 
adversas e intensas; 
Busca-se também no Policial Militar da Tropa de Choque CORAGEM, 
FORÇA DE VONTADE, ASTÚCIA, ZELO, DEDICAÇÃO, RUSTICIDADE, 
COMPANHEIRISMO e ESPÍRITO DE CUMPRIMENTO DE MISSÃO. 
 
5. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO PELOTÃO DE 
CHOQUE 
5.1 - É indivisível 
O Pelotão de Choque não pode ser dividido, pois cada homem integrante 
do Pelotão possui uma função primordial, e algumas vezes única, que será 
fundamental para o sucesso da missão caso a Tropa de Choque venha a ser 
empregada. 
 
5.2 - Todo policial integrante do Pelotão de Choque é responsável pela 
segurança do Pelotão e de seu companheiro. 
18 
 
 
 
5.3 - Todo o policial da Tropa de Choque zela pelo seu equipamento 
individual e/ou coletivo e o conhece perfeitamente. 
 
5.4 - Escudeiros sempre tem prioridade sobre os demais policiais do 
Pelotão 
Por ser a função mais desgastante do Pelotão, os Escudeiros sempre 
deverão ser os primeiros a comer, os primeiros a beber, sempre terão prioridades 
para sentar durante o transporte da Tropa, entre outros benefícios. 
 
5.5 - Todos os Policiais integrante da Tropa de Choque devem conhecer 
os objetivos da missão 
Na reunião que antecede a operação, o Comandante do Pelotão deverá 
apontar os objetivos da missão, a técnica a ser empregada e os pontos 
relevantes. 
 
5.6 - Só desembarca e atua mediante ordem do seu Comandante. 
 
5.7 – A Tropa de Choque só atua quando há visibilidade do terreno e do 
oponente. 
 
5.8 - Atua estritamente dentro da lei e sempre demonstrando autoridade, 
deixando as questões sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis. 
 
5.9 - Mantém-se distante do oponente (distância ideal mínima de 30 
metros) 
Entretanto, de acordo com as circunstâncias da atuação da Tropa de 
Choque, este pode atuar de forma excepcional em distância menor do que a 
preconizada, podendo haver restrições na sua atuação. 
 
5.10 - O principal objetivo da Tropa de Choque é a dispersão dos 
manifestantes e não a detenção dos mesmos. 
 
5.11 - Age sempre observando os critérios da prioridade de emprego de 
meios. 
19 
 
 
 
6. PRIORIDADE DE EMPREGO DE MEIOS 
Uma Tropa de Choque sempre deve agir pautada dentro da legalidade, 
proporcionalidade, necessidade e conveniência. É importante ressaltar que na 
maioria das vezes a Tropa de Choque não está atuando contra marginais, mas 
contra pessoas que reivindicam direitos e que podem extrapolar suas emoções. 
Ademais, toda ação desenvolvida por uma Tropa de Choque sempre tem grande 
repercussão por ser extremamente traumática, gerando, desta forma, grande 
interesse na imprensa. Assim sendo, com intuito de evitar maiores danos à 
imagem da Corporação, deve-se sempre, que possível, atentar para as seguintes 
prioridades, lembrando que as mesmas devem ser observadas e postas em 
prática durante todo o desenrolar da operação, desde que possível fazê-las: 
6.1 Vias de fuga 
O reconhecimento prévio do local de atuação é de suma importância para 
permitir o deslocamento e aproximação da Tropa por vias de acesso adequadas 
e para que sejam asseguradas aos manifestantes vias de fuga necessárias. 
Quanto mais caminhos de dispersão forem dados à multidão, mais rapidamente 
ela se dispersará. A multidão não deve ser encaminhada em direção a veículos, 
viaturas da Corporação ou em direção a estabelecimentos públicos e/ou privados 
(pontos sensíveis) a fim de evitar depredação. 
6.2 Demonstração de força 
A Tropa deverá desembarcar em local longe das vistas do oponente, mas 
próxima o suficiente para agir rapidamente, sem desgastes. Deverá o local ser 
escolhido de forma a não comprometer a segurança das viaturas. A 
demonstração de força deve ser feita através da disposição da Tropa em 
formação disciplinada e no ponto mais próximo do contato. 
6.3 Ordem de dispersão 
Dada pelo Comandante do Pelotão, preferencialmente, através de 
amplificadores de som (alto-falantes em viaturas ou bons megafones) de modo a 
assegurar que todos os manifestantes possam ouvir claramente. A proclamação 
deve ser de modo claro, distinto e em termos positivos. Os manifestantes não 
devem ser repreendidos,desafiados ou ameaçados. Por exemplo, o Comandante 
dirá: “Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através de outros 
20 
 
 
 
meios”, se os agitadores não obedecerem às suas ordens para que se dispersem 
pacificamente, deverão ser adotadas novas medidas. 
6.4 Recolhimento de provas 
É uma providência que deve ser adotada durante toda a operação, pois 
consiste em fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos ocorridos para posterior 
apresentação à Justiça. As provas devem ser reunidas quanto à identidade dos 
líderes e seus auxiliares e os meios utilizados (cartazes, faixas, armas, intenções 
etc.). 
Muitas vezes a simples presença de um fotógrafo atuando junto à Tropa 
causa um efeito nos manifestantes que temem sua posterior identificação e os 
que se aproveitam do anonimato procurarão se esconder ou abandonar o local. 
Esta atribuição é exercida não apenas pela Tropa de Choque, como 
também pelo serviço de inteligência ou pelas Unidades de área. 
6.5 Emprego de água 
Jatos de água lançados por meio de veículos blindados denominados de 
veículos lançadores de água (VLA). Tinta inofensiva poderá ser misturada à 
água, a fim de que as pessoas sejam marcadas para identificação posterior ou 
mesmo para aumentar o efeito psicológico, bem como ser adicionado à água 
algum agente químico para dispersar os manifestantes. 
6.6 Emprego de agentes químicos e artefatos de menor potencial 
ofensivo diversos 
Dada a grande variedade de instrumentos de menor potencial ofensivo, 
como por exemplo, munições de impacto controlado e agentes químicos, estes 
devem ser utilizados de forma técnica e dentro de suas especificações, levando-
se em consideração as peculiaridades da atuação, condições do terreno e 
condições climáticas. 
Situações fáticas como a direção do vento e a distância entre a Tropa de 
Choque e a turba são de fundamental importância, apresentando-se como 
determinantes na maneira e no tipo de instrumento empregado. 
6.7 Carga de cassetete 
O avanço sobre o oponente deve ser realizado através das formações. 
Seu valor reside no efeito psicológico que provoca. 
21 
 
 
 
Componentes de um tumulto podem desafiar com sucesso as Tropas 
equipadas apenas com armas de fogo, pois bem sabem da hesitação normal que 
precede o emprego de disparos contra a massa humana. Por outro lado, a 
presença das Tropas empunhando cassetetes ostensivamente incute maior 
respeito ao oponente, pois eles e os curiosos sabem que os bastões serão 
usados vigorosamente. 
6.8 Emprego do Canil 
 A utilização de cães pode ser eficiente na dispersão da turba, porém deve 
o comandante atentar para a questão de que os policiais do Canil não utilizam 
escudos, tornando seu emprego limitado em uma manifestação agressiva e 
hostil; 
6.9 Carga de Cavalaria 
Massas humanas dispostas a enfrentar e resistir à ação policial podem ser 
manejadas ou mesmo dispersas por meio do emprego da Cavalaria. Esquadrões 
de cavalaria equipados com material antitumulto podem representar extrema 
eficácia para a dispersão de uma turba, bem como sua mobilidade, 
principalmente em terrenos bastante acidentados, é fundamental para auxiliar o 
comandante da ação na consecução do objetivo de restabelecimento da ordem, 
devido ao seu alto valor de impacto psicológico. Contudo, a carga de cavalaria 
deve ser minuciosamente avaliada antes de seu emprego por conta de seu 
provável efeito traumático; 
6.10 Detenção de líderes 
Sabemos que os líderes são os primeiros a fugir com o avanço da Tropa. 
Esta detenção não deverá ser feita pela Tropa de Choque, ficando a 
responsabilidade por conta dos policiais à paisana ou das Unidades de área. 
6.11 Atiradores de elite 
Durante um distúrbio, os atiradores de elite, dotados de armas de precisão, 
procurarão, mediante ordem, neutralizar as pessoas que disparem arma de fogo 
contra a Tropa, desde que haja um bom campo de tiro, pois nunca se deve atirar 
contra a massa. Estes manifestantes armados poderão atirar contra a Tropa, de 
posições de franco-atiradores, como, por exemplo, de janelas de edifícios, 
veículos ou outros pontos estratégicos. 
22 
 
 
 
6.12 Emprego de arma de fogo 
Deve ser utilizado como último recurso quando se coloca em risco a 
integridade física ou a vida dos operadores da Tropa de Choque. Somente 
devem-se utilizar armas de fogo em legítima defesa. 
 
IMPORTANTE: a ordem do emprego dos meios poderá, a critério 
técnico do Comandante do Pelotão, ser alterada, se assim exigir a situação 
específica para a qual a Tropa for empregada. 
 
7. SITUAÇÃO DA TROPA 
Como Tropa reserva de pronto emprego, a Tropa de Choque deve estar 
preparada para agir como tal. Assim, se faz necessário estabelecer critérios 
baseados no grau de perturbação da Ordem Pública para que esta Tropa saiba 
como proceder em situações que possa exigir sua atuação: 
7.1 Situação normal 
• Não há nenhuma alteração nas atividades da Unidade. 
7.2 Sobreaviso 
• Não são suprimidos os serviços normais e nem há recolhimento de 
Tropa; 
• Folgas são obrigatoriamente gozadas, mas deve-se ficar em 
condições de acionamento caso a situação exija; 
• Em caso de acionamento o Policial Militar deverá estar apto a se 
apresentar no batalhão com o prazo mínimo de 02 (duas) horas. 
7.3 Prontidão 
• Ficam suprimidas as folgas sem prejuízo do serviço normal; 
• Mediante ordem do escalão superior poderá haver liberação parcial 
do efetivo; 
• Após recebimento da ordem de prontidão todo o efetivo deve ser 
avisado para comparecer ao batalhão com o prazo mínimo de 
apresentação de 02 (duas) horas. 
23 
 
 
 
7.4 Determinação da situação 
As situações previstas acima são determinadas quando ocorrem os 
seguintes critérios: 
Situação normal - Quando a situação é normal, não ocorrendo nada que 
implique em outras medidas que as usuais. 
Sobreaviso - Quando há a possibilidade de perturbação grave da Ordem 
Pública pelos mais diversos fatores. 
Prontidão - Na ocorrência de fatos graves que exijam o emprego 
imediato da Tropa com capacidade de resolver rapidamente a situação. 
 
8. CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS 
Antes de adentrarmos neste assunto, necessário se faz, preliminarmente, 
conceituar alguns itens imprescindíveis na doutrina de Choque. 
8.1 Conceitos de Choque 
8.1.1 Força policial de Choque 
Força Policial Militar que atua na seara do policiamento ostensivo 
especializado de Choque, visando suplementar a manutenção da ordem pública 
ou o restabelecimento desta, com ou sem o apoio do policiamento ostensivo 
especializado com cães e/ou policiamento ostensivo especializado de Choque 
montado. 
8.1.2 Ação de Choque 
Ato ou efeito de realizar uma tarefa ou conjunto de tarefas que contribuem 
para a realização de uma determinada operação de Choque, seja de 
suplementação da manutenção ou de restabelecimento da ordem pública. 
8.1.3 Operações de Choque 
É a conjugação de ações, para gestão e controle de multidões, executada 
por fração de Tropa de Choque constituída, com ou sem o apoio do policiamento 
com cães e do policiamento montado, que exige planejamento específico. Seus 
tipos são: 
a) Ação de suplementação da manutenção da ordem pública.b) Ação de restabelecimento da ordem pública. 
24 
 
 
 
8.1.4 Gestão ética de multidões 
É o processo eficaz de identificar, obter e aplicar, em conformidade com a 
legislação vigente, as medidas estratégicas adequadas e as alternativas táticas 
policiais, dentro da doutrina do uso diferenciado da força, para a manutenção ou 
restabelecimento da ordem pública, a fim de preservar vidas e a integridade física 
dos envolvidos, proteger patrimônios e de aplicar a lei. Opera em três níveis: 
emprego do policiamento ostensivo geral, emprego do policiamento ostensivo de 
controle de massas e o emprego do policiamento ostensivo especializado de 
Choque. 
8.2 Tipos de massas 
8.2.1 Aglomeração 
Conjunto de pessoas alocadas, acidental ou motivadamente, em um 
determinado espaço físico, onde pensam e agem como personagens isolados e 
independentes entre si, predominando apenas o sentimento de estar fisicamente 
dividindo um mesmo espaço físico. Geralmente, os membros de uma 
aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados. A 
aglomeração poderá resultar da reunião acidental e transitória de pessoas, tal 
como acontece na área comercial de uma cidade em seu horário de trabalho ou 
nas estações ferroviárias / rodoviárias em determinados instantes. 
8.2.2 Manifestação 
Refere-se à liberdade de pensamento, é a face externa da liberdade íntima 
de consciência e de crença. Pode ser exercida individual ou coletivamente. É a 
demonstração de sentimento hostil ou simpático a determinada autoridade ou a 
alguma condição ou movimento político, econômico ou social. Neste ponto 
diferencia-se da reunião, porque pode ser exercida individualmente. Se houver 
pluralidade de participantes a manifestação de pensamento exteriorizada poderá 
denominar-se reunião ou manifestação. 
8.2.3 Reunião ou multidão 
Adesão consciente e/ou inconsciente de duas ou mais pessoas, onde está 
presente um sentimento de pertencimento e inclusão a um grupo em que os 
personagens têm pensamentos, ações e comportamentos em confluência a 
objetivo(s) em comum. Ela poder ser eventual ou temporária, estática ou 
25 
 
 
 
itinerante, e possui objetivos voltados à discussão de temas de interesse dos 
indivíduos. 
Caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós” entre os seus 
membros. 
“- Nós estamos aqui para lutar pela cultura!” 
“- Nós estamos aqui para prestar solidariedade!” 
“- Nós estamos aqui para protestar!” 
A análise do fenômeno “nós” não pode limitar-se a uma audição referente 
à comunicação verbal, e sim, também se recomenda observar a comunicação 
não verbal, ou seja, o comportamento neurolinguístico, porque o corpo também 
“fala”, comunicando-se por gestos, atos e posturas. Essas repetições de 
comportamentos são levadas a cabo pelo mesmo grupo, como por exemplo, em 
shows musicais aonde o artista algumas vezes conduz a repetição de gestos e 
refrãos das músicas por parte dos espectadores. 
8.2.4 Tumulto 
Em sentido amplo são todos os eventos que provocam comoção, agitação, 
convulsão, algazarra, correria e/ou barulheira, desde que sejam de pequena 
proporção. 
8.2.5 Turba 
Reunião (multidão) em desordem e violenta, onde as pessoas estão sob o 
estímulo de intensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão e o respeito 
à lei e à ordem. A violência praticada é transitória e normalmente surge de 
maneira espontânea. A turba pode ser: 
8.2.5.1 Turba em pânico 
Aquela que procura fugir. Na tentativa de garantir sua segurança pela fuga, 
os seus integrantes poderão perder o senso da razão e tal circunstância poderá 
conduzi-la à destruição; 
8.2.5.2 Turba predatória 
Aquela que é impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais, 
como é o caso nos distúrbios para obtenção de alimentos; 
26 
 
 
 
8.2.5.3 Turba agressiva 
Aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem com atos de 
violência, tal como acontece em distúrbios resultantes de conflitos políticos ou 
raciais, nos linchamentos ou nas rebeliões de detentos. 
 
8.3 Fatores que influenciam o comportamento das pessoas 
8.3.1 Número 
A consciência que os participantes de uma turba têm do seu valor 
numérico lhes proporciona uma sensação de poder e segurança. 
8.3.2 Sugestão 
As ideias se propagam despercebidas nas turbas sem que os seus 
participantes raciocinem ou possam contestá-las, assim eles aceitam sem discutir 
as propostas, escusas ou não, de um líder influente. 
8.3.3 Contágio 
As ideias difundem-se e a influência transmite-se de indivíduo para 
indivíduo, assim elas tendem a atrair novos partícipes. Isso ocorre com 
frequência nas turbas. 
8.3.4 Anonimato 
Dissolvido na turba, acobertado pelo anonimato, o indivíduo poderá perder 
o respeito próprio e os valores sociais aceitos na sociedade, consequentemente, 
sentir-se-á irresponsável por seus atos, quaisquer que sejam. 
8.3.5 Novidade 
Diante de circunstâncias novas e desconhecidas, nem sempre o indivíduo 
reage conforme suas ações habituais. Não encontrando estímulos específicos, 
que de ordinário controlavam seus atos, deixará de aplicar sua experiência 
anterior, que costumava guiá-lo na solução dos problemas cotidianos; seu 
subconsciente poderá até quebrar a rotina normal e acolher com satisfação as 
novas circunstâncias. 
8.3.6 Expansão das emoções reprimidas 
Preconceitos e desejos, normalmente contidos, expandem-se logo nas 
turbas, aparecendo como um poderoso incentivo à prática de desordens. 
27 
 
 
 
8.3.7 Imitação 
É um desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo, assim 
poderá levar o indivíduo a tornar-se parte integrante de uma turba. 
8.3.8 Influência das redes sociais 
A propagação de ideias nas redes sociais faz com que pessoas, com 
pensamentos e opiniões em comum, possam reunir-se em prol de uma causa, 
justa ou ilegal, sem que ocorra a presença física de uma pessoa que os conduza 
ou lidere. 
8.4 Considerações iniciais 
Preliminarmente importante mencionar que atualmente existem duas 
grandes Escolas de Choque no mundo: a Escola alemã e a Escola asiática. 
A Doutrina alemã procura atuar sempre mantendo uma distância de 
segurança em relação à turba, dispersando os manifestantes através da 
utilização de instrumentos de menor potencial ofensivo (espargidores, granadas, 
munições químicas de emissão lacrimogênea, munições de impacto controlado, 
veículos lançadores de água, dentre outros) que produzam uma demonstração de 
força e, consequentemente, causem impacto psicológico necessário na turba 
para persuadi-la a não resistir. Somente em último caso, quando esses 
instrumentos não geram efeitos, essa escola prega o combate próximo como 
única forma de controlar os distúrbios. Esta Escola opera sempre com uma 
pequena quantidade de efetivo. 
Já a Doutrina asiática mantém uma postura mais defensiva, atuando 
sempre com grande efetivo e equipamentos de proteção individual e coletivos 
eficientes para suportar os ataques desferidos pelos manifestantes contra a 
Tropa. Diferente da Doutrina alemã, a Escola asiática atua de forma muito 
próxima aos manifestantes. 
O Brasil segue a Doutrina alemã. 
A Tropa de Choque tem por objetivo a restauração da ordem pública.As 
ações desencadeadas pela Tropa de Choque devem ser sempre enérgicas e 
vigorosas, com o intuito de anular totalmente os objetivos da turba. Não existe 
“meia investida”, pois se a ação praticada pela Tropa de Choque não dispersar a 
turba, os manifestantes ficarão mais fortes psicologicamente, 
aumentando assim a resistência dos mesmos. 
28 
 
 
 
A quantidade de manifestantes sempre será maior que o número de 
Policiais Militares integrantes de uma Tropa de Choque. Desta forma, a Tropa de 
Choque precisa de técnicas e equipamentos adequados para que possa ganhar o 
embate, mesmo sendo superada, em muito, pelo número de manifestantes. 
Nesta situação dizemos que a Tropa de Choque possui superioridade relativa, 
pois o que fará com que a Tropa de Choque tenha o sucesso da missão são as 
técnicas e o s instrumentos de menor potencial ofensivo empregados. 
O objetivo principal da Tropa de Choque sempre será a dispersão da 
multidão, jamais o seu confinamento. Importante ressaltar que a dispersão deve 
ser realizada de modo que dificulte ou desanime os manifestantes a outra 
reunião imediata. 
As manifestações pacificas, legais e autorizadas não devem ser 
acompanhadas pela Tropa de Choque, pois em uma eventual necessidade de 
controle de distúrbio civil, a Tropa de Choque não iria dispor do impacto 
psicológico favorável causado pela repentina chegada, gerando maiores 
dificuldades na dispersão da turba. 
Assim, é altamente recomendável que a Tropa de Choque permaneça 
longe das vistas dos manifestantes, porém em local que permita fácil acesso à 
turba, permitindo rapidez e forte fator psicológico quando de sua chegada. 
Outro ponto importante é que a Tropa de Choque não deve ser 
empregada como cordão de isolamento, uma vez que pela sua característica é 
considerada Tropa de apoio e tem como missão dispersar a turba. Havendo o 
erro de se empregar a Tropa de Choque como cordão de isolamento, acarretará o 
sério problema de não haver distância de segurança para emprego de munições 
de impacto controlado e granadas explosivas e/ou mistas. 
É importante ressaltar que antes da chegada e/ou atuação da Tropa de 
Choque em uma manifestação, o batalhão de área já estará no local para 
acompanhar, devendo, portanto, a Unidade da área tomar as providências 
necessárias para que a manifestação ocorra conforme acordado previamente 
e a mesma não se transforme em uma turba. Ademais, a primeira linha para 
conter os manifestantes sempre deverá ser formada pelos Policiais Militares 
integrantes dos batalhões de área. 
29 
 
 
 
O policiamento ordinário permanecerá a postos até que, por falta de 
treinamento especializado, falta de meios e armamentos adequados, efetivo ou 
outras razões, não possa mais executar o controle da situação. 
Sempre que possível, a Tropa de Choque deverá ser acionada depois de 
esgotadas as tentativas de negociação ou de contenção inicial realizada pelo 
policiamento da área ou em caso de esgotamento da capacidade operacional. 
Na hipótese dos manifestantes começarem a investir contra os Policiais 
Militares dos batalhões de área, os Policiais, após ordem do Comandante do 
Policiamento, deverão deixar o local para que a Tropa de Choque disperse a 
turba. 
O policiamento de área deve ficar a postos para pronta ocupação da área 
física do conflito, após os manifestantes serem dispersados, bem como deve 
realizar a detenção de pessoas que cometeram crimes (utilizando todas as 
provas recolhidas durante os ilícitos). 
Durante uma Ação de Controle de Distúrbios Civis, o Comandante do 
Pelotão de Choque deverá: 
• Dispersar a multidão rapidamente, sem persegui-los. A ação de 
dispersão se dará apenas nos locais que deva ser desobstruído; 
• Impedir o avanço ou o ataque às Tropas; 
• Não discutir, não desafiar, não ameaçar e não blefar. O 
Comandante do Pelotão ao dar a ordem de dispersão não estará 
solicitando e sim determinando. Desta forma, os manifestantes que 
não acatarem a ordem, estarão incorrendo no crime de 
desobediência, previsto no artigo 330, do Código Penal; 
• Evitar, sempre que possível, a aproximação de pessoas junto à 
Tropa, pois o leque de possibilidade de ação fica reduzido; 
• Tratar imparcialmente as pessoas para demonstrar o caráter 
imparcial da ação Policial; 
• Não usar força mais do que a necessária, respaldando a ação da 
Tropa, pois demonstrará que sua ação não é voltada 
especificamente para um grupo de pessoas e sim desobstruir uma 
via ou cessar as depredações; 
30 
 
 
 
• Não coibir imprensa e pessoas que não estejam na massa de 
fotografarem e gravarem, exceto em caso de colocar em risco a 
Tropa de Choque ou a eles mesmos. 
8.5 O Pelotão de Choque 
Um Pelotão de Choque é a fração ideal na qual se deve operar em 
situações de controle de distúrbio civil. Além de ser indivisível e atuar somente 
mediante ordem de seu Comandante, o Pelotão de Choque é também flexível, ou 
seja, consegue se adaptar às mais variadas situações, mudando as funções de 
seus integrantes de acordo com as necessidades da missão. 
Assim, a flexibilidade é a adequação das funções do Pelotão de Choque 
de acordo com a missão em que a Tropa está sendo empregada. 
Portanto, não existe quantidade exata de componentes, tampouco de 
funções, cabendo ao Comandante do Pelotão definir as funções necessárias para 
cumprir a missão. A quantidade de componentes do Pelotão é variável, no 
entanto, um Pelotão ideal será formado por 26 Policiais Militares, sem, contudo, 
contar com o Motorista, uma vez que tal função não atua de forma ativa nos 
Controles de Distúrbio Civil, pois o mesmo permanece embarcado o tempo todo 
cuidando da(s) viatura(s). Deve-se evitar ao máximo ter menos do que 18 
Policiais e a quantidade de Escudeiros deverá ser, preferencialmente, em 
números pares, sendo o número ideal de 12 Escudeiros. 
8.5.1 Funções do Pelotão de Choque 
8.5.1.1 Comandante do Pelotão (1º ou 2º Tenente especializado na área 
de Choque) – responsável por comandar efetivamente o Pelotão de Choque nas 
situações de controle de distúrbios civis. O Pelotão só atuará mediante 
ordens dele. Deve possuir uma boa voz de comando (firme, audível e 
forte), com o intuito de provocar uma reação enérgica por parte do 
Pelotão. Deve-se preocupar com a parte técnica e tática do Pelotão como 
um todo, não devendo se ater em executar as funções específicas de um 
componente da Tropa, como por exemplo, lançar granada ou efetuar 
disparo de elastômero; 
 
8.5.1.2 Auxiliar de Pelotão (1º ou 2º Sargento especializado na área de 
Choque) - é o auxiliar direto do Comandante do Pelotão. Deve estar pronto para 
31 
 
 
 
substituí-lo em caso de necessidade. Vai coordenar a atividade dos Sargentos 
Comandantes de Grupo, retransmitindo aos mesmos as ordens do Comandante 
de Pelotão. Deve ter o controle sobre o efetivo disponível e indisponível (policiais 
feridos, aptos, contaminados, etc.); 
 
8.5.1.3 Comandante de Grupo (3º Sargento especializado na área de 
Choque) - é o responsável pela correção, orientação e alinhamento dos 
Escudeiros pertencentes à fração sob seu comando. Deve evitar ainda que 
ocorra o isolamento do Policial durantea ação e se atentar para a agilidade dos 
movimentos da Tropa. Por fim deve garantir que os Atiradores e Lançadores sob 
sua responsabilidade executem as funções de forma correta e precisa; 
 
8.5.1.4 Escudeiros (Cabo/Soldado preferencialmente especializado na área 
de Choque) - são os responsáveis pela proteção do Pelotão contra o arremesso 
de objetos que possam causar lesões. Devem agir sempre juntos, como um 
bloco, jamais sozinhos com o intuito de resolver o problema; 
 
8.5.1.5 Lançadores Automáticos ou Atiradores AM600 (Cabo/Soldado 
especializado na área de Choque) - são os encarregados de lançar 
automaticamente, por meio dos Lançadores AM600, após ordem do 
Comandante do Pelotão, as munições químicas em direção à turba, ou ainda, 
realizar disparos de munições de impacto controlado cal. 38.1 mm; 
 
8.5.1.6 Lançadores Manuais ou Granadeiros (Cabo/Soldado especializado 
na área de Choque) - são os encarregados de lançar manualmente, após ordem 
do Comandante do Pelotão, as granadas de explosão ou emissão em direção à 
turba; 
 
8.5.1.7 Atiradores (Cabo/Soldado especializado na área de Choque) - são 
os encarregados de realizar os disparos de munição de impacto controlado cal. 
12 contra os manifestantes que por ventura estão arremessando objetos em direção ao 
Pelotão. Atuam mediante determinação do Comandante, no entanto, existe uma 
exceção a esta regra, quando o atirador visualizar uma ameaça iminente contra o 
Pelotão que não tenha sido constatada pelo Comandante. Neste caso o atirador 
32 
 
 
 
poderá efetuar o disparo sem ter recebido a ordem do Comandante do Pelotão 
para tal ato; 
 
8.5.1.8 Homem manta ou homem extintor (Cabo/Soldado) – tem a 
finalidade de proteção contra bombas incendiárias arremessadas pela massa; 
 
8.5.1.9 Motorista (Cabo/Soldado) - é o encarregado da condução e 
segurança da viatura empregada para conduzir a Tropa. 
 
8.5.1.10 Segurança (Cabo/Soldado) - é o encarregado pela segurança 
do Pelotão. Durante o desembarque ou embarque, ele será o responsável por 
prover a segurança da Tropa que esta desembarcando ou embarcando. Durante 
a atuação do Pelotão, ele será o responsável pela proteção da retaguarda da 
Tropa. 
Observação: Poderão existir outras funções conforme necessidade, como 
apoios que portem alicate corta frio, Caixa Choque, entre outros. 
8.5.2 Armamentos e equipamentos do Pelotão de Choque 
O Pelotão de Choque possui técnica, treinamento, material bélico e 
equipamentos de proteção individual e coletiva diferenciados, o que permite que 
a Tropa de Choque obtenha sucesso em sua missão. 
8.5.2.1 Comandante do Pelotão, Auxiliar do Comandante do Pelotão e 
Comandante de Grupo - capacete antitumulto/balístico, colete balístico, 
caneleiras, pistola .40, GL 108 Max, luva, balaclava e máscara contra gases; 
 
8.5.2.2 Escudeiros – capacete antitumulto/balístico, escudos 
antitumulto/balístico, caneleiras, bastão, colete balístico, pistola .40, luva, 
balaclava e máscara contra gases; 
 
8.5.2.3 Lançadores Manuais ou Granadeiros - capacete 
antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, bornal com granadas 
explosivas, mistas e de emissão, pistola .40, luva, balaclava e máscara contra 
gases; 
 
33 
 
 
 
8.5.2.4 Lançadores Automáticos ou Atiradores AM600 - capacete 
antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, lançador AM600, bornal com 
munições químicas e/ou munições de impacto controlado, pistola .40, luva, 
balaclava e máscara contra gases; 
 
8.5.2.5 Atiradores - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete 
balístico, espingarda cal. 12, bornal com munições de impacto controlado, pistola 
.40, luva, balaclava e máscara contra gases; 
 
8.5.2.6 Homem Manta ou Homem Extintor - capacete antitumulto/balístico, 
caneleiras, colete balístico, manta molhada ou extintor, pistola .40, luva, balaclava 
e máscara contra gases; 
8.5.2.7 Segurança - capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete 
balístico, armamento de proteção coletiva (ex: fuzil 5.56mm ou carabina .30), 
pistola .40, luva, balaclava e máscara contra gases; 
Obs: Poderão existir outras funções conforme necessidade, como apoios 
que portem alicate corta frio, Caixa Choque, entre outros, devendo todos esses 
possuir capacete antitumulto/balístico, caneleiras, colete balístico, pistola .40, 
luva, balaclava e máscara contra gases. 
8.6 Formações de Pelotão de Choque 
Antes de se adentrar nas formações propriamente ditas, necessário se faz 
explicar como o Pelotão de Choque deverá realizar a numeração de seus 
integrantes, a fim de que cada policial saiba seu número no Pelotão e, por 
conseguinte, possa adotar a formação comandada. 
Numeração – Com a Tropa em forma em coluna por 3, o Comandante do 
Pelotão dará o seguinte comando: “PELOTÃO DE CHOQUE, ATENÇÃO! POR 
FUNÇÕES, ENUMERAR!”. 
Após o comando, o Escudeiro 01, que será o Escudeiro da primeira fileira, 
da coluna do centro, tomará posição de sentido e com o escudo no centro do 
corpo levantará o bastão e bradará “ESCUDEIRO 01!”. 
A numeração ocorrerá sempre da coluna do centro (1º Grupo) para a 
coluna da direita (2º Grupo) para a coluna da esquerda (3º Grupo), assim, o 
Escudeiro 02 será o Escudeiro da primeira fileira da coluna da direita, o Escudeiro 
34 
 
 
 
03 será o da primeira fileira da coluna da esquerda, o Escudeiro 04 será o da 
segunda fileira da coluna do centro e assim sucessivamente. 
Ao término dos Escudeiros, os Lançadores Automáticos continuarão com a 
sequência de numeração adotada pelos Escudeiros. 
Os Lançadores Automáticos e Lançadores Manuais irão tomar a posição 
de sentido, erguer o braço direito e informar sua função e número. (Ex. 
“LANÇADOR AUTOMÁTICO QUATORZE!”). 
Os Atiradores e Seguranças deverão apenas tomar a posição de sentido e 
informar sua função. (Ex. “ATIRADOR DEZESSETE!”) 
Caso o Pelotão venha a possuir outras funções (Caixa-Choque, Apoios, 
etc.), esses deverão adotar o mesmo procedimento descrito acima. 
Passada a parte da numeração, adentramos nas formações propriamente 
ditas. As formações são divididas em formações básicas, ofensivas, defensivas e 
de ataque. 
8.6.1 Formações básicas 
8.6.1.1 Em colunas por três ou administrativa - esta formação é utilizada 
para o controle de efetivo, deslocamentos de Tropa, desfiles e formaturas. Será 
empregada para que o Comandante do Pelotão possa verificar se existe alguma 
alteração no efetivo e se as funções do Pelotão estão dispostas de forma 
correta. 
 
Figura 1: Formação em coluna por três 
 
35 
 
 
 
8.6.1.2 Em colunas por dois ou tática - é a formação básica do Pelotão de 
Choque. A partir dela que o Pelotão adotará as formações ofensivas, defensivas 
ou de ataque. Permite deslocamentos rápidos e a tomada de qualquer formação 
de controle de distúrbios civis com certa facilidade. 
Mudança de coluna por três para coluna por dois - ao ser dado o 
comando de “PELOTÃO DE CHOQUE, ATENÇÃO! FORMAÇÃO COLUNA POR 
DOIS, MARCHE, MARCHE” os números pares da coluna do centro darão um 
passo para a direita na diagonal e se infiltrarão na frente do companheiro da 
coluna da direita, já os números ímpares da coluna do centro darão um passo

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